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ADMINISTRATIVO - AULA 1

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DIREITO ADMINISTRATIVO
ROTEIRO DE AULA – SLIDE 1
INTRODUÇÃO
Direito: Conjunto de regras e princípios impostos coativamente pelo Estado que vão disciplinar a coexistência pacífica dos seres em sociedade. 
Subdivisões: 
-Direito Interno: relações internas ao território.
- Direito Internacional: relações externas ao território. 
- Direito Público: é aquele que se preocupa com a satisfação do interesse público.
Na busca desse interesse público ele regulamenta, define a atuação do Estado.
- Direito Privado: é aquele que se preocupa com os interesses dos particulares. 
Direito Público x Ordem Pública: Não são sinônimos! Uma regra de ordem de pública é aquela regra inafastável, imodificável pela vontade das partes. 
Toda regra de direito público também é uma regra de ordem pública, mas o inverso não é verdadeiro: nem toda regra de ordem pública é regra de direito público.
(ex.: regras sobre capacidade civil, impedimentos matrimoniais, etc., são regras de direito privado e são inafastáveis pela vontade das partes). 
Ou seja, também se encontram regras de ordem pública no direito privado. O conceito de ordem pública, portanto, é mais abrangente do que o conceito de direito público. 
Direito Administrativo
Conjunto de princípios jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos, objetivando o perfeito atendimento das necessidades da coletividade e dos fins desejados pelo Estado.
Em suma o Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que estuda os princípios e normas reguladores do exercício da função administrativa.
Atenção: no direito, a palavra função designa uma atividade exercida por alguém na defesa do interesse de terceiros. 
No Direito Administrativo, os agentes públicos atuam em nome próprio na defesa dos interesses da coletividade (interesses públicos). 
A noção de interesse público pode ser compreendida em duas acepções diferentes: 
1. Interesse público primário – Verdadeiro interesse da sociedade. 
2. Interesse público secundário – Interesse do Estado como pessoa jurídica. (Falsa concepção de interesse público) Ex. Atraso no pagamento de precatórios.
O direito administrativo é norma de direito público ou privado? 
O direito administrativo é classificado tradicionalmente como o ramo do direito público interno. 
Como também se situam o direito Constitucional, o Tributário, o Penal, o Processual Civil e o Processual Penal.
Recentemente também reconhecidos o Ambiental, Eleitoral e o Urbanístico.
Diferentemente, portanto, dos ramos de direito privado: Civil, Comercial e do Trabalho.
Relações com outros ramos do direito
Com o Direito Constitucional – há relacionamento porque a este se comete o modelo de atuação da Administração Pública, fixando-lhe os princípios, a regência enfim.
A CF/88 tratou, em capítulo próprio sob o título “Organização do Estado”, da Administração Pública, conferindo, portanto, um regime próprio: regime jurídico constitucional-administrativo.
Desse modo o Direito Constitucional e o Direito Administrativo mantém autêntica relação de dependência, enquanto o primeiro cuida da fixação da estrutura do Estado e dos seus fins, sendo estático, já o segundo trata de instrumentalizar o seu funcionamento e a consecução desses fins, sendo dinâmico.
A Constituição da República traça o perfil da Administração Pública, ditando seus princípios básicos, regula a forma de acesso aos cargos, empregos e funções públicas, estabelece as acumulações vedadas, a obrigatoriedade de licitação, a possibilidade de constituição de empresas estatais, a prestação de serviços públicos, dentre outras tantas normas aplicáveis à Administração Pública Direta e Indireta.
O Direito Tributário também se relaciona com o Direito Administrativo intensamente, ante a composição da receita pública.
Com relação ao Direito Penal, o Direito Administrativo conhece o ilícito penal praticável apenas por agentes públicos (artigos 330 e 331 do CP).
Do Direito Processual o Direito Administrativo retira normas aplicáveis aos processos administrativos, aplicando as normas previstas no Código de Processo Penal subsidiariamente aos seus processos disciplinares, visando desta forma garantir o contraditório e a ampla defesa ou o devido processo legal.
Mesmo com o Direito do Trabalho há relação, uma vez que o acesso a emprego público, por vezes se dá com a aplicação de normas próprias instituídas pela Consolidação das Leis do Trabalho, como ocorre na composição do quadro de pessoal das sociedades de economia mista e das empresas públicas.
O Direito Civil e o Comercial também emprestam normas de direito administrativo sempre que aplicados seus institutos aos negócios jurídicos de interesse da Administração.
Assim, por exemplo, quando esta põe em circulação um título de crédito; constitui uma sociedade de economia mista; realiza alienação de bem imóvel ou recebe um bem em doação, valendo-se de institutos de Direito Comercial e de Direito Civil.
Fontes do Direito Administrativo
Fonte é aquilo que leva ao surgimento de alguma coisa. 
São as seguintes as fontes do Direito Administrativo:
Lei em sentido amplo (qualquer espécie normativa) 
→ ATENÇÃO: o nosso ordenamento jurídico, segundo a denominação do STF, tem uma estrutura escalonada, assim, as normas inferiores devem ser compatíveis com as superiores, e todas elas devem ser compatíveis com a CF/88. 
A esta ideia de compatibilidade o STF deu o nome de “relação de compatibilidade vertical”. Ou seja, o ato administrativo tem que ser compatível com a lei e tem que ser compatível com a CF/88. 
Jurisprudência → tem um caráter mais nacionalista, mais local, por isso pode ser mais útil. 
Jurisprudência são julgamentos reiterados num mesmo sentido (é diferente de uma simples decisão isolada). 
Quando se trata de uma jurisprudência consolidada, sedimentada no Tribunal, ela pode se tornar Súmula deste Tribunal. Súmula no Brasil tem valor de orientação. 
Assim sendo, algumas podem ter efeito vinculante, a partir da EC 45, sendo que, para que a súmula ganhe este efeito vinculante, é preciso que ela seja submetida a um procedimento próprio previsto na Lei 11.417. 
A Súmula vinculante obriga os administradores e demais órgãos do Poder Judiciário, ou seja, ninguém poderá julgar em sentido contrário.
Costume → no Brasil, costume desde que não contrário a Lei e a moral, pode constituir fonte do Direito Administrativo, nada mais é do que a prática habitual acreditando ser ela obrigatória. 
Princípios Gerais do Direito → são os princípios que compõe o alicerce do nosso Direito; na sua maioria são regras implícitas (eles não precisam estar escritos).
Exemplos: ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza; aquele que causar dano a outrem tem que indenizar; vedação ao enriquecimento sem causa.
ESTADO
É uma pessoa jurídica de direito público; sob o ponto de vista constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana, é uma nação politicamente organizada, dotada de personalidade própria, sendo pessoa jurídica de direito público que contém seus elementos e três poderes. 
É ele que tem personalidade jurídica e tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações.
Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do direito público, como no do direito privado, mantendo sempre sua personalidade de direito público. 
Vale lembrar o conceito de Estado de Direito como Estado, juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis.
O Estado é composto de três elementos originários e indissociáveis: 
- o povo (que representa o componente humano), o território (que é a sua base física), e o governo soberano (que é o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização, emanado do povo). 
Não se admite Estado independente sem soberania, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se, segundo a vontade livre de seu povo e de fazer cumprir as suas decisões, inclusive pela força, se necessário.
Governo: é a direção, o comandodo Estado (atividade política de índole discricionária). Para que o Estado seja independente, o governo precisa ser soberano. 
Soberania é independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna (“lá fora eu faço o que quiser e aqui dentro quem manda sou eu”).
Na verdade, o Governo pode ser definido em diversas vertentes: em sentido formal, Governo é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; já no seu aspecto material, é o complexo de funções estatais básicas; e, num enfoque operacional, é a condução política dos negócios públicos, estando constante a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente, atuando, por meio de atos de soberania e atos de autonomia, como direção suprema dos interesses públicos.
Em resumo, é uma atividade política e discricionária, representando uma conduta independente do administrador, como um comando com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução. 
O nosso Estado, segundo a tripartição clássica de Montesquieu, é dividido em 3 Poderes: 
Executivo, Legislativo e Judiciário. (Atenção: Poderes do Estado é ≠ de poderes da Administração, que são os poderes hierárquico, regulamentar, disciplinar, e de polícia). Para cada Poder do Estado foram definidas algumas funções.
Função é uma atividade em nome e no interesse de outrem. Função pública é uma atividade em nome e no interesse do povo. 
Nossos administradores exercem função pública, ou seja, o direito e o interesse é nosso, do povo, eles são meros representantes. 
