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5 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU UNIDADE REDENÇÃO BACHARELADO EM NUTRIÇÃO JULIANA PAZ PEREIRA DA SILVA JUSSILENE ALVES AMORIM RHYAN PETTERSON CARVALHO DOS SANTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLINÍCA HOSPITAL DIRCEU ARCOVERDE DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - HPMP TERESINA – PIAUÍ 2019 JULIANA PAZ PEREIRA DA SILVA JUSSILENE ALVES AMORIM RHYAN PETTERSON CARVALHO DOS SANTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLINÍCA HOSPITAL DIRCEU ARCOVERDE DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - HPMP Trabalho apresentado como pré-requisito à disciplina estágio supervisionado III do Centro Universitário Uninassau, sob supervisão da Profª. Dra. Luana Mota Martins e preceptora Gardenia Maria Sampaio Pinheiro. TERESINA – PIAUÍ 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO 5 2.1 Estrutura organizacional e funcional. 6 3 OBJETIVOS 7 3.1 Geral 7 3.2 Específicos 7 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 8 4.1 Realização de visitas diárias aos pacientes das clínicas em atuação para proceder diagnóstico nutricional e de outras atividades de rotina do serviço designadas pelos preceptores e nutricionistas. 8 4.1.1 Descrição da rotina, procedimentos e protocolos 9 4.1.2 Caracterização das dietas de rotina e especiais oferecidas pelo serviço 14 4.1.3 Caracterização dos pacientes internados por clínica. 24 4.3 Realização de estudos de casos clínicos. 25 4.3.1 Caso Clínico I – Hérnia Inguinal 25 4.3.2 Caso Clínico II – Ortopédica 32 4.3.3 Caso Clínico III – Laqueadura 40 4.5.4 Caso Clínico IV – Mioma 47 4.3.5 Caso Clínico V – Colecistectomia 53 4.4 Atividades Específicas desenvolvidas designadas pelos preceptores e nutricionistas. 60 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 62 REFERÊNCIAS 63 APÊNDICES 65 ANEXOS 67 1 INTRODUÇÃO O estágio é um ambiente no qual os estudantes aplicam seus conhecimentos teóricos de maneira prática, oportunizando o processo de aprendizagem, aliando conhecimentos acadêmicos com experiências adquiridas no ambiente de estágio. Consequentemente, o aluno terá melhor desempenho na profissão escolhida, uma vez que o programa de estágio fornece a simulação do ambiente profissional. o estágio visa introduzir competências da atividade profissional ao estudante e promove contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho (BRASIL, 2008). O nutricionista é o profissional que está diretamente relacionado às patologias de origem nutricional, para as quais a atenção especializada em nutrição é fundamental na recuperação do paciente, por tanto, torna-se indispensável no ambiente hospitalar, nesse contexto, o nutricionista deve ter competências para execução de seu trabalho com excelência. As competências essenciais para os profissionais de nutrição têm envolvido práticas como: Ética e Profissionalismo; Comunicação; Liderança; Tomada de Decisão; Informática; Gestão de Segurança e Risco; Cuidados (GONÇALVES, 2017). A assistência nutricional e dietoterápica prestada pelo nutricionista visa através da alimentação adequada o tratamento dos indivíduos acometidos com diversas patologias existentes, considerando os aspectos relacionados ao processo patológico e as condições associadas (SETA, 2010). Segundo a Resolução CFN nº 600 de 25 de fevereiro de 2018 que dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições. Na área de nutrição clínica são atribuições do nutricionista: prestar assistência nutricional e dietoterápica, promover educação nutricional; prestar auditoria, consultoria e assessoria em nutrição e dietética; planejar, coordenar, supervisionar e avaliar estudos dietéticos; prescrever suplementos nutricionais; solicitar exames laboratoriais entre outras atribuições. Diante do exposto, é evidente a importância do profissional nutricionista no âmbito hospitalar, bem como a importância que o programa de estágio tem na vida acadêmica, proporcionando preparação para a introdução e inserção no mercado de trabalho, mediante ambiente de aprendizagem adequado e acompanhamento pedagógico supervisionado. 2 APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO O Hospital Dirceu Arcoverde da Polícia Militar do Piauí (HPMP) foi designado como campo de estágio para a realização do estágio supervisionado em nutrição clínica. O referido estágio foi realizado no período de 04 de novembro a 20 de dezembro, quatro vezes na semana, no horário de 07:00 ás 12:00 da manhã. Sob supervisão da Profª. Dra. Luana Martins Mota e preceptora Gardenia Maria Sampaio Pinheiro. O HPMP fica entre a maternidade Evangelina Rosa e Quartel do Comando Geral da PMPI. Situado na Avenida Higino Cunha nº 1642, Ilhotas (APÊNDICE 1). Atualmente, o HPMPI é Centro de Excelência no atendimento à saúde da população do Piauí. O hospital é especializado no atendimento médico-assistencial, com finalidade de prevenir doenças, restaurar a saúde, estimular a educação e promover pesquisas. Fundado em 21 de abril de 1972, funcionava no antigo quartel da Praça Pedro II. A sua primeira estrutura foi construída em agosto de 1978, no governo do Doutor Dirceu Mendes Arcoverde, de quem herdou o nome, mas com funcionamento efetivo em 1986, sob a direção do Cel QOSPM Doutor Isânio Lemos de Mesquita. Atualmente sob a administração do diretor geral Cel. José Denilson do Rêgo Marques e diretor administrativo Ten. Cel. Iran Moura Soares. Com atendimento de média complexidade, possui especialidades nas áreas de ortopedia (80%), cirurgia buco-maxilofacial, cirurgia geral e ginecológica, com atendimento odontológico de excelência. Além do atendimento aos policiais militares e familiares, e integra o sistema universal de atenção à saúde no Estado. O hospital conta com noventa e nove leitos e recentemente obteve notáveis melhorias em sua estrutura física com vistas à modernização de seus equipamentos médico-hospitalares. A instituição possui uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ainda não funcionante, que permitirá maior ampliação de atendimentos ao público. Prestando assim serviço à comunidade piauiense em geral. O HPM atende as seguintes modalidades de convênios: SUS, IAPEP, PAIS, PLAMTA. 2.1 Estrutura organizacional e funcional. Segundo Teixeira (2007), a estrutura organizacional do serviço de nutrição é um elemento que fornece o suporte ao desenvolvimento de atividades de rotina que fazem parte do serviço de nutrição. O objetivo é apresentar uma departamentalização e organização na prestação de serviços hospitalares, fornecendo atividades de ensino e pesquisa, além de prestar assistência nutricional, com vista a contribuir para a prevenção, recuperação e manutenção da saúde em consonância com o objetivo do hospital. Para melhor compreensão segue a estrutura organizacional do serviço de nutrição clínica: Diretoria Geral Diretoria Administrativa Coordenação de Nutrição Nutrição e Dietética Nutrição - UAN Auxiliar Dietética Copeira Estoquista Cozinheira Aux. de Serv. Gerais Fonte: HPMPI 3 OBJETIVOS 3.1 Geral Proporcionar ao acadêmico a oportunidade para aplicação dos conhecimentos adquiridos no decorrer do Curso de Nutrição, em atendimento às normas legais exigidas e em conformidade com as Diretrizes Curriculares para a formação do Nutricionista. 3.2 Específicos · Possibilitar uma visão critica e reflexiva sobre a teoria desenvolvida no curso; · Orientar o desenvolvimento de atitude profissional e ética; · Ampliar o referencial bibliográfico disponível; · Propiciar a avaliação do trabalho acadêmico desenvolvido; · Desenvolver capacidades, como a de cooperação e de iniciativa; · Identificar as possibilidades e limitações do campo de atuação da Nutrição; · Aplicar na prática as orientações nutricionais aos pacientes relacionados às diversas patologias. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Realização de visitas diárias aos pacientes das clínicas em atuação para proceder diagnóstico nutricional e de outras atividades de rotina do serviço designadas pelos preceptores e nutricionistas. Após a internação hospitalar o paciente é acompanhado por atendimento multiprofissional,dentre estes profissionais ficam inseridos os nutricionistas responsáveis pelo setor clínico de nutrição do hospital, é realizada a coleta de informações a respeito de hábitos de vida, onde também são coletadas informações sobre aversões alimentares, alergias e patologias em que o paciente é acometido além daquela que o levou ao hospital, após esse procedimento o nutricionista clínico fica munido de informações para prosseguir com a prestação da assistência nutricional, para posterior elaboração da dieta fornecida no hospital, fazendo acompanhamento durante toda a evolução dietoterápica do paciente, ao receber alta hospitalar o paciente recebe orientação nutricional de acordo com as necessidades individuais dos mesmos. Passar mapa a limpo Visita aos leitos Encaminhar o mapa ao setor de produção Atualização do mapa Nutricionista clínico Estagiários Posto 2 (Cirurgia Geral) Posto 1 (ortopedia) Posto 3 (Cirurgia Geral) Fonte: HPMPI 4.1.1 Descrição da rotina, procedimentos e protocolos A rotina inicia-se todos os dias às 07:00 com atualização de mapa nutricional, referente aos pacientes que ainda se encontravam hospitalizados, posteriormente encaminhando o mapa para o setor de produção, às 08:30 horas eram realizadas visitas nos postos 1, 2 e 3, para atualização do mapa nutricional caracterizando cada tipo de dieta e suas evoluções de acordo com a patologia específica e realização da evolução do paciente na ficha de evolução multidisciplinar que encontras no portuário de cada paciente, desta forma também eram introduzidos os pacientes admitidos naquele dia e retirados do mapa os pacientes