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RESUMO - Os gêneros integram práticas sociais situadas

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Os gêneros integram práticas sociais situadas
 Nossa vida não é feita apenas de pessoas e objetos. Nem mesmo das ideias e concepção que temos sobre essas pessoas e objetos. É feita de nossas atividades ou ações com essas pessoas e objetos, que são ao mesmo tempo objetivas, subjetivas, sensíveis. Marx, designava essas ações humanas capazes de transformar nossa vida, o mundo e a natureza como “práxis¹” e a firmava que “a vida social é essencialmente prática”. Konder define “práxis” como “atividade do sujeito que, de algum modo, aproveita algum conhecimento interferir no mundo, transformando-o e se transformando a si mesmo”. Nessa perspectiva, as práticas sociais são ações racionais, convocam responsabilidade social, envolvendo uma ética.
 Hegel, (1820) falava em três espaços das práticas humanas, três esferas da ética: a família, sociedade civil e a do Estado. Essas esferas só se constituem a partir das regularidades das práticas intersubjetivas². Logo, as pessoas aprendem essas regularidades de ação, hábitos e valores, conforme vão participando de cada uma das demais esferas: há um aprendizado ético. Max Weber distingui esferas de atividade/ação/atuação humana e esferas de valores. Para Weber, a sociedade é formada por “indivíduos” e “esferas” bem nítidas: existem os indivíduos e as estruturas sociais criadas pelos indivíduos em interação social (esferas). Essas esferas sociais, não são estáticas, não estão fora de história. Elas acabam, são substituidas, dependendo da “vontade” dos indivíduos. Weber trata as esferas de atuação humana como esferas do valor. Essas esferas são: esfera da ciência e da técnica, esfera da arte e a esfera da ética. Weber define 6 domínios ou esferas da prática social: política, ciência, religião, burocracia, economia e ética. Com essas práticas sociais, e as atuações humanas, não se dão na sociedade de maneira desorganizada e selvagem.
 Bourdieu – “Campo” e “habitus”: O conceito de “campo” é próximo ao de “esfera de atividade”, mas a concepção se estende ao além dos valores de ética, em especial para as relações de poder no campo. Os campos são “espaços estruturados de posições”, microcosmos sociais, com valores (capitais cultural, econômico, simbólico, etc.), O campo é um espaço de disputa, entre o polo novo, dos indivíduos que reinvindicam o direito de entrada nesse espaço e o polo dominante, que tenta defender o monopólio e excluir a concorrência. O habitus é uma competência prática. Adquirida para a ação no campo. Não é aptidão natural, mas social, variável através do tempo, dos lugares, e distribuições de poder.
As esferas de atividade humana e de produção e circulação dos discursos
As esferas da atividade humana, se caracterizam como esferas da comunicação verbal. Cada uma dessas esferas de comunicação elabora seus “tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. -Bakhtin,
Os gêneros, seriam “zona e o campo da percepção de valores e da representação do mundo”, “correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da língua”, “correias que mobilizam o fluxo das relações dialógicas”. A esferas/campos de atividade humana não são entendidas por Bakhtin de maneira estática ou estanque. Não são estáticas pois se transformam com as mudanças históricas, sociais e culturas. E não são estanques, pois estão estreitamente relacionadas, interinfluenciam-se e muitas vezes funcionam de maneira imbricada ou híbrida. 
O que seria da publicidade e propagando sem o jornalismo? É o caso da esfera publicitária, que, por muito tempo, dependeu da jornalística (impressa) para funcionar, e hoje, está também sujeita à esfera do entretenimento e a suas mídias. As esferas estão relacionadas aos tipos de atividade humana nelas desempenhadas por sua vez, aos gêneros discursivos que nelas circulam em forma de textos/enunciados concretos. Nesse sentido, Bakhtin se refere as esferas/campos de atividade humana/comunicação verbal. 
O conceito de esferas/campo é mais flexível, pois há esferas/campos que não são institucionais, como a cultura hip-hop, que pode atuar na esfera escolar, musical, literárias, dança, etc. Por outro lado, engloba um conjunto de conceitos de “tempo histórico”, “participantes”. Há uma visível vinculação entre práticas sociais, tipos de interação verbal, gêneros e as esferas de atividade. Esferas ideológicas: ligadas à superestrutura social, formalizadas e oficiais (gêneros secundários). 
Práxis¹: união dialética entre teoria e prática.
Intersubjetivas²: relação entre sujeito e o objeto. 
Cronotopo: conceito para referir unificadamente ao tempo-espaço históricos de produção de um discurso.

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