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SOLUÇÕES AUXILIARES E MEDICAÇÃO INTRACANAL NA ENDODONTIA

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· SOLUÇÕES IRRIGADORAS E MEDICAÇÃO INTRACANAL PARA ENDODONTIA
 SOLUÇÕES QUÍMICAS AUXILIARES NA INSTRUMENTAÇÃO
As substâncias químicas podem ser utilizadas no preparo dos canais radiculares como auxiliares da instrumentação e como soluções irrigadoras. A escolha da substância química para uma destas funções depende de suas propriedades físicas e químicas.
· OBJETIVO DO EMPREGO DAS SUBSTÂNCIAS IRRIGADORAS AUXILIARES:
- Promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos ou necrosados.
- Eliminação ou redução máxima possível de microorganismos.
- Lubrificação.
- Quelação de íons cálcio e a suspenção de detritos oriundos da instrumentação.
As soluções devem apresentar determinadas características físicas e químicas que as ajudem a realizar esse objetivo. Elas são utilizadas durante a instrumentação desempenhando ação química e física concomitantemente aos instrumentos endodônticos que desempenahm papel mecânico. 
As soluções são usadas também após a instrumentação, para dissolver e eliminar smear layer das paredes do canal radicular.
· REQUISITOS BÁSICOS DE UMA SOLUÇÃO IRRIGADORA AUXILIAR
· TENSÃO SUPERFICIAL:
Em um líquido, as forças de atração entre as moléculas da superfície são maiores que as do interior. Isto ocorre porque, no interior do líquido, as moléculas estão cercadas por outras e, na superfície, há uma região de contato com o meio exterior. A superfície do líquido se comporta como uma película elástica, que tende a minimizar sua área superficial. A essa película se atribuem as forças de tensão superficial.
Estudos in vitro e in vivo mostram que a tensão superficial das soluções químicas auxiliares determina a profundidade de penetração do líquido no canal radicular. Portanto, quanto menor a tensão superficial de uma substância, maior será sua capacidade de umectação e penetração, aumentando a efetividade da limpeza das paredes do canal radicular.
· VISCOSIDADE:
Viscosidade é a resistência ao movimento relativo das moléculas de um fluido em escoamento, por causa das forças de coesão intermolecular. Ao se tentar deslocar uma camada de líquido sobre outra, é necessário vencer a força de atração entre as moléculas.
O aumento da viscosidade reduz a capacidade de penetração da solução química em anfractuosidades e reentrâncias do canal radicular. A tensão superficial e a viscosidade das soluções químicas influenciam na efetividade de suas ações físicas e químicas, não apenas quando empregadas como auxiliares da instrumentação, mas também quando usadas na irrigação-aspiração dos canais radiculares.
· HABILIDADE DE DISSOLUÇÃO DE TECIDO
Todo tecido pulpar, mesmo vivo e não infectado, deve ser eliminado no momento do tratamento endodôntico, para não servir de substrato potencial a uma proliferação microbiana. A capacidade de dissolução de uma solução química auxiliar depende de vários fatores: relação entre o volume de solução e a massa de tecido orgânico; área de contato com os tecidos; tempo de ação; temperatura da solução; agitação mecânica; concentração da solução e frequência da renovação da solução no interior do canal radicular.
· ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Microrganismos e seus produtos são os principais responsáveis pela iniciação e perpetuação das patologias pulpoperirradiculares. Assim, no tratamento endodôntico, a limpeza e a desinfecção dos sistemas de canais radiculares são importantes, sendo logradas pela ação mecânica dos instrumentos, pela ação antimicrobiana das soluções químicas auxiliares da instrumentação e pelo fluxo e refluxo da solução irrigadora.
Vários estudos demonstraram que o emprego de substâncias químicas dotadas de atividade antimicrobiana, durante o preparo dos canais radiculares, exerce um efeito significativo na eliminação de bactérias.
Assim, enquanto uma solução desprovida de ação antimicrobiana (por exemplo, água destilada, soro fisiológico) exerceria apenas um efeito de lubrificação e suspensão de detritos oriundos do preparo do canal radicular, a solução que, reconhecidamente, possui atividade antimicrobiana teria um efeito adicional, representado pela eliminação ou máxima redução de microrganismos não removidos mecanicamente.
· ATIVIDADE QUELANTE
Os quelantes usados em Endodontia são substâncias orgânicas que removem íons cálcio da dentina, fixando-os quimicamente. O mecanismo de desmineralização da dentina ocorre por quelação, definido como a incorporação de um íon metálico em uma cadeia fechada heterocíclica, na qual o metal é ligado por dois ou mais íons, dentro do complexo molecular, chamado ligante. Certos átomos ligantes fornecem elétrons ao átomo metálico e, consequentemente, partilham pares de elétrons com o íon metálico. A quelação corresponde à ação dessas substâncias sobre os íons metálicos e o composto dessa adição é denominado quelato.
Durante a instrumentação de canais atresiados, recomenda-se o uso de quelantes para facilitar o trabalho de alargamento do canal. O efeito descalcificante do agente quelante resulta em menor resistência dentinária à ação de corte dos instrumentos endodônticos durante a instrumentação dos canais atresiados.
Após a instrumentação dos canais radiculares, recomenda-se o uso de quelantes para a remoção da smear layer presente nas paredes dentinárias do canal. Todavia, não há, por parte dos pesquisadores, um consenso quanto à necessidade da remoção da smear layer após o preparo dos canais radiculares.
· AÇÃO LUBRIFICANTE
As soluções químicas empregadas no preparo químico-mecânico dos canais radiculares, por meio de seu poder de umectação, conservam as paredes dentinárias hidratadas e atuam também como lubrificantes, reduzindo a força de atrito e formando uma película que diminui o contato físico entre as superfícies do instrumento e da dentina. Em consequência, diminuem o desgaste e preservam a capacidade de corte dos instrumentos, durante o preparo dos canais radiculares. Em canais atresiados, favorecem a passagem dos instrumentos até alcançar o comprimento de trabalho.
· SUSPENSÃO DE DETRITOS
As substâncias auxiliares têm como função manter os detritos orgânicos e inorgânicos liberados durante a instrumentação do canal radicular, em suspensão, com o objetivo de impedir a sua sedimentação, mormente na região apical. Detritos podem ser acumulados e obstruir o canal, favorecendo desvios e perfurações radiculares ou, em virtude da ação de êmbolo dos instrumentos, podem ser forçados a se difundir para os tecidos perirradiculares, onde atuariam como agente irritante. A maioria das substâncias químicas utilizadas em endodontia apresenta fluidez satisfatória. Entretanto, a ação mecânica dos instrumentos endodônticos, durante a instrumentação do canal radicular, leva à suspensão de partículas no seio da substância química auxiliar, reduzindo sua fluidez. Antes de a substância atingir uma viscosidade crítica, devemos renová-la, por meio da irrigação-aspiração, o que favorece a remoção dos detritos mantidos em suspensão no interior do canal radicular. A seguir, repete-se o preenchimento da cavidade pulpar com a substância química auxiliar da instrumentação.
