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Embriologia ate 4 semanas

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 Embriologia 
 
 
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 CLIVAGEM 
A formação do ser humano será originada 
através do zigoto, que foi originado na 
fecundação. Cromossomos migram para o 
equador do ovúlo na metáfaseda primeira 
divisão mitótica de segmentação em que o 
material genético materno associa-se ao 
paterno. Processo denominado de ANFIMIXIA 
ou SiNGAMIA. 
Contudo, a clivagem se consiste em divisões 
mitóticas repetidas do zigoto, resultando em 
um aumento rápido do número de células 
(blastômeros) que ficam cada vez menores 
devido a manutenção do volume. Porém, esse 
aumento na quantidade de blastômeros não 
altera o tamanho normal do embrião, isso é 
por conta da zona pélucida que ainda se faz 
presente no embrião. 
A clivagem ocorre enquanto o zigoto caminha 
para o útero. Após o estágio de 9 blastômeros 
esses se unem firmemente uns com os outros 
para formar uma bola compacta. Esse 
fenômeno de compactação, é mediado por 
glicoproteínas de adesão de superfície celular, 
o que permite uma maior interação entre as 
células e reconstitui um pré-requisito para a 
formação da massa celular interna do 
blastocisto (embrioblasto). 
Ao continuar a sequência de divisões mitóticas, 
a partir de 12 a 32 blastômeros, esse zigoto 
passa a ser chamado de MÓRULA. 
A Mórula é então, um conjunto de células que 
se multiplicam e são envolvidas pela zona 
pelúcida, mantendo seu tamanho original (de 
zigoto), isso permite que ela passe pela tuba 
uterina. Ela se forma 3 dias após a 
fecundação e chega ao útero. 
 
 BLASTOGÊNESE 
É a formação do blastocisto, que ocorre no 4º 
dia quando a mórula chega na cavidade 
uterina. Então a mórula passa a formar uma 
cavidade blastocística que é um espaço 
preenchido por fluído originado da cavidade 
uterina. 
Ao ocorre infiltração do líquido para a mórula, 
formando a cavidade, ela pode se transformar 
em duas coisas: 
Uma delgada camada celular externa, o 
trofoblasto (Grego trophe, nutrição), que 
formará a parte embrionária da placenta 
Um grupo de blastômeros localizados 
centralmente, o embrioblasto (massa celular 
interna), que formará o embrião. 
 
Após flutuar nas secreções uterinas por 2 dias 
a zona pelúcida se desaparece gradualmente, 
o que possibilita um rápido crescimento celular. 
O embrião ao flutuar é nutrido por secreções 
de glândulas uterinas. A esse estágio de 
desenvolvimento, o concepto é chamado de 
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blastocisto ou blástula. A Blástula ainda estar 
solta no útero. A diferenciação das células em 
duas partes vai facilitar a nidação. 
OBS: Uma proteína imunossupressora, o fator 
de gestação inicial, é secretada pelas células 
trofoblásticas e aparece no soro materno 
cerca de 24 a 48 horas após a fecundação. 
O fator de gestação inicial é a base do teste 
de gravidez durante os primeiros 10 dias de 
desenvolvimento. 
 NIDAÇÃO 
Será a implantação do blastocisto na parede 
uterina, o endométrio. Aproximadamente 6 
dias após a fecundação (dia 20 de um ciclo 
menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao 
epitélio endometrial, normalmente adjacente ao 
polo embrionário. 
Logo que o blastocisto adere ao epitélio 
endometrial, o trofoblasto se prolifera 
rapidamente e se diferencia em duas camadas: 
Um camada mais interna, o Citotrofoblasto 
Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, 
que consiste em uma massa protoplasmática 
multinucleada. (Ele invade o tecido conjuntivo do 
endométrio, com a ajuda de enzimas para se 
implantar) 
Ao chegar no 7º dia da concepção, tem o 
surgimento de uma nova camada, recobrindo o 
embrioblasto e voltada para a cavidade 
blastocística chamado de Hipoblasto ou 
endoderma primário. 
Nesse momento, o blastocisto obtém sua 
nutrição justamente pelo sinciciotrofoblasto. 
Com isso, finaliza a primeira semana da 
gestação. 
 
SEGUNDA SEMANA 
À medida que a implantação do blastocisto 
ocorre, mudanças morfológicas no 
embrioblasto produzem um disco embrionário 
bilaminar formado pelo epiblasto e pelo 
hipoblasto. O disco embrionário origina as 
camadas germinativas que formam todos os 
tecidos e órgãos do embrião. As estruturas 
extraembrionárias que se formam durante a 
segunda semana são a cavidade amniótica, o 
âmnio, a vesícula umbilical conectada ao 
pedículo e o saco coriônico. 
