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desenvolvimento da personalidade

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Pergunte e responda
13.1 De onde se origina a 
personalidade? 549
13.2 Quais são as teorias da 
personalidade? 557
13.3 O quanto a 
personalidade é estável? 568
13.4 Como a personalidade é 
avaliada? 577
13.5 Como conhecemos 
nossa própria personalidade? 
584
Personalidade
SEIS ANOS ATRÁS, MARC ROMPEU COM A MULHER com quem estava na-
morando há quase uma década. O namoro pela internet era um fenômeno cres-
cente, porém Marc estava determinado a não experimentá-lo. Ele iria conhecer 
alguém do modo antigo: indo para o mundo e buscando seus interesses. Afinal, 
não sabia exatamente que qualidades estava procurando em uma companheira. 
Sobretudo, ele queria alguém que não fosse sua ex-namorada. Ele morava em 
Nova York, onde trabalhava das 9 às 17h. Em algum lugar na cidade, esperava, 
iria encontrar alguma mulher que gostasse da vida na cidade tanto quanto ele. 
Que lugar melhor para encontrar uma pessoa com a mesma opinião senão em 
um concerto, um museu, um parque ou um evento cultural? Em outras palavras, 
Marc queria encontrar alguém sendo ele mesmo. Não estava interessado em 
vender alguma versão de si na web.
Desde o surgimento dos encontros pela internet na década de 1990, cada 
vez mais pessoas têm procurado on-line parceiros românticos e companheiros 
para toda a vida. Segundo uma pesquisa realizada pela Pew Foundation, quase um 
terço dos norte-americanos conhece alguém que usou um site de relacionamentos 
on-line, e 1 em cada 6 adultos conhece alguém que esteve em um relacionamento 
de longa duração com alguém que conheceu na internet (Madden & Lenhart, 2006).
Depois de alguns meses sozinho, Marc ouviu histórias de sucesso sobre ca-
sais que haviam se conhecido on-line. Os amigos o encorajaram a experimentar, 
e ele decidiu tentar.
Seguiram-se meses de encontros bizarros. Depois de uma troca de e-mails, 
um primeiro encontro normalmente envolvia sentar-se à frente de uma pessoa 
relativamente estranha. Marc colocou as cartas na mesa e se perguntou se a ou-
tra pessoa ficaria interessada. Ele havia passado décadas criando aquela versão 
de si mesmo, e em uma questão de minutos alguém tinha a oportunidade de 
rejeitá-la completamente: “Desculpe, isso parece não combinar”.
Exatamente quando Marc estava farto e pronto para dar um tempo nos en-
contros on-line, ele visitou o site usual e viu a foto de uma mulher de aparência 
elegante. Em seu perfil, ela descrevia qualidades que achou atraentes. Por exem-
plo, entre os itens sem os quais aquela mulher não podia viver estavam “uns 
13
548 Ciência psicológica
tênis legais” e “possibilidades”. Ela parecia positiva, divertida e aberta, não 
como aquelas mulheres de linguagem dura e reservada com quem ele vinha 
se encontrando. Nenhuma daquelas mulheres realmente parecia querer es-
tar em um relacionamento.
Por quase um mês, Marc e a mulher de aparência elegante, Chris-
tine, tiveram uma troca de e-mails divertida, algumas vezes emocional-
mente carregada. Finalmente, eles se encontraram em um domingo chu-
voso. Ele gostou do jeito bonito como ela tirou sua capa antes de entrar 
no bar. Ela gostou do sorriso dele.
Assim como Marc, Christine estava farta de namoros on-line naquele 
domingo chuvoso. Apesar dos e-mails algumas vezes excessivamente fran-
cos, ela decidiu dar uma chance àquele rapaz porque ele parecia mais pro-
missor do que os outros personagens chatos, perdedores e dominadores 
que ela havia conhecido. Christine tem tendência a ser mais analítica do que 
Marc e tinha uma percepção mais clara das características que estava pro-
curando: um homem autossuficiente e confiável que tivesse suas próprias 
ideias. Eles agora estão juntos há oito anos.
Quando as pessoas escolhem parceiros românticos, descrevem seus 
amigos e inimigos ou tentam entender a si mesmas, elas se baseiam na 
noção de personalidade. Mas como funciona a personalidade? As pessoas 
permanecem as mesmas em todas as situações ou agem de maneira dife-
rente em momentos diferentes? Marc e Christine são filhos únicos. Eles exi-
bem tendências de filhos únicos, como egocentrismo. Eles também evitam 
os estereótipos, por exemplo, ser emocionalmente expressivo. Alternam 
entre ser tímidos e extrovertidos. Cada um prefere trabalhar sozinho, mas 
ambos podem se tornar catalisadores da conversa em uma festa, uma reu-
nião ou em algum agrupamento.
