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SUPER MATERIAL - ESÔFAGO

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SUMÁRIO
1. Definição ....................................................................... 3
2. Epidemiologia e fisiopatologia .............................. 3
3. Classificação ................................................................ 6
4. Fatores de risco .......................................................... 8
5. Clínica ............................................................................. 8
6. Diagnóstico .................................................................. 9
7. Estadiamento.............................................................11
8. Tratamento .................................................................12
Referências bibliográficas .........................................17
3CÂNCER DE ESÔFAGO
1. DEFINIÇÃO
A neoplasia de esôfago é um câncer 
que normalmente se apresenta de 
forma muito agressiva, e é dividido 
em duas entidades distintas, com di-
ferentes fatores predisponentes, ca-
racterísticas histológicas e epidemio-
logia: o adenocarcinoma esofágico e 
o carcinoma escamocelular (CEC) do 
esôfago, que representam cerca de 
96% de todas neoplasias malignas 
do esôfago. Apesar das claras dife-
renças entre os dois principais tipos 
histológicos, ainda é objeto de estudo 
esclarecer quão diferentes devem ser 
os tratamentos entre o CEC e adeno-
carcinoma gástricos.
CONCEITO! O câncer de esôfago é 
composto principalmente por 2 tipos 
histológicos, o adenocarcinoma esofági-
co e o câncer escamocelular. 
2. EPIDEMIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA
O câncer de esôfago apresenta alta 
incidência no mundo, principalmente 
em países como Japão, China, Singa-
pura e Porto Rico, sendo que no Brasil 
consta entre os 10 cânceres mais in-
cidentes. No mundo inteiro, a estima-
tiva é de 572 mil novos casos e cerca 
de 508 mil mortes, já no Brasil a taxa 
de incidência varia entre 9,15 a 18,5 
casos por 100.000 habitantes.
Nas regiões de alta incidência, princi-
palmente no Leste da Ásia e da Áfri-
ca, o carcinoma escamoso (ou espi-
nocelular) é o mais comum entre os 
subtipos, contribuindo com até 96% 
dos casos de câncer de esôfago. A 
área do sul, sudeste e leste asiático 
que apresenta as maiores taxas mun-
diais de câncer de esôfago é conheci-
da como Cinturão do Câncer de Esô-
fago. O CEC acomete principalmente 
homens negros e em geral, o câncer 
surge nas porções cervical e torácica 
do esôfago, diferentemente do ade-
nocarcinoma, que acomete preferen-
4CÂNCER DE ESÔFAGO
cialmente homens brancos e surgem no terço distal do esôfago.
Figura 1. A imagem mostra a maior incidência do câncer de esôfago nos países do leste Asiático e Leste Africano. 
Disponível em: https://dceg.cancer.gov/research/cancer-types/esophagus/afrecc.
No entanto, tem sido percebido prin-
cipalmente no mundo desenvolvido 
um aumento gradativo do adenocar-
cinoma esofágico e redução da inci-
dência de CEC. Isso é explicado pelos 
diferentes fatores predisponentes de 
cada tipo histológico de câncer eso-
fágico, aqui listados na tabela abaixo.
Existem diferenças importantes nos 
fatores predisponentes dos tipos his-
tológicos de câncer de esôfago. O 
CEC está relacionado a baixos indi-
cadores socioeconômicos, cor negra, 
tabagismo, etilismo, alimentos ricos 
em nitratos e nitritos e consumo de 
bebidas quentes. Nas regiões do glo-
bo com maiores incidências de CEC, 
sugere-se que fatores sociais e cul-
turais contribuam para a união de di-
versos desses fatores, principalmente 
o tabagismo, etilismo e consumo de 
bebidas quentes que são prevalentes 
no leste africano e leste asiático.
