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TEORIA GERAL DO PROCESSO - Completo - Cinthia - UFBA

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
· Abordagens jurídicas PROCESSO:
· O processo é necessariamente um procedimento com participação dos sujeitos interessados, daqueles que receberão os efeitos da decisão (ato jurídico complexo de formação sucessiva). Ampla defesa e contraditório, são intrínsecos ao processo.
· Método de produção de normas jurídicas (meio pelo qual ocorre o exercício de poder) (jurisdicional/ administrativo/ legislativo). O processo é o que produz as normas jurídicas
· Relação jurídica (complexa) se trava entre as pessoas jurídicas do processo, autor, juiz e réu.
Ato jurídico complexo que gera relações jurídicas entre os sujeitos processuais com o escopo de produzir norma jurídica, sentença ou decisão judicial.
· Postura metodológica de grande valia na revelação das linhas gerais do direito processual, diz da perspectiva da constituição e sua instrumentalização para análise dos principais pontos gerais para o desenvolvimento do processo
· Temo poder de síntese indutiva do significado/diretrizes do direito processual como um sistema de: institutos/ princípios/ normas estruturantes para o exercício do poder.
· A TGP cabe a construção dos conceitos, exposição das teses e definição do princípios comuns a todas as espécies de processo.
· É um sistema de conceitos e princípios elevados ao grau máximo de generalização útil e condensados indutivamente a partir do confronto do diversos ramos do direito processual. É um sistema de conceito. Construídos por indução. Disciplina epistemológica.
· Conjunto de conhecimentos recolhidos e propedêuticamente organizados para compreensão dos elementos teóricos configuradores do processo no vasto campo do direito”
· É uma disciplina jurídica dedicada a elaboração, a organização e a articulação dos conceitos jurídicos fundamentais processuais. São conceitos logico-jurídicos processuais a todos aqueles indispensáveis a compreensão jurídica do fenómeno processual, onde quer que ele ocorra... Conjunto de enunciados doutrinários, normativos, produtos da atividade científica ou filosófica.
- Processo: O processo é um ato jurídico complexo que gera relações entre os sujeitos processuais com o escopo de produzir norma jurídica. Marinoni, por sua vez, afirma que o processo é um instrumento para a tutela do direito. Logo, possui três características marcantes:
Procedimento com participação dos sujeitos interessados (aqueles que receberão os efeitos da decisão (ato jurídico complexo de formação sucessiva): ou seja, o processo como plano da existência dos fatos jurídicos. Trata-se de um ato jurídico complexo. Processo, nesse sentido, é sinônimo de procedimento. Enquadra-se o procedimento na categoria “ato-complexo de formação sucessiva”: os vários atos que compõem o tipo normativo sucedem-se no tempo. O procedimento é ato-complexo de formação sucessiva, porque é um conjunto de atos jurídicos (atos processuais), relacionados entre si, que possuem como objetivo comum, no caso do processo judicial, a tutela jurisdicional.
Método de produção de normas jurídicas (m.exercício de poder) (seja de normas gerais pelo Poder Legislativo, de normas gerais e individualizantes pela Administração ou de normas pela jurisdição): Rigorosamente, o processo é de construção de atos normativos – leis, atos administrativos e decisões judiciais; a partir da interpretação desses atos
Normativos, surgirão as normas jurídicas:
Relação jurídica (complexa) /ato jurídico complexo(a): o processo pode ser encarado como efeito jurídico, ou seja, pode-se examiná-lo sob a perspectiva do plano da eficácia dos fatos jurídicos. Nesse sentido, processo é o conjunto das relações jurídicas que se estabelecem entre os diversos sujeitos processuais (partes, juiz, auxiliares da justiça, etc.). Essas relações jurídicas formam uma única relação jurídica, que também se chamaria processo.
PROCESSO
· Ato jurídico complexo que gera relações jurídicas entre os sujeitos processuais com o escopo de produzir norma jurídica.
· O termo processo serve, então, tanto para designar o ato processo como a relação que dela emerge.
· Lembre-se: sempre que se trate de procedimentos realizados mediante o exercício do poder por um agente que se sobrepõe aos demais, ali se tem processo e não mero procedimento, e sendo assim, legitima-se pela imposição de garantias constitucionais do processo (devido processo legal, juiz natural, contraditório, etc.), diferentemente dos negócios jurídicos celebrados pelas relações entre os sujeitos contratantes, que se apoiam na autonomia da vontade e não em um suposto poder, com a sujeição jurídica de algum sujeito às decisões e imposições de outro. Logo, segundo Cândido Dinamarco, o poder é a seiva que alimenta todos os processos.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
· “É um sistema de conceitos e princípios elevados ao grau máximo de generalização útil e condensados indutivamente a partir do confronto do diversos ramos do direito processual. a.É um sistema de conceitos;b. construídos por indução;c. disciplina epistemológica” (Cândido Dinamarco)
· “É uma disciplina jurídica dedicada à elaboração, à organização e à articulação dos conceitos jurídicos fundamentais (lógico-jurídicos) processuais. São conceitos lógico-jurídicos processuais todos aqueles indispensáveis à compreensão jurídica do fenômeno processual, onde quer que ele ocorra... Conjunto de enunciados doutrinários, normativos, produtos da atividade científica ou filosófica.” (Fredie Didier)
Ou seja, a TGP é uma disciplina do direito que tem como ofício elaborar, organizar e articular conceitos fundamentais para o processo, os chamados conceitos lógico-jurídicos. Esses conceitos são indispensáveis para se compreender juridicamente o fenômeno processual. À Teoria Geral do Processo cabe definir o que são e o que não são os requisitos de validade do processo, além disso, é de grande importância na revelação das linhas gerais do direito processual. Reúne em síntese indutiva, institutos, princípios e normas estruturantes para o exercício do poder.