Observando seus pais e a si mesmos, Christine e Marc sabem muito 
bem que as personalidades das pessoas provêm da combinação de genes 
e experiências. Fotos do início da infância mostram Christine e Marc expres-
sando muitos dos mesmos traços – a obstinação, o toque dramático – que 
cada um exibe hoje (FIG. 13.1). Mais ainda, durante seus oito anos juntos, 
Marc e Christine despertaram as melhores qualidades um do outro. Marc se 
desenvolveu emocionalmente porque tem alguém a quem se dedicar. Por-
que Christine o aceita por ele ser quem é, Marc sabe que o trabalho de ser 
ele mesmo valeu a pena. Christine é menos propensa a deixar que seus tra-
ços melancólicos construam uma parede entre ela e os outros. Como seu 
namorado é também seu melhor amigo, ela se sente suficientemente confiante 
para mostrar o melhor de si para o mundo.
De onde se origina a personalidade? As pessoas conseguem mudar sua per-
sonalidade? Situações na vida, como relacionamentos de longa duração, modi-
ficam as personalidades? As pessoas constantemente tentam decifrar as outras 
pessoas – compreender por que elas se portam de certas maneiras – e prever 
seu comportamento. Na verdade, muitos estudantes fazem cursos de psicologia 
(a)
(b)
FIGURA 13.1 Feitos um para 
o outro?. (a) Mesmo quando 
menino, na presença de um fo-
tógrafo profissional, Marc estava 
determinado a ser ele mesmo. 
(b) Quando menina, Christine 
representava a sua versão da Mu-
lher Maravilha.
Capítulo 13 Personalidade 549
em parte porque querem saber o que motiva as outras pessoas a se comportar 
de determinadas maneiras. Um dos desafios ao tentar decifrar as pessoas é que 
elas podem agir de formas diferentes em situações diferentes. O que o compor-
tamento de uma pessoa nos diz a respeito da sua personalidade?
13.1 De onde se origina a personalidade?
Imagine se todos se sentissem, pensassem e agissem da mesma maneira. A vida seria 
aborrecida porque as diferenças individuais dão um gosto especial à vida. Por exem-
plo, Marc e Christine formam um bom casal porque suas diferenças complementam 
um ao outro. Esse capítulo explora as diferenças entre as pessoas. O quadro que se 
apresenta é familiar na psicologia: a personalidade é uma combinação da genética 
das pessoas, das forças no seu ambiente e das escolhas que fazem na vida.
Para os psicólogos, a personalidade consiste dos pensamentos, das respostas 
emocionais e dos comportamentos característicos das pessoas. Alguns psicólogos da 
personalidade estão mais interessados em compreender as pessoas como um todo. 
Isto é, eles tomam uma pessoa, como Marc, e tentam conhecer o máximo possível sobre 
ela como indivíduo. Outros psicólogos da personalidade estudam a forma como carac-
terísticas particulares, como autoestima ou timidez, influenciam o comportamento. Por 
exemplo, eles querem saber em que aspectos as pessoas com autoestima baixa diferem 
daquelas com alta autoestima. Seu interesse é em como características particulares 
influenciam o comportamento. Cada característica é um traço de personalidade: um 
padrão de pensamento, emoções e comportamentos que é relativamente consistente ao 
longo do tempo e em diferentes situações (Funder, 2012). Traços são predisposições a 
pensar, agir ou sentir de formas previsíveis em determinadas situações.
No entanto, a personalidade não é apenas uma lista de traços. Gordon Allport, 
um dos fundadores desse campo, deu uma definição clássica de personalidade: 
“A organização dinâmica dentro do indivíduo daqueles sistemas psicofísicos que de-
terminam o comportamento e o pensamento característico [do indivíduo]” 
(1961, p. 28; FIG. 13.2). Essa definição inclui muitos dosconceitos mais 
importantes para uma compreensão contemporânea da personalidade. A 
noção de organização indica que a personalidade é um todo coerente. 
Esse todo organizado é dinâmico na medida em que busca objetivos, é 
sensível a contextos particulares e adaptativo ao ambiente da pessoa. Ao 
enfatizar os sistemas psicofísicos, Allport reuniu duas ideias: destacou a 
natureza mental da personalidade (i.e., a parte psico do psicofísico) e re-
conheceu que a personalidade se origina de processos biológicos básicos 
(i.e., a parte física). Além disso, essa definição enfatiza que a personali-
dade leva as pessoas a terem comportamentos e pensamentos (e senti-
mentos) característicos. Em outras palavras, as pessoas fazem, pensam 
e sentem coisas de modo relativamente consistente ao longo do tempo.
Nas últimas décadas, surgiram evidências de que fatores bioló-
gicos – como os genes, as estruturas cerebrais e a neuroquímica – de-
sempenham um papel importante na determinação da personalidade. 
