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N o e m i B o r ge s A n d r a d e Embriologia 1 CLIVAGEM A formação do ser humano será originada através do zigoto, que foi originado na fecundação. Cromossomos migram para o equador do ovúlo na metáfaseda primeira divisão mitótica de segmentação em que o material genético materno associa-se ao paterno. Processo denominado de ANFIMIXIA ou SiNGAMIA. Contudo, a clivagem se consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células (blastômeros) que ficam cada vez menores devido a manutenção do volume. Porém, esse aumento na quantidade de blastômeros não altera o tamanho normal do embrião, isso é por conta da zona pélucida que ainda se faz presente no embrião. A clivagem ocorre enquanto o zigoto caminha para o útero. Após o estágio de 9 blastômeros esses se unem firmemente uns com os outros para formar uma bola compacta. Esse fenômeno de compactação, é mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular, o que permite uma maior interação entre as células e reconstitui um pré-requisito para a formação da massa celular interna do blastocisto (embrioblasto). Ao continuar a sequência de divisões mitóticas, a partir de 12 a 32 blastômeros, esse zigoto passa a ser chamado de MÓRULA. A Mórula é então, um conjunto de células que se multiplicam e são envolvidas pela zona pelúcida, mantendo seu tamanho original (de zigoto), isso permite que ela passe pela tuba uterina. Ela se forma 3 dias após a fecundação e chega ao útero. BLASTOGÊNESE É a formação do blastocisto, que ocorre no 4º dia quando a mórula chega na cavidade uterina. Então a mórula passa a formar uma cavidade blastocística que é um espaço preenchido por fluído originado da cavidade uterina. Ao ocorre infiltração do líquido para a mórula, formando a cavidade, ela pode se transformar em duas coisas: Uma delgada camada celular externa, o trofoblasto (Grego trophe, nutrição), que formará a parte embrionária da placenta Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o embrioblasto (massa celular interna), que formará o embrião. Após flutuar nas secreções uterinas por 2 dias a zona pelúcida se desaparece gradualmente, o que possibilita um rápido crescimento celular. O embrião ao flutuar é nutrido por secreções de glândulas uterinas. A esse estágio de desenvolvimento, o concepto é chamado de N o e m i B o r ge s A n d r a d e 2 blastocisto ou blástula. A Blástula ainda estar solta no útero. A diferenciação das células em duas partes vai facilitar a nidação. OBS: Uma proteína imunossupressora, o fator de gestação inicial, é secretada pelas células trofoblásticas e aparece no soro materno cerca de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator de gestação inicial é a base do teste de gravidez durante os primeiros 10 dias de desenvolvimento. NIDAÇÃO Será a implantação do blastocisto na parede uterina, o endométrio. Aproximadamente 6 dias após a fecundação (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo embrionário. Logo que o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas: Um camada mais interna, o Citotrofoblasto Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada. (Ele invade o tecido conjuntivo do endométrio, com a ajuda de enzimas para se implantar) Ao chegar no 7º dia da concepção, tem o surgimento de uma nova camada, recobrindo o embrioblasto e voltada para a cavidade blastocística chamado de Hipoblasto ou endoderma primário. Nesse momento, o blastocisto obtém sua nutrição justamente pelo sinciciotrofoblasto. Com isso, finaliza a primeira semana da gestação. SEGUNDA SEMANA À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças morfológicas no embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto. O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. As estruturas extraembrionárias que se formam durante a segunda semana são a cavidade amniótica, o âmnio, a vesícula umbilical conectada ao pedículo e o saco coriônico. TÉRMINO DA IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO A implantação do blastocisto termina durante a segunda semana. Ela ocorre durante um período restrito entre 6 e 10 dias após a ovulação e a fecundação. N o e m i B o r ge s A n d r a d e 3 As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênio e lipídios e assumem um aspecto poliédrico (muitos lados). Algumas dessas células, as células deciduais, se degeneram nas proximidades do sinciciotrofoblasto invasor. O sinciciotrofoblasto engolfa essas células que servem como uma rica fonte de nutrientes para o embrião. O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de cavidades isoladas (lacunas) no sinciciotrofoblasto. O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação. O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e