Objetivos: Passar dos campos particularizados dos proc. civil/trabalhista/penal/administrativo/legislativo à integração de todos eles num só quadro e mediante uma só inserção – integração de todos eles num só quadro no universo do direito. Focando sempre no processo, só é possível fazer isso a partir do reconhecimento dos elementos comuns de todos os processos, o processo é uma visão utilitária do direito, a teoria do processo analisa a generalizações do direito, ela busca a convergência para criar os conceitos lógicos jurídicos, todos os processos devem ser dotados de efetividade.
Controvérsia: Dificuldades para a caracterização de lide no processo pena; Buscam-se conceitos/princ. gerais, sem se preocupar com a unidade legislativa; Não se busca soluções, a unidade objetivada não é de soluções e sim de raciocínios. 
Para alguns autores do processo penal, é impossível inserir o processo penal dentro da TGP já que aquele não se encaixa a este. Segundo esses autores, existe dificuldade para a caracterização de lide no processo penal. No entanto, vale destacar que isso não invalida o papel da TGP, já que, a mesma busca conceitos/princípios gerais, sem se preocupar com a unidade legislativa, logo não se busca unidade de soluções, mas de raciocínios/estrutura teóricas.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
· Sistema de conceitos/princípios elevados ao grau máximo de generalização útil
· Síntese indutiva do significado/diretrizes d. processual
· Sistema de INSTITUTOS/PRINCÍPIOS/NORMAS e GARANTIAS estruturadoras p/ exercício do poder e que coordenam e tutelam as posições dos sujeitos do processo
· Disciplina jurídica dedicada à elaboração, à organização e à articulação dos conceitos lógico jurídicos fundamentais processuais: (todos aqueles indispensáveis à compreensão jurídica do fenômeno processual.Ex: competência; decisão; pretensão processual; prova; tutela jurisdicional; capacidade processual, (Fredie Didier)
Identificou a Essência Dogmática Do Direito Processual:
1. JURISDIÇÃO: Antes vista apenas com a função de “dizer o direito”,passa a ser vista como a “efetivação do direito”. Portanto, jurisdição é tutelar, salvaguardar, concretizar direitos, mais do que declarar a vontade concreta da lei.
A Jurisdição ao ser prestada pelo Estado, faz surgir uma RELAÇÃO JURÍDICA (processual), cujos elementos são:
· Sujeitos: autor; réu e juiz
· Objeto: prestação jurisdicional
· Causa: vedação da autotutela
OBS: As relações jurídicas materiais nascem, desenvolvem-se e extinguem-se no plano extraprocessual, são regidas por normas próprias no plano do direito material. A relação jurídica processual é autônoma em relação a de direito material porque tem
princípios, regras e objeto próprio (prestação da tutela jurisdicional).
2. AÇÃO: É o direito que se volta contra o Estado. É um direito público subjetivo que visa à concretização de pretensões oriundas do direito material. É exercitável ao longo de todo o processo com forma de garantir àquele que o exerce a prestação jurisdicional.
3. DEFESA: é o contraposto da ação. É o direito subjetivo público de o réu pedir, ao Estado-Juiz, tutela jurisdicional.
4. PROCESSO: Antes tido como realidade independente, começa a ser visto como instrumento voltado à realização prática do Direito Material – relação circular.
Todo o processo estrutura-se em torno:
1. Estrutura representada pelo poder a ser exercido; o poder funciona como uma armadura na arena que é o processo, essas ações se sucedem de maneira dinâmica revelando uma relação jurídica que é estudada na TGP, é uma relação jurídica que ata sujeitos, e o processo trata dessas relações (poder do Estado, não exclusivamente), o processo precisa se pautar no equilíbrio do poder, para garantir que não haja abusos de poder, já que ele é a seiva que move os processos ele tbm é limitado e equilibrado pelo devido processo legal
2. Posição das pessoas interessadas
3. Modo com que esses complexos de situações jurídicas subjetivas se exteriorizam em atos coordenados aos objetivos pré-estabelecidos.
ESPÉCIES DE PROCESSOS
I - PROCESSOS ESTATAIS: realizados pelo Estado. “ Princípio da inafastabilidade da jurisdição”
Processo estatal tem como elementos básicos (essência dogmática): ação, jurisdição, defesa e processo. Portanto, conhecer o processo e conhecer sua teoria geral é estar consciente de que toda essa ciência gira em torno da jurisdição exercida pelo juiz, da ação que o demandante exerce ao provocar o exercício da jurisdição, da defesa que o demandado tem direito de opor à pretensão do demandante e do processo mediante o qual o juiz exerce a jurisdição, o autor exerce a ação e o réu, a defesa. Esses são os institutos
fundamentais da nossa ciência. Por muito tempo se pensou que apenas o processo estatal seria suficiente para prestar tutela adequada aos direitos, porém foram surgindo meios alternativos de resolução de conflitos, como as formas heterocompositivas (arbitragem por ex) e autocompositivas (conciliação e mediação dentro e fora do processo, por ex) que ganham espaço como meios
idôneos para a solução de crises de colaboração na realização do direito material.
