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Casos concretos 7 ate 10 em penal I em pdf para distribuir

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Caso concreto 7 – PENAL I 
Leia à situação hipotética narrada abaixo e responda às questões formuladas: 
Ratão e Ratinho, por volta das 13 horas, invadiram uma residência e anunciaram o assalto à Adriana, adolescente, 
que estava sozinha na casa. Amarraram a vítima, trancando-a em um dos quartos do imóvel. Os dois permaneceram 
por aproximadamente 45 minutos no local, buscando objetos e valores. Quando já estavam saindo, carregando uma 
TV e um notebook, ouviram um barulho, que identificaram como sendo uma sirene de viatura policial. Temendo serem 
presos, empreenderam fuga, sem nada levar. Socorrida a vítima e acionada a Polícia Civil, restou esclarecido que a 
sirene supostamente ouvida pelos assaltantes era a sineta de encerramento de aula de um a escola situada ao lado 
da residência. Os autores do crime foram descobertos em seguida e denunciados como incursos na conduta de roubo 
tentado majorado por concurso de agentes e restrição da liberdade da vítima (art.157, §2º, II e V n.f art.14, II, ambos 
do Código Penal). Sendo certo que a responsabilização penal pela tentativa se encontra descrita no art.14, II e 
parágrafo único, do Código Penal e não na própria figura típica do art.157, do Código Penal pergunta -se: A partir dos 
estudos realizados sobre a relação entre Tipo Penal, Tipicidade e Adequação Típica, qual a natureza jurídica do tipo 
penal descrito no art.14, II, do Código Penal? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
SUGESTÃO DE GABARITO: Versa sobre o reconhecimento da adequação típica indireta e da caracterização do art.14, 
II como norma de extensão de adequação típica por subordinação indireta ou mediata. 
Ocorre adequação típica imediata quando o fato se amolda ao tipo legal sem a necessidade de 
qualquer outra norma. O ajuste do fato à lei incriminadora se dá de forma direta. Exemplo: o 
artigo 121 do Código Penal pune a conduta matar alguém. O fato de X matar Y se ajusta 
diretamente à lei incriminadora do referido dispositivo. 
Por vezes, a adequação típica de uma conduta humana causadora de um resultado nem sempre se 
dá de forma imediata. Assim, ocorre a adequação típica mediata que, para adequar o fato ao tipo, 
utiliza uma norma de extensão, sem a qual é absolutamente impossível enquadrar a conduta. O 
ajuste do fato à lei incriminadora se dá de forma indireta. Podemos citar como exemplo de norma 
de extensão pessoal o artigo 29, como norma de extensão temporal o artigo 14, inciso II, e como 
norma de extensão causal para os crimes omissivos impróprios o artigo 13, 2º, todos do Código 
Penal. CP, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. CP, Art. 14 - Diz-se o crime: 
(...) 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. CP, Art. 13, 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir 
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
Questão objetiva. Sobre tipicidade, considere as afirmações abaixo. 
I - Os princípios da insignificância penal e da adequação social se identificam, ambos caracterizados pela ausência de 
preenchimento formal do tipo penal. 
II - Tipicidade legal é a individualização que a lei faz da conduta, mediante o conjunto dos elementos descritivos e 
valorativos (normativos) de que se vale o tipo legal. 
III - A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, posto que pode excluir do âmbito do típico aquelas 
condutas que apenas aparentemente estão proibidas. 
 Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso concreto 8 – PENAL I 
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 'Pena já foi a morte', diz delegado sobre pai que esqueceu 
filho em carro Menino de dois anos morreu após passar 5 horas trancado em carro em MT. Causa da morte foi 
asfixia por confinamento, segundo laudo do IML. 28/01/2016 18h18 - Atualizado em 28/01/2016 18h24 Disponível 
em http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/01/pena-ja-foi-morte-diz-delegado-sobre-paique-esqueceu-
filho-em-carro.html 
A Polícia Civil acredita que a Justiça deverá aplicar o perdão judicial após o envio do inquérito que apura a morte de 
uma criança de dois anos que foi esquecida dentro de um carro em Cuiabá. Frederico era filho do delegado Geraldo 
Gezoni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e morreu na última terça-feira (26). O caso será 
investigado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica). Segundo o 
delegado Eduardo Botelho, o procedimento de investigação é comum na polícia e, após o fim da apuração do caso, 
o inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário. O delegado disse que aguarda apenas o encaminhamento do 
expediente por parte da DHPP, que atendeu o caso, e o resultado do exame de necropsia da criança para realizar a 
abertura do inquérito. A partir da situação narrada e dos estudos realizados sobre as teorias da conduta, responda 
às questões formuladas: a) Qual a distinção entre as condutas comissivas e omissivas? 
RESPOSTA A) O Código Penal e a legislação extravagante são compostos por tipos penais comissivos 
e omissivos. A distinção entre eles é muito simples e objetiva, ao passo que a maior atenção deve 
ser voltada para a classificação das espécies de crime omissivo, que podem ser próprios ou 
impróprios. 
Quanto aos crimes comissivos podemos dizer que são aqueles crimes cometidos por uma ação 
proibida pelo tipo penal. (Ex: matar alguém) 
Nos crimes comissivos a norma penal é proibitiva, pois descreve uma conduta que não pode ser 
realizada. Já quando se fala em crimes omissivos é importante destacar que esse se subdivide em 
duas espécies, os omissivos próprios e os impróprios, este último também chamado de comissivo 
por omissão. 
Os omissivos próprios são aquele crimes que o tipo penal descreve a conduta 
omissiva. Diferentemente do que acontece com os crimes comissivos, nos crimes omissivos 
próprios a norma é mandamental, ou seja, manda que ser realize uma conduta para que não incorra 
na pratica do crime. 
Por fim, temos os crimes omissivos impróprios ou os comissivos por omissão, que pune aqueles 
que tenham o dever de agir para evitar o resultado, ou seja, quando o agente nos termos da lei 
(artigo 13, §2º) tinha o dever de evitar o resultado e não evitou, este irá responder pelo resultado 
do crime. (Ex: Policial, dolosamente deixa de atender uma ocorrência, responderá pelo resultado 
do crime cometido, pois a lei lhe obriga agir). EXEMPLO INTERESSANTE DIZ RESPEITO AO 
MÉDICO QUE ESTÁ COM RAIVA DE UM PACIENTE POR ALGUM MOTIVO E O DEIXA 
MORRER NA MESA DE CIRURGIA À MÍNGUA DE CUIDADOS, QUERENDO O 
RESULTADO MORTE. NÃO É CASO DE OMISSÃO DE SOCORRO, MAS SIM DE 
HOMICÍDIO DOLOSO. 
 