Esta renovação deve ser realizada não somente a cada troca de instrumento, mas após um pequeno número de movimentos (5 a 10) imprimidos ao mesmo, durante o preparo do canal radicular. Nos canais atresiados, principalmente, é um erro grave realizar a renovação da solução química auxiliar somente após o instrumento ganhar liberdade em seu interior. A saturação da quantidade de líquido existente no interior do canal, por meio de resíduos oriundos da instrumentação, em vez de favorecer, dificulta o movimento do instrumento endodôntico. Além disso, favorece a extrusão do material além do forame, o que pode provocar reações inflamatórias ou mesmo uma resposta imunológica do organismo.14
- Assim, esses pequenos volumes de solução existentes no interior dos canais têm suas propriedades esgotadas rapidamente. Para minimizar esse problema, devemos:
a) manter a cavidade de acesso preenchida com solução química auxiliar. A movimentação e retirada do instrumentoendodôntico no interior do canal favorecem a penetração e renovação do líquido;
b) realizar renovações frequentes da solução química auxiliar. A capacidade da cavidade de acesso dos dentes funciona como reservatório. Infelizmente, este é um fator subestimado durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares, porque a solução aí presente geralmente é aspirada durante a renovação da solução química auxiliar.
As soluções irrigadoras devem possuir pequeno coeficiente de viscosidade e pequena tensão superficial. Estes requisitos favorecem o aumento do alcance do jato, a formação da turbulência e o refluxo do líquido em direção coronária, permitindo uma maior efetividade da limpeza do canal radicular.
COMO APLICAR AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES: A substância química auxiliar deve ser aplicada no interior do canal radicular com uma seringa e agulha hipodérmica. É importante que a substância penetre em toda a extensão do canal radicular. Isso geralmente ocorre em canais amplos, porém na maioria dos canais é necessário um preparo coronário para facilitar a penetração da substância auxiliar em direção apical. Nestes casos, a movimentação do instrumento, durante o cateterismo ou o preparo endodôntico, favorece a penetração e a renovação da substância química em toda a extensão de um canal radicular.
· HIPOCLORITO DE SÓDIO 
O hipoclorito de sódio apresenta uma série de propriedades, como: atividade antimicrobiana, solvente de matéria orgânica, desodorizante, clareadora, lubrificante e baixa tensão superficial.
É também detergente, porque promove a saponificação de lipídios. A capacidade de dissolução tecidual promovida pelo hipoclorito de sódio faz com que fragmentos de tecido pulpar sejam liquefeitos, facilitando, assim, sua remoção do interior do sistema de canais radiculares.
A dissolução do tecido pulpar se verifica pelo efeito combinado entre o hidróxido de sódio e o ácido hipocloroso, cada um reagindo com determinados componentes da polpa dentária.
Vários estudos demonstram que o hipoclorito de sódio apresenta excelente atividade antimicrobiana.
- Alguns fatores podem interferir na atividade antimicrobiana e solvente de tecido do hipoclorito de sódio, como: PH, temperatura, matéria orgânica, concentração e atividade desodorizante.
A concentração ideal em que a solução de hipoclorito de sódio deve se apresentar, sua toxicidade e sua instabilidade são motivos de grande discussão. Entretanto, diversos autores consideram a concentração de 2,5% como a de primeira escolha.
A associação de outros irrigantes com o NaOCl não potencializou a redução bacteriana induzida por esta substância quando usada isoladamente na irrigação.
· CLOREXIDINA
Em geral, as soluções são incolores e inodoras. As aquosas são mais estáveis em pH de 5 a 8. Acima disto, há precipitação, enquanto, em pH ácido, há deterioração da atividade, por causa da perda de estabilidade da solução. A atividade antibacteriana da clorexidina é excelente na faixa de pH entre 5,5 e 7, o que abrange o pH das superfícies corporais e dos tecidos.
Além de possuir atividade antibacteriana de amplo espectro, a clorexidina apresenta substantividade, isto é, ela se liga à hidroxiapatita do esmalte ou dentina e a grupos aniônicos ácidos de glicoproteínas, sendo lentamente liberada à medida que a sua concentração no meio decresce, permitindo assim um tempo de atuação prolongado. Assim, esta substância pode manter seus efeitos por um longo período de tempo.
A clorexidina apresenta atividade antibacteriana contra um grande número de espécies Gram-positivas e Gram-negativas. Em baixas concentrações, a clorexidina é bacteriostática, enquanto, em concentrações mais elevadas, ela é bactericida.
A clorexidina é tóxica, mas este efeito irritante do hipoclorito de sódio não parece exercer qualquer influência no êxito do tratamento, desde que utilizado na forma indicada, limitado ao interior do canal radicular.
Embora não apresente atividade solvente de tecido pulpar, o gluconato de clorexidina é um eficiente antimicrobiano e possui uma relativa ausência de toxicidade. Buscando corrigir as propriedades indesejáveis dessa solução, alguns autores têm sugerido o seu emprego associado com o hipoclorito de sódio.
A clorexidina pode ser a substância química de eleição quando há relato de alergia ao hipoclorito de sódio por parte do paciente e, possivelmente, no tratamento de dentes com polpa necrosada associada à rizogênese incompleta, em que existe grande risco de extravasamento apical da solução química. Pode haver desenvolvimento de reações severas dos tecidos perirradiculares, quando do extravasamento apical de hipoclorito de sódio durante a execução da terapia endodôntica.
· Ácido Etilenodiamino Tetracético Dissódico (EDTA)
O EDTA tem ação autolimitante, pois uma molécula quela um mol de íon metálico. Esta solução não atua imediatamente quando colocada em contato com a dentina, necessitando esperar alguns minutos (10 a 15 minutos) para a obtenção do efeito quelante. À medida que ocorre contato, há reação com os íons cálcio, neutralização e perda da ação química, necessitando, assim, de constantes renovações.
As soluções de EDTA também aumentam a permeabilidade da dentina. Recomendamos o uso de soluções de EDTA combinadas com soluções de hipoclorito de sódio, para a remoção da smear layer, após o preparo químico-mecânico de canais radiculares infectados.