progesterona para manter a gestação. FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA, DO DISCO EMBRIONÁRIO E DA VESÍCULA UMBILICAL (2ª semana) Ao obter a progressão da implantação do sinciciotrofoblasto (bem maior). Com isso, ocorre o surgimento de um pequeno espaço no embrioblasto chamada de cavidade amniótica.. Logo, as células amniogênicas (formadoras do âmnio), os amnioblastos, se separam do epiblasto e formam o âmnio, que reveste a cavidade amniótica.. Concomitantemente, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto que resulta na formação de uma placa bilaminar de células achatadas. O disco embrionário, que é formado por 2 camadas: O Epiblasto, uma camada mais espessa, constituída de células cilíndricas altas, voltadas para a cavidade amniótica. O hipoblasto, composto de células cuboides pequenas adjacentes à cavidade exocelômica. O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e é contínuo à delgada membrana exocelômica. Essa membrana, juntamente com o hipoblasto, reveste a vesícula umbilical primitiva. O disco embrionário agora situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula. As células do endoderma da vesícula produzem uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extraembrionário, que passa a envolver o âmnio e a vesícula umbilical. A vesícula umbilical e a cavidade amniótica possibilitam os movimentos morfogenéticos das células do disco embrionário. N o e m i B o r ge s A n d r a d e 4 OBS: Nesse período também irá ocorrer a formação de lacunas dentro do sinciciotrofoblasto, que serão preenchidas por mistura de sangue materno (pelos capilares endometriais) e por restos celulares das glândulas uterinas que vão sendo erodidas. Portanto, esse fluido é chamado de embriotrofo e chega ao disco embrionário por difusão e fornece material nutritivo para o embrião. A comunicação dos capilares endometriais rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto estabelece a circulação uteroplacentária primitiva. Quando o sangue materno flui para rede lacunar, o oxigênio e as substâncias nutritivas passam para o embrião. O sangue oxigenado passa para as lacunas a partir das artérias endometriais espiraladas e o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. No décimo dia, o concepto (embrião e membranas) está completamente implantado no endométrio uterino. Inicialmente, existe uma falha superficial no epitélio endometrial que logo é fechada por um tampão, um coágulo sanguíneo fibrinoso. Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regeneradorecobre o tampão. Isso resulta parcialmente da sinalização de AMPc e progesterona. Assim que o concepto se implanta, as células do tecido conjuntivo endometrial continuam passando por transformações: é a reação decidual. As células incham devido ao acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma. A principal função da reação decidual é fornecer nutrientes para o embrião e um local imunologicamente privilegiado para o concepto. Em um embrião de 12 dias, as lacunas sinciociotrofoblásticas adjacentes se fusionam para formar a rede lacunar, dando ao sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. As redes lacunares, particularmente ao redor do polo embrionário, são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta. Os capilares endometriais ao redor do embrião implantado se tornam congestos e dilatados, formando os sinusoides maternos, vasos terminais de paredes finas e mais largos do que os capilares normais. A formação dos vasos sanguíneos no estroma endometrial (estrutura de tecido conjuntivo) está sob a influência do estrogênio e da progesterona. A expressão de conexina 43 (Cx43), uma proteína de junção comunicante, possui um papel decisivo na angiogênese do local de implantação e na manutenção da gestação. N o e m i B o r ge s A n d r a d e 5 Após mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta e aparecem os espaços celômicos extraembrioários. Essa cavidade contém fluido e envolve o âmnio e a vesícula umbilical, exceto onde estão aderidos ao córion (membrana fetal mais externa). Com a formação do celoma extraembrionário, a vesícula primitiva diminui e se forma a vesícula umbilical secundária um pouco menor. Durante a formação da vesícula umbilical secundária, uma grande parte da vesícula umbilical primitiva se desprende, deixando uma vesícula remanescente. A vesícula umbilical dos humanos não contém vitelo; entretanto, possui funções importantes – por exemplo, ela é o local de origem das células germinativas primordiais. Ela pode ter função também na transferência seletiva de nutrientes para o embrião. Desenvolvimento do Saco coriônico O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das vilosidades coriônicas