A exposição à substâncias com poten-
ciais mutagênicos, principalmente ta-
baco, álcool, nitrosaminas, bem como 
estresses físicos e químicos como a 
esofagite por estase que ocorre nos 
pacientes com megaesôfago e con-
sumo de bebidas demasiadamente 
5CÂNCER DE ESÔFAGO
quentes, induz um processo de per-
da de genes, principalmente a perda 
do p53 e p16/INK4a que são genes 
supressores de tumor. Com a perda 
da ação desses genes, ocorre desre-
gulação do processo de multiplicação 
celular, reparo de defeitos no genoma 
e indução de apoptose, o que acaba 
resultado na multiplicação desregula-
da de células que não obedecem ao 
ciclo celular normal e somam diversas 
mutações e heterogeneidade entre 
elas, caracterizando o câncer.
Por outro lado, o adenocarcinoma 
esofágico tem crescido no mundo 
ocidental, hoje correspondendo a 
mais de 60% dos casos de câncer 
do esôfago nos Estados Unidos. Ele 
se correlaciona mais com população 
branca, obesidade, doença do refluxo 
gastroesofágico, esôfago de Barret, 
consumo de álcool e tabagismo. 
RELEMBRANDO!
Esôfago de Barret é uma metaplasia que 
substitui o epitélio pavimentoso normal 
do esôfago por epitélio colunar de tipo 
intestinal. 
Além da associação também com 
etilismo e tabagismo, há também o 
refluxo gastroesofágico que induz a 
progressão da metaplasia que leva 
ao esôfago de Barret com aquisi-
ção gradual de alterações genéticas 
e epigenéticas, de forma que a me-
taplasia intestinal do esôfago já tem 
mais semelhanças genéticas com o 
adenocarcinoma esofágico do que 
com o epitélio esofagiano saudável, 
configurando o esôfago de Barret 
como uma lesão pré-maligna do ade-
nocarcinoma. Molecularmente, isso é 
observado através de mutações do 
p53, alterações dos genes c-ERB-
-B2, ciclina D1, ciclina E, entre outras 
alterações possíveis, que resultam 
em um processo de desregulação da 
sobrevivência celular semelhante ao 
processo descrito acima na fisiopato-
logia do CEC.
SE LIGA! Em caso de suspeita clínica de 
câncer de esôfago, o perfil epidemiológi-
co do paciente é um ótimo indicativo do 
tipo histológico do tumor. Um paciente 
negro, do sexo masculino com situação 
socioeconômica desfavorável, tabagista 
de longa data e etilista possui chance 
muito maior de apresentar um CEC do 
que um paciente branco, de classe mé-
dia, obeso com história de doença do re-
fluxo gastroesofágico. 
6CÂNCER DE ESÔFAGO
ADENOCARCINOMA X CEC
Nível socioeconômico 
inferir
Acomete mais porções 
cervical e torácica
Homens negros
Aumento substancial 
atualmente
Homens brancos
Surge no terço distal
CEC
ADENOCARCINOMA
RESGATANDO CONCEITOS! Lembre-
-se que o câncer normalmente é o re-
sultado de uma célula normal que sofreu 
diversas alterações genéticas e epige-
néticas em decorrência de insultos que 
se acumulam com o tempo, não obede-
cendo às regulações normais do ciclo 
celular, com tendência a acumular muta-
ções sem induzir reparos adequados ou 
induzir apoptose da célula defeituosa, 
resultando finalmente em células mui-
to diferentes entre si, com multiplicação 
desenfreada e tendência a não respeitar 
os limites histológicos dos tecidos vizi-
nhos, podendo invadi-los. [\BOX Resga-
tando conceitos
3. CLASSIFICAÇÃO
De acordo com a histologia
Como já foi dito acima, os tumores de 
esôfago podem ser classificados em 
benignos e malignos, e ainda em epi-
teliais e não epiteliais. Tumores be-
nignos do esôfago são muito raros e 
podem ter várias origens histológicas, 
correspondendo a menos de 1% dos 
tumores esofagianos. Abaixo é pos-
sível ver uma tabela com a classifica-
ção histológica:
7CÂNCER DE ESÔFAGO
TUMORES 
BENIGNOS
Papiloma espinocelular, adenoma 
verdadeiro, cisto de retenção mu-
cosa, pseudotumor inflamatório, 
pólipo fibrovascular, leiomioma, 
pólipo de refluxo inflamatório, 
cisto de retenção mucosa, adeno-
ma, hemangioma, neurilemoma, 
tumor de células granulares, rab-
domioma, neurofibroma, fibroma, 
Schwannoma e coristoma.