Cada Poder tem funções principais (típicas – para as quais aquele Poder foi criado) e funções secundárias (atípicas).
Funções típicas de cada Poder:
 Legislativo → legislar + fiscalizar (segundo alguns autores que estão incluindo esta função de fiscalizar dentre as funções típicas do PL) 
Executivo → administrar; executar o ordenamento.
Judiciário → julgar; aplicar coativamente a lei na solução dos conflitos.
FUNÇÃO DO PODER EXECUTIVO: Governar, administrando os recursos públicos conforme a lei. Executar as leis existentes, assim como implementar novas, segundo a necessidade do Estado e dos cidadãos.
FUNÇÃO DO PODER LEGISLATIVO: Legislar e fiscalizar. Deve propor e votar leis, apreciar matérias apresentadas pelos outros poderes e pela população, fiscalizar as ações do Executivo, votar os orçamentos públicos e examinar as contas públicas.
FUNÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO: Interpretar as leis que o Legislativo elabora e o Executivo promulga e julgar suas pendências; assim como também julgar aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem.
Poder Executivo
Função típica: administrar a coisa pública (república).
Funções atípicas: legislar e julgar.
Poder Legislativo
Funções típicas: legislar e fiscalizar.
Funções atípicas: administrar (organização interna) e julgar.
Poder Judiciário
Função típica: julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses.
Funções atípicas: as de natureza administrativa e legislativa.
FEDERAÇÃO
Desde a CF/1891, quando passou a ser República, o Brasil tem adotado o regime de Federação como forma de Estado, com previsão expressa na CF (artigos 1º e 18º).
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 
CONCEITO – FEDERAÇÃO - Dá-se o nome de Federação (do latim: foedus, foedera "aliança", "pacto", "contrato") ou Estado Federal a um Estado Soberano composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio. 
Como regra geral, os Estados (“Estados Federados") que se unem para constituir a federação (o "Estado Federal") são autônomos, isto é, possuem um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. 
Entretanto, apenas o Estado federal é considerado soberano, inclusive para fins de Direito Internacional.
Normalmente, apenas ele possui personalidade internacional e os estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que o respectivo Estado federal o autorizar.
O sistema político pelo qual vários Estados se reúnem para formar um Estado Federal, cada um conservando sua autonomia, chama-se federalismo.
São exemplos de Estados federais a Alemanha, Argentina, Austrália, o Brasil, o Canadá, os Emirados Árabes Unidos, a Índia, a Malásia, o México, a Nigéria, a Rússia, a Suíça e os Estados Unidos, país que instituiu o federalismo moderno.
CARACTERÍSTICAS
A descentralização política é a característica fundamental do regime federativo.
Significa que, além do poder central, outros círculos de poder são conferidos a suas repartições.
No Brasil, há 3 círculos de poder, todos dotados de autonomia, o que permite às entidades componentes a escolha de seus próprios dirigentes.
Compõem a federação brasileira a União Federal, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal (art. 18 da CF/88).
Afigura-se fundamental o sistema de repartição de competências, porquanto é com base nele que se dimensiona o poder político dos entes do Estado Federal. 
Assim, pertencem à União as matérias de predominante interesse nacional; ao Estado, as de interesse regional; e ao Município, as de interesse local.
Outras características são a participação da vontade dos Estados na vontade nacional, representados no Senado Federal (artigo 46 da CF), e o poder da autoconstituição, conferido de forma expressa aos Estados de modo a permitir sejam regidos também por suas próprias Constituições (artigo 25 da CF).
Os Municípios, por sua vez, saíram bastante fortalecidos na Carta vigente. 
Embora não se lhes tivesse permitido ter uma Constituição sob o aspecto formal, admitiu-se fossem regidos por Lei Orgânica, de efeitos assemelhados aos que decorrem das Constituições (artigo 29 da CF).
Autonomia – Capacidade de Autoadministração
A Constituição Federal deixou registrado que os entes que compõem a federação brasileira são dotados de autonomia.
Autonomia, no seu sentido técnico-político, significa ter a entidade integrante da federação capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração.
No primeiro caso, a entidade pode criar seu diploma constitutivo; no segundo, pode organizar seu governo e eleger seus dirigentes; no terceiro, pode ela organizar seus próprios serviços.
É este último aspecto que representa a relevância para o tema relativo à Administração Pública. 
Dotadas de autonomia, e pois, da capacidade de autoadministração, as entidades federativasterão, por via de consequência, as suas próprias Administrações, ou seja, sua própria organização e seus próprios serviços, inconfundíveis com as de outras entidades.
ESFERAS DO GOVERNO
De acordo com o art. 18 da Constituição Federal, a organização político‑administrativa da República Federativa do Brasil abrange a União, os Estados, o distrito Federal e os municípios, sendo todos autônomos. 
Esfera Federal. Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores, Polícia Federal. Educação de nível superior, Banco Central, Casa da Moeda, Ministérios, Orçamento, imposto de renda, etc.
Esfera Estadual. Governo estadual, Assembleias legislativas, polícias estaduais (civil e militar), educação de nível médio, rodovias estaduais, órgãos ambientais, órgãos de trânsito, institutos de identificação, ICMS, etc. 
Esfera Municipal. Prefeitura, Câmara de vereadores, coleta de lixo, água e esgoto, transporte coletivo, educação fundamental, postos de saúde, órgãos ambientais, guarda municipal, IPTU, alvarás, taxas diversas, etc.
EXERCÍCIOS
1. Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, não existe supremacia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo cada um dotado de uma função típica, sem excluir, contudo, em certas ocasiões, o exercício, por cada um deles, de atribuições próprias dos outros. Com relação aos poderes do Estado e suas funções, é INCORRETO afirmar que o Poder 
a) Judiciário tem como função típica a jurisdicional, que consiste no provimento de decisões, com base na lei. 
b) Executivo tem como funções precípuas a de fiscalizar e controlar a legalidade dos atos emanados pelo Poder Legislativo. 
c) Legislativo possui a atribuição de funções administrativas, como, por exemplo, quando dispõe sobre sua organização interna. 
d) Legislativo, de forma típica, tem a função de legislar e fiscalizar, exercendo também os controles político-administrativo e financeiro-orçamentário. 
2.Sobre a organização dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e as funções essenciais à Justiça, é certo afirmar, segundo as disposições da Constituição Federal de 1988: 
a) cada um dos poderes possui uma função predominante, sendo dotado de parcela da soberania estatal e de outras funções constitucionais. 
b) em razão do princípio da isonomia, inexistem prerrogativas ou imunidades em favor dos membros do Poder Legislativo. 
c) o Poder Executivo tem como função típica a administração da coisa pública e não pode exercer funções atípicas de legislar e julgar. 
d) os juízes podem cumular outro cargo ou função no qual exerçam uma função de magistério ou atividades de natureza político-partidária. 
e) o Ministério Público tem legitimidade para promover a ação civil pública, mas não para promover a ação de inconstitucionalidade. 
3. Acerca da administração pública e dos poderes da República, julgue: Sendo os poderes da República independentes e harmônicos entre si, as ações praticadas pelo Poder Executivo não se submetem ao crivo do Poder Legislativo, submetendo-se apenas excepcionalmente à apreciação do Poder Judiciário, no caso de os atos exorbitarem a competência constitucionalmente estabelecida. 
Certo      Errado
R: Ações praticadas pelo Poder Executivo se submetem, sim, ao crivo do Poder Legislativo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ROTEIRO DE AULA
ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO Com a consagração do Estado de Direito tomou força a ideia da Democracia como meio de se garantir o interesse social, em detrimento de sentimentos particularistas.
Primeiramente pensou-se em uma Democracia Direta, porém, a Democracia Representativa mostrou-se mais aplicável.
Para tanto, seriam nomeados representantes eleitos por todo o povo, estes atuariam em nome da Sociedade, agiriam como se fossem os próprios cidadãos que os elegeram que estivessem agindo. 
Obs: Uma democracia direta é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões.
Deste modo, é possível concluir que a Constituição de 1988 garante o princípio da Democracia Representativa como regra, porém, aceita em casos excepcionais o sistema de Democracia Direta buscando, deste modo, garantir aos seus cidadãos participação plena nas decisões importantes a serem tomadas pelo Estado. 
No Brasil, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 consagra o princípio da Democracia Representativa, exercido através de eleições diretas, sendo ela auxiliada, em determinados casos pela Democracia Direta, esta restrita às possibilidades expressas no art. 14, englobando o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
Estado Democrático de Direito é um conceito que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica, também é fundamental que a Lei seja a expressão da vontade popular, exercida por meio de seus representantes eleitos ou de forma direta. Portanto, duas noções importantes também estão vinculadas nesse conceito: a democracia e a representação política.