Obviamente, todos esses fatores são afetados pela experiência. Confor-
me discutido no Capítulo 3, cada célula no corpo contém o genoma, ou 
a receita básica, que fornece instruções detalhadas para os processos 
físicos. A expressão genética – se um gene é desligado ou ligado – está 
subjacente a toda atividade psicológica. Em última análise, os genes 
produzem efeitos somente se forem expressos. O ambiente determina 
quando ou se a expressão genética acontece. Por meio das mudanças 
epigenéticas, os genes se tornam mais ou menos prováveis de ser ex-
pressos. Lembre-se do Capítulo 3 que epigenética se refere a alterações 
na expressão ou não dos genes, não a alterações no DNA subjacente.
A carga genética predispõe a certos traços ou características da per-
sonalidade, mas a expressão desses genes depende das circunstâncias 
Objetivos de 
aprendizagem
 � Resumir os resultados de 
estudos com gêmeos e de 
adoção na medida em que 
esses resultados dizem 
respeito à personalidade.
 � Entender o papel de genes 
específicos na personalidade.
 � Identificar temperamentos 
distintos.
 � Revisar pesquisas que 
avaliam os traços de 
personalidade entre animais 
não humanos.
Personalidade
Pensamentos, respostas emocionais 
e comportamentos característicos 
de uma pessoa.
Traço de personalidade
Um padrão de pensamentos, 
emoções e comportamentos que é 
relativamente consistente ao longo 
do tempo e em diferentes situações.
FIGURA 13.2 Gordon Allport. Em 
1937, Allport publicou o primeiro manual 
de psicologia da personalidade. Seu 
livro definiu o campo. Ele também advo-
gou o estudo dos indivíduos e estabele-
ceu os traços como um conceito central 
na pesquisa da personalidade.
550 Ciência psicológica
únicas que cada pessoa enfrenta na vida. Por exemplo, conforme observado no Ca-
pítulo 3, crianças com uma determinada variação genética se revelaram com maior 
probabilidade de se tornarem criminosos violentos quando adultas se tivessem sido 
abusadas durante a infância. Um tema importante ao longo deste livro é que a natureza 
e a criação trabalham em conjunto para produzir os indivíduos, e esse tema vale parti-
cularmente para a personalidade.
A personalidade tem base genética
Há evidências irrefutáveis de que quase todos os traços de personalidade têm um 
componente genético (Plomin & Caspi, 1999; Turkheimer, Petterson, & Horn, 2014). 
Um dos primeiros estudos a documentar a hereditariedade da personalidade foi con-
duzido por James Loehlin e Robert Nichols (1976). Os pesquisadores examinaram 
semelhanças na personalidade em mais de 800 pares de 
gêmeos. Entre uma ampla variedade de traços, os gêmeos 
idênticos demonstraram ser muito mais semelhantes do 
que os gêmeos fraternos. Esse padrão reflete as ações dos 
genes, uma vez que gêmeos idênticos compartilham quase 
os mesmos genes, enquanto gêmeos fraternos não.
Posteriormente, inúmeros estudos com gêmeos en-
contraram que a influência genética representa aproxima-
damente metade da variância (40-60%) entre os indivíduos 
para todos os traços de personalidade, bem como em ati-
tudes específicas que refletem esses traços, como atitudes 
em relação a pena de morte, aborto e o gosto por andar 
na montanha-russa (Olson, Vernon, Harris, & Jang, 2001). 
Além disso, a base genética dos traços demonstrou ser a 
mesma entre as culturas (Yamagata et al., 2006). Esses pa-
drões persistem tanto nas situações em que os gêmeos ava-
liam a si mesmos como nas situações em que os amigos, a 
família ou observadores treinados os avaliam (FIG. 13.3).
Obviamente, gêmeos idênticos recebem tratamento 
mais similar do que outros irmãos, e o tratamento pode 
explicar as semelhanças na personalidade. As melhores 
evidências que refutam essa ideia foram obtidas por Tho-
mas Bouchard e colaboradores (1990). Conforme descri-
to no Capítulo 3, esses pesquisadores identificaram que 
gêmeos criados separados são com frequência tão seme-
lhantes quanto, ou até mais semelhantes do que gêmeos 
criados juntos. Esse achado sugere que a personalidade se 
desenvolve de forma muito parecida para os gêmeos durante suas vidas, independen-
temente de terem sido criados na mesma família ou não.
ESTUDOS DE ADOÇÃO Evidências adicionais da base genética da personalidade 
provêm de estudos de adoção. Digamos que duas crianças sem parentesco biológico 
são criadas na mesma família como irmãos adotivos. Essas duas crianças tendem 
a ser mais parecidas na personalidade do que duas crianças estranhas escolhidas 
aleatoriamente na rua (Plomin & Caspi, 1999). Além do mais, as personalidades de 
crianças adotadas não apresentam relação significativa com as dos pais adotivos. Em 
conjunto, esses achados sugerem que o estilo parental pode ter relativamente pouco 
impacto na personalidade.
