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O DESAFIO DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM ESCOLAS PÚBLICAS
 
 Elizandra Lucas dos Anjos
 Marinês Lucas
RESUMO 
O presente trabalho analisa o ensino de ciências em escolas públicas destacando a condução de atividades práticas experimentais, a formação de professores. A aula prática constitui um importante recurso metodológico facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Através da experimentação, alia teoria à prática e possibilita o desenvolvimento da pesquisa e da problematização em sala de aula, despertando a curiosidade e o interesse do aluno. O ensino por meio de atividades empíricas é uma necessidade para a melhor assimilação de conteúdos teóricos, entretanto, para que essa abordagem metodológica seja proveitosa, é preciso que o professor a situe adequadamente no processo de aprendizagem e saiba estabelecer a ponte entre a teoria e a prática. As diversas abordagens das atividades experimentais propostas nas escolas vão mostrar que os alunos ficarão mais estimulados a pensar, a discutir, a buscar respostas e a aprimorar suas habilidades de manipulação de materiais e de estudo individuais e em grupo. 
Palavras-chave: formação de professores, atividades práticas, situações de aprendizagem. 
1 INTRODUÇÃO 
 	Reconhecemos que o ensino de ciências vem sofrendo profundas mudanças de tendências no contexto histórico. Cabe ressaltar que existem muitas pesquisas sobre a influência das mudanças sociais na educação como um todo, nas escolas e no trabalho dos professores, de tal forma que a profissão docente configura-se em uma profissão que exige muita dedicação aos estudos. 
	O conhecimento e o saber passaram a constituir-se em elementos importante e fundamental da profissão docente, exigindo compromisso do professor na transformação desse conhecimento em aprendizagens relevantes e significativas aos alunos. Hoje, é imprescindível que professores e outros profissionais se conscientizem da necessidade de ampliar, aprofundar, e melhorar cada vez mais a sua competência profissional e pessoal. Somente assim, o desenvolvimento docente tornar-se-á elemento importante para assegurar a qualidade da aprendizagem dos nossos estudantes. (MARCELO, 2009). 
	Também parece ser inequívoca a existência de uma separação entre a teoria e a prática na resolução de problemas refletidos em pesquisas da área de formação de professores, que muitas vezes somente acontece dentro das universidades, durante a formação inicial. Com isso, o professor deixa de vivenciar no seu cotidiano de trabalho essa interação que é muito importante para sua formação (SESSA, 2006). A importância da formação docente o uso e a compreensão das atividades práticas experimentais dentro das atividades práticas típicas do ensino de ciências; e aspectos da estrutura física e concepção dos espaços e estruturas educativas normalmente adotadas pelos docentes da escola. 
	A metodologia tradicional de ensino ainda está muito enraizada nas escolas devido ao fato de ter sido o pilar para tantos outros métodos de ensino e por apresentar grande significância no processo de ensino aprendizagem, é neste método que o professor aparentemente adquire melhor controle sobre a turma, e os conhecimentos são transmitidos.
	As atividades práticas podem ser grandes aliadas no momento de apresentar o assunto estudado ao educando, o uso de atividades práticas em sala de aula acrescenta aos conteúdos e promove uma maior interação entre aluno e professor, assim o aprendizado torna-se mais significativo e aumenta a satisfação do aluno em aprender, sendo assim o aluno que tem um bom desempenho na escola terá uma boa auto estima.
	Soma-se a característica do Sistema de Educação brasileiro, onde os estados apresentam enormes carências na estrutura disponível ao ensino de ciências, especialmente a inexistência de laboratórios nas unidades escolares, em especial de Ensino Fundamental, hoje poucas unidade possuem laboratórios equipados. Diante do mencionado acima, constata-se que grandes mudanças ocorreram e estão ocorrendo no mundo nas últimas décadas, em especial na educação Brasileira, com novas normas no caso da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), obrigatório em todo território brasileiro, em especial catarinense. 