TÉRMINO DA IMPLANTAÇÃO DO 
BLASTOCISTO 
A implantação do blastocisto termina durante 
a segunda semana. Ela ocorre durante um 
período restrito entre 6 e 10 dias após a 
ovulação e a fecundação. 
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As células do tecido conjuntivo ao redor do 
local da implantação acumulam glicogênio e 
lipídios e assumem um aspecto poliédrico 
(muitos lados). Algumas dessas células, as 
células deciduais, se degeneram nas 
proximidades do sinciciotrofoblasto invasor. O 
sinciciotrofoblasto engolfa essas células que 
servem como uma rica fonte de nutrientes 
para o embrião. O sinciciotrofoblasto produz 
um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra 
na circulação sanguínea materna através de 
cavidades isoladas (lacunas) no 
sinciciotrofoblasto. 
O hCG mantém a atividade hormonal do corpo 
lúteo no ovário, durante a gestação. O corpo 
lúteo é uma estrutura glandular endócrina que 
secreta estrogênio e progesterona para 
manter a gestação. 
FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA, DO 
DISCO EMBRIONÁRIO E DA VESÍCULA 
UMBILICAL (2ª semana) 
Ao obter a progressão da implantação do 
sinciciotrofoblasto (bem maior). Com isso, 
ocorre o surgimento de um pequeno espaço 
no embrioblasto chamada de cavidade 
amniótica.. Logo, as células amniogênicas 
(formadoras do âmnio), os amnioblastos, se 
separam do epiblasto e formam o âmnio, que 
reveste a cavidade amniótica.. 
Concomitantemente, ocorrem mudanças 
morfológicas no embrioblasto que resulta na 
formação de uma placa bilaminar de células 
achatadas. O disco embrionário, que é formado 
por 2 camadas: 
O Epiblasto, uma camada mais espessa, 
constituída de células cilíndricas altas, voltadas 
para a cavidade amniótica. 
O hipoblasto, composto de células cuboides 
pequenas adjacentes à cavidade exocelômica. 
O epiblasto forma o assoalho da cavidade 
amniótica e está perifericamente em 
continuidade com o âmnio. O hipoblasto forma 
o teto da cavidade exocelômica e é contínuo 
à delgada membrana exocelômica. Essa 
membrana, juntamente com o hipoblasto, 
reveste a vesícula umbilical primitiva. O disco 
embrionário agora situa-se entre a cavidade 
amniótica e a vesícula. As células do 
endoderma da vesícula produzem uma camada 
de tecido conjuntivo, o mesoderma 
extraembrionário, que passa a envolver o 
âmnio e a vesícula umbilical. A vesícula umbilical 
e a cavidade amniótica possibilitam os 
movimentos morfogenéticos das células do 
disco embrionário. 
 
 
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OBS: Nesse período também irá ocorrer a 
formação de lacunas dentro do 
sinciciotrofoblasto, que serão preenchidas por 
mistura de sangue materno (pelos capilares 
endometriais) e por restos celulares das 
glândulas uterinas que vão sendo erodidas. 
Portanto, esse fluido é chamado de 
embriotrofo e chega ao disco embrionário por 
difusão e fornece material nutritivo para o 
embrião. 
A comunicação dos capilares endometriais 
rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto 
estabelece a circulação uteroplacentária 
primitiva. Quando o sangue materno flui para 
rede lacunar, o oxigênio e as substâncias 
nutritivas passam para o embrião. O sangue 
oxigenado passa para as lacunas a partir das 
artérias endometriais espiraladas e o sangue 
pouco oxigenado é removido das lacunas pelas 
veias endometriais. 
 
No décimo dia, o concepto (embrião e 
membranas) está completamente implantado 
no endométrio uterino. Inicialmente, existe uma 
falha superficial no epitélio endometrial que 
logo é fechada por um tampão, um coágulo 
sanguíneo fibrinoso. Por volta do 12° dia, o 
epitélio quase totalmente regeneradorecobre 
o tampão. Isso resulta parcialmente da 
sinalização de AMPc e progesterona. Assim 
que o concepto se implanta, as células do 
tecido conjuntivo endometrial continuam 
passando por transformações: é a reação 
decidual. As células incham devido ao acúmulo 
de glicogênio e lipídios no citoplasma. A 
principal função da reação decidual é fornecer 
nutrientes para o embrião e um local 
imunologicamente privilegiado para o concepto. 
Em um embrião de 12 dias, as lacunas 
sinciociotrofoblásticas adjacentes se fusionam 
para formar a rede lacunar, dando ao 
sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. 
