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PROAB 2011.2
DIREITO AMBIENTAL
Prof. Dr. Daniel Braga Lourenço
Aula 2
TÓPICOS ABORDADOS NA 1ª AULA
1) Evolução Histórica da Legislação de MA
2) Natureza Jurídica do MA 
3) Teoria das “Gerações de Direitos”
4) Classificação Doutrinária do MA
5) Princípios de Direito Ambiental
TÓPICOS A SEREM ABORDADOS NA 2ª AULA
6) Repartição de Competências 
7) MA na Constituição Federal
8) Estrutura Orgânica do SISNAMA
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS
O QUE ESTÁ EM JOGO NA 
COMPETÊNCIA MATERIAL/ADMINISTRATIVA/EXECUTIVA 
a) Fiscalização e Autuação;;
b) Licenciamento ou Autorização;
c) Proteção e preservação;
d) Promoção de programas; 
e) Instituição de sistemas de controle;
f) Edição de atos normativos administrativos; e
g) Execução de diretrizes, políticas e preceitos. 
PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL 
EXEMPLOS DE COMPETÊNCIAS 
MATERIAIS COMUNS – ART. 23 
a) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas [art. 23, VI]; 
b) preservar as florestas, a fauna e a flora; [art. 23, VII]; 
c) promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico [art. 23, IX]; 
d) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
1. COMPETÊNCIA MATERIAL 
EXEMPLOS DE COMPETÊNCIAS 
MATERIAIS EXCLUSIVAS DA UNIÃO 
a) instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos [art. 21, XIX]; 
b) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes [art. 21, XX]; 
c) explorar os serviços e instalações nucleares [art. 21, XIII]; 
d) estabelecer as áreas e as condições para o garimpo [art. 21, XXVII]; 
e) explorar e autorizar os serviços de energia elétrica [art. 21, XII, “b”].
EXEMPLOS DE COMPETÊNCIAS 
MATERIAIS EXCLUSIVAS DO MUNICÍPIO 
a) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano [art. 30, VIII]; 
b) promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual[art. 30, IX]; 
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA NO ART. 24 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
[...]
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor [...]. 
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE– ART. 24, § 1º e § 2º 
§1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais;
§ 2º– A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados [e do DF]; 
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ESTADUAL PLENA – ART. 24, § 3º e § 4º 
§3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades;
§ 4º– A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
E O MUNICÍPIO? 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: [...]”
Os municípios também terão competência legislativa, nos termos do art. 30, I e II da CF, para “legislar sobre assuntos de interesse local” e “suplementar a legislação federal e a estadual no que couber” (competência concorrente implícita).
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO – ART. 22 
IV- águas, energia, informática, telecomunicações e radiofusão; 
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIV - populações indígenas; 
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo (delegabilidade).
A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA ESTADUAL – ART. 25, § 2º e § 3º 
§2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão os serviços de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação;
§ 3º– Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
QUESTÃO PRÁTICA: 
Suponha que o Estado de Minas Gerais edite norma vedando a instalação de reatores nucleares no território do Estado com a finalidade de evitar os perigos e os danos decorrentes de uma eventual contaminação nuclear. Essa lei que, aparentemente, seria mais protetiva do MA, é constitucional?
QUESTÃO OAB 42ª EXAME - FGV 
QUESTÃO 22 (OAB/RJ – 42º EXAME) - Considerando a repartição de competências ambientais estabelecida na Constituição Federal, assinale a alternativa correta.
 
(A) Deverá ser editada lei ordinária com as normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para o exercício da competência comum de defesa do meio ambiente.
FALSA. V. art. 23, parágrafo único, da CF que exige lei complementar. 
(B) A exigência de apresentação, no processo de licenciamento ambiental, de certidão da Prefeitura Municipal sobre a conformidade do empreendimento com a legislação de uso e ocupação do solo decorre da competência do município para o planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
 
CORRETA. Ver art. 30, VIII, da CF.
(C) Legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição é de competência concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com fundamento no artigo 24 da Constituição Federal.
FALSA. Competência legislativa municipal no art. 30, I e II, da CF (competência concorrente implícita). 
(D) A competência executiva em matéria ambiental não alcança a aplicação de sanções administrativas por infração à legislação de meio ambiente. 
MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(art. 225, caput, e ss.)
· Art. 225, caput: 
a) MA como direito humano fundamental (art. 1º, III, CF) e princípio da ordem econômica (art. 170, VI, da CF); 
b) bem de uso comum do povo; 
c) direito e dever de todos; 
d) eqüidade intergeracional (futuras gerações como “SD”).
