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Estrutura e formas de relevo

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Prévia do material em texto

Filipe Frazao/Shutterstock
Vista parcial de Ouro Preto (MG), 
2015, onde é fácil perceber a 
influência do relevo sobre a 
organização do município.
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6 Estruturas e formas do relevo
125
V
ocê já pensou sobre como o relevo influencia as atividades agrícolas, 
os sistemas de transporte e a malha urbana? E como ele influencia seu 
dia a dia?
Na página anterior, vimos um 
exemplo de cidade que se formou em 
relevos íngremes; observe mais dois 
exemplos dessa influência do relevo 
na vida das pessoas. Todos eles evi-
denciam a interação entre a sociedade 
e a natureza e a transformação do 
meio ambiente pelo ser humano, e 
também demonstram como o conhe-
cimento das características do relevo 
é indispensável ao planejamento das 
atividades rurais e urbanas.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Cultivo de alimentos em terraços 
seguindo as curvas de nível, feitas 
em Bali (Indonésia), 2013.
Sioen Gerard/Alamy/Latinstock
Centro histórico de 
Iguape (SP), 2014.
Capítulo 6126
1 Geomorfologia
O relevo da superfície terrestre apresenta elevações 
e depressões de diversas formas e altitudes. É constituído 
por rochas e solos de diferentes origens, e inúmeros pro-
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
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Montes
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(5 030 m)
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Montes Ellsworth
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Trópico de Capricórnio
0º
0º
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
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PLANALTO DOS GRANDES
 LAGOS
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(5892 m)
Quilimanjaro
(5633 m)
Elbrus
(8 848 m)
Everest
(6962 m)
Aconcágua
( 5 140 m)
Vinson
4 800 m
3 000 m
1 800 m
1 200 m
600 m
300 m
150 m
0 m
Altitudes Profundidades
–1 000 m
 0 m
–2 000 m
–3 000 m
–4 000 m
–5 000 m
–6 000 m
–7 000 m
–8 000 m
Picos
0 2 280 4 560
km
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cessos o modificam ao longo do tempo. A disciplina que 
estuda a dinâmica das formas do relevo terrestre é a 
 geomorfologia. Observe o planisfério e as imagens a seguir.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 33.
Os mapas que indicam altitude de relevo são 
chamados mapas hipsométricos – a hipsometria 
é a técnica que representa as diferentes altitudes 
da superfície por meio de uma variação de cores. 
Em alguns mapas, o relevo submarino também é 
representado em diferentes tonalidades de azul.
 Planisfério físico
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A fisionomia da paisagem terrestre é extremamente variada, 
como se pode observar nas fotos desta página. Acima, o 
cânion do rio São Francisco, na divisa entre os estados de 
Sergipe, Alagoas e Bahia, em 2015; à direita, uma região 
montanhosa na Patagônia (Argentina), em 2015. Esses são dois 
exemplos de formações de relevo da superfície da Terra.
Mario Tama/Getty Images
Estruturas e formas do relevo 127
űƕAgentes externos, também chamados exógenos, atuam na mo-
delagem da crosta terrestre, transformando as rochas, erodindo 
os solos e dando ao relevo o aspecto que apresenta atualmente. 
Os principais agentes externos são naturais – a temperatura, o 
vento, as chuvas, os rios e oceanos, as geleiras, os microrganismos, 
a cobertura vegetal –, mas há também a ação crescente dos seres 
humanos, como sugere o verso de Drummond ao tratar do pico 
do Cauê, localizado em Itabira (MG), cidade natal do poeta.
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Monte Osorno (Chile), originado pelo 
vulcanismo, um dos agentes internos que 
alteram a paisagem terrestre. Foto de 2014. 
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê”
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), escritor brasileiro.
O relevo resulta da atuação de agentes in-
ternos e externos na crosta terrestre.
űƕAgentes internos, também chamados endó-
genos, são aqueles impulsionados pela ener-
gia contida no interior do planeta. Como vi-
mos no capítulo anterior, esses fenômenos 
deram origem às grandes formações geológi-
cas existentes na superfície terrestre e conti-
nuam a atuar em sua transformação.
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Entre os agentes externos, destaca-se o ser humano. Mineração, 
aterramento, desmatamento, terraplenagem, canalização e represamento 
são exemplos de ações humanas que alteram diretamente as formas do 
relevo, como o que ocorreu com o pico do Cauê em Itabira, em decorrência 
de intensa mineração. Veja na foto menor como era o pico na década de 
1970, e na maior, o local transformado em cratera, em 2014.
 João 
Prude
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agens
128
As forças externas naturais são, portanto, mode-
ladoras e atuam de forma contínua ao longo do tempo 
geológico. Ao agirem na superfície da crosta, provocam 
a erosão e alteram o relevo por meio de suas três fases: 
intemperismo, transporte e sedimentação.