*Isso é bom por que a função do direito processual na sociedade é resolver conflitos (Cinthya).
O processo deve dar tutela aos direitos coletivos e tutela coletiva de direitos, ou seja, o processo deve não só revestir a forma individual, mas também estruturar em termos coletivos.
1.PROCESSOS JURISDICIONAIS: são os processos da espera judicial, é o estágio mais desenvolvidos dos processos, foram os mais estudados, eles se distinguem pelo Fundamento jurídico-substancial da pretensão deduzida. A pretensão constitui a intenção do processo, ela é um fator identificador das espécies de processos, vc identifica a natureza do processo pela sua pretensão (Para Carnelutti, pretensão significa um ato e não um poder; é algo que alguém faz, não que alguém tem; trata-se de uma manifestação, não uma superioridade de vontade. É uma exigência de submissão do interesse alheio ao interesse próprio. Seria o direito subjetivo no seu módulo dinâmico; ou o direito subjetivo em exercício), é a primeira distinção que se faz a analisar um processo.
1.1.Fundamento jurídico-substancial da pretensão deduzida: 
A) Civil: esse processo é o mais elaborado, todas as questões podem ser relacionadas a questão jurisdicional, e o processo civil alcança uma gama enorme de processos, basicamente tudo que não é penal pode ser civil, ele pega matéria de várias esperas superiores, ele tem um espectro muito grande. 
B) Penal: ele envolve pretensão de Natureza criminal, ele em comparação com o civil não é tão desenvolvido por ser um tanto antigo e desatualizado ele não é tão elaborado, nele se verifica um suscetível interesse dos governantes, ele se devolve entre uma tensão permanente entre o poder de prender do estado e o direito de liberdade do cidadão, a uma indisponibilidade do estatus libertatis, não a pena sem processo, na esfera prática não é absoluta mas em princípio é indisponível, só existe sustação do processo em crimes de menor potencial ofensivo, o crime é tido como uma violação ao valores da sociedade e a pena é para reparar o dano causado, a uma indisponibilidade referente a sustação, vc não pode abrir mão da sua defesa mesmo se declarando culpado vc não pode abrir mão do processo.
C) Eleitoral: relação com a justiça eleitoral. 
D) Trabalhista: relação com a justiça do trabalho
1.2. Natureza do provimento postulado:
A) Cognitivo: certificação do direito, ele visa a declarar direito, é um processo de conhecimento onde serão levadas a conhecimento do juiz as alegações e provas que baseados no exame de tudo isso ele vai proferir uma decisão, ele após essa análise certifica esse direito
B) Executivo: satisfação da prestação devida, não a discussão sobre o direito, a discussão sobre formas de satisfazer o direito, ele não discute se a ou não o direito e sim as formas de satisfazê-lo, o título judicial executivo extra judicial são títulos que tem uma obrigação executiva, a lei empresta essa obrigação a esse título, então nesse processo a execução desse direito, é pra efetivar o direito, ele discute algo posto.
2. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS: No processo administrativo não existe uma distinção clara entre o direito substancial e processual, além disso, o mesmo é de difícil codificação pela imensa fragmentação. A Constituição Federal de 1988 constitucionalizou o processo administrativo, ou seja, previu ao mesmo uma série de garantias e princípios oriundos do processo jurisdicional, sendo eles:
· Limitação do exercício do poder (devido processo legal);
· Participação dos interessados;
· Observância dos princípios do contraditório, respeito à igualdade/ampla defesa, isonomia, publicidade etc., logo um processo constitucionalizado;
· Nenhuma presunção em favor do órgão público que não esteja prevista em lei e debatida em contraditório; 
· Princípio da motivação (fundamentação, exposição de motivos, prestação de contas do resultado do contraditório).
· Publicidade: o processo deve ser público em salvo em defesa da segurança de entes do processo
· Provas
3. PROCESSOS LEGISLATIVOS: Também há procedimentos a serem observados pelos sujeitos que são o princípio da legalidade e a participação dos interessados (que nesse caso ocorre de forma diferente, já que é a participação do povo através de seus representantes). Estrutura processual de formação das leis: para que um projeto de lei seja aprovado e promulgado, o mesmo deve atender aos seguintes critérios: a) iniciativa popular/parlamentar/governista; b) discussões/votações (nesse momento de embate/confronto é que acontece o contraditório); c) promulgação/publicação da lei.
II – PROCESSOS NÃO ESTATAIS: Fora do âmbito das atividades estatais, são realizados pelas chamadas entidades intermediárias (partidos políticos, sindicatos, associações de toda ordem, sociedades civis e comerciais), cujo quais exercem poder sobre as pessoas filiadas, mas obviamente distinto do poder estatal. Logo, a ordem processual, nesses casos, tende à fragmentariedade, na maioria das vezes se apoia no estatutode cada uma das entidades consideradas, porém, mesmo assim deve haver a observância dos princípios de ordem constitucional como o devido processo legal (como principal norma de direito processual, tem incidência sobre qualquer espécie de processo, inclusive sobre os processos não estatais) e o princípio do contraditório, ou seja, deve ocorrer a participação do interessado, sob pena de invalidade. Diferentemente dos
processos estatais, falta-lhes os atributos da inevitabilidade (o poder estatal é exercido sem prévio acordo de vontades entre os litigantes e não há como furtar-se à eficácia imperativa do processo), soberania (os resultados do processo estatal não são reversíveis por entidade superior à fonte do poder que os impõe), coercibilidade (é possível coagir o cumprimento da decisão judicial quando ocorre uma resistência) e definitividade.