 O principal objetivo das aulas práticas e desenvolver sua capacidade de observação, análise e compreensão de sistemas e técnicas de controle. Como parte deste aprendizado, esperasse que o aluno melhore sua habilidade em expor de forma clara, objetiva e precisa o trabalho realizado nas experiências por meio da elaboração de pré-relatórios e relatórios
 Considero essas aulas muito interessantes e estimulantes para os alunos e também para nós professores. É possível perceber a vontade deles em aprender e em interagir nas atividades, fazendo perguntas e tentando muitas vezes respondê-las. Acredito que as contribuições destas aulas sejam muito importantes pois aprender Ciências pode deixar de ser um processo penoso, como geralmente é visto pelos alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio, e passar a ser um prazer na medida em que sejam de interesse dos alunos, principalmente nessa faixa etária em que estão começando a definir suas preferências.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	A sociedade ao longo do tempo vem conduzindo a trajetória da educação, operando diretamente a evolução das Unidades de ensino, é imprescindível que as escolas esteja preparada para lidar com questões sociais, conforme Bauman (2011), estaríamos hoje vivenciando uma sociedade liquida caracterizado pela dificuldade em manter suas formas e estabilidades e por alicerçar-se em contrições e desconstruções permanentes, sofrendo metamorfose constante. Mas como a escola poderá se firmar dentro desse contexto atual? As escolas em especial de ensino básico tem a função de estimular e orientar o desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes, de sentir, pensar, e agir, sendo o professor o grande mediador desses processos. 
	Nesse sentido, para Bertel (2011), o professor deve seguir as perspectivas dos alunos, deve acolher seus pensamentos, sentimentos e ações. Sabendo que para atingir estas intenções devemos focar nos objetivos de ensino, através do planejamento escolar, planejamento interdisciplinar, do trabalho coletivo entre professores e alunos, e da boa relação e comunicação entre equipe pedagógica e direção.
	Rodrigues et.al(2011), relata que a metodologia tradicional, centrada na preocupação com o “ensinar”, continua predominantes entre professores em suas práticas pedagógicas, apesar do notável avanço de metodologias mais atuais e modernas, centradas na preocupação com a “aprendizagem” e desenvolvimento do foco principal o aluno. Segundo Leão (1999), não há um consenso quanto aos procedimentos a serem adotados na sala de aula, uma vez que a abordagem tradicional valoriza o emprego de métodos ou técnicas rígidas de ensinar, enquanto a abordagem construtivista tenta romper com estes rigores, seguindo uma metodologia coerente e alinhada com a proposta construtiva de ensino.
	Em escolas públicas muitas vezes é preciso lidar com uma realidade diferente de escolas particulares, que nem sempre favorecem a aprendizagem como, salas superlotadas, alunos desmotivados, pais ausentes da vida escolar de seus filhos, precárias condições financeiras em algumas escolas, aos nossos professores restam buscar metodologias diversificadas, ou apenas atividades alternativas que possam tornar suas aulas mais atrativas, prazerosas, para que os alunos se citam motivados e mais participativos.
	As atividades práticas veem ao encontro desta crescente necessidade de se criar condições favoráveis ao aprendizado e ao desenvolvimento do potencial tanto individualcomo coletivo dos educados, a experimentação pode ser um grande aliado ao apresentar ao aluno um determinado conteúdo, reforçá-lo ou torná-lo mais significativo, ela pode ser uma prática investigativa ou dirigida, ambas apresentam contribuição no processo ensino e aprendizagem do educando. 
2.1 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS
	Atualmente, a formação de professores para a educação básica no Brasil vem ganhando destaque em função dos problemas relacionados à aprendizagem dos estudantes nas escolas. Gatti (2010) cita inúmeros fatores que contribuem para isso: distorções das políticas educacionais; o financiamento ainda fraco da educação básica; estrutura e gestão escolar; plano de carreira e defasagem salarial docente; aspectos culturais e hábitos estruturados; a naturalidade com que enfrentamos as situações críticas de aprendizagem; as condições sociais e a escolarização dos pais das camadas populacionais menos favorecidas; deficiências da formação inicial e continuada dos professores; e as condições de trabalho dentro das escolas. 
	Aqui, chamaremos atenção apenas para alguns dos aspectos acima apontados, especialmente aqueles relacionados às deficiências da formação de professores, embora se reconheça a interconexão entre todos os elementos apontados. Ao discutir a formação de professores de ciências, Astolfi; Develay (1999) defenderam a hipótese que o maior domínio de saberem acadêmico e profissional dos educadores influi positivamente no sucesso escolar de seus alunos. Afirmam, ainda, que a formação profissional dos professores deve incluir uma didática das ciências, apontando que as principais características de uma sólida formação de professores de ciências devem estar ligadas às especificidades da profissão; aos instrumentos necessários ao professor e aos princípios formadores (Figura 1). 
 Figura 1 - Características da Formação de Professores de Ciências. 
 
Fonte: Adaptado a partir de Astolfi; Develay (1999).