űƕIntemperismo: é o processo de desagregação (intem-
perismo físico) e decomposição (intemperismo quími-
co) sofrido pelas rochas. O principal fator de intempe-
rismo físico é a variação de temperatura (dia e noite; 
verão e inverno), que provoca dilatação e contração 
das rochas, fragmentando-as em formas e tamanhos 
variados. Já o intemperismo químico resulta, sobretu-
do, da ação da água sobre as rochas, provocando, com 
o passar do tempo, uma lenta modificação na compo-
sição química dos minerais. O intemperismo físico e o 
intemperismo químico atuam ao mesmo tempo, mas 
dependendo das características climáticas um pode 
atuar de maneira mais intensa que o outro.
űƕTransporte e sedimentação: o material intemperizado 
– os fragmentos de rocha decomposta e o solo que 
dela se origina (processo que veremos no Capítulo 7) 
– está sujeito à erosão. Nesse processo, as águas e o 
vento desgastam a camada superficial de solos e rochas, 
removendo substâncias que são transportadas para 
outro local, onde se depositam ou se sedimentam. O 
material removido provoca alterações nas formas do 
relevo. O material que se deposita também modifica o 
relevo, formando ambientes de sedimentação: fluvial 
(rios), glaciário (gelo e neve), eólico (vento), marinho 
(mares e oceanos) e lacustre (lagos), entre outros.
A atuação do intemperismo é acentuada ou atenua-
da conforme características do clima, da topografia, da 
biosfera, do tipo de material que compõe as rochas – os 
minerais – e do tempo de exposição delas às intempéries. 
Os diferentes minerais apresentam maior ou menor re-
sistência à ação do intemperismo e da erosão. Em am-
bientes mais quentes e úmidos, o intemperismo 
químico é mais intenso, enquanto em ambientes 
mais secos predomina o intemperismo físico.
As rochas que compõem os escudos cristalinos, 
por serem de idades geológicas remotas, sofreram 
por mais tempo a ação do intemperismo e da erosão, 
o que se reflete em suas formas. As altitudes mo-
destas e as formas arredondadas, como nos montes 
Apalaches (Estados Unidos), nos alpes Escandinavos 
(Suécia e Noruega), na serra do Espinhaço (Brasil) e 
nos montes Urais (Rússia), mostram a ação desses 
processos modeladores nas formas do relevo.
A exposição ao sol aquece as rochas 
provocando sua dilatação. Com a chuva e a 
ação das marés, há queda brusca de 
temperatura, o que provoca contração e 
desagregação mecânica de partículas. Foto 
de costão rochoso na ilha do Farol, em 
Arraial do Cabo (RJ), em 2015.
A erosão é resultado da ação de algum 
agente, como chuva, vento, geleira, rio 
ou oceano, que provoca o transporte de 
material sólido. Na foto de 2014, dunas 
nos Lençóis Maranhenses, em 
Barreirinhas (MA), um exemplo da ação 
do vento (erosão eólica).
Vitor Marigo/OpçãoBrasil Imagens
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Estruturas e formas do relevo 129
2 A classificação do relevo brasileiro
O território brasileiro possui uma grande diversi-
dade de formas e estruturas de relevo, como serras, 
escarpas, planaltos, planícies, depressões, chapadas, 
tabuleiros, cuestas e muitas outras. Para entender a 
diferença entre estrutura e forma de relevo, leia o tex-
to a seguir em Outras leituras.
Apesar de tentativas anteriores, somente na década 
de 1940 foi criada uma classificação dos compartimentos 
do relevo brasileiro considerada mais coerente com a 
 geomorfologia do nosso território. Ela foi elaborada por 
um dos primeiros professores do Departamento de 
 Geografia da Universidade de São Paulo (USP), o geógra-
fo e geomorfólogo Aroldo de Azevedo (1910-1974), que, 
considerando as cotas altimétricas, definiu planaltos 
como terrenos levemente acidentados, com mais de 200 
metros de altitude, e planícies como superfícies planas, 
com altitudes inferiores a 200 metros. Essa classificação 
divide o Brasil em sete unidades de relevo, com os planaltos 
ocupando 59% do território e as planícies, os 41% restantes 
– como se pode observar 
na tabela ao lado, que apre-
senta os dados hipsométri-
cos de acordo com os inter-
valos de altitude.
Cota altimétrica: número 
que exprime a altitude de 
um ponto em relação ao 
nível do mar ou a outra 
superfície de referência.
Consulte o site da Embrapa. 
Veja orientações na seção 
Sugestões de leitura, filmes e sites.
Outras leituras
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As estruturas e as formas do relevo brasileiro
O território brasileiro é formado por estruturas 
geológicas antigas. Com exceção das bacias de sedi-
mentação recente, como a do Pantanal Mato-Grossen-
se, parte ocidental da bacia Amazônica e trechos do 
litoral nordeste e sul, que são do Terciário e do Quater-
nário (Cenozoico), o restante das áreas tem idades geo-
lógicas que vão do Paleozoico ao Mesozoico, para as 
grandes bacias sedimentares, e ao Pré-Cambriano 
(Arqueozoico-Proterozoico), para os terrenos cristalinos.