Na verdade, evidências atuais sugerem que o estilo parental tem muito menos im-
pacto do que se presumia (Turkheimer et al., 2014). Por exemplo, os estudos comumen-
te encontram pequenas correlações na personalidade entre irmãos biológicos ou entre 
os filhos e seus pais biológicos. Essas correlações são ainda maiores do que para crian-
ças adotadas. Em outras palavras, as semelhanças na personalidade entre irmãos bio-
lógicos e entre os filhos e seus pais biológicos parecem ter algum componente genético.
Por que, então, crianças que são criadas juntas na mesma família (que não são 
gêmeas idênticas) são tão diferentes (Plomin & Daniels, 2011)? Uma explicação é que 
as vidas dos irmãos divergem quando eles estabelecem amizades fora de casa (Rowe, 
Woulbroun, & Gulley, 2013). Os tipos de pares que as crianças têm afetam como elas 
Capítulo 13 Personalidade 551
pensam, se comportam e se sentem, e os pensamentos, comportamentos e sentimen-
tos podem influenciar o desenvolvimento da personalidade (Harris; 2011). Mesmo 
que os irmãos sejam criados na mesma família, seus ambientes em casa diferem em 
função da idade e do fato de terem irmãs ou irmãos mais novos ou mais velhos, e 
seus pais respondem diferentemente a cada um deles (Avinun & Knafo, 2014). As per-
sonalidades dos irmãos lentamente se separam à medida que suas diferenças iniciais 
são ampliadas pelas suas interações com o mundo.
Embora as pequenas correlações na personalidade entre os irmãos impliquem 
que o estilo parental tem pouco efeito, isso não quer dizer que os pais não sejam 
importantes (ver Cap. 9, “Desenvolvimento humano”). David Lykken (2000), um im-
portante pesquisador da genética do comportamento, defendeu que crianças criadas 
com parentalidade inadequada não são socializadas apropriadamente e, portanto, 
têm muito mais probabilidade de se tornarem delinquentes ou de apresentarem com-
portamento antissocial. Dessa forma, um nível mínimo de parentalidade é crucial, 
mas o estilo particular da parentalidade pode ter menor impacto na personalidade.
É claro que os pais influenciam muitos aspectos das vidas dos seus filhos, por 
exemplo, escolhendo onde a família mora. O bairro escolhido pode ter um impacto 
importante nos grupos de pares dosfilhos e em outras experiências que moldam a 
personalidade. Ao escolherem bairros com boas escolas e baixos índices de crimina-
lidade, os pais influenciam a probabilidade de seus filhos se envolverem com grupos 
bons ou ruins. Incentivando talentos atléticos ou artísticos, os pais podem aumentar 
a probabilidade de seus filhos conhecerem crianças com os mesmos interesses ou 
que tenham experiências que estimulem interesses futuros. Por conseguinte, os pais 
desempenham um papel importante na escolha dos ambientes que moldam a perso-
nalidade dos seus filhos.
EXISTEM GENES ESPECÍFICOS PARA A PERSONALIDADE? Pesquisas revelaram os 
componentes genéticos para comportamentos particulares, como o hábito de assis-
tir à televisão ou o fato de se divorciar, e até mesmo para atitudes específicas, como 
sentimentos em relação à pena capital ou o gosto por jazz (Tesser, 1993). Esses acha-
dos não significam, obviamente, que genes escondidos em nosso DNA determinam 
a quantidade ou os tipos de programas de televisão a que assistimos. O que ocorre 
Monozigóticos
Dizigóticos
0
Para cada traço, as correlações 
para gêmeos monozigóticos 
foram maiores do que para 
gêmeos dizigóticos.
Correlação 
entre pares 
de gêmeos 
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Traço 
A
m
ab
ili
da
de
Es
cr
up
ul
os
id
ad
e
N
eu
ro
tic
is
m
o
Ex
tr
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D
is
po
ni
bi
lid
ad
e
FIGURA 13.3 Correlações em gêmeos. Pesquisadores examinaram as correlações entre 123 
pares de gêmeos idênticos (monozigóticos) e 127 pares de gêmeos fraternos (dizigóticos) em 
Vancouver, Canadá. Este gráfico resume alguns dos seus achados (esses traços, denominados 
cinco grandes fatores – Big Five, são discutidos na p. 563).
552 Ciência psicológica
é que eles nos predispõem a ter certos traços de personalidade. Os traços de perso-
nalidade estão associados a tendências comportamentais, cognitivas ou emocionais, 
referidas como disposições. Na maioria dos casos, os pesquisadores observam a in-
fluência de múltiplos genes que interagem de forma independente com o ambiente do 
indivíduo para produzir as disposições gerais. Por exemplo, genes e ambiente juntos 
podem resultar em que uma pessoa prefira atividades em ambientes fechados a ativi-
dades em ambientes ao ar livre.