A Constituição brasileira de 1988 afirma que a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito, conforme está descrito no Artigo 1º: 
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V – o pluralismo político.
Parágrafo único – Todo o poder emanado povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
ESTRITA LEGALIDADE ADMINISTRATIVA
O Princípio da Legalidade Estrita, também chamada simplesmente de Legalidade, dita que a Administração Pública somente poderá agir de acordo com aquilo que a lei expressamente dita. É a máxima que muitos doutrinadores usam: "Os cidadãos podem fazer tudo, desde que não seja contrário as leis; a Administração Pública somente pode aquilo descrito em lei.".
ESTADO INTERVENCIONISTA Define a prática política de um Estado interferir nos assuntos internos de outro, mudando-os de acordo com seus interesses. Juridicamente, no Brasil, por Intervencionismo entende-se também a intervenção, eventual e legalmente prevista, da União (o Governo Federal) sobre os Estados-Membros, ou destes sobre os Municípios sob seu governo.
ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL A administração pública compreende um conjunto de pessoas, entendidas no seu coletivo, enquanto sujeitos públicos, que articulados através de órgãos e serviços desenvolvem a atividade ou função administrativa de gestão governamental que lhe compete. 
Por gestão pública se entende todo e qualquer processo gerencial que vise à consecução de ações e políticas públicas assumidas, direta ou indiretamente, por um ente estatal.
“Compreende os processos de formulação, de planejamento, de coordenação, de execução e ou monitoramento das ações governamentais. Pode ser caracterizada como gestão pública estatal, não estatal ou terceirizada”.
O gerencialismo é uma técnica de instrumentalização e operacionalização das políticas públicas previamente desenvolvidas e aceitas pela organização. É, portanto, meio de implementação.  Dentro desse conceito, a administração gerencial caracteriza-se  pela existência de formas modernas de gestão pública, modificando os critérios de aplicação do controle dos serviços públicos, as relações estabelecidas entre o Poder Público e seus servidores e alterando, também, a própria atuação da administração, que passa a enfatizar a eficiência, a qualidade e a efetiva concretização do regime democrático, mediante a participação mais intensa dos cidadãos.
Os aspectos da administração gerencial assemelham-se às técnicas utilizadas pelas empresas privadas, em especial, o caráter competitivo e a contenção de gastos priorizando a eficiência e a qualidade dos serviços. Cabe ressaltar que a administração gerencial teve seu notório avanço dentro da administração publica, contudo não rompeu em todos os sentidos com a administração burocrática, sendo impossívelnegar todos os métodos e princípios apresentados por tal instituto,  pois o gerencialismo se apoia como por exemplo, na burocracia.
PRINCÍPIOS
Artigo 37-CF
São enunciações normativas de valor genérico que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico: 
– Legalidade
– Impessoalidade
– Moralidade
– Publicidade
– Eficiência (EC nº 19/1998)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Importância: O Princípio da Legalidade é fundamento do Estado democrático de direito, tendo por fim combater o poder arbitrário do Estado. Os conflitos devem ser resolvidos pela lei e não mais através da força.
Conceito: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II da CF).
O Princípio da Legalidade aparece simultaneamente como um limite e como uma garantia, pois ao mesmo tempo que é um limite a atuação do Poder Público, visto que este só poderá atuar com base na lei, também é uma garantia a nós administrados, visto que só deveremos cumprir as exigências do Estado se estiverem previstas na lei. Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão inválidas e, portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário.
Segundo o Princípio da Legalidade, o administrador não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei esta proibido de agir. Já o administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do que o administrador.
Princípio da legalidade em outros ramos do direito: No Direito Penal (Princípio da Estrita legalidade): Também aparece como limite à atuação do Estado e como garantia dos administrados contra os abusos do direito de punir, visto que uma conduta só poderá ser considerada como crime e punida, se estiver prevista previamente em lei.
No Direito Tributário: Também se apresenta como limite à atuação do Estado, visto que a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios não poderão exigir, nem majorar tributos, senão em virtude de lei (art. 150 da CF). 
Em suma o Princípio da Legalidade: Com fundamento constitucional estampado no artigo 5º, II, adverte que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. De forma cristalina estabelece uma rígida interpretação de que o administrador público deve obedecer estritamente o que reza a lei, não oportunizando flexibilidade em inovar com subjetividade.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Conceito: A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos administrados, ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade.
· Impessoalidade para ingressar na Administração Pública: O administrador não pode contratar quem quiser, mas somente quem passar no concurso público, respeitando a ordem de classificação. O concurso pode trazer discriminações, mas não gratuitas, devendo assim estar relacionada à natureza do cargo.
· Impessoalidade na contratação de serviços ou aquisição de bens: O administrador só poderá contratar através de licitação. O Edital de licitação pode trazer discriminações, mas não gratuitas.
· Impessoalidade na liquidação de seus débitos: A Administração tem que respeitar a ordem cronológica de apresentação dos precatórios para evitar privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar seqüestro de verbas públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal.
Em suma o Princípio da Impessoalidade: É o princípio que determina que a atividade administrativa tem que ter seu fim voltada ao atendimento do interesse público, sendo vetada o atendimento à vontades pessoais ou favoritismo em qualquer situação.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE Conceito: A Administração deve atuar com moralidade, isto é de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de que ato imoral é ato ilegal, ato inconstitucional e, portanto, o ato administrativo estará sujeito a um controle do Poder Judiciário.
Instrumento para se combater a imoralidade dos atos administrativos:
· Ação Civil Pública: Só pode ser promovida por pessoa jurídica. Ex: Ministério Público, Associação de Classe e etc. 
· Ação Popular: Só pode ser promovida por pessoa física que esteja no pleno exercício dos direitos políticos.
“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e ônus de sucumbência” (art. 5º, LXXIII da CF). Tendo em vista que só se anula o que é ilegal, confirma-se a ideia de que ato imoral é ato ilegal.
“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular” (Súmula 365 do STF).
· O prazo prescricional para propositura da ação de improbidade administrativa é de 5 anos a contar do término do exercício do mandato, cargo em comissão ou função de confiança (art. 23, I, da Lei 8429/92) 
Hipóteses exemplificativas de imoralidade administrativa:
· Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex: Utilização em obra ou serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.
· Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízo ao erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex: Aquisição, locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado. 
· Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei 8429/92). Ex: Fraude à licitude de concurso público.
· Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex: Utilização em obra ou serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.
Sanções aos agentes públicos que pratiquem atos imorais:
“Os atos de improbidade administrativa importarão na suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário (cofres públicos), na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível” (art. 37, §4º da CF).
Estas sanções podem ser aplicadas simultaneamente, precedendo de instrumentos que apurem as irregularidades praticadas pelo servidor, ou seja, de processo administrativo disciplinar ou sindicância, garantindo o contraditório e a ampla defesa.
Cabe ao legislador infraconstitucional estabelecer a forma e a gradação dessas sanções.
Cominações previstas na Lei 8429/92:
Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 12, I da Lei 8429/92):
· Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
· Ressarcimento integral do dano, quando houver.
· Perda da função pública.
· Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos.
· Pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
· Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.
Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao erário (art. 12, II da Lei 8429/92):
 
· Ressarcimento integral do dano.
· Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância.
· Perda da função pública.
· Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.
· Pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano.
· Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos.
Na hipótese dos atos deimprobidade administrativa que atentem contra os Princípios da Administração Pública (art. 12, III da Lei 8429/92):
· Ressarcimento integral do dano, se houver.
· Perda da função pública.
· Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos.
· Pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.
· Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos.
Em suma o Princípio da Moralidade: Não se trata neste caso da moral comum, mas sim em um conjunto de regras que excluem as convicções subjetivas e intimas do agente público, trazendo à baila uma necessidade de atuação com ética máxima pré-existente em um grupo social.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Conceito: A Administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando atua.
· “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII da CF). O prazo para que as informações sejam prestadas é de 15 dias (Lei 9051/95).
· “A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Administração direta e indireta, regulando especialmente o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII” (art. 37, §3º, II da CF).
Exceções ao Princípio da Publicidade:
· Tendo em vista que algumas informações deverão permanecer em sigilo, podemos concluir que o Princípio da Publicidade não é absoluto.
· Informações que comprometam o direito a intimidade das pessoas (art. 37, §3º, II da CF): “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5º, X da CF).