b) Qual o fundamento para a responsabilização penal do denominado agente garantidor? 
O crime omissivo impróprio também chamado de comissivo por omissão, traduz 
no seu cerne a não execução de uma atividade predeterminada juridicamente 
exigida do agente. São crimes de evento, isto porque o sujeito que deveria evitar o 
injusto é punido com o tipo penal correspondente ao resultado. 
 
Todavia o que faz de um delito omissivo, comissivo por omissão é a posição de 
garantia do agente.Assim, o salva-vidas que assiste, inerte, ao afogamento de um 
banhista incorre na prática do delito de homicídio (comissão) por omissão. 
 
É dizer que nos crimes omissivos puros viola-se um dever legal de agir, enquanto 
que na omissão imprópria o dever de operar do agente decorre de uma norma 
proibitiva mas se erige de uma posição garantista. Logo, na omissão pura integra o 
tipo, o não atendimento da ação devida; por isso, tem-se na omissão imprópria 
uma desatenção (indireta, por omissão) “à norma proibitiva de causar o resultado”. 
 
Assim, tanto na omissão própria como nos crimes comissivos por omissão (e nos 
crimes de omissão e resultado, como sugere a classificação tripartida dos delitos 
omissivos), há a essência de uma omissão, manifestando, todavia, vultuosa 
relevância na estrutura típica destes delitos. 
I.I. A Posição de Garantia 
 
A posição de garantia visa impedir a lesão a um bem jurídico amparado por uma 
norma proibitiva. Assim, a “posição de garante” não pode ser imputada a 
qualquer pessoa senão àqueles que, em virtude de sua especial proximidade com 
tal bem, estejam investidos nesta qualidade. 
 
O garante atende a um seletivo e imperativo dever de agir (jurídico) que se erige da 
assunção à prevenção de um risco. É dizer, que implica na subjetiva exigência de 
resguardar bens jurídicos amparados por uma norma proibitiva. 
 
Está em posição de garantia todo aquele que carrega uma obrigação de impedir um 
resultado antijurídico. Deve, contudo, o garante proceder de maneira ativa a fim de 
evitar o injusto (obrigação de salvar). 
 
A posição de garante em razão do bem jurídico lesionado traz um pressuposto “extralegal” do 
tipo. Podendo transformar o garantidor que se omite a um resultado típico em autor (sob um 
aspecto normativo) de crime comissivo por omissão por ocasião do resultado. 
 