TUMORES 
MALIGNOS
Carcinoma espinocelular, adeno-
carcinoma, sarcomas, carcinoma 
de pequenas células e linfomas
Tabela 1 . Tipos de tumores do esôfago Fonte: SA-
BISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática 
cirúrgica moderna. 19.ed. Saunders. Elsevier.
De acordo com a localização
Podem ser divididos em cervicais, to-
rácicos e abdominais de acordo com 
sua localização. Além disso, os tumo-
res torácicos podem ser divididos em 
superiores, quando estão acima da 
bifurcaçãotraqueal; médios, desde a 
carina até o ponto médio; e inferiores, 
quando do ponto médio até o hiato 
diafragmático.
FLUXOGRAMA DE LOCALIZAÇÃO
20% ocorrem 
no terço médio
75% ocorrem 
no terço inferior
5% ocorrem no terço 
superior (esôfago cervical)
LOCALIZAÇÃO
SE LIGA! Assim como os fatores de 
risco, a localização da doença também 
serve como indicador de qual é o mais 
provável tipo histológico. Pacientes com 
doença em terço médio e superior apre-
sentam maior risco de apresentar CEC 
do que adenocarcinoma. Apesar disso, 
existem exceções! 30% dos CECs ocor-
rem no terço inferior do esôfago! 
De acordo com a 
profundidade da lesão
Podem ser divididos em precoces 
(limitados a mucosa), superficiais 
(quando restritos à camada mucosa 
e submucosa) e avançados (quando 
invadem além da camada submu-
cosa, podendo atingir as camadas 
muscular própria e adventícia, além 
8CÂNCER DE ESÔFAGO
de estruturas adjacentes). Essa clas-
sificação será melhor explicada mais 
adiante, no estadiamento da doença.
4. FATORES DE RISCO
Na tabela a seguir é possível encon-
trar os principais fatores de risco para 
o carcinoma escamoso e para o ade-
nocarcinoma:
CARCINOMA 
ESCAMOSO
Tabagismo
Consumo excessivo de 
álcool 
Comidas ricas em nitrato
Deficiência de zinco e 
vitamina A
Estreitamentos induzidos 
por radiação
Acalasia crônica
Estenose cáustica
Consumo de bebidas 
muito quentes (chimar-
rão, chás, por exemplo) 
Tilose
ADENOCARCINOMA
Obesidade
Doença do refluxo gas-
troesofágico
Epitélio de Barrett 
Etilismo
Tabela 2. Fatores de risco para carcinoma escamoso e 
adenocarcinoma esofágicos
5. CLÍNICA
A disfagia progressiva costuma ser 
o sintoma mais frequente associa-
do a perda ponderal recente. A dis-
fagia apresenta progressão rápida 
(no curso de alguns meses), sendo 
inicialmente limitante para alimentos 
sólidos até progredir para semissóli-
dos e líquidos. Quando surgem esses 
sintomas, a doença já está avançada, 
porque a dificuldade de deglutição 
não ocorre até que >60% da circun-
ferência do esôfago estejam infiltra-
dos com o câncer. Apenas 6-10% 
dos pacientes nos Estados Unidos 
são diagnosticados ainda assintomá-
ticos. Normalmente, esses pacientes 
realizam endoscopias digestivas altas 
periódicas para acompanhamento de 
Esôfago de Barret, podendo desco-
brir o câncer esofágico em estágios 
precoces e ainda assintomáticos.
Cerca de 20% dos pacientes rela-
tam também odinofagia, que irradia 
para tórax ou dorso, regurgitação dos 
alimentos (que se apresentam não 
digeridos e sem a presença de bile 
no conteúdo regurgitado). Em casos 
raros, a regurgitação pode causar 
episódios de pneumonia aspirativa. 