Estudos iniciais encontraram que os genes podem estar ligados a alguma espe-
cificidade dos traços de personalidade. Por exemplo, um gene que regula um receptor 
dopaminérgico particular foi associado à procura de novidade, ao desejo de buscar 
novas experiências (Cloninger, Adolfsson, & Svarakic, 1996; Ekelund, Lichtermann, 
Jaervelin, & Peltonen, 1999). A teoria é de que pessoas com uma forma desse gene 
têm deficiência de dopamina. Em consequência, esses indivíduos buscam novas ex-
periências para aumentar a liberação de dopamina. Pesquisas sobre a estabilidade 
emocional implicam um gene que regula a serotonina, embora o efeito seja muito 
pequeno (Jang et al., 2001; Munafo et al., 2012). De fato, as ligações entre genes es-
pecíficos e aspectos específicos da personalidade parecem ser extraordinariamente 
pequenas (Turkheimer et al., 2014). Em contrapartida, milhares de genes contribuem 
para traços específicos. Esses genes se combinam para influenciar a personalidade 
global de uma pessoa (Weiss, Bates, & Luciano, 2008).
Segundo David Lykken e colaboradores (1992), é possível que cada agregação 
fortuita de genes produza um indivíduo único. Esses pesquisadores fazem a analogia 
de uma mão de pôquer recebida por uma criança. Digamos que a mãe da criança vi-
rou um 10 e o rei de copas, e o pai virou um valete, a rainha e o ás de copas. Embora 
nenhum dos pais isoladamente tenha contribuído com uma mão significativa, juntos 
eles transmitiram um “royal flush”. É claro que algumas pessoas recebem mãos ven-
cedoras e outras recebem mãos difíceis de jogar. A questão é que a personalidade 
de cada pessoa reflete a mão genética dada por 
ambos os pais.
Além do mais, as experiências de cada 
pessoa afetam as circunstâncias que podem 
causar alterações epigenéticas e a expressão 
seletiva de determinados genes. Dada a com-
plexidade da personalidade, a complexidade da 
base genética subjacente à personalidade não 
causa surpresa. Mesmo que os estudos com 
gêmeos forneçam evidências incontestáveis de 
que os genes representam aproximadamente 
metade da variância na personalidade, os pes-
quisadores nunca conseguem identificar os 
genes específicos que produzem esses efeitos 
(Munafo & Flint, 2011). Agregar as alterações 
epigenéticas que resultam das interações com 
o ambiente torna ainda mais difícil identificar a 
influência de um gene específico (Zhang & Mea-
ney, 2010).
O temperamento é evidente na infância
Os genes atuam afetando os processos bioló-
gicos. Como os genes influenciam a personali-
dade, faz sentido que eles ajudem a produzir 
diferenças biológicas na personalidade. Es-
sas diferenças são denominadas temperamento: 
tendências gerais a sentir ou agir de determina-
das maneiras. Os temperamentos são mais abrangentes do que os traços de perso-
nalidade. Experiências na vida podem alterar os traços de personalidade, conforme 
discutiremos posteriormente neste capítulo, mas os temperamentos representam as 
estruturas biológicas inatas da personalidade e são mais estáveis (Rothbart, 2011). 
Temperamento
Tendências com base biológica 
a sentir ou agir de determinadas 
maneiras.
Capítulo 13 Personalidade 553
Arnolf Buss e Robert Plomin (1984) defenderam que três características 
básicas podem ser consideradas temperamento (FIG. 13.4). Nível de atividade 
é a quantidade total de energia e de comportamento que uma pessoa exibe. Por 
exemplo, algumas crianças correm por toda a casa, outras são menos dinâmi-
cas e ainda outras têm ritmo lento. Emocionalidade descreve a intensidade das 
reações emocionais. Por exemplo, crianças que choram com frequência ou ficam 
facilmente assustadas, assim como adultos que rapidamente ficam irritados, pro-
vavelmente têm alta emocionalidade. Finalmente, sociabilidade se refere à ten-
dência geral a se afiliar aos outros. Indivíduos com alta sociabilidade preferem 
estar com outras pessoas a estar sozinhas.
Esses temperamentos foram associados a propensão das pessoas a se mu-
darem para novas localidades. Um estudo dos padrões de migração na Finlândia 
encontrou que pessoas com maiores escores em sociabilidade tinham maior pro-
babilidade de migrar para áreas urbanas e para lugares que eram muito distantes 
da sua cidade natal. Aquelas que tinham altos níveis de atividade tinham maior 
probabilidade, em geral, de migrar para um novo local, independentemente de 
qual fosse. Finalmente, aquelas com alta emocionalidade tinham probabilidade 
de migrar para lugares que eram próximos à sua cidade natal (Jokela, Elovai-
nio, Kivimaki, & Keltikangas-Jarvinen, 2008). De acordo com Buss e Plomin, 
esses três estilos de temperamento são os principais fatores de personalidade 
influenciados pelos genes. De fato, evidências de estudos com gêmeos, estudos 
de adoção e estudos de famílias indicam um efeito poderoso da hereditariedade 
nesses temperamentos centrais. Os pesquisadores também identificaram outros 
temperamentos, por exemplo, até que ponto as crianças conseguem controlar seu 
comportamento e suas emoções (Caspi, 2000).