No território brasileiro, as estruturas e as formações 
litológicas são antigas, mas as formas do relevo são re-
centes. Estas foram produzidas pelos desgastes erosivos 
que sempre ocorreram e continuam ocorrendo e, com 
isso, estão permanentemente sendo reafeiçoadas [mu-
dando de forma]. Desse modo, as formas grandes e pe-
quenas do relevo brasileiro têm como mecanismo ge-
nético, de um lado, as formações litológicas e os arranjos 
estruturais antigos, de outro, os processos mais recentes 
associados à movimentação das placas tectônicas e ao 
desgaste erosivo de climas anteriores e atuais. Grande 
parte das rochas e estruturas que sustentam as formas 
do relevo brasileiro é anterior à atual configuração do 
continente sul-americano, que passou a ter o seu for-
mato depois da orogênese andina e da abertura do 
oceano Atlântico, a partir do Mesozoico.
ROSS, Jurandyr L. S. Os fundamentos da geografia da natureza. In: ______ 
(Org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 45. (Didática 3).
Brasil: cotas altimétricas (em metros)
Terras baixas 41,00%
0 a 100 24,09%
101 a 200 16,91%
Terras altas 58,46%
201 a 500 37,03%
501 a 800 14,68%
801 a 1 200 6,75%
Áreas culminantes 0,54%
1 201 a 1 800 0,52%
Acima de 1 800 0,02%
Adaptado de: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 2006. Rio de Janeiro. p. 1-9.
Vista da chapada Diamantina 
em Lençóis (BA), 2014.
Capítulo 6130
Em 1958, Aziz Ab’Sáber (1924-2012), também pro-
fessor e pesquisador do Departamento de Geografia 
da USP, publicou um trabalho propondo alterações nos 
critérios de definição dos compartimentos do relevo. 
A partir de então, foram consideradas as seguintes de-
finições:
űƕPlanalto: área em que os processos de erosão supe-
ram os de sedimentação.
űƕPlanície: área mais ou menos plana em que os pro-
cessos de sedimentação superam os de erosão, inde-
pendentemente das cotas altimétricas.
Adotando-se essa classificação geomorfológica, o 
Brasil passa a apresentar dez compartimentos de rele-
vo e não sete (como havia sido proposto por Aroldo de 
Azevedo). Na classificação de Ab’Sáber, os planaltos 
correspondem a 75% da superfície do território e as 
planícies, a 25%. Observe os mapas abaixo.
Note que em ambas as classificações o Brasil 
apresenta dois grupos de planaltos. O maior deles foi 
subdividido de acordo com as diferenciações de 
estrutura geológica e de formas de relevo encontradas 
em seu interior. A planície do Pantanal se mantém 
nas duas classificações. Já a chamada planície Costeira 
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Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. 
São Paulo: Ática, 2013. p. 115.
pela classificação de Azevedo é denominada planícies 
e terras baixas Costeiras pela de Ab’Sáber. O mesmo 
acontece com a planície Amazônica, que passa a ser 
denominada planícies e terras baixas Amazônicas (o 
termo planícies se refere às várzeas dos rios, onde a 
sedimentação é intensa, e a expressão terras baixas, 
aos baixos planaltos ou platôs de estrutura geológi-
ca sedimentar).
Em 1989, Jurandyr Ross, outro professor e pesqui-
sador do Departamento de Geografia da USP, divulgou 
uma nova classificação do relevo brasileiro, com base 
nos estudos de Aziz Ab’Sáber e na análise de imagens 
de radar obtidas no período de 1970 a 1985 pelo Pro-
jeto Radambrasil.
Esse projeto consistiu em um mapeamento com-
pleto e minucioso do país, no qual se desvendaram as 
potencialidades naturais do território, como minérios, 
madeiras, solos férteis e recursos hídricos. Observe no 
mapa da página 132 que, além dos planaltos e das pla-
nícies, foi detalhado mais um tipo de compartimento: 
a depressão.
űƕDepressão: relevo aplainado, rebaixado em relação ao 
seu entorno; nele predominam processos erosivos.
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. 
São Paulo: Ática, 2013. p. 115.
Note que o planalto Central, o planalto 
Atlântico e o planalto Meridional na 
classificação de Azevedo correspondem ao 
planalto Brasileiro na classificação de Ab’Sáber.