A condição do garante exerce uma especial e estreita relação vital, unida intimamente, com o 
bem jurídico lesionado. Assim, uma posição de garantia pode estar condicionada objetivamente a 
um preceito jurídico em sentido estrito, como por exemplo a família, o pátrio poder, o 
matrimônio etc. O nosso Código Penal, no artigo 13, § 2°, estabelece que o “dever jurídico 
incumbe a quem: (a) tenha por lei obrigação de cuidado; (b) de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado; (c) com seu comportamento anterior, criou o risco da 
ocorrência do resultado”. Neste sentido, são exemplos da ocorrência do delito de omissão: o 
carcereiro que deixa de prestar assistência ao preso, e este vem a morrer de inanição (a); a 
enfermeira contratada para cuidar de doente e que deixa de aplicar a medicação necessária à sua 
sobrevivência (b); quem espontaneamente, encarrega-se de conduzir um ébrio (cego ou ferido) a 
determinado lugar e acaba por abandona-lo (c). Consigne-se por oportuno que nos exemplos 
supra expostos a superveniência de dano ao bem jurídico tutelado ensejará a imputatio juris sob 
a forma de crime omissivo impróprio, desde que concorrido o real poder de agir. 
O real poder de agir limita (e fundamenta) a antijuridicidade da omissão imprópria. Neste 
sentido, o agente (garantidor) deve possuir consigo o real poder de agir para incorrer na prática 
do delito de omissão. É dizer, que o sujeito que vê uma pessoa se afogando e não pula na água 
porque não sabe nadar, não incorre em delito omissivo porque lhe carece o dever de agir. 
 
Questão objetiva. Analise as assertivas abaixo e selecione a opção correta: 
I - Para a teoria finalista, ação é a conduta do homem, comissiva ou omissiva, dirigida a uma finalidade e 
desenvolvida sob o domínio da vontade do agente, razão pela qual não reputa criminosa a ação ocorrida 
em estado de inconsciência, como no caso de quem, durante o sono, sonhando estar em legítima defesa, 
esbofeteia e causa lesão corporal na pessoa que dorme ao seu lado. Para esta mesma teoria, a culpabilidade 
não é psicológica, nem psicológico-normativa. 
II- Os princípios da adequação social e da insignificância, sugeridos pela doutrina, servem de instrumentos 
de interpretação restritiva do tipo penal, que afetam a tipicidade material do fato. 
III- Os crimes omissivos impróprios são de estrutura típica aberta e de adequação típica de subordinação 
mediata. Só podem ser praticados por determinadas pessoas, embora qualquer pessoa possa, 
eventualmente, estar no papel de garante. Neles, descumpre-se tão somente a norma preceptiva e não a 
norma proibitiva do tipo legal de crime ao qual corresponda o resultado não evitado. 
IV. Segundo o Código Penal, a omissão imprópria tem relevância penal sempre que houver o dever de 
impedir o resultado, independentemente do omitente ter ou não possibilidade de evitá-lo. 
 
Estão corretas as assertivas: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, II e III. 
Caso concreto 9 – PENAL I 
Caso concreto. Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões 
formuladas: No dia 31 de março de 2012 (sábado), por volta das 19h30 min, na Avenida 
X, Antonino, dirigindo o veículo VW/Fusca 1300, placas XXX, cor verde, ano de 
fabricação/modelo 1976, atropelou Felizberto, causando-lhe lesões corporais das 
quais adveio sua morte por hemorragia encefálica consecutiva a fraturas de ossos do 
crânio. Restou comprovado que Antonino estava conduzindo seu veículo em estado 
de embriaguez alcoólica e em velocidade aproximada de 50km/h, durante a noite, 
com os faróis do veículo desligados, bem como sem possuir habilitação para 
conduzir veículo automotor, quando simplesmente colheu frontalmente a vítima, a 
qual caminhava bem próximo ao meio fio da calçada, causando-lhe as graves lesões 
corporais que o levaram a óbito. O acusado foi preso em flagrante e, no mesmo dia, 
posto em liberdade mediante o pagamento de fiança. Ante o exposto, a partir dos 
estudos sobre a teoria finalista da ação, responda, de forma objetiva e fundamentada, 
às questões formuladas: 
a) diferencie as condutas dolosas e culposas e apresente seus elementos 
caracterizadores. 
Sugestão de gabarito. O caso concreto tem por objeto a discussão acerca da prática de homicídio e 
sua tipificação por dolo eventual ou culpa consciente. Desta forma, no presente caso concreto, o 
aluno terá a oportunidade de identificar e compreender as principais distinções entre as condutas 
dolosas e culposas no sistema finalista da ação. Ainda, uma vez reconhecida a culpa consciente, 
caberá ao discente solucionar o conflito aparente de normas entre as condutas descritas no Código 
Penal e no Código de Trânsito Brasileiro. Quanto à distinção entre dolo eventual e culpa consciente, 
segue trecho da decisão proferida em março de 2018 pelo TJRS : (...) O dolo eventual retrata um 
querer diferenciado do agente, que prevê o resultado como uma possível consequência de sua 
conduta e, ainda assim, continua agindo, admitindo ou anuindo com esta possibilidade. A situação 
é semelhante à figura da culpa consciente, na qual também há previsibilidade do resultado como 
possível ou provável. A diferença está na finalidade subjetiva da conduta: enquanto o sujeito que 
atua com culpa consciente orienta sua conduta a uma finalidade lícita, agindo de modo a evitar o 
resultado típico previsto como possível, o sujeito que atua com dolo eventual orienta sua conduta 
a um fim ilícito, não agindo de modo a evitar o possível resultado típico, portando-se em relação a 
ele de modo indiferente. (Recurso em Sentido Estrito Nº 70076298645, Terceira Câmara Criminal, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Miguel Achutti Blattes, Julgado em 20/03/2018) 
 