Deve-se prestar atenção à data de fabricação e ao acondicionamento da solução de EDTA. Quando acondicionado em frascos de vidro, com o tempo, o EDTA pode quelar o cálcio do silicato de cálcio existente na composição do vidro, diminuindo sua capacidade de atuação.
 
· GLYDE
Apresenta-se na forma de gel com a seguinte composição química: EDTA, peróxido de carbamida (peróxido de ureia) em uma base hidrossolúvel. É utilizado em associação com soluções de hipoclorito de sódio. Deve ser armazenado em refrigerador. É empregado de maneira semelhante ao RC-Prep e deve ser aplicado apenas no início da instrumentação, até os três primeiros diâmetros de instrumentos. A posterior preparação dos canais deverá ser realizada apenas com solução de hipoclorito de sódio.
· ÁCIDO CÍTRICO
O ácido cítrico é um ácido orgânico, sólido e cristalino que atua sobre os tecidos mineralizados do dente, promovendo a sua desmineralização. Pode ser empregado na remoção da smear layer após o preparo químico-mecânico do canal radicular.
Quanto à concentração do ácido cítrico usada em Endodontia, não há consenso entre os autores, que indicam concentrações entre 1% e 50%.
Quando do seu uso, devemos dar preferência às soluções de menores concentrações.
 IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO
Na endodontia, a irrigação é representada por uma corrente líquida no interior da cavidade pulpar. A aspiração é a ação de atrair, por sucção, fluidos e partículas sólidas de uma cavidade. O mecanismo irrigação-aspiração ocorre pelo fluxo de fluidos, ocasionado pela diferença de pressão no interior (maior) e na embocadura do canal radicular (menor).
A irrigação é realizada concomitantemente à aspiração com o objetivo de renovar a substância química no interior de um canal radicular e de tornar a limpeza do canal radicular mais efetiva. Em conjunto com a instrumentação e a substância química auxiliar, constitui uma importante fase do tratamento endodôntico, denominada preparo químico-mecânico dos canais radiculares.
· OBJETIVOS DA IRRIGAÇÃO-ASPIRAÇÃO:
- Remoção de detritos: A remoção de detritos do interior do canal é feita pela ação mecânica dos instrumentos endodônticos, auxiliada pela irrigação-aspiração. Os resíduos em suspensão são removidos graças à energia cinética do jato, à turbulência e ao refluxo da corrente líquida, que os arrasta para fora do canal radicular, dependendo mais da velocidade do jato do que do volume do líquido. 
No entanto, considerando que a velocidade do jato é limitada pela pressão dada no êmbolo da seringa, devemos injetar maior volume de solução para melhorar a eficiência da limpeza.
É importante a remoçãodos detritos do interior do canal radicular, uma vez que podem abrigar microrganismos, dificultando a ação do fármaco utilizado como medicamento intracanal e atuar como irritantes, quando forçados para os tecidos perirradiculares. Além disso, podem alterar a capacidade de selamento da obturação do canal radicular.
- Redução do número de microorganismos: a redução do número de microrganismos existentes no interior do canal radicular é conseguida graças à da corrente líquida que, no refluxo, arrasta grande quantidade de microrganismos para fora do canal. Sendo a irrigação-aspiração um procedimento de curta duração, é de se esperar que a redução do número de microrganismos esteja vinculada apenas à movimentação e renovação da solução irrigante e não a qualquer atividade antimicrobiana da solução química empregada.
· FATORES QUE INFLUENCIAM NA IRRIGAÇÃO-ASPIRAÇÃO
- Propriedades físicas da solução irrigadora: Para melhorar a eficiência da irrigação-aspiração, é imprescindível o íntimo contato (molhamento) entre a solução irrigante e os resíduos existentes no interior do canal radicular. A chegada da solução irrigante a determinadas áreas é um fator crítico, principalmente no segmento apical, onde se observa a maior incidência de curvaturas e ramificações, as quais dificultam a limpeza e o saneamento dos canais radiculares nessa região.
Dentre as propriedades físicas que a solução irrigante deve possuir, para que a irrigação-aspiração possa ser um procedimento efetivo na limpeza do canal radicular, destacamos a tensão superficial e a viscosidade. As soluções irrigantes devem possuir pequeno coeficiente de viscosidade e pequena tensão superficial.
- Anatomia do canal radicular: Quanto mais amplo e reto o canal, mais fácil é a limpeza, não só pela maior penetração da agulha, como pela possibilidade do uso de agulhas de maior diâmetro, que levam maior volume de líquido irrigante. A presença de curvaturas acentuadas é um fator limitante da penetração da agulha. Nestes casos, o líquido deve ser levado para além da região de curvatura pelo canal helicoidal do instrumento endodôntico ou por agulhas irrigadoras flexíveis.
No início da instrumentação dos canais atresiados, a solução química não consegue penetrar em toda a extensão do canal, por causa das suas dimensões exíguas e à presença de bolhas de ar. Para minimizar este problema, devemos manter o compartimento coronário da cavidade pulpar preenchido com a solução empregada. A movimentação do instrumento, durante o preparo endodôntico, favorece a penetração e a renovação da solução química.
A remoção da bolha de ar aprisionada no segmento apical de um canal radicular pode ser obtida introduzindo-se um cone de guta-percha justo no canal radicular até o comprimento de trabalho. Com este procedimento, substituímos a bolha de ar pelo cone de guta-percha o qual leva a solução química para o segmento apical do canal radicular
- Diâmetro da agulha irrigadora: A profundidade atingida por uma agulha irrigadora no interior de um canal radicular depende da relação diâmetro do preparo do canal/diâmetro da agulha. Quanto menor o diâmetro da agulha, mantendo-se a mesma força aplicada no êmbolo da seringa, maior será a velocidade e o alcance do jato na saída da agulha.
- Técnica de Preparo de Canal Radicular: Nas fases iniciais do preparo químico-mecânico de um canal radicular, a técnica de instrumentação utilizada pode favorecer a penetração da agulha irrigadora em sentido apical e, em consequência, promover maior limpeza do canal durante a irrigação-aspiração.
O preparo no sentido coroa-ápice promove uma maior remoção de tecido dentário junto à região cervical do canal radicular. Esta maior ampliação do canal, em nível cervical, funciona como uma zona de escape acentuada, diminuindo a pressão unidirecional apical, favorecendo o refluxo da solução irrigante. Permite, também, maior penetração da agulha irrigadora em sentido apical, facilitando, assim, a irrigação-aspiração e, consequentemente, melhor limpeza do segmento terminal do canal radicular.