Equivalentes jurisdicionais: Meios mediante os quais se pode atingir a composição do conflito, por iniciativa dos próprios litigantes ou de um particular sem poder jurisdicional. São formas não jurisdicionais de solução de conflitos. Atuam como técnicas de tutela de direitos. São formas de resolução de conflitos não definitivas, dado que podem se submeter a controle jurisdicional. 
Pretensão deduzida: a pretensão é o objeto do processo (por exemplo, a pretensão de reparação por danos morais e materiais). A natureza da pretensão é o que irá discernir os processos entre si, portanto:
Civil: a pretensão, nesse caso, é a aplicação de uma sanção Administrativa, ex: a anulação de tributos cobrados indevidamente pela União. 
Penal: a pretensão, nesse caso, é a aplicação de uma sanção penal. O processo penal é marcado por imensa tensão entre o jus puniendi (o dever de punir do Estado) e o status libertatis do indivíduo e, além disso, a indisponibilidade da ação da defesa, ou seja, o Estado tem dever de punir (que deve ser realizado através do processo) e o réu não pode alegar que não quer defesa, a defesa é indisponível, devendo o Estado eleger um defensor para o mesmo. Aspeto este que se diferencia do processo civil.
Trabalhista: pretensão, nesse caso, é de natureza trabalhista; Ex: um reclamante vai até a Justiça do Trabalho reclamar suas rescisórias. 
Eleitoral: pretensão, nesse caso, é de natureza eleitoral. Ex: discussão acerca de um mandato eletivo, eletividade.
PROCESSO JURISDICIONAL
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS:
1. Jurisdição ao centro: a quem cabe realizar esse exame;
2. Participação dos interessados (que se dá na defesa);
3. Inércia da jurisdição: a jurisdição precisa ser provocada através da ação para então poder agir e garantir a imparcialidade do juiz;
4. Pretensão (objeto do processo): qual a intenção do processo;
5. Partes em oposição (autor e réu): interesses antagônicos, é muito característica, mas não é excepcional;
6. Sujeição ao juiz (decorrente da consequência da existência do direito no processo);
7. Dever de imparcialidade do juiz (pressuposto de validade do processo, tem relação com a ideia de equidistância dos interesses e do objeto das partes);
8. Coisa julgada (só os atos jurisdicionais são de caráter irreversível e definitivo): só as decisões do processo Jurisdicional podem se tornar imutáveis, se a decisão está coberta pela coisa julgada ele não pode ser alterada, nem pelas partes nem pelo juiz nem pela lei, isso é a imutabilidade da coisa julgada;
9. Dever de motivação (todas as decisões devem ser motivadas, e conter uma justificação plausível, caso não, são nulas): dever de prestar contas do Estado, ele tem que mostras as partes e a sociedade de maneira geral que ele decidiu de certa forma e porque, é imperativo da democracia a motivação e justificação de decisão estatal.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
· Não existe distinção clara entre o direito substancial e processual;
· De difícil codificação pela imensa fragmentação
- É regido pelas garantias e princípios constitucionais:
1. limitação do exercício do poder (due process of law – CF,5º,LIV);
2. participação dos interessados(LV)
3. respeito à igualdade/ampla defesa
4. publicidade 
5. provas
6. nenhuma presunção em favor do órgão público que não esteja prevista em lei e debatida em contraditório
7. princípio da motivação (prestação de contas do resultado do contraditório) 
PROC. JURISDICIONAL X ADMINISTRATIVO
· O Processo Administrativo não é necessariamente regido pela inércia do órgão estatal, ou seja, não há a necessidade de provocação que existe no processo jurisdicional;
· Nem pela existência de pessoas em posição conflitantes (autor e réu), ou seja,não ocorre uma polarização;
· Nem pela autoridade do Estado como terceiro imparcial, desinteressado. Ou seja, enquanto no processo jurisdicional é um terceiro que realiza a decisão, no processo administrativo é a própria administração que decide;
· Nem pela coisa julgada, ou seja, só os atos jurisdicionais são passíveis de se tornarem definitivos.
PROCESSO ADM NÃO POSSUI INÉRCIA DA JURISDIÇÃO, NÃO TEM POSIÇÕES CONFLITANTES, NÃO POSSUI TERCEIRO IMPARCIAL E NÃO GOZA DE DEFINITIVIDADE.
Obs: vale ressaltar que o nosso sistema adota a jurisdição una, ou seja, somente os atos e conflitos que são resolvidos pelo poder judiciário possuem caráter de definitividade da coisa julgada.
PROCESSO LEGISLATIVO
· Há procedimentos a serem observados sujeitos que estão ao princípio da legalidade e participação dos interessados – participação do povo através de seus representantes:
1. iniciativa popular/parlamentar/governista
2. discussões/votações
3. promulgação/publicação da lei
· Estrutura processual dos procedimentos de formação das leis – confronto/embate - CONTRADITÓRIO 
· PROCESSO confirma sua essência de estrutura privilegiada para a GESTÃO DEMOCRÁTICA DE ATIVIDADE FUNDAMENTAL DE INSTRUMENTO PARA A REALIZAÇÃO E PARA A SALVAGUARDA DAS LIBERDADES (Elio Fazzalari)
Realizado pelos partidos políticos, ordens profissionais, sindicatos, associações – exercem poder sobre as pessoas filiadas (poder distinto do estatal) elas possuem processos próprios atribuídos pela lei que devem ser seguidas a risca, o devido processo legal deve ser sempre respeitado, e a vontade dos membros é muito mais incisiva do que no caso da relação cidadãoXestado 
Falta-lhes os atributos da inevitabilidade, soberania, coercibilidade, definitividade. É extremamente fragmentário
Há procedimento a ser cumprido, com a participação dos interessados, sob pena de invalidade – devido processo legal.