que receberam alta hospitalar ou transferência tendo como base o senso que encontra-se disponível nos postos. Em seguida eram realizadas visitas em todos os leitos com orientação nutricional individual. O estágio se finalizava às 12:00 horas. Protocolo de Redução do Tempo de Jejum Prolongado Responsável pela elaboração: Gardenia Maria Sampaio Pinheiro Responsável pela aprovação: Leandro Ponce Leal Responsável pela revisão: Francisco José Lima Data da 1ª versão: 01/10/2017 Definição: É um método utilizado que serve para assegurar que todos os pacientes recebam a dieta, prescrita em prontuário no pré e pós-operatório. Objetivo: Garantir a adequação do tempo de jejum para pacientes que serão submetidos à procedimento cirúrgico. Introdução O jejum operatório adequado implica diretamente diminuição no número de complicações relacionadas ao paciente de estômago cheio. Sabe-se que o esvaziamento gástrico para líquidos não calóricos é extremamente rápido e em aproximadamente 10 minutos metade da quantidade já estou para o duodeno, quando líquido é enriquecido com glicose o esvaziamento é mais lento inicialmente, porém decorridos 90 minutos, não existe diferença para sólidos o esvaziamento inicia-se em 01 hora, com 02 horas aproximadamente 50% já passou para o duodeno independente da quantidade ingerida, mas é dependente da densidade calórica. Os preparados que incluem leite ou outra forma de gordura precisão de 06 horas assim como alimentos sólidos. Nos últimos anos tem-se utilizado líquidos enriquecidos com carboidratos no pré-operatório e demonstrou-se que além de seguro ainda diminui a resistência à insulina. Devido á relativa baixa osmolaridade essa solução promovem esvaziamento gástrico rápido, semelhante ao da água. Também reduz a sede, a fome, a ansiedade e os vômitos. Faz exceção para os casos de refluxo gastresofágico, obstrução intestinal ou esvaziamento gastresofágico retardado (Ex: gastroparesia ou estenose pilórica). Etapas do processo 1.1 O período mínimo de jejum para o pré-operatório é de duas horas, para administração de líquidos claros (chá, água maltodextrina); 1.2 O período mínimo de jejum para o pré-operatório é de seis horas, para refeições leves; 1.3 O período mínimo de jejum para o pré operatório é de oito horas, para dieta geral; 1.4 Paciente admitido para cirurgia eletiva receberá alimentação no pré-operatório de acordo com horário da cirurgia definida pela equipe médica; 1.5 Paciente com cirurgia marcada a realizar-se no período matutino receberá dieta branda e deverá iniciar o jejum a partir das 22:00 horas da noite anterior ao procedimento cirúrgico; 1.5.1 Paciente de ortopedia com cirurgia marcada a realizar-se no período vespertino receberá até às 22:00 horas e líquida às 06:00 horas do dia do procedimento cirúrgico, iniciando logo em seguida o jejum; 1.5.2 Paciente de ortopedia advindo de regulação com admissão em dia útil ficará em jejum a partir das 22 horas do mesmo dia, até às 09:00 horas do dia seguinte aguardando definição de cirurgias; 1.6 O serviço de nutrição deverá sempre atualizar o mapa de admissão nutricional e dieta prescritas em prontuário; 1.7 A enfermagem em centro cirúrgico deverá sempre informar ao setor de nutrição, cirurgias suspensas ou reagendada; 1.8 Os cirurgiões, prescrevem em prontuário a dieta no pós-operatório a fim de evitar período prolongado e desnecessário de jejum ao paciente. Responsável: · Nutrição; · Equipe de Enfermagem; · Centro Cirúrgico; · Equipe Médica. POP de atendimento nutricional Responsável pela elaboração: Isabela Cristina Rodrigues Azevedo Responsável pela aprovação: Coordenação de nutrição Responsável pela revisão: coordenação de nutrição Data da 1ª versão: 25/09/2017 Definição: É o método utilizado para padronizar a assistência prestada pelo nutricionista ao paciente hospitalizado Objetivo: Assegurar a padronização na prestação de serviços do profissional da nutrição na área clínica. Etapas do processo 1.1 A primeira visita é executada por meio de anamnese alimentar, registrada em prontuário, no formulário Folha de Evolução e realizada pelo nutricionista em até 48 Horas da internação; 1.2 A anamnese alimentar é composta pelas seguintes indagações: presença de comorbidades (diabetes mellitus/hipertensão); presença de aversão, intolerância ou alergia alimentar; funcionamento intestinal (lento, regular ou acelerado); presença de episódio médico como (náuseas/vômitos); preservação do apetite (regular, aumentado, anorexia ou hiporexia); adequação da mastigação (quando se observa uma dentição comprometida); adequação da deglutição (quando se observa o estado geral comprometido) e perda de peso recente (quando se observa o estado nutricional deficitário). 1.3 As visitas subsequentes são realizadas junto aos pacientes que apresentam comprometimento do estado nutricional, motivado por patologia espoliativa das reservas nutricionais, detectadas na anamnese. Estas visitas ocorrem 03 dias após a primeira visita e a cada 03 dias (na vigência de queixas apontadas durante o monitoramento). As visitas subsequentes são compostas pelo monitoramento e avaliação nutricional. 1.4 No monitoramento há indagações quanto as queixas alimentares e gastrintestinais. Nas queixas alimentares, o nutricionista complementa a indagação questionando acerca da dieta ofertada e, em seguida, registra os achados na evolução nutricional que é realizada no formulário Folha de Evolução, no prontuário do paciente. Na evolução registra-se a boa aceitação ou a causa apontada pelo paciente sobre aceitação precária tais como, sabor, monotonia e hábito alimentar. Nas queixas gastrointestinais, pergunta-se se o paciente tem apresentado dificuldades com o apetite e com trânsito intestinal (diarreia/constipação). Mediante a queixa quanto ao apetite, o nutricionista busca informações a respeito da causa junto ao paciente (dor no horário da alimentação, dieta não atrativa, presença de episódios e eméticos) e também junto ao prontuário (medicamentos/presença de infecção) esses achados são registrados em prontuário no formulário Folha de Evolução; 1.5 A avaliação do estado nutricional é realizada nos pacientes em tratamento de patologia espoliativa do estado nutricional com internação superior a 07 dias, repetida num intervalo de 07 dias (se tratar de desnutrição leve) e num intervalo de 05 dias (se tratar de desnutrição moderada ou grave). Para realização destaavaliação, utiliza-se um método objetivo chamado antropometria, que consiste na medida do tamanho corporal e de suas proporções. Este indicador do estado nutricional inclui medidas, tais como: peso e altura, os quais são técnicas de aferição de medidas antropométricas essenciais para a definição do IMC (método de antropometria aqui utilizado). O IMC (Índice de Massa Corporal) consiste na relação entre o peso e a altura quadrática do indivíduo (IMC= Peso (Kg)/altura²). A classificação do IMC para idoso é: Baixo Peso (IMC: <22), Eutrófico (IMC: 22 a 27) e Sobrepeso (IMC: >27). A classificação para adultos é: Magreza grau III (IMC: <16,00), Magreza grau II (IMC: 16,00 a 16,99), Magreza grau I (IMC: 17,00 a 18,49), Eutrófico (IMC: 18,50 a 24,99), Sobrepeso (IMC: 25,00 a 29,00), Obesidade grau I (IMC: 30,00 a 34,99), Obesidade grau II (IMC: 35,00 a 39,99) e Obesidade grau III (IMC: ≥40). A aferição do peso deve ocorrer da forma a seguir, conforme Lohman et al, (1988) o número de vezes a realizar (02), equipamento (balança digital), técnica (instalar a balança em superfície plana, firme e lisa), afastada da parede e ligada antes de o avaliado ser colocado sobre ela, colocar o avaliado no centro do equipamento com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, pés juntos e braços estendidos ao longo do corpo (deve ser mantido parado nesta posição). Realizar a leitura quando o valor do peso estiver faixado no visor. Registrar o valor mostrado no visor, sem arredondamento (ex: 75,2 Kg). A aferição da altura, deve ocorrer da seguinte forma: número de vezes a realizar a medida (02), equipamento: estadiômetro, técnica (o individuo deve estar descalço e ter o peso igualmente distribuído entre os pés, os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a haste vertical do estadiômetro); 1.6 A evolução nutricional é registrada em prontuário, no impresso Folha de Evolução, junto ao registro dos demais profissionais de equipe multidisciplinar. Contempla informações sobre as etapas supracitadas, além do dia da internação em que se encontra o paciente e o objetivo da mesma. Assim, numa primeira evolução nutricional ocorrerá o registro de: data da internação, motivo da internação, presença de co-morbidades, presença de alergia/aversão ou intolerância alimentar, presença de episódios eméticos, funcionamento intestinal, apetite, aceitação alimentar e conduta nutricional. Segue um exemplo de evolução nutricional: “Paciente admitida hoje. Em pré-operatório de histerectomia abdominal, refere HAS, desconhece DM e alergia alimentar. Nega náuseas e vômitos. Refere funcionamento intestinal regular, apetite preservado e boa aceitação alimentar. Conduta nutricional: dieta oral brando hipossódica, zero a partir das 22 horas”; 1.7 A orientação nutricional é efetuada quando solicitada pela equipe médica ou quando o paciente é submetido a uma cirurgia que envolve o trato gastrointestinal. É efetuada junto ao paciente e acompanhante (quando este se encontra presente) sendo sua execução registrada em prontuário, no impresso Folha de Evolução; 1.8 As informações colhidas durante a anamnese alimentar são registradas no mapa diário de dietas, o qual serve para: realizar a comunicação entre as nutricionistas otimizando as visitas subsequentes; orientar o trabalho das auxiliares dietéticas no momento de definir o quantitativo de cada tipo de dieta a ser elaborada e nortear o trabalho das copeiras no momento da distribuição das refeições, checando com as etiquetas que contêm os dados dos pacientes. Desta forma, no mapa de dietas devem ser registradas a data da próxima visita com intuito de facilitar o acompanhamento nutricional. Neste mapa também constam informações sobre dieta do paciente, presença de acompanhante, data de nascimento, nome completo, diagnóstico ou procedimento cirúrgico pelo qual o paciente será submetido. 