· Art. 225, § 1º, II: “MA Genético”: Definição de Biodiversidade (art. 2º, III, da L. 9.985/00), Convenção da Biodiversidade (RIO/92) e Lei da Biossegurança (Lei n.º 11.105/05).
· Art. 225, § 1º, III: há 3 grupos de áreas especialmente protegidas: 
1) ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP´s): (arts. 1º, II; 2º e 3º da L. 4.771/65 – Código Florestal e Res. CONAMA 302 e 303/02). Incidem tanto sobe o domínio público como privado. 
· Ex.1: art. 2º, “a”: “matas ciliares” – faixas de proteção marginal da vegetação que varia entre 30m (rios com menos de 10m de largura) a 500m (largura superior a 600m).
1) ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP´s): 
· Ex. 2: art. 2º, “d”: “encostas” – nas encostas ou parte destas, com declividade superior a 45º [...]
· OBS.: REGIME DE UTILIZAÇÃO DAS APP’S: art. 4º: a supressão de vegetação situada em APP somente poderá ser autorizada pelo órgão ambiental competente em caso de utilidade pública (art. 1º IV) ou de interesse social (art. 1º, V) (v. Res. n. 369/06 do CONAMA).
2) RESERVA LEGAL (art. 1º, III, da Lei n. 4.771/65): São limitações administrativas que incidem somente sobre áreas de domínio privado. São faixas percentuais em propriedades rurais que não podem ser desmatadas (art. 16 da L. 4.771/65 – regra geral é de 20%). 
· OBS.: Novo proprietário do imóvel não se desobriga de sua demarcação e manutenção futuras, mesmo que adquira o terreno já desmatado (obrigação propter rem). 
2) REGIME DE UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS LEGAIS
· art. 16, §2º: a vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com critérios técnicos estabelecidos pelo órgão ambiental; 
· art. 16, § 4º: a localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente; 
· art. 16, § 8º: a área da reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel no RGI.
3) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (art. 2º, I, c/c art. 7º da L. 9.985/00) 
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
1) Estação Ecológica (posse e domínio públicos - finalidade de pesquisa científica – art. 9º); 
2) Reserva Biológica (posse e domínio públicos – finalidade preservação integral da biota – art. 10); 
3) Refúgio da Vida Silvestre (áreas particulares ou públicas – finalidade preservação de espécies da fauna – art. 13); 
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL [cont.] 
4) Parque Nacional (posse e domínio públicos – finalidade preservação de ecossistemas naturais de beleza cênica – art. 11); 
5) Monumento Natural (áreas particulares ou públicas – finalidade preservação sítios naturais raros ou singulares - art. 12). 
CARACTERÍSTICA: utilização econômica direta é vedada). 
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL 
1) Área de Proteção Ambiental (APA – áreas públicas ou privadas – finalidade de proteção da diversidade biológica - art. 15); 
2) Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE – áreas públicas ou privadas – finalidade de manutenção de ecossistemas regionais - art. 16); 
3) Floresta Nacional (FLONA – posse e domínio públicos – finalidade de uso sustentável e pesquisa científica dos recursos vegetais - art. 17); 
4) Reserva Extrativista (REXTRA – áreas de domínio público concedido a populações extrativistas tradicionais - art. 18);
5) Reserva de Fauna (REFA – posse e domínio públicos – finalidade de manejo sustentável de recursos faunísticos – proibida a caça - art. 19); 
6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável (REDSUS – posse e domínio públicos – finalidade de preservação da natureza de locais habitados por populações tradicionais – art. 20); 
7) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN – área particular – finalidade de conservar a diversidade biológica - art. 21) 
CARACTERÍSTICA: uso sustentável é possível.
OBSERVAÇÕES 
CONSULTA PÚBLICA OBRIGATÓRIA: De acordo com o art. 4º do Decreto n.º 4.340/02, que regulamentou a Lei n. 9.985/00, “poderia” ser feita uma consulta pública na implantação das UC’s. STF, no entanto, entende que ela seria obrigatória (v. MS 24665-DF/04, Min. Cezar Pelluso).
