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Apostila PPR

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO 
 
DEPARTAMENTO DE MATERIAIS DENTÁRIOS E PRÓTESE 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
 
PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro (Responsável) 
Profa. Dra. Maria da Gloria Chiarello de Mattos 
Profa. Dra. Valéria Oliveira Pagnano de Souza 
Profa. Dra. Renata Cristina Silveira Rodrigues Ferracioli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
 
2006 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 1 
INTRODUÇÃO À PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL 
 
As Próteses Parciais Removíveis (PPR) são dispositivos protéticos odontológicos 
que, como o próprio nome diz, podem e devem ser removidos pelos pacientes sempre que 
estes o desejarem sem sofrer deformações e sem causar problemas aos tecidos orais com os 
quais se relacionam. Sua finalidade é reabilitar funcional e esteticamente arcadas 
parcialmente desdentadas. 
Este tipo de prótese tem enorme alcance social devido ao custo bem inferior em 
relação às próteses fixas. Assim, constitui dispositivo protético muito utilizado para casos 
de pacientes parcialmente desdentados, mesmo havendo condição técnica favorável à 
construção de próteses fixas e/ou implantossuportadas. 
Podem ser bastante efetivas na recuperação de arcos parcialmente desdentados se 
planejadas corretamente, mas também podem ter atuação bastante desastrosa em relação ao 
intuito com o qual foram concebidas quando não são obedecidos os princípios que regem 
sua indicação e desenho, levando em consideração o envolvimento biológico e mecânico 
das estruturas que lhe darão suporte quando em uso. 
Desse modo, o cirurgião-dentista deve ter bons conhecimentos básicos que 
fundamentem um diagnóstico preciso antes que se proponha a planejar e executar uma 
PPR. 
É necessário ressaltar a grande responsabilidade do dentista pelo planejamento e 
desenho da PPR, pois é ele quem possui condições de avaliar o envolvimento biológico das 
estruturas que darão suporte ou que se relacionarão intimamente com a prótese. Ao técnico 
de laboratório cabe realizar, com maestria, as fases laboratoriais em conformidade com o 
pedido enviado pelo dentista. 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 2 
Ao reabilitar uma arcada parcialmente desdentada fazendo uso de PPR, os objetivos 
básicos são: a recuperação da função e da estética perdidas. No entanto, para que tais 
objetivos sejam realmente alcançados, deve-se ter como objetivo maior a preservação das 
estruturas orais remanescentes. Se isto não for possível, deixar o paciente sem qualquer 
tratamento pode ser alternativa menos prejudicial, tornando-se primordial a indicação de 
profissional com melhores condições de atendimento. 
O que se deve ter em mente, sempre, é que o principal objetivo a ser alcançado é a 
preservação dos dentes e tecidos remanescentes da cavidade bucal dos pacientes. Não 
menos importantes, existem outros objetivos, como: restaurar a função mastigatória, 
distribuir a carga mastigatória, melhorar a fonética, prover restaurações confortáveis e 
esteticamente adequadas e, por conseqüência, melhorar a saúde e o bem-estar dos 
pacientes. 
 
 - INDICAÇÕES e CONTRA-INDICAÇÕES 
Na indicação de um determinado tipo de prótese vários fatores devem ser levados 
em consideração, tais como: saúde geral do paciente, idade, condição específica de saúde 
oral, situação econômica e aspectos psicológicos. 
Evidentemente, uma condição fundamental é o conhecimento e a habilidade do 
profissional na execução do tratamento proposto. 
De modo geral as PPR estão indicadas nas seguintes situações: 
1) em extremidades livres; 
2) em casos de espaços protéticos amplos; 
3) quando fatores biológicos, técnicos e/ou econômicos impedem a indicação de 
outras modalidades protéticas. 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 3 
Outro aspecto a ser considerado para a indicação de uma PPR diz respeito à 
durabilidade do tratamento quando dentes com prognóstico periodontal duvidoso estão 
envolvidos. Nesta condição, a PPF, mais cara, está contra-indicada. 
Embora alguns autores estabeleçam como critério de indicação das PPR a 
facilidade de higienização que proporcionam, consideramos que tal fato, inegável, não deve 
ser utilizado como fator de indicação desses dispositivos, haja vista que em qualquer 
tratamento odontológico a higiene é condição primordial para que se possa estabelecer bom 
prognóstico, estando fadados ao insucesso todos os tratamentos, por melhores que tenham 
sido planejados e executados, quando instalados em bocas de higiene precária. 
 Assim, as PPRs constituem o tratamento de escolha nas seguintes situações: 
1. extremidades livres uni ou bilaterais; 
2. espaços protéticos amplos; 
3. dentes com sustentação periodontal reduzida; 
4. perda excessiva de tecido ósseo; 
5. reposição imediata de dentes anteriores perdidos; 
6. como auxiliares nas contenções de fraturas maxilares; 
7. para pequenas movimentações ortodônticas; 
8. pacientes física e emocionalmente abalados; 
9. como próteses provisórias; 
10. para proteção durante a osseointegração de implantes; 
11. pacientes jovens; 
12. por condições econômicas. 
 De modo geral as PPR não têm contra-indicações, mas devem ser usadas com 
muito cuidado e critério nas seguintes situações: 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 4 
1. pacientes com problemas motores (artrite reumatóide, p. ex.); 
2. pacientes com debilidade mental; 
3. pacientes com higiene bucal deficiente; 
4. pacientes que têm crises convulsivas (epilépticos, p. ex.). 
 Justificam-se as duas primeiras contra-indicações pela dificuldade em inserir e 
remover a prótese. Além disso, estas situações potencializam o risco da terceira contra-
indicação, talvez a mais importante. 
 Deve-se ter cuidado na indicação de PPRs para pacientes epilépticos, ou que 
tenham crises convulsivas de qualquer natureza, pois correm risco maior de deglutição da 
prótese, que pode se soltar do sistema de suporte durante as convulsões. No entanto, se o 
paciente estiver medicado e sob controle médico adequado, esta pode ser uma situação 
contornável. 
 
- CLASSIFICAÇÃO DAS ARCADAS PARCIALMENTE DESDENTADAS 
Da simples observação clínica podemos constatar a existência de enorme variação 
quanto ao aspecto topográfico das arcadas parcialmente desdentadas. Isto trouxe a 
necessidade de um tipo de classificação dessas ocorrências, facilitando a comunicação 
entre profissionais da Odontologia (dentista-dentista e dentista-técnico). Vários métodos de 
classificação foram estabelecidos e, dentre estes, o método de classificação de KENNEDY, 
complementado pelas regras sugeridas por APPLEGATE, constitui o mais utilizado. 
A classificação de KENNEDY divide as arcadas parcialmente desdentadas em 
quatro CLASSES fundamentais que, por sua vez, são divididas por Applegate em 
subclasses chamadas MODIFICAÇÕES. As classes são representadas por algarismos 
romanos e as modificações por algarismos arábicos. 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 5 
 
 
Classe I 
Desdentamento bilateral posterior 
 
Classe II 
Desdentamento unilateral posterior 
 
Classe III 
Desdentamento unilateral com pilar posterior 
 
Classe IV 
Desdentamento anterior cruzando a linha média 
 
As regras de Applegate, em número de oito, foram propostas com a finalidade de 
metodizar a utilização da classificação de Kennedy, evitando o surgimento de situações de 
classificação duvidosa. São elas: 
1) a classificação deve ser realizada após o planejamento do caso, levando em 
consideração a realização de extrações; 
2) se verificamos a ausência de um terceiro molar não levamos em consideração 
esta área anodôntica, haja vista que está contra-indicada a reposição protética 
deste dente; 
3) o terceiro molar somente é levado em consideração na classificação da arcada 
quando estápresente e será utilizado como dente pilar; 
4) quando o segundo molar estiver ausente e não for prevista a sua reposição, o 
espaço protético gerado não é considerado para fins de classificação; 
5) quando na mesma arcada existirem várias áreas desdentadas, a mais posterior 
prevalece para efeito de classificação; 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 6 
6) áreas anodônticas adicionais àquelas que determinam a classificação constituem 
as chamadas modificações de classe e são indicadas de acordo com o seu 
número (1, 2, 3, etc.); 
7) para a determinação das modificações de uma classe importa o número e não a 
extensão das áreas anodônticas; 
8) a Classe IV não aceita modificações. Qualquer área anodôntica extra constituiria 
área posterior, portanto, determinante da classificação, passando a área anterior a 
figurar como uma modificação de classe. 
 