Existem diferenças no temperamento entre meninas e meninos? Uma me-
tanálise encontrou diferenças de gênero robustas no temperamento no início da 
infância (Else-Quest, Hyde, Goldsmith, & Van Hulle, 2006). As meninas demons-
traram habilidades mais fortes para controlar sua atenção e resistir aos seus 
impulsos. Os meninos eram mais ativos fisicamente e experimentavam o prazer 
com alta intensidade, como as brincadeiras de luta. No entanto, não houve dife-
renças no temperamento em relação a emoções negativas, como ficar zangado ou 
neurótico, durante a infância. Mais adiante neste capítulo você irá aprender sobre 
como mulheres e homens diferem em suas personalidades adultas e como essas 
diferençasvariam entre as culturas.
Há implicações de longo prazo no temperamento
Até que ponto o temperamento do bebê prognostica a personalidade adulta? 
Lembre-se da vinheta de abertura do capítulo, na qual fotos de infância de Marc 
e Christine mostravam que aspectos das suas personalidades adultas já eram 
visíveis em idade precoce. Pesquisas recentes documentaram evidências convin-
centes de que o temperamento no início da infância influencia significativamente 
o comportamento e a estrutura da personalidade durante o desenvolvimento da 
pessoa (Caspi, 2000). Conforme discutido no Capítulo 3, pesquisadores investi-
garam a saúde, o desenvolvimento e as personalidades de mais de mil pessoas 
nascidas no período de um ano (Caspit et al., 2002). Esses indivíduos foram exa-
minados aproximadamente a cada dois anos. A maioria deles (97%) permaneceu 
no estudo até os 21 anos. Aos 3 anos de idade, foram classificados dentro dos 
tipos de temperamento com base nas avaliações dos examinadores (os tipos de 
temperamento eram diferentes daqueles identificados por Buss e Plomin). A clas-
sificação aos 3 anos de idade prognosticou a estrutura da personalidade e vários 
comportamentos no início da idade adulta. Por exemplo, crianças socialmente 
inibidas tinham muito mais probabilidade, quando adultas, de ser ansiosas, ficar 
deprimidas, ficar desempregadas, ter menos apoio social e tentar suicídio (Caspi, 
2000; FIG. 13.5). Esses achados sugerem que o temperamento no início da infân-
cia pode ser um bom prognosticador de comportamentos posteriores.
O grau de timidez das pessoas na adolescência e idade adulta foi associado a 
diferenças precoces no temperamento. Pesquisas demonstraram que crianças com 
(a)
(b)
(c)
FIGURA 13.4 Três tipos de 
temperamento. Temperamen-
to são aspectos da personalida-
de que são mais determinados 
pela biologia. Há três tempera-
mentos, os quais estão basea-
dos (a) no nível de atividade, 
(b) na emocionalidade e (c) na 
sociabilidade de uma criança.
554 Ciência psicológica
apenas 6 semanas de idade podem ser identificadas como provavelmen-
te tímidas (Kagan & Snidman, 1991). Aproximadamente 15 a 20% dos 
recém-nascidos reagem a novas situações ou estranham objetos ficando 
assustados e aflitos, chorando e movendo braços e pernas vigorosa-
mente. O psicólogo do desenvolvimento Jerome Kagan se refere a essas 
crianças como inibidas e vê essa característica como biologicamente 
determinada. A demonstração de sinais de inibição aos 2 meses de ida-
de prediz relatos parentais posteriores de que a criança é tímida aos 4 
anos, e provavelmente o será durante a adolescência. Evidências bioló-
gicas sugerem que a amígdala – a região do cérebro envolvida nas res-
postas emocionais, especialmente o medo – está envolvida na timidez.
Embora a timidez tenha um componente biológico, também pos-
sui um componente social. Aproximadamente um quarto das crian-
ças inibidas comportalmente não é tímido posteriormente na infância 
(Kagan, 2011). Esse desenvolvimento em geral ocorre quando os pais 
criam ambientes apoiadores e calmos nos quais os filhos podem lidar 
com o estresse e a novidade no seu próprio ritmo. Mas esses pais não 
protegem seus filhos do estresse completamente, portanto as crianças 
gradualmente aprendem a lidar com seus sentimentos negativos em 
situações novas.
A personalidade é adaptativa
O genoma humano foi moldado no curso da evolução. Na verdade, ele 
continua a ser moldado pela evolução. Por meio dos processos de se-
leção natural, as características adaptativas se disseminaram no pa-
trimônio genético e foram se manifestando em números crescentes 
de geração para geração. Assim sendo, podemos esperar que traços de 
personalidade úteis para a sobrevivência e reprodução tenham sido fa-
vorecidos. Por exemplo, é fácil imaginar como o fato de ser competitivo 
possibilita que os indivíduos obtenham grandes recompensas ou des-
frutem de maior valor em seus grupos sociais. Além disso, os traços 
fornecem informações importantes sobre as qualidades desejadas e in-
desejadas nos parceiros. Pelo comportamento de observação, podemos 
saber se parceiros potenciais são escrupulosos, agradáveis, neuróticos, 
etc. David Buss (1999) argumentou que os traços de personalidade for-
necem informações importantes relacionadas à escolha do parceiro.