· Informações de interesse particular ou coletivo quando imprescindíveis para a segurança da sociedade ou do Estado (art. 5º, XXXIII da CF).
Garantias contra a negativa injustificada de oferecimento pelo Poder Público:
· “Habeas Data”: Tem cabimento quando a informação negada injustificadamente é personalíssima (a respeito do requerente). Toda informação ao meu respeito é de meu interesse particular, mas nem toda informação de meu interesse particular é ao meu respeito.
· Mandado de Segurança: Tem cabimento quando a informação negada injustificadamente é de meu interesse privado ou coletivo ou geral. 
· Cabe Mandado de Segurança, pois tenho direito líquido e certo a obter informações de meu interesse privado ou coletivo e geral.  Ex: Informação sobre o número em que está o precatório; Sobre um parente que desapareceu; sobre plano de desapropriação em determinado imóvel; Sobre transferência de um preso para outra penitenciária.
· A negativa de publicidade aos atos oficiais caracteriza improbidade administrativa. Improbidade administrativa que atenta contra os Princípios da Administração Pública (art. 11, IV da Lei 8429/92). 
· O não oferecimento de certidões de atos ou contratos municipais, dentro do prazo estabelecido em lei, gera como consequência a caracterização de crime de responsabilidade do prefeito (art.1º, XV do Decreto-lei 201/67).
Em suma o Princípio da Publicidade: É o princípio que manifesta a imposição da administração em divulgar seus atos. Geralmente, os atos são divulgados no diário oficial (União, estadual ou municipal) como a obrigação constante na lei em garantir a transparência da administração dando conhecimento generalizado e produzindo seus efeitos jurídicos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Conceito: A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas.  - Binômio: qualidade nos serviços + racionalidade de gastos.
· É relevante lembrar que mesmo antes da inclusão deste princípio na Constituição com a Emenda Constitucional 19/98, a Administração já tinha a obrigação de ser eficiente na prestação de serviços. Ex: Lei 8078/90; Lei 8987/95.
Princípio da Eficiência na Constituição:
· “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração” (art. 37, II da CF). Também presente no Princípio da Impessoalidade.
· “A União, os Estados, e o Distrito Federal manterão escolas de governo para formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos como um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados” (art. 39, §2º da CF).
· O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público submete-se a um estágio probatório de 3 anos, em que o administrador irá apurar a eficiência na prática (art. 41 da CF). Ex: O administrador verificará a frequência, o rendimento do trabalho, o cumprimento de ordens emitidas pelo superior.
· “Como condição à aquisição de estabilidade, o servidor está submetido à avaliação de desempenho por uma comissão constituída para essa finalidade” (art. 41, §4º da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada, pois esta na inteira dependência de uma lei que dirá quem vai integrar a comissão, quais serão os critérios, quais matérias serão avaliadas e etc.
· O servidor público estável poderá perder o cargo em razão de insuficiência de desempenho, mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa e contraditório (art. 41, III da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada, pois está na inteira dependência da lei.
· “A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder aos limites estabelecidos em lei complementar” (art. 169 da CF). 
· A LC 101/00 estabeleceu que a União não pode gastar com seu pessoal mais de 50% do que arrecada. Já os Municípios e os Estados não podem gastar mais de 60% do que arrecadam. Para cumprimento destes limites acima o Poder Público pode tomar algumas medidas (art. 169, §3º da CF):
· Redução de pelo menos 20% as despesas com servidores que titularizem cargo em comissão e função de confiança (art. 169, §3º, I da CF).
· Exoneração dos servidores não estáveis (art. 169, §3º, II da CF).
· Se as medidas acima não forem suficientes, dispensarão servidores estáveis, desde que o ato normativo especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto de redução de pessoal (art. 169, §4º da CF). O Poder Público deve demonstrar porque a escolha recaiu em determinado servidor, tendo em vista que os critérios não são livres, isto é, que deve considerar o tempo de serviço, a remuneração percebida o número de dependentes, a idade do servidor e etc.
· “Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas decorrentes de cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade” (art. 39, §7º da CF).
Em suma o Princípio da Eficiência: Este princípio veio através da Emenda Constitucional nº 19 que de certa forma não inovou, mas garantiu a inclusão de um princípio que já era implícito a outros. A administraçãopública deve ser eficiente, visando sempre o balanço das contas e despesas públicas controlando adequadamente a captação dos recursos e seu uso contemplando as necessidades da sociedade, visando obter sempre o melhor resultado desta relação.
OUTROS PRINCÍPIOS:
Princípio da Supremacia do Interesse Público – O interesse público prevalece sobre o interesse individual, respeitadas as garantias constitucionais individuais.
· Em suma o Princípio da Supremacia do Interesse Público - É considerado pela maioria dos doutrinadores como um dos mais importantes princípios, pois tem a finalidade pública como conditio sine quo non da administração. Este princípio está presente não somente na elaboração de normas, mas também na condução e execução do caso concreto.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Este princípio é reconhecido na Lei 9.784/99 e impõe aos a Administração Pública a obrigação de justificar seus atos. É tão importante que está ligado diretamente à validade do ato administrativo, e sua ausência implica na nulidade do ato. 
A motivação difere da fundamentação, sendo a primeira mais profunda, devendo o Estado amplamente explicar de forma motivada em qual norma a decisão foi motivada para a defesa do interesse coletivo.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE Trata-se de uma limitação ao poder discricionário da Administração Pública, viabilizando a possibilidade de revisão pelo Poder Judiciário e de certa forma a razoabilidade atenderá ao interesse público dentro da razoável e sensato.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE Para alguns doutrinadores este princípio se confunde com o da razoabilidade uma vez que um completa o outro. Noutro giro a doutrina também aponta que este princípio serveria para nortear o alcance da competência válida da Administração. 
Mesmo levando em consideração a supremacia dos direitos públicos não se deve deixar sem amparo o direito individual, devendo ser proporcional em todas suas formas, sob pena de nulidade.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA Este princípio está ligado à obrigatoriedade da administração em respeitar o direito adquirido e as normas impostas aos súditos que refletem no Estado de alguma forma. Este princípio tem a mesma origem do direito privado, e neste caso está almejando alcançar a própria administração, evitando com que esta faça algo em nome do bem coletivo que retire de algum indivíduo ou de algum inocente direito já adquirido. 
Visa este princípio manter segura as relações entre o Estado e os jurisdicionados de forma que se o ato deve ser desconstituído este será anulado ou revogado, mantendo as obrigações e direitos ex-tunc ou ex-nunc.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Não é concedida liberdade absoluta ao administrador, para concretizar transações de qualquer natureza, sem prévia autorização legal.  
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA – Correção dos atos, revogando os irregulares ou inoportunos ou anulando os ilegais (respeitados os direitos adquiridos ou prejudicados).
– Poder-Dever: a administração, em regra, não tem somente o poder, mas também o dever de agir, dentro de sua competência, de acordo com o determinado em lei.
– Controle Judicial: todos os atos administrativos estão sujeitos ao crivo judicial.
– Já o Princípio da Autotutela Administrativa representa que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus próprios atos, revendo-os e anulando-os quando houverem sido praticados com alguma ilegalidade. Dessa forma, a Autotutela funda-se no Princípio da Legalidade Administrativa: se a Administração Pública só pode agir dentro da legalidade, é de se considerar que os atos administrativos eivados de ilegalidade devem ser revistos e anulados, sob pena de afronta ao ordenamento jurídico. Assim sendo, a Autotutela abrange o poder de anular, convalidar e, ainda, o poder de revogar atos administrativos. A autotutela está expressa no art. 53 da Lei nº 9.784/99, assim como na Súmula nº 473 do STF.  Dentro de tal contexto, importa considerar que, mais que um poder, o exercício da autotutela afigura-se como um dever para a Administração Pública; reitere-se, dever de rever e anular seus atos administrativos, quando ilegais. Conquanto tal poder-dever seja de índole constitucional, seu exercício não pode se dar de forma absoluta e irrestrita, porquanto a invalidação de atos administrativos não garante, por si só, a restauração da ordem jurídica.
Em suma a Administração Pública tem o poder de rever os seus próprios atos, seja para revogá-los, quando inconvenientes, ou seja, para anulá-los, quando ilegais.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE As entidades estatais não podem abandonar, alterar ou modificar as finalidades para as quais foram constituídas. Atuarão as ditas entidades sempre vinculadas e adstritas aos seus fins que motivaram sua criação.