 
Dolo é a vontade livre e consciente de praticar a infração ou assumir os riscos de produzir o 
resultado. 
Assim sendo, o dolo pode ser subdividido em dois aspectos: dolo direto e dolo indireto. 
O dolo direto é o querer, a vontade, a intenção que o agente tem de praticar a infração (Teoria daVontade). 
Já o dolo indireto se dá quando o agente assume o risco de produzir o resultado (Teoria do 
Assentimento). O dolo indireto pode ser alternativo (ou o agente pratica um crime ou outro crime) 
ou eventual (o agente não quer produzir o resultado, mas se o mesmo acontecer o agente não se 
incomodará). 
Culpa 
A culpa pode ser analisada em sentido amplo e em sentido estrito. 
Em sentido amplo, culpa é a responsabilidade que une o agente à conduta. Posteriormente 
analisaremos esse aspecto no item culpabilidade. 
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Em sentido estrito, a culpa se dá quando o agente não quer praticar o crime, mas age com 
imprudência, negligência ou imperícia, em quebra do dever objetivo de cuidado, gerando a 
infração penal. 
A imprudência é a prática de um fato perigoso na ótica do “homem médio”. Não se trata, portanto, 
de uma análise subjetiva, do que cada um acha ser perigoso, trata-se de uma atitude que a média 
da sociedade considera perigoso. 
A negligência é uma abstenção, um não agir, sendo certo que se o agente agisse evitaria um mal 
futuro. 
A imperícia é uma demonstração de inaptidão técnica, que é esperada de uma profissão ou 
atividade. 
Todavia, para que ocorra o crime culposo, são necessários outros elementos além de imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Vejamos: Conduta humana voluntária - para que o agente pratique um crime culposo, a sua ação 
tem que ser livre de coação, ou seja, o agente não pode ser forçado, compelido a praticar a atitude. 
Se isso acontecer, não há crime culposo por parte do agente. 
Resultado involuntário: se a conduta tem que ser voluntária o resultado tem que ser involuntário 
(não querido, não esperado), pois, ao revés, não se falaria em culpa, e sim em dolo. 
 
 
 