primárias. As vilosidades (processos vasculares do córion) formam colunas com revestimentos sinciciais. As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto. Acredita- se que o crescimento dessas extensões seja induzido pelo mesoderma somático extraembrionário subjacente. As projeções celulares formam as vilosidades coriônicas primárias, que são o primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta (órgão fetomaternal de troca metabólica entre o embrião e a mãe). O celoma1 extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: • O mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio . • O mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical O corion é o mesoderma somático extraembrionário + citotroofoblasto + sinciotrofoblasto Então, em sua volta terá um celoma embrionário que será chamado de cavidade coriônica. Formação da placa pre-cordal -Em torno de 14 dias o embrião tem um disco bilaminar com parte de superior chamada epiblasto e inferior o hipoblasto -Na parte inferior tem a existência de células hipoblásticas colunares que começam a se multiplicar para formar a placa precordal Ela que vai desenvolver o sistema nervoso da criança e forma a boca e a cabeça do bêbe N o e m i B o r ge s A n d r a d e 6 RESUMO DA SEGUNDA SEMANA: •Assim que o blastocisto completa a implantação no endométrio uterino ocorre uma rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto. • As mudanças no endométrio resultantes da adaptação desses tecidos em preparação para a implantação são denominadas de reação decidual. • Concomitantemente, forma-se a vesícula umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento do mesoderma extraembrionário. O celoma (cavidade) extraembrionário forma-se a partir de espaços presentes no mesoderma extraembrionário. Posteriormente, o celoma se torna a cavidade coriônica. • A vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente conforme ocorre o desenvolvimento da vesícula umbilical secundária. • A cavidade amniótica aparece entre o citotrofoblasto e o embrioblasto. • O embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, voltado para a cavidade amniótica, e pelo hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. • O desenvolvimento da placa pré-cordal, um espessamento localizado no hipoblasto, indica a futura região cranial do embrião e o futuro local da boca; a placa pré-cordal também é um importante organizador da região da cabeça. TERCEIRA SEMANA Na terceira semana do desenvolvimento tem o aparecimento da linha primitiva, a notocorda e a diferenciação das 3 camadas germinativas que posteriormente vão dar origem aos diferentes órgãos e tecidos. - Essas 3 semanas de concepção ocorrem cerca de 5 semanas após o último ciclo menstrual da mulher. GASTRULAÇÃO É o nome do evento que ocorre a transformação do disco embrionário bilaminar em trilaminar. Formado pelas 3 camadas germinativas : ectoderma, mesoderma e endoderma. A gastrulação também é responsável pela inicio da morfogênese que é o processo do desenvolvimento da forma do corpo humano, nesse momento o embrião é chamado de gástula. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos: • O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. • O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. • O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e N o e m i B o r ge s A n d r a d e 7 excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. Linha Primitiva O primeiro sinal morfológico da gastrulação é a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário bilaminar.. A linha primitiva começa a se formar quando as células do epiblasto se proliferam e movimentam par o plano mediano do disco embrionário. Tão logo a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal, as extremidades cranial e caudal, as superfícies dorsal e ventral do embrião. Conforme a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade cranial prolifera para formar o nó primitivo Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco primitivo, se desenvolve na linha primitiva e é contínuo com uma pequena depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva. O sulco primitivo e a fosseta primitiva resultam da invaginação (movimento para dentro) das células epiblástica.. Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, as células migram de sua superfície profunda para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo embrionário formado por pequenas células fusiformes, frouxamente organizadas em uma matriz extracelular (substância intercelular de um tecido) de fibras colágenas (reticulares) esparsas. O mesênquima forma os tecidos de sustentaçãodo embrião, assim como a maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo e a trama de tecido conjuntivo das glândulas. Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma intraembrionário. As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário no teto da vesícula umbilical. As células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário. Processo Notocordal Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como consequência, adquirem os destinos de célula mesodérmica. Essas células então migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando um cordão celular mediano, o processo notocordal Nesse processo tem a formação do canal notocordal, que é um lúmen. O processo cresce cranialmente entre o ectoderma e endoderma até a placa pré-cordal. Essa placa dá origem ao endoderma da membrana bucofaríngea, localizada no futuro como cavidade oral. Na região caudal, a linha primitiva existe uma área circular, a membrana cloacal que indica o futuro ânus. Por volta da metade da terceira semana, o mesoderma intraembrionário separa o ectoderma e o endoderma em todos os lugares, exceto: • Cranialmente, na membrana bucofaríngea • No plano mediano da região cranial até o nó primitivo, onde o processo notocordal está localizado N o e m i B o r ge s A n d r a d e 8 • Caudalmente, na membrana. Os sinais instrutivos da região da linha primitiva induzem as células precursoras notocordais a formar a notocorda, uma estrutura celular semelhante a um bastão. O mecanismo molecular que induz essas células envolve (pelo menos) a sinalização Shh da placa ventral do tubo neural. A notocorda: • Define o eixo longitudinal primordial do embrião e dá a ele alguma rigidez. • Fornece sinais que são necessários para o desenvolvimento das estruturas musculoesqueléticas axiais e do sistema nervoso central (SNC). • Contribui para a formação dos discos intervertebrais localizados entre corpos vertebrais adjacentes. Inicialmente, o processo notocordal se alonga pela invaginação das células da fosseta primitiva. A fosseta primitiva é um aprofundamento que se desenvolve e se estende para dentro do processo notocordal formando o canal notocordal. O processo notocordal se torna um tubo celular que se estende cranialmente a partir do nó primitivo até a placa pré-cordal. Alantoide Aparece na 16ª dia como uma evaginação na parede caudal da vesícula umbilical que se estende para pedículo de conexão. NEURULAÇÃO É processo de formação da placa neural e das pregas neurais com seu fechamento para estabelecer o tubo neural que se completa até o final da quarta semana, quando ocorre o fechamento neuroporo caudal. A partir do momento em que a notocorda se desenvolve, o ectoderma começa a se espessar para formar a placa neural. -O neuro ectoderma da placa dá origem ao SN, o encéfalo e a medula espinhal, além de outras estruturas como retina. A partir do 18º dia, a placa neural se invagina para formar o sulco neural mediano com pregas neurais em ambos os lados. Ao final da 3ª semana, as pregas neurais se movem e se fusionam transformando a placa neural em tubo neural que irá se seprarar do ectoderma superficial assim que as pregas neurais se fusionarem. Desenvolvimento dos Somitos Próximo ao final da terceira semana, o mesoderma paraxial (é a junção das células derivadas do nó primitivo) se diferencia, se condensa e começa a se dividir em corpos cuboides pareados, os SOMITOS, que formam em uma sequência craniocaudal. Os Somitos formam elevações na superfície do embrião e são um pouco triangulares, e são utilizados para determinar a idade do embrião. Eles surgem na região occipital da cabeça e se desenvolvem dando origem a maior parte do esqueleto axial e a musculatura associada, assim como a derme da pele adjacente Desenvolvimento do Celoma intraembrionário O aparecimento do Celoma intraembrionário divide o mesoderma lateral em duas camadas: • Uma camada somática ou parietal de mesoderma lateral localizado abaixo do epitélio ectodérmico, que é contínuo com o N o e m i B o r ge s A n d r a d e 9 mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio. • Uma camada esplâncnica ou visceral de mesoderma lateral localizado adjacente ao endoderma, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que reveste a vesícula umbilical. Desenvolvimento inicial do Sistema Cardiovascular A formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion. A formação do sist.. cv, está relacionada a necessidade crescente por oxigênio e nutriente para o embrião. A formação do sistema vascular embrionário envolve dois processos, a vasculogênese e a angiogênese. A vasculogênese é a formação de novos canais vasculares pela união de precursores individuais celulares (angioblastos). A angiogênese é a formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos preexistentes. Resumo da terceira semana • O disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar durante a gastrulação. Essas alterações começam com o aparecimento da linha primitiva, que surge no início da terceira semana como um espessamento do epiblasto na extremidade caudal do disco embrionário. • A linha primitiva resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco. A invaginação das células epiblásticas a partir da linha primitiva dá origem as células mesenquimais que migram ventral, lateral e cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto. • Logo que a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, o epiblasto passa a ser conhecido como ectoderma embrionário. Algumas células do epiblasto deslocam o hipoblasto e formam o endoderma embrionário. As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se organizam em uma terceira camada germinativa, o mesoderma intraembrionário ou embrionário, ocupando a área entre o antigo hipoblasto e as células do epiblasto. As células do mesoderma migram para as bordas do disco embrionário, onde se unem ao mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical. • Ao final da terceira semana, o embrião é um disco embrionário oval .O mesoderma existe entre o ectoderma e o endoderma do disco em toda a sua extensão, exceto na membrana bucofaríngea; no plano mediano, ocupado pela notocorda e na membrana cloacal. • No início da terceira semana, as células mesenquimais da linha primitiva formam o processo notocordal, entre o ectoderma e o endoderma embrionário. O processo notocordal se estende do nó primitivo até a placa précordal. Formam-se aberturas no assoalho do canal notocordal, que logo coalescem, formando a placa notocordal. Essa placa se invagina para formar a notocorda, o eixo primitivo do embrião ao redor do qual se forma o esqueleto axial (p. ex., a coluna vertebral). • A placa neural aparece como um espessamento do ectoderma do embrião, induzido pelo desenvolvimento da notocorda. Um sulco neural longitudinal se desenvolve na placa neural, e é margeado pelas pregas N o e m i B o r ge s A n d r a d e 10 neurais. A fusão das pregais neurais forma o tubo neural, o primórdio do SNC . • À medida que as pregas neurais se fusionam para formar o tubo neural, as células neuroectodérmicas formam a crista neural entre o ectoderma superficial e o tubo neural. • O mesoderma de cada lado da notocorda se condensa para formar colunas longitudinais de mesoderma paraxial, que, até o final da terceira semana, dão origem aos somitos. • O celoma (cavidade) no interior do embrião surge como espaços isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico. As vesículas celômicas em seguida coalescemformando uma única cavidade, em formato de ferradura, que, posteriormente, originam as cavidades do corpo • Os vasos sanguíneos aparecem primeiro na parede da vesícula umbilical, do alantoide e do córion. Eles se desenvolvem no interior do embrião logo em seguida. As hemácias fetais se desenvolvem a partir de precursores hematopoiéticos diferentes. • O coração primitivo é representado pelos tubos cardíacos endocárdicos pareados. Até o final da terceira semana, os tubos cardíacos se fundiram, formando um coração tubular, que está unido aos vasos sanguíneos do embrião, da vesícula umbilical, do córion e do pedículo de conexão, formando um sistema cardiovascular primitivo • As vilosidades coriônicas primárias se tornam vilosidades coriônicas secundárias quando adquirem um eixo central mesenquimal. Antes do final da terceira semana, ocorre o desenvolvimento de capilares transformando- as em vilosidades coriônicas terciárias. As extensões citotrofoblásticas das vilosidades- tronco se unem para formar uma capa citotrofoblástica que ancora o saco coriônico no endométrio. QUARTA SEMANA No inicio o embrião possui de 4 a 12 somitos, ele é quase reto. O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. É possível visualizar os arcos faríngeo, além disso, o embrião agora está levemente curvado em função das pregas cefálica e caudal. O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dias e o neuroporo rostral está fechado. O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do embrião lhe causa uma curvatura em forma de C. Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo. As fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) também estão visíveis. Espessamentos ectodérmicos (placoides do cristalino), que indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica. Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular, são estabelecidos. Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal está normalmente fechado. N o e m i B o r ge s A n d r a d e 11 IMPORTÂNCIA DO ÁCIDO FÓLICO NA GESTAÇÃO O ácido fólico é a vitamina B9 do complexo B, abundante nas folhas verdes (daí o nome fólico). A deficiência de folato pode impedir a renovação celular adequada durante um momento crítico no fechamento do tubo neural, resultando assim na sua formação incompleta O folato interfere no aumento do volume dos eritrócitos, das células miometriais do útero gravídico e do crescimento da placenta e do feto. Atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos, na síntese de purinas e pirimidinas e dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), sendo vital para a divisão celular e síntese proteica. Importantes funções: • Tem importante papel na produção e manutenção de novas células, maturação e formação de glóbulos vermelhos e brancos na medula óssea. • Na gestação, previne defeitos de fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha bífida além de lábio leporino e fenda palatina, malformações cardíacas e do trato gênito-urinário. A suplementação de folato deve ser iniciada antes da concepção, pois o tubo neural, estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal, se fecha entre 22º e 28º dias após a concepção. • O fechamento deste tubo é essencial para a formação da calota craniana e da coluna vertebral. Alterações previsíveis na carência de ácido fólico durante a gestação: As gestantes são propensas a desenvolver deficiencia de folato, provavelmente devido ao aumento de demanda desse nuntriente para o crescimetno fetal. Outros fatores que contribuem para a deficiência do folato são a dieta inadequada, hemodiluição fisiológica gestacional e influencia hormonal. A deficiencia de folato nas gestações acarreta defeitos do tubo neural, consequentes as malformações que ocorrem na fase inicial do desenvolvimento fetal, entre a 4 e a 5 semana de gestação, envolvendo a estrutura primitiva que dará origem ao cérebro e a medula espinhal. Anencefalia e espinha bífida respondem por cerca de 90 % de todos os casos de defeito do tubo neural. IMPORTÂNCIA DO USG (frebasgo) A Desde meados da década de 1960, a ultrassonografia (USG) obstétrica vem gradativamente se consolidando como ferramenta propedêutica fundamental no acompanhamento da gravidez. CONFIRMAÇÃO OU DETERMINAÇÃO DO IG A correta determinação da IG é um passo fundamental para o bom seguimento da gravidez, pois permite apropriada avaliação do desenvolvimento do concepto. Dessa forma, contribui para a identificação dos distúrbios de crescimento fetal, bem como para a suspeição das diversas condições que desencadeiam esses desvios (diabetes gestacional, insuficiência placentária e uma gama variada de doenças genéticas) a predição da IG a partir da medida do comprimento crânio-caudal (CCC) fetal entre a 11ª e a 14ª semana tem um erro de, no máximo, uma semana. Estimando-se a IG com N o e m i B o r ge s A n d r a d e 12 o uso de múltiplos parâmetros ultrassonográficos (medida do diâmetro biparietal, circunferência craniana e comprimento do fêmur) por volta da 20a ou da 30ª semana, esse erro passa para uma semana e meia e duas semanas e meia, respectivamente. TIPOS DE EXAMES USG: Ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre com perfil bioquímico Deve ser realizada entre 11a e 14a semanas, de preferência na 12a semana, com o objetivo de detectar a síndrome de Down (89%) e a trissomia do 18 (95%). Nessa avaliação incluímos a idade materna, a translucência nucal, a betagonadotrofina coriônica humana livre (β-hCG livre) no soro materno e a proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A). A avaliação por ultrassonografia do osso nasal eleva o índice de detecção de síndrome de Down para cerca de 95%. Ultrassonografia morfológica de 2o trimestre com Dopplerfluxometria das artérias uterinas maternas e avaliação do colo uterino por via vaginal O exame deve se realizado entre 20a e 24a semana, preferencialmente na 22a semana, tendo como finalidade avaliar problemas físicos, cardíacos e renais. Nessa avaliação, a taxa de detecção de alterações estruturais está em cerca de 81,7%. O estudo do fluxo das artérias uterinas maternas tem como objetivo identificar pacientes com risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia grave, assim como de identificar fetos com maior risco de crescimento intrauterino restrito. Os índices dopplervelocimétricos acima do percentil 95 da curva de normalidade ou a persistência da incisura protodiastólica após 24 a 26 semanas são considerados alterados e representam uma invasão trofoblástica inadequada. O objetivo de avaliar a medida do colo uterino é estimar o risco de parto prematuro. Um colo de tamanho normal tem mais de 25 mm; valores abaixo disso aumentam o risco relativo de parto prematuro em 7,7 vezes. Nesses casos, pode-se recomendar repouso, medicação adequada ou até mesmo