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ansiedade provocada pela dispneia. Efeitos colaterais: náuseas, broncoespasmo, hipotensão, diminuição do nível de consciência, depressão respiratória. Evitar em pacientes com broncoespasmo e hipotensos. Fentanil: 0,35 a 1,5 g/kg ou em torno de 25 a 100 g para um adulto médio de 70 kg (0,5 a 2ml do fentanil diluído em água destilada para um total de 10 mL sob administração endovenosa lenta). Nitroprussiato (Nipride: ampolas com 50 mg) Preparar em 250 a 500 mL de SF ou SG (solução a 200 g/ml e 100g/ml, respectivamente). Dose: iniciar com 0,1 a 0,2 g/kg/minuto (na prática, 5 a 10 mL/hora), com aumentos de 0,2 g/kg/minuto a cada 3 a 5 minutos até alcançar resposta clínica ou até ocorrer hipotensão A solução deve é fotossensível; deve ser trocada a cada 3 a 6 horas. Usar com cautela na insuficiência hepática e em infusões de altas doses por longo tempo. Para pacientes com suspeita de isquemia miocárdica, a nitroglicerina é preferível para prevenir o ―roubo coronariano‖. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 49 Agentes inotrópicos: dobutamina, dopamina Administrar em pacientes com PAS ou índice cardíacos baixos apenas na presença de sinais de hipoperfusão ou congestão. Hipoperfusão: pele úmida e fria, acidose, insuficiência renal ou disfunção hepática ou rebaixamento do nível de consciência. Retirar tão logo se restabeleça uma perfusão tecidual adequada e/ou ocorra redução da congestão pulmonar (determinam lesão miocárdica adicional e levam a aumento da mortalidade a curto e longo prazo). REFERÊNCIAS 1. II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda. Arq. Bras. Cardiol. 2009. 93(3) supl.3: 1-65. 2. Dickstein K, Cohen-Solal A, Filippatos G, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2008: the task force for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2008 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association of the ESC (HFA) and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM). Eur J Heart Fail 2008;10:933-989. 3. Ware LB and Matthay MA. Acute Pulmonary Edema. N Engl J Med 2005; 353:2788-2796. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 50 CRISE HIPERTENSIVA A crise hipertensiva é classificada em emergência e urgência hipertensiva. Na urgência hipertensiva, não há comprometimento de órgão-alvo e a redução da PA pode, portanto, ser processada mais lentamente, com o uso de drogas hipotensoras por via oral, podendo o tratamento ser conduzido em enfermaria ou mesmo ambulatorialmente. Nesses pacientes, a melhor abordagem é a utilização de medicações orais para diminuir a PA gradualmente ao longo de 24 a 48 horas. A redução rápida da PA pode determinar morbidade significativa na urgência hipertensiva devido a uma redução acentuada da perfusão dos leitos arteriais cerebrais, coronarianos ou renais, causando isquemia e infarto. Portanto, apesar da PA precisar ser reduzida nestes doentes, esta deve ser reduzida de forma lenta e controlada para evitar hipoperfusão órgânica. Deve-se controlar todos os fatores que possam estar contribuindo para o pico hipertensivo (por exemplo, dor e ansiedade). Efeitos adversos sérios como AVC, IAM, distúrbios de condução, choque, hipotensão severa e morte, têm sido relatados com o uso da nifedipina sublingual. Na emergência hipertensiva ocorre comprometimento de órgão-alvo (cérebro, rins, coração). Estes pacientes necessitam de rápida redução dos níveis pressóricos (anti-hipertensivo parenteral). Classificação das emergências hipertensivas A. Encefalopatia hipertensiva. Cefaléia intensa e generalizada de início súbito e recente, acompanhada de náuseas, vômitos, alterações transitórias do estado de consciência, perturbações neurológicas focais ou generalizadas. O melhor critério diagnóstico é a pronta resposta ao tratamento anti-hipertensivo. Se isso não ocorrer, deve-se questionar o diagnóstico. O tratamento objetiva a redução da PA para níveis de 160/100 mmHg. B. Hipertensão acelarada-maligna. Pacientes com hipertensão arterial grave (PD em geral > 130 mmHg), associada a retinopatia (edema de papila) e à insuficiência renal, podendo coexistir manifestações de encefalopatia hipertensiva, anemia, microangiopatia e sinais de insuficiência ventricular esquerda. O tratamento visa reduzir a PA para níveis que não ocasionem redução do fluxo sangüíneo para os órgãos-alvos, normalmente para níveis em torno de 160/110 a 100 mmHg. C. Aneurisma dissecante da aorta Um vasodilatador isoladamente não é o ideal para o tratamento da dissecção aguda da aorta, pois isto pode promover taquicardia reflexa, aumento da velocidade de ejeção aórtica e promover a extensão da dissecção. A combinação de um antagonista beta-adrenérgico e um vasodilatador é a conduta padrão no tratamento. O esmolol é o antagonista beta-adrenérgico de escolha, sendo o metoprolol uma alternativa adequada. O nitroprussiato tem sido tradicionalmente utilizado como o vasodilatador de escolha. A menos que comorbidades significativas estejam presentes, a cirurgia é indicada para todos os pacientes com dissecção tipo A (que envolve a aorta ascendente). Pacientes com dissecções tipo B (apenas aorta descendente) podem ser conduzidos com controle agressivo da PA, uma vez que os resultados têm se mostrado iguais com tratamento médico ou cirúrgico, a não ser que sobrevenham complicações como rotura ou comprometimento do fluxo sanguíneo para órgãos vitais. Morfina 2 a 4 mg EV pode ser usada até atingir analgesia adequada. Nitroprussiato: conforme necessário para reduzir a pressão arterial. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 51 Betabloqueador: metoprolol 5mg EV em 3 a 5 minutos, para redução da FC e do inotropismo (FC < 60 bpm). No caso da dissecção, a dose máxima será aquela tolerada capaz de betabloquear o paciente. Havendo contraindicação ao seu uso, usar verapamil ou diltiazen. D. Crise Adrenérgica As crises adrenérgicas mais comumente encontradas estão relacionadas ao uso recreativo de drogas simpatomiméticas como a cocaína, anfetaminas ou fenciclidina. Raramente, estas crises podem ser vistas com feocromocitoma, os pacientes que receberam um monoaminooxidase inibidor que ingerem uma comida contendo tiramina ou pacientes que param abruptamente medicações anti-hipertensivas como a clonidina ou antagonistas beta-adrenérgicos. A crise adrenérgica induzida pelo feocrocitoma são tratadas utilizando-se, preferencialmente, os bloqueadores alfa ou alfa e beta-adrenérgicos como a fentolamina e o labetalol, respectivamente. Como estas drogas não estão disponíveis no Brasil, na prática, usa-se com muito bons resultados o nitroprussiato de sódio, eventualmente associado a beta-bloqueadores como o esmolol, metoprolol ou propranolol, ou a bloqueadores de canal de cálcio como o verapamil, se ocorrer taquicardia ou arritmias. As drogas de escolha para o tratamento das crises adrenérgicas induzidas por cocaína, crack, anfetaminas, derivados tricíclicos etc., também são os bloqueadores alfa ou alfa e beta-adrenérgicos como a fentolamina e o labetalol, Entretanto, não sendo disponíveis, o nitroprussiato de sódio constitui uma opção segura e eficaz. Os beta-bloqueadores, contudo, devem ser evitados para prevenir o antagonismo isolado de beta-receptores vasculares o que resultaria em atividade alfa-adrenérgica sem oposição com potencial aumento da PA. De fato, na emergência hipertensiva