1.9 A identificação correta da dieta do paciente visa a assegurar que a mesmo será ofertada para a pessoa para a qual se destina. Para tanto, alguns cuidados são tomados, tais como, os recipientes nos quais as dietas são ofertadas (copos e quentinhas) recebem uma etiqueta, na qual constam as seguintes informações: nome completo do paciente, data de nascimento, apartamento ou enfermaria com o leito e tipo de dieta. No momento da entrega, a copeira pergunta o nome completo do paciente e a data de nascimento do paciente a fim de conferir com as informações registradas na etiqueta que está em cada recipiente. Após verificação e conformidade das informações colhidas com as registradas nas etiquetas, a copeira entrega à dieta ao paciente. Responsável: · Nutricionista da Área Clínica; 4.1.2 Caracterização das dietas de rotina e especiais oferecidas pelo serviço O serviço de nutrição fornece ao ambiente hospitalar diversas terapias nutricionais que são essenciais para manutenção e recuperação da saúde do individuo de acordo com suas necessidades individuais (WAITZBERG, 1995). Observe na tabela 1 e 2 as dietas ofertadas aos pacientes e as suas características. Tabela 1. Tipos de dietas fornecidas e suas indicações. DIETAS INDICAÇÕES DIETA LIVRE OU GERAL* Para pacientes que não necessitam de restrições específicas e que apresentam funções de mastigação e gastrintestinais preservados. O objetivo é manter o estado nutricional de pacientes com ausências metabólicas ao risco nutricional. · Características: dieta suficiente harmônica, consistência normal, distribuição e quantidades normais de todos os nutrientes, ou seja, normoprotéica, normolipídica, normoglicídica, balanceada e completa. · Alimentos recomendados: pães, cereais, arroz, massas e leguminosas e seus produtos integrais, pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte, queijo com pouca gordura e sal, carnes, aves, peixes e ovos magros (sem pele e gordura) óleos e açúcares com moderação. · Alimentos evitados: pães, cereais, arroz, massas, leguminosas ricos em gorduras e açúcares; hortaliças e frutas, enlatadas com sal e óleo, e conservas com calda de açúcar respectivamente; leite, iogurte, queijos ricos em gordura e sal, carnes, aves, peixes e ovos ricos em gordura e sal, como os frios em geral; e gorduras óleos e açúcares em excesso. DIETA BRANDA* Para crianças e idosos com alterações e/ou perturbações orgânicas e funcionais do TGI. O objetivo é fornecer calorias e nutrientes para manter o estado nutricional, além de melhorar a mastigação, deglutição e digestão. · Características: normoglicídica, normaprotéica, normolipídica, balanceada e completa, consistência branda, 5 a 6 refeições diárias, tempo indeterminado, pobres em resíduos celulósicos e tecido conjuntivo, modificadas por corrupção e/ou subdivisão. · Alimentos recomendados: salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em compostas, assadas, ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não integrais); pastel de forno, bolo simples, sorvete simples; sopas, óleos vegetais; margarina; gordura somente para cocção, não para frutas frituras. · Alimentos evitados: cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas; vegetais do tipo A, exceto em sucos em cremes; frutas de tipo A, exceto em sucos; leguminosas inteiras; doces concentrados; condimentos fortes, picantes, queijos duros e fortes. DIETA PASTOSA* Para os casos em que haja necessidade de facilitar a mastigação, ingestão, deglutição e de permitir certo repouso operatório e pós-operatório em alguns pós-operatórios.O objetivo é fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforço. · Características: normoglicídicas, normaprotéicas e normolipídica, consistência pastosa ou abrandada pela cocção e processos mecânicos. · Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e amassados. · Alimentos evitados: alimentosduros, secos, crocantes, empanados, fritos, cruas com semente, casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas) coco e bacon. Iogurte com pedaços de frutas, hortaliças folhosas cruas, com sementes, biscoitos amanteigados e pastelarias. DIETA LÍQUIDA-PASTOSA OU PASTOSA LIQUIDIFICADA* Para pacientes com problemas de mastigação, deglutição e digestão, com TGI com moderadas alterações e pós-operatórios do TGI. O objetivo é fornecer ao paciente uma dieta que permite minimizar o trabalho do TGI e a presença de resíduos no cólon. · Características: Dietas normolipídicas, normoglicêmicas, normoprotéicas com consistência semilíquida. Volume de 200 a 400 ml por refeição por tempo indeterminado de 5 a 6 refeições. · Alimentos recomendados: Preparações com alimentos liquidificados e amassados. · Alimentos evitados: leguminosas e grãos, alimentos crus e inteiros. DIETAS DE ROTINA As dietas de rotinas são aquelas que não necessitam de restrições ou modificações em sua composição. Podem sofrer modificações quanto á consistência, possibilitando melhor adaptação em períodos de maior dificuldade na aceitação alimentar ou em fase de transição relativamente curtas, adaptando a dieta ás condições do indivíduo, como, por exemplo, nos períodos pós-operatórios (ISOSAKI et al., 2009). DIETA LAXATIVA Dieta indicada para pacientes com dificuldade de evacuação, nos pós-cirúrgicos ginecológicos, para a promoção de formação do bolo fecal e alívio da obstipação. As fibras alimentares estimulam o peristaltismo intestinal, além de auxiliar na formação de fezes macias, contribuindo para normalização de trânsito intestinal. As dietas podem ser enriquecidas com alimentos fontes de ácido diidrofenil-isolina (ameixa preta). Contudo as dietas com alto teor de fibras não devem ser usadas em indiscriminadamente, quando os sintomas persistirem outras causas devem ser investigadas. · Consistência - normal · Orientações nutricionais - maior oferta hídrica com enriquecimento da dieta com os seguintes alimentos ou preparações laxativas: suco laxante (receita padrão) mingau de aveia, acréscimo de alimentos integrais (conforme aceitação), maior oferta de mamão e folhosos. DIETA CONSTIPANTE Indicação a dieta obstipante promove repouso do trato gastrointestinal e melhora a absorção dos alimentos. Ela também forma menor quantidade de fezes e as torna mais consistentes. Indicada em caso de diarreia. Alimentos Permitidos: Chás claros (erva-doce, camomila, hortelã) sem açúcar, sucos de frutas diluídos em água e coados (limão, caju, goiaba, maçã); frutas cozidas ou amassadas sem a casca (maçã e pera) ou banana prata ou maçã; legumes e tubérculos bem cozidos ou na forma de purê; carnes magras, frango sem pele, filé de peixes cozidos ou assados; bolachas cream cracker, maizena ou torradas; arroz bem cozido, macarrão sem molho, sopas de legumes, carnes magras ou canja; gelatina. Alimentos Proibidos: Alimentos ricos em fibras (arroz integral, pães integrais e cereais matinais); vegetais crus ou cozidos (alface escarola espinafre); leguminosas (feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico); frutas como laranja, mamão, abacate, uva, manga e seus sucos; leite integral e seus derivados; embutidos (salsicha, salame, presunto) e enlatados (milho, picles, azeitona e cebolinha); carnes gordas em geral; massas recheadas e molhos; maionese e condimentos; doces concentrados (doce de leite, leite condensado e goiabada) creme de leite, amendoim e chocolate. - Análise quantitativa dos nutrientes de cardápio padrão, Descrição da rotina e roteiro, Análise de custos (processo de compra de gêneros e controle de gastos; tipos de custos) Tipos e quantidades de comensais. Fonte: Manual de dietas do HPM-PI, 2019. * Dietas mais utilizadas Tabela 2. Características das dietas quanto às alterações de nutrientes específicos. CARACTERÍSTICA ALTERAÇÕES Dieta Hipercalórica Dieta indicada para paciente que necessitam de reposição de proteínas e calorias, devido a perda de massa corpórea, hipercatabolismo, queimaduras ou pacientes que estejam com o estado imunológico diminuído Alimentos que devem ser evitados: Nenhum; Alimentos Permitidos: pode ser enriquecida com módulos nutricionais ou suplementos hipercalóricos. Dieta Hiperprotéica Dieta rica em proteínas, usada também nos casos de desnutrição, em pacientes traumatizados como queimados e no caso de hiperplasia tecidual em casos de tecidos lesionados. Alimentos que devem ser evitados: Nenhum Alimentos Permitidos: pode ser enriquecida com módulos nutricionais ou suplementos hiperprotéicos. Dieta Hiperglicídica Por vezes uma carga glicêmica alta se faz necessário, aplicada em casos específicos de atletas e também em caso de intoxicação alcoólica. Em terapêutica de cirrose hepática é necessário restringir gorduras e proteínas, o que torna a dieta naturalmente hiperglicídica Características: O nutricionista pode adaptar a dieta com os alimentos disponíveis, reduzindo as proteínas e os lipídeos, assim podendo fazer uma dieta hiperglicídica. Dieta Hiperlipídica Dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de triglicerídeos de cadeia média (TCMs), geralmente indicada para tratamento de desnutrição grave e portadores de fibrose cística. Nem sempre pode ser associada a dieta hipercalórica. Pode ter apenas o foco de modificar a qualidade das gorduras na dieta. Alimentos que devem ser evitados: Carnes fritas