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Procedimentos de Segurança na Pista SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 629.7 79 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Procedimentos de Segurança na Pista – Brasília: SEST/SENAT, 2017. 1. Aeronave. 2. Aeroporto - segurança. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Procedimentos de Segurança na Pista 6 1 Introdução 7 1.1 Prevenção e Combate a Incêndios 7 1.2 EPIs e FODs 9 1.3 Amarração de Aeronaves 12 Glossário 19 Atividades 20 Referências 21 Unidade 2 | Movimentação da Aeronave 22 1 Introdução 23 1.1 Partida e Operação do Motor 23 1.2 Motores Alternativos 24 1.3 Motores com Partida Manual 27 1.4 Motores Turboélice 30 1.4.1 Procedimentos de Partida de um Motor Turboélice 33 1.5 Motores Turbofan 34 1.5.1 Partida de um Motor Turbofan 36 1.6 Gerador Elétrico Auxiliar 38 Glossário 39 Atividades 40 Referências 41 Unidade 3 | Partidas Insatisfatórias de Motores Turbofan 42 1 Introdução 43 1.1 Partida Quente e Partida Pendente ou Falsa 43 4 1.2 Motor sem Inicialização e Reboque de Aeronaves 44 1.3 Aeronaves Taxiando 49 1.4 Sinalização de Taxiamento 49 Glossário 53 Atividades 54 Referências 55 Unidade 4 | Procedimentos de Manutenção de Aeronave na Pista 56 1 Introdução 57 1.1 Serviço de Abastecimento de Ar/Nitrogênio, Óleo e Fluidos 57 1.2 Equipamentos de Solo 58 1.2.1 Unidades Elétricas de Energia de Solo 59 1.2.2 Unidades de Energia Hidráulicas de Solo 61 1.2.3 Unidade de Ar de Apoio em Solo 62 1.2.4 Equipamento de Abastecimento de Oxigênio 63 Glossário 64 Atividades 65 Referências 66 Unidade 5 | Manutenção de Abastecimento das Aeronaves 67 1 Introdução 68 1.1 Tipos de Combustível e Identificação 69 1.2 Controle de Contaminação 69 1.3 Procedimentos e Cuidados no Abastecimento de Aeronaves 71 Glossário 75 Atividades 76 Referências 77 Gabarito 78 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Procedimentos de Segurança na Pista! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. Este curso possui carga horária total de 25 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Procedimentos de Segurança na Pista 5h Unidade 2 | Movimentação da Aeronave 5h Unidade 3 | Partidas Insatisfatórias de Motores Turbofan 5h Unidade 4 | Procedimentos de Manutenção de Aeronave na Pista 5h Unidade 5 | Manutenção de Abastecimento das Aeronaves 5h 6 UNIDADE 1 | PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NA PISTA 7 Unidade 1 | Procedimentos de Segurança na Pista 1 Introdução Os mecânicos de manutenção aeronáutica dedicam uma parte de sua carreira na aviação para a assistência em solo e para as aeronaves em operação. Dessa maneira, eles precisam ser proficientes operacionais em equipamentos de apoio em solo. A complexidade de tais equipamentos e dos perigos envolvidos na assistência em solo de aeronaves exige, também, que eles possuam um conhecimento detalhado dos procedimentos de segurança praticados na manutenção de aeronaves, no taxiamento, na operação do motor e no uso de equipamentos de apoio em solo. Assim, há a necessidade de os fatores humanos serem apresentados ao pessoal de manutenção de aeronaves para torná-los conscientes de como afetam a manutenção. Embora existam muitos fatores envolvidos quando se lida com o desempenho humano, vários domínios podem ser considerados, entre os quais: fadiga, pressão com relação a prazos, estresse, distrações, baixa capacidade de comunicação, complacência e falta de informação. 1.1 Prevenção e Combate a Incêndios Para a segurança e manutenção eficientes, é essencial manter o hangar, a oficina e a linha de voo em ordem e limpos. Os padrões mais altos de organização e de limpeza dos locais de trabalho precisam ser obrigatoriamente observados durante a manutenção da aeronave. Nos locais em que existem turnos contínuos, por exemplo, é necessário que os técnicos de manutenção do turno de saída removam e estoquem apropriadamente: • ferramentas pessoais; • caixas de correr; 8 • plataformas; • estandes de manutenção; • mangueiras; • cordas elétricas; • guinchos; • embalagens; • caixas que tenham sido fundamentais ao cumprimento do trabalho, etc. Para indicar o equipamento perigoso, as condições arriscadas ou a localização do equipamento de primeiros socorros e de incêndio, avisos por escrito devem ser alocados onde for necessário. Além disso, as faixas de segurança, de pedestre e de incêndio devem ser pintadas ao redor do perímetro dentro dos hangares. Essa é uma medida de segurança adotada para evitar acidentes e manter o tráfego de pedestres fora das áreas de trabalho. A segurança é obrigação de todos e a comunicação é a chave para garanti-la. Em suma, é essencial que os técnicos e os supervisores zelem por sua própria segurança e de terceiros trabalhando à sua volta. Se outros profissionais conduzem suas ações de maneira não segura, será preciso estabelecer uma comunicação eficaz com vistas a manter a equipe, e todos ao redor, livres de perigos. Um exemplo importante é o técnico saber lidar com a segurança relacionada à eletricidade. A aplicação de eletricidade pode gerar queimaduras severas na área de entrada e no ponto de saída do corpo. O ponto de entrada se trata de queimadura no local do corpo em que houve contato com a fonte de eletricidade. O de saída ocorre na região do corpo na qual a energia descarregou na terra. Além disso, o sistema nervoso é afetado, podendo ser até danificado ou destruído. Em casos como esse, o técnico deve possuir conhecimento aprofundado acerca dos princípios de eletricidade, levando em consideração que esse é um fator imprescindível para o trabalho e propensa a diversos riscos. Com efeito, sempre que uma corrente elétrica flui, seja gerada, seja em transmissão, surge um subproduto, o calor, cuja intensidade é proporcional ao fluxo da corrente. No entanto, esse calor, ao se tornar muito intenso, pode derreter os revestimentos protetores nos fios e em outros dispositivos elétricos, causando curto e, 9 consequentemente, mais fluxo de corrente e maior calor. A intensidade pode ser tão exacerbada que ocasionará o derretimento de metais, a vaporização de líquidos e a queima de substâncias inflamáveis. O ar comprimido, assim como a eletricidade, é uma excelente ferramenta desde que sob controle. Muitos acidentes que envolvem gases comprimidos ocorrem durante a montagem do pneu da aeronave. Portanto, para evitar possíveis danos pessoais, são utilizados carrinhos próprios de pneus e outros dispositivos de içamento, e de montagem, ao instalar ou remover pneus pesados de aeronaves. Na Figura 1, ilustra-se um recipiente de nitrogênio. Os losangos de segurança são materiais muito importantes em respeito à segurança da oficina. Essas sinalizações e esses rótulos são uma maneira simples e rápida de determinar o risco e, se utilizados apropriadamente com as etiquetas, indicam qual equipamento de segurança pessoal a ser utilizado com o material danoso. Nesse contexto, é relevante ressaltarque os danos em uma operação de oficina podem aumentar quando são utilizados tornos mecânicos, furadeiras, esmeris e outros tipos de máquina. Uma vez que cada máquina possui seu próprio conjunto de práticas de segurança, as instruções a respeito de precauções devem ser seguidas para se evitar problemas. 1.2 EPIs e FODs A linha de voo é um local de atividade perigosa, por isso, é fundamental que os técnicos responsáveis pela manutenção estejam constantemente atentos aos acontecimentos à sua volta. As aeronaves são apenas uma das várias fontes de barulho. As unidades de energia auxiliar ou, em inglês, auxiliary power units (APU), por exemplo, assim como os caminhões de combustível, os equipamentos de bagagem, etc., produzem sons em frequências diferenciadas. Desse modo, os ruídos decorrentes da rampa (pátio de manobras) ou da linha de voo, quando somados, podem causar perda auditiva. Figura 1: Uma cápsula comum de nitrogênio 10 Há muitos tipos de proteção auditiva disponíveis, podendo ser externo ou interno. A proteção externa é do tipo protetor de orelha ou headphone, enquanto o tipo interno se encaixa no canal auditivo. Ambos reduzem o nível de som que alcança o tímpano e, portanto, diminuem as chances de perda auditiva. Essa proteção também pode ser utilizada quando se trabalha com broca pneumática, martelete para rebite, ou outro maquinário alto ou barulhento. Em razão da alta frequência, até exposição de curta duração a esses sons pode causar perda auditiva e exposição contínua certamente a causará. O dano por objeto estranho, em inglês, foreign object damage (FOD), é qualquer dano causado por objetos soltos à aeronave, ao pessoal ou ao equipamento. Esses objetos podem ser desde um concreto solto da pista a arames de frenagem. Para controlar o FOD, é essencial manter as áreas de operação e as pistas limpas, além de possuir um programa de controle de ferramentas e fornecer receptáculos adequados para ferragens em geral usadas, estopas e outros acessórios de consumo não reutilizáveis. O motor moderno a gás cria uma área de baixa pressão à sua frente que causa a atração de qualquer objeto solto para seu interior. Seu escapamento pode impulsionar objetos soltos a grandes distâncias com força suficiente para danificar qualquer obstáculo que atingir. Surge, então, a urgência de nunca deixar ferramentas ou outros itens nas proximidades da admissão de um motor a turbina. Dessa maneira, o técnico se depara com a importância de um programa FOD e a atenção deve ser redobrada no que tange a custo dos motores e componentes ou, até mesmo, custo de uma vida humana. No mesmo grau de importância, estão as hélices. Presumir que o piloto