Pode ocorrer disfonia em caso de in-
vasão do nervo laríngeo recorrente, 
que passa adjacente ao esôfago.
A anemia também é um achado fre-
quente, causada por sangramento 
crônico, podendo se apresentar como 
anemia ferropriva (alterações da ciné-
tica do ferro associada a anemia mi-
crocítica, hipocrômica e com anisoi-
citose) ou anemia de doença crônica 
(normalmente se apersentando como 
anemia normocítica e normocrômica). 
Fístulas traqueobrônquicas podem 
ocorrer em casos muito avançados, 
por disseminação por continuidade do 
tumor. Esses casos são gravíssimos, 
9CÂNCER DE ESÔFAGO
associados a pneumonias aspirati-
vas graves e normalmente apresen-
tam sobrevida de menos de 1 mês. 
Há também diversos sintomas que 
podem ocorrer quando a doença se 
apresenta em estágio metastáticos. 
Esses sintomas variam grandemente 
a depender dos sítios de metástases.
MAPA DE CLÍNICA
Perda ponderal
Pneumonia aspirativa
*Raro
Odinofagia
Regurgitação
Disfagia progressiva
Anemia
CLÍNICA
6. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito principalmente 
com a esofagografia baritada e com 
a endoscopia digestiva alta com bi-
ópsia e escovados. A esofagografia 
é um exame útil na investigação de 
pacientes com queixas como disfa-
gia progressiva, por permitir avaliar a 
presença de contraturas, obstruções 
e até certo ponto, também alterações 
motoras do esôfago. Sinais sugesti-
vos de câncer de esôfago na esofa-
gografia baritada são: o sinal de maçã 
mordida ou de degrau. 
Figura 2. A imagem mostra o sinal da maçã mordida, 
caracterizado pelo estreitamento de aspecto irregular 
da luz do esôfago, seguido por trecho de esôfago com 
a luz normal. Disponível em: https://radiopaedia.org/arti-
cles/oesophageal-carcinoma-1.
10CÂNCER DE ESÔFAGO
A endoscopia, por outro lado, permite 
visualizar o tumor diretamente, ava-
liar diretamente o aspecto macroscó-
pico da mucosa esofágica e realizar 
a biópsia para alcançar o diagnósti-
co de certeza do câncer, bem como 
realizar a classificação histológica do 
tumor e estadiamento acerca da pro-
fundidade de acometimento da pa-
rede esofágica. Estudos indicam que 
enquanto uma biópsia de forma iso-
lada apresenta acurácia de 90% para 
estabelecer o diagnóstico do câncer 
de esôfago, uma combinação de 7 bi-
ópsias associada a citologia por esco-
vado apresenta acurácia de 100%.
Figura 3. A imagem mostra uma endoscopia digesti-
va alta com um tecido apresentando nódulos friáveis 
com pontos de hemorragia se projetando para a luz do 
esôfago, sugestivo de câncer esofágico. Disponível em: 
https://www.gastrointestinalatlas.com/english/esopha-
gus_cancer.html
SE LIGA! Pela elevada sensibilidade do 
exame e capacidade de estabelecer o 
diagnóstico histológico do tumor, a re-
alização da endoscopia digestiva alta é 
essencial em pacientes com suspeita de 
câncer de esôfago, inclusive como par-
te do estadiamento que será descrito a 
seguir. 
Outro exame útil na avaliação dos pa-
cientes com suspeita de câncer esofá-
gico é a tomografia computadorizada. 
Apesar de não ser um exame tão im-
portante no diagnóstico do tumor em 
si, ela permite avaliação de estruturas 
adjacentes ao esôfago e a dissemina-
ção da doença através de metástases 
a distância, como também o acometi-
mento de linfonodos regionais.
O exame complementar considerado 
essencial no estadiamento da doença 
por permitir de forma muito acurada 
a profundidade do acometimento da 
parede esofágica, dos linfonodos re-
gionais e das estruturas vizinhas é a 
ultrassonografia (USG) endoscópica. 
