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Conexão molecular de uma família Quando Allison Romano começou a procurar universidades, pre‑ tendia encontrar uma faculdade em que pudesse estudar gené‑ tica em profundidade, talvez até mesmo fazer alguma pesquisa prática. Esses planos tinham, de certa forma, motivação genética. Aos 12 anos, ela recebeu um diagnóstico de tumor da glândula suprarrenal. O tumor foi retirado por cirurgia, e, depois de um longo perío do de convalescença, Allison voltou à sétima série, saudável, feliz e cheia de interesse em aprender sobre a doen ça que a acometera. No ensino médio, as matérias estudadas por Allison reforçaram esse interesse. Ela lia muito e conheceu vários estudantes apreciadores da biologia. Até que outro tumor da su‑ prarrenal surgiu na vida de Allison; dessa vez, no entanto, diag‑ nosticado em seu pai. O tumor de Louis Romano – do tamanho de uma bola de golfe – foi retirado com sucesso e ele teve recupe‑ ração plena. Depois desse incidente, o oncologista suspeitou de que tanto Louis quanto Allison houvessem desenvolvido tumores da su‑ prarrenal – uma forma rara de câncer denominada feocromo‑ citoma – porque tinham uma mutação do gene VHL, localizado no braço curto do cromossomo 3. Pesquisas publicadas haviam mostrado que essas mutações às vezes estão associadas a esse tipo de câncer. Portanto, o oncologista enviou amostras de DNA de Louis e Allison a um laboratório de genética. Os testes de DNA mostraram que ambos eram heterozigotos para um alelo VHL mutante. No nucleo tí dio 490 do gene VHL, um par de ba‑ ses G:C fora subs ti tuí do por um par de bases A:T, causando a substituição da glicina por serina na posição 93 no polipeptídio codificado pelo gene. Depois de tomar conhecimento desse resultado, Allison resol‑ veu estudar genética. Sua irmã mais velha, que não apresentava sinais de feocromocitoma, quis fazer o teste para detecção do alelo mutante; constatou‑se que tinha o alelo. O médico acon‑ selhou‑a a fazer exames perió dicos para detecção precoce de um eventual feocromocitoma. Os dois irmãos de Louis Romano – ambos assintomáticos – também foram informados sobre a mu‑ tação de VHL, mas nenhum deles optou pelo teste. Mais tarde, Allison especializou‑se em biologia em uma grande universidade e Radiografia colorida de um feocromocitoma mostrando crescimento excessivo de vasos sanguí neos em direção à área do tumor. trabalhou durante dois semestres em um laboratório de genética do câncer. O projeto que desenvolveu, sobre a identificação de genes relacionados com o câncer em camundongos, foi apresen‑ tado em um pôster no simpósio anual de pesquisa de graduação da universidade, quando seu pai e sua irmã puderam ver como ela encontrara um propósito na conexão molecular da família. Quando Allison Romano começou a procurar universidades, pre‑ Conexão molecular de uma famíliaConexão molecular de uma famíliaConexão molecular de uma famíliaConexão molecular de uma família tendia encontrar uma faculdade em que pudesse estudar gené‑ tica em profundidade, talvez até mesmo fazer alguma pesquisa tendia encontrar uma faculdade em que pudesse estudar gené‑ prática. Esses planos tinham, de certa forma, motivação genética. Quando Allison Romano começou a procurar universidades, pre‑ Conexão molecular de uma família tendia encontrar uma faculdade em que pudesse estudar gené‑ prática. Esses planos tinham, de certa forma, motivação genética. tendia encontrar uma faculdade em que pudesse estudar gené‑ tica em profundidade, talvez até mesmo fazer alguma pesquisa tica em profundidade, talvez até mesmo fazer alguma pesquisa 23base genética do Câncer c Câncer | Uma doen ça genética c Oncogenes c Genes supressores tumorais c Vias genéticas da carcinogênese p a n o r a m a V EM /P ho to R es ea rc he rs . 