responsável pelo taxiamento de uma aeronave consiga ver uma pessoa no solo constitui em erro gravíssimo. Assim, os técnicos devem permanecer onde o piloto possa vê-los enquanto estão na área de rampa. Ademais, a admissão e o escapamento do motor a turbina podem ser áreas muito perigosas. Mais cuidados estão relacionados a seguir: • não fumar ou iniciar chamas em qualquer parte próxima a uma aeronave em operação; • conhecer os fluidos que podem ser danosos à pele; • manter um espaço entre o equipamento e a aeronave e prendê-lo bem, quando se operam equipamentos de apoio em suas proximidades, a fim de que não role para dentro da aeronave; 11 • guardar adequadamente todos os itens na área de operação. Outra espécie de aeronave, o helicóptero, possui diferenças que variam conforme o modelo e, para evitar danos, é fundamental conhecê-las a fundo. Quando se aproxima desse aparelho de aviação com as lâminas em rotação, é imprescindível observar a cabeça do rotor e as lâminas a fim de averiguar seu nivelamento, mantendo o máximo de distância. É necessário proceder da seguinte maneira: • chegar perto do helicóptero dentro do campo de visão do piloto; • não se chegar perto de um helicóptero portando objeto que contenha peso vertical e que possa ser atingido pelas lâminas. Isso pode danificar as lâminas e machucar alguém; • nunca se aproximar de um helicóptero de rotor único pela traseira. O rotor de calda é invisível durante a operação; • nunca dar a volta no helicóptero optando pela traseira; sempre escolher o nariz da aeronave como rota. Ao realizar a segurança do rotor de helicópteros com rolamentos elastoméricos, é relevante checar o manual de manutenção para se obter o método apropriado. Utilizar o método errado pode danificar o rolamento. Diante disso, realizar a manutenção de aeronaves e seus componentes requer o uso de ferramentas elétricas que podem produzir centelha, juntamente às ferramentas e aos equipamentos que geram calor, líquidos inflamáveis e gases explosivos. Como resultado, um ambiente de grande potencial de incêndio se estabelece e, devido a isso, medidas devem ser observadas para evitar que o fogo ocorra, além de exigir um plano para extingui-lo. A chave para a segurança contra incêndio é conhecer como o fogo começa, como evitá- lo e como apagá-lo. Esse conhecimento será instigado pelos supervisores em cada técnico, de forma que estes participem dos programas de segurança e os pratiquem ocasionalmente. O aeroporto, ou outros departamentos locais de incêndio, podem ser chamados para dar assistência no tocante ao treinamento do pessoal e ajudar a estabelecer programas de segurança contra incêndio no hangar, nas oficinas e nas linhas de voo. 12 1.3 Amarração de Aeronaves Para evitar danos em caso de ventanias repentinas, após cada voo, a aeronave deve ser amarrada ao solo. A direção na qual ela é estacionada e amarrada é determinada pela direção corrente ou prevista do vento. Figura 2: Diagrama das dimensões de amarração É indispensável que a aeronave esteja sempre de frente para o vento ou, o mais aproximado disso que puder, dependendo da localização das áreas de estacionamento onde se encontram as amarras. Além disso, o espaçamento das amarrações deve permitir uma folga ampla nas pontas das asas da aeronave, como mostrado na Figura 2. Após a localização adequada da aeronave, o procedimento correto é travar a roda de nariz ou a bequilha (roda de calda) na posição dianteira e/ou traseira. Aeronaves leves são mais frequentemente amarradas com cordas presas apenas aos anéis de amarração da aeronave, feitos para esse propósito. A corda nunca pode ser amarrada a uma estrutura sustentável, visto que essa prática pode empenar uma estrutura se a corda escorregar a um ponto que não haja frouxidão. 13 Os procedimentos de amarração podem ser visualizados nas Figuras 3.A, B, C, D e E que evidenciam um nó bolina e um nó quadrado. A corda manilha se encolhe quando molhada, portanto é necessário preservar uma polegada para esse movimento, uma vez que muita frouxidão permite à aeronave se movimentar bruscamente contra as cordas. Na maioria das vezes, as cordas de amarração apertadas colocam pressões de voo invertidas nas aeronaves e elas não são feitas para receber tais cargas. Uma corda de amarração segura melhor do que o nó. Os nós antiderrapantes, tal como o bolina, são rapidamente feitos e são fáceis de desfazer. Aeronaves não equipadas com encaixes de amarração devem ser unidas de acordo com as instruções do fabricante. As cordas precisam ser amarradas nas pontas exteriores das estruturas nos monoplanos de asa alta, e os anéis adequados ser dispostos nas estruturas que possuírem condições, caso já não existam de fábrica. O procedimento normal de amarração para aeronaves pesadas permite ser completado com corda ou cabo e o número dessas amarrações será governado pelas condições previstas do clima. Figura 3.B: Passo 2 da amarração de um nó bolina Figura 3.C: Passo 3 de um nó bolina Figura 3.A: Passo 1 da amarração de um nó bolina Figura 3.D: Passo 1 da amarração de um nó quadrado Figura 3.E: Passo 2 da amarração de um nó quadrado 14 Grande parte das aeronaves é equipadacom travas de controle superficiais, as quais devem ser engatadas ou instaladas quando a aeronave está presa. Dado que o método de controle de trava pode variar com o tipo de aeronave, é obrigatório verificar as instruções do fabricante para se obter a instalação adequada ou os procedimentos de engate. Se a previsão do tempo indicar ventos fortes, podem ser instalados sarrafos de superfície de controle para evitar danos. As Figuras 4.A, B, C e D ilustram quatro pontos de amarração comuns em aeronaves pesadas. O procedimento usual de amarração em aeronaves desse tipo, geralmente, inclui os seguintes cuidados: • direcionar a aeronave de frente para o vento principal, sempre que possível; • instalar as travas de controle, bem como todas as coberturas e as guardas; • calçar todas as rodas na frente e na traseira (Figura 5); • anexar os carretéis de amarração aos ciclos de amarração do avião e às âncoras ou estacas de amarração, devendo este último ser utilizado apenas em caso de amarração temporária. Se os carretéis de amarração não estiverem disponíveis, pode-se utilizar cabo metálico de ¼” ou linha de manilha de 11/2”. Figura 4.C: Laço de amarração interna sob a asa Figura 4.B: Laço de amarração do trem de pouso de nariz Figura 4.D: Laço de amarração da roda do trem principal Figura 4.A: Anel de amarração da fuselagem posterior 15 Figura 5: Rodas calçadas na frente e atrás Os hidroaviões podem ser presos a uma boia de amarração, quando possível, ou amarrados a uma doca. Entretanto, há a possibilidade de eles se sacudirem ou se virarem devido às ondas geradas pelo clima ou de sofrerem danos decorrentes dos movimentos enquanto amarrados à doca. Caso um aviso de tempestade iminente seja recebido e não haja possibilidade de fazer o hidroavião voar para fora da área de tempestade, alguns compartimentos correm o risco de ser inundados e ele pode afundar parcialmente. Para tanto, o procedimento mais adequado é amarrá-lo seguramente a âncoras. Quando amarrados na água ou em terra, é possível que os hidroaviões se salvem de danos causados por ventos fortes pelo enchimento de boias com água, além da amarração usual da aeronave. Durante o mal tempo, quando a situação permitir, eles são removidos da água, de forma que sejam amarrados da mesma maneira que um avião comum. Se não for possível, podem ser ancorados em uma área de abrigo, longe do vento e de ondas. Os aviões-esqui são amarrados da mesma maneira que os aviões terrestres, se os meios estiverem disponíveis. Assim, eles são presos no gelo ou na neve com o uso de um dispositivo chamado dead-man, que corresponde a qualquer item à mão (como um pedaço de cano, barrote e assim por diante) ao qual se prende uma corda e se enterra na neve ou em uma trincheira de gelo. A ponta livre da corda deve ser mantida seca e descongelada, e, assim, a neve será acondicionada na trincheira. Quando for possível, derramar água na trincheira para que, quando congelada, se amarre a aeronave com a ponta livre da corda. 16 Os operadores de aeronaves equipadas com esqui, às vezes, amontoam uma forma leve de neve ao redor desses equipamentos, derramam água na neve e permitem que os esquis congelem ao gelo. Isso, além dos procedimentos comuns de amarração, auxilia na prevenção de danos em caso de tempestades de vento. É necessário ter muito cuidado ao mover uma aeronave que tenha sido amarrada dessa maneira, para garantir que um esqui não esteja congelado ao solo no momento da movimentação. Caso contrário, podem ocorrer danos à aeronave ou aos esquis. Os helicópteros, assim como as outras aeronaves, são amarrados para evitar danos estruturais decorrentes de ventos superficiais de alta velocidade. Por isso, os hangares são locais mais apropriados para serem guardados, se possível, ou amarrados com segurança. Os helicópteros que estão amarrados normalmente conseguem aguentar ventos de até 65 mph (milhas por hora). Em caso de previsão de tornados ou furacões, é imprescindível evacuá-los para uma área segura. Para se obter mais proteção, os helicópteros são removidos para uma área descampada, a fim de que não sejam atingidos por objetos voadores ou pedaços em queda (de árvores, por exemplo). Se houver previsão de ventos fortes enquanto estiverem parados em uma área aberta, as pás do rotor principal devem ser amarradas. No manual de manutenção, é possível encontrar instruções detalhadas para prender e amarrar cada tipo de helicóptero, como pode ser visto na Figura 6. Os métodos variam