As entidades estatais não podem abandonar, alterar ou modificar as finalidades para as quais foram constituídas. Atuarão as ditas entidades sempre vinculadas e adstritas aos seus fins que motivaram sua criação.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Os serviços públicos buscam atender aos reclamos dos indivíduos em determinados setores sociais. A consequência lógica desse fato é o de que não podem os serviços públicos ser interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ROTEIRO DE AULA – SLIDE 3
A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
I) Noções Introdutórias
O Estado tanto pode desenvolver por si mesmo as atividades administrativas que tem a seu encargo, ou pode prestá-las através de outros sujeitos.
Quando o Estado as desempenha ele próprio, estará mantendo suas atividades centralizadas.
Também pode transferir para particulares ou pode criar outras pessoas com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. Assim, o Estado descentralizará as suas atividades. 
Assim, abordaremos as formas que o Estado possui para a prestação da atividade administrativa:
· ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA – União, Estados, Municípios e DF.
· DESCENTRALIZAÇÃO DE ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS - ocorre o deslocamento de atividades para outras pessoas jurídicas – administração indireta e particulares.
“Na centralização o Estado atua diretamente por meio dos seus órgãos, isto é, das unidades que são simples repartições interiores de sua pessoa e que por isso dele não se distinguem. Consistem, portanto, em meras distribuições internas de plexos de competência, ou seja, em “desconcentrações” administrativas. Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o faz através de outras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejam criaturas suas e por isto mesmo se constituam em parcelas personalizadas da totalidade do aparelho administrativo estatal.” (Celso A.B.Mello, págs. 131 e 132).
- não se refere à descentralização política, que é tema de Direito Constitucional e trata da descentralização para outro ente.
- descentralização ≠ desconcentração que é dividir o serviço dentro do próprio núcleo de poder.
- na descentralização sempre há uma NOVA PESSOA JURÍDICA, mas não existe hierarquia em relação à nova pessoa, existe tão-somente CONTROLE*, e não hierarquia. EX. INSS.
- na desconcentração é sempre dentro da mesma pessoa jurídica e existe HIERARQUIA**. EX. Ministério da Saúde, da Educação, etc. (em razão da matéria); chefe de seção, diretor de departamento, encarregado de setor (em razão da hierarquia); delegacia regional de saúde em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo (em razão territorial).
* CONTROLE, aqui usada em sentido estrito, é o poder que a Administração Central possui de influir na pessoa descentralizada. Assim, os poderes do controlador só existem quando previstos em lei e se manifestem apenas em relação aos atos nela indicados.
** HIERARQUIA é o vínculo de autoridade que une órgãos e agentes, através de escalões sucessivos, numa relação de autoridade, de superior para inferior. Consistem em:
a) poder de comando
b) poder de fiscalização
c) poder de revisão
d) poder de punir
e) poder de dirimir controvérsias de competência
f) poder de delegar competências ou de avocarQuando se fala em descentralização administrativa, utiliza-se como fundamento o Decreto-Lei 200/67, que define alguns pontos de transferência como: a descentralização da União em relação às unidades da federação (Estados, Municípios e o DF); a descentralização dentro dos próprios quadros da Administração Direta para a Indireta; e ainda a descentralização da Administração para a órbita privada, que normalmente se efetiva por meio de um contrato.
A DESCENTRALIZAÇÃO pode ser:
a) por outorga – transferência da titularidade da execução de um serviço público. Somente por LEI, p.ex. Administração Pública Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista, etc.)
b) por delegação – transfere a execução. Para a Administração Pública indireta ou para particulares (através de um contrato, chamado de delegação contratual, ex. permissionários ou concessionários).
Há doutrina que entende que a titularidade nunca sai da Administração Pública. Para a maioria dos doutrinadores, a titularidade só é transferida para entes com personalidade de direito público, como autarquias e fundações de direito público.
II) Administração Direta
A Administração Direta (ou centralizada) compreende os serviços integrados à estrutura da:
- Presidência, seus ministérios e demais órgãos inferiores, no plano federal;
- às Governadorias, suas secretarias e demais órgãos, no plano estadual;
- e às Prefeituras, suas secretarias e respectivos órgãos, no plano municipal.
Nos termos do Decreto-Lei 200, de 25/02/67, a Administração direta é a “que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios” – art. 4º, I; e a Administração indireta “é a que compreende as seguintes categorias de entidades dotadas de personalidade jurídica própria: a) autarquias; b) empresas públicas; c) sociedades de economia mista; d) fundações públicas.
A organização federal é organizada pela Lei 10.683/2003, alterada pela Lei 10.869/2004.
II.1 Órgãos Públicos
O Estado para prestação de serviços públicos, pelas diversas funções que exerce, tem que distribuir em seu interior os encargos de sua competência com diferentes unidades, exercendo cada qual uma parcela de suas atribuições. Essas unidades são chamadas de órgãos que são “unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições”, segundo CABM. Para Hely Lopes Meirelles, órgãos públicos são centros especializados de competências.
- como integram a estrutura do Estado, não detém personalidade jurídica própria, ou seja, o órgão não pode ser sujeito de direitos e obrigações. P.ex. se uma criança fura o olho de outra numa escola pública, quem responde pelo dano é o Município.
- órgão público não celebra contrato, mas a entidade a que pertence sim. Ex. Câmara Municipal é órgão, então não pode celebrar contrato.
- podem ter representação própria, com seus próprios procuradores, como podem entrar em juízo, na defesa de suas prerrogativas. No entanto, órgão não responde em juízo, quem responde é a entidade a que pertence. Também podem ter CNPJ, se forem unidades gestoras de orçamento público – art. 12, § 1º da Instrução Normativa nº 200 da Secretaria da Receita Federal.
II.1.1 Classificação
Os órgãos públicos podem ser classificados de diversas formas e a enumeração é divergente em toda a doutrina, então passa-se aos critérios mais aceitos.
- QUANTO A SUA POSIÇÃO ESTATAL:
a) órgãos independentes
São órgãos que têm a sua origem com a CF/88 e são representativos de cada um dos Poderes do Estado: Executivo, Legislativo ou Judiciário, localizados no topo da pirâmide governamental, sem subordinação hierárquica ou funcional, apenas se sujeitando ao controle de um Poder sobre o outro.
P.ex.: a chefia dos Poderes: Presidência da República, Governadores e Prefeitos; das Assembleias Legislativas, do Congresso Nacional, tribunais/juízes.
- os Poderes são autônomos, logo são órgãos autônomos.
b) órgãos autônomos
São órgãos localizados no topo da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes. Esses têm ampla autonomia administrativa, técnica e financeira, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades de sua competência. P.ex. ministérios, secretarias estaduais e municipais, Consultoria-Geral da República, Procuradoria Geral de Justiça e outros.
c) órgãos superiores
São órgãos que detêm poder de direção, controle, decisão e comando, mas sempre subordinados ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia financeira nem administrativa. (podem ser os primeiros órgãos abaixo dos autônomos e independentes). P.ex. Gabinetes, Secretaria-Geral, Procuradorias Administrativas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos, Divisões.
d) órgãos subalternos
São órgãos hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório com predominância de funções de execução, p.ex. seção de expediente, de pessoal, de material, de portaria, de zeladoria, almoxarifado.
- QUANTO A ESTRUTURA
a) órgãos simples
Também chamados de órgãos simples, porque são constituídos por um só centro de competência e não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. P.ex. Presidente da República, seção administrativa, juiz monocrático.
b) órgãos compostos
São os órgãos que reúnem em sua estrutura outros órgãos agregados, menores e com função principal idêntica, gerando uma desconcentração com funções auxiliares diversificadas, exercendo atividade-meio. P.ex. hospitais e postos de saúde frente à secretaria de saúde; escolas e creches frente à secretaria de educação.
Obs: não existe órgão complexo, pois o ato que pode ser complexo.
- QUANTO A ATUAÇÃO FUNCIONAL
a) órgãos singulares
São órgãos de um só titular que atua e decide, que é o chefe e representante, p.ex. Presidência da República, governadoria, prefeitura e diretoria de uma escola.
b) órgãos colegiados
São os que atuam e decidem pela expressão da vontade de seus membros, por disposição estatutária ou regimental, composto de duas ou mais pessoas. P.ex. os conselhos, os tribunais, as assembleias legislativas, o congresso nacional, etc.
- QUANTO À ESFERA DE ATUAÇÃO
a) órgãos centrais
São os que exercem atribuições em todo o território nacional, estadual ou municipal. P.ex. ministérios e secretarias.
b) órgãos locais
São os que atuam sobre uma parte do território, com as delegacias regionais da Receita Federal, delegacias de polícia e outros.