Alimentos Permitidos: Abacate, Castanhas, Azeite de oliva extra virgem. Dieta Normocalórica* Dieta com quantidades normais de calorias. Características: Dieta com quantidades adequadas de todos os nutrientes, favorecendo a adequação de calorias para pessoas sem necessidades especiais. Dieta Normoproteica* Dieta com quantidades normais de proteínas. Características: Dieta com quantidades adequadas de proteínas, para pessoas sem necessidades especiais Dieta Normoglicídica* Dieta com quantidades normais de carboidratos Características: Dieta com quantidades adequadas de carboidratos, para pessoas sem necessidades especiais. Dieta Normolipídica* Dieta com quantidades normais de gordura. Características: Dieta com quantidades adequadas de lipídeos, para pessoas sem necessidades especiais Dieta Hipocalórica Esta dieta é indicada para pacientes que necessitem redução calórica para a obtenção de um peso saudável. Contudo o cálculo das necessidades nutricionais do paciente deve ser individualizado e o mesmo deve ser acompanhado. Para alcançar o peso saudável é importante a programação da redução ponderal, com planejamento individual das necessidades nutricionais, estabelecendo a reeducação nutricional. Dieta Hipoprotéica Dieta pobre em proteínas, indicada para pacientes com ingestão controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência renal e cirrose hepática. Alimentos que devem ser evitados: Nenhum alimento específico, alimentos ricos em proteína serão restringidos de acordo com a gramatura de proteína prescrita na dieta Alimentos Permitidos: Todos Dieta Hipoglicídica Dieta pobre em glicídios (carboidratos e açúcares), que tem como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente as calorias. Como no caso da dieta para portadores de diabetes, pobre em sacarose, o tradicional açúcar de mesa. Alimentos que devem ser evitados: Alimentos processados, embutidos, enlatados, em conserva, açúcares como frutose e maltodextrina deve-se ter cuidado ao uso pois pode ter efeito no controle glicêmico. Alimentos Permitidos: Frutas, hortaliças, verduras, temperos naturais, pães integrais, açúcares como aspartame, sacarina, sucralose. Dieta Hipolipídica Dieta pobre em gorduras, principalmente nas gorduras saturadas, indicada para pacientes com hipercolesterolemia, cirrose, cardiopatas e obesos. Alimentos que devem ser evitados: Frituras, Molhos gordurosos (azeite de oliva), Leite integral, creme de leite, leite condensado, nata, queijos, manteiga, doces de chocolate, tortas, bolo Alimentos Permitidos:Preferir preparações assadas, grelhadas, cozidas que não levem gordura e alimentos integrais. Dieta Hipossódica* Dieta pobre em sódio (Na), que se concentra em especial no sal de cozinha (cloreto de sódio Nacl). Indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edema), dentre outros. Alimentos que devem ser evitados: Embutidos, industrializados e outros alimentos que contém excesso de sal. Alimentos Permitidos: Todos com baixo teor de sódio e os in atura. Dieta Hipocalêmica Dieta com quantidades reduzidas de potássio. Alimentos que devem ser evitados: Amendoim, avelã, castanha de caju, Castanha do pará, nozes, rapadura, melados, chá mate, chá preto, fava, café e outros. Alimentos Permitidos: Abóbora, abobrinha, acelga, agrião, alface, alho, berinjela, brócolis cozido, couve flor, mostarda, repolho, palmito, pepino, chuchu, milho verde, abacaxi, acerola, ameixa fresca, maça e outros. Fonte: Manual de dietas do HPM-PI, 2019. * Dietas mais utilizadas Descrição dos tipos de dietas e modificação consistência e nutrientes ou restrição de alimentos de acordo com Waitzberg (1995). DIETA NORMAL Caraterísticas: conhecida também como dieta geral ou livre, a dieta caracteriza-se pela consistência normal e quantidade suficiente de energia, proteína, carboidratos, lipídios, vitaminas, minerais, entre outros nutrientes, com a finalidade de manutenção da saúde e estado nutricional adequado. Fracionamento: 5-6 refeições/dia Valor calórico: 2.000-2.200 kcal/dia Indicações: Pacientes com ausências de alterações metabólicas importantes ou que não estejam em risco nutricional, portanto, não necessitam de modificações dietéticas específicas. DIETA BRANDA Características: Dieta com valor nutricional similar à dieta normal, caracteriza-se, principalmente, pela atenuação da textura através do processo de cocção das fibras e de verduras/legumes/frutas e tecido conectivo das carnes com a finalidade de facilitar o trabalho digestivo (mastigação/deglutição/digestão/absorção). Fracionamento: 5-6 refeições/dia Valor calórico: 1.8000-2.200 kcal/dia Indicações: indicada para pacientes no pré e pós-operatórios imediatos de diversos procedimentos cirúrgicos (exceto de cirurgias do sistema digestório, para qual é indicada apenas no pós-operatório tardio), afecções gástricas (úlceras e gastrites) e dificuldades em outras funções digestivas. Utilizada na transição entre a dieta pastosa e a normal. LIQUIDA PASTOSA OU PASTOSA LIQUIDIFICADA Características: conhecida como dieta leve ou semilíquida, caracteriza-se pelas preparações de consistência espessada (presença de farináceos ou espessantes artificiais), constituídas de líquidos e alimentos semissólidos, cujos pedaços encontram-se em emulsão. Permite repouso do digestivo, porém apresenta valor nutricional reduzido quando comparada às dietas anteriores. Recomenda-se, se necessário, orientar suplementação. Fracionamento: 5-6 refeições/dia Valor calórico: 1.300-1500 kcal/dia Indicações: Pacientes com função gastrointestinal moderadamente reduzida, intolerâncias aos alimentos sólidos devido à dificuldade de mastigação e deglutição, e evolução de pós-operatório. Utilizada na transição entre dieta líquida pastosa. DIETA LÍQUIDA Características: conhecida também como liquida completa. A dieta apresenta todos os alimentos/preparações na forma líquida e é prescrita para os pacientes que necessitam de mínimo esforço digestivo e pouco resíduo. Devido ai valor nutricional reduzido, geralmente além dos pacientes, deve-se oferecer suplementos alimentares com o intuito de melhorar o aporte energético, proteico, vitamínico e de minerais, e evoluir o mais breve a dieta via oral. Caso não seja possível, recomenda-se a terapia nutricional. Fracionamento: a cada duas horas em ou intervalo menor. Aconselha-se o controle do volume da dieta para evitar distensão abdominal. Valor calórico: 750-1.500 kcal/dia Indicações: pacientes no pós-operatório de cirurgias na boca, plástica de face e pescoço entre outras evoluções de pós-operatórios, fratura de mandíbula, estreitamento esofágico e intolerâncias aos alimentos sólidos. Utilizada na transição entre a dieta liquida restrita e a leve. DIETA ZERO Características: conhecida também como jejum caracteriza-se pela ausência da ingestão de alimentos via oral. Indicações: pacientes em pré e pós-operatório ou preparo de exames agendados, que exijam tal procedimento. Deve-se conhecer/controlar e duração exata do tempo de jejum, evitando que o paciente permaneça com dieta zero além do necessário. DIETA HIPOGLICÍDICA: Características: dieta com consistência de acordo com as necessidades do paciente, adequada em todos os nutrientes, para manter o controle metabólico de glicose evitando alterações dos níveis glicêmicos. Indicação: Pacientes diabéticos tipos I e II. Composição: 1.200-2.600 kcal/dia Carboidrato: mínimo 130 g/dia Proteínas: 15-20% do vet total Lipídeo: 30% do vet total Colesterol: <300 mg Gordura saturada: <7% Fibra: >20% Consumo mínimo de trans. Fracionamento: 5-6 refeições/dia Alimentos permitidos: Hortaliças, leguminosas, frutas, temperos naturais, pão integral, leite desnatado ou semidesnatado, preparações gralhadas, podem ser utilizados adoçantes, como: acesulfame K, aspartame, sacarina, sucralose. Alimentos que devem ser evitados: açúcar refinado e doce em geral, alimentos processados como enlatados, conservas e defumados, carnes ricas em gordura como bacon, pele de galinha e gordura hidrogenada, frituras, confeitarias, recheios e coberturas. DIETA HIPOSSÓDICA Características: dieta composta de alimentos com baixo teor de sódio Indicações: situações clínicas que exijam restrições de sódio, como edema, ascite e doença cardiovascular. Composição: 1.800-2.200 kcal/dia Sódio: 1-3 g/dia intrínseco e extrínseco. Proteína: 70-95 g/dia Fracionamento: 5-6 refeições/dia Alimentos permitidos: todos os alimentos com baixo teor de sódio, alimentos in natura. Alimentos proibidos: embutidos, conservas doces e salgadas, preparações com sal e tempero industrializado, caldo, extrato de carne, carne defumada, queijos, bolachas com sal, aditivos a base de sódio. 4.1.3 Caracterização dos pacientes internados por clínica. Os pacientes são alocados em três enfermarias, sendo duas para setor público (SUS) e uma para setor privado (Convênios), as mesmas são divididas em enfermaria ortopédica, duas enfermarias para cirurgia geral, quanto à separação, ela é feita apenas por sexo. A caracterização do diagnóstico nutricional não foi realizada devido à alta rotatividade dos pacientes no hospital e em razão de não ter uma subdivisão por idade, podendo dificultar o processo de diagnóstico nutricional. 4.3 Realização de estudos de casos clínicos. 