de acordo com as condições do tempo, permanência no solo, localização e características da aeronave. Para prendê-los, são utilizados calços de roda, travas de controle, cordas imobilizadoras, coberturas de amarração, meias pontas, conjuntos de imobilização, freios de estacionamento e freios do rotor. Figura 6: Imobilização de um helicóptero 17 Alguns procedimentos padrão para imobilização do helicóptero: • estar de frente para o vento, conforme a previsão do tempo; • estar posicionado a uma distância um pouco maior do que a equivalente a uma extensão do rotor de outra aeronave; • posicionar os calços das rodas na frente e na traseira de todas as rodas. Em helicópteros equipados com patinagem de rodas, as rodas de manejo de solo são retraídas mais embaixo do que o helicóptero para se apoiar nas derrapagens. Além disso, os pinos bloqueadores são instalados na posição das rodas ou as rodas de manejo de solo são removidas. Elas devem estar presas dentro da aeronave ou dentro do hangar ou galpão e não devem ser deixadas desamarradas na linha de voo; • alinhar as pás e instalar os conjuntos de imobilização como prescrito pelo fabricante do helicóptero e mostrado nas Figuras 7.A e 7.B. A cinta de fixação deve ser disposta confortavelmente e sem deformação. Durante o tempo molhado, alguma frouxidão precisa ser mantida para evitar a possibilidade de encolhimento das cintas, causando pressões indevidas na aeronave ou no seu sistema rotor; • amarrar as cordas de imobilização ou os cabos aos tubos do trem de pouso dianteiro e traseiro e prendendo-os aos dispositivos de solo ou anéis de imobilização. Há muitos tipos de aeronaves de controle de mudança de peso movidas a motor e não motorizadas. No entanto, esses dois tipos são muito propensos a danos pelo vento. As asas podem ser presas de maneira similar a uma aeronave convencional em ventos Figura 7.A: Amarração das pás do helicóptero Figura 7.B: Amarração da fuselagem do helicóptero 18 leves, mas, em ventos fortes, o mastro pode se desconectar da asa. Esses tipos de aeronaves também podem ser parcialmente desmontados ou movidos a um hangar para ficarem protegidos. Para evitar que se encham de ar com o vento e arrastem o assento e o motor, os paraquedas energizados são inseridos em uma embalagem. Portanto, em caso de necessidade, o motor e o assento são presos ao solo. Resumindo Nesta unidade, foi apresentado a necessidade de instalar um sistema para relatar problemas que se referem à segurança geral. Portanto, as preocupações, os procedimentos e os comportamentos relacionados à segurança precisam ser conhecidos por todos os envolvidos. Além disso, foi estudado que a capacitação referente ao comportamento e à comunicação adequada nos casos de emergência situacional é essencial para que o trabalho seja realizado de forma segura. Foram identificados, também, os procedimentos de segurança em hangar e na pista, e os de prevenção e combate a incêndio. Por último, foi explanado como se dá o uso de EPIs, o cuidado com os FODs e a segurança na amarração de aeronaves. 19 Glossário Barrote: peça de madeira de seção reduzida, usada para fixar assoalhos, forros, etc. Bequilha: elemento do trem de aterrissagem que suporta o peso da traseira da fuselagem quando o avião está pousado no solo. Bolina: (nó); tipo de nó holandês. Centelha: partícula luminosa que se desprendede um corpo incandescente. Complacência: ação inspirada nessa disposição; gentileza, delicadeza. Dead-man: na aviação, qualquer item que auxilie para estender a amarração de uma aeronave no gelo. Doca: local destinado ao embarque e desembarque de produtos. Elastoméricos: que possui propriedades elásticas. Esmeris: tipo de pedra constituída, principalmente, por coríndon e utilizada para polir. Içamento: sinônimo de erguimento, levantamento. Monoplanos: que ou o que é dotado de apenas uma superfície de sustentação (diz-se de avião ou planador). Sarrafos: tira comprida e delgada de madeira. Trincheira: ponto de resistência; alicerce, baluarte, fortaleza. 20 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Sobre a prevenção e combate a incêndios, para indicar o equipamento perigoso, as condições arriscadas ou a localização do equipamento de primeiros socorros e de incêndio, avisos por escrito devem ser alocados onde for necessário. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Os helicópteros que estão amarrados normalmente conseguem aguentar ventos de até 75 mph (milhas por hora). Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 21 Referências BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 121: requisitos operacionais – operações domésticas, de bandeira e suplementares. 2010a. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/RBAC%20121.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 135: requisitos operacionais – operações complementares e por demanda. 2010b. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/bps33s/RBAC%20135.pdf>. Acesso em: 10 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 153: aeródromos – operação, manutenção e resposta à emergência. 2012. Emenda 00. Disponível em: <http://www2. anac.gov.br/biblioteca/rbac/RBAC153EMD00.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2015. _____. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBHA 91: regras gerais de operação para aeronaves civis. 2003. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/ rbha091.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/ habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 5 out. 2016. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-30: aviation maintenance technician handbook – general. Oklahoma City, OK: U.S. Department of Transportation, Federal Aviation Administration, 2008. Disponível em: <https://www.faa.gov/regulations_ policies/handbooks_manuals/aircraft/>. Acesso em: 20 out. 2015. 22 UNIDADE 2 | MOVIMENTAÇÃO DA AERONAVE 23 Unidade 2 | Movimentação da Aeronave 1 Introdução Um dos atos mais primários no procedimento de pista é o acionamento do motor da aeronave. A fim de que ocorra, ela necessita mais do que virar uma chave, como ocorre em um automóvel terrestre comum. É necessária toda uma preparação anterior e muita cautela durante o processo de partida. Assim como existem vários tipos de motores, com diferentes princípios de funcionamento, tamanhos e finalidades, também existem diversas instruções de partida, que diferem entre si, conforme o modelo da aeronave. Cada fabricante fornece as instruções específicas de partida, que devem ser seguidas à risca. Aqui as orientações de partida para os motores mais comuns são apresentadas de modo padronizado, para fins de familiarização. 1.1 Partida e Operação do Motor As seguintes instruções cobrem os procedimentos de partida para motores alternativos, turboélice, turbofan e geradores auxiliares de energia, em inglês, auxiliary power units (APU). Esses procedimentos são apenas uma orientação geral para a familiarização com os procedimentos e os métodos padrões. O detalhamento das instruções para partida em um motor do tipo específico pode ser encontrado no manual de instruções do fabricante. Antes de dar partida em um motor aeronáutico é necessário: • posicionar a aeronave de frente para o vento, em velocidade prevalecente, a fim de garantir o fluxo de ar adequado ao motor com o propósito de resfriá-lo; 24 • garantir que jamais aconteçam danos materiais ou danos pessoais originados pelo calor intenso exaurido a partir do escapamento da hélice ou do jato; • quando for utilizada uma fonte externa de energia elétrica, garantir que ela seja removida em segurança e seja suficiente para a sequência total de partida. • manter um técnico equipado com extintor de incêndio em local adequado durante todos os procedimentos de partida. O técnico precisa ser alguém que tenha experiência com os procedimentos. Ele ficará em posição adjacente ao lado externo do motor, de modo que o piloto possa vê-lo e possa observar a indicação de problemas do motor ou da ignição. O extintor de incêndio será do tipo CO2 de, ao menos, 5 quilos de capacidade. • caso a aeronave seja de motor a reação, a área precisa ser mantida em frente à admissão do jato livre de pessoal, materiais e/ou detritos, em inglês, foreign object damage (FOD). Esses procedimentos pré-partida se aplicam a todos os motopropulsores de aeronaves. 1.2 Motores Alternativos Os procedimentos padronizados apresentados a seguir são de partida de motores alternativos. Existem largas modificações de procedimentos para os vários motores alternativos. Portanto, não é recomendado tentar aplicar apenas os métodos aqui mostrados para dar partida em uma aeronave, além de ser imprescindível sempre consultar os procedimentos que contêm instruções aplicáveis do fabricante. Motores alternativos, como o exemplificado na Figura 8, têm a capacidade de realizar a partida em temperaturas relativamente baixas sem utilizar um aquecedor de motor ou de diluição de óleo, dependendo da graduação de óleo utilizada. Antes de acionar o motor, há a primordialidade de retirar as várias capas protetoras (de asa, da cauda, da cabine, das rodas e outros), que fazem a proteção da aeronave. 