Nexo de causalidade: a conduta do ser humano deve levar ao resultado. Esse é o nexo causal 
previsto no art. 13 do Código Penal. Para a avaliação do nexo de causalidade, segundo Thiessem, 
devemos utilizar o processo hipotético de eliminação, consistente em retirar hipoteticamente a 
conduta do agente e verificar, com isso, se o resultado ocorre ou desaparece. Se o resultado ocorrer 
independente da conduta significa que esse resultado não tinha nenhuma ligação com a conduta. 
Por outro lado, se retirada a conduta e o resultado desaparecer é uma demonstração de que a 
conduta está vinculada ao resultado. 
Tipicidade: só existirá crime culposo se houver previsão legal. A punição a título culposo só será 
possível se o legislador tiver previsto a modalidade culposa (que não está presente em todos os 
tipos penais). 
Previsibilidade objetiva: só ocorrerá o crime culposo com previsibilidade. Fatos totalmente 
imprevisíveis não são criminosos. Dessa forma, somente se o perigo for visível, pressentido, 
palpável, lógico para a ótica do “homem médio” é que haverá crime culposo. Saliente-se, por 
oportuno, que as placas de trânsito trazem previsibilidade para os perigos do trânsito. 
Ausência de previsão: o resultado ruim era previsível, porém, se o agente agir com total cuidado 
(previsão), não haverá crime culposo. Só haverá crime se o agente ignorar a previsibilidade, se ele 
se portar como se não houvesse perigo algum. Vale observar que há uma exceção a essa regra: a 
culpa consciente, conforme verificaremos adiante. 
A culpa pode ser inconsciente ou consciente. 
Na culpa inconsciente (maioria) o agente está desatento, praticando o crime por não perceber o 
alcance de suas atitudes. 
Mas existe a culpa consciente, que se dá quando o agente visualiza o resultado indesejado, porém 
acredita sinceramente que ele não irá ocorrer (acredita na sua habilidade). 
Diferença entre dolo eventual e culpa consciente 
Conforme pudemos perceber, os institutos do dolo eventual e da culpa consciente são muito 
próximos, pois nos dois casos o agente visualiza o possível resultado danoso. 
A grande diferença entre os institutos é que na culpa consciente o agente em nenhum momento 
assume o risco de produzir o resultado, aliás, sequer passa pela cabeça do agente que o resultado 
possa ocorrer (pode acontecer, mas comigo não!!!), ou seja, o agente não aceita o resultado. Já no 
dolo eventual se o resultado acontecer para o agente, isso é indiferente (não quero que aconteça, 
mas se acontecer: dane-se!!!). 
b) No caso concreto ora narrado, a conduta se configura dolosa ou culposa? 
Conduta CULPOSA. Agiu de forma IMPRUDENTE (agiu perigosamente) 
 
C) A conduta restará tipificada no Código Penal ou no Código de Trânsito Brasileiro 
(Lei n.9503/1997)? 
Tipificada no CTB segundo o critério da Especialidade. Há conflito aparente de normas, 
prevalecendo aquela descrita na regra especial. 
 
Questão objetiva. 
Com a desclassificação no torneio nacional, o presidente do clube AZ demite o 
jogador que perdeu o pênalti decisivo. Irresignado com a decisão, o futebolista 
decide matar o mandatário. Para tanto, aproveitando o dia da assinatura de sua 
rescisão, acopla bomba no carro do presidente que estava estacionado na sede social 
do clube. O jogador sabe que o motorista particular do dirigente será fatalmente 
atingido e tem a consciência que não pode evitar que torcedores ou funcionários 
da agremiação, próximos ao veículo, venham a falecer com a explosão. Como para 
ele nada mais importa, a bomba explode e, lamentavelmente, além das mortes dos 
dois ocupantes do veículo automotor, três torcedores e um funcionário morrem. A 
partir da leitura desse caso, é correto afirmar que o indiciamento do jogador pelos 
crimes de homicídio sucederá: 
a) por dolo direto de primeiro grau em relação ao presidente e ao motorista. 
 b) por dolo eventual em relação ao motorista; aos torcedores e ao funcionário. 
c) por dolo direto de segundo grau em relação ao presidente e ao motorista. 
d) por dolo eventual apenas em relação aos torcedores. 
e) por dolo direto de segundo grau apenas em relação ao motorista. 
 
COMENTÁRIOS: O elemento subjetivo do tipo penal é de extrema relevância já num 
primeiro plano de análise do ilícito. O dolo direto, ou seja, aquele inequivocamente 
direcionado à consecução dos elementos descritos na conduta típica, tem sido 
dividido pela doutrina em dolo direto necessário ou de segundo grau e dolo direto 
intencional ou de primeiro grau. O dolo direto de primeiro grau é aquele em que o agente 
tem por objetivo a realização integral do tipo penal. Por seu turno, o dolo direto 
necessário ou de segundo grau é aquele em que o agente tem também o intento de 
realizar a conduta típica. Contudo, neste caso, prevê que a realização dessa conduta 
almejada irá atingir, como uma espécie de efeito colateral, outros indivíduos ou bens 
jurídicos. 
 