As redes lacunares, particularmente ao redor 
do polo embrionário, são os primórdios dos 
espaços intervilosos da placenta. Os capilares 
endometriais ao redor do embrião implantado 
se tornam congestos e dilatados, formando os 
sinusoides maternos, vasos terminais de 
paredes finas e mais largos do que os 
capilares normais. A formação dos vasos 
sanguíneos no estroma endometrial (estrutura 
de tecido conjuntivo) está sob a influência do 
estrogênio e da progesterona. A expressão de 
conexina 43 (Cx43), uma proteína de junção 
comunicante, possui um papel decisivo na 
angiogênese do local de implantação e na 
manutenção da gestação. 
 
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Após mudanças no trofoblasto e no 
endométrio, o mesoderma extraembrionário 
aumenta e aparecem os espaços celômicos 
extraembrioários. Essa cavidade contém fluido 
e envolve o âmnio e a vesícula umbilical, exceto 
onde estão aderidos ao córion (membrana 
fetal mais externa). 
Com a formação do celoma extraembrionário, 
a vesícula primitiva diminui e se forma a 
vesícula umbilical secundária um pouco menor. 
Durante a formação da vesícula umbilical 
secundária, uma grande parte da vesícula 
umbilical primitiva se desprende, deixando uma 
vesícula remanescente. 
A vesícula umbilical dos humanos não contém 
vitelo; entretanto, possui funções importantes 
– por exemplo, ela é o local de origem das 
células germinativas primordiais. Ela pode ter 
função também na transferência seletiva de 
nutrientes para o embrião. 
 
Desenvolvimento do Saco coriônico 
O final da segunda semana é marcado pelo 
aparecimento das vilosidades coriônicas 
primárias. As vilosidades (processos vasculares 
do córion) formam colunas com revestimentos 
sinciciais. As extensões celulares crescem para 
dentro do sinciciotrofoblasto. Acredita- se que 
o crescimento dessas extensões seja induzido 
pelo mesoderma somático extraembrionário 
subjacente. As projeções celulares formam as 
vilosidades coriônicas primárias, que são o 
primeiro estágio de desenvolvimento das 
vilosidades coriônicas da placenta (órgão 
fetomaternal de troca metabólica entre o 
embrião e a mãe). 
O celoma1 extraembrionário divide o 
mesoderma extraembrionário em duas 
camadas: 
• O mesoderma somático extraembrionário, 
que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio 
. • O mesoderma esplâncnico extraembrionário, 
que envolve a vesícula umbilical 
 O corion é o mesoderma somático 
extraembrionário + citotroofoblasto + 
sinciotrofoblasto 
 Então, em sua volta terá um celoma 
embrionário que será chamado de 
cavidade coriônica. 
Formação da placa pre-cordal 
-Em torno de 14 dias o embrião tem um 
disco bilaminar com parte de superior 
chamada epiblasto e inferior o hipoblasto 
-Na parte inferior tem a existência de 
células hipoblásticas colunares que 
começam a se multiplicar para formar a 
placa precordal 
Ela que vai desenvolver o sistema nervoso 
da criança e forma a boca e a cabeça do 
bêbe 
 
 
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RESUMO DA SEGUNDA SEMANA: 
•Assim que o blastocisto completa a 
implantação no endométrio uterino ocorre uma 
rápida proliferação e diferenciação do 
trofoblasto. 
• As mudanças no endométrio resultantes da 
adaptação desses tecidos em preparação 
para a implantação são denominadas de 
reação decidual. 
• Concomitantemente, forma-se a vesícula 
umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento 
do mesoderma extraembrionário. O celoma 
(cavidade) extraembrionário forma-se a partir 
de espaços presentes no mesoderma 
extraembrionário. Posteriormente, o celoma se 
torna a cavidade coriônica. 
 • A vesícula umbilical primitiva diminui e 
desaparece gradativamente conforme ocorre 
o desenvolvimento da vesícula umbilical 
secundária. 
• A cavidade amniótica aparece entre o 
citotrofoblasto e o embrioblasto. 
• O embrioblasto se diferencia em um disco 
embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, 
voltado para a cavidade amniótica, e pelo 
hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. 
• O desenvolvimento da placa pré-cordal, um 
espessamento localizado no hipoblasto, indica 
a futura região cranial do embrião e o futuro 
local da boca; a placa pré-cordal também é um 
importante organizador da região da cabeça. 
 TERCEIRA SEMANA 
Na terceira semana do desenvolvimento tem o 
aparecimento da linha primitiva, a notocorda e 
a diferenciação das 3 camadas germinativas 
que posteriormente vão dar origem aos 
diferentes órgãos e tecidos. 
- Essas 3 semanas de concepção ocorrem 
cerca de 5 semanas após o último ciclo 
menstrual da mulher. 
 GASTRULAÇÃO 
É o nome do evento que ocorre a 
transformação do disco embrionário bilaminar 
em trilaminar. Formado pelas 3 camadas 
germinativas : ectoderma, mesoderma e 
endoderma. 
A gastrulação também é responsável pela 
inicio da morfogênese que é o processo do 
desenvolvimento da forma do corpo humano, 
nesse momento o embrião é chamado de 
gástula. 