25 Figura 8: Motor alternativo As usinas externas de energia elétrica, quando possível ou necessário, são utilizadas para dar partida em motores munidos com partidas elétricas. Isso elimina um peso excessivo na bateria da aeronave. Todo o equipamento elétrico desnecessário permanecerá desligado até que os geradores forneçam energia elétrica ao barramento de energia da aeronave. Antes de dar partida em motores radiais que tenham permanecidos desligados por mais de 30 minutos, é importante verificar se o botão de ignição se posiciona em desligado. Gira-se a hélice de três a quatro revoluções completas à mão para a detecção de uma trava hidráulica, se houver uma. Ressalta-se que qualquer líquido presente em um cilindro é mostrado pelo forçamento anormal requerido para o giro da hélice, ou parada abrupta da hélice no tempo de sua rotação. Jamais se deve aplicar uma força para o giro da hélice quando uma trava hidráulica for detectada. Caso seja exercida no virabrequim, pode empenar ou quebrar uma biela se uma trava estiver presente. Para eliminar essa trava, primariamente, a vela de ignição da frente ou a de trás dos cilindros é removida das partes inferiores forçando a hélice. Em hipótese alguma, essa vela será retirada levando a hélice na direção oposta a de rotação normal, pois isso favorece a injeção do líquido do cilindro no duto de admissão. Assim, o líquido voltará para o cilindro na possibilidade de uma trava completa ou parcial ocorrer na partida subsequente. A seguir, estão os procedimentos para dar partida no motor: • ligar a bomba auxiliar de combustível, caso exista; 26 • posicionar o controle de mistura na localização recomendada para uma combinação do motor e do carburador no ponto de serem iniciados. Geralmente,como regra, há a possibilidade de o controle de mistura ser posicionado em marcha lenta para injetar combustível e em um posicionamento de mistura rica aos carburadores tipo boia. Muitas aeronaves leves são equipadas com uma haste de comando de controle de mistura, que não possui posições intermediárias de detentor. Caso esses controles sejam empurrados, ficando rentes ao painel de instrumentos, ajustar a mistura em posição de mistura rica. De maneira inversa, quando a haste de comando é empurrada completamente para fora, o carburador se encontra na posição em marcha lenta ou mistura pobre. As posições intermediárias não marcadas entre os dois extremos são selecionadas pelo operador para alcançar qualquer ajustagem para a mistura desejada; • abrir o acelerador a um posicionamento que forneça de 1.000 a 1.200 rpm (aproximadamente 1/8 a 1/2 polegada da posição fechado); • deixar o controle de aquecimento prévio ou de ar alternado (ar do carburador) numa posição fria para que não aconteça os danos e o incêndio quando ocorrer o retorno de chama. Esses dispositivos de aquecimento auxiliares são utilizados após o motor estar aquecido. Eles melhoram a vaporização do combustível, evitam o acúmulo de sujeiras nas velas de ignição, a formação de gelo e eliminam o congelamento do sistema de indução; • mover o interruptor primer para on intermitentemente (pressiona-se para injeção, empurrando para dentro no interruptor de ignição durante o ciclo de partida), ou injetar com um a três bombeamentos da bomba de injeção de partida, ao depender de como está equipada a aeronave. Quanto mais frio o clima, mais injeção para partida será necessária; • energizar o motor de arranque, após a hélice ter feito ao menos duas revoluções completas, e ligar o botão da ignição. Em motores providos de um vibrador de indução (descarga abundante de centelhas, o magneto incorpora o conjunto de platinado de retardo), ligar o interruptor para a posição ambos e energiza- se o motor de arranque, colocando a chave em posição de start; • liberar o botão para posição ambos depois do acionamento do motor. Ao dar partida em um motor que utiliza um magneto de impulso, virar o botão da ignição na posição left; 27 • colocar o botão start em sua posição acionando o motor na partida, após isso, liberar o botão. Não se deve manivelar o motor continuamente com o arranque por mais que um minuto. Periodicamente, permitir um resfriamento do motor de arranque (chamado ciclo inicial) entre tentativas contínuas, de três a cinco minutos. De outra forma, o motor de arranque poderia se queimar por causa de um superaquecimento; • mover o controle de mistura para um posicionamento de mistura rica, iniciado na posição em marcha lenta depois que o motor estiver em operação, de maneira homogênea. Motores carburados serão encontrados sempre na posição de mistura rica; • checar a pressão do óleo. Os instrumentos que monitoram o motor durante a operação incluem um tacômetro para saber: a rotação por minuto, um medidor de pressão de admissão, um indicador de pressão do óleo, um de temperatura do óleo, um de temperatura da cabeça do cilindro, outro de temperatura do gás do escapamento e outro de fluxo de combustível. 1.3 Motores com Partida Manual Caso a aeronave não possua um motor de arranque próprio, o conveniente é dar partida girando a hélice à mão. A pessoa que o faz precisa falar em voz alta: combustível ligado, interruptor de ignição desligado, acelerador fechado, freios aplicados. Por conseguinte, a pessoa que for operar um motor verificará os itens e repetirá a frase. É recomendado que o interruptor e o acelerador não sejam tocados novamente até que a pessoa que gira a hélice grite: contato. O operador repetirá essa palavra e, então, ligará o interruptor de ignição. Em nenhuma hipótese, a ligação do interruptor será feita para somente depois gritar contato. Alguns cuidados simples ajudam a impedir que acidentes ocorram quando se manuseia a hélice dessa maneira. Ao tocá-la, é fundamental presumir que a ignição está ligada. Os botões que controlam os magnetos operam no princípio do curto-circuito da corrente de desligamento da ignição. Se o botão estiver com falha, ele pode se encontrar na 28 posição desligado e ainda assim permitir o fluxo de corrente no circuito primário do magneto. Essa condição pode permitir a partida do motor quando o botão estiver desligado. Além disso, é necessário garantir a firmeza do solo para a retirada de elementos escorregadios como graxa ou lodo que, eventualmente, levam a uma queda para dentro ou para debaixo da hélice. Jamais se deve deixar que qualquer porção do corpo esteja no caminho da hélice. Mesmo assim, os devidos cuidados precisam ser aplicados aos motores que não estejam sendo manivelados. É importante aproximar-se da hélice somente o suficiente, havendo a preparação para se afastar após o impulso inicial. Afastar-se após o giro do virabrequim durante o arranque é uma medida de segurança no caso de o freio falhar. Não é recomendável permanecer em uma posição que possibilite inclinar-se para alcançar a hélice, uma vez que isso facilita o desequilíbrio do corpo e pode causar a queda nas lâminas durante o arranque do motor. Ao girar uma hélice, é indicado sempre mover a lâmina no sentido de cima para baixo, ao empurrar com as palmas das mãos. Não se segura a lâmina utilizando os dedos encurvados na borda, já que o tranco poderia quebrá-los ou puxar o corpo para junto das lâminas. A abertura excessiva de aceleração, após o acionamento do motor, pode ser a causa principal de retorno da chama durante o acionamento. A abertura gradual do acelerador, durante o motor frio, ajudará a reduzir o potencial do retorno de chama. O movimento lento e uniforme do acelerador irá garantir a operação correta de motor. Evitar o exagero de combustível durante a partida do motor, antes de ser acionado pelo motor de partida, elimina as possibilidades de incêndios, de pistões e cilindros marcados ou arranhados e, em alguns casos, de falhas no motor por causa de calço hidráulico. Caso o motor se afogue ou uma demasiada quantidade de combustível na partida aconteça sem querer, o botão de ignição deve ser desligado e o acelerador movido na posição de abertura total. Para evitar o uso de combustível em excesso, é necessário ligar o motor manualmente ou pelo motor de partida. Se uma força excessiva for necessária para realizar o giro do motor, é delegado parar imediatamente. Nunca se recomenda forçar a rotatividade do motor, portanto, na dúvida, as velas dos cilindros são removidas das partes inferiores. 29 Após a partida imediata do motor, é verificado o indicador de pressão do óleo. Caso essa pressão não apareça dentro de trinta segundos, o funcionamento do motor é interrompido e o problema de rotação é determinado conforme a especificação do fabricante para o aquecimento do motor. Esse aquecimento precisa ocorrer, normalmente, em um alcance entre 1.000 a 3.000 rpm. A maior parte dos motores alternativos de aeronave são resfriados a ar e precisam que a aeronave mantenha a velocidade para que o resfriamento seja apropriado. Assim, um cuidado especial é necessário quando se operam esses motores em solo. Nesse período do processo de solo, a hélice deve estar no passo mínimo completo durante a operação de motor, e direcionada para que a ventilação, com a capota instalada, forneça o melhor grau de resfriamento do motor. Frequentemente, os instrumentos devem ser monitorados. Não é aconselhável realizar o fechamento dos flaps de refrigeração para aquecer o motor, já que precisam estar abertos enquanto se opera no solo. A Figura 9 apresenta um motor com partida manual. Figura 9: Motor com partida manual 30 e Procedimentos de extinção de incêndio Um técnico treinado deverá ficar com um extintor de CO2 em mãos, no instante em que o motor da aeronaveestiver sendo iniciado. Essa é uma cautela indispensável contra incêndio no momento do procedimento de partida. O técnico deve estar habituado ao sistema de indução do motor para, caso ocorra um incêndio, ele utilizar o CO2 direcionando-o para a entrada de ar do motor a fim de extingui-lo. Também pode ocorrer um incêndio no sistema de escapamento do motor a partir do líquido do combustível ignizado que existe dentro do cilindro e é ejetado para fora no instante da rotação normal do motor. Caso aconteça um incêndio no motor durante o procedimento de partida, é indispensável continuar girando o virabrequim, que ventilará e apagará o incêndio. Caso o motor não pegue e o fogo continue a queimar, a tentativa de partida será interrompida e o técnico ficará atento para apagar o fogo com o equipamento disponível. 