- Agitação Mecânica da Solução Química: Uma maior limpeza principalmente do segmento apical de canais radiculares curvos pode ser obtida pela agitação mecânica da solução química auxiliar. A agitação mecânica da solução química pode ser obtida por diversos dispositivos mecânicos.
· COMO REALIZAR A IRRIGAÇÃO-ASPIRAÇÃO
O mais importante na irrigação-aspiração de um canal radicular é a relação existente entre o diâmetro da instrumentação apical e o diâmetro da agulha irrigadora. Quanto maior esta relação, melhor a penetração da agulha irrigadora em sentido apical e o contato da solução irrigante com o término do canal radicular.
A realização da irrigação concomitante à aspiração torna a limpeza mais efetiva.
A irrigação baseia-se na movimentação de fluidos, que ocorre no interior de um canal radicular no sentido ápice-coroa por causa da diferença de pressão existente no interior e fora do canal. Há um aumento de pressão interna apical, gerado pela irrigação, e uma diminuição de pressão na embocadura do canal, desencadeada pela aspiração.
- Assim, na irrigação-aspiração convencional, a agulha de irrigação deve ser introduzida o mais próximo do comprimento de trabalho para aumentar a eficiência da irrigação-aspiração. A agulha irrigadora deve ocupar a posição mais apical possível sem, contudo, obstruir a luz do canal radicular a fim de permitir o refluxo da solução irrigante promovido pela ponta aspiradora colocada ao nível da embocadura do canal. A agulha de menor diâmetro recomendada para a irrigação é a de nº 30 (0,3 mm). Consequentemente, para esta agulha alcançar as proximidades do comprimento de trabalho, o diâmetro mínimo da instrumentação apical deverá ser de 0,35 mm (instrumento de nº 35).
Quanto maior o volume de líquido empregado na irrigação, maior a eficiência da limpeza.
A irrigação-aspiração é empregada antes, durante e após o preparo químico-mecânico do canal radicular. Após o acesso endodôntico, devemos empregar a irrigação-aspiração com o objetivo de remover detritos dentinários, material obturador e tecido pulpar presentes na câmara pulpar.
Durante o preparo químico-mecânico do canal radicular, realizamos a irrigação-aspiração seguida da inundação da cavidade pulpar a cada sequência de emprego de um mesmo instrumento e a cada mudança de instrumento. Este procedimento tem como objetivo remover os detritos mantidos em suspensão no interior do canal radicular e permitir a renovação da solução química auxiliar da instrumentação. Geralmente, usamos a mesma solução (hipoclorito de sódio a 2,5%), quer na irrigação-aspiração, quer no preenchimento do canal, como solução química auxiliar.
A irrigação-aspiração final tem como objetivo principal remover traços dos fármacos usados durante o preparo do canal ou como medicamento intracanal. Geralmente, empregamos de 3 a 5 mL de líquido na irrigação final.
Após a irrigação-aspiração, fazemos a aspiração final para conseguirmos a secagem do canal. Nesta fase, as agulhas de maior diâmetro são substituídas pelas de menor diâmetro, à medida que a cânula avança em sentido apical. A secagem final do canal é completada com cones de papel absorvente. O diâmetro do cone deve ser próximo ao do canal radicular.
Quanto maior essa diferença, maior será o número de cones necessários para secá-lo.
Entretanto, para que se elimine a umidade contida no interior do canal radicular, é necessário que o cone de papel tenha grande capacidade de absorção de massa de líquido.
A presença de umidade é um dos fatores que pode influenciar no selamento apical e, consequentemente, no êxito da obturação do canal radicular.
· SMEAR LAYER
São diminutos restos dentinários e uma substância amorfa aderida às suas paredes, formando um aglomerado pastoso, que se deposita, principalmente, na região apical após o PQM. Representa a formação de qualquer resíduo produzido pela ação de corte de um instrumento sobre a dentina, esmalte ou cemento e também pode ser chamada de lama endodôntica, magma dentinária, barrodentinário e camada residual.
A smear layer tem uma aparência amorfa, irregular e granular, quando vista pela microscopia eletrônica de varredura. Esta aparência deve-se à movimentação e brunimento dos componentes superficiais presentes na parede dentinária, durante a instrumentação do canal.
A smear do plano frontal (smear layer) apresenta-se como uma camada fina, irregular, granulosa, friável e pouco aderida à superfície do canal radicular. É separada, estruturalmente, da dentina subjacente, possui espessura que pode variar de 1 a 5 μm e sua morfologia depende do tipo de instrumento empregado, do grau de umidade da dentina no momento do corte, da quantidade e composição química da substância auxiliar e das características anatômicas do canal.
No tratamento de canais infectados, há uma forte razão para a eliminação da smear layer.
Nestes casos, as bactérias penetram nos túbulos dentinários e podem ser encontradas mais profundamente na dentina. Mesmo após o preparo químico-mecânico do canal, algumas bactérias ainda aí permanecem, assim como nos túbulos dentinários.
· Benefícios da retirada do smear layer
a). O selamento dos túbulos dentinários poderia determinar o isolamento e a destruição das bactérias que, eventualmente, tenham permanecido em seu interior;
b). Bloquearia ou retardaria a penetração bacteriana ou de fluidos nos túbulos dentinários, em consequência de uma possível contaminação do canal. Quando a smear layer é removida, as paredes dentinárias tornam-se mais permeáveis à difusão bacteriana e bactérias podem ser observadas no interior dos túbulos.
A remoção da smear layer com EDTA faz-se necessária antes do emprego de materiais obturadores de canais radiculares à base de resina.
· REMOÇÃO DA SMEAR LAYER
Após o preparo químico-mecânico, o canal é preenchido com EDTA a 17%. A solução química deve ser acondicionada em tubetes anestésicos vazios e levada ao interior do canal, através de seringa Carpule e agulha Gauge nº 30. O tempo de permanência do EDTA no interior do canal é de cinco minutos. Durante os primeiros dois minutos, a solução é agitada em todo o comprimento de trabalho, utilizando-se uma espiral de Lêntulo, com giro à direita e em velocidade máxima de um micromotor elétrico. A seguir, o canal é irrigado com 5 mL de hipoclorito de sódio a 2,5%.
Em virtude das pequenas dimensões do canal radicular, durante o seu preenchimento com solução química, frequentemente, bolhas de ar ficam aprisionadas no seu interior. Estas bolhas, existentes principalmente no segmento apical do canal radicular, impedem o contato da solução química com as paredes dentinárias, dificultando, assim, a remoção da smear layer.