No entanto, embora estes atingimentos não sejam seu alvo principal, são acatados 
como uma espécie de consequência necessária e inevitável. Não se trata de assunção 
de risco (dolo eventual), mas de consciência absoluta dos efeitos colaterais e a 
aderência psíquica do autor a esses efeitos. 
O exemplo clássico de dolo direto necessário ou de segundo grau é apresentado por 
Figueiredo Dias: “O exemplo de escola é aqui constituído pelo agente que coloca 
uma bomba num avião como forma de, em pleno voo, matar um seu inimigo que nele 
viaja, mas plenamente consciente de que a explosão provocará, como vem a 
provocar, a morte dos restantes viajantes. A morte do inimigo ser –lhe –á imputada 
a título de dolo direto intencional ou de primeiro grau, a de todos os outros 
ocupantes, como consequência da explosão da bomba e da aeronave, a título de dolo 
direto necessário ou de segundo grau”. 
Observe-se que em ambos os casos o dolo é direto, o agente não simplesmente 
assume o risco de um dano colateral, mas o prevê e admite sem qualquer 
consideração de que possa não ocorrer. Trata-se, portanto, da distinção, dentro do 
conceito de dolo direto, entre o de primeiro e de segundo grau. 
 Como dissemos acime, o denominado dolo direto de segundograu é aquele que decorre do 
meio escolhido para a prática do delito, em outras palavras, diz respeito a um efeito colateral 
típico decorrente do meio escolhido e admitido, pelo autor, como certo ou necessário. 
Vejamos: no dolo direto de segundo grau o agente tem consciência e vontade de 
concretizar os requisitos objetivos do tipo. Porém, sua conduta conduzirá e gerará 
efeito colateral típico. Repise-se, este resultado colateral é decorrente do meio 
escolhido pelo sujeito. 
Exemplo citado pela doutrina alemã: o dono provoca o incêndio em seu navio com 
o propósito de enganar a seguradora. As mortes dos passageiros e dos tripulantes 
constituem efeitos colaterais típicos decorrentes do meio escolhido (incêndio). Com 
uma só conduta o agente pratica vários crimes (concurso formal). Entretanto, se o 
agente desejava inequivocamente a morte de cada uma das vítimas, resulta 
configurado o concurso formal impróprio. No sentido do texto Luiz Flávio Gomes. 
 
 
Caso concreto 10 – PENAL I 
Leia à notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: 
Acidente envolvendo três veículos causa uma morte na RS-115 em Taquara Rodovia, no limite entre Taquara e Igrejinha, ficou bloqueada por 
cerca de quatro horas neste sábado (disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/transito/noticia/2018/04/acidente-envolvendo-tresveiculos-
causa-uma-morte-na-rs-115-em-taquara-cjfzeow47000a01qlhzjfs6aa.html.Atualizada em 14/04/2018 - 11h07min) 
Um acidente envolvendo três veículos causou uma morte, por volta de 6h30min 
deste sábado (14), entre os quilômetros 3 e 4 da RS-115, no limite entre Taquara e 
Igrejinha. A vítima está no local, aguardando perícia, e a via ficou totalmente 
bloqueada por cerca de quatro horas. Segundo informações iniciais, o acidente foi 
quase em frente ao posto do Corpo de Bombeiros de Taquara. Houve uma colisão 
frontal entre um veículo Uno, com placas de Taquara, e um caminhonete Montana. 
O condutor do Uno, Telminho Santos da Silva, 51 anos, foi arremessado para fora do 
carro após o impacto. Ele morreu no local. Duas pessoas que estava na caminhonete 
ficaram feridas. Logo após a colisão, um veículo Corolla bateu no Uno e ainda 
atingiu a vítima que estava na pista. O motorista do Corolla não ficou ferido. O 
Batalhão Rodoviário da Brigada Militar sinalizou o trecho e orientou motoristas 