 Classificação de Aroldo de Azevedo
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
0 680 1 360
km
OCEANO
PACÍFICO
Trópico d
e Capricórni
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55º O
0º
PLANALTO
DAS GUIANAS
PLANALTO
CENTRAL
PLANALTO 
MERIDIONAL
PLANÍCIE DO 
PANTANAL
PLANÍCIE
AMAZÔNICA
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Planícies
Planaltos
 Classificação de Aziz Ab’Sáber
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
OCEANO
PACÍFICO
Trópico 
de Capricó
rnio
0 680 1 360
km
PLANALTO
DAS GUIANAS
PLANALTO
CENTRAL
PLANALTO BRASILEIRO
PLANALTO
NORDESTINO
PLANALTO DO
MARANHÃO-
-PIAUÍ
PLANALTO
URUGUAIO SUL-
-RIO-GRANDENSE
PLANÍCIE DO 
PANTANAL
SERRAS E
PLANALTOS
DO LESTE E
SUDESTE
PLANÍCIES E TERRAS
BAIXAS AMAZÔNICAS
Planícies e
Terras Baixas
Planaltos
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55º O
0º
PLANALTO 
MERIDIONAL
Estruturas e formas do relevo 131
OCEANO
ATLÂNTICO
Equador
OCEANO
PACÍFICO
Trópico 
de Capricó
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Planície do rio Amazonas
Depressão da Amazônia Ocidental
Depressão Marginal Norte-Amazônica 
Depressão Marginal Sul-Amazônica 
Depressão do Araguaia 
Depressão Cuiabana 
Depressão do Alto Paraguai-Guaporé 
Depressão do Miranda 
Depressão Sertaneja e do São Francisco 
Depressão do Tocantins 
Depressão Periférica da Borda Leste 
da Bacia do Paraná
Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense 
Planalto da Amazônia Oriental
Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
Planaltos e Chapadas dos Parecis
Planaltos Residuais Norte-Amazônicos
Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
Planaltos e Serras doAtlântico-Leste-Sudeste
Planaltos e Serras de Goiás-Minas
Serras Residuais do Alto Paraguai
Planalto da Borborema
Planalto Sul-Rio-Grandense
Planície do rio Araguaia
Planície e pantanal do rio Guaporé
Planície e pantanal Mato-Grossense
Planície da lagoa dos Patos e Mirim
Planície e tabuleiros litorâneos
Planaltos
Bacias
sedimentares
Estruturas
cristalinas
e dobradas
antigas
Depressões
Planícies
0 490 980
km
55º O
0º
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 Classificação de Jurandyr L. S. Ross
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. p. 54, 55 e 63. (Didática 3).
Os cortes esquem
áticos 
referentes às linh
as AB, CD e 
EF, indicadas aqu
i no mapa, 
são apresentados
 nos perfis 
topográficos aba
ixo.
PLANALTOS RESIDUAIS
NORTE-AMAZÔNICOS PLANALTOS RESIDUAIS
SUL- AMAZÔNICOS
PLANALTO DA AMAZÔNIA ORIENTAL
PLANÍCIE DO RIO AMAZONAS
Depressão Marginal 
Norte-Amazônica
Depressão Marginal 
Sul-Amazônica
Altitude (m)
3 000
2 000
1 000
0
Altitude (m)
3 000
2 000
1 000
0
PLANALTOS E CHAPADAS DA 
BACIA DO PARNAÍBA PLANALTO DA BORBOREMA
Depressão Sertaneja
Tabuleiros
Litorâneos
Rio Parnaíba OCEANO
ATLÂNTICO
PLANALTOS E CHAPADAS DA 
BACIA DO PARANÁ
PLANALTOS E SERRAS DO
ATLÂNTICO LESTE-SUDESTE
PLANÍCIE E PANTANAL
MATO-GROSSENSE
Depressão 
Periférica
Rio Paraná
OCEANO
ATLÂNTICO
Altitude (m)
3 000
2 000
0
 Perfis topográficos
Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. p. 54, 55 e 63. (Didática 3). Ilustrações sem escala.
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Perfil norte-sul da Amazônia (AB) Terrenos cristalinos
 Terrenos sedimentares
Perfil oeste-leste da região Nordeste (CD)
Perfil oeste-leste das regiões Centro-Oeste e Sudeste (EF)
Capítulo 6132
É importante destacar que cada nova classificação 
não substitui completamente a anterior. Note, 
comparando os mapas, que os limites dos comparti-
mentos não são muito diferentes entre si. Nessas três 
classificações do relevo brasileiro, as áreas de 
sedimentação situadas em maiores altitudes, ou seja, as 
planícies encaixadas em compartimentos de planalto, 
não aparecem. Isso ocorre porque a escala utilizada para 
retratar o país inteiro em um único mapa é muito pe-
quena e, portanto, não permite um detalhamento que 
mostre planícies pouco extensas. Por isso, o Vale do 
Paraíba, uma bacia sedimentar localizada entre as ser-
ras do Mar e da Mantiqueira, não aparece nessas clas-
sificações, tratando-se, assim, de uma planície encaixada 
no planalto Atlântico (Azevedo), nas serras e nos 
planaltos do leste e sudeste (Ab’Sáber) ou nos planaltos 
e nas serras do Atlântico Leste-Sudeste (Ross). O mesmo 
ocorre com algumas outras formas de relevo, como as 
escarpas e as cuestas, que estudaremos mais adiante 
neste capítulo.
Agora, leia em Para saber mais a diferença entre 
bacia sedimentar e planície.