a realização da circlagem, objetivando o termo da gestação. Ultrassonografia obstétrica com Dopplerfluxometria Deve ser realizado entre 34 e 36 semanas e tem como objetivo avaliar o crescimento fetal, a quantidade de líquido amniótico e a placenta de acordo com o tempo de gestação. Utilizando as medidas do diâmetro biparietal, da circunferência cefálica, circunferência abdominal e do comprimento do fêmur, é possível estimar o peso fetal com uma margem de erro de 15 a 18% do peso real. Quando o crescimento fetal está abaixo do percentil 10 para a idadegestacional, define-se a restrição de crescimento fetal. Por outro lado, fetos acima do percentil 95 são considerados grandes para a idade gestacional. A avaliação do líquido amniótico pode ser feita de forma subjetiva antes de 20 semanas e de forma objetiva após esse período. Para a avaliação objetiva, utilizamos o índice de líquido amniótico (ILA). A técnica consiste na divisão imaginária do abdome materno em quatro quadrantes, realizando a maior medida vertical de líquido amniótico livre de partes fetais ou do cordão umbilical. De forma geral, considera-se o ILA normal quando tem entre 8 e 18 cm. A N o e m i B o r ge s A n d r a d e 13 avaliação placentária é feita com base nos seguintes parâmetros: textura, grau de maturidade, localização e espessura. A textura placentária está relacionada com a associação direta entre o grau de calcificação e o de maturidade pulmonar fetal, já conhecida há cerca de duas décadas. O grau de maturidade pode ser obtido pela intensidade, quantidade e extensão de calcificação da placenta, avaliado pelo exame ultrassonográfico e expresso como um escore que varia de 0 a III (Grannum). O grau 0 (zero) designa uma placenta homogênea, sem calcificação; o grau I, a presença de pequenas calcificações intraplacentárias; o grau II, a de calcificações na placa basal; e no grau III observa-se compartimentação da placenta pela presença de calcificação da placa basal à coriônica. A localização placentária corresponde à posição da placenta na cavidade uterina. A Dopplerfluxometria é um exame utilizado para estudo da função placentária. Sua indicação é para gestantes com doenças que possam levar à insuficiência placentária, tais como hipertensão arterial, diabetes mellitus, trombofilias, cardiopatias, lúpus eritematoso sistêmico e pneumonias. Nessas situações, a utilização desse exame mostrou redução de 36 a 38% na mortalidade perinatal. Entretanto, estudos mostraram que em gestações de baixo risco não há benefício na utilização rotineira dessa tecnologia. A Dopplerfluxometria das artérias umbilicais reflete a resistência placentária e é dimensionada pela alteração de seus índices dopplervelocilimétricos ou pela ausência de fluxo ou fluxo reverso diastólico. Essas alterações ocorrem devido a placentação inadequada, infarto e/ou tromboses no leito placentário. Alterações nos índices dopplervelocimétricos começam a ser observadas quando 30% da área placentária está comprometida, e o fluxo ausente ou reverso ocorre quando pelo menos 70% da placenta apresenta lesões em sua vasculatura. Ao observar essas alterações, deve-se considerar a ocorrência de insuficiência placentária, com consequente diminuição de oferta de oxigênio e nutrientes para o feto, o que leva à restrição do crescimento e desencadeia uma resposta hemodinâmica com redistribuição do fluxo sanguíneo para áreas nobres, como cérebro, coração e adrenais, o que é conhecido como centralização da circulação fetal. Após as modificações do território arterial, de forma evolutiva, há alteração no sistema venoso fetal. Ecocardiografia fetal A ecocardiografia fetal é um exame anatômico e funcional do coração fetal. Pode ser realizado a partir de 18 semanas de gestação, mas o período ideal é o da 28a semana. As indicações absolutas para a realização do exame são pacientes com alto risco para cardiopatia congênita, os quais são listados abaixo: Fatores de risco materno: • Doença metabólica materna (diabetes mellitus e fenilcetonúria). • Exposição materna a substâncias cardioteratogênicas (álcool, antiepiléticos, lítio e vitamina A). • Infecção (rubéola, citomegalovírus e coxsackie vírus). • Exposição à radiação ionizante. Fatores de risco fetal: • Suspeita de cardiopatia na ultrassonografia obstétrica. • N o e m i B o r ge s A n d r a d e 14 Presença de distúrbios do ritmo cardíaco. • Hidropsia fetal não imune. • Malformações extracardíacas. • Anomalia cromossômica. • Gestação gemelar monozigótica Cardiotocografia anteparto A cardiotocografia anteparto é exame de avaliação da vitalidade fetal que analisa parâmetros que estudam os efeitos da hipóxia sobre o sistema nervoso central fetal.
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