Apresentamos, a seguir, exemplos esquemáticos de arcadas parcialmente 
desdentadas, segundo a classificação de Kennedy/Applegate. 
 
 
Classe I modificações 1 e 2 
 
Classe I modificações 3 e 4 
 
Classe II modificações 1 e 2 
 
Classe II modificações 3 e 4 
 
Classe III modificações 1 e 2 
A Classe IV não aceita modificações 
 
 
Prótese Parcial Removível – Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro 7 
 
Classe III modificações 3 e 4 
 
 - ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS PPR 
 
 Didaticamente o estudo da PPR pode ser dividido nos seguintes sistemas: 
 - SISTEMA DE SUPORTE 
 - SISTEMA DE RETENÇÃO 
 - SISTEMA DE CONEXÃO 
 - SISTEMA DE SELA E DENTES ARTIFICIAIS 
 - SISTEMA DE ESTABILIZAÇÃO. 
 A seguir cada um dos sistemas serão abordados individualmente, muito embora 
devamos ressaltar que devem sempre ser considerados como um conjunto único, 
INDIVISÍVEL, para o bom funcionamento da reabilitação. 
 
SISTEMA DE SUPORTE 
 
 Constitui a base de sustentação 
biológica da PPR, ou seja, o conjunto de 
todas as superfícies, dentadas e/ou 
desdentadas, sobre as quais a PPR vai 
estar apoiada. 
 Em função do sistema de suporte 
as PPR podem ser classificadas em: 
 
- DENTOSSUPORTADAS: quando a 
força é transmitida ao osso alveolar 
unicamente pelos dentes pilares (Fig. 5); 
 
 
- DENTOMUCOSSUPORTADAS: 
quando a força é transmitida ao osso 
alveolar através dos dentes pilares e da 
região desdentada (Fig. 6). 
 
 
 
 Há autores que admitem uma 
outra classificação, determinando as PPR 
MUCODENTOSSUPORTADAS, assim 
determinadas quando o suporte mucoso 
predomina sobre o suporte dental. 
 
 Deste modo o sistema de suporte 
da PPR é constituído por: 
 
* DENTES PILARES 
* REBORDO RESIDUAL. 
 
 
A) DENTES PILARES 
 É todo dente utilizado como 
elemento de suporte para a PPR. Devem 
ser estudados sob o ponto de vista 
anatômico da parte coronária e 
fisiopatológico dos periodontos. 
 
- Anatomia: 
 Segundo SAIZAR, Prothero 
considera um dente como sendo 
constituído anatomicamente por dois 
cones de bases superpostas. O plano de 
união, que corresponde ao maior diâmetro 
da coroa, recebe o nome de equador 
dental (Fig. 7). 
 
 
 Quando se tangencia o dente (A-
A’) no seu equador (E-E’) há a formação 
de um ângulo que recebe o nome de 
ângulo morto, dentogengival ou de 
retenção (Fig. 8). Este ângulo determina 
uma área retentiva no elemento dental, 
situada abaixo do seu equador. Portanto, 
quanto mais convexa for a face do dente 
maior será o ângulo formado e, 
conseqüentemente, maior será a retenção 
daquela área. Portanto, para que dentes de 
diferente convexidade (1 e 2) tenham a 
mesma quantidade de retenção (X) 
devemos usar alturas diferentes em suas 
faces. De um ponto de vista protético, 
entretanto, o interesse maior recai sobre o 
equador protético que estabelece a linha 
de maior contorno levando em 
consideração a posição relativa do dente 
na arcada, ou seja, respeitando sua 
inclinação e a relação com os demais 
elementos de suporte. 
 
 
 
 Os dentes pilares podem ser 
avaliados de acordo com: 
- seu valor qualitativo, que compreende: 
• a integridade; 
 
• o tamanho; 
• a forma; 
• a posição da porção coronária; e, 
- seu valor quantitativo, que depende: 
• do número e 
• da distribuição superficial dos 
dentes remanescentes. 
 A distribuição dos dentes suporte 
no arco pode ser de três tipos: 
 
# PUNTIFORME: quando há apenas um 
dente remanescente que é aproveitado 
para o apoio da PPR, apesar do 
prognóstico desfavorável (Fig. 9); 
 
 
 
# LINEAR: quando existem dois ou mais 
elementos pilares distribuídos em linha 
reta. Esta reta pode ser unilateral (Fig. 
10), quando os dentes pilares se localizam 
em um lado da arcada, ou bilateral (Fig. 
11); 
 
 
 
# SUPERFICIAL: quando há três ou mais 
dentes pilares distribuídos de maneira que 
a formar figuras poligonais: triângulo, 
quadrado, pentágono, hexágono, etc. (Fig. 
12). Torna o prognóstico da PPR mais 
favorável, pois quanto maior o número de 
elementos pilares e, por conseqüência, a 
área da figura geométrica formada, maior 
será a estabilidade, a retenção e o suporte 
oferecidos à PPR. 
 
 
 
- Fisiopatologia do periodonto: 
 
 Os dentes naturais devem 
apresentar condições de suporte ósseo 
ideais para serem usados como pilares. 
Grande porcentagem de pacientes 
candidatos a tratamentos que indicam a 
confecção de próteses, porém, pertencem 
a uma faixa etária na qual as estruturas 
biológicas de suporte dos dentes naturais 
se encontram debilitadas por reabsorções, 
problemas periodontais, etc. Torna-se, 
então, imperativo que o tratamento seja 
orientado de maneira a, primeiramente, 
restaurar estas estruturas de suporte por 
meio de tratamento periodontal, 
endodôntico, restaurador, etc. 
Posteriormente, as próteses devem ser 
confeccionadas, não somente de maneira 
a desfrutar de um sistema de suporte 
saudável, mas, principalmente, 
contribuindo para a preservação destes 
elementos, mantendo a normalidade de 
todas as condições biológicas, biostáticas 
e funcionais e, conseqüentemente, 
reintegrando-os ao sistema mastigatório. 
 
 
B) REBORDO ALVEOLAR 
RESIDUAL 
 
 É constituído pelo remanescente 
do processo alveolar e pela fibromucosa 
que o recobre, caracterizando a região 
desdentada da arcada. 
 Nas próteses dento-muco-
suportadas a crista do rebordo residual 
constitui a área principal de suporte. As 
vertentes vestibular (V) e lingual (L) 
constituem as áreas secundárias de 
suporte que participam, também, do 
sistema biológico de estabilização. 
 A fibromucosa que reveste o 
rebordo residual constitui o meio de 
transmissão da força mastigatória ao osso 
alveolar residual. Deste modo, o rebordo 
alveolar deve ser estudado do ponto de 
vista da sua consistência, forma e altura. 
 Aspecto fundamental em relação à 
fibromucosa é a resiliência, definida 
como a capacidade de sofrer retração, 
devida a ação de força compressiva, e 
voltar ao volume inicial quando a carga é 
removida. 
 