sobre desvios no local. No entanto, com a chegada da perícia e com a retirada dos 
carros que estavam na pista, a rodovia foi liberada logo depois das 10h30. A Em 
relação ao trabalho pericial, um servidor deslocado para atender a ocorrência 
informou que foi acionado somente por volta de 8h30min. Os nomes das pessoas 
feridas não foram divulgados. Ante o exposto, responda de forma objetiva e 
fundamentada: 
a) Quais as teorias adotadas pelo Código Penal acerca da Relação de Causalidade? 
b) No caso narrado, caso a vítima que se encontrava na pista em decorrência do acidente entre 
o veículo Uno e a caminhonete Montana, tivesse vindo a óbito em decorrência da conduta do 
motorista do Corolla, o resultado morte seria imputado a todos os condutores envolvidos no 
acidente? 
O caso concreto em análise versa sobre a distinção entre as teorias da equivalência das Condições 
e da causalidade adequada e seus consectários (art.13, caput e §1º, do Código Penal) A segunda 
pergunta formulada versa sobre a superveniência de causa relativamente independente e suas 
consequências para fins de responsabilização penal. 
Teoria geral do crime: resultado e nexo de causalidade 
O crime é fato típico, antijurídico e culpável. O fato típico, por sua vez, possui quatro elementos 
integrantes: a conduta do agente, o resultado da conduta, o nexo-causal e a tipicidade penal. 
Resultado e nexo de causalidade são dois elementos intimamente ligados. 
Resultado 
O resultado é entendido como a modificação no mundo exterior provocada pela conduta: é a 
consequência da conduta. Baseia-se em duas teorias. 
Teoria naturalística 
Resultado é a modificação “naturalmente visível” causada no mundo exterior pela conduta, 
como a perda patrimonial no furto, a morte no homicídio ou os traumas físicos na lesão corporal. 
Porém, nem todo crime possui resultado naturalístico. Assim, existem crimes considerados 
materiais, formais e de mera conduta. 
Crimes materiais. A consumação só ocorre se houverem resultados naturalísticos, como o 
homicídio, que só se consuma com a morte da vítima. 
Crimes formais. O resultado naturalístico é até possível, mas é “irrelevante”, pois o “resultado 
final” não precisa necessariamente acontecer, como na extorsão mediante sequestro, que se 
consuma no momento em que a vítima é sequestrada, mesmo que os criminosos recebam ou não 
o resgate. 
Crimes de mera conduta. Não produzem nenhuma alteração no mundo concreto, como o crime 
de desobediência. 
Teoria jurídica ou normativa 
Crime é toda lesão ou ameaça a um bem jurídico relevante: todo crime tem resultado jurídico 
pois sempre agride a um bem jurídico tutelado pelo direito penal. Se não houver resultado 
jurídico não existe crime: homicídio é crime pois atinge o bem jurídico vida, roubo é crime pois 
atinge o bem jurídico patrimônio. 
Nexo-causal 
É o elo entre a conduta do agente e o resultado: se a conduta deu ou não causa ao resultado. 
Natureza 
É a constatação da relação entre a conduta e o resultado. A relação causa-efeito independe da 
apreciação jurídica de dolo ou culpa. Se um motorista está dirigindo de forma correta e uma 
criança se solta da mão da mãe e se precipita na frente do carro vinda a ser atropelada e morrer, 
mesmo sem atuar com dolo ou culpa, o motorista deu causa à morte. 
Nexo normativo 
Porém, para que haja fato típico, não basta a mera constatação do nexo de causalidade: de acordo 
com o art. 19 do Código Penal, é necessário que o agente tenha concorrido com dolo ou culpa: ou 
não há fato típico. O fato típico só existe se houver nexo-causal físico, concreto, e nexo normativo. 
 