4.3.1 Caso Clínico I – Hérnia Inguinal Identificação do Paciente Nome: J. H. N. S. Renda familiar: 2 Salários mínimos Data de Nasc.: 11/04/1957 Cidade onde reside: Teresina Sexo: Feminino Data de admissão: 19/11/2019 Ocupação: Proprietário/ Cozinheira Enfermaria: 117 L 3 Estado civil: Casada Diagnóstico principal: Hérnia Inguinal Escolaridade: Fund. Incompleto Doenças associadas: DM e HAS Doença Principal: Hérnia Inguinal Órgão em estudo: Não existe um órgão especifico em estudo. A hérnia de órgãos intra-abdominais ou extraperitoneais ocorrem em uma abertura na planície miofascial dos músculos oblíquo e transversal (GOULART; MARTINS, 2015). Etiopatogenia e fisiopatologia: Estudos indicam que a o aumento da pressão intra-abdominal não da origem a hérnia inguinal, mas tonaria sintomática. A formação das hérnias inguinais relacionam principalmente os defeitos da sua matriz extra-celular aos defeitos das fibras colágenas e elásticas (TRINDADE, 2016). Manifestações clínicas: A hérnia inguinal desenvolver-se repentinamente ou manifestar-se de forma gradual ao longo do tempo, além disso, pode ser encontrada incidentalmente em exame físico de rotina em pacientes assintomáticos. Os pacientes sintomáticos geralmente relatam dor na virilha e podem sentir uma sensação pesada ou arrastadana virilha. O aumento protuberância da hérnia pode ocorrem com atividade que aumentam a pressão intra-abdominal (LEBLANC; LEBLANC; LEBLANC, 2013). Tratamento: O tratamento da hérnia inguinal sempre que possível ocorre através de reparo cirúrgico para os casos sintomáticos. Estudos recentes indicam que nos casos de pequenas hérnias de primeira ocorrência (assintomáticas ou minimamente sintomáticas) o reparo cirúrgico pode ser dispensado desde que os pacientes sejam orientados sobre os sintomas de estrangulamento e encarceramento e sejam acompanhados regularmente. Diferentes técnicas podem ser utilizadas para o reparo da hérnia como, por exemplo, reparos laparoscópicos e abordagem aberta (LEBLANC; LEBLANC; LEBLANC, 2013). No caso da referida paciente, para a realização do procedimento de hérnioplastia inguinal utilizou-se a abordagem aberta. Hábitos de Vida Consumo de Álcool: ( ) Sim (x) Não Se sim, qual tipo: Frequência: Tabagista: ( ) Sim ( ) Não (x) Ex fumante Se ex fumante, há quanto tempo? 25 anos Pratica exercício físico: ( ) Sim (x) Não Se sim, qual tipo: Frequência: Horas de sono por noite: Consumo de Óleo e Sal: Não foi possível avaliar o consumo da paciente, pois a mesma relata realizar suas refeições no trabalho. Qualidade do sono: (x) Dorme rápido ( ) Demora a dormir (x) Não acorda á noite ( ) Acorda durante a noite (x) Acorda disposto ( ) Acorda cansado Ingestão hídrica: Relata ingerir cerca de 2,5L Horário de maior disposição alimentar: Horário Alergia ou intolerância alimentar: Não apresenta. Aversão Alimentar: Não apresenta. Avaliação Clínico-Nutricional Queixa principal: Relata ter procurado assistência médica após notar protuberância assintomática na região da virilha. História da doença atual: Diagnosticada com hérnia inguinal dois anos após realizar procedimento cirúrgico de histerectomia, paciente encontra-se internada para correção da patologia através de procedimento cirúrgico. História patológica pregressa: Diabetes Mellitus tipo 2, Hipertensão Arterial Obesidade. História de doença familiar: Paciente relata desconhecer histórico de doença familiar. Evolução do paciente 19/11/2019 Admitida para procedimento cirúrgico de hernioplastia inguinal, consciente, orientada, calma, receptiva ao dialogo, afebril e eupneiaca. 20/11/2019 Paciente submetida a procedimento cirúrgico. 21/11/2019 Paciente permanece em observação pós cirurgia com acompanhamento multiprofissional. 22/11/2019 Alta hospitalar médica e nutricional. Medicamentos prescritos: Ácido acetilsalicílico (AAS), Glimepirida, Ramipril, Hidroclorotiazida e Metformina. Interação droga x nutriente Nome Propriedade terapêutica Interação com o alimento Ácido acetilsalicílico (AAS) Anti-inflamatório, Anti-plaquetário é indicado para diminuição da aglutinação plaquetária. Depleção das vitaminas C e K e aumento da excreção renal de tiamina e acido fólico Glimepirida Antidiabético, hipoglicemiante oral promove a liberação de insulina das células β do pâncreas. Quando administrado com alimentos em geral obtém-se um pico de insulina satisfatório para reduzir a glicemia proveniente da alimentação Ramipril Anti-hipertensivo, do tipo IECA (inibidor da enzima conversora de angiotensina) diminuem a pressão arterial e os níveis de angiotensina II Não há indicação de interação. Hidroclorotiazida Diurético, anti-hipertensivo Alimentos de modo geral aumentam sua absorção e depleção de sódio. Metformina Antidiabético aumenta a captação e o uso de glicose pelos tecidos-alvo, diminuindo, assim, a resistência à insulina. Diminui a absorção de vitamina B12 Exames solicitados e avaliação bioquímica Data Exame bioquímico Resultado Valor de referência Diagnóstico 06/09 Glicose 145 60 - 99 Alterado 06/09 Hemoglobina Glicada 7,90 % 4 – 6 % Alterado 06/09 Ureia 33 mg/DL 15 – 36 mg/DL Adequado 06/09 Creatinina 0,60 0,52 – 1,04 Adequado 06/09 Total de Coagulação 9:30 min. 10:00 min. Adequado 06/09 Total de Sangramento 1 min. Até 4 min. Adequado 06/09 Prova do Laço Negativo Negativo Adequado 06/09 Retratação do Coagulo Completo Completo Adequado Evolução Dietoterápica 19/11/2019 Paciente admitida com dieta de consistência branda, hipossódica, com indicação de jejum a partir das 22 horas. 20/11/2019 Paciente permaneceu em dieta zero para realização de procedimento cirúrgico. 21/11/2019 Dieta de consistência branda, hipossódica e hipolipídica prescrita a partir das 16 horas. 22/11/2019 Paciente recebe alta hospitalar permanecendo em dieta branda. Avaliação antropométrica Parâmetro Valor Classificação Peso Atual (Kg) 86,7 - Peso Usual (Kg) 88,0 - Peso Ideal (Kg) 50,82 - Adequação do Peso (%) 138,98 Obesidade Peso Ajustado 77,73 - Altura (cm) 1,52 - IMC 37,52 Excesso de Peso CB (cm) 40 >p95 - Obesidade Adequação da CB (%) 125,0 Excesso de Peso CMB (cm) 29,54 >p95 - Obesidade Adequação da CMB (%) 131,28 Excesso de Peso PCT (mm) 33,3 p75-p85 - Eutrofia Adequação da PCT (%) 128,08 Excesso de Peso CC 107 Risco muito elevado CQ 123 - RCQ 0,86 Risco Diagnóstico Nutricional: Em decorrência do quadro de obesidade, DM2, HAS e parâmetros antropométricos alterados a paciente apresenta síndrome metabólica. O diagnóstico foi realizado através da National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII). Anamnese Alimentar Inquérito da dieta habitual Horário Refeição Alimentos Medida Caseira 8:30 Café da Manhã Pão francês Queijo Mussarela Margarina Café c/ Leite 2-3 Unidades 3 Fatias 6 Pontas de faca 1 Xícara de Chá 11:00 Lanche Manga (manguita) 10 - 15 Unidades 14:00 Almoço Maria Izabel ou Baião Carne de Gado c/ Caldo Salada cozida c/ maionese 3 Escumadeiras 1 Pedaço (M) 1 Col. Sopa cheia 21:00 Jantar Nescau + Leite ou Pão ou Bolo ou Biscoito 1 Xícara de Chá Comentário da dieta habitual: Através do inquérito alimentar é possível verificar que a dieta habitual da paciente é baseada em alimentos ricos em gorduras e fontes de carboidratos simples. Os carboidratos simples estariam relacionados às alterações dos parâmetros bioquímicos (Glicose e HbA1c) apresentados em seu ultimo exame que são de suma importância para a paciente que é diabética. É possível perceber ainda que a dieta é pobre em fibras e tem pouca variedade de frutas. Prescrição Dietoterápica Tipo e características da dieta Dieta oral de consistência branda, fracionada em 6 refeições/dia com volume por refeição diminuído. Hipocalórica, para propiciar a perda de peso; Normoproteíca, para manutenção da massa magra; Hipoglicidica, para oferta de energia. Preferência por carboidratos complexos, para evitar a hiperglicemia pós-prandial; Hipolipídica com preferência pelos ácidos graxos mono e poliinsaturados, restrição de ácidos graxos saturados e de colesterol dietético; Hipossódica para auxílio no controle pressórico. Cálculo do VET e macronutrientes GEB= 655,1 + 9,56 x 77,73 + 1,85 x 1,52 – 4,68 x 62 GEB= 655,1 + 743,09 + 2,812 – 290,16 GEB= 1.110,84 Kcal NET= 1.110,84 x 1,2 x 1,2 x 1,1 NET= 1.759,59 Kcal Proteína: 1g x 77,7kg = 77,7g x 4 Kcal = 310,9 Kcal 1.759,59 ___ 100% 310,9 ___ X x = 17,62% Lipídeos: 25% do VET (439,89 Kcal / 9 Kcal = 48,97g) 100% ___ 1.759,59 25% ___ X x = 439,89 Kcal Carboidratos: 57,38% do VET (1.009,64 Kcal / 4 Kcal = 48,97g) 100% ___ 1.759,59 57,38% ___ X x = 1.009,64 Kcal MACRONUTRIENTES Nutriente g/Kg/Dia g/Dia Kcal % Proteína 1 77,7 310,9 17,62 Carboidratos 3,24 252,4 1009,69 57,38 Lipídios 0,63 48,87 437,89 25 Quantidade recomendada de fibras e micronutrientes Micronutrientes Valores encontrados na Dieta Recomendação Fibras 38,88g 30 – 50g Sódio 1.124,89mg Até 2.000mg Cálcio 1.026,53mg 1,200mg Magnésio 303,7mg 320mg Potássio 2790,5mg 4,7g Vitamina C 332,56mg 75mg Vitamina B1 1,01mg 1,1mg VitaminaB9 175,9mcg 400mg Vitamina B12 4,58mcg 2,4mg Cardápio qualitativo e quantitativo Horário Refeição Preparação Alimentos Medida Caseira 07:30 Café da Manhã Sanduiche Pão Integral 2 Fatias Queijo Ricota 1 Fatia Margarina 1 Colher de chá Café Café preto 1 Xícara de Chá Fruta Manga 1 Und. Pequena 9:30 Lanche da Manha Vitamina de Abacate Leite desnatado 1 Copo Americano Abacate 1 Fatia pequena Torrada Torrada Integral 4 Unid. 13:00 Almoço Salada Cozida Cenoura Beterraba Batata doce 1 Colher de servir cheia Baião de Dois Arroz Branco + Feijão 3 Colheres de Servir Filé Grelhado Carne Bovina Magra 1 Pedaço pequeno Suco Natural Suco de Laranja 1 Copo Americano 15:00 Lanche da Tarde Salada de Frutas Banana (nanica) Mamão Maçã Laranja 1 Unid. Pequena 1 Fatia Média 1 Und. Pequena 1 Unid. Pequena 20:00 Jantar Panqueca Aveia 2 Colheres de sopa cheia Leite desnatado 2 Colheres de sopa cheia Ovo 1 und Orégano* *A gosto Achocolatado Achocolatado sem açúcar 2 Colheres de sopa cheia Leite desnatado 1 Copo Americano Fruta Laranja 1 Unid. 22:00 Ceia Fruta Maça 1 Unid. Análise da dieta do cardápio quantitativo Nutrientes/VET Valor Encontrado (Kcal) Valor Recomendado (Kcal) Adequação (%) Energia 1.749,9 1.759,5 99,5 Proteína 329,3 310,8 105,9 Carboidratos 1.060,4 1.009,6 105 Lipídeos 383,6 439,8 87,3 Comentários da prescrição dietoterápica Os alimentos prescritos no plano alimentar visam suprir as necessidades nutricionais do paciente e contribuir no pós-operatório, com o intuito de promover um melhor controle glicêmico e priorizar nutrientes no processo de cicatrização. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL Preferir: · Carnes magras em preparações assadas, grelhadas ou cozidas; · Alimentos integrais como pão, arroz e macarrão; · Leite / Iogurte / Coalhada desnatados, queijos brancos (frescal ou riccota); · Óleos Vegetais: azeite de oliva, soja, girassol e milho; · Alimentos ricos em potássio: inhame, feijão preto, lentilhas, couve flor, espinafre; · Temperos como alho, salsa, coentro, cebola, cebolinha; · Peixes: sardinha, atum, cavala e salmão. Evitar: · Carnes gordas e frituras; · Embutidos: linguiça, mortadela, salame, calabresa; · Enlatados: molhos de tomate, azeitonas, picles, salsicha; · Produtos industrializados; · Salgados: carne-seca, toucinho, bacon, aves/peixes defumados; · Leite Integral, Iogurte Integral, queijos amarelados. As refeições devem ser fracionadas e apresentar volume diminuído a fim de evitar grandes picos de hiperglicemia, ainda, deve ser realizado em ambiente tranquilo sem distração com aparelhos eletrônicos. É recomendada a prática de atividade física aliada à reeducação alimentar para o controle de peso, DM e HAS. Quanto à ingestão hídrica recomenda-se o consumo de no mínimo 3,5L de água. 4.3.2 Caso Clínico II – Ortopédica Identificação do Paciente Nome: M. D. S. O. Renda familiar: 1 Salário mínimo Data de Nasc.: 25/02/1965 Cidade onde reside: Teresina Sexo: Feminino Data de admissão: 18/11/2019 Ocupação: Dona de casa Enfermaria: 208 L 2 Estado civil: Viúva Diagnóstico principal: Cirurgia ortopédica Escolaridade: Fund. Incompleto Doenças associadas: Gastrite e depressão. Doença Principal: Gastrite crônica Órgão em estudo: Estômago Etiopatogenia e fisiopatologia: A Gastrite crônica é uma das inflamações mais comuns com apresentando-se ou não com sequelas graves, como ulceras péptica e câncer gástrico, a maioria dos indivíduos acometidos tem como fator desencadeador a helicobacter pylori que associados variação da microbiota estomacal e a hábitos de vida como dieta e influencias dos fatores genéticos podem potencializar o surgimento da doença (SIPPONEN; MAAROOS, 2016). Ainda de acordo com CUPPARI, L (2014), a Inflamação da mucosa apresenta-se como curta duração e desaparece na maioria das vezes sem deixar sequelas. Pode ser provocada por diversos fatores como uso de medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, situações de estresse. A mesma tem como ponto central o desequilíbrio entre os fatores que agridem a mucosa como ácido clorídrico, pepsina, bile, medicamentos ulcerogênicos, e os que a protegem, como barreira mucosa, prostaglandinas e secreção mucosa, sendo este desequilíbrio o ponto de partida para a lesão da mucosa. Manifestações clínicas: Dor na região do estomago, vômitos, refluxo, sensibilidade a maioria dos alimentos nos momentos de crise. Tratamento: Dietoterápico: Evitar consumo de alimentos flatulentos e fermentáveis, alimentos picantes e irritantes. Medicamentoso: Antiácidos e outros para tratar as úlceras ou H. pylori quando houver associação. Hábitos de Vida Consumo de Álcool: (x) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo: Cerveja Frequência: 1x por semana Tabagista: (x) Sim ( ) Não ( ) Ex fumante Se fumante, há quanto tempo? 40 anos Pratica exercício físico: (x) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo: Caminhada Frequência: 5x por semana Horas de sono por noite: 8 horas Consumo de Óleo: 1,5 L por mês Qualidade do sono: (x) Dorme rápido ( ) Demora a dormir (x) Não acorda á noite ( ) Acorda durante a noite (x) Acorda disposto ( ) Acorda cansado Consumo de Sal: 600 – 800 g por mês Ingestão hídrica: Relata ingerir cerca de 2,0L Horário de maior disposição alimentar: Horário do almoço Alergia ou intolerância alimentar: Não apresenta. Aversão Alimentar: Não apresenta. Avaliação Clínico-Nutricional Queixa principal: Dor escapular fratura necessitando de cirurgia de clavícula, apresenta quadro de ansiedade associada à depressão e gastrite crônica. História da doença atual: A paciente se envolveu em um acidente pelo qual comprometeu a clavícula, passou cinco dias aguardando transferência do HUT para o HPM, a mesma encontra-se em observação para realização de procedimento cirúrgico para corrigir a fratura, quando admitida observou-se diagnóstico de depressão e gastrite. História patológica pregressa: Paciente diagnosticada com depressão e gastrite. História de doença familiar: Paciente relata desconhecer histórico de doença familiar. Evolução do paciente 18/11/2019 Admitida para tratamento cirúrgico de fratura de clavícula, consciente, orientada, calma, receptiva ao diálogo, deambulando sem o auxilio, nega outras comorbidades. 19/11/2019 Permaneceu em observação, aguardando o procedimento cirúrgico. 21/11/2019 Realizou procedimento cirúrgico 22/11/2019 Alta hospitalar, médica, nutricional. Medicamentos prescritos: Ranitidina (150 mg) 2 vezes ao dia; Fluoxetina (10 mg) 2 cápsulas , vez ao dia; Clonazepam (20 mg) 2-3 vezes/ dia Interação droga x nutriente Nome Propriedade terapêutica Interação com o alimento Ranitidina Indicada para o tratamento de úlcera no estômago ou no duodeno e para o tratamento de problemas relacionados com refluxo de ácido do estômago para o esôfago, excesso de ácido no estômago indigestão ou azia. Não há relato de interações fármaco x nutriente, porém o mesmo causa alterações no pH gástrico Fluoxetina Indicado para o tratamento da bulimia nervosa, do transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Não há indicação de interação drogra x nutriente. Clonazepam Indicado no tratamento de crises epilépticas, espasmos infantis, transtornos de ansiedade e de humor, síndromes psicóticas. O suco de toranja pode contribuir para o aumento das concentrações plasmáticas do fármaco. A cafeína pode resultar na diminuição dos efeitos sedativos e ansiolíticos do Clonazepam. Exames solicitados e avaliação bioquímica Não foi possível observar os exames. Evolução Dietoterápica 18/11/2019 Paciente admitida com dieta de consistência branda, sem irritantes gástricos. 19/11/2019 Paciente foi induzida a ficar de dieta zero para realização de procedimento cirúrgico. 20/11/2019 Dieta de consistência branda, sem irritantes gástricos. 21/11/2019 Paciente recebe alta hospitalarpermanecendo em dieta branda. Avaliação antropométrica Parâmetro Valor Classificação Peso Atual (Kg) 49,5 - Peso Usual (Kg) 51,5 - Peso Ideal (Kg) 48,84 - Adequação do Peso (%) 101,43 Eutrófica Peso Ajustado - - Altura (cm) 1,49 - IMC 22,29 Eutrófica CB (cm) 27,5 p16-p85 - Média Adequação da CB (%) 89,9 Desnutrição leve CMB (cm) 22,58 p16-p85 - Média Adequação da CMB (%) 67,60 Desnutrição grave PCT (mm) 15,67 p5-p15 – Abaixo da média Adequação da PCT (%) 61,45 Desnutrição grave CC 79 Adequado CQ 89 - RCQ 88 Risco Diagnóstico Nutricional: Paciente diagnosticada com fratura escapular apresenta quadro de gastrite crônica e ansiedade associada à depressão, encontra-se em estado de desnutrição grave de acordo com os parâmetros antropométricos, e risco de desenvolver doenças cardiometabólicas de acordo com a RCQ, caracterizando-se como uma paciente atípica. Anamnese Alimentar Inquérito da dieta habitual Horário Refeição Alimentos Medida Caseira 8:30 Desjejum Café preto, cuscuz, pão, bolo 1 fatia M cuscuz; 1 unidade pão; 1 fatia grande de bolo. 9:00 Lanche da manhã Café preto, ou frutas: banana, maça, laranja. Xícara de café pequena cheia; 1 unidade de fruta 10:30 Almoço Carne de porco, frango cozido ou peixe, baião, salada crua, macarrão, banana. 1 pedaço pequeno da proteína (pé, pescoço, costela); 5 colheres de arroz de servir cheias; 1 unidade de fruta 13:00 1° Lanche da tarde Costuma repetir um pouco da mesma refeição ofertada no almoço - 14:30 2° Lanche da tarde costuma repetir o desjejum - 20:00 Jantar Ovo frito, sardinha, carne de sol, baião. 1 unidade de ovo; Metade da sardinha; 5 colheres de arroz de servir cheias. Comentário da dieta habitual: Apresenta hábitos alimentares monótonos com alimentação restrita aos mesmos alimentos durante o dia, pouca variação nos alimentos consumidos, desregulação nos horários em que se alimenta, apresenta consumo diariamente de compostos irritantes como o café, dieta com pouca variedade de fibras, e permanecendo longos períodos sem se alimentar podendo estes hábitos influenciar na piora da gastrite. Prescrição Dietoterápica Tipo e características da dieta Dieta via oral branda normocalórica sem irritantes gástricos, hiperprotéica visando melhora do quadro de desnutrição grave, normoglicidica dando prioridade aos carboidratos de baixo índice glicêmico, normolipidica priorizando os ácidos graxos mono e poliinsaturados. Cálculo do VET e macronutrientes GEB=655,1+9,56+51,5+1,85x1,49-6,68x54 GEB=655,1+492,34+2.7565-360,72 GEB=1.150,20-360,72=789,47 kcal NET=789,47x1,1x1,5x1,3 NET =1.693,42 Kcal/dia PROTEÍNAS: 1,2x51,5=61,8x4=247,2kcal 1.693,42 ___ 100% 247,2 ___ X x = 14,6% LIPÍDEOS: 28,23% do VET (478,05 Kcal / 9 Kcal = 53,12g) 100% ___ 1.693,42 28,23 ___ X x = 478,05 Kcal CARBOÍDRATOS: 57,17 % do VET (968,2 Kcal / 4 kcal = 242,05g) 100% ___ 1.693,42 57,17% ___ X x = 968,2 Kcal Nutrientes g/kg/dia g/dia Kcal %VET Proteína 1,2 61,8 247,2 14,6 Carboidratos 4,7 242,05 968,2 57,17 Lipídeos 1,03 53,12 478,05 28,23 Quantidade recomendada de fibras e micronutrientes Micronutrientes Valores encontrados na Dieta Recomendação Vitamina D 0,37 mcg 10 ug/d Vitamina B9 141,12 mcg 400 µg/d Magnésio 188,49 mg 320mg/d Zinco 6,54 mg 8mg/d Ferro 6,73 mg 8mg/d Sódio 811,47 mg 1,3g/d Cálcio 664,61 mg 1.200 mg/d Vitamina B12 1,35 mcg 2.4 µg/d Cardápio qualitativo e quantitativo Horário Refeição Preparação Alimentos Medida Caseira 07:30 Café da Manhã Café com Leite Café preto Xicara De Cha: 1 Leite desnatado 1 Colher de sopa Pão Pão, trigo, forma, integral. 