PLANO DE MANEJO E ZONA DE AMORTECIMENTO – Para cada UC deve corresponder um plano de manejo (art. 2º, XVII) a ser elaborado pelo órgão gestor da unidade no prazo de 5 anos de sua criação. Nesse plano será delimitada a zona de amortecimento da área (art. 2º, XVIII), e a zona de transição (Res. CONAMA 13/90 – 10 Km de raio) que circundam a UC, evitando o chamado “efeito de borda”. De acordo com o art. 25 da Lei n. 9.985/00, a zona de amortecimento é obrigatória para todas as UC’s, com exceção das Áreas de Preservação Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural. 
QUESTÃO OAB 43ª EXAME - FGV 
A Lei 9.985/2001, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, previu que as unidades de conservação devem dispor de uma zona de amortecimento definida no plano de manejo. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
(A) Os parques, como unidades de conservação de uso sustentado, não têm zona de amortecimento.
FALSA. Parque é unidade de proteção integral e não está nas exceções do art. 25 da Lei 9985/00 (APAs e RPPNs).
(B) As Áreas de Proteção Ambiental – APAs não precisam demarcar sua zona de amortecimento. VERDADEIRA
(C) Tanto as unidades de conservação de proteção integral como as de uso sustentado devem elaborar plano de manejo, delimitando suas zonas de amortecimento. 
(D) As Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN são obrigadas a elaborar plano de manejo delimitando suas zonas de amortecimento, por conta própria e orientação técnica particular. 
Ligado ao princípio da prevenção e precaução; 
· Espécie de ESTUDO AMBIENTAL (v. art. 1º, III, da Res. CONAMA n.º 237/97) exigido para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de SIGNIFICATIVA degradação ambiental (art. 2º da Res. CONAMA n. 001/86: presunção de lesividade ao MA – rol exemplificativo).
· EIA integra o licenciamento ambiental das atividades de grande porte e deve ser apresentado antes da LP (art. 5º da Res. CONAMA n. 001/86).
· ART. 225, § 1º,V: PRINCÍPIO DO LIMITE – Ex.: Lei n. 7.802/89 e Dec. 4.074/2002 (ambas sobre destinação final de embalagens).
· ART. 225, §1º, VI: EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Lei n. 9.795/99 (educação ambiental também prevista na Lei de Diretrizes e Bases).
ART. 225, § 1º, VII – ANIMAIS NÃO-HUMANOS
· NATUREZA JURÍDICA: (v. art. 3º, V, da Lei n. 6.938/81);
· LEIS DE “BEM-ESTAR” ANIMAL: não rompem com o paradigma do animal como coisa / objeto / propriedade;
· ANÁLISE DO art. 32 da Lei n. 9.605/98: 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
c.1) revogação do art. 64 da LCP; 
c.2) não-revogação do Dec. 24.645/34; 
c.3) questão do sujeito ativo e passivo; 
c.4) comparação - art. 163 do CP; 
c.5) crítica: ausência de tipo penal para o tráfico de animais.
· ART. 225, § 2º: Mineração: art. 2º, VIII da Lei n. 6.938/81 e Dec. 227/67 (“Código de Mineração”).
· ART. 225, § 3º: Responsabilidade Cumulativa no âmbito CIVIL (art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81)/ ADMINISTRATIVO (Dec. n. 6.514/08) / PENAL (Lei n. 9.605/98).
· ART. 225, § 4º: Patrimônio Nacional: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal, e Zona Costeira são patrimônio nacional. 
· CRÍTICA é que ficaram de fora BIOMAS importantes como a CAATINGA, o CERRADO e o PAMPA GAÚCHO.
  
· OBS.: Mata Atlântica é regida pela recente L. 11.428/06. Os demais BIOMAS são regidos pelo Código Florestal (L. 4.771/65) e pelas Leis n. 9.985/00 (SNUC) e 9.605/98 (Crimes Ambientais).
· Art. 225, § 6º: Lei federal para regulamentar a instalação e localização de USINAS NUCLEARES. Atividades nucleares estão sujeitas a licenciamento especial (Res. CONAMA n. 237/97) e arts. 21, XXIII, “a”; art. 49, XIV, ambos da CF, bem como possuem legislação própria (Lei n. 6.453/77 conjugada com o Dec. 911/93 – Convenção de Viena).