A agitação manual com instrumentos endodônticos torna possível a remoção parcial das bolhas de ar, principalmente do segmento apical do canal radicular. A agitação mecânica com espiral de Lêntulo, em função da maior rotação e agitação da solução química, promove maior remoção das bolhas de ar, permitindo assim o contato do líquido com a parede do canal radicular.
 MEDICAÇÃO INTRACANAL
· Oque precisamos alcançar em um tratamento endodôntico?
Precisamos que o preparo químico-mecânico juntamente com as substâncias químicas consiga reduzir a carga microbiana no interior do canal à um linear de cura, para atingir o sucesso do tratamento e permitir recuperar a saúde.
Em um tratamento endodôntico convencional, com o PQM só conseguimos remover de 40 a 60% dos micro-organismos, por isso é importante usarmos uma medicação intracanal, que tem também uma ação antimicrobiana e consegue atingir locais que não conseguimos alcançar apenas com a instrumentação. Os micro-organismos não ficam apenas do canal principal, mas também se encontram em áreas não alcançadas pelos instrumentos, muitos penetram nos túbulos dentinários e em canais acessórios.Há estudos que indicam que não há apenas bactérias, mas também podem ter vírus e fungos no interior do canal.
As medicações que inibem ou reduzem diretamente a resposta inflamatória tem um consequente efeito analgésico, pois retirando os micro-organismos fisicamente com a instrumentação do canal e com associação com medicamentos, nós já retiramos o que está causando a inflamação, que são os micro-organismos.
->Uma boa medicação intracanal deve agir como uma barreira físico-química contra ainfecção (uma inflamação pode evoluir para uma infecção) e reinfecção (pode ocorrer reinfecção caso apliquemos uma medicação de forma insatisfatória).
->Uma boa medicação intracanal deve reduzir a inflamação perirradicular – sintomatologia: quando fazemos um PQM não alcançamos os canais acessórios, eles ficam repletos de microorganismo e se não utilizarmos a medicação para remover os micro-organismosdo canal, ele continua infectado. 
* Controle de exudato persistente: o exudato persistente é consequência da resposta inflamatória dos tecidos perirradiculares, ou seja o tecido perirradicular ainda está inflamado e está produzindo pus, isso ocorre por persistência de agentes irritantes no interior do canal. E como sabemos se há exudato persistente? É percebido após irrigar com NaCL 2,5%, e secar com 3 a 4 cones de papel absorvente, se já secamos o canal com 3... 4 cones e ele continua vindo molhado, quer dizer que ainda há exudato e devemos retratar o paciente. 
->Uma boa medicação intracanal deve solubilizar matéria orgânica. Ohipoclorito de sódio pode ser usado como medicação e como solução irrigadora. O objetivo do PQM é a limpeza do sistema de canais e a ação dos instrumentos ocorre apenas no canal principal, precisamos então da ação da solução irrigadora e medicação para alcançar todas as áreas.
->Uma boa medicação intracanal deve inativar produtos microbianos, que são os que geram dor ao paciente, por exemplo as endotoxinas LPS gram negativa e a LTA gram positiva causam dor, se a medicação inativa esses produtos, estaremos propiciando um ambiente endodôntico mais favorável a cura, diminuindo a carga microbiana ajudando no processode cura.
->Uma boa medicação intracanal deve estimular a reparação do tecido mineralizado.
-> Derivados fenólicos: São compostos que possuem um ou mais grupamentos hidroxila (OH−) ligados diretamente ao anel benzênico (C6H6). São potentes agentes antimicrobianos.
*PARAMONOCLOROFENOL CANFORADO: substância bactericida potente. Tem alta toxicidade e baixa tensão superficial (molha mais, penetra melhor nos túbulos dentinários, tem um molhamento melhor do que a água). Ele tem ação por efeito direto e a longa distância, ou seja, ele atinge o dente todo, e sua associação a outros medicamentos potencializa o efeito antimicrobiano.
-> Aldeídos: São fixadores teciduais de pronunciada eficácia. São representados pelo formaldeído (usado em combinação com o cresol, conhecido como tricresol formalina ou formocresol) e pelo glutaraldeído. São potentes agentes antimicrobianos.
-> Medicações halógenas: São representados pelos compostos que contêm cloro ou iodo. Possui atividade antimicrobiana satisfatória.
*IODOFORMIO tem pigmentação bem amarelada e tem efeito antimicrobiano muito bom, mas por sua pigmentação podemos pigmentar o dente do paciente se deixarmos por muito tempo, devemos ter muito cuidado ao utilizar o iodofórmio. Ele tem uma boa radiopacidade, semelhante a uma obturação.
-> Bases ou hidróxidos: A atividade antimicrobiana por contato e o efeito de estímulo à formação de uma barreira mineralizada são propriedades cientificamente comprovadas quando do emprego dessa substância no interior do canal radicular.
*HIDRÓXIDO DE CÁLCIO: As propriedades do hidróxido de cálcio derivam de sua dissociação iônica em íons cálcio e íons hidroxila, sendo que a ação destes íons sobre os tecidos e os microrganismos explicam as propriedades biológicas e antimicrobianas desta substância. As alterações nas propriedades biológicas podem também ser esclarecidas pelas reações químicas demonstradas, uma vez que o hidróxido de cálcio, na presença de dióxido de carbono, transforma-se em carbonato de cálcio, sendo que este produto formadoé desprovido das propriedades biológicas do hidróxido de cálcio.
No intuito de melhorar suas propriedades físico-químicas para utilização clínica, como a própria radiopacidade. As substâncias associadas normalmente são: carbonato de bismuto, sulfato de bário, iodofórmio e o óxido de zinco.
- Propriedades do hidróxido de cálcio: anti-inflamatório, antimicrobiano, solvente de matéria orgânica, inibidor de reabsorção radicular externa, atividade física (barreira física e química).