2 unidades Margarina Margarina s/ sal 1 Colher de chá rasa Fruta Banana 1 Und. Pequena 10:30 Lanche da Manha Salada de frutas simples com Iogurte Laranja Xícara de chá Maçã Banana Mamão Iogurte de qualquer sabor 4 colheres de sopa 13:00 Almoço Salada Crua Alface Cenoura Pepino Tomate 1 escumadeira cheia Azeite Azeite de oliva 1 fio de azeite sobre a salada Arroz Branco Arroz Tipo 1 3 Colheres de Sopa Cheia Frango cozido Sobrecoxa 1 Pedaço Fruta Maça 1 unidade 16:00 Lanche da Tarde Panqueca De Aveia Aveia 2 Colheres de sopa cheia Leite desnatado 2 Colheres de sopa cheia Ovo 1 und. Orégano* *A gosto Queijo Queijo coalho 1 fatia pequena Caldo de cana Caldo de cana 1 caneca 21:00 Ceia Tapioca Tapioca de goma 1 unidade pequena Peito frango cozido desfiado com cenoura Peito frango desfiado 2 Colheres de sopa cheia Cenoura ralada 1 Colher de sopa cheia Suco Suco de goiaba 1 copo americano cheio Margarina sem sal Margarina 1 colher de café ANÁLISE DA DIETA DO CARDÁPIO QUANTITATIVO Nutrientes/VET Valor Encontrado (Kcal) Valor Recomendado (Kcal) Adequação (%) Energia 1.704,78 1.693,42 100,7 Proteína 242,08 247,2 97,92 Carboidratos 1.065,92 968,2 110,0 Lipídeos 450,63 478,8 94,1 Comentários da prescrição dietoterápica Os alimentos prescritos no plano alimentar visam suprir as necessidades nutricionais do paciente e contribuir no pós-operatório, com o intuito de promover uma melhor adequação de peso e priorizar nutrientes no processo de cicatrização, bem como contribuir para melhora no quadro da gastrite. É importante ressaltar que os alimentos inseridos no cardápio que possivelmente possam ser fatores irritantes devem ser consumidos de acordo com aceitação do paciente. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PREFERIR: · Verduras e legumes como: alface, cheiro-verde, espinafre, tomate, vegetais folhosos à vontade; · Comer alimentos ricos em proteínas como: clara de ovo, carnes magras, leite desnatado, queijos sem gorduras (frescal, minas, ricota). EVITAR: · Bebidas alcoólicas: irritante gástrico; · Café: aumenta a produção de ácido gástrico; · Chocolate: Contém as xantinas; · Refrigerantes a base de cola; · Aumento da produção ácida e distensão gástrica; · Pimenta vermelha: capsaina; pimenta preta: irritante; mostarda. Evitar Alimentos fritos, gordurosos e ultraprocessados como: linguiça, picanha, bacon, presunto, feijoada, panelada, carne de porco, e outros. Não consumir condimentos e alimentos picantes como: pimenta-do-reino, pimenta malagueta, mortadela, molho inglês, pimentão, pois irritam o estômago. Preferir alimentos naturais e minimamente processados como frutas verduras e vegetais, priorizando inserir uma variedade de fibra na alimentação, evitar longos períodos em jejum, ingerir uma quantidade adequada de líquidos durante o dia (2,500ml/dia). 4.3.3 Caso Clínico III – Laqueadura Identificação do Paciente Nome: R. M. F. S. Renda familiar: 1 Salário mínimo Data de Nasc.: 13/02/1981 Cidade onde reside: Campo Maior Sexo: Feminino Data de admissão: 25/11/2019 Ocupação: Dona de casa Enfermaria: 113 L 3 Estado civil: União estável Diagnóstico principal: Laqueadura Escolaridade: Fund. Completo Doenças associadas: Não apresenta Diagnostico Principal: Procedimento cirúrgico de laqueadura Órgão em estudo: Útero Etiopatogenia e fisiopatologia: Não apresenta. Manifestações clínicas: Não apresenta. Tratamento: Procedimento cirúrgico denominado laqueadura ou ligadura de trompas consiste em contar ou ligar as trompas que unem os ovários ao útero. É um método de esterilização cirúrgica feminina considerada seguro e irreversível, indicadas às mulheres que não desejam ter filhos ou não podem ter por motivos de saúde. Segundo a literatura médica este procedimento pode ser executado de diversas formas, tais como: colocando anéis de plástico nas trompas; queimando-as; cortando-as, realizando o ligamento das trompas com fio de sutura ou utilizando clipes de titânio. Hábitos de Vida Consumo de Álcool: (x) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo: Cerveja Frequência: SocialmenteTabagista: ( ) Sim (x) Não ( ) Ex fumante Se ex fumante, há quanto tempo? Pratica exercício físico: ( ) Sim (x) Não Se sim, qual tipo: Frequência: Horas de sono por noite: 6 horas Consumo de Sal: Consume cerca de 300 a 350g/mês. (Relatou que o pacote de 1kg dura cerca de 3 meses). Qualidade do sono: (x) Dorme rápido ( ) Demora a dormir (x) Não acorda á noite ( ) Acorda durante a noite (x) Acorda disposto ( ) Acorda cansado Consumo de Óleo: Consume cerca de 700ml/mês. (Relatou que um 1L de óleo dura 2 meses e consome mais 1 garrafinha com cerca de 200ml de azeite de coco). Ingestão hídrica: de 2 à 3 litros por dia. Horário de maior disposição alimentar: Por volta do meio dia (horário do almoço). Alergia ou intolerância alimentar: Não apresenta. Aversão Alimentar: Relata não consumir peixe. Avaliação Clínico-Nutricional Queixa principal: Paciente procura assistência médica para realização de procedimento contraceptivo definitivo. História da doença atual: Paciente não apresenta comorbidades. História patológica pregressa: Não apresenta. História de doença familiar: Paciente relata desconhecer histórico de doença familiar. Evolução do paciente 25/11/2019 Paciente admitida apresenta-se orientada, consciente, ambulante, calma, receptiva ao dialogo, afebril e eupnéiaca, para procedimento cirúrgico de laqueadura. 25/11/2019 Paciente submetida a procedimento cirúrgico. 25/11/2019 Paciente permanece em observação pós-cirúrgica com acompanhamento multiprofissional. 26/11/2019 Alta hospitalar médica e nutricional. Medicamentos prescritos: Dipirona 3,0 cc via endovenosa; Plasil 01 ampola, via endovenosa (em caso de vômito); Interação droga x nutriente Nome Propriedade terapêutica Interação com o alimento Norestin Anticoncepcional Não há dados de interação com alimentos Dipirona Analgésico, Apresenta propriedades antitérmicas Não há dados de interação com alimentos. Plasil Utilizado em distúrbios da motilidade gastrintestinal e em náuseas e vômitos de origem central e periférica Não há dados de interação com alimentos Exames solicitados e avaliação bioquímica Data Exame bioquímico Resultado Valor de referência Diagnóstico 26/09/2019 Beta HCG <1,20 mUI/mL < 5,0 não gravida Não gravida 26/09/2019 Hemoglobina 13,2 g/dL 11,5–16,4g/dL Adequado 26/09/2019 Glicemia 113 70 – 99 mg/dL Alterado 23/11/2019 Beta HCG <2,39 mUI/mL < 25 mUI/mL Não gravida Evolução Dietoterápica 25/11/2019 Paciente admitida com dieta zero, permanecendo até a realização do procedimento cirúrgico. 25/11/2019 Paciente permanece de dieta zero no pós-operatório. 26/11/2019 Paciente recebe alta hospitalar evoluindo para dieta branda. Avaliação antropométrica Parâmetro Valor Classificação Peso Atual (Kg) 65,4 - Peso Usual (Kg) 65,4 - Peso Ideal (Kg) 56,32 - Adequação do Peso (%) 116,12 Sobrepeso Peso Ajustado 63,13 - Altura (cm) 1,60 - IMC (Kg/m²) 25,54 Pré-obeso CB (cm) 31 p50-p75 = Média Adequação da CB (%) 105,4 Eutrofia CMB (cm) 23,99 - Adequação da CMB (%) 110,04 Eutrofia PCT (mm) 22,33 p25-p50 = Média Adequação da PCT (%) 95,02 Eutrofia CC 94 Risco Muito Elevado CQ 99 - RCQ 0,94 Risco Diagnóstico Nutricional: Segundo parâmetros antropométricos a paciente apresenta sobrepeso e risco muito elevado de complicações associadas à obesidade. Anamnese Alimentar Inquérito da dieta habitual Horário Refeição Alimentos Medida Caseira 07:00 Café da Manhã Cuscuz de Milho 1 Fatia Média Margarina 1 Colher de sopa Café Preto 2 Xícara de chá Leite pó (Integral) 2 Colheres de sopa 09:00 Lanche da Manhã Banana 1 Unidade 12:00 Almoço Arroz 1 e 1/2 Colher de Servir Feijão 2 Colheres de Servir Carne bovina cozida 2 Pedaços Grandes Salda Crua (alface, tomate e pepino) À vontade 15:00 Lanche da Tarde Melancia 1 - 2 Fatias 19:00 Jantar Macarrão Instantâneo 1 Pacote Ovo 1 Unidade Coca-Cola 2 Copos Comentário da dieta habitual: A dieta apresenta alimentos variados aparentemente equilibrados, porém observa-se a presença de produtos industrializados que podem em longo prazo acarretar deficiências nutricionais além do excesso de calorias vazias resultando no diagnostico atual de sobrepeso e consequentemente favorecendo o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. Prescrição Dietoterápica Tipo e características da dieta Dieta oral de consistência livre, fracionada em 6 refeições/dia. Normocalórica, para proporcionar aporte adequado de energia no pós-operatório; Hiperproteíca, para manutenção dos tecidos; Normoglicidica, para oferta adequada de energia (preferência por carboidratos complexos); Hipolipídica com preferência pelos ácidos graxos mono e poliinsaturados, restrição de ácidos graxos saturados e de colesterol dietético. Cálculo do VET e macronutrientes GEB= 655,1 + 9,56 x 63,13 + 1,85 x 1,60 – 4,68 x 38 GEB= 655,1 + 603,5 + 2,96 – 177,84 GEB= 1.083,7 Kcal NET= 1.083,7 x 1,25 x 1,3 x 1,1 NET= 1.937,19 Kcal Proteína: 1,1g x 63,13kg = 69,44g x 4 Kcal = 277,77 Kcal 1.937,19 ___ 100% 277,77 ___ X x = 14,33% Carboidratos: 60% do VET (1.937,19 Kcal / 4 Kcal = 290,57g) 100% ___ 1.937,19 60% ___ X x = 1.162,31 Kcal Lipídeos: 25,66% do VET (497,08 Kcal / 9 Kcal = 55,23g) 100% ___ 1.937,19 25,66% ___ X x = 497,08 Kcal MACRONUTRIENTES Nutriente g/Kg/Dia g/Dia Kcal % Proteína 1,1 69,44 277,77 14,33% Carboidratos 4,6 290,57 1.162,3 60% Lipídeos 0,87 55,23 497,08 25,66% Quantidade recomendada de fibras e micronutrientes Micronutrientes Valores encontrados na Dieta Recomendação Fibras 19,94 g 25 g Sódio 1.213,20 mg 1,500 mg Magnésio 241,11 mg 320 mg Potássio 2.370,84 mg 4,700 