ESTRUTURA ORGÂNICA DO SISNAMA
Lei 6.938/81
a) ÓRGÃO SUPERIOR (art. 6º, I, da Lei n. 6.938/81): CONSELHO DE GOVERNO; 
b) ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO (art. 6º, II): CONAMA. Competências do CONAMA no art. 8º: 
I – estabelecer normas e critérios para licenciamento de atividades poluidoras; 
II – determinar realização de estudos ambientais; 
III – instância recursal de multas impostas pelo IBAMA; 
IV – homologar acordos ambientais; 
V – determinar a perda de benefícios fiscais para poluidores; 
VI – estabelecer normas e padrões de controle da poluição por veículos automotores; 
VII – estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle da qualidade do meio ambiente. 
b) CONAMA [cont.]: Composição do CONAMA (art. 4º do Dec. 99.274/90): 
OBS.: Plenário: Min. MA; Séc. MMA; 1 Rep. IBAMA; 1 Rep. ICM; 1 Rep. ANA; 1 Rep. de todos os Ministérios; 1 Rep. Gov. Estaduais; 8 Rep. Municipais; 1 cada região geográfica país; 1 Rep. ANAMMA; 2 Rep. Entidades Municipalistas; 21 Rep. Entidades Profissionais e da Sociedade Civil; 8 Rep. Entidades Empresariais; 1 Membro Honorário indicado – SERVIÇO PÚBLICO DE NATUREZA RELEVANTE NÃO REMUNERADO – CUSTEIO É DE CADA UMA DAS ENTIDADES – v. art. 6º, § 4º do Dec. 99.274/90. 
c) Órgão Central (art. 6º, III): MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (planejamento e supervisão); 
d) Órgão Executor (art. 6º, IV) – IBAMA (autarquia federal - L. 7.735/89 – finalidades, estrutura e objetivos) e INSTITUTO CHICO MENDES (L. 11.516/07 – gestão das 304 UC´s existentes no país); 
e) Órgãos Seccionais (art. 6º,V) – São os órgãos ambientais regionais/estaduais. Em MG é a SEMAD; no RJ é o INEA, que substituiu a FEEMA, SERLA e IEF; em SP é a CETESB.
f) Órgãos Locais (art. 6º, VI) – Muitos municípios já têm seus órgãos ambientais estruturados. Em SP, por exemplo, temos a SMMA e a SVMA. No RJ é a SMAC
ATENÇÃO: muito importante a leitura do art. 9º da Lei n. 6.938/81 – INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Res. CONAMA 237/97 e Lei n. 6.938/81 
Segundo o art. 9º, IV, da Lei n. 6.938/81, o licenciamento ambiental é um dos instrumentos da PNMA, baseado nos princípios da PREVENÇÃO, da PRECAUÇÃO e do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
a) DEFINIÇÃO: Segundo o art. 1º, I, da Res. CONAMA n. 237/97, licenciamento é procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais (controle de atividades potencialmente poluidoras).
a.1) NATUREZA JURÍDICA DO LICENCIAMENTO: Seria mesmo um procedimento ou um processo administrativo? PAULO DE BESSA ANTUNES defende que seria um processo administrativo, pois estariam presentes a publicidade (audiências públicas), o contraditório e ampla defesa. Res. CONAMA n. 65/2005 (energia hidrelétrica) já fala em “processo administrativo”. 
a.2) ATIVIDADES SUJEITAS AO LICENCIAMENTO: submetem-se ao prévio licenciamento ambiental qualquer atividade ou empreendimento passível de causar poluição, independentemente de quem as desempenhe.
· Fundamento legal: art. 10 da Lei n. 6.938/81 e art. 2º da Res. 237/97 do CONAMA (a Res. 237/97 traz, inclusive, em um de seus anexos, um rol exemplificativo de atividades que devem passar pelo licenciamento).
· Art. 10 da Lei n. 6.938/81 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente [...]. 
· Art. 2º da Res. 237/97 CONAMA - A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente [...]. 
· a.3) COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO: O art. 10 da Lei nº 6.938/81 estabelece que o órgão ambiental estadual deve realizar o licenciamento e o IBAMA atuaria somente em caráter supletivo. Crítica: este artigo contaria a competência material comum, prevista no art. 23, VI, da CF, excluindo os municípios.
· a.3.1) CRITÉRIO DA RES. N. 237/97 do CONAMA: A Res. 237/97 estabelece o critério da PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE, por meio do qual o IBAMA licencia atividades com significativo impacto nacional (v. exemplos nos incisos I a V do art. 4º da Res. 237/97). O órgão ambiental estadual licencia atividades com impacto regional (v. exemplos nos incisos I a IV do art. 5º da Res. 237/97) e o órgão ambiental municipal licencia atividades de impacto meramente local ou delegadas pelo Estado (v. art. 6º da Res. 237/97).