- Variações morfológicas do rebordo 
residual (RR) 
 
 O relacionamento entre a crista do 
RR e o plano oclusal é fundamental para 
que a distribuição da força mastigatória 
seja perpendicular à sua região principal. 
Assim, pode ser evitada a formação de 
cargas laterais sobre a PPR e a decorrente 
transferência aos dentes pilares. 
 Embora seja impossível eliminar 
totalmente a incidência de forças laterais 
sobre os dentes pilares diretos, o controle 
dos fatores determinantes da instabilidade 
das PPR reduz estas forças a um mínimo 
que, quando situado dentro do limite de 
tolerância fisiológica dos tecidos 
periodontais, não afeta a atividade 
biostática dos dentes, que se adaptam à 
nova situação. 
 Neste aspecto, a PPR dento-
suportada, por não utilizar o RR como 
suporte, é de confecção mais simples e 
dificilmente cria forças laterais sobre os 
dentes pilares. 
 Assim, os diferentes tipos 
anatômicos de RR são estudados com 
maior ênfase em relação às PPR 
dentomucossuportadas e aos planos 
oclusais funcionais idealizados para os 
dentes artificiais. 
 Este estudo é realizado tanto no 
sentido mésio-distal(M-D) como no 
sentido vestíbulo-lingual (V-L). 
 
 
- Tipos de RR quando analisados no 
sentido M-D: 
 
a) paralelo ao plano oclusal: quando a 
região principal de suporte é paralela ao 
plano oclusal idealizado para os dentes 
artificiais da prótese (Fig. 13); 
 
 
 
b) ascendente para distal: quando a 
região principal de suporte e o plano 
oclusal funcional idealizado para os 
dentes artificiais são convergentes para 
distal (Fig. 14); 
 
 
 
c) ascendente para mesial: quando a 
região principal de suporte e o plano 
oclusal funcional idealizado para os 
dentes artificiais são convergentes para 
mesial (Fig. 15); 
 
 
 
d) côncavo: quando a região principal de 
suporte é côncava em relação ao plano 
oclusal funcional dos dentes artificiais 
(Fig. 16). 
 
 
 
- Tipos de RR quando analisados no 
sentido V-L: 
 
a) normal: quando sua secção transversal 
(osso alveolar residual e fibromucosa) 
apresenta a forma de um triângulo 
eqüilátero (Fig. 17); 
 
 
 
b) alto: quando sua seção transversal 
apresenta a forma de um triângulo 
isósceles, em que a base do rebordo é o 
lado menor (Fig. 18); 
 
 
 
c) reabsorvido: quando a sua secção 
transversal apresenta a forma de um 
triângulo isósceles em que a base do 
 
rebordo corresponde ao maior lado do 
triângulo (Fig. 19); 
 
 
 
d) estrangulado: quando, em corte 
transversal, apresenta região 
“estrangulada” situada entre a base e o 
ápice (Fig. 20); 
 
 
 
e) em lâmina de faca: quando, em corte 
transversal, apresenta a forma de um 
triângulo em que o ápice. coincidente 
com o ápice do rebordo, é bastante agudo 
(Fig. 21). 
 
 
 
- FIBROMUCOSA 
 
 Como citado anteriormente, a 
fibromucosa deve ser examinada levando-
se em consideração o grau de resiliência, 
ou seja, o grau de compressibilidade (sem 
deformação tecidual) que apresenta, 
quando sob efeito da força mastigatória. 
Isto representa a possibilidade da 
fibromucosa sofrer compressão 
volumétrica, quando sujeita a forças 
compressivas, e de voltar à sua 
conformação e volume iniciais, uma vez 
cessada a força. 
 Desta forma, analisando a 
fibromucosa de revestimento, pode-se 
observar os seguintes tipos de RR: 
 
a) dura: a mucosa do rebordo apresenta 
pouca resiliência; 
 
b) compressível: a mucosa do rebordo 
apresenta resiliência aumentada em 
relação ao tipo anterior, sem, contudo, 
apresentar-se facilmente compressível; 
 
c) flácida: a mucosa do rebordo apresenta 
um grau de resiliência bastante 
aumentado em relação ao compressível. 
 1 
SISTEMA DE RETENÇÃO 
 
As PPRs necessitam de elementos que previnam o deslocamento da prótese durante a 
função, sem que ocorram deslocamentos verticais. Para isso tornam-se imprescindíveis os 
elementos de que se relacionam com os pilares e resistem aos deslocamentos que são 
denominados retentores diretos. 
Para a efetiva retenção da prótese é necessário observar rigorosos critérios de planejamento 
e confecção dos retentores para minimizar a transmissão de forças lesivas aos dentes pilares 
bem como aos tecidos de suporte. 
Existem dois dispositivos utilizados em PPR como retentores diretos: 
 
INTRACORONÁRIOS / EXTRACORONÁRIOS. 
 
Figura 1. Classificação dos retentores diretos (PHOENIX et al., 2007, modificado). 
 
RETENTORES DIRETOS EXTRACORONÁRIOS - GRAMPOS 
 
Os grampos são retentores bem mais simples e econômicos que os encaixes ou 
attachments. Desde que corretamente planejados e executados cumprem de maneira adequada 
a função para a qual foram propostos, ou seja, impedem o deslocamento da prótese no sentido 
de sua remoção da boca, ou seja, no sentido vertical. 
Estes elementos são posicionados externamente à coroa dos dentes pilares e atualmente são 
obtidos em ligas de cobalto-cromo, as quais apresentam características adequadas, permitindo 
a confecção de estruturas mais delicadas e de custo bastante reduzido em relação às ligas de 
ouro, utilizadas no passado. 
 
 2 
 - TIPOS 
 
Quanto à técnica de confecção podem ser classificados em: 
1) fundidos: quando são obtidos a partir de um padrão de cera ou de plástico (Fig. 2a); 
2) forjados: quando são preparados com fios ortodônticos (Fig. 2b); e, 
3) combinados: quando são combinadas as duas técnicas anteriores, uma para cada braço do 
grampo (Fig. 2 - conjunto inferior). 
 
Figura 2. Grampo a. fundido b. forjado. 
 
De acordo com o desenho podem ser classificados em: 
1) circular: aqueles que tem acesso à área de retenção desde uma posição acima do 
equador protético – (Fig. 3); 
 
Figura 3. Grampo circular. 
 
2) barra: aqueles que tem acesso à área de retenção desde uma posição abaixo do equador 
protético (Fig. 4). 
 
 
Figura 4. Grampo em barra. 
 3 
Equador protético (EP): linha de maior contorno da coroa dental quando considerada 
proteticamente, ou seja, na posição em que ela se relaciona com os demais dentes da arcada. 
Difere do equador anatômico, visto anteriormente, que é a linha de maior contorno do dente 
considerado individualmente. 
 
- ELEMENTOS CONSTITUINTES DOS GRAMPOS 
 
 Para funcionar efetivamente, um braço de retenção deve ser acompanhado de outros 
elementos estruturais, que quando combinados formam o sistema de grampos. 
 Um sistema de grampos planejados adequadamente possui os seguintes componentes: 
 
- BRAÇO DE RETENÇÃO 
 
Tem a função de resistir ao deslocamento vertical da prótese, mantendo-a em posição. 
Assim, deve atingir áreas de retenção, localizadas abaixo do equador protético. 
Nos grampos circulares o braço retentivo é desenhado de maneira que o terço inicial é 
rígido, o terço médio é semiflexível, e o terço final é flexível (Fig. 5a). 
Nos grampos tipo barra a flexibilidade é conferida pelo braço de acesso do grampo e não 
pela parte do grampo que faz contato com o dente (Fig. 5b). 
 
a. 
b 
Figura 5. Braço de retenção: a. Grampo tipo circular. B. Grampo tipo barra. (r - rígido, s - semirígido, f - flexível). 
 
 
 
 4 
- BRAÇO DE RECIPROCIDADE 
 
Tem a função de se opor às forças laterais geradas, no momento da inserção e remoção da 
PPR, pelo braço de retenção. 
Assim, é colocado na face oposta àquela do braço de retenção e é desenhado de maneira a 
ser rígido em toda a sua extensão. Por isso, deve ser posicionado sempre sem invadir as áreas 
retentivas do dente pilar, estando no máximo ao nível do equador protético, Fig. 6. 
Este elemento contribui, quando bem planejado, de forma efetiva para a estabilidade 
horizontal da PPR. 
 