- QUANTO ÀS FUNÇÕES
a) órgãos ativos
São os que expressão decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica.
b) órgãos consultivos
São os órgãos que exercem atividades de aconselhamento e elucidação. Dão auxílio técnico ou jurídico especializado para que ocorra a atuação dos órgãos ativos e atuam p.ex. na emissão de pareceres.
c) órgãos de controle
Aqueles que exercem controle e fiscalização de órgãos ou agentes., p.ex. TCE (Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo).
II.1.2 teorias sobre as relações do Estado com seus agentes
Para explicar a relação existente entre o Estado com seus agentes, a doutrina, com o passar do tempo, definiu algumas teorias.
a) TEORIA DO MANDATO
Por esta teoria, o Estado concede ao agente um contrato de mandato, uma procuração. Então o agente público é um mandatário da pessoa jurídica. Não é admitida, porque o Estado não tem vontade própria e não se admite que o Estado assine um contrato de mandato, que necessita da autonomia da vontade, coisa que o Estado não possui.
b) TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
Por esta teoria, o Estado é tratado como incapaz, precisando, então, de um representante. Assim, o agente público seria um representante do Estado por força de lei. Não serve, pois se assim fosse o Estado não poderia ser responsabilizado.
c) TEORIA DO ÓRGÃO OU TEORIA DA IMPUTAÇÃO
Por essa teoria, toda a atuação do agente público decorre de previsão legal e é atribuída ao órgão que integra. Assim, “o órgão é parte do corpo da entidade e por isso as suas manifestações de vontade são consideradas como sendo da respectivaentidade”, como ensina Edmir Netto de Araújo.
III. Administração Indireta
A Administração Pública Indireta é composta por entidades que possuem personalidade jurídica própria que são responsáveis pela execução de atividades administrativas que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada.
São entes da Adm. Indireta:
- Autarquias
- Fundações Públicas
- Sociedades de Economia Mista
- Empresas Públicas
(A lei 11.107/05 regulamentou os CONSÓRCIOS PÚBLICOS que podem ser formalizados entre os entes da Federação, para implantação de uma gestão associada de serviços públicos de interesse comum. Forma-se uma nova pessoa jurídica que pode ser de direito público – formando uma associação pública – ou de direito privado. Não constitui novo ente federativo, senão violaria a estrutura federativa do país. A doutrina é divergente quanto a definição da natureza. Para a maioria, se for associação pública, compõe a Administração Indireta, seguindo o mesmo regime das autarquias – CC, art.41. Mas se for de direito privado, como associação privada, adotará o regime semelhante ao das empresas públicas e sociedades de economia mista.)
III.1) Características comuns a todas as pessoas da Administração Indireta
a) Todas têm personalidade jurídica própria, ou seja, todas são sujeitos de direitos e obrigações.
b) todas possuem patrimônio próprio. Mas é claro que ao criar a entidade responsável transfere parte de seu patrimônio que, a partir daí, passa a pertencer a esse novo ente.
c) gozam de capacidade de auto-administração e receita própria. Importa dizer que possuem autonomia administrativa e, quanto à receita, não importa se é decorrente da Adm. Direta, mediante participação no orçamento, ou se é fruto de suas próprias atividades.
d) CRIAÇÃO – o art. 37, XIX, CF exige LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA, ou seja, essa lei só pode tratar da criação ou autorização para criação do ente da Administração Indireta.
→ AUTORIZA CRIAÇÃO: empresa pública, sociedade de economia mista e fundação; já que o que cria é o registro dos atos constitutivos na Junta Comercial, se de natureza comercial; ou no Cartório de Registro das pessoas jurídicas, se de natureza civil.
→ a LEI ORDINÁRIA cria ou autoriza criação para todos os entes da Adm. Indireta; mas a LEI COMPLEMENTAR define a área de atuação da fundação (só).
→ por paralelismo jurídico, PARA EXTINGUIR se exige a idêntica forma, ou seja, se a lei criou, a lei extingue; se a lei autorizou a criação, a lei autorizará a extinção. Assim, não se admite que mero ato administrativo extinga o ente da Adm. Indireta.
e) não possui fins lucrativos, mas para a busca do interesse público, inclusive quando exploradoras de atividade econômica.
Não possuir fins lucrativos não significa dizer que não tenha lucro. Significa dizer que a finalidade não é o lucro, mas não é vedado o lucro.
O art.173, CF, diz que o “Estado não intervirá na atividade econômica, exceto quando necessário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme previsão legal”. Assim, o Estado não pode escolher as atividades que dão mais lucro, mas deverá escolher aquelas que perseguem o interesse público.
f) a lei que cria ou autoriza a criação define a FINALIDADE ESPECÍFICA, estando vinculada ao fim que a instituiu. (isso decorre do Princípio da Especialidade)
g) não há hierarquia, mas há CONTROLE.
Controle pode ser interno ou externo:
Interno é o realizado pela própria pessoa jurídica (leva em consideração o critério HIERARQUIA). P.ex. quando o chefe controla seus subordinados.
Externo quando é realizado por pessoas ou órgãos estranhos à sua estrutura (leva em consideração o critério FINALIDADE, controle finalístico). Pode ser:
- pelo Poder Executivo:
Pela entidade da Adm. Direta que a criou.
A doutrina chama de SUPERVISÃO MINISTERIAL, que é o controle realizado pelo Ministério ao qual está ligada determinada pessoa jurídica. Serve para averiguar o cumprimento da finalidade, observar receitas e despesas, nomear dirigentes. Lembre-se que o a supervisão ministerial decorre de controle finalístico e não por hierarquia.
- pelo Poder Legislativo:
Pelo Tribunal de Contas; 
- pelo Poder Judiciário:
Através de diversas ações judiciais;
- pelo Cidadão:
Por meio de alguns instrumentos constitucionais e legais de controle, como p.ex. ação popular, representação por ato de improbidade, denúncias.
1) AUTARQUIA
CONCEITO
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público, são os que mais se aproximam da administração direta e desenvolvem atividades típicas do Estado.
São criadas por lei e gozam de liberdade administrativa nos limites da lei que as criou;
Possuem patrimônio público próprio, e seus negócios e receita são próprios, por possuírem autonomia financeira e administrativa;
Possuem finalidade específica;
Não possuem fins lucrativos;
São sujeitas ao controle, logo não são subordinadas a nenhum órgão.
O art. 5º, I do Decreto-lei 200/67 conceitua autarquia como “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita própria, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
Podem ser:
- autarquias assistenciais como o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), ADA (Ato Declaratório Ambiental), ADENE (AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE).
- autarquias previdenciárias como o INSS.
- autarquias culturais como o UFES, UFBA (Universidade Federal da Bahia).
- autarquias profissionais como o OAB, Conselho de Odontologia, CREA, CRM.
- autarquias administrativas como o INMETRO, BACEN, IBAMA.
- autarquias de controle como as agências reguladoras.
REGIME JURÍDICO
A) REGIME DE PESSOAL
Possuem os mesmo da administração direta, podendo fazer a opção na lei de criação entre:
Regime estatutário – cargo (Lei 8112/90)
Regime celetista – emprego – CLT
(a EC 19/98 aboliu o regime jurídico único, daí ser possível a adoção de qualquer dos regimes)
Disso resulta que os agentes públicos se sujeitam a regras como: concurso público, proibição para acumulação, teto remuneratório, direito à estabilidade, os atos são passíveis de remédios constitucionais e ações por atos de improbidade, e são considerados funcionários públicos para fins penais.
A EC 45/04 alterou o art. 114, I, CF, estabelecendo a competência da Justiça do Trabalho para julgamento das ações ligadas a servidores estatutários. Ante a complexidade, foi instaurada a ADIN 3395, com liminar permitindo tal aplicação. Mas quando do julgamento, em 05/04/2006, o STF decidiu que compete à justiça do trabalho o julgamento envolvendo os contratos de trabalho regidos pela CLT e à justiça comum para as relações de trabalho de servidores estatutários.
B) RESPONSABILIDADE CIVIL
Como a autarquia é responsável pelos seus próprios atos, considerando que exerce atividade de prestação de serviços públicos, ela se submete ao artigo 37, § 6º, CF que estabelece a responsabilidade objetiva pelos atos de seus agentes, quando no exercício da função pública.
Regra Geral – Art. 37, § 6º
Pessoa jurídica de direito público – OBJETIVA (AÇÃO, não precisa provar culpa ou dolo)
- SUBJETIVA (OMISSÃO – é indispensável à comprovação de culpa ou dolo)
Mas o Estado também responde porque transfere a atividade pública, só que esta responsabilidade é SUBSIDIÁRIA (e não solidária, salvo nas PPP’s em que a responsabilidade é solidária).