Cada uma das três camadas germinativas 
(ectoderma, mesoderma e endoderma) dá 
origem a tecidos e órgãos específicos: 
• O ectoderma embrionário dá origem à 
epiderme, aos sistemas nervosos central e 
periférico, aos olhos e ouvidos internos, às 
células da crista neural e a muitos tecidos 
conjuntivos da cabeça. 
 • O endoderma embrionário é a fonte dos 
revestimentos epiteliais dos sistemas 
respiratório e digestório, incluindo as glândulas 
que se abrem no trato digestório e as células 
glandulares de órgãos associados ao trato 
digestório, como o fígado e o pâncreas. 
• O mesoderma embrionário dá origem a todos 
os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, 
ao revestimento dos vasos sanguíneos, à 
musculatura lisa das vísceras, ao revestimento 
seroso de todas as cavidades do corpo, aos 
ductos e órgãos dos sistemas genitais e 
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excretor e à maior parte do sistema 
cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de 
todos os tecidos conjuntivos, incluindo 
cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme 
e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos 
internos. 
Linha Primitiva 
O primeiro sinal morfológico da gastrulação é 
a formação da linha primitiva na superfície do 
epiblasto do disco embrionário bilaminar.. 
A linha primitiva começa a se formar quando 
as células do epiblasto se proliferam e 
movimentam par o plano mediano do disco 
embrionário. 
Tão logo a linha primitiva aparece, é possível 
identificar o eixo craniocaudal, as extremidades 
cranial e caudal, as superfícies dorsal e ventral 
do embrião. Conforme a linha primitiva se 
alonga pela adição de células à sua 
extremidade caudal, sua extremidade cranial 
prolifera para formar o nó primitivo 
Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco 
primitivo, se desenvolve na linha primitiva e é 
contínuo com uma pequena depressão no nó 
primitivo, a fosseta primitiva. O sulco primitivo e 
a fosseta primitiva resultam da invaginação 
(movimento para dentro) das células 
epiblástica.. 
Pouco tempo depois do aparecimento da linha 
primitiva, as células migram de sua superfície 
profunda para formar o mesênquima, um 
tecido conjuntivo embrionário formado por 
pequenas células fusiformes, frouxamente 
organizadas em uma matriz extracelular 
(substância intercelular de um tecido) de fibras 
colágenas (reticulares) esparsas. O 
mesênquima forma os tecidos de sustentaçãodo embrião, assim como a maior parte dos 
tecidos conjuntivos do corpo e a trama de 
tecido conjuntivo das glândulas. Uma parte do 
mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma 
indiferenciado), que forma o mesoderma 
intraembrionário. 
As células do epiblasto, bem como as do nó 
primitivo e de outras partes da linha primitiva, 
deslocam o hipoblasto, formando o endoderma 
embrionário no teto da vesícula umbilical. As 
células remanescentes do epiblasto formam o 
ectoderma embrionário. 
Processo Notocordal 
Algumas células mesenquimais migram através 
da linha primitiva e, como consequência, 
adquirem os destinos de célula mesodérmica. 
Essas células então migram cefalicamente do 
nó e da fosseta primitiva, formando um cordão 
celular mediano, o processo notocordal 
Nesse processo tem a formação do canal 
notocordal, que é um lúmen. O processo cresce 
cranialmente entre o ectoderma e endoderma 
até a placa pré-cordal. Essa placa dá origem 
ao endoderma da membrana bucofaríngea, 
localizada no futuro como cavidade oral. 
Na região caudal, a linha primitiva existe uma 
área circular, a membrana cloacal que indica o 
futuro ânus. 
Por volta da metade da terceira semana, o 
mesoderma intraembrionário separa o 
ectoderma e o endoderma em todos os 
lugares, exceto: 
• Cranialmente, na membrana bucofaríngea 
• No plano mediano da região cranial até o nó 
primitivo, onde o processo notocordal está 
localizado 
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• Caudalmente, na membrana. Os sinais 
instrutivos da região da linha primitiva induzem 
as células precursoras notocordais a formar a 
notocorda, uma estrutura celular semelhante a 
um bastão. O mecanismo molecular que induz 
essas células envolve (pelo menos) a 
sinalização Shh da placa ventral do tubo neural. 
A notocorda: 
• Define o eixo longitudinal primordial do 
embrião e dá a ele alguma rigidez. 
 • Fornece sinais que são necessários para o 
desenvolvimento das estruturas 
musculoesqueléticas axiais e do sistema 
nervoso central (SNC). 