Figura 6. Braço de reciprocidade ou oposição (r-rígido). 
 
- APOIO 
 
Tem a função de impedir o deslocamento vertical da prótese em direção ocluso-gengival e 
de transmitir parte ou toda a força mastigatória que incide sobre os dentes artificiais da PPR 
para os dentes pilares. 
Contribuem para a estabilização vertical (suporte) da PPR protegendo as papilas gengivais 
dos dentes pilares do esmagamento, pela sela da prótese, e da impacção alimentar. 
Podem ser oclusais (Fig. 7), no cíngulo (Fig. 8) e incisais (Fig. 9), sendo que estes últimos 
são pouco indicados pelo inconveniente estético, uma vez que ficam bem aparentes na 
vestibular dos dentes anteriores, e porque aumentam o braço de potência da alavanca por 
estarem mais distantes do centro de rotação do dente, gerando, por isso, maior carga sobre o 
dente pilar, o que constitui grande desvantagem mecânica. 
 
Figura 7. a. Apoio oclusal. b. Nicho oclusal. 
a 
b 
 5 
a b 
Figura 8. a. Apoio no cíngulo. b. Nicho no cíngulo. 
 
Figura 9. a. Apoio incisal. A. Apoio incisal. 
 
- DESENHOS BÁSICOS DE GRAMPOS 
 
 - GRAMPO CIRCULAR SIMPLES OU CIRCUNFERENCIAL OU DE ACKERS 
 
É o grampo mais utilizado em PPR. Normalmente se origina da superfície proximal do 
dente pilar adjacente a área anodôntica. O término do braço de retenção relaciona-se com uma 
retenção distante do espaço desdentado. Geralmente o braço de retenção é desenhado sobre a 
superfície vestibular do dente pilar (Fig. 10 a), podendo também ser desenhadosobre a face 
lingual (Fig. 10 b colocar no texto), desde que todas as características do grampo sejam 
obedecidas. Esta alternativa, porém, pode comprometer a estética pela presença, na face 
vestibular, do grampo de reciprocidade, mais volumoso e próximo do terço oclusal. 
Como desvantagens tem o fato de aumentar o contorno da coroa dental e, 
conseqüentemente, desviar os alimentos do dente, evitando o estímulo fisiológico da gengiva 
marginal. Além disso, esteticamente é desfavorável para dentes mais anteriores devido à 
porção inicial, rígida, portanto mais espessa e posicionada acima do equador protético. 
a b 
Figura 10. Grampo circular simples ou circunferencial a. braço de retenção na vestibular do dente 
pilar. b. braço de retenção na lingual do dente pilar. 
 
 
a 
b 
 6 
 - GRAMPO CIRCULAR DE ACESSO INVERTIDO 
 
É um tipo de grampo utilizado, sobretudo em dentes inferiores quando o quadrante 
retentivo está localizado adjacente à área desdentada (Fig. 11) e, pela pouca altura ocluso-
gengival do dente, não há espaço suficiente para a colocação de um grampo em forquilha ou 
curva invertida, a ser visto posteriormente. 
Está contra-indicado em pré-molares porque a porção mais espessa do grampo estaria 
extremamente visível, comprometendo a estética do paciente (Fig. 12). 
Este grampo tem as mesmas características e desenho do grampo circular simples ou 
circunferencial, diferindo, apenas, pelo posicionamento da extremidade retentiva em relação à 
área anodôntica. Em função disto os dois grampos podem, indistintamente, ser chamados de 
grampo circular simples ou circunferencial. 
 
 
Figura 11. Grampo circular de acesso invertido. 
 
Figura 12. Grampo circular de acesso invertido. Observe que o 
braço de retenção cruza a crista marginal mesiovestibular do 
dente pilar (E) e cruza a superfície vestibular de mesial para 
distal, buscando a retenção próxima da área anodôntica. Como 
resultado, o grampo circular de acesso interfere com a estética, 
não sendo opção de escolha para caninos e pré-molares. 
 
 - GRAMPO ANELAR 
 
É utilizado principalmente nos casos de molares inferiores mesializados que apresentam 
área retentiva mésio-lingual. São utilizados também em molares superiores com inclinação 
mésio-vestibular, mas menos freqüentemente. 
 7 
Possui apoios mesial e distal, que conferem maior estabilidade ao grampo e ao dente. A 
porção vestibular do grampo atua como braço de reciprocidade (Fig. 13). Devido ao 
comprimento do braço do grampo, um braço adicional, o braço auxiliar é localizado na face 
vestibular do dente pilar. (Fig. 14). No entanto, isto torna o grampo muito volumoso e cobre 
uma grande quantidade de estrutura dentária, dificultando a higiene oral. O grampo anelar 
altera o contorno funcional do dente pilar e pode interferir na eliminação de alimentos da 
mesa oclusal. 
 
 
Figura 13. Grampo anelar. 
 
Figura 14. Grampo anelar com alça auxiliar 
 
 - GRAMPO EM FORQUILHA OU DE CURVA INVERTIDA 
 
Sua principal indicação está nos casos de molares inferiores inclinados mesialmente e que 
apresentam retenção mésio-vestibular (Fig. 15). Geralmente não é usado nos pré-molares 
devido ao comprometimento da estética (Fig. 16). 
Há que se ressaltar a necessidade de que a altura gêngivo-oclusal da coroa seja suficiente 
para abrigar o contorno duplo do grampo. 
Outro fator a ser considerado é a grande possibilidade de que ocorram interferências 
oclusais causadas pelo contorno superior do grampo que, sendo rígido, deve estar acima do 
equador protético, podendo interferir com a vertente palatina das cúspides vestibulares 
superiores. A mesma consideração é válida para a porção vestibular do grampo anelar, visto 
anteriormente. 
 
 8 
 
Figura 15. Grampo em forquilha ou curva invertida. 
 
Figura 16. Grampo em forquilha ou curva invertida. 
 
 - GRAMPO GEMINADO OU CIRCULAR DUPLO 
 
O desenho mais comum deste tipo de grampo é aquele em que se unem dois grampos 
circulares simples pelos apoios oclusais e por seus corpos, (Fig. 17); pode, porém, haver 
variação de desenho para os braços de retenção. É mais freqüentemente utilizado no lado da 
arcada em que não existe espaço anodôntico. É indicado com freqüência em casos de Classe 
III e IV de Kennedy, quando não se utilizam retentores nos dentes anteriores, devido a 
problemas estéticos. 
Dado o fato de que os dois grampos vão partir de uma região única, interdental, é 
necessário que além dos nichos oclusais, haja o preparo de canaletas oclusais, tanto por 
vestibular quanto por lingual para que forneçam espaço necessário para que os apoios oclusais 
possam ser corretamente posicionados, com espessura suficiente, sem comprometer a 
resistência do grampo e nem criar interferências oclusais. 
 
 
 
Figura 17. Grampo geminado Figura 18. Nicho para grampo geminado 
 
 9 
 - GRAMPO HALF-HALF OU MEIO A MEIO 
 É indicado para molares e pré-molares isolados entre dois espaços protéticos intercalares. É 
constituído por dois conectores, que mantém contato com as proximais do dente pilar, dois 
apoios oclusais (mesial e distal) e dois braços circulares, um de retenção e outro de 
reciprocidade, que caminham em sentido opostos (um no sentido mesio-distal e o outro disto-
mesial), Fig. 19. 
 
a b 
Figura 19. Grampo “half-half” ou meio a meio em pré molar inferior. A. Vista vestibular. B. Vista oclusal. 
 