Com essas informações, a USG en-
doscópica se torna uma ferramenta 
que auxilia muito no estadiamento da 
doença, essencial para guiar o médi-
co no tratamento cirúrgico ou clínico 
da doença. 
Há outros exames que podem ser 
úteis, mas ainda não têm papel tão 
bem estabelecido na investigação da 
doença, como a ressonância magné-
tica e a tomografia computadorizada 
por emissão de pósitrons (PET scan). 
Uma alternativa é a utilização de ci-
rurgia minimamente invasiva para o 
estadiamento dos pacientes, através 
de toracoscopia e laparoscopia, ava-
liando linfonodos e estruturas adja-
centes ao tumor.
11CÂNCER DE ESÔFAGO
7. ESTADIAMENTO
É utilizada a escala TNM (figura 4), 
permitindo a avaliação do tumor, de 
possíveis linfonodos acometidos e 
metástase. O item T avalia a extensão 
local do tumor, com a profundidade do 
acometimento da parede do esôfago 
e também avalia a presença ou não 
de invasão por continuidade de es-
truturas próximas como a traqueia e o 
tecido paraesofágico. O item N avalia 
a presença ou não de metástases em 
linfonodos regionais e o item M avalia 
a presença ou não de metástases a 
distância, como linfonodos distantes 
do esôfago (cervicais, celíacos e me-
diastinais). 
ESTADIAMENTO
T: Tumor primário
TX O tumor não pode ser avaliado
T0 Sem evidência de tumor
Tis Displasia de alto grau
T1
O tumor invade a lâmina própria, mus-
cular da mucosa ou submucosa, mas 
não rompe a submucosa
T2 Tumor invade, mas não ultrapassa a muscular própria
MAPA DE DIAGNÓSTICO
Sinal da maçã mordida 
ou de degrau
Esofagografia baritada
TC
EndoscopiaUSG endoscópica
Avaliar aspecto 
macroscópico
Investigação 
metastática
Avaliar acometimento 
da parede
Avaliar linfonodos 
regionais e das 
estruturas vizinhas
DIAGNÓSTICO
Biópsia
12CÂNCER DE ESÔFAGO
ESTADIAMENTOT3
Tumor invade tecido paraesofágico, 
mas não invade estruturas adjacentes
T4 Tumor invade estruturas adjacentes
N: Lin-
fonodos 
Regionais
NX
Linfonodos regionais não podem ser 
avaliados
N0
Ausência de metástases para linfono-
dos regionais
N1 Metástases em linfonodos regionais 
M: Metástases a distância
MX
Metástases a distância não podem ser 
avaliadas
M1a
Lesão do esôfago torácico superior 
com metástase para os linfonodos 
cervicais
Lesão do esôfago torácico médio em 
metástase para os linfonodos medias-
tinais
Lesão do esôfago torácico inferior com 
metástase para os linfonodos celíacos
M1b
Lesão do esôfago torácico superior 
com metástase para os linfonodos 
mediastinais ou celíacos
Lesão do esôfago torácico médio em 
metástase para os linfonodos cervicais 
ou celíacos
Lesão do esôfago torácico inferior com 
metástase para os linfonodos medias-
tinais superiores ou cervicais
ESTÁDIOS T N M
Estádio 0 Tis N0 M0
Estádio I T1 N0 M0
Estádio IIA
T2 N0 M0
T3 N0 M0
Estádio IIB
T1 N1 M0
T2 N1 M0
Estádio III
T3 N1 M0
T4 Qualquer N M0
ESTÁDIOS T N M
Estádio 
IVA
Qualquer T Qualquer N M1a
Estádio 
IVB
Qualquer T Qualquer N M1b
Tabela 3 E 4. Estadiamento TNM para câncer esofági-
co. Fonte: Townsend, Courtney M, Beauchamp, Daniel. 
Sabiston- Tratado de Cirurgia: A base biológica
Como foi dito anteriormente, a ultras-
sonografia endoscópica deve ser uti-
lizada para avaliar as camadas aco-
metidas pelo tumor, bem como uma 
tomografia computadorizada de tórax 
e abdome para identificar possíveis 
focos de metástase, principalmente 
em fígado, pulmões, ossos e rins.
