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Narradores de Javé - Pesquisa Social - PPGE - Doutorado

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Disciplina: Pesquisa Social
Atividade 
1. A partir do filma Narradores de Javé elaborar e justificar suas escolhas
Tema de Pesquisa: A construção social da identidade coletiva em Javé
Título: História e Memória: narrativas de si e dos outros
Objetivo Geral: Analisar as narrativas dos populares na construção da identidade de Javé 
Objetivo Específicos: 
· Problematizar a construção da memória enquanto elemento constituinte das identidades
· Identificar os elementos materiais e simbólicos garantidores da memória 
Tipo de Pesquisa: Estudo de Caso
Abordagem: Qualitativa
Instrumentos de Coleta de dados: 
· Grupo Focal
· Etnografia 
Instrumentos de análise: 
· Análise Cultural
2. Justificando as escolhas e os percursos:
O contar uma história preserva o narrador do esquecimento; a estória constrói a identidade do narrador e o legado que ela ou ele deixa para o futuro. 
Alessandro Portelli
Narradores de Javé, filme dirigido por Eliane Caffé, roteirizado por Eliane Caffé e Luiz Alberto de Abreu, e produzido por Vânia Catani e no elenco conta com José Dumont (como Antônio Biá), Gero Camilo (como Firmino), Nelson Dantas (como Vicentino), Silvia Leblon (como Maria Dina) e outros. A obra fílmica foi produzida entre junho e setembro de 2001, em Gameleira da Lapa, cidade do interior da Bahia. Recebeu vários prêmios, entre eles: nove prêmios no Festival de Recife 2003, incluindo melhor filme; melhor filme também no Festival de Cinema das 3 Américas, de Quebéc/ Canadá, e no Festival de Buxelas – Independent Film.
Tomando como ponte de reflexão a narrativa fílmica acreditamos que o mesmo criar as condições de possibilidade para que possamos problematizar uma série de elementos do fazer-se pesquisador/pesquisadora. Para tanto, tomo a liberdade de problematizar as questões a partir do saber historiográfico, lugar de onde me fabrico enquanto pesquisador e de onde posso agenciar as melhores ferramentas de análise nesse percurso. 
Primeiro ponto que destaco são as possibilidades temáticas para análise. É possível problematizar a figura do Historiador enquanto artífice da Historiografia – a junção epistemológica entre o acontecimento vivenciado e o acontecimento narrado ( nas fontes escritas ou por meio da história oral e memória); Outro elemento potente no filme é o lugar da Memória enquanto invenção de uma identidade – ou múltiplas identidades. É neste ponto que fincarei minhas reflexões, escolhendo como tema de pesquisa “a construção social da identidade”, que pode ser sintetizado sob o título “História e Memória: narrativas de si e dos outros”. 
Ao examinar o filme e definido o referido tema de reflexão/pesquisa estabelecemos o elemento norteador do que seria o trabalho de pesquisa e escrita final, ou seja, o objetivo geral consistiria em “analisar as narrativas dos populares, de Javé, na construção de uma identidade local”. Para o alcance deste objetivo norteador se faz necessário acionar micro objetivos que juntos constituirão a rede fabricadora do elemento central da pesquisa. Pois bem, dois fios dessa tessitura geral são: 1. Problematizar a construção da memória enquanto elemento constituidor das identidades; 2. Identificar os elementos materiais e simbólicos na fabricação da memória. 
Pistas desses elementos materiais e simbólicos utilizados na fabricação/legitimação da memória no decorrer do filme são: armas, fotografias – como elementos materiais – e marcas de nascença – como elemento simbólico. É claro que os dois elementos mais pontes a ser problematizado são: O sino, elemento material, que atravessa todas as narrativas e a cantada – elemento simbólico – que estabelece a tradição definidora da posse da terra. 
Por estes elementos apontados fica, então, patente que a se trata de uma abordagem qualitativa, pois tomando como base os instrumentos de coleta de dados pesquisa de campo –Etnografia (cadernos de campo) e Grupo Focal. Estes procedimentos se justificam pela necessidade de coletar dados junto àqueles que são responsáveis pela construção e socialização das memórias e narrativas, a saber, os populares de Javé. Esta técnica complementa a documental; a pesquisa de campo, nesta experiência específica, será guiada pela realização de um grupo focal - segundo Bernadete Gatti, em um conjunto de pessoas selecionadas e reunidas com a finalidade de refletir, debater e comentar um tema específico, com o qual os selecionados guardam características preestabelecidas pelos pesquisadores e que é o objeto de pesquisa. 
Como dissemos em outra oportunidade, o enfoque qualitativo objetiva abordar o mundo, descrever, compreender e às vezes explicar os fenômenos sociais de dentro, problematizando e analisando experiências de indivíduos ou grupos, examinando as interações e comunicações em desenvolvimento ou analisando documentos e traços semelhantes. No enfoquem qualitativo sujeito e objeto estão imbricados na figura do pesquisador – nesse sentido, tomando o filme como mote, a personagem “Antônio Biá” evidencia bem este lugar, demarcando em todo o percurso um conhecimento parcial, não neutro. O objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações (GERHARDT; SILVEIRA 2009:32). Nesta perspectiva, o enfoque qualitativa se atem aos aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. 
 Instrumento de Análise
Pelos segmentos abordados no decorrer da coleta dos dados, assim como pelo formato do instrumento e o enfoque adotado pensamos que a análise do cultural. Em linhas gerais a análise cultural pode ser localizada na síntese do pensamento de Marconi e Lakatos (2003) e Gil (2008). As primeiras apontam a análise cultural para métodos de procedimentos, que “pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno” (MARCONI; LAKATOS, 2003:221), já o último indica como um dos métodos que indicam os meios técnicos da investigação, segundo ele “estes métodos têm por objetivo proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais” (GIL, 2008:15).
Seguindo os passos dos Estudos Culturais, a análise cultural emerge como método analítico, fundamentado em pelo menos 2 pressupostos – aqui apenas apontados: 1. A análise cultural é política. O conhecimento teórico produzido é um prática política, nessa direção as análises produzidas não são neutras; 2. A análise cultural é situacional/contextual. Uma análise cultural que se ocupa do situacional, circunscrito contexto sócio-histórico em que se insere, seguindo – assim – os fundamentos dos Estudos Culturais desde sua gênese. Como afirma Grossberg (2013, p. 4) “o cerne dos estudos culturais é um projeto – uma prática intelectual radicalmente contextual, anti universalizadora, comprometida com a complexidade, oposta a toda e qualquer forma de reducionismo, etc.”; 
Dito isto, penso que a análise cultural responde de forma satisfatória aos objetivos s serem alcançados e cumprindo as orientações “necessária à realização da pesquisa social, sobretudo no referente à obtenção, processamento e validação dos dados pertinentes à problemática que está sendo investigada” (GIL, 2008, p. 15).
Referências: 
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Luciana de Oliveira da Rocha. Porto Alegre: Artmed, 2014.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna (orgs). Planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2006.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Artmed, 2009.
GATTI, Bernadete Angelina. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília, DF: Líber Livro, 2005. 77p
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. [Organizado por] Tatiana Engel Gerhardt e Denise Tolfo Silveira. Coordenado pelaUniversidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
GROSSBERG, Lawrence. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - E-compós, Entrevista a Adriana Braga. Brasília, v.16, n.2, maio./ago. 2013.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC, 2007.
PRODANOV, Cleber Cristiano. Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]. Acesso em Maio de 2018. 
RICHARDSON, R.J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 Ed., São Paulo: Atlas, 2007.

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