· a.4) LICENCIAMENTO EM UM ÚNICO NÍVEL: O art. 7º da Res. n.º 237/97 estabelece que os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência. Crítica: alguns entendem que este dispositivo violaria a competência material comum do art. 23, VI, da CF, pois exclui a possibilidade de participação conjunta de todos os entes federativos.
· a.4.1) NA PRÁTICA: único nível tem sido prestigiado em nome da SEGURANÇA JURÍDICA e geralmente é feito pelos órgãos estaduais. Exceção: empreendimentos de grande porte (ex.: Rodoanel em SP) apesar de regionais ou locais têm contado com participação de múltiplos órgãos.
LICENÇAS AMBIENTAIS
Art. 8º da Res. n.º 237/97 CONAMA 
Tipo 
PRÉVIA LP 
Objeto 
Fase preliminar, visa aprovar a localização e a concepção do projeto. OBS.: pode ser precedida de EIA/RIMA 
Prazo 
Até 5 anos 
Tipo 
INSTALAÇÃO / LI
Objeto 
Autoriza a instalação do empreendimento de acordo com as condicionantes de controle ambiental 
Prazo 
Até 6 anos 
Tipo 
OPERAÇÃO / LO 
Autoriza a operação da atividade após a verificação do cumprimento das licenças anteriores. 
Prazo 
Entre 4 e 10 anos 
DO DANO AMBIENTAL CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS FUNDAMENTAIS
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE RESP. CIVIL AMBIENTAL 
Há 2 correntes sobre o tema:
a.1) a teoria clássica afirma que a competência é privativa da União, pois responsabilidade civil é matéria de direito civil e que, portanto, estaria na previsão do art. 22, I, da CF; 
a.2) a segunda corrente afirma que prepondera, no caso, o conteúdo ambiental da responsabilidade civil. Assim sendo, a regra seria a do art. 24 da CF (competência concorrente entre União, Estados e Municípios).
ESTRUTURA DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA: Art. 927, caput do CC – “Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Assim, comete ato ilícito aquele que “por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral” (art. 186 do CC). Comete ainda ato ilícito “o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes” (art. 187 do CC – “abuso de direito”).
TÓPICOS SOBRE DANO AMBIENTAL
CONCEITO DE DANO AMBIENTAL: Nosso ordenamento não traz um conceito de DANO AMBIENTAL. A Lei n. 6.938/81 dispõe sobre os conceitos de DEGRADAÇÃO e POLUIÇÃO, no art. 3º, incisos II e III. 
O conceito de DANO está mais ligado ao de POLUIÇÃO, pois não é toda e qualquer degradação que será tida como danosa em sentido jurídico.
CARACTERÍSTICAS DO DANO AMBIENTAL 
· AMPLA DISPERSÃO DE VÍTIMAS; e
· DIFÍCIL REPARAÇÃO.
CLASSIFICAÇÃO DO DANO AMBIENTAL 
1) DANO INDIVIDUAL OU COLETIVO: o dano individual atinge uma só pessoa ou conjunto individualizado de bens, já o dano coletivo há afetação de uma pluralidade de pessoas ou bens; 
2) MATERIAL OU MORAL: (a Lei n. 7.347/85 reconhece a possibilidade do dano moral ambiental no seu art. 1º, I – v. STJ, Resp n.º 598.281/MG).
CLASSIFICAÇÃO DO DANO AMBIENTAL 
3) QUESTIONAMENTO DA POSSIBILIDADE DO DANO MORAL COLETIVO: a doutrina civilista afirmava que ele não é possível, já que a dor, o sofrimento, têm um caráter meramente individual. Já houve mudança dessa posição (v. STJ, REsp n. 598.281, Min. Luiz Fux).
IMPRESCRITIBILIDADE DO DANO AMBIENTAL ARGUMENTOS 
(a) ações sobre direitos difusos seriam imprescritíveis por não haver estipulação de prazo na lei. CRÍTICA: via de regra, somente são imprescritíveis as ações condenatórias a que a lei faz a ressalva (art. 205 do CC);
(b) bem ambiental é de ordem pública e indisponível e portanto imprescritível. CRÍTICA: Direito Público traz uma série de normas sobre a prescrição. Ex.: os créditos tributários também são de ordem pública e indisponíveis, mas ficam sujeitos à prescrição; 
(c) o titular do direito ao meio ambiente equilibrado é indeterminado e se não há titular não há como dizer que está inerte. CRÍTICA: há titulares, titulares são todos e há um rol bastante grande de legitimados a atuar em defesa do meio ambiente; (d) danos ambientais permanecem, são continuados, e seus efeitos se prolongam desde o evento danoso. CRÍTICA: todo evento danoso grave gera efeitos que se prolongam indefinidamente no tempo. 