 Outro aspecto relevante na formação de professores está relacionado ao currículo. Para Gatti (2010) é necessário uma revolução nas estruturas das instituições formativas e nos currículos da formação de professores. O currículo precisa estar articulado e voltado para essa mudança. A formação deve ser pensada a partir da função social, ensinando conhecimentos acumulados, valores e práticas para a vida. 
	O problema é que os futuros professores e as entidades acabam se opondo às soluções de caráter interdisciplinar, devido à forte tradição disciplinar e a afinidade com sua área especifica de conhecimento. 
	A autora afirma que a formação de professores para a educação básica deve partir da prática e agregar os conhecimentos necessários e com as mediações didáticas necessárias. Concordamos em parte com a visão da autora, ao mesmo tempo em que resgatamos a preocupação de Pimenta; Lima (2005/2006), ao defenderem que as habilidades práticas docentes não são suficientes para a resolução dos problemas com os quais se defrontam, uma vez que a redução às técnicas não dá conta do conhecimento científico, nem da complexidade das situações do exercício desses profissionais. Se assim fosse, o profissional ficaria reduzido ao ‘prático’, sem dominar os conhecimentos científicos, mas tão somente as rotinas de intervenção técnica deles derivadas.
	O ensino da Ciência fundamenta-se no estudo da vida em suas diversas formas, e deve ser acompanhado de atividades experimentais sempre que possível. Na busca em atender esta necessidade, muitos docente ainda desconhecem seu papel no decorrer de uma aula experimental. Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) destaca que a sala de aula é um espaço de inter-relações entre os sujeitos e o conhecimento. Promover a reflexão e a ação, despertar a curiosidade e resolver problemas, são atitudes que se espera do professor de Ciências. 
	Muitas literaturas apontam as mais variadas contribuições das atividades experimentais para o ensino aprendizagem nas aulas de Ciências, contudo, sabe-se que o principal vinculador dessa relação teórico prática é o professor.
	Cabe, então, ao professor instigar o aluno e despertar nele o prazer pelo saber científico, pois a aprendizagem significativa se dá por meio de metodologias que promovam a ação do aluno (GUIMARÃES, 2009). O ato de provocar, de induzir um raciocínio, não é conclusivo, mas é o primeiro passo na aquisição do conhecimento biológico. É fundamental utilizar estratégias que mantenham a atenção dos alunos na atividade proposta. Para tanto, o professor deverá estimulá-los por meio de questionamentos no decorrer do experimento. Questionar e lançar dúvidas ao invés de responder e fornecer explicações prontas, pois as potencialidades dos alunos são muitas e podem ser desenvolvidas por meio de variadas metodologias experimentais.
2.2 ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
 O ensino de Ciências deve acontecer de forma que leve o aluno a desenvolver sua atividade mental, evitando-se a apresentação de conhecimentos prontos e elaborados, com aulas onde o aluno seja apenas um receptor de informações. Bevilacqua; Silva (2007) testaram a eficácia das atividades práticas experimentais em sala de aula, e os resultados apontaram que a realização de atividades experimentais despertou o interesse dos alunos pelas aulas de Ciências, demonstrando tratar-se de uma estratégia essencial, um pré-requisito na formação da Educação Científica nas escolas. 
	Não há dúvidas de que as atividades práticas experimentais trazem importantes contribuições ao ensino de Ciências, podendo ser empregados com diferentes finalidades, através de diversas abordagens. É importante que o professor conheça e compreenda essas possibilidades para utilizá-las de acordo com seus objetivos e suas necessidades, e com estratégias que favoreçam a aprendizagem de novos conteúdos, procedimentos e atitudes (OLIVEIRA, 2010). 
	No entanto, muitos professores realizam experimentos meramente demonstrativos em suas aulas, em que os alunos apenas observam a atividade realizada pelo professor, sem que tenham uma participação, ou sem chamar a atenção do aluno para algo que ele já conhece, ou seja, reforçar conteúdos já trabalhados ou provar aquilo que ele falou, geralmente é feito após uma aula expositiva (GASPAR; MONTEIRO, 2005). 
	Aparentemente, muitos professores acabam optando pelo experimento de demonstração por ser mais cômodo, já que a sala vai continuar arrumada, sem necessidade de colocar os alunos em grupo. Os alunos ficarão em silêncio, ou seja, será menos trabalhoso, pois estes estarão apenas observando. Esse tipo de atividade é mais usado para crianças, principalmente aqueles que envolvem materiais perigosos que não podem ser manipulados pelas mesmas. 