Para saber mais
Bacia sedimentar 3 planície
Não devemos confundir bacia sedimentar, denomi-
nação que se refere à estrutura geológica, com planície, 
que se refere à forma do relevo. A estrutura sedimentar 
indica a origem, a formação e a composição de parte da 
crosta, ocorrida ao longo do tempo geológico. Durante 
sua formação, enquanto a sedimentação supera os pro-
cessos erosivos, a bacia sedimentar é sempre uma planície. 
Trecho do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, durante o período das cheias, em 2014. Este é um exemplo típico de planície 
em formação, uma vez que durante as inundações anuais ocorre intensa sedimentação.
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No entanto, uma bacia sedimentar que no passado foi 
uma planície pode estar atualmente sofrendo um proces-
so de erosão, de desgaste, e, portanto, corresponder a um 
planalto ou a uma depressão, como as da Amazônia. Em 
contrapartida, bacias sedimentares que hoje ainda estão 
em processo de formação correspondem a planícies. Um 
exemplo: a planície do Pantanal.
Estruturas e formas do relevo 133
Outras formas do relevo
Ao estudarmos as formas do relevo brasileiro, en-
contramos ainda outras categorias:
Escarpa: declive acentuado que aparece em bor-
das de planalto. Pode ser gerada por um movimen-
to tectônico, que forma escarpas de falha, ou ser 
modelada pelos agentes externos, que geram escar-
pas de erosão.
Cuesta: forma de relevo que possui um lado com 
escarpa abrupta e outro com declive suave. Essa dife-
rença de inclinação ocorre porque os agentes externos 
atuaram sobre rochas com resistências diferentes.
Chapada: tipo de planalto cujo topo é aplainado e 
as encostas são escarpadas. Também é conhecido como 
planalto tabular.
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Os estados da região Centro-Oeste e a porção oriental da 
região Nordeste possuem várias chapadas, como a chapada 
Diamantina, na Bahia. Foto de 2015.
Paisagem de “mar de morros”, em Extrema (MG), 2014, na 
serra da Mantiqueira. As formas arredondadas indicam 
predomínio de erosão pluvial.
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Morro: em sua acepção mais comum é uma peque-
na elevação de terreno, uma colina. Em sua classificação 
dos domínios morfoclimáticos, Ab’Sáber destacou os 
“mares de morros” (veja o mapa da página 235).
Escarpa da cuesta de Botucatu (SP), em 2013.
Capítulo 6134
Montanha: vimos no Capítulo 5 como os movi-
mentos orogenéticos (enrugamento, dobra e soergui-
mento da crosta devido à ação das forças endógenas) 
deram origem às grandes cadeias montanhosas do 
planeta. Os dobramentos modernos do Cenozoico são 
o exemplo mais lembrado, pois são as maiores mon-
tanhas existentes, como os Andes e o Himalaia. No 
Brasil não ocorreram dobramentos modernos, mas 
sim dobramentos mais antigos que ao longo do tem-
po geológico foram modelados pelos processos exó-
genos, dando origem a formas rebaixadas e desgas-
tadas (montanhas antigas), como o Monte Roraima e 
as elevações dos planaltos e serras do Atlântico.
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Monte Roraima, no Parque Nacional Canaima 
(Venezuela), próximo à fronteira com o Brasil. Foto de 
2015. Trata-se de um planalto que se originou do 
desgaste de montanhas antigas.
Serra: esse nome é utilizado para 
designar um conjunto de formas varia-
das de relevo, como dobramentos anti-
gos e recentes, escarpas de planalto e 
cuestas. Sua definição e uso não são 
rígidos, sofrendo variação de uma re-
gião para outra do país.
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Pedra do Baú, na serra da Mantiqueira, 
em São Bento do Sapucaí (SP), em 2015. 
As serras da Mantiqueira e do Mar têm 
origem tectônica e foram bastante 
moldadas pelos agentes erosivos. Suas 
escarpas originaram-se de falhas 
geológicas, e nos planaltos, acima de 
seus topos e abaixo das escarpas, é 
possível encontrar os mares de morros.
Inselberg em Buíque (PE), em 2014. 
Algumas vezes, o topo dos 
inselbergs é recoberto por rochas 
sedimentares, constituindo um 
testemunho de que havia terrenos 
mais elevados em seu entorno.
Inselberg (‘monte ilha’, em 
alemão): saliência no relevo en-
contrada em regiões de clima 
árido e semiárido. Sua estrutura 
rochosa foi mais resistente à 
erosão do que o material que 
estava em seu entorno.
Estruturas e formas do relevo 135
Pensando no Enem
1. 
As áreas do planalto do cerrado – como a 
chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã 
e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com 
altitudes que variam de 400 m a 800 m – são 
importantes para a planície pantaneira ma-
to-grossense (com altitude média inferior a 
200 m), no que se refere à manutenção do 
nível de água, sobretudo durante a estiagem. 
Nas cheias, a inundação ocorre em funçãoda alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, 
do afloramento de lençóis freáticos e da bai-
xa declividade do relevo, entre outros fatores. 
Durante a estiagem, a grande biodiversidade 
é assegurada pelas águas da calha dos prin-
cipais rios, cujo volume tem diminuído, prin-
cipalmente nas cabeceiras.