POSIÇÃO STJ: favorável à tese da imprescritibilidade (v. REsp n. 1.120.117-AC/09 (rel. Min. Eliana Calmon).
DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
Art. 225, § 3º, da CF: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (CIVIL).
FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONALDA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
· Art. 14, § 1º, da Lei n.º 6.938/81: Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade.
· Art. 927, par. ún., do CC: atividades que impliquem, por sua natureza risco para os direitos de outrem.
FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE OBJETIVA: A responsabilidade civil ambiental é de natureza OBJETIVA (art. 14, § 1º da L. 6.938/81 c/c art. 927, par. ún., do CC). Há que se demonstrar somente o nexo causal entre a lesão e a ação ou omissão do causador do dano. Não se indaga a respeito da CULPA.
FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
RISCO CRIADO / ADMINISTRATIVO: Direito Administrativo. Admite a alegação das excludentes clássicas da responsabilidade (menos a licitude da atividade); ARNOLD WALD, JOSÉ DE AGUIAR DIAS, TOSHIO MUKAI (STJ - REsp n. 327254/PR – 12/2002, Min. Eliana Calmon).
 EXLUDENTES ADMITIDAS:
· CASO FORTUITO
· FORÇA MAIOR
· FATO DE TERCEIRO
· CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA
RISCO INTEGRAL: (majoritária no Dir. Ambiental) – impossibilidade de alegação das excludentes); José Afonso da Silva, Sergio Cavalieri Filho, Nelson Nery Jr., Carlos Roberto Gonçalves, Édis Milaré, Paulo de Bessa Antunes, etc. 
SOLIDARIEDADE: aplicação do art. 942 do CC: havendo mais de um causador do dano, todos responderão solidariamente.
SOLIDARIEDADE DO ESTADO: O Estado de São Paulo tem responsabilidade solidária por dano ambiental resultante da construção de lotes irregulares no Parque Estadual de Jacupiranga (SP). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a decisão que condenou apenas a proprietária do imóvel a ressarcir os danos causados ao meio ambiente deve ser estendida também ao ente público, que, em ação regressiva, pode buscar reparação contra o causador direto do dano. Estado foi omisso no dever de fiscalização(v. STJ – RESP n. 107.174-1/SP). 
O PEDIDO DA ACP E O ART. 3º DA LEI N. 7.347/85:, “a ACP só poderá ter por objeto a condenação em dinheiro OU o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”. 
QUESTÃO: APP desmatada ilegalmente foi objeto de uma obrigação de fazer (reflorestamento no prazo de 10 anos). Mas e o não-uso da área, a perda da beleza natural e da diversidade biológica? Fica sem ressarcimento? 
RESPOSTA: STJ decidia pela literalidade do art. 3º. Essa orientação alterou-se, tendo ele reconhecido a necessidade de se implementar todas as medidas protetivas possíveis (v. REsp n. 625.249/PR/2006, Min. Luiz Fux) de acordo com o art. 21 da Lei n. 7.347/85 (aplicam-se subsidiariamente os dispositivos do CDC que, em seus arts. 83 e 84, permite a utilização de todos os meios admissíveis para a tutela dos interesses coletivos e difusos.
A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NAS DEMANDAS AMBIENTAIS: Segundo dispõe o art. 21 da Lei n. 7.347/85, “aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei n. 8.078/90, que institui o CDC”.  Ocorre que a norma a respeito da inversão do ônus da prova encontra-se no art. 6º, VIII, do CDC, fora, portanto, do Título III mencionado pela Lei da ACP. Uma interpretação mais larga diria que os arts. 1ºa 7º do CDC consubstanciam os princípios gerais das relações de consumo e que tudo o mais que consta da lei consumerista seria uma projeção desses princípios. POSIÇÃO DO STJ: favorável à tese da inversão (v. REsp n. 1.049.822-RS/09, rel. Min. Francisco Falcão)
TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA - TAC (art. 5º, § 6º da Lei n. 7.347/85): Durante o inquérito civil público ou ainda durante a própria ACP, as partes conflitantes podem firmar TAC, ocasião em que io nfrator se obrigará a cumprir determinações de fazer, não fazer, pagar quantia em dinheiro, entre outras.