• Contribui para a formação dos discos 
intervertebrais localizados entre corpos 
vertebrais adjacentes. Inicialmente, o processo 
notocordal se alonga pela invaginação das 
células da fosseta primitiva. A fosseta primitiva 
é um aprofundamento que se desenvolve e se 
estende para dentro do processo notocordal 
formando o canal notocordal. O processo 
notocordal se torna um tubo celular que se 
estende cranialmente a partir do nó primitivo 
até a placa pré-cordal. 
Alantoide 
Aparece na 16ª dia como uma evaginação na 
parede caudal da vesícula umbilical que se 
estende para pedículo de conexão. 
 NEURULAÇÃO 
É processo de formação da placa neural e das 
pregas neurais com seu fechamento para 
estabelecer o tubo neural que se completa até 
o final da quarta semana, quando ocorre o 
fechamento neuroporo caudal. 
A partir do momento em que a notocorda se 
desenvolve, o ectoderma começa a se 
espessar para formar a placa neural. 
-O neuro ectoderma da placa dá origem ao 
SN, o encéfalo e a medula espinhal, além de 
outras estruturas como retina. 
A partir do 18º dia, a placa neural se invagina 
para formar o sulco neural mediano com 
pregas neurais em ambos os lados. Ao final da 
3ª semana, as pregas neurais se movem e se 
fusionam transformando a placa neural em 
tubo neural que irá se seprarar do ectoderma 
superficial assim que as pregas neurais se 
fusionarem. 
Desenvolvimento dos Somitos 
Próximo ao final da terceira semana, o 
mesoderma paraxial (é a junção das células 
derivadas do nó primitivo) se diferencia, se 
condensa e começa a se dividir em corpos 
cuboides pareados, os SOMITOS, que formam 
em uma sequência craniocaudal. 
Os Somitos formam elevações na superfície do 
embrião e são um pouco triangulares, e são 
utilizados para determinar a idade do embrião. 
Eles surgem na região occipital da cabeça e 
se desenvolvem dando origem a maior parte 
do esqueleto axial e a musculatura associada, 
assim como a derme da pele adjacente 
Desenvolvimento do Celoma intraembrionário 
O aparecimento do Celoma intraembrionário 
divide o mesoderma lateral em duas camadas: 
• Uma camada somática ou parietal de 
mesoderma lateral localizado abaixo do epitélio 
ectodérmico, que é contínuo com o 
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mesoderma extraembrionário que reveste o 
âmnio. 
• Uma camada esplâncnica ou visceral de 
mesoderma lateral localizado adjacente ao 
endoderma, que é contínuo com o mesoderma 
extraembrionário que reveste a vesícula 
umbilical. 
Desenvolvimento inicial do Sistema 
Cardiovascular 
A formação dos vasos sanguíneos começa no 
mesoderma extraembrionário da vesícula 
umbilical, do pedículo de conexão e do córion. 
A formação do sist.. cv, está relacionada a 
necessidade crescente por oxigênio e 
nutriente para o embrião. 
A formação do sistema vascular embrionário 
envolve dois processos, a vasculogênese e a 
angiogênese. A vasculogênese é a formação 
de novos canais vasculares pela união de 
precursores individuais celulares (angioblastos). 
A angiogênese é a formação de novos vasos 
pelo brotamento e ramificação de vasos 
preexistentes. 
Resumo da terceira semana 
• O disco embrionário bilaminar é convertido 
em um disco embrionário trilaminar durante a 
gastrulação. Essas alterações começam com o 
aparecimento da linha primitiva, que surge no 
início da terceira semana como um 
espessamento do epiblasto na extremidade 
caudal do disco embrionário. 
 • A linha primitiva resulta da migração de 
células do epiblasto para o plano mediano do 
disco. A invaginação das células epiblásticas a 
partir da linha primitiva dá origem as células 
mesenquimais que migram ventral, lateral e 
cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto. 
• Logo que a linha primitiva começa a produzir 
células mesenquimais, o epiblasto passa a ser 
conhecido como ectoderma embrionário. 
Algumas células do epiblasto deslocam o 
hipoblasto e formam o endoderma embrionário. 
As células mesenquimais produzidas pela linha 
primitiva logo se organizam em uma terceira 
camada germinativa, o mesoderma 
intraembrionário ou embrionário, ocupando a 
área entre o antigo hipoblasto e as células do 
epiblasto. As células do mesoderma migram 
para as bordas do disco embrionário, onde se 
unem ao mesoderma extraembrionário que 
reveste o âmnio e a vesícula umbilical. 
• Ao final da terceira semana, o embrião é 
um disco embrionário oval .O mesoderma existe 
entre o ectoderma e o endoderma do disco 
em toda a sua extensão, exceto na membrana 
bucofaríngea; no plano mediano, ocupado pela 
notocorda e na membrana cloacal. 