- Extravasamento das pastas de hidróxido de cálcio: O extravasamento das pastas de hidróxido de cálcio para os tecidos perirradiculares, nos casos em que há presença de lesão, não parece oferecer quaisquer benefícios. Como já comentado, o hidróxido de cálcio não apresenta efeito anti-inflamatório comprovado. Além disso, é improvável que esta substância vá eliminar microrganismos situados na superfície radicular apical ou no interior da lesão. Por outro lado, embora o extravasamento de uma pequena quantidade de pasta de hidróxido de cálcio aparentemente não vá conferir efeitos benéficos, esta conduta usualmente não traz maiores consequências. Se um extravasamento acidental da pasta ocorrer durante sua aplicação, o que é comum, não há qualquer inconveniente
* Pasta HPG - Associação do Hidróxido de Cálcio com o PMCC
A pasta HPG apresenta maior espectro de atividade antimicrobiana, maior raio de atuação, efeito antimicrobiano mais rápido e é menos afetada por soro e tecido necrosado, quando comparada às pastas de hidróxido de cálcio em veículos inertes. O maior raio de ação pode ser resultado da baixa tensão superficial do PMCC e da solubilidade em lipídios, o que facilita sua difusibilidade pelo sistema de canais radiculares. Por tais razões, recomendamos a pasta HPG como a medicação intracanal a ser utilizada rotineiramente após o preparo químico-mecânico de dentes com necrose pulpar, devendo permanecer no canal por um período ideal de aproximadamente 7 dias.
Estudos clínicos que avaliaram fatores importantes, como a ocorrência de dor pós-operatória, a capacidade de eliminação bacteriana e o índice de sucesso a longo prazo, apontam resultados extremamente satisfatórios para o protocolo que preconiza o tratamento em duas sessões com base em estratégias antimicrobianas, como amplo preparo apical, estabelecimento e manutenção da patência foraminal, NaOCl entre 2% e 3%, como substância química auxiliar, e pasta HPG, como medicação intracanal por 7 dias.
* Pasta HCHX - Associação do Hidróxido de Cálcio com Clorexidina: esta pasta pode ser uma boa alternativa à pasta HPG no uso rotineiro durante o tratamento (e no retratamento) de dentes com lesão perirradicular, com o potencial de promover resultados similares.
*CALEN a base de hidróxido de cálcio, tem ação antimicrobiana, hoje geralmente hidróxido de cálcio é a base de toda medicação que utilizamos, pois é bem completa. Todo tratamento em que iremos utilizar o hidróxido de cálcio, ou utilizamos ele puro ou associados a outra medicação, o mais comum é usá-lo associado.
-> Medicação corticoide: São medicamentos que atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a ação da enzima fosfolipase A2, envolvida na síntese dos derivados do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos), importantes mediadores químicos da inflamação. Possuem efeito inibitório potente sobre a exsudação e a vasodilatação associadas à inflamação. Em Endodontia são utilizados, por meio de aplicações tópicas para o controle da reação inflamatória, nos casos de periodontite apical aguda de etiologia química ou traumática. Podem também ser utilizados na biopulpectomia, nos casos em que não se realiza a obturação radicular imediata e nas pulpotomias. Os corticosteroides mais empregados em Endodontia são a hidrocortisona, a prednisolona e a dexametasona.
*OTOSPORIN E DECADRON: Atuam no processo inflamatório na fosfolipase A2, então podemos usá-los em casos que temos tecido vivo, por exemplo pulpotomia. Usamos muito em urgência quando não pudemos remover todo o tecido pulpar inflamado. São de aplicação tópica, precisa ter contato com o tecido inflamado para fazer efeito.
Por exemplo uma periodontite apical aguda de origem química e traumática, colocamos o decadron no interior do canal para descontaminar o tecido perirradicular.
Biopulpectomia: removi parcialmente o tecido inflamatório e não tive tempo de remover tudo, podemos usar um desses pois ele age em tecido vivo 
NÃO DEVEMOS ASSOCIAR O HIPOCLORITO DE SÓDIO COM O HIPOCLORITO COM OSTOPORIN POIS UM INATIVA O OUTRO.
O DECADRON tem efeito 3 vezes maior do que o OTOSPORIN.
-> Antibióticos: há o risco de o uso tópico de alguns antibióticos, como as penicilinas, causar a sensibilização do paciente e predispor a posteriores reações alérgicas. No entanto, uma combinação de três antibióticos − ciprofloxacin, metronidazol e minociclina (uma tetraciclina) − tem sido recomendada para casos de revascularização ou revitalização em dentes com polpa necrosada e rizogênese incompleta 
*Algumas dessas medicações são encontradas em pó, e devemos usar veículos que permitam que eles possam entrar mais facilmente do canal, fazendo uma pasta misturando esse pó com os veículos, por exemplo usando glicerina, podem ocorrem em diferentes formas dependendo da associação da pasta. Do ponto de vista da atividade antimicrobiana, principal propriedade exigida para um medicamento intracanal, podemos classificar os veículos em inertes e biologicamente ativos:
· Veículos inertes que podem ser usados para medicações em pó: 
Na maioria das vezes, biocompatíveis, mas sem influenciar significativamente as propriedades antimicrobianas do hidróxido de cálcio. Pode ser usado o próprio anestésico, agua destilada (lacrado), soro fisiológico (endovenoso lacrado), glicerina, propilenoglicol. Veículo inerte: não promove efeitos adicionais.
· Veículos biologicamente ativos que podem ser usados para medicações em pó:
Conferem efeitos adicionais aos proporcionados pelo hidróxido de cálcio, por exemplo o PMCC (paramonoclorofenol canforado) e clorexidina, ai já seria uma associação de medicamentos.
* Do ponto de vista das características físico-químicas, existem dois tipos de veículos:
Hidrossolúveis e oleosos.
· Veículos hidrossolúveis: 
· Veículos hidrossolúveis aquosos:
Propiciam a dissociação iônica mais rápida, é uma vantagem pois permite um efeito mais rápido. Possibilitam maior difusão e maior contato com os tecidos e micro-organismos. Esse veículo permite a rápida diluição da pasta no interior do canal (necrose e lesão perirradicular). Exemplos: água destilada, soro fisiológico, soluções anestésicas e a solução de metilcelulose. Alguns exemplos de pastas já prontas para uso e que utilizam veículo aquoso são: Calxyl (Otto&Co. Frankfurt, Alemanha), Pulpdent (Pulpdent Co. Brookline, MA, Estados Unidos) e Calasept (Scania Dental, Knivsta, Suécia).
· Veículos hidrossolúveis viscosos:
Usados quando não queremos uma ação tão rápida quanto os aquosos, eles propiciam a dissociação iônica mais lenta. Ele tem menor número de troca de medicação intracanal, pois pode ficar até 30 dias no canal, propiciando maior tempo entre sessões, se fosse um veículo aquoso teria que trocar toda semana. O tipo de medicação que usamos depende do tratamento que está sendo realizado, por exemplo: se fazemos um tratamento e vamos atender o paciente daqui a duas semanas podemos usar uma medicação mais aquosa pois vai ter retorno rápido, e se vamos vê-lo só em 20 dias podemos usar uma mais viscosa pois terá tempo maior de retorno. Exemplos: glicerina, o polietilenoglicol e o propilenoglicol. O Calen e o Calen PMCC (SS White, RJ, Brasil) são exemplos comerciais de pastas que empregam o polietilenoglicol como veículo.