1.4 Motores Turboélice A partida de qualquer motor a reação acontece em três passos, realizados em uma dada sequência. a) O motor de arranque faz o compressor principal funcionar para fornecer fluxo de ar pelo motor. Na velocidade correta, que proporciona fluxo de ar suficiente, os ignitores são ligados e fornecem uma centelha quente para acender o combustível que está engatilhado. Com a aceleração do motor, uma velocidade autossustentável será alcançada e o motor de partida será, então, desarmado. b) As várias capas que protegem a aeronave são retiradas. As áreas de escape do motor são cuidadosamente inspecionadas em busca de combustível e óleo. Uma inspeção visualmente detalhada das partes de acesso dos motores 31 e dos controles de motor é realizada e, logo a seguir, as áreas do berço são inspecionadas para definir se todas as placas de inspeção e acesso estão seguras. c) Os cárteres são verificados no que diz respeito à água e as áreas de admissão do ar são inspecionadas quanto à condição geral e quanto a presença de materiais estranhos. O compressor é verificado para ver se ele possui livre rotação, girando as hélices à mão quando a instalação permite. Os procedimentos seguintes são padrão para o acionamento de motores turboélice. Há, entretanto, grandes modificações nos procedimentos aplicáveis a maior parte dos motores turboélice e esses procedimentos não são realizados na partida de fato em um motor dessa espécie. Eles são apenas uma orientação geral para a familiarização com os procedimentos e métodos padrão. Para dar partida em motores turboélice, é necessário consultar os procedimentos planejados que estão nas instruções aplicáveis do fabricante ou em seus equivalentes aprovados. Os motores turboélice são, normalmente, de turbina fixa ou solta. A hélice é conectada ao motor diretamente em uma turbina fixa, que resulta na hélice ser girada com a partida do motor. Isso permite um arrasto extra a ser superado no instante da partida. Caso a hélice não esteja na posição de partida, há a possibilidade de se encontrar dificuldades para iniciar o motor devido às altas cargas. Nesse sentido, a hélice se encontra em um passo neutro no desligamento e, subsequentemente, em passo neutro no momento da partida. O motor de turbina livre não possui conexão mecânica entre o gerador de gases e a força da turbina, que é conectada à hélice. Nesse tipo de motor, a hélice permanece na posição de embandeiramento durante a partida e começa a girar apenas com a aceleração do gerador de gases. A instrumentação para os motores a turbina varia de acordo com o tipo de motor. Motores turboélice utilizam os instrumentos normais – pressão do óleo, temperatura do óleo, temperatura entre turbinas, em inglês, inter-turbine temperature (ITT), e fluxo de combustível. Eles também usam instrumentos para medir a velocidade do gerador de gases, a velocidade da hélice e o torque produzido pela hélice, como mostrado na Figura 9. Um turboélice comum utiliza um conjunto de controles de motor, tais como manetes de potência (acelerador), alavanca da hélice e alavancas de condição (Figura 10). 32 O primeiro passo ao dar partida em um motor a reação é fornecer uma fonte adequada de energia para a partida. Em motores menores a turbina, o motor de arranque é um motor elétrico que o roda por meio de energia elétrica. Motores maiores necessitam de uma partida muito mais potente. Motores elétricos seriam limitados pelo fluxo de corrente e pelo peso. Partidas de turbina a ar foram desenvolvidas, sendo mais leves e produzindo energia suficiente para funcionar o motor na velocidade correta de partida, nas quais se utiliza um motor de arranque de turbina a ar. O suprimento de ar para a partida pode ser obtido a partir de uma unidade de energia auxiliar pelo lado externo da aeronave. Além disso, é possível obter uma fonte externa, como a usina elétrica auxiliar, ou um mecanismo cruzado de motor. Figura 10: Exemplos comuns de instrumentos do turboélice Em alguns casos limitados, um tanque de baixa pressão e volume aumentado pode fornecer o ar para a partida do motor. Muitos motores menores turboélice são iniciados com o uso de um motor de partida/gerador. Figura 11: Controles de motor de uma aeronave turboélice 33 No ato da partida do motor, é sempre necessário observar o que se segue: • obedecer o ciclo de trabalho de partida, caso contrário, ele pode ser superaquecido e danificado; • assegurar que exista pressão suficiente do ar ou capacidade elétrica antes de tentar uma partida; • não realizar uma partida em solo caso a temperatura de admissão da turbina (temperatura residual) esteja acima das especificações do fabricante; • verificar se a bomba de combustível possui combustível sob baixa pressão. 1.4.1 Procedimentos de Partida de um Motor Turboélice Para dar partida em um motor no solo, as operações seguintes são importantes: • ligar as bombas de reforço da aeronave; • assegurar que a manete de potência esteja na posição start; • posicionar o botão de partida na posição start (assim o motor vai começar a rodar); • posicionar o botão de ignição em on. (Em alguns motores, a ignição é ativada movendo-se a alavanca de combustível); • o combustível é ligado ao se mover a alavanca de condição para a posição on; • monitorar as luzes do motor quanto à temperatura do escapamento. Se exceder os limites, é necessário desligar o motor; • verificar a pressão do óleo e a temperatura; • averiguar quando o motor alcançar uma velocidade autossustentável e em seguida, desengatar o motor de arranque; • verificar se o motor continua a acelerar até marcha lenta; 34 • manter a manete de potência na posição start até que a temperatura mínima especificada para o óleo seja atingida. • desconectar o suprimento de energia de solo. Se qualquer das condições seguintes ocorrer durante a sequência de partida, é importante desligar o combustível e o botão de ignição. Depois disso, imediatamente a partida é descontinuada e uma investigação é realizada. Por fim, as observações a seguir deverão ser registradas: • excesso de temperatura de admissão (além do máximo especificado). Nesse caso, a temperatura mais alta será registrada; • o tempo de aceleração desde a rotação da hélice para uma rpm estabilizada excede o tempo especificado; • ausência de indicação de pressão do óleo a 5.000 rpm para a redução de engrenagem ou a unidade de alimentação; • torching (queima visível do bocal de escapamento); • falha do motor em ignizar a 4.500 rpm ou na rpm máxima de monitoração; • vibração anormal do funcionamento instável do compressor (indicada pelo retorno de chama); • disparo dos alarmes sonoros de aviso de incêndio. Isso pode ocorrer devido a um incêndio no motor ou um superaquecimento. 1.5 Motores Turbofan Diferentemente de aeronaves com motores alternativos, a aeronave a turbina não requer um amaciamento pré-voo, a menos que seja necessário para investigar um mau funcionamento suspeito. Antes de começar, todas as capas protetoras e as do duto de admissão de ar sãoretiradas. Se possível, a aeronave deve estar virada para o vento para obter melhor resfriamento, partida mais rápida e performance mais uniforme do motor. É especialmente importante que a aeronave esteja de frente para o vento no caso em que o motor for ajustado. 35 A área de amaciamento ao redor da aeronave deve estar livre de pessoal e de equipamentos soltos. As áreas de admissão e de perigo de exaustão do motor turbofan estão ilustradas na Figura 12. Essa área precisa estar livre de itens como: porcas, parafusos, pedras, estopas de oficina ou outros detritos soltos (FOD). Muitos acidentes sérios têm ocorrido envolvendo o pessoal que se encontra nas proximidades da admissão do ar do motor a reação. Para tanto, é imprescindível dispor de extrema cautela ao dar partida em uma aeronave a turbina. É necessário realizar a verificação dos reservatórios de combustível da aeronave por presença de água ou congelamento e inspecionar a admissão de ar do motor quanto à condição geral e à presença de objetos estranhos. Ademais, é preciso realizar a inspeção visual das palhetas do compressor, nas palhetas à frente do compressor e das aletas- guia da admissão do compressor em busca de mossas ou outros danos. Se possível, as palhetas do compressor são verificadas para garantir sua livre rotação, girando-as à mão. Em suma, todos os controles de motor devem ser operados e os instrumentos de motor e as luzes de aviso verificados quanto à operação apropriada. Figura 12: Áreas de perigo de exaustão e admissão de ar dos motores 36 1.5.1 Partida de um Motor Turbofan Os procedimentos seguintes são padrão para aqueles utilizados em muitos motores a turbina. Existem, contudo, grandes modificações nos procedimentos de partida utilizados nos motores a turbina, e não é recomendável tentar utilizar esses procedimentos na partida real de um motor. Esses procedimentos se apresentam apenas como um guia geral para a familiarização com os procedimentos e métodos padrão. Durante a partida dos motores a reação, é substancial consultar os procedimentos planejados contidos nos manuais aplicáveis do fabricante ou de seu equivalente aprovado. A maior parte dos motores turbofan pode ser iniciada ou por motor de partida ou de turbina a ar ou elétricos. Partidas de turbina a ar utilizam ar comprimido de uma fonte externa, como