 
Incidência do nexo-causal 
Só incide nos crimes materiais, onde há resultado naturalístico (crimes formais e de mera conduta 
são compostos apenas de conduta e tipicidade), e nos crimes comissivos (pois não há relação de 
nexo de causalidade nas condutas omissivas). 
Espécies da causa 
Em seu art. 13, o CP adotou a teoria “conditio sine qua non” (sem a qual não pode ser), que 
considera que todas as causas envolvidas são equivalentes: tudo o que concorrer para o resultado 
é considerado causa. 
1 – Causa dependente da conduta 
Considera o desdobramento causal como decorrência lógica, óbvia, previsível e normal da 
conduta. Se há mais de uma causa, e uma causa depende da outra, todas ligam a conduta ao 
resultado. 
2 – Causa independente da conduta 
O desdobramento da conduta é imprevisível, inusitado, inesperado. Pode ser absolutamente 
independente e parcialmente independente. 
A causa absolutamente independente não tem nada a ver com a conduta, e rompe o nexo-causal: 
o agente responderá apenas por tentativa, pois sua conduta não produziu resultado. 
A relativamente independente produz resultado que se origina do contexto da conduta, e não 
necessariamente da causa em si, e, teoricamente, não rompe o nexo-causal, pois se não houvesse 
a conduta a causa não existiria. Mas o nosso Código Penal em seu art. 13, § 1º, como exceção, 
determinou que quando a causa relativamente independente for superveniente à conduta, ou 
seja, ocorrer depois dela, o nexo-causal é desprezado. Por exemplo, a pessoa que tomou um tiro 
e morre por causa de um acidente com a ambulância a caminho do hospital: deveria haver nexo-
causal, pois sem o tiro a vítima não estaria na ambulância que sofreu o acidente fatal: mas nesse 
caso, como a causa da morte foi superveniente à conduta do agente, ignora-se o nexo-causal. 
RESUMINDO: SEGUNDO NUCCI, trata-se da teoria de relação de causalidade adotada pelo art. 13 do Código 
Penal, significando constituir causado resultado toda ação ou omissão sem a qual o referido resultado não 
teria ocorrido. Imputa-se o resultado do crime a quem lhe deu causa. Trata-se de teoria naturalística, baseada 
na concepção de que todos os antecedentes do resultado somente podem ser penalmente relevantes, para fim 
de estabelecimento do nexo causal, se forem determinantes para gerar o evento. Pela eliminação hipotética, 
pode-se perceber que determinado antecedente, em verdade, não é causa do resultado, bastando, para isso, 
que seja abstraído como não ocorrido; assim fazendo, se o resultado não desaparecer, o antecedente não é 
causa; porém, se sumir, trata-se de causa. Ilustrando, pode-se afirmar constituir antecedente causal natural 
do resultado morte da vítima a conduta do agente que lhe desferiu tiros de arma de fogo. Sem os tiros, a morte 
não teria ocorrido. Igualmente, pode-se incluir na relação de causalidade a conduta de vender o revólver ao 
autor dos tiros. Depois de se estabelecer o nexo causal, verifica-se quem agiu com dolo ou culpa para se poder 
responsabilizar criminalmente. A principal crítica à teoria desdobra-se, basicamente, na sua possibilidade de 
regresso ao infinito, considerando causa do evento condutas distantes, que, dentro de qualquer exame de 
razoabilidade, não seriam reputadas antecedentes causais do delito. 
Questão objetiva. 
Analise as assertivas abaixo, acerca da Relação de Causalidade e Resultado e assinale a opção correta: 
I. Para a teoria da conditio sine qua non, se a vítima morre quando poderia ter sido salva, 
caso levada, logo após o fato, a atendimento médico, responde o agente da ação com 
animus necandi por homicídio consumado. Mas, se levada a socorro em hospital, 
morresse por efeito de substância tóxica ministrada por engano pela enfermeira, o 
agente responderia por tentativa de homicídio e não por homicídio consumado. 
(CERTA) 
II. Para a teoria da imputação objetiva, o ato de imputar significa atribuir a alguém a 
realização de uma conduta criadora de um risco relevante e juridicamente proibido e a 
produção de um resultado jurídico. Pressupõe um perigo criado pelo agente e não 
coberto por um risco permitido dentro do alcance do tipo. O risco permitido conduz à 
atipicidade, e o risco proibido, quando relevante, à tipicidade. A imputação objetiva 
constitui elemento normativo implícito do tipo penal. (CERTA) 
III. Considera-se o delito de extorsão mediante sequestro, previsto no art.159, do Código 
Penal, um crime instantâneo de efeito permanente, já que seu momento consumativo é 
instantâneo, mas seus efeitos perduram no tempo. (ERRADA) 
IV. Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finalidade é limitar a responsabilidade 
penal, o resultado não pode ser atribuído à conduta do agente quando o seu agir decorre 
da prática de um risco permitido ou de uma conduta que diminua o risco proibido. 
(CERTA) 
Estão corretas as assertivas: 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) II, III e IV. 
d) I e II. 
NOTAS: Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finalidade é limitar a responsabilidade 
penal, o resultado não pode ser atribuído à conduta do agente quando o seu agir decorre 
da prática de um risco permitido ou de uma conduta que diminua o risco proibido 
(CORRETA). Fundamentação: A teoria da imputação objetiva delineada por Honig e 
impulsionada por Claus Roxin tem como função limitar a reponsabilidade penal do agente 
sob o enfoque de elemento puramente objetivo, tal como a criação ou incremente de 
perigo juridicamente intolerável e não permitido ao bem jurídico. Tal teoria, nas palavras 
de Bitencourt, “tem natureza complementar, uma vez que não despreza de todo a solução 
oferecida pela teoria da conditio”. 
 
 
 
 
Classificação do crime de HOMICÍDIO: trata-se de crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado 
ou especial); material (delito que exige resultado naturalístico, consistente na morte da vítima); de forma livre 
(podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (“matar” implica ação) e, 
excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2.º, do Código 
Penal); instantâneo (cujo resultado “morte” se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); de dano 
(consuma-se apenas com efetiva lesão a um bem jurídico tutelado); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só 
agente); progressivo (trata-se de um tipo penal que contém, implicitamente, outro, no caso a lesão corporal); 
plurissubsistente (via de regra, vários atos integram a conduta de matar); admite tentativa. 
Classificação do crime de EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO: trata-se de crime comum (aquele que não demanda 
sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito cujo resultado naturalístico previsto no tipo penal – recebimento 
do resgate – pode não ocorrer, contentando-se, para a sua configuração, com a conduta de sequestrar); de forma 
livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (“sequestrar” implica ação) e, 
excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2.º, do Código 
Penal); permanente (o resultado se prolonga no tempo); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); 
plurissubsistente (em regra, vários atos integram a conduta); admite tentativa. Trata-se de crime hediondo (Lei 
8.072/90).

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