O devido processo legal é a principal norma de direito processual, tem incidência sobre qualquer espécie de processo, inclusive sobre os processos não estatais
PROCESSOS NÃO ESTATAIS
· Realizados pelos partidos políticos, ordens profissionais, sindicatos, associações – exercem poder sobre as pessoas filiadas (poder distinto do estatal).
· Falta-lhes os atributos da INEVITABILIDADE, SOBERANIA, COERCIBILIDADE, DEFINITIVIDADE
· É extremamente fragmentário
· Há PROCEDIMENTO a ser cumprido, com a PARTICIPAÇÃO DO INTERESSADO, sob pena de invalidade – DEVIDO PROCESSO LEGAL. 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
· Como principal norma de direito processual, tem incidência sobre qualquer espécie de processo, inclusive sobre os processos não estatais. 
· É a parte fixa e contingente do processo. Exige que haja desenvolvimento do processo perante juiz imparcial, mediante amplo acesso ao judiciário e que haja preservação do contraditório (Calmon de passos).
· Art. 5º, LIV CF. Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL
· JURISDIÇÃO: é o poder do Estado de resolver os conflitos, ela é inerte, precisa ser provocada, através da ação, ela se instrumentaliza através do processo.
· AÇÃO: é o direito que todos tem de provocar o judiciário sobre qualquer questão pertinente e de legitimidade ampla.
· PROCESSO: o devido processo legal que é previsto em lei e deve ser respeitado.
· DEFESA: direito ao contraditório, a responder ao processo.
· LIDE: corresponde a um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
·PODER: a força que move todas as relações jurídicas, estatais ou não.
· TUTELA JURISDICIONAL: tutela referente aos casos levados a juízo, que provocam o judiciário.
· COMPETÊNCIA: quem deve redigir o processo, seja administrativo ou judiciário, precisa ter competência. Direito ao provimento de mérito
· NORMA PROCESSUAL: as regras previstas em lei para o processo.
· DECISÃO: a decisão proferida pelo juiz ou por órgão administrativo.
· COGNIÇÃO
· VÍCIOS/NULIDADES
· CAUSA DE PEDIR
· PEDIDO 
· PARTES
· CAPACIDADE DE SER PARTE
· TERCEIRO
· PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
· ATO PROCESSUAL
· PROVA
· PROCEDIMENTO
· MÉRITO
· RECURSO
OBJETIVOS DA TGP:
1. Não pretende unificar soluções, mas o raciocínio. Os grandes princípios, as grandes garantias, os grandes conceitos, os grandes esquemas lógicos; os conceitos lógico-jurídicos;
2. Visão metodologicamente unitária do direito processual
TEORIA GERAL DO PROCESSO
· Alcança as atividades voltadas ao EXERCÍCIO DO PODER.
· Onde há exercício de poder, mediante a realização de um PROCEDIMENTO, há a SUJEIÇÃO de alguém.
· Não sendo legítimo o exercício ilimitado do poder tem-se: 
1. GARANTIAS DA PARTICIPAÇÃO DAQUELE QUE ESTÁ EM ESTADO DE SUJEIÇÃO
2. OBSERVÂNCIA DOS MODELOS DAS ATIVIDADES a serem exercidas pelo órgão estatal
3. CONTRADITÓRIO
4. PROCEDIMENTO (assegurar a participação e conter a tendência ao abuso do poder)
ASSUNTO 2 - NOVA ABORDAGEM DA TEORIA GERAL DO PROCESSO – mudanças ocorridas no pensamento jurídico 
Nos últimos anos, ocorreram mudanças no pensamento jurídico. No plano jurídico, as mudanças ocorreram com a CF/88, CDC, no plano científico, com a teoria das fontes*, e no plano social com a facilitação do acesso à justiça e a proteção aos direitos coletivos
e difusos.
· DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DOS PRINCÍPIOS - Reconhecimento da força normativa dos princípios*: Deixa de ser fonte de integração do direito e passa a ser espécie de norma jurídica, analogia, princípios gerais e costumes, ferramentas para preencher lacunas eram como os princípios eram vistos. Passou a se tirar diretamente deles eficácia para o ordenamento jurídico.
· JURISPRUDÊNCIA: passa a ser reconhecida como fonte do direito: ela passa a ter uma força que te passa obrigatoriedade, aumentando a previsibilidade do sistema e aumentado a segurança jurídica.
· Expansão da técnica legislativa das CLÁUSULAS GERAIS: isso quer dizer que os poros que são as cláusulas gerais, são cláusulas abertas para serem preenchidas no caso concreto, é onde se determinar o sentido no momento que se analisa o caso concreto, ela se relaciona muito melhor com a realidade, tem uma melhor relação do consequente com o antecedente, ela incorpora melhor a realidade.
· Advento da HERMENÊUTICA JURÍDICA: distinção entre texto e norma (interpretação do texto); consagração dos postulados da proporcionalidade e da razoabilidade na aplicação das normas jurídicas; caráter criativo da interpretação (várias interpretaç).