	Segundo Fumagalli (1993) a formação de uma atitude científica está intimamente vinculada ao modo como se constrói o conhecimento. Nas aulas práticas, os alunos desenvolvem habilidades processuais ligadas ao processo científico, tais como: capacidade de observação (os sentidos atuando para a coleta de informações), inferência (campo das suposições e hipóteses), medição (manipulação física ou mental do objeto de estudo), comunicação (uso de símbolos ou palavras para descrever os fenômenos), classificação (agrupar fatos baseado em critérios), predição (previsão de resultados diante de evidências). Assim, a experimentação deve ter caráter pedagógico e investigatório, superando a condição de um método de ensino de memorização e comprovação de hipóteses propostas. 
	Deve revestir-se de desafios, reflexões, manipulações, comprovações, enfim, assegurar as muitas possibilidades de entendimento para que o aluno tenha a percepção de que o saber científico volta-se para a busca da melhoria de vida no planeta, ou seja, seu saber deve reverter em ações e atitudes que possam transformar sua vida e a de outras pessoas.
	Os experimentos investigativos, ao contrário dos demonstrativos, priorizam a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem, já que precisa estar diante deum problema para tentar solucioná-lo. Para a sua realização é necessário que haja discussão de ideias, levando o aluno a pensar e a elaborar hipóteses capazes de solucionar problemas ou prever resultados que serão ou não confirmadas. 
	Segundo Carvalho et al. (2010) as atividades que surgem dessa proposição permite o desenvolvimento do conhecimento científico. É ele que faz progredir as ações discentes, levando-os a uma incessante busca de solução para o problema apresentado. O aluno sente-se motivado e autoconfiante, ultrapassando a simples manipulação de materiais, mas refletindo sobre sua própria ação essa prática de experimentos investigativos e muito utilizados nas escolas que contam com laboratórios.
	Esses experimentos são atividades práticas que podem trazer grandes benefícios para os alunos nas aulas de Ciências, pois são estratégias que permitem uma participação ativa em todas as etapas da investigação, fazendo com que o aluno participe do processo de ensino e aprendizagem, enquanto o professor passa a ser o mediador ou facilitador desse processo (OLIVEIRA, 2010). O papel do professor neste tipo de atividade é auxiliar os alunos na busca de explicações, negociação de estratégias para soluções do problema, questionar as ideias discentes, e incentivar a criatividade, ou seja, ser um mediador, intervindo nos momentos certos. Apesar de demorar mais tempo e exigir mais do professor, prende a atenção do aluno, ampliando o envolvimento dos mesmos (BORGES, 2002). 
	As aulas de Ciências despertam expectativas, curiosidades e motivam os alunos. As crianças geralmente têm grande interesse para enfrentar desafios e investigar aspectos da natureza. Torna-se imperativa ressaltar que as atividades práticas experimentais podem ser realizadas mesmo sem que haja um laboratório na escola, não sendo o caso de algumas escolas na qual contam com laboratórios e equipamentos, por motivo muitas vezes de ser uma escola de ensino fundamental e médio, mas tendo em vista que poucas escolas de ensino fundamental possuem e quando possuem não estão em condições de uso ou os professores não têm equipamentos adequados para utilizá-lo (BIZZO, 2009). 
	Em virtude da importância da experimentação para o ensino de Ciências ela deveria ser realizada com frequência nas escolas públicas, mas a realidade de muitas escolas de ensino fundamental e diferente. Bueno; Kovaliczn (2012), em resultados de pesquisa realizada nos anos finais do ensino fundamental apresentaram dificuldades encontradas pelo professor de Ciências ao trabalhar com atividades experimentais. Entre as principais destacam-se a carga horária insuficiente para a realização das atividades, a indisciplina dos alunos, falta de materiais, de espaços e de profissionais preparados. 
	Mesmo frente a algumas dificuldades é necessário buscar meios para a realização de atividades experimentais nas aulas de Ciências, despertando maior interesse por parte dos alunos, para que seja feita uma ligação entre a teoria e o cotidiano, e para que a aprendizagem seja mais significativa, possibilitando a construção do conhecimento científico. 
	A experimentação é um elemento muito importante no ensino de Ciências, mas ele por si só não pressupõe uma aprendizagem significativa e a realização de um simples experimento não modificará a forma de pensar dos alunos. Para que isso ocorra é necessário o acompanhamento constante do professor, pesquisando as explicações que os alunos apresentam para os resultados encontrados, se necessário propor novas situações desafiando as situações encontradas pelos alunos (BIZZO, 2009). 