IMPORTANTE: Para a maior parte da doutrina, TAC não tem natureza jurídica de transação, em face do caráter de indisponibilidade do bem protegido (MODO e TEMPO).
ACP E CONDENAÇÃO EM DINHEIRO: de acordo com o art. 13 o dinheiro irá para um fundo, sendo seus recursos utilizados na reconstituição dos bens lesados. Esse fundo está regulamentado pelo Dec. n. 1.306/94 e é o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos - FDID. O FDID está vinculado ao Ministério da Justiça que possui um Conselho Federal Gestor do Fundo (CFDID) Não confundir com o Fundo Nacional do MA – FNMA (financiamento governamental).
CASOS ESPECIAIS 
(a) RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO CAUSADO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO: é também objetiva . A Lei n. 11.105/05 (Lei de Biossegurança) previu em seu art. 20 c/c art. 927, parágrafo único do CC, que “sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da existência de culpa”. 
(b) RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO CAUSADO POR ATIVIDADE DE MINERAÇÃO: A atividade de mineração é regulada pelo Decreto-Lei n. 227/67 (Código de Mineração), com as modificações introduzidas pelo Decreto-Lei n. 318/67. O art. 36 do Código de Mineração determina que o titular da concessão responda pelos danos, diretos e indiretos, causados a terceiros em decorrência do exercício da atividade da lavra. Trata-se de responsabilidade civil objetiva, aplicando-se por analogia o disposto no art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81, art. 927, parágrafo único, do CC e art. art. 225, § 2º, da CF 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS NUCLEARES 
Parte da doutrina entende que foi adotada a teoria do risco integral em matéria de danos nucleares, com base no art. 21, XXIII, “d”, da CF. 
OBS.: Todavia, essa não parece ser a posição tecnicamente mais adequada, pois a Lei n. 6.453/77 conjugada com o Dec. 911/93 – Convenção de Viena, estabelecem a possibilidade de alegação de várias excludentes da responsabilidade, entre as quais: a) conflito armado; b) hostilidades; c) guerra civil; d) insurreição; e) excepcional força da natureza.
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL 
COMPETÊNCIA JURISDICIONAL: REGRA: JUSTIÇA ESTADUAL/COMUM. Justiça Federal só nas hipóteses do art. 109, IV, da CF. Crimes contra a fauna são de competência da Justiça Comum (cancelada Súmula n.º 91 do STJ).
FUNDAMENTO LEGAL PARA A RESPONSABILIDADE DAS PJ´S: arts. 225, § 3º, e 173, § 5º, ambos da CF, c/c 3º, caput, da L. 9.605/98.
PESSOA JURÍDICA COMO SUJEITO ATIVO DO CRIME 
Art. 225, § 3º, da CF/88: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
Art. 3º, caput, da Lei n. 9.605/98: “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.”
PROBLEMAS TEÓRICOS DA RESPONSABILIDADE PENAL DAS PJ´s: para a doutrina tradicional, a responsabilidade penal é PESSOAL, ou seja, somente a pessoa natural poderá ser sujeito ativo do crime. A CULPABILIDADE seria inerente à pessoa natural, pois só ela possuiria VONTADE. Aforismo: “SOCIETAS DELINQUERER NON POTEST”. 
OUTROS PROBLEMAS: Art. 3º da Lei n. 9.605/98 seria inconstitucional pois não há previsão quanto ao PROCEDIMENTO PENAL cabível à PJo que viola o devido processo legal. Exemplo: Como fazer o interrogatório? E no caso da PJ ser liquidada no curso do processo (abertura para a fraude)? Requisitos para transação penal e suspensão condicional do processo levam em conta a personalidade do agente, conduta social, motivos e circunstâncias do crime, que seriam inaplicáveis às PJ´s.
CONTRA-ARGUMENTO FÁTICO: O mundo contemporâneo é todo baseado na vida das grandes corporações. De fato, das 100 maiores economias mundiais, 51 são empresas e 49 são países. 
CONTRA-ARGUMENTO TÉCNICO:
Tecnicamente,a pessoa jurídica tem uma realidade diversa da dos seus membros. Sua responsabilidade, ao menos em tese, pode ser individualizada e há diversas modalidades de sanções penais que pode ser perfeitamente aplicadas às pessoas coletivas. A própria teoria organicista permite enxergar essa realidade: dirigentes “presentam” a pessoa jurídica. Os problemas procedimentais podem ser resolvidos com a aplicação subsidiária do CPP e da Lei n. 9.099/95.