mg Ferro 9,04 mg 18 mg Zinco 8,96 mg 8 mg Vitamina C 196,94 mg 75 mg Vitamina B1 1,41 mg 1,1 mg Vitamina B9 201,16 mcg 400 mcg Vitamina B12 4,54 mcg 2,4 mg Cardápio qualitativo e quantitativo Horário Refeição Preparação Alimentos Medida Caseira 07:30 Café da Manhã Café com Leite Café preto 1 Xícara de chá Leite em pó 1 Colher De Sopa Cuscuz de Milho Cuscuz 1 Fatia Fruta Banana 1 Unidade 09:30 Lanche da Manhã Biscoito Biscoito cream cracker 3 Unidades Vitamina Vitamina de abacate 1 Copo Fruta Maçã 1 Unidade 12:30 Almoço Arroz Arroz integral 2 Colher de Servir Rasa Feijão Feijão 1 e ½ Colher de servir Carne Cozida Carne bovina Cozida 2 Pedaços Salada Alface Tomate Pepino 2 Colher Azeite de oliva 1 Colher de sopa Suco Suco de Laranja 1 Copo 16:30 Lanche da Tarde Achocolatado Leite integral 1 Copo Nescau Nestlé 2 Colheres Ovo Ovo Cozido 2 Unidades Fruta Melancia 1 Fatia 20:30 Jantar Macarrão com carne moída Macarrão com carne moída 2 Colher de Servir Suco Suco de maracujá 1 Copo médio Fruta Mamão Formosa 1 Fatia Média Análise da dieta do cardápio quantitativo Nutrientes/VET Valor Encontrado (Kcal) Valor Recomendado (Kcal) Adequação (%) Energia 1.885 1.937,19 97,3 Proteína 283,04 277,77 101,89 Carboidratos 1121,84 1.162,3 96,5 Lipídeos 491,13 497,08 98,8 Comentários da prescrição dietoterápica Os alimentos prescritos no plano alimentar visam suprir as necessidades nutricionais do paciente e contribuir no pós-operatório, com o intuito de promover adequado aporte energético e priorizar nutrientes no processo de cicatrização, porém não foi possível adequar quantitativamente o cardápio devido aos hábitos atuais já estabelecidos. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL Preferir: · Carnes magras em preparações assadas, grelhadas ou cozidas; · Alimentos integrais como pão, arroz e macarrão; · Leite / Iogurte / Coalhada desnatados, queijos brancos (frescal ou riccota); · Óleos Vegetais: azeite de oliva, soja, girassol e milho; · Alimentosricos em potássio: inhame, feijão preto, lentilhas, couve flor, espinafre; · Temperos como alho, salsa, coentro, cebola, cebolinha; · Peixes: sardinha, atum, cavala e salmão. Evitar: · Carnes gordas e frituras; · Embutidos: linguiça, mortadela, salame, calabresa; · Enlatados: molhos de tomate, azeitonas, picles, salsicha; · Produtos industrializados; · Salgados: carne-seca, toucinho, bacon, aves/peixes defumados; · Leite Integral, Iogurte Integral, queijos amarelados. As refeições devem ser fracionadas e apresentar volume diminuído, deve ser realizado em ambiente tranquilo sem distração com aparelhos eletrônicos. É recomendada a prática de atividade física aliada à reeducação alimentar para o controle de peso. Quanto à ingestão hídrica recomenda-se o consumo de no mínimo 3L de água/dia. 4.5.4 Caso Clínico IV – Mioma Identificação do Paciente Nome: E. S. L. Renda familiar: 1 Salário mínimo Data de Nasc.: 29/04/1979 Cidade onde reside: Barro Duro (PI) Sexo: Feminino Data de admissão: 25/11/2019 Ocupação: Balconista Enfermaria: 113 L1 Estado civil: Casada Diagnóstico principal: Mioma Escolaridade: Ens. Médio Completo Doenças associadas: Não Apresenta Doença Principal: Mioma Submucoso Órgão em estudo: Útero Etiopatogenia e fisiopatologia: De acordo com a literatura, miomas são tumores dependentes estrogênio, podendo atingir um tamanho considerável sob a influência desse hormônio, isso foi observado pelo fato de que eles tendem a sofrer involução após a menopausa, assim como sob efeito do tratamento com agonistas do Gonadotropin Releasing Hormone (GnRH). Existem evidências de que a progesterona também exerça um papel de estímulo ao crescimento tumoral, 1,4 além de outros fatores de crescimento locais (AVELINO, 2016). Manifestações clínicas: O mioma submucoso é o tipo de mioma que mais apresenta sintomas, principalmente sangramentos anormais que pode ser fora do período menstrual, anormal, anemia ferropriva, devido ao sangramento excessivo, Compressão de órgãos próximos (ALMEIDA et al. 2015). Tratamento: Cirúrgico- Histerectomia O tratamento para o mioma submucoso é estabelecido pelo ginecologista e é feito através da histeroscopia, que corresponde a um procedimento cirúrgico, feito sob anestesia ou sedação, e que tem como objetivo remover o mioma. Além disso, o ginecologista pode indicar o uso de alguns medicamentos para aliviar os sintomas a partir da redução do tamanho do mioma ou do sangramento, além de melhorar as condições gerais da mulher para que a cirurgia seja menos invasiva. Hábitos de Vida Consumo de Álcool: (x) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo: cerveja. Frequência: socialmente Tabagista: ( ) Sim (x) Não ( ) Ex fumante Se ex fumante, há quanto tempo? Pratica exercício físico: (x) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo: musculação. Frequência: 5 vezes por semana Horas de sono por noite: Consumo de Óleo: 5L de óleo por mês. Qualidade do sono: ( ) Dorme rápido (x) Demora a dormir ( ) Não acorda á noite (x) Acorda durante a noite ( ) Acorda disposto (x) Acorda cansado Consumo de Sal: 1 kg por mês. Ingestão hídrica: 3L por dia Horário de maior disposição alimentar: Horário do almoço. Alergia ou intolerância alimentar: Não apresenta Aversão Alimentar: Leite Avaliação Clínico-Nutricional: Queixa principal: Paciente relata procurar ter procurado assistência medica após vários episódios de sangramento e dores na região pélvica. História da doença atual: Diagnosticada com mioma submucoso após realizar episódios de sangramento e realização de exame de ultrassonografia, paciente encontra-se internada para correção da patologia através de procedimento cirúrgico. História patológica pregressa: Não apresenta. História de doença familiar: Paciente relata que pai sofre de DM e HAS. Evolução do paciente 25/11 Paciente admitida para procedimento de histerectomia total, consciente, orientada, calma, receptiva ao dialogo, afebril, eupnéica, normotensa, normocorada. 26/11 06hr - Permanece aguardando cirurgia, em repouso, consciente, orientada e fasica; 12hr – Encaminhada para centro cirúrgico; 17hr – Apresenta vômito. 27/11 Paciente permanece em observação pós cirurgia com acompanhamento multiprofissional. 28/11 Alta hospitalar médica e nutricional. Medicamentos prescritos: Dipirona 500mg, Plasil 20mg, Tilatil 10mg e Ceftriaxona 1g. Interação droga x nutriente Nome Propriedade terapêutica Interação com o alimento Dipirona Analgésico, apresenta propriedades antitérmicas. Não há dados de interação com alimentos. Plasil Utilizado em distúrbios da motilidade gastrintestinal e em náuseas e vômitos de origem central e periférica. Não há dados de interação com alimentos. Tilatil Anti-inflamatório não esteroide (AINE) apresenta propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antipiréticas e também inibidoras da agregação plaquetária. Não há interação com alimentos. Ceftriaxona Antibiótico Não há dados de interação com alimentos. Exames solicitados e avaliação bioquímica Data Exame bioquímico Resultado Valor de referência Diagnóstico 23/09 Glicose Jejum 88 mg/dL 66-99 mg/dL Adequado 23/09 Temp. de Coagulação 6 min 4 – 12 min Adequado 23/09 Temp de Sangramento 1 min 1 – 4 min Adequado 23/09 Retração do Coágulo Normal Normal Adequado 23/09 Prova do Laço Negativo Negativo Adequado 23/09 Hemácias 3,7 M/mm³ 4 – 5,9 M/mm³ Adequado 23/09 Hemoglobina 9,0 g/dL 12 – 17,5 g/dL Alterado 23/09 Hematócrito 30% 35 - 53% Aterado Evolução Dietoterápica 25/11 Paciente admitida com dieta de consistência branda, com indicação de jejum a partir das 22 horas. 26/11 Paciente permaneceu em dieta zero para realização de procedimento cirúrgico. Dieta de consistência branda, prescrita a partir das 18 horas. 27/11 Paciente permaneceu de dieta de consistência branda. 28/11 Paciente recebe alta hospitalar com indicação de dieta livre. Avaliação antropométrica Parâmetro Valor Classificação Peso Atual (Kg) 68,6 - Peso Usual (Kg) 68,6 - Peso Ideal (Kg) 52,86 - Adequação do Peso (%) 129,78 Obesidade Peso Ajustado 56,8 - Altura (cm) 1,55 - IMC 28,55 Sobrepeso CB (cm) 33 p16-p85 - Média Adequação da CB (%) 100,68 Eutrófia CMB (cm) 24,94 p16- p85 - Média Adequação da CMB (%) 111,4 Sobrepeso PCT (mm) 25,67 - Adequação da PCT (%) 104,77 Eutrófia CC 87 Risco Elevado CQ 94 - RCQ 0,92 Risco Muito elevado Diagnóstico Nutricional: Comparando todos os parâmetros antropométricos pode-se observar que a paciente encontra-se com sobrepeso próximo a desenvolver obesidade, além de já apresentar risco muito elevado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Anamnese Alimentar Inquérito da dieta habitual Horário Refeição Alimentos Medida Caseira 7:00 Café da manha Café adoçado 1 Xícara de café Tapioca 1 Unidade pequena Margarina ½ Colher de sopa Melão 1 Fatia media Suco de fruta 1 copo de 250ml 12:30 Almoço Arroz 3 Colheres de servir Feijão 1 Colher de sopa Frango ao molho 1 Pedaço(coxa) Salada crua 3 Colheres de servir Suco de fruta 1 Copo de 250ml 15:00 Lanche da tarde Fruta (manga, laranja, banana ou maça) 1 Unidade 22:00 Jantar Arroz Branco 2 Colheres de servir Bife grelhado 1 Bife médio Comentário da dieta habitual: Paciente apresenta pouco fracionamento das refeições durante o dia, permanece períodos prolongados sem se alimentar, apresenta pouca variação no cardápio, hábitos esses que em longo prazo podem gerar um quadro de deficiências nutricionais e energéticas influenciando diretamente na qualidade de vida da paciente e no atual diagnostico nutricional. Prescrição Dietoterápica Tipo e características da dieta Dieta de consistência livre. Normocalórica: A fim de manter as necessidades nutricionais básicas do paciente; Hipolipidica: Priorizando os ácidos graxos poli e monoinsaturados; Normoglicidica: Priorizando
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