 - GRAMPO TIPO BARRA OU DE ROACH 
 
Os mais utilizados são aqueles em forma de T (Fig. 20), 1/2 T ou 7 (Fig. 21), 7 invertido 
(Fig. 22) e I (Fig. 23). Caracterizam-se por atingirem a área de retenção desde a posição 
gengival. São mais utilizados, à exceção do grampo em forma de I, em casos de extremidades 
livres. 
Esteticamente está indicado para a arcada inferior onde, normalmente, o braço de acesso 
fica fora da linha do sorriso do paciente. No intuito de melhorar ainda mais a estética pode-se 
distalizar o braço de acesso do grampo aproveitando a própria convexidade mésio-distal da 
face vestibular para ocultá-lo. Este posicionamento permite, ainda, evitar áreas de 
interferência óssea, em função da reabsorção do osso alveolar da área desdentada. 
Freqüentemente estão contra-indicados em pré-molares superiores, devido ao 
comprometimento estético gerado pelo braço de acesso, geralmente visível arcada superior. 
 
 GRAMPO EM BARRA TIPO “T” 
 
 A denominação está relacionada à forma como o braço de do grampo de retenção, 
posicionado na vestibular do dente pilar se une ao braço de acesso do grampo. Esta indicado 
nos casos de Classe I e II de Kennedy quando a retenção é adjacente ao espaço anodôntico. O 
braço de acesso origina-se a partir de um conector (da rede de retenção para a resina acrílica 
 10 
localizada na região anodôntica). O grampo de reciprocidade ou oposição origina-se do apoio 
e está localizado na face lingual do dente pilar acima do equador protético (Fig. 20). 
a b 
Figura 20. Grampo em barra tipo “T”. a. Observe que o braço de acesso do 
grampo de retenção sai da rede de retenção se projeta horizontalmente aos tecidos 
moles, gira verticalmente para cruzar a margem gengival em 90º e toca o pilar no 
equador protético. O componente retentivo do grampo passa abaixo do equador 
protético e se encaixa na retenção determinada. b. Vista oclusal em que se observa 
o sistema de grampo: retenção por vestibular e reciprocidade por lingual, que é 
igual para todos os grampos tipo barra. 
 
 GRAMPO EM BARRA TIPO “1/2 T OU 7” E 7 INVERTIDO 
 
 A mecânica do grampo em barra tipo “T” modificados é bastante similar à do grampo em 
“T” convencional. Sendo assim, são também indicados para Classe I e II de Kennedy. 
 Para o grampo “1/2 T”, o braço de acesso assume uma posição distal em relação ao 
componente retentivo do grampo, Fig. 21. 
 
Figura 21. Grampo em barra tipo ½ T ou “7”. 
 
 Para o grampo “7 invertido”, o braço deacesso assume uma posição mesial em relação ao 
componente retentivo do grampo, Fig. 22. 
 
 
Figura 22. Grampo em barra tipo “7 invertido”. 
 
 11 
 GRAMPO EM BARRA TIPO “I” 
 
Assim como os grampos em “T” e “T” modificados, o grampo “I” tem seu nome derivado 
de sua forma (Fig. 23). O grampo tipo I está contra-indicado nos casos de extremidade livre 
porque, devido à falta de circunscrição, não confere estabilidade horizontal (no sentido mésio-
distal) à prótese. 
 
 
Figura 23. Grampo em barra tipo “I”. 
 
Os grampos tipo barra devem ser evitados quando tiver que passar por área de tecidos 
moles muito retentivas muito apical ao dente pilar devido à possibilidade de acúmulo de 
resíduos alimentares sob seu braço de acesso, além de causar grande desconforto ao paciente 
(Fig. 24). 
Podem ser utilizados também em molares. 
 
Figura 24. Área de interferência mucosa interfere com o posicionamento do 
braço de acesso do grampo de retenção criando zona de acúmulo de alimento e 
de desconforto ao paciente. 
 
- SISTEMA DE GRAMPO EM BARRA TIPO “RPI” 
 
 Este sistema de grampo é constituído por um apoio mesial no dente pilar (Rest), uma placa 
proximal estabilizadora (Plate) posicionada na distal do dente pilar num plano guia longo, 
que se estende até a junção dente/mucosa e um grampo em barra tipo “I” (I), (Fig. 25). 
 Para que o sistema funcione adequadamente é imperativo que todos os componentes do 
grampo sejam adequadamente planejados e elaborados. Sendo assim, os apoios para os dentes 
anteriores devem estar alojados em nichos corretamente preparados no cíngulo para que a 
 12 
direção das forças próximas ao centro de rotação do dente pilar para proporcionar a máxima 
estabilização. 
 Para os dentes posteriores, os apoios devem direcionar as forças no sentido do longo eixo dos 
dentes pilares. Deste modo, os nichos devem ter uma superfície arredondada para permitir 
uma articulação universal entre o apoio e o dente. 
As placas proximais devem cobrir os planos guia da crista marginal à junção do dente/mucosa 
estendendo-se sobre a gengiva inserida por 2mm. 
 O grampo em barra tipo “I” é longo, afilado. A ponta do grampo localiza-se numa área de 
retenção ligeiramente mesial, o que permite que a ponta do grampo mova-se passivamente, 
em direção apical quando uma carga oclusal é aplicada à base da prótese. 
 As vantagens deste grampo: minimizar o acúmulo de alimento em torno do dente; a ponta do 
dente se move apicalmente sob uma carga oclusal aplicada na base da prótese de extremidade 
livre; e, devido ao fato do grampo de retenção não tocar o dente pilar, as forças laterais são 
minimizadas. 
Por outro lado, algumas desvantagens estão presentes, tais como proporcionar menor 
estabilidade horizontal que os outros sistemas de grampos; e menor retenção. 
 
Figura 25. Grampo RPI. 
 
- SISTEMA DE GRAMPO EM BARRA TIPO “RPA” 
 
Este grampo é uma modificação do RPI em seu grampo de retenção, pela substituição do 
grampo em barra tipo “I” por circular simples ou de Ackers (A), Figs. 26 e 27. 
Indicado quando a área retentiva estiver no terço gengival e distante do espaço da 
extremidade livre ou quando estiver presente alguma interferência em tecido mole na região 
apical do dente pilar que impeça o posicionamento correto do braço de acesso do grampo em 
barra tipo “I”. 
 
 
 
 13 
 
 
 
 
Figura 26. Grampo RPA. Vista oclusal. 
 
 
 
 
 
 
Figura 27. Grampo RPA. Vista vestibular. 
 
-GRAMPOS ESPECIAIS E/OU MODIFICADOS 
 
 GRAMPO MDL 
 
 É indicado para dentes pilares anteriores, também conhecido como em “Y”. Parte de um 
apoio incisal mesial, contorna a palatina do dente, bem próximo da cervical e termina num 
apoio incisal distal. Pode estar associado a um apoio no cíngulo, contornando da mesma 
forma a palatina do dente pilar sem contudo comprometer a estética. Fig. 
 
 
Figura 28. Grampo MDL 
 
 GRAMPO MDL MODIFICADO 
 
 É um grampo muito estético, que atua como retenção e reciprocidade ao mesmo tempo. 
Como o anterior, é indicado para pilar anterior, vizinho a espaços protéticos intercalados. 
Parte de um apoio incisal (mesial ou distal) contorna a face lingual do dente pilar, bem 
próximo à cervical, e, ao atingir a outra face proximal, lança um prolongamento rumo a área 
TODESCAN, 1996 
TODESCAN, 1996 
 14 
retentiva do dente pilar, localizada no terço cervical da face vestibular. A porção lingual ou 
palatina do grampo tem espessura uniforme o que confere rigidez,e atua como braço de 
reciprocidade. Já o prolongamento vestibular, tem seu diâmetro afilado gradativamente, 
conferindo flexibilidade e atua como braço de retenção, Fig. 
 
Figura 29. Grampo MDL modificado. Vista lingual e vestibular. 
 