CABECEIRAS ameaçadas. Ciência Hoje. 
Rio de Janeiro: SBPC. v. 42, jun. 2008 (adaptado).
A medida mais eficaz a ser tomada, visando à con-
servação da planície pantaneira e à preservação de 
sua grande biodiversidade, é a conscientização da 
sociedade e a organização de movimentos sociais 
que exijam:
a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal 
mato-grossense.
b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam 
a biodiversidade.
c) o aumento das pastagens na área da planície, para 
que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, 
evite a erosão do solo.
d) o controle do desmatamento e da erosão, principal-
mente nas nascentes dos rios responsáveis pelo 
nível das águas durante o período de cheias.
e) a construção de barragens, para que o nível das 
águas dos rios seja mantido, sobretudo na estia-
gem, sem prejudicar os ecossistemas.
 Resolução
Esse exercício explica a forma como as diferenças de al-
titude entre a planície do Pantanal e as serras e planal-
tos que o circundam o tornam uma área inundável. Trata 
também de seu papel na manutenção do nível das 
águas, tanto no período chuvoso quanto no de estia-
gem. As agressões ambientais que acontecem no entor-
no do Pantanal causam impacto direto em seu interior, 
destacando-se a redução no volume de água disponível 
e o assoreamento. Portanto, a alternativa correta é a D.
2. 
Nível d’água
Sulcos ou ravinas
Boçoroca
Zona temporariamente encharcada
TEIXEIRA, W. et al. (Org.). Decifrando a Terra. 
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
Muitos processos erosivos se concentram nas encos-
tas, principalmente aqueles motivados pela água e 
pelo vento. No entanto, os reflexos também são sen-
tidos nas áreas de baixada, onde geralmente há ocu-
pação urbana.
Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de mui-
tas cidades brasileiras é:
a) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios as-
soreados comportam menos água em seus leitos.
b) a contaminação da população pelos sedimentos 
trazidos pelo rio e carregados de matéria orgânica.
c) o desgaste do solo nas áreas urbanas, causado pela 
redução do escoamento superficial pluvial na encosta.
d) a maior facilidade de captação de água potável pa-
ra o abastecimento público, já que é maior o efeito 
do escoamento sobre a infiltração.
e) o aumento da incidência de doenças como a ame-
bíase na população urbana, em decorrência do es-
coamento de água poluída do topo das encostas.
 Resolução
A erosão é um processo constituído por três etapas: in-
temperismo, transporte e sedimentação. As partículas 
das rochas são transportadas pelos agentes erosivos 
(água das chuvas, rios, ventos e outros) para as partes 
mais baixas do relevo e, quando o material sedimenta 
nos rios, provocam assoreamento e maior ocorrência de 
enchentes. Portanto, a alternativa correta é a A.
Considerando a Matriz de Referência do Enem, estas ques-
tões trabalham a Competência de área 6 – Compreender a 
sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações 
no espaço em diferentes contextos históricos e geográ-
ficos, especialmente a habilidade H29 – Reconhecer a 
função dos recursos naturais na produção do espaço geo-
gráfico, relacionando-os com as mudanças provocadas 
pelas ações humanas.
Capítulo 6136
3 O relevo submarino
Assim como a superfície dos continentes, o fundo 
do mar possui formas variadas, resultantes da ação de 
agentes internos e do intenso intemperismo químico. 
Como as terras submersas não sofrem a ação dos agen-
tes atmosféricos, o único agente externo que atua na 
modelagem do relevo submarino é o movimento das 
águas – a ação humana, embora existente, é muito li-
mitada, como no caso da exploração de petróleo. Esse 
movimento ocorre por uma associação de diversos 
fatores, como ventos, ação do Sol, da Lua, da tempera-
tura e da salinidade.
Os principais componentes do relevo submarino 
são:
űƕPlataforma continental: é a continuação da estrutura 
geológica do continente abaixo do nível do mar. Com-
posta predominantemente de rochas sedimentares, é 
relativamente plana. Por ter profundidade média de 
200 metros, recebe luz solar, o que propicia o desenvol-
vimento de vegetação marinha e muitas espécies ani-
mais. As plataformas continentais são áreas favoráveis 
à exploração de petróleo e gás natural. Suas ilhas são 
chamadas de costeiras e podem ser de origem vulcâni-
ca, sedimentar ou biológica (como é o caso dos atóis).
űƕTalude: é a borda da plataforma continental, mar-
cada por um desnível abrupto de até 2 mil metros, 
na base do qual se encontram a crosta continental 
e a oceânica. 
Quando o talude se localiza em área de encontro 
de placas convergentes, ocorre a formação de fossas 
marinhas, como podemos observar na figura abaixo, à 
esquerda, que mostra a margem continental ocidental 
sul-americana.
űƕRegião pelágica (ou abissal): corresponde à crosta 
oceânica propriamente dita, que é mais densa e 
geo-logicamente distinta da crosta continental. 