MUDANÇAS OCORRIDAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
· a) PLANO JURÍDICO: CF/1988; CDC etc; 
· b) PLANO CIENTÍFICO: TEORIA DAS FONTES: 
· i) reconhecimento da força normativa dos princípios; 
· ii) desenvolvimento da técnica legislativa das cláusulas gerais; 
· iii) redefinição da jurisprudência como fonte do direito 
· c) PLANO SOCIAL: facilitação do acesso à justiça; proteção dos DIREITOS COLETIVOS e DIFUSOS, que se originaram do crescimento econômico, do consumo da massificação social. 
TRANSFORMAÇÃO DA TEORIA GERAL DO PROCESSO
O Processo então deixa de ser uma realidade independente e passa a ser visto como instrumento voltado à realização prática do DIREITO MATERIAL. Relação circular.
· JURISDIÇÃO – tutelar, salvaguardar, concretizar direitos, mais do que declarar a vontade concreta da lei. 
· AÇÃO – DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO que visa à concretização de pretensões oriundas de direitos subjetivos materiais. É exercitável ao longo de todo o processo como forma de garantir àquele que o exerce a prestação jurisdicional. 
· DEFESA – direito subjetivo público de o réu pedir, ao Estado-Juiz, tutela jurisdicional. 
· TUTELA JURISDICIONAL – realização concreta do direito que foi lesado ou ameaçado. Seja para o autor, quando ele tem razão; seja para o réu, quando ele tem razão. Extrapola a mera declaração de direitos, fazendo com que a SATISFAÇÃO/EFETIVAÇÃO da situação jurídica declarada faça parte do exercício da jurisdição. 
É o ponto em que o direito material se aproxima mais do direito processual, é o ponto de interseção entre os dois.
DIREITO À PRESTAÇÃO JURISDICIONAL EFETIVA
· 1. Direito à TÉCNICA PROCESSUAL ADEQUADA (norma processual); 
· 2. Direito de PARTICIPAR por meio do PROCEDIMENTO ADEQUADO; 
· 3. Direito à RESPOSTA DO JUIZ (reconhecimento do direito pelo Estado Juiz) 
TUTELA JURISDICIONAL
“Eixo metodológico do moderno estudo do direito processual civil, pois é aí que reside o contato mais próximo entre PROCESSO e DIREITO MATERIAL.” 
· Eixo metodológico do moderno estudo do direito processual civil, pois é aí que reside o contato mais próximo entre processo e direito material. O direito material se realiza no processo. A tutela é a ordem que diz que seu direito seja cumprido, que ordena que o procedimento seja cumprido. Conceito é proteção, resultado e proteção do direito material. É o processo realizando o direito material.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
1. Fornece subsídios para a elaboração dos enunciados que farão parte do direito processual positivo; 
2. Relaciona-se com todo o processo, da sua propositura até a decisão, incluindo os recursos e as técnicas de cumprimento da decisão; 
3. Impõe a constitucionalização de toda a abordagem processual, inclusive ditando algumas normas fundamentais de processo, de índole principiológica. 
4. Estreitamento do PROCESSO com o DIREITO MATERIAL, com valorização das técnicas de tutela jurisdicional – principal valor da TGP. 
Assunto 3 - FENOMENOLOGIA PROCESSUAL
 
SOCIEDADE E DIREITO: Função do direito na sociedade: O direito exerce função ordenadora e de direção de condutas, pois estabelece normas que determinam pautas de conduta tidas como socialmente corretas. Dita os modelos socialmente estabelecidos. E também de resolução de conflitos, pois estabelece normas que servem de critério para resolver o conflito.
 
CONFLITOS E INSATISFAÇÕES: Quando aquele que poderia satisfazer a pretensão de outro sujeito não o faz ou quando há proibição da satisfação voluntária da pretensão origem dos conflitos: a) aquele que poderia satisfazer a pretensão de um sujeito não a satisfaz; b) proibição da satisfação voluntária da pretensão.
O CONFLITO surge da falta de efetividade das normas de direção.
Necessidade: Relação de dependência do homem para com algum elemento (Carnelutti). Carência de algo.
Bem: Aquilo que é capaz de satisfazer ou satisfaz à uma necessidade do homem. Pode ser material, ou imaterial.
Utilidade: Capacidade ou aptidão de um bem em satisfazer uma necessidade.
Interesse: Necessidade + Utilidade = Interesse do homem pelo bem da vida. Relação entre a necessidade e o bem apto à satisfazê-la.
 
 Homem → Necessidade
Bem → Utilidade
HOMEM + BEM = INTERESSE
· Imediato: quando uma situação diretamente satisfaz uma necessidade.
· Mediato: quando a situação indiretamente satisfaz a necessidade, dela podendo derivar uma outra situação que proporciona a satisfação da necessidade.
· Individual: quando a satisfação da necessidade se direciona a um indivíduo, isoladamente.
· Coletivo: quando a satisfação da necessidade se direciona à vários indivíduos, em conjunto.
Conflito de interesses: Ocorre quando a satisfação de uma necessidade de uma pessoa implica na exclusão ou limitação da satisfação da necessidade de outrem. Isso acontece, pois existem bens limitados para suprir necessidades humanas ilimitadas.
· Podem ser:
· Entre interesses individuais. Ex: Eu empresto meu carro à Luna por 5 dias, mas passa-se um mês e ela ainda não o devolveu.
· Entre interesses individual e coletivo. Ex: Ellwanger e suas publicações/declarações racistas.