8. TRATAMENTO
Com base em diversos parâmetros 
do paciente como a idade, estado 
nutricional, estado hemodinâmico, 
estadiamento e tipo histológico do 
tumor, o médico pode optar por uma 
cirurgia curativa, tratamento rádio e 
quimioterápico ou iniciar os cuidados 
paliativos. A cirurgia de escolha é a 
esofagectomia com linfadenectomia, 
sendo a melhor opção para a cura. 
O tipo histológico do tumor é particu-
larmente importante pois o CEC apre-
senta maior resposta ao tratamento 
quimioterápico, enquanto o adeno-
carcinoma costuma infiltrar áreas 
mais extensas da parede esofágica 
acometida pelo esôfago de Barret, 
exigindo abordagens cirúrgicas um 
pouco mais agressivas. Há indicativos 
13CÂNCER DE ESÔFAGO
de tratamento curativo de CEC esofá-
gico apenas através da quimioterapia, 
no entanto, a maioria dos autores ain-
da indica tratamento multimodal que 
combine a abordagem quimio e ra-
dioterápica com o tratamento cirúrgi-
co para esse tipo de tumor. Já no caso 
do adenocarcinoma, o sucesso com 
tratamento quimioterápico represen-
ta menos de 25% dos casos.
Em lesões de esôfago cervical, de-
ve-se realizar esofagectomia total, 
necessitando de um acesso torácico 
por toracotomia ou toracoscopia di-
reta, bem como de uma dissecção de 
cervical em colar, para remover as ca-
deias linfonodais até as fossas supra-
claviculares bilaterais. Já nas lesões 
de esôfago torácico, aplica-se a eso-
fagectomia com linfadenectomia de 3 
campos, para realizar a dissecção dos 
linfonodos em nível cervical, torácico 
e abdominal, sendo necessário unir a 
incisão em colar cervical, toracotomia 
e a laparotomia.
Deve-se lembrar que este procedi-
mento cirúrgico deve ser feito ape-
nas em pacientes com estadiamento 
mais favorável, ou seja, lesões restri-
tas à parede esofágica com evidência 
de no máximo poucos linfonodos re-
gionais acometidos e sem metástase. 
Além disso, essa esofagectomia pode 
ser realizada por videotoracoscopia, o 
que reduziria as complicações resul-
tantes de uma toracotomia aberta, 
por exemplo.
Outra forma de realizar a esofagecto-
mia é por via transdiafragmática, con-
sistindo na dissecção do esôfago por 
via combinada cervical e abdominal 
sem abertura do tórax, sendo suas 
principais indicações: os tumores in-
tramucosos do esôfago, situações de 
indicação de esofagectomia paliativa, 
situações de contraindicação para to-
racotomia e tumores da junção esofa-
gogástrica.
Figura 4. Lesões de grandes vasos e via áerea secun-
dária. Fonte: Ferreira, 2016.
Tumores classificados como T1 não 
apresentam indicação de tratamento 
quimio e radioterápico, sendo realiza-
do apenas o tratamento cirúrgico an-
teriormente já descrito, com uma taxa 
de sucesso de cerca de 85% nos pa-
cientes que não apresentam metás-
tases à distância. Nos casos T2, pela 
alta taxa de disseminação linfonodal 
da doença, há grande discussão en-
tre o tratamento cirúrgico agressivo 
com ressecção via esofagectomia as-
sociada à linfadenectomia regional ou 
de combinação com rádio e quimiote-
rapia.
14CÂNCER DE ESÔFAGO
Já no caso de tumores T3, é bem 
estabelecida a necessidade de tra-
tamento rádio e quimioterápico ad-
juvante. Discute-se também a possi-
bilidade de tratamento neoadjuvante, 
aquele tratamento através de quimio 
e radioterapia que se realiza antes do 
tratamento cirúrgico. Ele se correla-
ciona com maior taxa curativa após 
a operação, no entanto, também é 
associado a maior morbimortalidade 
cirúrgica. Tumores T4 apresentam 
prognóstico muito reservado, exigin-
do avaliação cuidadosa entre trata-
mento multimodal agressivo ou trata-
mento paliativo, a depender de outros 
fatores do paciente e da presença de 
metástases linfonodais a distância e 
em outros órgãos.