visto anteriormente. O combustível é ligado tanto pelo movimento da alavanca de partida para a posição idle/start quanto se abre uma válvula de corte de combustível. Caso seja utilizado um motor de partida da turbina a ar, o motor deve acender uma indicação de light off dentro de um tempo predeterminado após o combustível ser ligado. Esse intervalo de tempo, se excedido, indica que um mau funcionamento ocorreu e que a partida precisa ser descontinuada. Os controles de motor do turbofan, em sua maioria, consistem em um manete de potência, de reverso e de partida. As aeronaves mais novas têm substituído as alavancas de partida por um botão de combustível, mostrado na Figura 13. Os motores turbofan também utilizam todas as velocidades normais dos instrumentos (porcentagem da rpm total), temperatura do gás do escapamento, fluxo de combustível, pressão do óleo e temperatura. Figura 13: Alavancas de controle do motor turbofan 37 Um instrumento que mede a quantidade de potência sendo entregue é a razão de pressão do motor. Isso mede a razão entre a pressão de admissão e a de saída da turbina. Os procedimentos seguintes são úteis apenas como uma orientação geral e foram incluídos para mostrar a sequência de eventos na partida de um motor turbofan: • posicionar a manete de potência na posição em marcha lenta caso o motor esteja assim equipado; • ligar as bombas de reforço de combustível; • ler o indicador de pressão de admissão para garantir que o combustível está sendo entregue para a admissão da bomba de combustível do motor; • ligar o botão da partida, notando que o motor gira a um limite preestabelecido; verificar a pressão do óleo; • ligar o botão de ignição. (Isso normalmente se faz movendo a manete de potência na direção da posição on. Um micro interruptor conectado ao nivelador liga a ignição); • mover a manete de potência na posição idle ou start. (Isso inicia o combustível no motor); • a partida do motor (light off) é indicada por um aumento na temperatura do gás do escapamento; • verificar a rotação do compressor ou do (N1) caso seja um motor de dois compressores; • verificar a pressão adequada do óleo; • desligar a partida do motor nas velocidades certas; • garantir que nenhum dos limites do motor seja excedido após o motor se estabilizar em marcha lenta. As novas aeronaves fazem o motor de partida desligar automaticamente. 38 1.6 Gerador Elétrico Auxiliar Os geradores elétricos auxiliares, em inglês, auxiliary power unit (APU), geralmente são motores menores a turbina que fornecem ar comprimido para dar partida nos motores, aquecimento ou resfriamento das cabines e energia elétrica durante a permanência no solo. Sua operação normalmente é simples: virando uma chave para cima, na posição de partida (da posição mola carregada para a posição on), o motor se inicia automaticamente. Na partida do motor, a temperatura do gás de escapamento precisa ser monitorada. As APUs devem estar em marcha lenta a rpm 100 por cento sem carga. Logo após o motor alcançar sua rpm de operação, ela pode ser usada para resfriar ou aquecer a cabine e para prover energia elétrica. Ela é comumente usada para dar partida nos principais motores. Resumindo Para a realização da partida de motor de uma aeronave, é necessário observar os procedimentos de preparação criteriosamente antes de iniciar a partida do motor. Assim, existem vários tipos de motores e diversas instruções de partida que diferem conforme o modelo da aeronave. Nesta unidade, foi visto que, para cada fabricante de uma determinada aeronave, são fornecidas instruções específicas de partida para os seus respectivos motores. Foram verificadas, ainda, as partidas e a operação dos motores alternativos, turboélice, motores com partidas manuais e de motores turbofan, assim como os procedimentos de extinção de incêndios em caso de falha nos motores. 39 Glossário Amaciamento: ato de fazer funcionar as engrenagens de um motor, a fim de conformar seus componentes após sua fabricação ou revisão, antes do primeiro uso de fato. Combustível ignizado: combustível inflamado pela faísca ou centelha da vela de ignição. Primordialidade: característica ou particularidade do que é primordial; atributo do que pode ser considerado mais importante. 40 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Caso aconteça um incêndio no motor durante o procedimento de partida, é indispensável que o virabrequim pare de girar para não espalhar o fogo. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. A maior parte dos motores turbofan pode ser iniciada ou por motor de partida ou de turbina a ar ou elétricos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 41 Referências BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 121: requisitos operacionais – operações domésticas, de bandeira e suplementares. 2010a. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/RBAC%20121.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 135: requisitos operacionais – operações complementares e por demanda. 2010b. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/bps33s/RBAC%20135.pdf>. Acesso em: 10 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 153: aeródromos – operação, manutenção e resposta à emergência. 2012. Emenda 00. Disponível em: <http://www2. anac.gov.br/biblioteca/rbac/RBAC153EMD00.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2015. _____. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBHA 91: regras gerais de operação para aeronaves civis.2003. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/ rbha091.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/ habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 5 out. 2016. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-30: aviation maintenance technician handbook – general. Oklahoma City, OK: U.S. Department of Transportation, Federal Aviation Administration, 2008. Disponível em: <https://www.faa.gov/regulations_ policies/handbooks_manuals/aircraft/>. Acesso em: 20 out. 2015. 42 UNIDADE 3 | PARTIDAS INSATISFATÓRIAS DE MOTORES TURBOFAN 43 Unidade 3 | Partidas Insatisfatórias de Motores Turbofan 1 Introdução Um dos cuidados a ser observado antes de dar partida no motor da aeronave é a preocupação de manter um técnico que tenha treinamento específico, com os extintores e equipamentos de proteção adequados, a certa distância da aeronave e pronto a agir caso ocorra a falha dos motores. A partida utilizada nos motores turbofan é do tipo pneumática, apresentando como vantagem a simplicidade e o baixo peso. Normalmente os tipos de partida insatisfatória de um motor turbofan são apresentados quando a rpm rotação por minuto (RPM) permanece em um valor baixo, em vez de aumentar até normalizar para a partida. Portanto, é necessário pormenorizar as causas das partidas insuficientes. 1.1 Partida Quente e Partida Pendente ou Falsa Uma partida quente, em inglês, hot start, ocorre quando o motor é ligado e a temperatura do gás de escapamento excede os limites especificados. Isso normalmente é causado por uma mistura excessivamente rica de combustível/ar entrando na câmara de combustão. Essa condição pode ser causada tanto por muito combustível quanto por fluxo insuficiente de ar. Para tanto, é necessário desligar imediatamente o combustível para o motor. Partidas pendentes ou falsas ocorrem quando o motor é ligado normalmente, mas a rpm permanece em algum valor baixo em vez de aumentar até a rpm normal de partida. Isso geralmente resulta em energia insuficiente chegando ao starter ou no corte do starter antes do motor iniciar a autoaceleração. Nesse caso, o motor deve ser desligado. 44 1.2 Motor sem Inicialização e Reboque de Aeronaves Quando o motor não liga dentro do limite prescrito, não há inicialização. Isso pode ser causado pela falta de combustível no motor, energia elétrica insuficiente ou ausente ao excitador do sistema de ignição, ou misturador de combustível incorreto. Se o motor falhar em ligar dentro do tempo previsto, é imprescindível desligá-lo. Em todos os casos de partidas insatisfatórias, o combustível e a ignição precisam ser desligados. É necessário continuar girando o compressor por aproximadamente 15 segundos para remover o combustível acumulado do motor. Se for inviável motorizar (girar o motor), é necessário aguardar um período de dreno de combustível por 30 segundos antes de tentar outra partida. A circulação de aeronaves grandes em um aeroporto e em volta da linha de voo e hangar é realizado normalmente pelo reboque com um trator rebocador, muitas vezes conhecido como TUG (rebocador), ilustrado na Figura 14. No caso de aeronaves pequenas, alguns movimentos são realizados manualmente, isto é, as mãos são utilizadas para empurrar as áreas certas dos aviões. A aeronave pode realizar o taxiamento ao longo da linha de voo, mas comumente apenas pelo pessoal certo, qualificado. Figura 14: Exemplo de um trator rebocador A operação de reboque de aeronaves fica perigosa, podendo causar danos a elas e ferimentos às pessoas que o manuseiam, se feita de forma irresponsável ou negligente. Nos parágrafos a seguir são destacados os procedimentos gerais para reboques. 