*CLOREXIDINA: A clorexidina é um agente antimicrobiano amplamente utilizado e que tem sido recentemente proposto para uso endodôntico como substância química auxiliar ou como medicação intracanal. Na irrigação, a clorexidina tem revelado resultados antimicrobianos similares aos do NaOCl em vários estudos clínicose laboratoriais, usada em forma líquida ou em gel nas concentrações: 0,12%, 0,2%, 1%, 2%, e 5%. Em concentrações de 0,2% a 2% tem largo espectro, baixa toxicidade, alto poder de limpeza com menos smear layer do que com uso de hipoclorito de sódio. Atinge muitas bactérias aeróbias e anaeróbias, podendo ser bactericida ou bacteriostático. É altamente eficaz contra gram positivo, negativo e fungos, tem atividade antimicrobiana ideal em PH 5,5 a 7,0, reduz ou perde seu efeito em matéria orgânica e possui baixa toxicidade. Temos em gel e liquida. O efeito da substantividade (efeito antimicrobiano residual).
Como medicação intracanal, a clorexidina tem sido recomendada isoladamente ou em combinação com o hidróxido de cálcio.
*PMCC – PARAMONOCLOROFENOL CANFORADO: o paramonoclorofenol possui propriedades antissépticas do fenol e do íon cloro que, na posição para do anel fenólico, é liberado lentamente. A combinação do PMC com outras substâncias, ou a sua diluição, tem sido proposta com o objetivo de potencializar a atividade antimicrobiana e reduzir a citotoxicidade do medicamento. A forma em associação com a cânfora tem sido a mais utilizada em Odontologia. Da combinação do PMC com a cânfora, em partes variáveis, forma-se uma mistura líquida denominada paramonoclorofenol canforado (PMCC).
O PMCC apresenta elevada atividade antibacteriana contra bactérias anaeróbias estritas.
O uso isolado do PMCC como medicação intracanal não tem sido mais recomendado em virtude da elevada toxicidade da substância, o que não permite preencher o canal com esta substância, e dos efeitos antibacterianos bastante efêmeros, quando aplicado em mecha de algodão na câmara pulpar durando no máximo 48 horas. No entanto, tem sido recomendado como veículo biologicamente ativo e oleoso para o hidróxido de cálcio. 
O PMCC apresenta baixa tensão superficial e é solúvel em lipídios. Estas características permitem que esta substância apresente maior penetrabilidade tecidual, aumentando seu raio de atuação dentro do sistema de canais radiculares.
· Preenchimento do canal radicular com a medicação:
- Como saber quando nós conseguimos preencher o canal corretamente com a medicação? Quando adicionamos a medicação no canal nós não enxergamos mais a luz do canal, parece que fica obturado. 
Vários instrumentos têm sido utilizados para colocar a medicação intracanal: Porta amálgama, limas (mais usada), cones de guta percha, seringas especiais, cones de papel (se secarmos toda a umidade não teremos um meio que propicia a dissociação da medicação no interior no canal, então não e a melhor opção), lêntulo. A escolha do instrumento depende da anatomia e PQM, e após colocar a medicação devemos fazer um exame radiográfico pra saber se realmente colocamos a medicação de forma satisfatória, não enxergamos mais a luz do canal.
RELEMBRANDO:
->Pulpectomia: É o tratamento do canal radicular de dentes com vitalidade pulpar onde ocorre a remoção total da polpa dentária
->Biopulpectomia: é o tratamento do canal radicular de dentes com vitalidade pulpar onde ocorre a remoção da polpa vital, normal ou inflamada. Indicado em casos de pulpite irreversível. Existem situações clínicas em que dentes com a polpa saudável terão que ter essa polpa retirada, principalmente em tratamentos periodontais, protéticos ou cirúrgicos (biopulpectomia eletiva).
->Pulpite reversível: é reversível quando ocorre a inflamação da polpa e ela pode ser tratada pois seus nervos e vasos apesar de inflamados não foram destruídos, por exemplo com uso de medicamento e remoção do agente agressor. Dor de curta duração e bem localizada.
->Pulpite irreversível: é irreversível quando a inflamação é tão intensa e afetou a polpa tão gravemente que o único tratamento é a endodontia, pois seus nervos e vãos foram necrosados e destruídos pela inflamação e infecção. Dor espontânea e de longa duração, dor não localizada.
O diagnóstico dos dois tipos de pulpite se dão pelos testes de vitalidade pulpar
->Pulpotomia: tratamento do canal radicular de dentes onde a lesão ocorre em uma pequena parte da polpa coronária onde ocorre a remoção parcial do tecido pulpar, apenas a polpa coronária é extraída, enquanto os tecidos da raiz dentária são preservados. A pulpotomia é vantajosa por preservar a vitalidade radicular no dente.
· Indicações do emprego de medicação intracanal:
*BIOPULPECTOMIA: infecção restrita a camada superficial da polpa coronária. Após acesso e irrigação abundante com NaCL, trabalhará em ambiente asséptico. Será que podemos pensar em uma obturação imediata? Sim! Quando não temos uma calcificação, uma calcificação ou fatores anatômicos que dificultam, o ideal é fazer uma obturação em sessão única. Mas isso exige uma certa experiência do profissional. Nesse caso se não removemos todo o tecido inflamatório usamos Otosporin e decadron, se removemos tudo podemos usar pastas de hidróxido de cálcio. 
A biopulpectomia é o tratamento do canal radicular de dentes com vitalidade pulpar onde ocorre a remoção da polpa vital, normal ou inflamada. Indicado em casos de pulpite irreversível. Existem situações clínicas em que dentes com a polpa saudável terão que ter essa polpa retirada, principalmente em tratamentos periodontais, protéticos ou cirúrgicos (biopulpectomia eletiva).
Quando indicados nas biopulpectomias, os medicamentos intracanais recomendados são uma solução de corticosteroide/antibiótico (Otosporin ou Decadron colírio) ou as pastas de hidróxido de cálcio.
Os recomendados são o Otosporin (associação de hidrocortisona com os antibióticos sulfato de polimixina B e sulfato de neomicina, em um veículo aquoso) e o Decadron (composto de dexametasona, um corticosteroide seis a oito vezes mais potente que a prednisolona e 25 a 30 vezes mais potente que a hidrocortisona, e o antibiótico sulfato de neomicina.)