Nessa região há diversas formas de relevo, como 
depressões (chamadas bacias), dorsais, montanhas 
tectônicas, planaltos e fossas ma-
rinhas. As ilhas aí existentes 
são chamadas ilhas oceâ-
nicas, como Fernando 
de Noronha, de ori-
gem vulcânica, e 
o atol das Rocas, 
de origem bio-
lógica.
Margem continental oriental 
sul-americana, no oceano Atlântico. 
Na costa leste da América do Sul, as crostas 
continental e oceânica pertencem à mesma 
placa tectônica, chamada Sul-Americana.
Margem continental ocidental sul-americana, no oceano 
Pacífico. Na costa oeste da América do Sul, o encontro das 
crostas oceânica e continental coincide com o encontro 
das placas Sul-Americana e de Nazca.
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Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do 
Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. p. 31. (Didática 3).
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria da Comissão 
Interministerial para os Recursos do Mar. Disponível em: <www.secirm.
mar.mil.br/inindex.htm>. Acesso em: 10 mar. 2015.
crosta oceânica
ilustração esquemática ilustração esquemática
OCEANO 
PACÍFICO
OCEANO 
ATLÂNTICO
plataforma 
continental
talude 
continental
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continental
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CORDILHEIRA DOS ANDES
Estruturas e formas do relevo 137
Amazônia Azul – o patrimônio brasileiro no mar
O Direito do Mar
[...] O desenvolvimento da tecno-
logia marinha permitiu a descoberta 
nas águas, no solo e no subsolo mari-
nhos de recursos naturais de impor-
tância capital para a humanidade. A 
descoberta de tais recursos fez au-
mentar a necessidade de delimitar os 
espaços marítimos em relação aos 
quais os Estados costeiros exercem 
soberania e jurisdição.
[...]
A Convenção das Nações Unidas 
sobre o Direito do Mar (CNUDM) está 
em vigor desde novembro de 1994 e 
constitui-se, segundo analistas internacionais, no maior empreendimento normativo no âmbito das Nações 
Unidas, legislando sobre todos os espaços marítimos e oceânicos, com o correspondente estabelecimento 
de direitos e deveres dos Estados que têm o mar como fronteira. 
Trata-se de uma imensa região, com cerca de 3,5 milhões de km2. Após serem aceitas as recomendações 
da CLPC [Comissão de Limites da Plataforma Continental], os espaços marítimos brasileiros poderão atingir 
cerca de 4,5 milhões de km2, equivalentes a mais de 50% da extensão territorial do Brasil.
Por seus incomensuráveis recursos naturais e grandes dimensões, essa área é chamadade Amazônia Azul.
Conceitos importantes
No que concerne aos espaços marítimos, todo Estado costeiro tem o direito de estabelecer um Mar Terri-
torial de até 12 milhas náuticas (cerca de 22 km), uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e uma Plataforma 
Continental (PC) estendida, cujos limites exteriores são determinados pela aplicação de critérios específicos.
Outras leituras
A PC é o prolongamento natural 
da massa terrestre de um Estado cos-
teiro. Em alguns casos, ela ultrapassa 
a distância de 200 milhas da ZEE. Pela 
Convenção sobre o Direito do Mar, o 
Estado costeiro pode pleitear a exten-
são da sua Plataforma Continental até 
o limite de 350 milhas náuticas 
(648 km), observando-se alguns parâ-
metros técnicos. É o caso do Brasil, que 
apresentou às Nações Unidas, em se-
tembro de 2004, o seu pleito de exten-
são da PC brasileira.
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil. 
Disponível em: <www.mar.mil.br/en/REVISTA_
VILLEGAGNON_2010_Suplemento_Ano_V.pdf>. 
Acesso em: 3 jul. 2015.
Adaptado de: BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria da Comissão Interministerial 
para os Recursos do Mar. Disponível em: <www.mar.mil.br/en/REVISTA_
VILLEGAGNON_2010_Suplemento_Ano_V.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.
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*1 milha náutica equivale a 1 852 km.
mar territorial 
(12 milhas)* Zona Econômica 
Exclusiva (ZEE) 
(200 milhas) plataforma 
continental
plataforma
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 Limites do mar
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Arquipélago
de São Pedro
e São Paulo
Arquipélago
de Fernando
de Noronha
Ilha de
Trindade e
Arquipélago
Martim
Vaz
Equador
Trópico de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
0 650 1 300
km
0º
55º O
Brasil Área/distância
Território
Mar territorial
8500000 km2
12 milhas
Zona Econômica
Exclusiva (ZEE) 3500000 km
2
Extensão da plataforma
continental 911000 km
2
Amazônia Azul
(ZEE + Extensão da 
plataforma continental)
4411000 km2
Capítulo 6138
4 Morfologia litorânea
Na faixa de contato do continente com o ocea-
no – o litoral –, o movimento constante da água do 
mar exerce forte ação construtiva ou destrutiva nas 
formas de relevo. Atuando no intemperismo, trans-
porte e sedimentação de partículas orgânicas e 
minerais, a dinâmica das correntes marinhas, das 
ondas e das marés é responsável pela formação de 
praias, mangues e cordões arenosos chamados 
restingas.