2 Fundamentos de Genética Mutações nos genes que controlam o crescimento e a divisão celular são responsáveis pelo câncer. Os tumores cancerosos matam centenas de milhares de norte‑americanos todos os anos. O que causa o surgimen‑ to dos tumores e o que causa a disseminação de alguns deles? Por que alguns tipos de tumores tendem a ser en‑ contrados em famílias? A tendência ao câncer é hereditá‑ ria? Fatores ambientais contribuem para o desenvolvimen‑ to de câncer? Essas e outras perguntas estimularam uma enorme quantidade de pesquisas sobre a biologia básica do câncer. Embora muitos detalhes ainda sejam obscuros, a constatação fundamental é de que os cânceres são conse‑ quência de disfunções genéticas. Em alguns casos, essas disfunções podem ser desen ca dea das ou exacerbadas por fatores ambientais como dieta, exposição excessiva à luz solar ou poluentes quí micos. Os cânceres surgem quando há mutação de genes cruciais. Essas mutações podem cau‑ sar erros nos processos bioquí micos e levar à proliferação desregulada de células. Sem regulação, as células cance‑ rosas dividem‑se incessantemente, acumu lando‑se umas sobre as outras para formar tumores. Quando as células se desprendem de um tumor e invadem os tecidos adjacen‑ tes, o tumor é maligno. Quando as células não invadem os tecidos adjacentes, o tumor é benigno. Tumores malignos podem disseminar‑se para outros locais do corpo e formar tumores secundários. Esse processo é conhecido como metástase, que signifi ca, em grego, “mudança de estado”. Tanto nos tumores benignos quanto nos malignos, houve algum erro nos sistemas que controlam a divisão celular. Agora os pesquisadores já comprovaram que essa perda de controle é causada por alterações genéticas. as muitas Formas d e CânCer O câncer não é uma única doen ça, mas um grupo de doen ças. Os cânceres podem originar‑se em muitos teci‑ dos diferentes do corpo. Alguns apresentam crescimento agressivo, outros crescem mais devagar. Alguns tipos de câncer podem ser interrompidos por tratamento clínico apropriado; outros não. A Figura 23.1 mostra as fre quências de novos casos de diferentes tipos de câncer nos EUA, bem como o número de mortes atribuí das a cada tipo. O câncer de pulmão é o tipo mais prevalente, em grande parte em conse quência do tabagismo. O câncer de mama e o câncer de próstata também são muito comuns. Os tipos mais prevalentes de câncer são derivados de populações celulares que se dividem ativamente, por exemplo, de células epiteliais do intestino, pulmão ou próstata. Formas mais raras de câncer desenvolvem‑se a partir de populações de células que geralmente não se dividem, por exemplo, células muscula res ou nervosas diferenciadas. Embora a taxa de mortalidade por câncer ainda seja alta, houve enorme progresso na detecção e no tratamen‑ to de diferentes tipos de câncer. As técnicas de genética molecular possibilitaram que cientistas caracterizassem o câncer de maneiras antes impossíveis e que criassem novas estratégias para a terapia do câncer. Restam poucas dúvidas de que o grande investimento em pesquisa básica do câncer está dando frutos. É possível obter células cancerosas para estudos expe‑ rimentais por retirada de tecido de um tumor e separa‑ ção em suas células constituintes. Com nutrientes apro‑ priados, essas células tumorais dissociadas podem ser cultivadas in vitro, às vezes indefi nidamente. As células cancerosas também podem ser obtidas de culturas de cé‑ lulas normais tratadas com agentes que induzem o estado canceroso. Radiação, substâncias quí micas mutagênicas e alguns tipos de vírus podem causar a transformação ir‑ reversível de células normais em células cancerosas. Os agentes causadores desse tipo de transformação são de‑ nominados carcinógenos. A característica permanente de todas as células can‑ cerosas é que seu crescimento é desregulado. Quando células normais são cultivadas in vitro, formam uma Câncer | Uma doen ça genética Figura 23.1 Número estimado de novos casos e mortes por tipos específicos de câncer nos EUA em 2008. C as os d e câ nc er e m 2 00 8 no s EU A (� 1 .0 00 ) M or te s po r câ nc er e m 2 00 8 no s EU