• No início da terceira semana, as células 
mesenquimais da linha primitiva formam o 
processo notocordal, entre o ectoderma e o 
endoderma embrionário. O processo 
notocordal se estende do nó primitivo até a 
placa précordal. Formam-se aberturas no 
assoalho do canal notocordal, que logo 
coalescem, formando a placa notocordal. Essa 
placa se invagina para formar a notocorda, o 
eixo primitivo do embrião ao redor do qual se 
forma o esqueleto axial (p. ex., a coluna 
vertebral). 
• A placa neural aparece como um 
espessamento do ectoderma do embrião, 
induzido pelo desenvolvimento da notocorda. 
Um sulco neural longitudinal se desenvolve na 
placa neural, e é margeado pelas pregas 
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neurais. A fusão das pregais neurais forma o 
tubo neural, o primórdio do SNC 
. • À medida que as pregas neurais se 
fusionam para formar o tubo neural, as células 
neuroectodérmicas formam a crista neural 
entre o ectoderma superficial e o tubo neural. 
• O mesoderma de cada lado da notocorda se 
condensa para formar colunas longitudinais de 
mesoderma paraxial, que, até o final da 
terceira semana, dão origem aos somitos. 
 • O celoma (cavidade) no interior do embrião 
surge como espaços isolados no mesoderma 
lateral e no mesoderma cardiogênico. As 
vesículas celômicas em seguida coalescemformando uma única cavidade, em formato de 
ferradura, que, posteriormente, originam as 
cavidades do corpo 
• Os vasos sanguíneos aparecem primeiro na 
parede da vesícula umbilical, do alantoide e do 
córion. Eles se desenvolvem no interior do 
embrião logo em seguida. As hemácias fetais 
se desenvolvem a partir de precursores 
hematopoiéticos diferentes. 
• O coração primitivo é representado pelos 
tubos cardíacos endocárdicos pareados. Até o 
final da terceira semana, os tubos cardíacos 
se fundiram, formando um coração tubular, que 
está unido aos vasos sanguíneos do embrião, 
da vesícula umbilical, do córion e do pedículo de 
conexão, formando um sistema cardiovascular 
primitivo 
• As vilosidades coriônicas primárias se tornam 
vilosidades coriônicas secundárias quando 
adquirem um eixo central mesenquimal. Antes 
do final da terceira semana, ocorre o 
desenvolvimento de capilares transformando- 
as em vilosidades coriônicas terciárias. As 
extensões citotrofoblásticas das vilosidades-
tronco se unem para formar uma capa 
citotrofoblástica que ancora o saco coriônico 
no endométrio. 
 QUARTA SEMANA 
No inicio o embrião possui de 4 a 12 somitos, 
ele é quase reto. O tubo neural é formado em 
frente aos somitos, mas é amplamente aberto 
nos neuroporos rostral e caudal. 
É possível visualizar os arcos faríngeo, além 
disso, o embrião agora está levemente curvado 
em função das pregas cefálica e caudal. O 
coração forma uma grande proeminência 
cardíaca ventral e bombeia sangue 
Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 
26 dias e o neuroporo rostral está fechado. O 
prosencéfalo produz uma elevação 
proeminente na cabeça e o dobramento do 
embrião lhe causa uma curvatura em forma de 
C. Os brotos dos membros superiores são 
reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma 
pequena dilatação na parede ventrolateral do 
corpo. As fossetas óticas (primórdio das 
orelhas internas) também estão visíveis. 
Espessamentos ectodérmicos (placoides do 
cristalino), que indicam o primórdio dos futuros 
cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais 
da cabeça. O quarto par de arcos faríngeos e 
os brotos dos membros inferiores estão visíveis 
ao final da quarta semana. Uma longa 
eminência caudal, como uma cauda, é também 
uma característica típica. Rudimentos de muitos 
sistemas de órgãos, especialmente o sistema 
cardiovascular, são estabelecidos. Ao final da 
quarta semana, o neuroporo caudal está 
normalmente fechado. 
 
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IMPORTÂNCIA DO ÁCIDO FÓLICO NA 
GESTAÇÃO 
O ácido fólico é a vitamina B9 do complexo B, 
abundante nas folhas verdes (daí o nome 
fólico). 
A deficiência de folato pode impedir a 
renovação celular adequada durante um 
momento crítico no fechamento do tubo 
neural, resultando assim na sua formação 
incompleta 
O folato interfere no aumento do volume dos 
eritrócitos, das células miometriais do útero 
gravídico e do crescimento da placenta e do 
feto. Atua como coenzima no metabolismo de 
aminoácidos, na síntese de purinas e pirimidinas 
e dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), sendo vital 
para a divisão celular e síntese proteica. 
Importantes funções: 
• Tem importante papel na produção e 
manutenção de novas células, maturação e 
formação de glóbulos vermelhos e brancos na 
medula óssea. 