O emprego de uma associação corticosteroide-antibiótico atenua a intensidade da reação inflamatória provocada pelo ato cirúrgico e uso de medicamentos, favorecendo a prevenção.
- Em um caso de biopulpectomia que não foi completamente instrumentado: acesso coronário, remoção da polpa coronária, com medicação na bolinha de algodão... se não foi completamente instrumentado e sobrou tecido devemos usar os corticoides, depende em qual etapa paramos, se quase terminamos e conseguimos tirar toda a polpa, podemos colocar um hipoclorito.
- Se o canal foi completamente instrumentado, associação do hidróxido de cálcio com veículo inerte ou biologicamente ativo. Qual o período da próxima sessão? Depende do veículo usado, o veículo aquoso tem que ser mais rápido o retorno e o veículo viscoso pode ser mais demorados. Hidróxido de cálcio: pode ser usado em associação com veículos inertes, uma vez que não há infecção do canal. Recomendamos a utilização da pasta contendo hidróxido de cálcio e iodofórmio, na proporção de 3:1 em volume, tendo como veículo a glicerina (pasta HG), a qual permite um adequado preenchimento do canal.214 A pasta deve ser levada ao canal, de preferência por meio de espirais de Lêntulo (Fig. 15-19). O medicamento deve preencher toda a extensão do canal preparado, entrando em íntimo contato com as paredes dentinárias e com os tecidos perirradiculares via forame apical, mas sem extravasar. A repleção adequada do canal com a pasta deve ser confirmada radiograficamente. As pastas de hidróxido de cálcio usadas como medicamento intracanal nos casos de biopulpectomia funcionam como obturação provisória, evitando ou retardando a contaminação do canal radicular por microinfiltração salivar via material selador temporário. Assim, quando o canal radicular se encontra devidamente preparado e a obturação foi postergada, consideramos as pastas de hidróxido de cálcio como o medicamento intracanal de primeira opção. O medicamento pode permanecer no interior do canal radicular por um período variável de 7 a 30 dias aproximadamente.
*NECROPULPECTOMIA/RETRATAMENTO
O problema do retratamento é que geralmente ficam os micro-organismos mais resistentes, mais difíceis de retirar, devemos ter certeza que faremoso tratamento com eficiência e aplicar corretamente a medicação. A princípio removemos todo o material obturador, e colocamos EDTA 17% removendo o smear layer para possibilitar a penetração da medicação intracanal. EDTA NÃO É MEDICAÇÃO INTRACANAL, é quelante para remover smear layer e permitir que a medicação penetre melhor, colocamos e deixamos agir de 3 a 5 minutos, tentamos fazer agitação no canal para ajudar na ação do EDTA, lavamos com hipoclorito e depois secamos e colocamos a medicação intracanal.
· SELAMENTO CORONÁRIO: Importante pois não adianta desinfeccionar o canal e não selar corretamente.
O selamento é o preenchimento da cavidade de acesso por um material restaurador, utilizado entre sessões de um tratamento endodôntico e após seu término. Deve impedir a entrada de saliva e microbiota oral do canal. O material deve apresentar estabilidade dimensional, boa adesividade e elevada resistência.
Capacidade de selamento: o material deve ter uma boa capacidade de selamento, devemos usar de 3 a 5 mm de material para ter uma boa adesão. Pode ser cimento a base de óxido de zinco e eugenol. Reconstrução coronária? É necessário dependendo da destruição do dente, para que possamos manter o material dentro do canal.
- Caso de necropulpectomia ou retratamento em que o canal foi totalmente instrumentado: minutos. Para facilitar a atuação da solução, ela é agitada no interior do canal radicular com um instrumento de pequeno calibre, com uma espiral de Lêntulo, com instrumento ultrassônico ou com o EndoActivator. A seguir, retira-se o EDTA por meio de irrigação-aspiração com 5 a 10 mL de uma solução de NaOCl a 2,5%. Seca-se o canal e prepara-se a pasta HPG.
Pasta HPG: a pasta é preparada sobre uma placa de vidro estéril, utilizando-se espátula flexível para cimentos. Inicialmente, volumes iguais de PMCC e glicerina são depositados sobre a placa e então homogeneizados. Em seguida, agrega-se o pó do hidróxido de cálcio e do iodofórmio (na proporção de 3:1 em volume), gradativamente, até que se obtenha uma consistência cremosa, similar a creme dental. O acréscimo de iodofórmio é adequado para conferir radiopacidade e não interfere na atividade antibacteriana da pasta. Em dentes anteriores, nos quais o iodofórmio pode causar alteração cromática da coroa dentária ou em casos de relato de reações alérgicas ao iodo, podemos substituí-lo pelo pó de óxido de zinco ou pelo sulfato de bário. Alternativamente, o pó da pasta LC também pode ser empregado, uma vez que contém hidróxido de cálcio e o radiopacificador carbonato de bismuto. Em canais amplos, pode-se suprimir o agente contrastante. Após a aplicação, radiografa-se o dente para verificar se a repleção do canal foi satisfatória. Cumpre relembrar que a pasta deve preencher de forma homogênea toda a extensão do canal preparado para que exerça os efeitos esperados. Antes de selar a cavidade com um material selador temporário, a câmara pulpar deve ser devidamente limpa.
Consideramos a pasta HPG a primeira escolha quando o canal estiver completamente instrumentado. Em função dos resultados obtidos por vários estudos em nosso laboratório, indicamos o tempo mínimo de permanência do medicamento no interior do canal radicular de 7 dias.
- Casos de necropulpectomia ou retratamento em que o canal não foi totalmente instrumentado: compatível com as dimensões da câmara pulpar. A seguir, a mecha é umedecida com NaOCl a 2,5% e então colocada e acamada na câmara pulpar, de modo a permitir um espaço de 3 a 5 mm de espessura para a aplicação do material selador temporário. Optamos pelo emprego do NaOCl nos casos em que o canal radicular não foi instrumentado ou o foi apenas parcialmente. Isto porque este medicamento pode promover uma desinfecção parcial do conteúdo infectado do canal e, mais importante, atuar como uma barreira química contra a recontaminação do canal por microrganismos da saliva que, porventura, possam adentrar a câmara pulpar, via percolação marginal, pelo selador temporário. Em casos de instrumentação parcial, não há a necessidade de secarmos totalmente o canal após a última irrigação com NaOCl. Aspira-se o excesso de hipoclorito do canal e então aplica-se a mecha umedecida com a mesma solução na câmara pulpar.

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