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RESENHA DO FILME GERMINAL

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RESENHA DO FILME GERMINAL
O filme Germinal se passa na França, em meados do século XX, e começa com um personagem, chamado Étienne Lantier, ex-maquinista, que foi demitido do seu emprego, e por isso, busca qualquer tipo de emprego em um mina de carvão. 
Não demora muito até que um dos trabalhadores, chamado Gerard, avisa Étienne sobre a existência de um trabalho, em decorrência da morte de uma trabalhadora. Logo no início do filme já se constata a precariedade de vida e de condições de trabalho dessas pessoas, tanto é que a morte dessa trabalhadora nem é recebida por seus colegas com tanto espanto, o que nos passa a ideia de ser algo bem corriqueiro na vida daquelas pessoas.
As condições de trabalho naquela mina são péssimas para todos. Elas são extremamente perigosas, os escoramentos não trazem estabilidade e segurança nenhuma para os trabalhadores, tanto é que soterramentos são frequentes. 
É notório o estado de degradação física e estética das pessoas. Crianças e mulheres não são poupados desse ambiente de trabalho. Muito pelo contrário, são vistas como mão de obra capazes de contribuírem para o sustento da família. Não é à toa que, no decorrer do filme, é possível verificar a disparidade entre a quantidade de filhos que as famílias pobres tinham em comparação com os burgueses.
O filme enfatiza muito a questão da discrepância social entre as condições de vida dos burgueses e do proletariado, o que se verifica até os dias atuais.
Inclusive, pode-se citar que um dos primeiros homens com quem Étienne teve contato na mina enquanto procurava emprego foi Vincent, que apresentava, visivelmente, estar em um quadro de saúde complicada. Ele explica que trata-se de intoxicação em decorrência do trabalho na mina, uma vez que, segundo ele, começou a trabalhar ali quando tinha apenas oito anos de idade e que naquele momento tinha cinquenta e oito.
 Étienne, ao conseguir o emprego, passa a sentir na pele toda a dificuldade e precariedade enfrentada por aquelas pessoas. 
Ele terá um papel importantíssimo no filme, uma vez que é ele quem começa a incutir nos trabalhadores a ideia de fazerem um greve para reivindicar aumento de salário e condições melhores de trabalho, baseando-se na teoria revolucionária de Marx.
É nos bares da cidade, em que Étienne apresenta com maior ênfase a sua ideia, falando para os trabalhadores da necessidade de contribuírem para uma espécie de “caixa”, que viria a servir de fundo para sustentar e auxiliar os trabalhadores quando esses efetivamente parassem.
A primeira tentativa deles foi tentar um acordo com o diretor da mina, o que não foi possível. Ele alegou que muitas fábricas estavam fechando e que se ele aumentasse o salário, aquela mina também teria de ser fechada, porque ele iria falir. 
No entanto, há de se ver, logo em seguida, o diretor com toda sua família, em sua casa de luxo e com bastante comida, o que dá a entender que não existe problema financeiro.
Os operários, então, revoltados com o não atendimento do diretor às suas reivindicações, vão às minas, destroem máquinas, meios e instrumentos necessários para a produção, além de hostilizar os que se mantém a trabalhar, chamando-os de traidores por se manterem subalternizados às condições impostas pelos proprietários de minas. 
Ao insistirem na greve, porém, o diretor da mina contrata trabalhadores belgas que precisam de trabalho. 
Isso fez com que a situação só se agravasse, uma vez que os trabalhadores ficaram com medo de perderem seus empregos e passarem fome e, por essa razão, logo quiseram retornar ao trabalho, enquanto os outros se mantiveram firme, optando por não abandonarem a causa.
As mulheres, que ficavam responsáveis pelos trabalhos domésticos, tinham de recorrer à mercearia da cidade, onde com certa frequência precisavam pegar alimentos para sustentar a família, mas não tinham como pagar. O comerciante nem sempre deixava elas pegarem para pagar posteriormente, uma vez que as dívidas só cresciam. 
Acontece, porém, que em muitos momentos ele exigia favores sexuais dessas mulheres em troca de alimentos. No momento de calor gerado pela greve dos trabalhadores, as mulheres também se revoltam com a situação por elas enfrentada. 
Assim, elas se dirigem até a mercearia do abusador e a saqueiam. Ele, desesperado, foge para o telhado de seu comércio, que acaba caindo. Uma das mulheres que havia sido humilhada por ele, o mutila. Diante disso, constata-se, também, a revolta que aquelas mulheres guardavam por ter de lidar com aquela situação.
Após todo caos instaurado, mortes constatadas, o Exército intervém na situação, para paralisar as greves, em defesa da burguesia proprietária das minas.
Nesse momento, um soldado acaba atirando em Gerald, que vem a falecer no mesmo instante. A morte dessa figura que fomentou toda a greve, repercute no restante dos trabalhadores que, para não morrerem de fome, decidem voltar a trabalhar, sem que tenham conseguido qualquer mudança por eles almejada.
Após retornarem ao trabalho, acontece uma tragédia, e as minas são inundadas com os trabalhadores lá dentro, o que acarreta na morte instantânea de muitos deles, bem como na morte de outros no decorrer dos dias.
Ao final, mostra uma cena da esposa de Gerald, dizendo a um dos personagens principais do movimento que não o culpava pelas coisas ruins que aconteceram em decorrência da greve. Pelo contrário, ela compreendia que, por mais que ela não tenha alcançado os objetivos pretendidos, futuramente aquele feito iria valer a pena.
Não há que se negar que a história do filme pode ser contextualizada nos dias de hoje, uma vez que ainda permanecem as estruturas de poder e a discrepância existente entre classe trabalhadora e classe detentora dos meios de produção.

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