Pacientes com câncer de esôfago 
inoperável e incurável, os principais 
problemas no tratamento são dis-
fagia, desnutrição e controles das 
fístulas traqueoesofágicas. O trata-
mento paliativo inclui repetidas dila-
tações endoscópicas, realização de 
gastrostomias ou jejunostomias para 
hidratação e alimentação, colocação 
endoscópica de um stent metálico 
expansivo para by-pass do tumor, e 
radioterapia.
15CÂNCER DE ESÔFAGO
MAPA MENTAL – O FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO DO DO CÂNCER DE ESÔFAGO
Fonte: Townsend, Courtney M, Beauchamp, Daniel. 
Sabiston- Tratado de Cirurgia: A base biológica.
Deglutição de bário, endoscopia Estadiamento do tumor (TC tórax, abdome, PET, USE) Avaliação clínica
Última doença ou 
comorbidade significativa
• Metástase para órgão distante
• Insuficiência cardíaca, 
pulmonar, renal ou hepática
Doença inicial
Tumor confinado à mucosa 
(T1)
Doença Intermediária
Tumor na parede 
(T2)
Doença avançada
Tumor através da parede 
(T3)
Quimiorradiação Trans-hiatal/esofagectomia minimamente invasiva Ressecção em bloco Quimiorradiação
Falha do tratamento ou recidiva Esofagectomia trans-hiatal
Debilidade grave
Doença avançada
Recidiva local
Sem metástases
Possível excisão completa
Irressecável proximal ou 
sangramento do tumor
Fístula de via respiratória
Tumor irressecável
Sem recidiva local
Metástase distante
Recidiva local
Assistência de apoio Operação paliativa Terapia ablativa com laser Stent Quimioterapia 
N0 N1 N0 N1
N ≥ 5
N < 5
16CÂNCER DE ESÔFAGO
Solicitar esofagografia baritada, 
EDA + escovado e biópsia
Clínica:
• Disfagia
• Perda ponderal
• Odinofagia
• Regurgitação
Tipos:
1. Escamoso: etilismo, tabagismo, fatores 
alimentares (nitrosaminas), acalasia, tilose
2. Adenocarcinoma: Tabagismo, DRGE, 
Esôfago de Barret
Estadiamento Solicitar TC de tórax e abdome + US endoscópico
Doença metastática Tratamento Doença localizada
Tratamento paliativo
Dilatações endoscópicas, 
gastrostomias/
jejunostomias para 
hidratação e alimentação, 
colocação de stent, RT e QT 
paliativa
Terapia trimodal
Ressecção cirúrgicaRadioterapia/QuimioterapiaNeoadjuvante/adjuvante 
Adequado aos diferentes 
prognósticos
CÂNCER DE 
ESÔFAGO
MAPA MENTAL - RESUMO
17CÂNCER DE ESÔFAGO
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Townsend, Courtney M, Beauchamp, Daniel. Sabiston- Tratado de Cirurgia: A base biológica 
da prática cirúrgica moderna. 19ª edição. Volume 1. 2014.
FMUSP. Clínica Cirúrgica. Volume 1. 2008.
Resende HM, Camargo EJ, Pitzer LF. Câncer de esôfago: da radioterapia à terapia trimodal- 
um overview. Revista Bras de Oncologia Clínica. 2012; 8 (27): 29-34
Monteiro NML, et al. Câncer deEsôfago: Perfil das Manifestações Clínicas, Histologia, Loca-
lização e Comportamento Metastático em Pacientes Submetidos a Tratamento Oncológico 
em um Centro de Referência em Minas Gerais. Rev Bras de Cancerologia. 2009;
HARRISON - Medicina Interna, Mc Graw Hill, 19ª ed, 2016.
18CÂNCER DE ESÔFAGO

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