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CASO CLÍNICO I 
 
Uma mulher de 36 anos de idade, cuja gravidez estava determinada 
na 17ª semana de idade gestacional, foi internada no hospital com 
hiperêmese gravídica. Ela também apresentava proteinúria e edema das 
pernas. As dimensões de seu útero eram semelhantes às de um útero na 21ª 
semana. Os valores séricos de beta-hCG foram superiores a 500.000 UI/L 
(este valor é pelo menos 10 vezes superior ao intervalo normal para esta fase 
da gravidez). O ultrassom mostrou um útero aumentado, preenchido com 
material ecogênico sólido, intercalado com pequenas áreas semelhantes a 
cistos. Não houve gravidez viável identificada por ultrassom. 
 
1) O que é Hiperêmese Gravídica? Por quê ela ocorre? 
A ocorrência de náuseas e vômitos ocasionais até cerca de 14 
semanas de gestação é chamada Êmese Gravídica ou NVG (Náuseas e 
Vômitos na Gestação), e pode ser considerada normal. Sua forma grave, a 
HIPERÊMESE GRAVÍDICA, ocorre em 0,3 a 2% das gestações, com 
vômitos persistentes que obrigam ao jejum forçado e levam à perda de peso. 
A maior parte das pacientes apresenta melhora a partir da segunda metade 
da gestação, mas em alguns casos o quadro clínico pode persistir até o 
parto. 
(Fonte: http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/obstetricia/hiperemese_gravidica.pdf – 
Acesso em: 10 de Abril de 2020 – Hiperêmese Gravídica – Rotinas Assistenciais da 
Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro) 
O quadro de NVG, embora com manifestações clínicas semelhantes 
aos demais quadros que evoluem com esta sintomatologia fora da gravidez, 
tem como grande diferencial a dissociação com qualquer doença de base. 
Diante da êmese ou da náusea gravídica é fundamental a realização de 
cuidadosa avaliação clínica e, ocasionalmente, laboratorial para se afastar 
outras causas que justifiquem o quadro clínico. 
(Fonte: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/SeyrieZ-ZEmeseZnaZGravidezZ-
ZwebZ-ZversoZfinal.pdf – Acesso em: 10 de Abril de 2020 – Cabral AC, Duarte G, Vaz JO, 
Moraes Filho OB. Êmese da gravidez. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de 
Ginecologia e Obstetrícia; 2018. Capítulo 1, O que é hiperêmese gravídica e qual a sua 
importância; p.1-3. [Orientações e Recomendações FEBRASGO, no.2/Comissão Nacional 
Especializada em Assistência Pré-Natal]) 
Entre os principais fatores que podem desencadear a Hiperêmese 
Gravídica estão: resposta sensível aos níveis de gonadotrofina coriônica 
(Beta-hCG à alta de Estrogênio), primeira gravidez e/ou gravidez gemelar, 
disposição genética, deficiência vitamínica do tipo B, obesidade, doença 
trofoblástica gestacional, problemas endócrinos, infecção por Helicobacter 
pylori, fatores psicossomáticos, dentre outras.	
  
(Fonte: https://www.sanarmed.com/resumos-hiperemese-gravidica – Acesso em: 10 de Abril 
de 2020 – Resumo: Hiperêmese Gravídica | Ligas) 
 
2) QUAL O DIAGNÓSTICO DESTA PACIENTE? 
 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: a paciente apresenta 
várias manifestações características à esta patologia, como ultrassom 
apontando aumento excessivo do útero e seu preenchimento com material 
ecogênico sólido e intercalado com pequenas áreas semelhantes a cistos 
(sugerindo a presença de mola hidatiforme), altos níveis séricos de hCG, 
vômitos, pré-eclâmpsia (indicativo pela proteinúria e edema nas pernas). 
(Fonte: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZ01Z-ZJanZ2019.pdf – 
Acesso em: 10 de Abril de 2020 – Revista Femina por FEBRASGO. Vol. 47, Número 1, 2019; 
Doença Trofoblástica Gestacional) 
 
3) EXPLIQUE A ORIGEM EMBRIOLÓGICA DESTA ALTERAÇÃO. COMO 
OCORRERIA O PROCESSO EM CONDIÇÕES NORMAIS? 
Normalmente, os espermatozoides e os óvulos participam com um 
conjunto de 23 cromossomos cada um, para criar uma nova célula com 
46 cromossomos. Esta célula deve dividir-se sucessivamente (clivagem) para 
vir a se tornar um feto. Este processo normal não ocorre na doença 
trofoblástica gestacional. Na gravidez molar, um espermatozoide fertiliza 
um óvulo que não tem núcleo (óvulo anucleado), ou 
dois espermatozoides fertilizam um óvulo normal, ao mesmo tempo 
(polispermia). 
Na Doença Trofoblástica Gestacional (DTG), há um problema com 
o óvulo fertilizado, e as células trofoblásticas em vez de ajudarem a 
desenvolver um feto saudável, dão formação a um tumor dentro do útero a 
partir do tecido que se forma após a concepção. Isto ocorre pois, algumas 
vezes, o embrião morre e as vilosidades coriônicas (tecido composto pelos 
trofoblastos) não completam seu desenvolvimento, ou seja, elas não se 
vascularizam para formar as vilosidades terciárias. Essas vilosidades em 
degeneração formam intumescimentos císticos – molas hidatiformes – que 
por sua vez, se assemelham a cachos de uvas (cistos). 
Até que haja sinais ou sintomas do tumor, a gravidez parecerá 
uma gravidez normal. Na maioria das vezes, a DTG é benigna e não se 
espalha, mas alguns tipos se tornam malignos e podem se espalhar para 
tecidos próximos ou partes distantes do corpo (forma avançada). 
No início do desenvolvimento normal, as células do trofoblasto formam 
projeções minúsculas, semelhantes a dedos, conhecidas como vilosidades, 
que crescem no revestimento do útero. Com o tempo, a camada trofoblástica 
se desenvolve e vem a constituir a placenta, órgão que protege e nutre 
o feto em crescimento. Estas células trofoblásticas ajudam a fixar o óvulo à 
parede do útero e formam parte da placenta. 
 
4) QUAL A CONDUTA E ORIENTAÇÃO À PACIENTE? 
Para confirmação do diagnóstico, é feita a dosagem da subunidade 
beta da gonadotrofina (beta-hCG), junto à ultrassonografia pélvica. 
Posteriormente, realiza-se a curetagem por sucção, ou histerectomia, a 
depender do estágio da doença, para retirada e avaliação quanto à 
malignidade (biópsia) do tumor. 
Quanto às orientações à paciente, vale ressaltar antes de tudo, que 
esta mulher possivelmente pensa estar grávida, porém apresenta sintomas 
não favoráveis à uma concepção saudável. Logo, a paciente já deve se 
encontrar emocionalmente fragilizada, necessitando portanto de uma 
abordagem humana, cautelosa, explicativa e empática. 
Primeiro, deve-se esclarecer do que se trata esta patologia, de forma 
mais superficial, aprofundando apenas se solicitado pela paciente. Solicita-se 
então um encaminhamento à um oncologista para avaliação, o qual realizará 
o acompanhamento simultâneo, e determinará a necessidade ou não do 
tratamento quimioterápico, caso se confirme a natureza maligna do tumor.

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