· Entre interesses coletivos.Ex: Disputa entre moradores de bairros distintos, a respeito de um comportamento que lese um bairro, por parte do outro.
· Suas causas podem ser:
· De ordem quantitativa: Insuficiência de determinados bens para a satisfação de todas as necessidades que os requerem.
· De ordem qualitativa: Impossibilidade de determinados bens de realmente satisfazer a necessidade.
Pretensão: É a manifestação de vontade proferida por um sujeito que busca alcançar um bem da vida. Apresenta-se pelo autor/réu. É um ato e pode ser fundado ou não. “Exigência de subordinação do interesse de outrem ao interesse próprio”.
Resistência à pretensão: É a oposição à pretensão. No processo colocam-se pretensões que se opões. 
“É a não adaptação à situação de subordinação do interesse próprio ao interesse alheio.”
Autor → declaratória, constitutiva ou condenatória
Réu → declaratória
Lide: Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida ou insatisfeita. Porém, seu conceito não se resume à existência de uma controvérsia, é necessário que dessa controvérsia resulte uma pretensão e que a essa pretensão se apresente uma resistência,
por outro interessado no bem da vida. É o conflito que se torna um processo, é o conflito que leva a qualificação de uma pretensão, se instrumentaliza uma pretensão com a petição inicial. A lide é introduzida no processo pela AÇÃO.
A lide, como conflito de interesses, é o mesmo fenômeno, quer se trate de matéria regulada pelo direito penal, civil ou tributário.
Elemento material → conflito de interesses Elemento formal → pretensão + resistência
· É fenômeno processual: tem ingresso no processo com as recomendações:
a) art. 41, CPP;
b) 840, §1º CLT;
c) 319, CPC
EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA EM ROMA
1. Defesa privada/ autotutela, forma originária da realização do direito de todos os povos primitivos, prevalência da força bruta
2. Arbitramento facultativo/ se busca a administração
3. Arbitramento obrigatório
4. Estado monopolizado da administração e da justiça
Assunto 4 - TUTELA JURISDICIONAL
Tutela Jurisdicional: “É o amparo que se confere a quem no processo se reconhecer direito substancial.” (Cândido Dinamarco)
É a efetivação da pretensão, e a solução da lide, só ocorre com a efetiva entrega do bem(a plena) .
1) Fixação dos preceitos reguladores da convivência: normas que determinam pautas de conduta/comportamento socialmente desejáveis; definição das regras de convivência.
2) atividades destinadas à efetividade desses preceitos: o processo é por onde os preceitos são feitos para se tornarem realidade, é a maneira pela qual o direito material se realiza. 
· PROCEDIMENTO – de investigação do direito cuja proteção se busca em juízo.
· DECISÃO – que aprecia o direito substancial deduzido
· RESULTADO – jurídico-substancial almejado, a atuação do direito material com a entrega do bem da vida.
· É o resultado do processo em que essa função se exerce:
PROCESSO EXECUTIVO – quando o titular do direito tiver obtido o bem desejado: Título executivo (decisão judicial e extra judicial) é essencial para o processo executivo. Acordos homologados pelo juiz são títulos executivos extrajudiciais, sentença são títulos executivos de decisão judicial (art. 784 do código de processo civil)
PROCESSO COGNITIVO – o momento tutelar depende da espécie de crise jurídica a debelar: Processo que visa o conhecimento dos fatos pelo juiz, quando as partes apresentam suas alegações.
· TUTELA JURISDICIONAL PLENA: Decisão final;
· TUTELAS DE MENOR INTENSIDADE: Decisão Parcial;
· TUTELA AO VENCIDO/ RÉU: direito ao devido processo legal e à ampla defesa;
· TUTELA AO EXECUTADO – 85, §§2º E 9º, 805, 833, CPC: pauta de direitos do executado, os direitos do condenado basicamente.
OUTRAS TUTELAS JURISDICIONAIS
A tutela é dada ao longo do processo várias vezes para ambas as partes.
· 1) TUTELA AO ORDENAMENTO JURÍDICO: escopo político do processo. ADIN/ADC;
· 2) TUTELA À SOCIEDADE: quando o estado falha em lidar com os conflitos a o caos, mas quando ele resolve os conflitos entre A e B ele dissolve a tensão social;
· 3) TUTELA AOS VALORES CULTURAIS: quando os valores da sociedade levam em conta a cultura, o efeito da cultura no juiz
ESCALADA DE SITUAÇÕES JURÍDICAS:
· 1) Direito de Demandar (faculdade de ingresso em Juízo): o livre acesso à justiça, que todos podem abrir um processo, direito subjetivo de ação;
· 2) Direito ao provimento de mérito: é quem satisfaz os requisitos formais da ação, competência, legitimidade, ela pode acolher e desacolher a pretensão, juízes de mérito vê se a pretensão é válida ou não para aquela pessoa;
· 3) TUTELA JURISDICIONAL – abrange também a proteção recebida pelo demandado, mediante o exercício da jurisdição.
TUTELA JURISDICIONAL DECLARATÓRIA
· É a mais simples de todas. Limita-se à mera declaração. Afirma ou nega a existência de uma relação jurídica/direito/obrigação. Seu resultado é a CERTEZA. Pode ser:
· a) POSITIVA – quando afirma a existência do direito;
b) NEGATIVA – quando a nega.
TUTELA JURISDICIONAL CONSTITUTIVA
· CRIAR/ RECONSTITUIR/ MODIFICAR/ EXTINGUIR situação/relação jurídica.