Outra explicação possível para as diferenças individuais está rela-
cionada às habilidades que possuem os membros dos grupos. Os gru-
pos cujos membros possuem habilidades diversas têm uma vantagem 
seletiva sobre os grupos cujos membros têm um número limitado de 
habilidades (Caporael, 2001). Consideremos o traço da busca de novi-
dade. Ter membros no grupo que procuram e exploram novos territó-
rios pode levar à descoberta de novos recursos, como uma abundante 
provisão de alimentos. Entretanto, aqueles que buscam novidade se ex-
põem a riscos maiores, e o grupo sofreria se todos os seus membros se-
guissem essa estratégia. Portanto, é vantajoso para o grupo também ter 
membros cautelosos. Os indivíduos cautelosos podem melhorar o gru-
po de outras formas, talvez sendo mais atentos ou dando apoio social. 
Assim, a diversidade das habilidades torna mais provável o sucesso 
do grupo. E, é claro, todos os membros de grupos bem-sucedidos têm 
maior probabilidade de sobrevivência e de reprodução e, dessa forma, 
podem transmitir seus genes a gerações futuras.
PERSONALIDADES DOS ANIMAIS Se você já teve um animal de estimação, prova-
velmente percebeu que o seu animalzinho tinha uma personalidade distinta. Durante 
a maior parte da história da ciência psicológica, sua intuição teria sido considerada 
com ceticismo. Isto é, os psicólogos teriam presumido que você estava projetando 
seu próprio senso de personalidade no mascote. Quando consideram se os animais 
têm personalidade, alguns psicólogos pensam agora em termos dos princípios da 
evolução. Ou seja, os humanos e outros animais evoluíram à medida que resolveram 
Porcentagem
aos 21 anos
Porcentagem
aos 21 anos
5
10
15
20
Grupo de temperamento
aos 3 anos:
5
10
15
20
Variedade
dos delitos
aos 21 anos 
–0,2
0
0,2
0,4
Bem adaptado
Inibido
Descontrolado
Transtorno antissocial
Problemas com álcool
Crime
0
0
–0,4
FIGURA 13.5 Comportamento preditivo. 
Pesquisadores investigaram o desenvol-
vimento da personalidade de mais de mil 
pessoas. Conforme apresentado nestes 
gráficos, os indivíduos avaliados como 
descontrolados aos 3 anos de idade pos-
teriormente tinham maior probabilidade 
de ser antissociais, ter problemas com 
álcool e ser criminosos do que aqueles 
avaliados como bem adaptados ou ini-
bidos. Em cada um dos gráficos, a linha 
pontilhada indica a média para toda a 
amostra.
Capítulo 13 Personalidade 555
desafios adaptativos ocasionalmente similares. Por conseguinte, existe alguma con-
tinuidade entre as espécies. Essa visão levanta a possibilidade de que os animais, 
em várias circunstâncias, podem exibir diferenças individuais consistentes quanto 
ao comportamento, e estas refletem bases biológicas subjacentes da personalidade 
(Gosling, 2001).
Sam Gosling estudou o comportamento de um grupo de 34 hienas manchadas 
(Gosling, 1998). A partir desses achados, Gosling criou uma escala de personalidade 
que consistia de 44 traços aplicáveis tanto aos humanos quanto às hienas. Quatro 
observadores que conheciam bem as hienas usaram a escala de forma independente 
para avaliar os animais. A concordância entre os avaliadores foi tão alta quanto é 
geralmente encontrado em estudos da personalidade de humanos, e esse resultado 
sugere que os avaliadores avaliaram as hienas com confiabilidade (ver “Pensamento 
científico: Estudo de Gosling da personalidade nos animais”).
Gosling e Oliver John (1999) resumiram os achados de 19 estudos que ava-
liaram múltiplas disposições na forma de características duradouras em animais 
não humanos. Os estudos envolveram amostras de animais de estimação, macacos 
e outros primatas, porcos, jumentos, animais aquáticos e outrasespécies. Gosling e 
John encontraram evidências de versões confiáveis dos traços de personalidade, tais 
como extroversão e emocionalidade, que podem ser observados em muitas espécies, 
incluindo os humanos. No entanto, somente os chimpanzés mostraram sinais de al-
guns traços humanos, como o quanto pareciam ser cuidadosos e controlados. Esse 
achado não causa surpresa, já que os chimpanzés são os parentes mais próximos dos 
humanos. De todas as espécies, os humanos exibem de modo mais consistente traços 
que os psicólogos reconhecem como personalidade. 