45 Contudo, os manuais específicos para cada tipo de aeronave são minuciosamente detalhados conforme cada fabricante, possibilitando uma manutenção a ser seguida à risca, em qualquer instância. Antes que o avião seja rebocado ou removido, um pessoal qualificado precisa permanecer na cabine de comando para a aplicação dos freios, caso a barra de reboque falhe ou se solte. A aeronave pode, então, parar e evitar prováveis danos. Certos tipos disponíveis de barra de reboque para uso geral podem ser utilizados para vários métodos de operação de reboque, conforme exemplo mostrado na Figura 15. Essas barras são desenvolvidas com resistência de tração aceitável para empurrar a maior parte dos aviões, mas não se destinam a cargas torcionais ou de torção. Muitas possuem pequenas rodas que permitem que a barra seja arrastada para trás do veículo de reboque, em direção ao avião ou a partir dele. Quando a barra é anexada à aeronave, é preciso inspecionar todos os dispositivos de engate quanto a estragos ou mal funcionamento antes de mover a aeronave. Figura 15: Barra de reboque para um avião de grande porte Algumas barras de rebocar aeronaves são feitas para diversos tipos de aeronave, contudo, outros modelos especiais podem ser utilizados conforme as particularidades de cada avião. Tais barras muitas vezes são planejadas e construídas pelo fabricante do avião. Quando se reboca uma aeronave, a velocidade do veículo de reboque deve ser razoável, e todo o pessoal envolvido na operação deve estar alerta. Quando a aeronave é parada, não se é recomendável confiar apenas nos freios do veículo de reboque ao parar a embarcação. A pessoa na cabine está habilitada a coordenar a aplicação dos freios do avião com os do veículo de reboque. 46 Um trator rebocador comum de aeronaves menores (ou TUG) é exibido na Figura 16. Figura 16: Trator de reboque comum para aeronaves pequenas A anexação da barra de reboque modifica conforme os diversos tipos de aeronave. Aeronaves que possuem bequilhas, por exemplo, normalmente são removidas para frente por meio da anexação da barra de reboque ao trem de pouso principal. Na maior parte dos casos, é possível realizar reversamente o reboque do avião, anexando a barra de reboque ao eixo da bequilha. Sempre que um avião equipado com uma bequilha é rebocado, esta precisará permanecer destravada, caso contrário, seu mecanismo de travamento é quebrado ou danificado. Nas aeronaves equipadas com trem de pouso triciclo, os reboques geralmente são feitos para frente, anexando-se uma barra de reboque ao eixo da roda de nariz. Elas também podem ser rebocadas para frente ou para trás, anexando um freio de reboque ou uma barra de reboque feita especialmente para dar suporte ao reboque no trem de pouso principal. Quando um avião é rebocado dessa forma, uma barra de direção é anexada à roda de nariz de direcionamento do avião. Os métodos de reboque enumerados a seguir são padrão para qualquer tipo de operação. Esses são apenas exemplos e não são basicamente ideais para todo tipo de operação. O profissional que lida com o avião em solo carece estar inteiramente familiarizado com todos os procedimentos pertinentes aos tipos de aviões sendo rebocados, assim como conhecer os padrões locais de operação vigentes. Apenas as pessoas competentes e autorizadas podem dirigir uma equipe de rebocadores de aeronaves. • O operador do veículo de reboque é o responsável por operar o veículo de forma segura. Ele obedece às instruções de parada de emergência comandadas por qualquer membro da equipe. 47 • A pessoa no comando designa auxiliares de asa entre o pessoal da equipe. O procedimento apropriado é posicionar um auxiliar em cada ponta de asa, de maneira que possam garantir uma folga adequada entre a aeronave e qualquer obstrução no seu caminho. Um auxiliar de cauda é designado quando curvas fechadas estão para ser feitas, ou quando o avião está para retornarà posição inicial. • No avião rebocado, uma pessoa qualificada deve sentar no local do piloto para observar e aplicar os freios conforme requerido. Se necessário, outro pessoal qualificado é posicionado para a observar e a garantir a manutenção da pressão no sistema hidráulico do avião. • Em aeronaves com uma roda de nariz dirigível, o responsável que está no comando da operação do reboque precisa checar se as tesouras de bloqueio estão ajustadas para giro completo. O dispositivo de trava das tesouras será reconfigurado depois da retirada da barra de reboque, que se encontra na aeronave. Dessa maneira, o pessoal nela posicionado não pode tentar dirigir ou virar a roda de nariz enquanto a barra de reboque está anexada à aeronave. • Sob nenhuma circunstância há permissão para que alguém caminhe ou dirija entre a roda de nariz de um avião e o veículo de reboque, tampouco que se dirija nas proximidades de um avião em movimento ou do veículo de reboque. Portanto, para fins de segurança, não é recomendado tentar embarcar ou desembarcar de uma aeronave ou veículo de reboque em movimento. • A velocidade para a realização de reboque de um avião não pode exceder o passo a pé de um homem. Normalmente os motores de um avião não são acionados quando este está sendo rebocado para sua posição. • O sistema de freio do avião depende da checagem e carregamento antes mesmo de cada operação de reboque. Aeronaves que possuam freios com falha precisam ser rebocadas de um local a outro apenas para reparo dos sistemas de freio e depois apenas pelo pessoal de prontidão, preparado com calços para utilização emergencial. Os calços devem estar imediatamente disponíveis em acontecimentos emergenciais. • Para evitar os possíveis ferimentos ao pessoal e danos à estrutura da aeronave nas operações de reboque, os porões de carga e as portas de entrada devem permanecer fechados, as escadas recolhidas e as travas instaladas. 48 • Após o reboque de qualquer aeronave, os pneus e a estrutura do trem de pouso precisam ser verificados quanto à calibragem apropriada. (A calibragem das estruturas do trem de pouso da aeronave na revisão e na estocagem é excluída.) • Quando se movimenta um avião, não se pode liga-lo e desliga-lo bruscamente. Para aumentar a segurança, os freios do avião, em hipótese alguma, estão em condições de ser acionados no momento do reboque, a não ser nas emergências. No entanto, mesmo nesses casos, apenas sob liderança de um dos membros do grupo de reboque esse procedimento será validado. • As aeronaves estão aptas a serem estacionadas apenas em áreas específicas. Normalmente, o espaço entre as faixas de aeronaves estacionadas precisa ser o necessário para permitir o acesso imediato aos transportes de emergência em caso de incêndio, bem como o livre movimento do equipamento e dos materiais. • Calços das rodas devem ser posicionados adiante e antes do trem de pouso principal da aeronave parada. • As travas de controle internas e externas (bloqueio de comandos no solo ou bloqueamento) precisam ser utilizadas durante todo o tempo em que a aeronave permanecer parada. • Antes mesmo de qualquer circulação da aeronave pelas pistas e vias de taxiamento, é necessário contatar a torre de controle do aeroporto na frequência correspondente para que ocorra a movimentação. • Não é permitido estacionar uma aeronave em um hangar sem que seja estaticamente aterrada ao finalizar a parada. Isso evita descargas elétricas acidentais sobre pessoas ou equipamentos. 49 1.3 Aeronaves Taxiando De maneira geral, apenas pilotos e técnicos qualificados são autorizados a ligar e taxiar uma aeronave. Nesse sentido, é essencial que as operações de taxiamento sejam realizadas de acordo com as regulamentações locais aplicáveis. A Tabela 1 contém os sinais de luz padrão para o taxiamento utilizado pelas torres de controle a fim de controlar e despachar o taxiamento de um avião. O item a seguir fornece instruções sobre os sinais de táxi e instruções relacionadas. Tabela 1: Sinais padronizados de luz de táxi 1.4 Sinalização de Taxiamento Têm acontecido muitos acidentes em solo resultantes de técnicas inapropriadas de taxiamento. Ainda que o piloto seja, em última instância, o responsável pelo avião até a parada do motor, um assistente de taxiamento (táxi) pode auxiliar o piloto em volta da linha de voo. Em algumas configurações de aviões, a vista do piloto mantem-se obstruída quando permanece em solo. O piloto não consegue enxergar as obstruções próximas às rodas ou sob as asas e faz pouca ideia do que está atrás da aeronave. Consequentemente, o piloto precisa do sinaleiro, também chamado sinalizador, na pista para receber direcionamento. A Figura 17 ilustra um assistente de taxiamento que indica sua prontidão para assumir o serviço de orientação do avião, erguendo os braços na extensão total acima de sua cabeça e com as palmas viradas uma para a outra. Luzes Significado Verde piscando Livre para táxi Vermelho constante Parar Vermelho piscando Taxiar distante da pista em uso Âmbar piscando Retornar para o ponto inicial Alternando entre vermelho e verde Exercer cuidado extremo 50 Figura 17: Sinaleiro de taxiamento O posicionamento padrão de um sinaleiro é manter-se rapidamente à frente e alinhado à ponta da asa da esquerda. Estando esse profissional de frente para a aeronave, o nariz do avião fica à esquerda. É necessário que o sinaleiro esteja à frente da aeronave, longe o suficiente, para permanecer no campo de visão do piloto. É uma boa prática realizar um teste para garantir que o piloto visualize os sinais. Portanto, se o assistente de taxiamento conseguir ver os olhos do piloto, este, por sua vez, também poderá ver os sinais. Existem outros sinais padronizados, além dos apresentados na Figura 18, tais como os publicados pelas Forças Armadas. Ademais, as condições de operação em muitas áreas podem requerer um conjunto de sinais modificados. Os sinais exibidos na Figura 18 representam alguns dos muitos sinais comumente utilizados. Se esse conjunto de sinais ou sinais modificados é utilizado, o mais importante é que todos da equipe os conheçam. 