 • Na gestação, previne defeitos de 
fechamento do tubo neural como anencefalia 
e espinha bífida além de lábio leporino e fenda 
palatina, malformações cardíacas e do trato 
gênito-urinário. A suplementação de folato 
deve ser iniciada antes da concepção, pois o 
tubo neural, estrutura precursora do cérebro e 
da medula espinhal, se fecha entre 22º e 28º 
dias após a concepção. 
• O fechamento deste tubo é essencial para a 
formação da calota craniana e da coluna 
vertebral. 
Alterações previsíveis na carência de ácido 
fólico durante a gestação: 
As gestantes são propensas a desenvolver 
deficiencia de folato, provavelmente devido ao 
aumento de demanda desse nuntriente para o 
crescimetno fetal. Outros fatores que 
contribuem para a deficiência do folato são a 
dieta inadequada, hemodiluição fisiológica 
gestacional e influencia hormonal. 
A deficiencia de folato nas gestações acarreta 
defeitos do tubo neural, consequentes as 
malformações que ocorrem na fase inicial do 
desenvolvimento fetal, entre a 4 e a 5 semana 
de gestação, envolvendo a estrutura primitiva 
que dará origem ao cérebro e a medula 
espinhal. Anencefalia e espinha bífida 
respondem por cerca de 90 % de todos os 
casos de defeito do tubo neural. 
 IMPORTÂNCIA DO USG (frebasgo) 
A Desde meados da década de 1960, a 
ultrassonografia (USG) obstétrica vem 
gradativamente se consolidando como 
ferramenta propedêutica fundamental no 
acompanhamento da gravidez. 
CONFIRMAÇÃO OU DETERMINAÇÃO DO IG 
A correta determinação da IG é um passo 
fundamental para o bom seguimento da 
gravidez, pois permite apropriada avaliação do 
desenvolvimento do concepto. Dessa forma, 
contribui para a identificação dos distúrbios de 
crescimento fetal, bem como para a suspeição 
das diversas condições que desencadeiam 
esses desvios (diabetes gestacional, 
insuficiência placentária e uma gama variada 
de doenças genéticas) 
a predição da IG a partir da medida do 
comprimento crânio-caudal (CCC) fetal entre a 
11ª e a 14ª semana tem um erro de, no 
máximo, uma semana. Estimando-se a IG com 
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o uso de múltiplos parâmetros 
ultrassonográficos (medida do diâmetro 
biparietal, circunferência craniana e 
comprimento do fêmur) por volta da 20a ou 
da 30ª semana, esse erro passa para uma 
semana e meia e duas semanas e meia, 
respectivamente. 
TIPOS DE EXAMES USG: 
Ultrassonografia morfológica de primeiro 
trimestre com perfil bioquímico 
 Deve ser realizada entre 11a e 14a semanas, 
de preferência na 12a semana, com o objetivo 
de detectar a síndrome de Down (89%) e a 
trissomia do 18 (95%). Nessa avaliação 
incluímos a idade materna, a translucência 
nucal, a betagonadotrofina coriônica humana 
livre (β-hCG livre) no soro materno e a 
proteína A plasmática associada à gravidez 
(PAPP-A). A avaliação por ultrassonografia do 
osso nasal eleva o índice de detecção de 
síndrome de Down para cerca de 95%. 
 Ultrassonografia morfológica de 2o trimestre 
com Dopplerfluxometria das artérias uterinas 
maternas e avaliação do colo uterino por via 
vaginal 
 O exame deve se realizado entre 20a e 24a 
semana, preferencialmente na 22a semana, 
tendo como finalidade avaliar problemas físicos, 
cardíacos e renais. Nessa avaliação, a taxa de 
detecção de alterações estruturais está em 
cerca de 81,7%. O estudo do fluxo das artérias 
uterinas maternas tem como objetivo 
identificar pacientes com risco de 
desenvolvimento de pré-eclâmpsia grave, assim 
como de identificar fetos com maior risco de 
crescimento intrauterino restrito. Os índices 
dopplervelocimétricos acima do percentil 95 da 
curva de normalidade ou a persistência da 
incisura protodiastólica após 24 a 26 
semanas são considerados alterados e 
representam uma invasão trofoblástica 
inadequada. O objetivo de avaliar a medida do 
colo uterino é estimar o risco de parto 
prematuro. Um colo de tamanho normal tem 
mais de 25 mm; valores abaixo disso 
aumentam o risco relativo de parto prematuro 
em 7,7 vezes. Nesses casos, pode-se 
recomendar repouso, medicação adequada ou 
até mesmo a realização da circlagem, 
objetivando o termo da gestação. 
Ultrassonografia obstétrica com 
Dopplerfluxometria 
 Deve ser realizado entre 34 e 36 semanas 
e tem como objetivo avaliar o crescimento 
fetal, a quantidade de líquido amniótico e a 
placenta de acordo com o tempo de gestação. 