(Então, a responsabilidade do Estado por ato da autarquia é objetiva também, porque é subsidiária, caso o patrimônio da autarquia não responder, o Estado tem que arcar.)
C) BENS – “bens autárquicos”
São bens públicos, logo pertencem ao regime de bem público que, em regra, são:
· Inalienáveis. Mas podem ser transferidos, alienados de forma condicionada, conforme regra do art. 17 da Lei 8666/93;
· impenhoráveis, ou seja, não podem ser objeto de penhora (garantia do juízo), arresto (cautelar para restituição de bens indeterminados) ou sequestro (cautelar para restituição debens determinados);
· imprescritíveis, ou seja, não podem ser objeto de usucapião, conforme regras dos artigos 200, do Decreto-lei 9.760/46; 183, § 3º e 191, § ú, CF; 102, CC/02;
· não podem ser objeto de direitos reais de garantia como penhor (bens móveis) ou hipoteca (bens imóveis).
D) DÉBITOS JUDICIAIS
Os débitos judiciais das autarquias obedecem o sistema de PRECATÓRIOS, consoante previsão do art. 100, CF.
- tem que obedecer a uma ordem cronológica, salvo no caso de alimentos que possui fila própria, 
- autarquia também tem fila própria;
- os precatórios inscritos até 1º de julho serão pagos no exercício financeiro seguinte e de acordo com disponibilidade orçamentária.
(Quem inscreve em fila de precatório é o Presidente do Tribunal, e não se caracteriza ato judicial, portanto não cabe recurso especial – Súmula 311 STJ)
E) PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS
Art. 150, V, “a” – a União não cobrará impostos sobre renda, patrimônio e serviços uns dos outros – IMUNIDADE RECÍPROCA que é extensível às autarquias, art. 150, § 2º, CF, mas a imunidade só se aplica para impostos ligados a suas finalidades específicas, as demais incide-se os tributos, como taxas e contribuições.
F) PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS
As autarquias gozam dos mesmos privilégios processuais aplicáveis a todas as pessoas jurídicas de Direito Público, recebendo, portanto, TRATAMENTO DE FAZENDA PÚBLICA.
- competência para julgamento de ações de autarquias federais – Justiça Federal, art. 109, I, CF; para autarquias federais ou municipais – Justiça Estadual, conforme disposição da lei de organização judiciária.
- para executar seus débitos, as autarquias se valem do regime de execução fiscal, inscrevendo os valores em dívida ativa, conforme procedimento da lei 6.830/80, com aplicação subsidiária do CPC.
- em ações judiciais, a autarquia deverá ser representada por procuradores de carreira e não por advogados autônomos, ficando dispensada a apresentação de procuração, conforme Súmula 644, STF.
-os prazos são dilatados: (Novo CPC art. 183), diz que possuem prazo em dobro para todas as manifestações processuais. (Vale lembrar que os prazos especiais não se aplicam em ações que possuem leis especiais, como o Mandado de Segurança e a Ação Civil Pública).
- o DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO, ou REEXAME NECESSÁRIO, sendo que a decisão não produz efeitos enquanto o Tribunal não confirmar, Art. 496, I, novo CPC. 
PRAZO PRESCRICIONAL
Em se tratando de Fazenda Pública, aplica-se o prazo prescricional de 5 anos (prazo quinquenal) para toda e qualquer pretensão, conforme Decreto nº 20.910/32 e Decreto-lei nº 4.597/42.
G) PROCEDIMENTO FINANCEIRO
As autarquias estão sujeitas às mesmas regras orçamentárias da Fazenda Pública, como a incidência da Lei 4320/64, a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e estão submetidas ao controle pelo Tribunal de Contas.
H) LICITAÇÃO – Lei 8.666/93; Art. 37, XXI, CF
TIPOS ESPECIAIS
A) AUTARQUIAS PROFISSIONAIS – conselhos de classe (Adin 1717), a anuidade possui natureza tributária (execução fiscal), salvo no caso da OAB em que o Estatuto define que a forma de cobrança da anuidade é por execução simples, logo não possui natureza tributária. Se tem cobrança tributária, então tem dinheiro público, então tem que ter controle pelo TCE, exceto a OAB.
B) AUTARQUIAS TERRITORIAIS – os territórios (art. 33, CF) não são entes, então são, juridicamente, considerados autarquias, para fins meramente políticos.
C) AUTARQUIAS ESPECIAIS - Surgiu, inicialmente para as universidades que desfrutavam de um maior teor de liberdade administrativa em relação aos outros poderes, como liberdade de pensamento e orientação pedagógica, liberdade de escolha de dirigentes, etc.
Com a reforma administrativa, a partir de 1995, surgiram outras autarquias denominadas de agências reguladoras, que passamos a expor.
2 AGÊNCIAS REGULADORAS
Com a finalidade de reduzir o déficit público e sanear as finanças públicas, o Governo Federal criou o Programa Nacional de Desestatização – PND, que permitia a transferência ao setor privado de atividades que o Estado exercia de forma dispendiosa e indevida. Ao transferir essas atividades, o Estado ficou tão-somente com a responsabilidade de regulamentar, controlar e fiscalizar a atividade e criou órgãos reguladores, conforme previsão dos arts. 21, XI (EC 8/95) e 177, § 2º, III (EC 9/95), CF, e o nome foi por influência do direito norte-americano.
Natureza jurídica: autarquia de regime especial
São responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização dos serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado com o fim do monopólio estatal.
III.2.4.1 Características
a) maior autonomia – a ideia de liberdade está ligada à própria atividade das agências reguladoras.
b) nomeação de dirigentes – ocorre uma INVESTIDURA ESPECIAL, ou seja, são nomeados pelo Presidente da República que depende de prévia aprovação pelo Senado Federal (arts. 84, XIV e 52, III, “f”, CF).
Via de regra, a nomeação para as autarquias é livre, exceto para o BACEN que necessita de aprovação prévia pelo Senado Federal.
c) a duração do mandato do dirigente é em MANDATOS FIXOS, que são fixados na norma de criação de cada agência e, em caso de vacância, este será completado por sucessor escolhido da mesma forma. Mas a destituição tem que ser por meio de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou em processo administrativo disciplinar, cabendo à lei de cada agência definir outras condições.
Contudo, a duração do mandato não pode ultrapassar a legislatura do Presidente da República, sob pena de engessar o futuro governante, também a lei de criação de cada agência disporá sobre a forma de não-coincidência de mandatos.
A Lei 9.986/00, que é a lei que define a organização dos recursos humanos das agências reguladoras, no art. 8º exige um período de quarentena, ou seja, terminado o mandato o ex-dirigente ficará impedido de atuar na área pública ou em setor privado ligado à empresa do setor regulamentado. Mas a lei de cada agência pode definir outro prazo da quarentena, e se lei for omissa, aplica-se o prazo do art. 8º, da Lei 9986/00 de 40 dias. A ANEEL, ANP, ANATEL, ANS, a quarentena é de 12 meses.
d) o regime jurídico é o mesmo das autarquias, exceto:
d.1) licitação
As agências tentaram se esquivar da obediência das formas licitatórias da Lei 8.666/93.
A Lei 9.472/97, que cria a ANATEL, estabeleceu de forma inconstitucional um regime jurídico próprio de licitação. No entanto, o STF, por meio da Adin 1.668, declarou a inconstitucionalidade de diversos dispositivos da referida lei referente ao procedimento licitatório. Todavia, manteve o dispositivo, art. 54, § único, que criou as modalidades de pregão e consulta. Hoje, o pregão foi regulamentado e é norma geral para todos os entes.
Para a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a Lei 9.478/97 também estabelece algumas inconstitucionalidades, como a agência obedecerá ao procedimento licitatório que ela mesma criar. Quanto à Petrobrás, obedecerá procedimento licitatório simplificado definido pelo Presidente da República, mediante decreto. A justificativa de não ter sido ajuizada qualquer Adin é porque a Petrobrás exerce monopólio.
d.2) regime de pessoal
A lei 9.986/00, art. 1º, estabelece o regime de emprego público, regido pela CLT.
O referido artigo encontra-se com a sua eficácia suspensa em razão de decisão cautelar na Adin 2310-DF, ante a inconstitucionalidade, tendo em vista que a natureza da atividade desempenhada pelas agências reguladoras demanda regime de cargo público e não de emprego público.