 - CARACTERÍSTICAS DO GRAMPO DESENHADO ADEQUADAMENTE 
 
- RETENÇÃO 
 
É a propriedade que os grampos devem ter de manter a prótese em posição impedindo que 
ela saia verticalmente do sistema de suporte durante a função mastigatória, ou seja resistir as 
forças que atuam para deslocar os componentes em direção oposta aos tecidos de suporte. 
Nenhum componente do grampo funciona isoladamente. Todos são responsáveis pela 
retenção da PPR. Sendo assim, deve-se entender que a retenção é dependente de um conjunto 
de fatores, tais como: 
a. Flexibilidade do grampo de retenção; 
b. tipo de grampo; 
c. convergência axial da superfície do dente abaixo do equador protético 
Como regra geral, a quantidade de retenção deve ser sempre mínima necessária para 
resistir razoavelmente às forças de deslocamento de intensidade moderada. 
Um grampo de retenção rígido, ao se flexionar para ultrapassar o equador protético, gera 
forças lesivas a um dente pilar durante a inserção e remoção da PPR bem como durante a 
função, o que leva a falência do sistema de suporte. Conseqüentemente, as características de 
cada sistema de grampo devem ser adequadamente desenhadas durante a fase do 
planejamento da PPR. 
A flexibilidade é condição indispensável do grampo (na extremidade para os grampos 
circulares e no braço de acesso para os grampos tipo barra) para promover a retenção da 
PPR, permitindo que o grampo atinja as áreas retentivas dos dentes. 
 15 
É influenciada pelos seguintes fatores: 
1) comprimento: quanto maior o comprimento do grampo maior a flexibilidade;. 
 
2) diâmetro: quanto maior o diâmetro do grampo menor a flexibilidade; 
 
3) afilamento: o grampo deve ter afilamento uniforme (tanto o grampo circular como o braço 
de acesso do grampo tipo barra); 
 
4) forma da secção transversal: os grampos fundidos, de secção transversal em meia cana, têm 
flexibilidade num só plano, enquanto os forjados, de secção transversal circular, tem 
flexibilidade em qualquer plano; 
 
5) material: as propriedades metalúrgicas das ligas metálicas odontológicas influenciam a 
flexibilidade do grampo, de tal modo que ligas com alto módulo de elasticidade possuem 
maior rigidez, como por ex. as de cobalto-cromo que têm maior módulo de elasticidade que as 
ligas áuricas, razão pela qual os grampos produzidos com este material são menos flexíveis. 
 
- RECIPROCIDADE 
 
É a capacidade do grampo de se opor às forças laterais geradas pelo braço de retenção 
quando de sua passagem pelo equador protético do dente pilar no momento da instalação e da 
remoção da PPR. 
 16 
Para que haja retenção efetiva, o grampo de retenção deve flexionar-se ao cruzar o equador 
protético, gerando uma força lateral nociva ao dente pilar. Para anular esta força é imperativo 
o posicionamento de um componente do sistema do grampo, que seja rígido para resistir à 
movimentação lateral do dente pilar. Este elemento é denominado reciprocidade. 
Para que seja efetiva deve haver, no mínimo, contato simultâneo dos braços de retenção e 
reciprocidade com o dente pilar durante a inserção da prótese no sistema de suporte.- ESTABILIZAÇÃO 
 
É a propriedade do sistema de grampo de resistir ao deslocamento da prótese em direção 
horizontal. Todos os componentes da estrutura que são rígidos e tocam tecidos duros e moles 
e orientados verticalmente contribuem, à exceção das porções flexíveis do grampo de 
retenção, Fig. 34. Atam como elementos de estabilização: braço de reciprocidade, ombros do 
grampo circunferencial e de conectores menores. 
 
 
Grampo circular simples. A e b mostram as partes rígidas que contribuem para a estabilização. 
 
- SUPORTE 
 
É a propriedade de resistir ao deslocamento da prótese verticalmente no sentido ocluso-
gengival (apical). É conferido pelos apoios. 
Para que o suporte seja efetivo, um apoio deve tocar o dente pilar com o qual se relaciona 
em uma superfície adequadamente preparada, denominada nicho. 
 
 17 
 
 
- CIRCUNSCRIÇÃO 
 
O grampo em seu conjunto (apoio e braços) deve circundar pelo menos 180
o
 da coroa 
dental, de modo que não possa ser deslocado do dente quando da incidência de forças. Este 
abraçamento impede o movimento do dente pilar para fora do sistema de grampo. O 
abraçamento inadequado pode permitir o movimento ou o escape do dente pilar do sistema de 
grampos durante o movimento funcional da prótese, gerando força lateral lesiva ao dente. 
 
 
 
- PASSIVIDADE 
 
É a capacidade do sistema de grampo que previne a transmissão de forças lesivas ao dente 
pilar quando a prótese esta assentada por completo no sistema de suporte (dental e mucoso), 
momento em que o sistema de grampo deve ser passivo. Ou seja, é a propriedade que garante 
a inatividade dos elementos do grampo, especialmente do braço de retenção, quando a 
prótese está instalada e assentada completamente; resulta, pois, que o grampo não exerce 
função de mola, ficando passivo sobre o dente e só produz carga quando se opõe à saída da 
prótese do sistema de suporte. 
 
- FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DOS GRAMPOS 
 
Vários fatores devem ser levados em consideração para a seleção do grampo a ser utilizado 
para determinado dente pilar. São eles: 
APOIO 
 18 
1) o dente sobre o qual ele vai ser instalado (tamanho da coroa, relacionamento oclusal, p. 
ex.); 
2) a face do dente, vestibular ou lingual; 
3) a constatação de um periodonto de sustentação reduzido; 
4) a estética; 
5) o traçado do equador protético, que ao determinar o quadrante de melhor retenção, 
constitui o fator mais significante a ser considerado no desenho do grampo. 
Basicamente a face do dente sobre a qual vão ser colocados os grampos pode ser dividida 
em quatro quadrantes: dois oclusais e dois gengivais, mesiais e distais (Fig. 37). 
Para a colocação dos grampos os quadrantes oclusais são descartados porque geralmente 
não oferecem retenção e, mesmo que a apresentassem, comprometeriam enormemente a 
estética. 
 
 
 
 
 
Figura 37. Face do dente dividida pelo equador protético (Azul –expulsiva, verde – retentiva) 
Grampos de retenção posicionados em áreas retentivas. 
 
 - ENCAIXES 
 
São retentores constituídos por um sistema macho-fêmea, tipo colchete, que necessita da 
associação PPR-PPF. 
Assim, parte do encaixe é colocada na PPR e outra na PPF, sendo que a retenção é obtida 
pela fricção ou pelo encaixe entre macho e fêmea (Fig. 38). 
Este tipo de retentor dispensa o uso de grampos, o que confere maior estética às próteses 
que o utilizam, especialmente quando há dentes anteriores envolvidos. 
 19 
São denominados encaixes de precisão ou attachments quando pré-fabricados, condição 
em que existe a perfeita justaposição entre macho e fêmea (Figs. 39 a 52); ou encaixes 
fresados ou de semi-precisão quando produzidos artesanalmente nos laboratórios de prótese. 
A forma, o tamanho e a mecânica funcional dos encaixes pré-fabricados dependem do 
fornecedor (há vários tipos) e da aplicação para a qual foram idealizados. 
Podem ser rígidos, quando não permitem a liberdade de movimentos da PPR, estando 
indicados para as PPR dento-suportadas; ou semi-rígidos, quando permitem uma liberdade 
controlada de movimentos para a PPR, estando indicados para PPR dento-muco ou muco-
dento-suportadas ( quando o suporte da PPR é predominantemente mucoso ). 
Uma desvantagem do uso dos encaixes reside no fato da necessidade do emprego de 
técnicas clínico-laboratoriais mais sofisticadas e de custo elevado, o que, por certo, limita em 
grande parte a sua indicação. Em razão dessas técnicas mais apuradas sua utilização não 
constitui um procedimento de execução cotidiana do clínico-geral, sendo necessários 
treinamento e conhecimentos específicos. 
Assim, não serão abordados em detalhes nesta etapa do ensino. 
 