Utilizando as medidas do diâmetro biparietal, 
da circunferência cefálica, circunferência 
abdominal e do comprimento do fêmur, é 
possível estimar o peso fetal com uma margem 
de erro de 15 a 18% do peso real. Quando o 
crescimento fetal está abaixo do percentil 10 
para a idadegestacional, define-se a restrição 
de crescimento fetal. Por outro lado, fetos 
acima do percentil 95 são considerados 
grandes para a idade gestacional. A avaliação 
do líquido amniótico pode ser feita de forma 
subjetiva antes de 20 semanas e de forma 
objetiva após esse período. Para a avaliação 
objetiva, utilizamos o índice de líquido amniótico 
(ILA). A técnica consiste na divisão imaginária 
do abdome materno em quatro quadrantes, 
realizando a maior medida vertical de líquido 
amniótico livre de partes fetais ou do cordão 
umbilical. De forma geral, considera-se o ILA 
normal quando tem entre 8 e 18 cm. A 
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avaliação placentária é feita com base nos 
seguintes parâmetros: textura, grau de 
maturidade, localização e espessura. A textura 
placentária está relacionada com a associação 
direta entre o grau de calcificação e o de 
maturidade pulmonar fetal, já conhecida há 
cerca de duas décadas. O grau de maturidade 
pode ser obtido pela intensidade, quantidade e 
extensão de calcificação da placenta, avaliado 
pelo exame ultrassonográfico e expresso como 
um escore que varia de 0 a III (Grannum). O 
grau 0 (zero) designa uma placenta 
homogênea, sem calcificação; o grau I, a 
presença de pequenas calcificações 
intraplacentárias; o grau II, a de calcificações 
na placa basal; e no grau III observa-se 
compartimentação da placenta pela presença 
de calcificação da placa basal à coriônica. A 
localização placentária corresponde à posição 
da placenta na cavidade uterina. A 
Dopplerfluxometria é um exame utilizado para 
estudo da função placentária. Sua indicação é 
para gestantes com doenças que possam 
levar à insuficiência placentária, tais como 
hipertensão arterial, diabetes mellitus, 
trombofilias, cardiopatias, lúpus eritematoso 
sistêmico e pneumonias. Nessas situações, a 
utilização desse exame mostrou redução de 
36 a 38% na mortalidade perinatal. 
Entretanto, estudos mostraram que em 
gestações de baixo risco não há benefício na 
utilização rotineira dessa tecnologia. A 
Dopplerfluxometria das artérias umbilicais 
reflete a resistência placentária e é 
dimensionada pela alteração de seus índices 
dopplervelocilimétricos ou pela ausência de 
fluxo ou fluxo reverso diastólico. Essas 
alterações ocorrem devido a placentação 
inadequada, infarto e/ou tromboses no leito 
placentário. Alterações nos índices 
dopplervelocimétricos começam a ser 
observadas quando 30% da área placentária 
está comprometida, e o fluxo ausente ou 
reverso ocorre quando pelo menos 70% da 
placenta apresenta lesões em sua vasculatura. 
Ao observar essas alterações, deve-se 
considerar a ocorrência de insuficiência 
placentária, com consequente diminuição de 
oferta de oxigênio e nutrientes para o feto, o 
que leva à restrição do crescimento e 
desencadeia uma resposta hemodinâmica com 
redistribuição do fluxo sanguíneo para áreas 
nobres, como cérebro, coração e adrenais, o 
que é conhecido como centralização da 
circulação fetal. Após as modificações do 
território arterial, de forma evolutiva, há 
alteração no sistema venoso fetal. 
 
 
Ecocardiografia fetal 
A ecocardiografia fetal é um exame anatômico 
e funcional do coração fetal. Pode ser 
realizado a partir de 18 semanas de gestação, 
mas o período ideal é o da 28a semana. As 
indicações absolutas para a realização do 
exame são pacientes com alto risco para 
cardiopatia congênita, os quais são listados 
abaixo: 
Fatores de risco materno: • Doença 
metabólica materna (diabetes mellitus e 
fenilcetonúria). • Exposição materna a 
substâncias cardioteratogênicas (álcool, 
antiepiléticos, lítio e vitamina A). • Infecção 
(rubéola, citomegalovírus e coxsackie vírus). • 
Exposição à radiação ionizante. 
 Fatores de risco fetal: • Suspeita de 
cardiopatia na ultrassonografia obstétrica. • 
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Presença de distúrbios do ritmo cardíaco. • 
Hidropsia fetal não imune. • Malformações 
extracardíacas. • Anomalia cromossômica. • 
Gestação gemelar monozigótica 
Cardiotocografia anteparto 
 A cardiotocografia anteparto é exame de 
avaliação da vitalidade fetal que analisa 
parâmetros que estudam os efeitos da hipóxia 
sobre o sistema nervoso central fetal.

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