Em razão dessa decisão, o Presidente da República editou a Medida Provisória nº 155/2003 para resolver temporariamente a situação, que foi convertida na Lei 10.871/2004, que dispõe sobre a criação e organização de cargos efetivos, dentre outras regras, nas agências reguladoras.
III.2.4.2 Espécies de Agências Reguladoras
a) prestam serviços públicos propriamente ditos:
ANEEL – Lei 9.427/96 (Agência Nacional de Energia Elétrica)
ANATEL– Lei 9.472/97 (Agência Nacional de Telecomunicações)
ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) – Lei 10.233/01 
ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) – Lei 11.182/05, alterada pela Lei 11.292/06
b) atividades de fomento e fiscalização de atividade privada:
ANCINE – Lei 10.454/2002 (Agência Nacional do Cinema)
c) atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo:
ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) – Lei 9.478/97, alterada pelas Leis 9.990/00 e 11.097/05.
d) atividades que o Estado e particular prestam:
ANVISA – Lei 9.782/99 (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
ANS – Lei 9.961/00 (Agência Nacional de Saúde Suplementar)
e) agência reguladora de uso de bem público
ANA – Ag.Nacional das Águas – Lei 9.984/00
CVM – comissão de valores monetários – Lei 6.385/76, alterada pela lei 10.411/02 é considerada agência reguladora.
OBS: ADENE – Ag. Desenvolvimento do Nordeste; a ADA – Ag. Desenvolvimento da Amazônia; a AEB – Ag. Espacial Brasileira; ABIN – Ag. Brasileira de Inteligência – TODAS SÃO APENAS AUTARQUIAS, mesmo sendo denominadas de agências.
A APEX-BRASIL – Ag. de Promoção de Exportação do Brasil e a ABDI – Ag. Brasileira de Desenvolvimento Industrial são SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS apenas.
3 AGÊNCIAS EXECUTIVAS
autarquia
fundação
As agências executivas são autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência, visando a uma maior eficiência e redução de custos.
- + autonomia
- + recurso público
- plano estratégico de reestruturação de uma autarquia ou fundação, através da celebração com o poder público de um CONTRATO DE GESTÃO
Para sua criação, o Presidente da República expede decreto, concedendo a qualidade de agencia executiva, desde que preenchidos dois requisitos:
a) Tenham um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
b) Hajam celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, momento em que o Executivo, que definirá as regras para garantir a essas pessoas jurídicas uma maior autonomia de gestão e disponibilidade de recursos para a implementação de suas metas, em um prazo mínimo de um ano.
Hoje, o INMETRO esta agência executiva para modernização.
Críticas da doutrina:
· A agência executiva não pode ter mais poder que a lei deu a entidade;
· basta alteração na previsão orçamentária se precisar de mais recurso;
· a autarquia e a fundação já devia ser eficiente.
Benefícios:
Art. 24,§ 1º – valor 20% - dispensa de licitação.
4) FUNDAÇÃO PÚBLICA As fundações públicas são aquelas instituídas e mantidas pelo Poder Público, podendo ter natureza jurídica pública ou privada. Mas também existem as fundações privadas que são aquelas criadas e mantidas pelo particular, que seguirá o regime de direito privado, obedecendo às regras do Código Civil, que não será objeto de estudo aqui.
- se o instituidor for particular, a fundação é privada – CC;
- se o instituidor for o poder público, é fundação pública.
Assim, fundação é a pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica, prestando atividades não-lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como educação, cultura, pesquisa, entre outras, sempre merecedoras de amparo estatal.
- patrimônio personalizado pelo fundador para atender a uma finalidade específica.
III.3.1) Natureza jurídica Esse tema é bem conturbado em razão de diversas alterações legislativas ocorridas.
Inicialmente, o Decreto-Lei 200/67, no art. 5º, IV conceitua fundação pública como pessoa jurídica de direito privado.
Com a CF/88, a divergência foi solucionada, já que a fundação pública ficou definida como pessoa jurídica de direito público, dando o mesmo tratamento de autarquia.
Depois, a EC 19/98, alterou, dentre tantos dispositivos, o art. 37, XIX, CF, e reacende a discussão doutrinária, pois atribuiu a mesma natureza jurídica das Sociedades de economia mista e empresas públicas para as fundações, logo, a natureza jurídica voltou a ser de direito privado.
Após essa celeuma legislativa, a doutrina e a jurisprudência, hoje, admitem para as fundações públicas as naturezas jurídicas de direito público e de direito privado. O prof. Celso Antonio Bandeira de Melo as fundações só são públicas, mas admite-se que sejam “batizadas como de direito privado só para fugir dos controles rigorosos do regime público”
5) EMPRESA PÚBLICA
- pessoa jurídica de direito privado
- pode exercer 2 atividades - prestação de serviços públicos
 - exploração de atividade econômica
- capital EXCLUSIVAMENTE público
- Constituição: qualquer modalidade empresarial, inclusive S/A, Ltda.
6) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
- pessoa jurídica de direito privado
- pode exercer 2 atividades - prestação de serviços públicos
 - exploração de atividade econômica
- capital MISTO, com maioria votante nas mãos do Poder Público.
- constituição:somente S/A
→ ≠ ENTRE E.P. (empresa pública) e S.E.M (sociedade de economia mista)
1ª) capital
E.P. – exclusivamente público
S.E.M – capital misto: público e privado
2ª) constituição
E.P. – qualquer modalidade empresarial
S.E.M – exclusivamente S/A
3ª) essa regra só vale para E.P e S.E.M. FEDERAIS:
E.P. Federal – art. 109, I, CF – competência da JUSTIÇA FEDERAL
S.E.M – não está no rol do art. 109, I, CF – competência da JUSTIÇA ESTADUAL
→ FINALIDADES DAS E.P. e S.E.M.
1ª) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS Nesse caso, mesmo as entidades sendo de direito privado, portanto, com regime híbrido, são as que mais se aproximam do regime público (então valem as regras do regime jurídico das autarquias) p.ex. responsabilidade objetiva.
2ª) EXPLORADORAS DE ATIVIDADE ECONÔMICA Art. 173, CF - O Estado não intervirá na ordem econômica, salvo por meio das E.P. e S.E.M. quando imprescindível à SEGURANÇA NACIONAL e ao INTERESSE COLETIVO.
O regime jurídico é híbrido, mas, nesse caso, se aproximam mais do regime privado. P.ex. responsabilidade subjetiva.
→ REGIME JURÍDICO DAS E.P. e S.E.M.
1) CRIAÇÃO/EXTINÇÃO – art. 37, XIX – Lei ordinária específica autoriza a criação, mas a criação depende de registro dos atos constitutivos no órgão competente (lei + registro)
A extinção também segue o mesmo raciocínio.
2) FALÊNCIA Até 2005, só havia a falência para as E.P. ou S.E.M. se exploradoras de atividade econômica.
Com a Lei 11.101/05, art. 2º - as E.P. ou S.E.M., NÃO importa a finalidade, NÃO cabe à falência.
A doutrina discute muito isso, porque possuem personalidade jurídica de direito privado, mas estão livres do processo falimentar.
3) BENS
São penhoráveis, em regra, exceto se estiverem diretamente ligados à prestação de serviço.
4) LICITAÇÃO E CONTRATOS
Prest. Serviço Público
Explor. Atividade Econômica
↓
↓
8.666/93 (art. 37, XXI, CF)
art. 173, § 1º, III, CF – poderão ter regras de licitação própria, estatuto próprio; se não tiver, aplica-se a 8.666/93
- aplicam-se as regras de dispensa e inexigibilidade de licitação – art. 24, § 1º, mas o limite é de 20%.
- art. 25, 8.666/93 – inexigibilidade por impossibilidade de competir – quando se tratar de atividade-fim, a licitação é inexigível, para não prejudicar o interesse público.
5) CONTROLE
As E.P. e S.E.M. estão sujeitas ao controle pelo Tribunal de Contas.
6) RESPONSABILIDADE CIVIL
	E.P. e S.E.M.
	Prest. Serviço Público
	Explor. Atividade Econômica
	Respons. OBJETIVA (em regra)
Art. 37, § 6º
O serviço público é um dever e responsabilidade do Estado que decide transferir/descentralizar, não pode se eximir de sua responsabilidade. Então, o Estado responde por ato de E.P. e S.E.M. quando prestadora de serviço público, subsidiariamente.
	Respons. OBJETIVA ou SUBJETIVA, 
Vai depender das regras do Código Civil, mas, em regra, a respons. é subjetiva e o Estado NÃO responde subsidiariamente.
7) PRIVILÉGIOS
Em regra, não possuem privilégios fiscais, tributários ou processuais.
Art. 173,

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