 
Figura 38. Encaixe intracoronário de precisão 
 
Figura 39. porção fêmea posicionada na PPF 
 
Figura 40. Porção macho do encaixe na PPR. 
 20 
 
Figura 41. Encaixe em ação. 
 
SISTEMA DE CONEXÃO 
 
 Como o próprio nome indica é um sistema destinado à conexão dos diversos elementos 
estruturais que constituem a PPR. 
 
 Podendo ser divididos em: 
 
 - CONECTORES MAIORES 
 - CONECTORES MENORES. 
 
 
- CONECTORES MAIORES 
 
 Embora a principal função dos conectores maiores seja a de conectar os diversos 
elementos constituintes da PPR e, por conseqüência, a distribuição de forças, existem 
diferenças quando se trata de conectores maxilares e mandibulares. Por exemplo: os 
conectores maiores maxilares podem contribuir também para o suporte da PPR, enquanto 
os conectores mandibulares não; por outro lado os conectores maiores mandibulares 
podem contribuir para a retenção indireta da PPR, enquanto os superiores geralmente não. 
Sendo assim, estudaremos separadamente os conectores superiores e inferiores. 
 A principal característica dos conectores maiores em relação à distribuição de forças é 
sua rigidez, sem a qual haverá sobrecarga em alguma parte da PPR. 
 
- Conectores maiores maxilares 
 
- Tipos 
 
Normalmente os conectores maiores mais utilizados são: 
 - barra palatina (Fig. 53) 
 - barra palatina dupla ou ântero-posterior (Figs. 54 a 57) 
 - barra palatina em forma de U (Fig. 58) 
 - conector palatino completo (Figs. 59 a 62) 
- barra suspensa. 
 
Há alguns detalhes fundamentais para o correto desenho dos conectores maiores maxilares: 
1) a borda do conector deve estar localizada a pelo menos 6 mm da margem gengival; 
2) todos os componentes que cruzarem o palato devem fazê-lo em ângulo reto com a linha 
média; 
3) a borda anterior deve estar colocada nos vales entre as rugosidades palatinas; e, 
4) todas as bordas devem ser arredondadas. 
 
 - BARRA PALATINA 
 
 É o conector maior superior mais utilizado, apresentando uma enorme possibilidade de 
variação quanto ao seu desenho. Pode ser feito bem estreito, no caso de espaços desdentados 
pequenos e dento-suportados, ou bem largo, naqueles casos de espaços desdentados mais 
amplos e que precisam de maior suporte. Portanto a barra será tão larga quanto a área 
desdentada limitada pelos apoios principais da PPR de modo que tenha, no mínimo, 8 mm de 
largura. 
 Geralmente é bem aceito pelo paciente e dificilmente interfere com a fonética. 
 
 Está indicado nas seguintes situações: 
 - para a substituição de apenas um ou dois dentes de cada lado da arcada; 
 - para espaços desdentados limitados por dentes; 
 - quando não há necessidade de suporte mucoso. 
 
 Ressalte-se que não há limite claro para diferenciar uma barra palatina ampla de um 
conector palatino completo. 
 Estruturalmente a barra palatina deve ser ampla e delgada a fim de que mantenha a 
rigidez necessária e que seja confortável ao paciente. A superfície a ser coberta dependerá da 
extensão do(s) espaço(s) desdentado(s). Os bordos anterior e posterior devem ser arredondados, 
mantendo contato íntimo com a mucosa sem,no entanto, pressionar estruturas rígidas, como por 
exemplo: torus palatino ou rafe mediana proeminente. 
 
 
 
 
 - BARRA PALATINA DUPLA OU ÂNTERO-POSTERIOR 
 
É um tipo de conector maior palatino que pouco contribui ao suporte da PPR. 
Como o próprio nome diz é constituído por uma barra anterior e uma posterior, unidas 
nas porções laterais. 
Estruturalmente a barra anterior pode ser ampla e plana, devendo ter de 6 a 8 mm de 
largura, com seus bordos colocados nas depressões entre as rugas palatinas e não sobre as 
cristas. As rugosidades devem ser cruzadas sempre que possível em ângulos retos, diminuindo 
sua cobertura e propiciando o adelgaçamento da estrutura metálica. A barra posterior pode ser 
colocada o mais posteriormente possível no limite palato duro-palato mole, aumentando o 
conforto do paciente. Todos os bordos devem ser arredondados para manter íntimo contato com 
a mucosa, evitando acúmulo de alimentos e a percepção pelo contato com a língua. 
Para que a abertura na região palatina proporcione realmente um benefício para os 
tecidos subjacentes, deve ter dimensão de pelo menos 15 mm no sentido antero-posterior. Se 
esta abertura tiver que ser menor, devemos utilizar uma barra palatina larga ou uma placa 
palatina. 
 
 
 
Está indicada: 
1) quando os dentes pilares estão muito afastados e não se indica o conector palatino 
completo; 
2) quando há a presença de torus palatino volumoso e inoperável; 
3) quando o paciente se recusa a ter cobertura palatina total. 
Como já foi dito anteriormente é um tipo de conector maior que pouco contribui para o suporte 
da PPR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- BARRA SUSPENSA 
 
A barra suspensa nada mais é do que uma barra antero-posterior modificada, ou seja: a 
barra anterior é colocada sobre a superfície palatina dos dentes remanescentes correspondentes à 
sua posição, de modo a evitar a cobertura de tecido mucoso, oferecendo maior conforto ao 
paciente. 
É, portanto, imprescindível que os dentes remanescentes tenham altura de coroa clínica 
compatível, permitindo que a barra tenha largura adequada para que mantenha a necessária 
rigidez. Da mesma forma é extremamente importante que a higiene do paciente, tanto dos dentes 
remanescentes como da PPR, seja muito boa. Do contrário, devido à maior intimidade entre a 
estrutura da PPR com os dentes, o risco de cárie será aumentado enormemente. 
 
 
 - BARRA PALATINA EM FORMA DE U 
 
O conector maior em forma de U (Fig. 58) geralmente é problemático em relação à 
rigidez, podendo ser distorcido com certa facilidade pelo paciente quando da higienização da 
prótese, ou fletir durante o ato mastigatório. Para que isto não venha a ocorrer o conector deve 
ser o mais amplo (largura mínima de 8 mm em toda a sua extensão) e o menos espesso possível, 
garantindo assim a característica de rigidez e mantendo o conforto. Os bordos devem ser 
arredondados e manter íntimo contato com a mucosa palatina. Quando da estabilização de 
dentes anteriores, deve ser apoiado em nichos devidamente preparados e aliviado da gengiva 
marginal. 
Tem as seguintes indicações: 
 - quando há a perda de dentes anteriores; 
 - quando existe um torus palatino que, por sua extensão, impeça a colocação de uma 
barra na região posterior; 
- quando os dentes anteriores têm comprometimento periodontal (embora menos 
freqüentemente). 
 
 
 
 
 
- CONECTOR PALATINO COMPLETO OU PLACA PALATINA 
 
É o conector maior superior de escolha quando há a necessidade de maior suporte para 
a prótese. 
Deve ser delgado, reproduzindo, no metal, a região das rugosidades palatinas. Pode, 
também, ser desenhado com alças metálicas na região posterior que servirão como meio de 
retenção (Figs. 59 e 61) para a resina acrílica a ser adicionada para completá-lo. A utilização 
desses conectores completos mistos (resina-metal) tem a finalidade de permitir que a prótese 
possa ser periodicamente reembasada, mantendo satisfatória sua relação com a mucosa palatina, 
preservando a função de suporte. 
 