A mais notável ação erosiva do movimento das águas 
oceânicas no litoral é a que origina as falésias, paredões 
resultantes do impacto das ondas diretamente contra 
formações rochosas cristalinas ou sedimentares (conhe-
cidas como barreiras), comuns no nordeste brasileiro.
Da morfologia litorânea, podemos destacar:
űƕBarra: saída de um rio, canal ou de uma lagoa para o 
mar aberto, onde ocorrem intensa sedimentação e 
formação de bancos de areia ou de outros detritos.
Barra da Lagoa, em 
Florianópolis (SC), em 2014. 
Este canal faz a ligação da 
lagoa da Conceição com o 
oceano. Note que foram 
colocadas pedras na margem 
esquerda da barra para evitar 
a sedimentação de areia e 
facilitar a entrada e a saída 
de embarcações.
Falésias em Jequiá da 
Praia (AL), 2015.
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A lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (RJ), 
é uma lagoa costeira formada por uma restinga, 
sobre a qual também se formaram as praias e 
se desenvolveram os bairros do Leblon e de 
Ipanema (ao fundo). Foto de 2015.
űƕSaco, baía e golfo: assemelham-se a um arco quase 
fechado que se comunica com o oceano. O que mu-
da é o tamanho: o saco é o menor (medido em me-
tros) e a baía tem tamanho intermediário, como a 
famosa baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. O 
golfo, como é o maior (medido em quilômetros; ve-
ja o mapa ao lado), pode conter sacos e baías em 
seu interior. Ao longo do tempo, a comunicação de 
sacos e baías com o oceano pode ser diminuída por 
causa da constituição de uma restinga. Se essa res-
tinga continuar a aumentar, pode ocorrer fecha-
mento do arco, formando-se uma lagoa costeira.
MÉXICO
AMÉRICA
CENTRAL
Golfo do
México
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Mar do Caribe
Península da
Flórida
Península
de Iucatã
ESTADOS UNIDOS
0 465 930
km
Trópico de Câncer
90º O
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 Golfo do México e penínsulas 
de lucatã e da Flórida
O golfo do México é delimitado por duas 
penínsulas: a de Iucatã e a da Flórida.
űƕPonta, cabo e península: são for-
mas de relevo que avançam do 
continente para o oceano. A di-
ferença entre elas é a dimensão: 
pontas são menores que cabos 
(foto ao lado), que, por sua vez, 
são menores que penínsulas 
(mostradas no mapa acima). Jo
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Cabo da Boa Esperança 
(África do Sul), em 2014.
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 36.
Capítulo 6140
űƕEnseada: praia com formato de arco. 
Por possuir configuração aberta, dife-
rencia-se do saco, cuja configuração é 
bem mais fechada.
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Alguns fiordes avançam cerca de 30 km para o 
interior dos continentes. Seu leito tem forma de “U”, 
assim como os vales glaciais, que resultam da erosão 
glacial. Na foto, fiorde na Noruega, em 2015.
Enseada da praia do Pântano do 
Sul, em Florianópolis (SC), 2014. 
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űƕRecife: barreira próxima à praia que diminui 
ou bloqueia o movimento das ondas. Pode 
ser de origem biológica, quando constituída 
por carapaças de animais marinhos, ou 
arenosa, quando formada por uma restinga 
que se consolida em rocha sedimentar. 
Observe a foto ao lado.
űƕFiordes: profundos corredores que foram 
cavados pela erosão glacial e posterior-
mente rebaixados, o que provocou a in-
vasão das águas do mar. Formaram-se em 
regiões litorâneas de latitudes elevadas 
que ficaram recobertas por gelo durante 
as glaciações, como as costas da Noruega 
e do sul do Chile, entre outras.
Praia de Boa Viagem, em Recife (PE), em 2014. Na foto, podemos 
observar os recifes de arenito que originaram o nome da capital de 
Pernambuco.
141
Compreendendo conteúdos
1. Explique o que são e como se originam as formas do relevo.
2. Qual é a diferença entre estrutura e forma de relevo?
3. Defina planalto, planície e depressão.
4. O que é plataforma continental? Qual é a sua importância econômica?
Desenvolvendo habilidades
5. Leia novamente as páginas 125 e 126, observe as fotografias e responda no caderno:
a) Como o relevo pode influenciar a organização e a distribuição de diversas atividades humanas? Dê exemplos.
b) Com base no que você estudou neste capítulo e em seus conhecimentos, elabore uma hipótese para explicar de 
que forma o relevo condiciona o traçado e o custo de construção de rodovias e ferrovias.
6. Observe abaixo a fotografia de Maricá (RJ) e escreva, em seu caderno, o nome das formas de relevo que estão pre-
sentes na imagem.
Atividades
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Maricá, no Rio de Janeiro (RJ), 
em 2015.
ATENÇÃO!
Não escreva no seu livro!
142

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