51 Os sinais de taxiamento precisam ser estudados até que o assistente possa executá-los claramente e precisamente. É essencial que os sinais sejam feitos de tal maneira que o piloto não os confunda. É importante ter em mente, ao sinalizar, que há uma distância considerável entre o sinaleiro e o piloto e, algumas vezes, o piloto o observa a partir de um ângulo desfavorável. Figura 18: Sinais comuns de taxiamento As mãos da pessoa que sinaliza devem ser mantidas bem separadas e os sinais bastante exagerados para não haver riscos que sinais indistintos sejam feitos e não compreendidos. Se houver dúvida quanto a um sinal, ou se o piloto aparentemente não o seguir, o sinal de parada é utilizado e a série de sinais deve ser iniciada novamente. Sinaleiro Prosseguir para o próximo sinaleiro ou como orientado pela torre de controle Reduzir a velociadade do(s) motor(es) do lado direito Fogo (apontando a baliza da mão esquerda para a área do fogo) Não toque nos comandos (sinal de comunicação técinica ou de serviço) Prosseguir em frente Pouso (helicóptero em voo) Girar para a esquerda (do ponto de vista do piloto) 52 É indispensável que o assistente sempre tente passar para o piloto uma indicação da área aproximada na qual o avião está para ser estacionado. Ele também precisa observar seu perímetro frequentemente para evitar que se choque com uma hélice ou tropece em um calço, extintor de incêndio, corda de amarração ou outra obstrução. Os sinais de taxiamento, quando realizados à noite, normalmente servem do auxílio de bastões iluminados anexados a lanternas, conforme a Figura 19. Os sinais noturnos são feitos da mesma maneira que os sinais diurnos, com exceção do sinal de parada, que à noite, se converteno sinal de parada de emergência. Esse sinal é feito cruzando-se os bastões para formarem um (x) iluminado acima e à frente da cabeça. Figura 19: Operação noturna com bastões iluminados Resumindo Neste unidade, foram relacionadas as possíveis falhas mais comuns durante uma partida do motor turbofan, como a partida falsa, a quente e a sem inicialização. Foi visto que o reboque, ou o deslocamento de um avião, de um determinado local a ser parado até um outro (indo para o hangar ou trazendo de lá, manobrando, etc.), é realizado por meio de tratores especiais ou veículos rebocadores. Assim, os procedimentos de rebocamento das aeronaves foram apresentados, bem como o taxiamento e a sinalização de estacionamento de aeronaves. 53 54 Glossário Auxiliar de cauda: pessoa responsável pelo balizamento de cauda de uma aeronave durante o reboque. Auxiliares de asa: pessoa responsável pelo balizamento nas pontas de asa de uma aeronave durante o reboque. 55 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Quando se reboca uma aeronave, a velocidade do veículo de reboque deve ser razoável, e todo o pessoal envolvido na operação deve estar alerta. Quando a aeronave é parada confia-se apenas nos freios do veículo de reboque ao parar a embarcação. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. As mãos da pessoa que sinaliza devem ser mantidas bem separadas e os sinais bastante exagerados para não haver riscos que sinais indistintos sejam feitos e não compreendidos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 56 Referências BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 121: requisitos operacionais – operações domésticas, de 57 bandeira e suplementares. 2010a. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov. br/transparencia/pdf/RBAC%20121.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 135: requisitos operacionais – operações complementares e por demanda. 2010b. Emenda 00. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/transparencia/pdf/bps33s/RBAC%20135.pdf>. Acesso em: 10 maio 2015. ______. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBAC 153: aeródromos – operação, manutenção e resposta à emergência. 2012. Emenda 00. Disponível em: <http://www2. anac.gov.br/biblioteca/rbac/RBAC153EMD00.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2015. _____. Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. RBHA 91: regras gerais de operação para aeronaves civis. 2003. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/ rbha091.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015. ______. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica – COMAER. Departamento de Aviação Civil – DAC. MCA 58-14: manual do curso mecânico manutenção aeronáutica – grupo motopropulsor. Brasília: DAC, 2004. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/ habilitacao/manualCursos.asp>. Acesso em: 5 out. 2016. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – EUA. U.S. Department of Transportation. Federal Aviation Administration – FAA. FAA-H-8083-30: aviation maintenance technician handbook – general. Oklahoma City, OK: U.S. Department of Transportation, Federal Aviation Administration, 2008. Disponível em: <https://www.faa.gov/regulations_ policies/handbooks_manuals/aircraft/>. Acesso em: 20 out. 2015. 58 UNIDADE 4 | PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO DE AERONAVE NA PISTA 59 Unidade 4 | Procedimentos de Manutenção de Aeronave na Pista 1 Introdução Os equipamentos de solo são essenciais ao auxílio nos serviços de manutenção de aeronaves em solo, como as fontes externas, a usina de fornecimento de ar de baixa pressão, entre outros. As tarefas realizadas pela manutenção na pista são importantes, tais quais os procedimentos de reabastecimentos de óleo nos motores, fluidos nos sistemas hidráulicos, reabastecimentos de combustível nas aeronaves, troca de rodas e calibragens. Algumas tarefas realizadas por mecânicos de pista são serviços prestados, permanente ou habitualmente, em hangares fixos ou fora de oficinas, independente de sua atuação, seja ela como inspetor, mecânico de manutenção, auxiliar de manutenção, operador de trator de reboque, reabastecedores de combustível em aeronaves e pessoal de execução de carga e descarga nas aeronaves. 1.1 Serviço de Abastecimento de Ar/Nitrogênio, Óleo e Fluidos A verificação ou o abastecimento dos fluidos da aeronave é uma função importante de manutenção. Antes de abastecer qualquer aeronave, é essencial consultar o manual de manutenção específico para determinar o tipo apropriado de equipamento de abastecimento, bem como os procedimentos apropriados para abastecer a aeronave. Em geral, o óleo de motor da aeronave é verificado com uma vareta ou um visor do medidor. Há marcações na vareta ou em torno do visor do medidor para sinalizar o nível correto. Motores alternativos precisam ser verificados após o motor ter estado inativo, enquanto o motor a turbina deve ser verificado logo após o desligamento. 60 Sistemas de coleta seca de óleo tendem a esconder o óleo que tenha sido vazado do tanque de óleo para dentro da caixa de engrenagem do motor. Esse óleo não aparece na vareta até que o motor tenha sido ligado ou motorizado. Caso ele seja abastecido antes que o óleo seja bombeado de volta para o tanque, o motor receberá um abastecimento excessivo. O excesso de volume no abastecimento é algo que nunca deve ocorrer, pois o óleo espumaria durante sua circulação no motor provocando um transbordamento. O espaço de expansão no tanque de óleo, quando preenchido no nível correto, permite essa formação de espuma, advinda da mistura do óleo com o ar. O tipo certo de óleo também deve ser utilizado para o motor que está sendo abastecido. Caso espirrem na roupa ou na pele, fluidos hidráulicos, combustíveis e óleos devem ser removidos assim que possível devido ao risco de incêndio e por questões de saúde. Ao abastecer um reservatório hidráulico, é recomendável utilizar o fluido correto. Normalmente, se determina o melhor fluido pelo contêiner ou pela cor. Alguns reservatórios são pressurizados a ar e devem ser sangrados antes do abastecimento. São adotadas medidas para evitar qualquer tipo de contaminação durante o abastecimento. Ao trocar os filtros hidráulicos, se grandes quantidades de fluidos se perderam ou a quantidade do sistema, o ar deve ser expurgado e o sistema tem de ser checado quanto a vazamentos. Durante o abastecimento de pneus ou estruturas com nitrogênio de alta pressão, o técnico precisa ter muita cautela na manutenção para evitar acidentes como a explosão, por exemplo. É necessário liberar as áreas antes de conectar a mangueira e não se deve inflar demais. 1.2 Equipamentos de Solo Equipamentos de solo, em inglês, ground service equipment (GSE), destinam-se à manutenção e operação de aeronaves, de componentes em geral e seus sistemas. Seu conceito abrange o disposto a seguir, porém não se limita a equipamentos para atendimento de embarque e desembarque de passageiros, equipamentos para atendimentos de aeronaves, tais quais geradores, unidades de partida, tratores, macacos, calços, carregadores, carros de comissária, etc., e de equipamentos de assistência para aeronaves. 61 1.2.1 Unidades Elétricas de Energia de Solo As unidades de energia elétrica auxiliares de apoio em solo variam grandemente em tamanho e tipo. Contudo, elas podem ser geralmente classificadas como rebocadas, estacionárias ou autopropulsionadas. Algumas unidades são para uso dentro do hangar durante a manutenção, enquanto outras são para uso na linha de voo, tanto em uma área estacionária quanto rebocando de aeronave em aeronave. O tipo estacionário pode ser energizado pelo próprio local da manutenção. O tipo móvel de unidade de energia de solo, em inglês, ground power unit (GPU), possui, em geral, um motor embutido que liga um gerador para produzir energia. Algumas unidades menores utilizam uma série de baterias. As unidades de energia rebocáveis variam no tamanho e na abrangência
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