· CPC: 73, IV;292, II; 868, § 2º
· Liga-se aos DIREITOS POTESTATIVOS
Tem por objetivo constituir, desconstituir, conservar ou modificar uma relação jurídica. P. ex. divórcio; anulatória de relação contratual; renovatória de locação e interdição (segundo o entendimento majoritário). A tutela constitutiva altera o mundo jurídico, ao contrário da tutela declaratória, que simplesmente reconhece a existência ou a inexistência, a autenticidade ou a falsidade.
A sentença resolve uma crise de situação jurídica, criando, modificando ou reconstituindo uma relação jurídica. Diz respeito aos direitos
potestativos (direitos que o Estado não pode impedir a criação, modificação ou reconstituição). Exemplos: divórcio, usucapião (para a prof.)
TUTELA JURISDICIONAL CONDENATÓRIA
· “Consiste em afirmar imperativamente a existência do direito do autor e aplicar a sanção executiva” (Liebman).
· É uma tutela jurídica parcial.
· Não há tutela jurisdicional plena enquanto o direito não for satisfeito. 
· A tutela condenatória estabelece a certeza quanto a um determinado direito e cria as condições necessárias para a reparação da lesão desse mesmo direito. A sentença condenatória, assim, está diretamente ligada ao “processo de execução”, que, por sua vez, depende de modalidade especifica de obrigação, voltada ao direito material.
Tutela parcial, pois depende da fase da fase executiva para satisfazer o direito, acontece em duas fases, a) declarar direito e b) execução. A sentença resolverá crime de inadimplência, reconhecendo o inadimplemento e imputando ao inadimplente a obrigação (de fazer, de não fazer, de pagar e de dar coisa) ou seja afirma o preceito e aplica a sansão executiva. Trata-se de uma tutela parcial, pois depende do direito ser satisfeito para então chegar ao resultado e posteriormente ser uma tutela jurisdicional plena. Exemplo: Ação de indenização por danos materiais, visto a imposição ao demandado pelo ressarcimento do prejuízo (a tutela só será plena quando o ofendido tiver recebido seu direito completo).
TUTELA MANDAMENTAL
· As sentenças condenatórias mandamentais têm a mesma estrutura lógico-substancial das condenatórias clássicas. 
· DIFERENÇA: conteúdo da sanção imposta no seu segundo momento, no qual se robustece o comando/mandamento. CPC: 497, 536, § 1º, 537; CDC, 84
· TUTELA CONDENATÓRIA AUTO-EXECUTIVA – comando condenatório é passível de execução imediata.
A tutela condenatória também pode ser mandamental, que possui força imediata, tratando-se de uma tutela auto-executiva, enquanto que a tutela apenas condenatória declara o direito em primeiro momento e somente no segundo momento executa, a mandamental executa de imediato. A tutela mandamental não possui fins pecuniários, entrega o próprio bem, e sua eficácia é assegurada por medidas de coerção, as astreintes, porém há a possibilidade de se utilizar outras medidas necessárias/adequadas/suficientes, comoas medidas sub-rogatórias (quando há impossibilidade de aplicar medidas de coerção, o Estado executa no lugar do obrigado), como o despejo.
Tutela condenatória auto executiva, comando condenatório é passível de execução imediata, ela tem uma eficácia reforçada. Comprimento imediato, mesma estrita da condenatória. Ela visa a tutelar os direitos em se, não uma reparação ao direito. O juiz possui mecanismos de coercibilidade para fazer cumprir as decisões, a mais utilizada seria a multa. 
RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE
· 1) UTILIZAÇÃO DE MEDIDAS DE COERÇÃO: impor astreintes (CPC, 537; CDC, 84, §4º)
· 2)UTILIZAÇÃO DE OUTRAS MEDIDAS NECESSÁRIAS adequadas/suficientes (CPC, 497, 536, § 1º)
CLASSIFICAÇÃO DAS TUTELAS JURISDICIONAIS
1. COGNITIVA (ou de conhecimento) – contém uma declaração acerca da existência ou não do direito postulado:
· 1.a. MERAMENTE DECLARATÓRIA
· 1.b. CONSTITUTIVA
· 1.c CONDENATÓRIA
2. EXECUTIVA – satisfação/realização de um direito já definido (visa a satisfação do mérito):
· CPC, 784 (títulos executivos extrajudiciais)
· CPC, 515 (títulos executivos judiciais)
3. CAUTELAR – assegura a efetividade de outro tipo de tutela. Busca assegurar a efetividade de outro tipo de tutela. A finalidade desta tutela é resolver uma crise de perigo. Trata-se da demanda mais célere, tendo em vista a urgência do caso, e a ideia de tempo necessário para a concessão da tutela definitiva. Não fornece direito, assegura o direito, a efetividade de outra tutela. Exemplo: Na tutela executiva pode ser evocada a tutela cautelar para arrestro do patrimônio de um devedor, para que este não dilapide o património e assim não haver risco de não pagamento.
TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA
Concedida por meio de processo autônomo (quando se inaugura um processo executivo, o processo parte a partir da execuçãoautonomamente) nós seguintes casos: 
1) Execução fundada em título extrajudicial (CPC, 784);
2) Execução contra a Fazenda Pública por título extrajudicial (CPC, 910);
3) Sentença penal condenatória;
4) Sentença arbitral, sentença feita por um árbitro na esfera privada;
5) Sentença estrangeira (CPC, 515) sentença proferida por juiz estrangeiro que foi homologada pelo STJ.

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