	Com isso a aprendizagem se torna mais significativa e prazerosa, para que aconteça a construção do conhecimento científico. A experimentação pela experimentação, sem uma atitude investigativa, não garante a aprendizagem. Mesmo assim, o experimento ainda é visto como a grande estratégia didática no processo de ensino e aprendizagem, devido a sua própria fundamentação. 
	O papel do professor diante dessas atividades é levar o aluno a buscar respostas, propondo desafios e levantando questionamentos, por isso a necessidade de um profissional formado na área. Não obstante, também se considera a necessidade de formação continuada. Para que as atividades experimentais ocorram de forma eficaz e com frequências no ensino de Ciências de forma a relacionar a teoria x prática, é preciso que haja uma revisão na capacitação de professores, para que os mesmos possam atuar nos laboratórios como orientadores de forma correta, sabendo utilizar os materiais, nas escolas que não disponibilizam de laboratórios devem dispor de materiais adequados e espaços pedagógicos, para que aconteçam essas atividades de forma eficiente (BUENO; KOVALICZN, 2012). 
	Através das atividades experimentais é possível perceber a relação com a tecnologia presente no dia a dia, as relações sociais, as implicações ambientais decorrentes da atividade científica. Porém, as atividades práticas não devem estar desvinculadas das aulas teóricas, das discussões em grupos e outras formas de aprendizagem.
	Conforme salienta Krasilchik (1987), a falta de vínculo com a realidade constitui um dos maiores problemas no ensino de ciências, pois não se baseia no conhecimento que os alunos trazem, e não estão atrelada ao seu universo de interesses.
	Não se trata, portanto somente de práticas que demonstrem passos metódicos e pré-determinados a serem seguidos, mas sim, uma abordagem mais reflexiva, participativa e com significado, pois
[…] as atividades experimentais devem partir de um problema, de uma questão a ser respondida. Cabe ao professor orientar os alunos na busca de respostas. As questões propostas devem propiciar oportunidade para que os alunos elaborem respostas, testem-nas, organizem os resultados obtidos, reflitam sobre o significado de resultados esperados, e, sobretudo, dos inesperados, e usem as conclusões para a construção do conceito aprendido (BRASIL, 2002, p. 55). 
	Assim é possível introduzir uma questão problematizada antes, durante e depois do experimento. Em relação às práticas aliadas às teorias, é interessante desenvolver a curiosidade e desejo de investigação, por parte dos alunos, o que demanda na busca, por parte do professor, da realidade de atividades, muitas vezes, simples, mas que resultam em real aprendizagem. 
 
3. CONCLUSÃO
	Existe uma necessidade muito grande nos dias atuais em resgatar o uso das atividades experimentais nas aulas de Ciências, buscando alternativas que favoreçam a realização das mesmas com maior frequência e estabeleçam relações do aprendizado escolar com as situações de seu cotidiano. Para tanto, é preciso que os professores se mobilizem e lutem por laboratórios em suas escolas se possível com professores orientadores só para os laboratórios para auxiliar os professores regentes das turmas e reestabeleçam uso dos laboratórios das escolas e que as atividades experimentais, passem a ser uma rotina nas aulas de Ciências. Por meio das atividades experimentais, muitos conceitos tornam-se mais significativos e passam a fazer parte das concepções científicas dos alunos. 
	As diversas abordagens das atividades experimentais propostas nas escolas vão mostrar que os alunos ficarão mais estimulados a pensar, a discutir, a buscar respostas e a aprimorar suas habilidades de manipulação de materiais e de estudo individuais e em grupo. O emprego das atividades experimentais, nas escolas pública, portanto, apesar de exigir mais tempo e preparação, deve servir de recurso pedagógico constante nas aulas tornando-a mais viva e dinâmica, mais atrativa e interessante. 
4 REFERENCIAS
ASTOLFI, J. P. e DEVELAY, M. A Didática das Ciências, Campinas : Papirus, 1999.
BAUMAN, Zygmunt, Modernidade liquida. Tradução Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2001.
BERTEL, Neusi. A. Novas. As Metodologias ativas e apromoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciencias Sociais e Humanas. Londrina, v32,n.1,p.25-40, Jan/Julho 2011.
BIZZO, N. Ciências: Fácil ou difícil? São Paulo: Biruta, p. 65, 2009, 153pBORGES, A. T. Novos rumos para laboratório escolar de ciências. Caderno Brasileiro do Ensino de Física. v. 19, n. 13, p. 291-313, 2002.
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FUMAGALLI, L. El desafio de ensinar ciências naturais. Una propuesta didactica para la escuela media. Buenos Aires. Troquel. 1993.
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GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educ. Soc. v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.
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