REQUISITOS PARA SANÇÃO DA PJ: 
a) imputação simultânea da PN como da PJ (“teoria do ricochete” – requisito doutrinário); 
b) benefício da PJ;
 c) vinculação entre o ato praticado e a atividade da PJ;
 d) infração cometida por decisão do representante legal ou contratual.
SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS: A ausência de personalidade jurídica afasta a incidência das sanções às PJ´s. É claro que nesta situação podem ser responsabilizadas diretamente as pessoas que concorreram para o delito.
CRÍTICA À DENÚNCIA GENÉRICA: 
A regra constitucional é a da presunção de inocência. O denunciado deve ter a oportunidade de se defender e, para tanto, deve saber exatamente do que está sendo acusado (violaria o princípio da ampla defesa). A denúncia seria, assim INEPTA, por ausência de JUSTA CAUSA (art. 41 do CPP).
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:
art. 4º da Lei n. 9.605/98: “Poderá ser desconsiderada a PJ sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do MA” (v. AgREsp n. 726.816, Min. José Delgado). 
REQUISITOS PARA APLICAÇÃO DA PENA: art. 6º da Lei n. 9.605/98 – 
 1) gravidade do fato; 
2) antecedentes do infrator; 
3) situação econômica do infrator.
PENAS APLICÁVEIS ÀS PJ´S: art. 21 e ss. da Lei n. 9.605/98 
1) restritivas de direitos (proibição de contratar com o Poder Público, suspensão de atividade, interdição de estabelecimento, etc.); 
2) prestação de serviços à comunidade;
 3) multa; 
4) liquidação forçada no caso de reincidência.
PENAS APLICÁVEIS ÀS PJ´S: art. 21 e ss. da Lei n. 9.605/98 
 1) restritivas de direitos (proibição de contratar com o Poder Público, suspensão de atividade, interdição de estabelecimento, etc.); 
2) prestação de serviços à comunidade; 
3) multa; 
4) liquidação forçada no caso de reincidência.
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES: arts. 14 e 15 da Lei n. 9.605/98. Curiosidade: é atenuante a baixa escolaridade do infrator.
TIPOS PENAIS IMPORTANTES NA LEI N. 9.605/98: 
1) crimes contra a fauna (arts. 29 a 37); 
2) crimes contra a flora (arts. 38 a 53);
 3) crimes de poluição (arts. 54 a 61);
 4) crimes contra o patrimônio cultural; 
5) crimes contra a Administração Ambiental (arts. 66 a 69-A).
TIPOS PENAIS IMPORTANTES FORA DA LEI N. 9.605/98:
 1) arts. 15 e 16 da Lei n. 7.802/89 (Agrotóxicos); 
2) art. 1º da Lei n. 7.643/87 (Lei de Cetáceos);
 3) art. 50 a 52 da Lei n. 6.766/79 (Parcelamento do Solo Urbano); 
4) art. 27 da Lei n. 11.105/05 (Biossegurança); 
5) 269 e 270 do CP (crime de epidemia por envenenamento de água potável, etc.).
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL 
CONCEITO DE INFRAÇÃO ADMINSTRATIVA: art. 70 da Lei n. 9.605/98 - “toda ação ou omissão que viole as regras de proteção do meio ambiente”.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS: são as penalidades impostas pela polícia ambiental. O art. 72 da Lei n. 9.605/98 e art. 3º do Dec. 6.514/08, que revogou o Dec. 3.179/99, estabelecem, entre outras:
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS: são as penalidades impostas pela polícia ambiental. O art. 72 da Lei n. 9.605/98 e art. 3º do Dec. 6.514/08, que revogou o Dec. 3.179/99, estabelecem, entre outras:
	Espécie de Sanção 
	Características 
	Advertência 
	para infrações leves, multa até R$ 1.000,00 
	Multa Simples 
	de R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00 
	Multa Diária 
	Para infrações continuadas 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO DEC. N.º 6.514/08 
· AMPLIAÇÃO DO ROL DE CONDUTAS INFRACIONAIS; 
· INTRODUÇÃO DA PRESCRIÇÃO PARA APURAÇÃO DAS INFRAÇÕES (5 anos da consumação – se for também crime prazo é o penal);
· REGULAMENTO O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FEDERAL (com três instâncias administrativas: superior hierárquico do fiscal; IBAMA; CONAMA);
· POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA MULTA EM SERVIÇOS DE PRESERVAÇÃO.

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