Pensamento científico
Estudo de Gosling da personalidade nos animais
HIPÓTESE: Animais não humanos podem ser descritos em termos dos traços de personalidade básicos.
Pesquisadores definiram 44 traços e 
pediram que os observadores 
avaliassem 34 hienas manchadas em 
relação a cada traço.
Por meio da análise dos fatores, os 44 traços foram agrupados em cinco dimensões 
principais:
1
2
ASSERTIVIDADE CURIOSIDADE
EXCITABILIDADE AMABILIDADE DIRIGIDA AOS HUMANOS
SOCIABILIDADE
RESULTADOS: As avaliações dos quatro juízes mostraram a mesma concordância que na maioria dos estudos da personalidade 
de humanos. As cinco dimensões da personalidade não puderam ser explicadas por outros fatores como gênero ou idade.
CONCLUSÃO: O achado de que as hienas podem ser descritas com confiabilidade em termos dos traços de personalidade 
apoia pesquisas adicionais da personalidade em animais não humanos.
FONTE: Gosling, S. D. (1998). Personality dimensions in spotted hyenas (Crocuta crocuta). Journal of Comparative Psychology, 
112, 107–118.
556 Ciência psicológica
Resumindo
De onde se origina a personalidade?
 � Personalidade são os pensamentos, as respostas emocionais e os comportamentos caracte-
rísticos de uma pessoa. Um traço de personalidade é um padrão de pensamentos, emoções 
e comportamentos que é relativamente consistente ao longo do tempo e entre as situações.
 � Resultados de estudos de gêmeos e estudos de adoção sugerem que 40 a 60% da varia-
ção da personalidade é produto da variação genética.
 � Os pais desempenham um papel importante na escolha dos ambientes que moldam a per-
sonalidades de seus filhos.
 � As características da personalidade são influenciadas por múltiplos genes que interagem 
com o ambiente para produzir disposições gerais.
 � É difícil identificar a influência de genes específicos na personalidade. Alguns traços, como 
a busca de novidade, foram associados a um gene associado aos níveis de dopamina, e a 
estabilidade emocional foi associada a um gene associado aos níveis de serotonina.
 � O temperamento, tendência da personalidade com base biológica, é evidente no início da 
infância e tem implicações de longo prazo no comportamento adulto.
 � Existem diferenças de gênero no temperamento. As meninas são mais capazes de con-
trolar a atenção e os impulsos, e os meninos são mais ativos e obtêm mais prazer com a 
atividade física.
 � O temperamento na infância pode prognosticar traços de personalidade adultos. Os tra-
ços de personalidade que facilitam a sobrevivência e a reprodução são adaptativos. As 
diferenças individuais na personalidade dentro de um grupo podem ser vantajosas para a 
sobrevivência do grupo.
 � Pesquisas forneceram evidências de traços de personalidade básicos em animais não hu-
manos, sugerindo que alguns traços têm uma base biológica.
Avaliando 
 1. Quais das afirmações a seguir são verdadeiras no que tange à relação entre ambiente, 
genes, traços de personalidade e temperamento? Escolha todas as afirmações que se 
aplicam:
 a. O ambiente interage com os traços de personalidade para moldar o temperamento.
 b. O ambiente interage com o temperamento para moldar os traços de personalidade.
 c. Os genes atuam para produzir o temperamento.
 d. O temperamento afeta o modo como cada criança responde e molda seu ambiente.
 e. A influência dos genes no temperamento e nos traços de personalidade muda durante 
a vida.
 2. Quais dos seguintes foram identificados como temperamentos?
 a. nível de atividade, emocionalidade, sociabilidade
 b. nível de atividade, controle, curiosidade
 c. emocionalidade, amabilidade, extroversão
 d. sociabilidade, inibição, escrupulosidade
 3. Pesquisas revelaram qual dos seguintes aspectos como relacionado às crianças identi-
ficadas como inibidas aos 3 anos de idade?
 a. As crianças inibidas mostraram sinais de abuso e trauma quando adultas, evidenciando 
que a personalidade é moldada pela experiência.
 b. As crianças inibidas continuaram a ser tímidas durante a adolescência e experimenta-
ram mais depressão e ansiedade quando adultas, sugerindo que a personalidade tem 
um viés biológico.
 c. As crianças inibidas desenvolveram personalidades extrovertidas quando adultas, com-
provando que a personalidade é aprendida no ambiente do indivíduo.
 d. As crianças inibidas apresentaram sinais de disfunção cognitiva, oferecendo evidên-
cias de um viés biológico para a personalidade.
RESPOSTAS: (1) As opções b, c, d são verdadeiras.
(2) a. nível de atividade, emocionalidade, sociabilidade.
(3) b. As crianças inibidas continuaram a ser tímidas durante a adolescência e experimentaram mais depres-
são e ansiedade quando adultas, sugerindo que a personalidade tem um viés biológico.
Ana
Retângulo

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