 
 
 
 
 
 
- Critérios para a seleção: 
 
Vários fatores são levados em consideração quando da escolha do conector maior 
superior ideal para uma PPR, porém o mais importante é a necessidade de suporte. À medida 
que diminuem os remanescentes dentais ou, mais precisamente, aqueles que podem ser usados 
como pilares da PPR, maior será a necessidade de utilização do tecido mucoso para o suporte 
adequado da prótese. Por outro lado, quanto menor a cobertura de tecido mucoso palatino, maior 
o conforto para o paciente. Como critério básico deve-se sempre prescrever o conector palatino 
mais simples para o caso em questão, de maneira que se cumpram todos os requisitos 
necessários, sem tornar a estrutura desconfortável ao paciente. 
Outros fatores a considerar quando da indicação do conector maior superior são: 
 
- Presença de torus palatino 
 
Se o torus presente tem pequeno volume, não apresenta retenções ou não é lobulado 
pode, em alguns casos, ser cobertos pelo conector maior sem problemas. No caso de um torus 
grande e inoperável, o conector maior deve ser desenhado de maneira que o contorne. 
 
- Necessidade de substituição de dentes anteriores 
 
Se há a necessidade de substituição de dentes anteriores o conector maior terá que ser 
desenhado de forma a atingir esta região do sistema de suporte sendo, portanto, diferente 
daquele usado em uma prótese que só substitui dentes posteriores (Figs, 52 e 53). 
 
- Necessidade de retenção indireta 
 
Em relação à arcada superior dificilmente o conector maior será utilizado com esta 
finalidade porque geralmente os elementos de retenção indireta são colocados na região anterior 
e, neste caso, o espaço disponível, restrito em função das guias anteriores, quase sempre 
inviabiliza sua colocação. 
 
- Necessidade de estabilização de dentes com envolvimento periodontal 
 
Nos casos em que estejam presentes dentes com envolvimento periodontal, às vezes é 
possível alterar o desenho do conector maior de maneira que, pelo contato com os dentes, seja 
possível estabilizá-los, melhorando o prognóstico da reabilitação. 
 
- Fonética 
 
Deve-se evitar, sempre que possível, a cobertura da região anterior do palato 
(rugosidades palatinas), muito importante para a fonética. Se houver necessidade dessa cobertura 
ela deve ser a mais delgada possível. 
 
- Atitude do paciente 
 
Pacientes que já usam PPR com pouca cobertura palatina e que agora necessitam de 
nova prótese com maior área de cobertura, quase sempre devido à necessidade de melhorar o 
suporte, devem ser devidamente orientados da real necessidade dessa modificação, de maneira a 
não interferir com a aceitação da nova condição. 
 
- CONECTORES MAIORES MANDIBULARES 
 
Diferentemente dos conectores maiores superiores, os inferiores não contribuem para o 
suporte da PPR. Como já foi dito, porém, a maioria dos conectores inferiores desempenha o 
papel fundamental de retentor indireto. 
 
- Tipos: 
Os conectores maiores mandibulares são: 
- barra lingual (Figs. 63 a 65) 
- barra lingual dupla ou de Kennedy (Fig. 64) 
- placa lingual (Figs. 67 e 68) 
- placa dental 
- barra sublingual (Fig. 69) 
-swinglock. 
 
 
- BARRA LINGUAL 
 
Mantendo a conduta anterior de utilizar, sempre que possível, o conector mais simples, 
a barra lingual assume importância fundamental para a PPR, sendo utilizada na maioria dos 
casos para arcadas inferiores. É indicada sempre quando não há obstáculo à sua colocação em 
posição adequada, desempenhando, basicamente, a função de distribuição de forças, não 
contribuindo para a retenção indireta. 
Estruturalmente é confeccionada com secção transversal em 1/2 pera. Deve ter pelo 
menos 4 mm de largura, o bordo superior deve estar afastado da gengiva marginal em 2-3 mm e 
o bordo inferior não deve interferir com o freio lingual. Portanto, este conector está indicado 
quando a distância entre a margemgengival e o assoalho da boca é de, pelo menos, 7-8 mm. 
Em todo o seu contorno é realizado um alívio para que não ocorra o contato com a 
mucosa, extremamente fina nesta região e sujeita a danos com facilidade. Se isso não for 
observado, ocorrem lesões extremamente desconfortáveis ao paciente (dor intensa) e, à 
continuidade do contato, pode haver reabsorção óssea com conseqüente perda dentária. 
 
 
 
 
 
 - BARRA LINGUAL DUPLA OU DE KENNEDY 
 
É o conector maior de escolha quando imperiosa a necessidade de retenção indireta. 
Contribui bastante para a estabilidade horizontal da prótese e, por fazer contato com um maior 
número de dentes, também para a distribuição de forças. Um fator complicador para o seu uso é 
o grau de apinhamento dos dentes anteriores inferiores, que pode dificultar o seu ajuste perfeito 
às superfícies linguais. 
É formada por uma barra lingual convencional mais uma barra superior que percorre o 
terço médio da face lingual dos dentes anteriores (região dos cíngulos), devendo esta ser 
suportada em suas extremidades por apoios localizados em nichos definidos. Isto ireduz a 
possibilidade de geração de cargas indesejáveis sobre os dentes anteriores que poderiam, até, 
causar uma vestíbulo-versão desses dentes. 
Estruturalmente a barra lingual é idêntica à barra lingual simples. A barra superior 
pode ser contínua ou descontínua, naqueles casos onde existem diastemas. 
 
 
 
- PLACA LINGUAL 
 
É uma placa metálica que se extende superiormente acima do cíngulo, mas não mais 
alto do que o terço médio do dente. 
Está indicada basicamente nas mesmas situações em que se indica uma barra lingual 
dupla, apenas diferindo no aspecto de que, pela presença de torus mandibular inoperável, pela 
existência de inserção de freio lingual muito alta ou por comprometimento periodontal, não haja 
espaço suficiente para a colocação adequada da barra lingual; isto resulta num espaço muito 
pequeno entre as barras, e que causa grande desconforto ao paciente devido à retenção de 
resíduos alimentares. 
Nos casos de dentes com prognóstico duvidoso, é o conector de escolha porque facilita 
a adição de retenções que permitam a colocação de dentes artificiais quando há perda de algum 
elemento dental após a confecção da prótese. 
Alguns autores fazem restrição quanto ao uso da placa lingual alegando que ela impede 
o estímulo fisiológico da gengiva marginal e a ação de auto-limpeza promovida pela língua 
sobre a face lingual dos dentes anteriores. Assim, recomenda-se ao paciente que mantenha boa 
higiene oral e que retire a prótese da boca por algum período do dia para permitir este estímulo 
natural. 
Como para a barra superior da barra lingual dupla, é indispensável o preparo de nichos 
para apoiar as extremidades da placa. O bordo superior também deve estar posicionado sobre o 
terço médio da face lingual dos dentes anteriores inferiores e perfeitamente ajustados a estas 
faces. Recomenda-se, ainda, que no metal se simule o contorno lingual dos dentes, recobertos 
pela placa, para favorecer a adaptação do paciente. 
Internamente deve haver um alívio para impedir o contato com a gengiva marginal. 
Pode ser contínua ou descontínua, quando houver diastemas entre os dentes. 
 
 
 
 
 
- Placa dental 
 
É uma modificação da barra dupla de Kennedy onde a espessura e altura da barra 
deverá ser menor do que as duas partes da barra dupla. 
Este conector está indicado quando há um espaço reduzido para a colocação de uma 
barra lingual devido a: 
- altura do assoalho da boca; 
- posição do freio lingual; e, 
- presença de torus mandibular. 
Por estar localizado na região dos cíngulos dentais este conector exige um mínimo de 4 
mm de altura e uma espessura de 2,5 mm, garantindo assim sua rigidez. 
Existem alguns fatores que limitam a indicação deste conector: 
- coroas clínicas curtas; 
- espaços interdentais grandes; 
- apinhamento dental; 
- inclinação lingual dos dentes. 
 
- Barra sublingual 
 
Constitui uma variação da barra lingual, sendo largamente utilizada na Europa. 
Estruturalmente é similar à barra lingual, apenas sendo colocada em posição inferior. 
Assim, tem a vantagem de evitar a cobertura das superfícies linguais dos dentes anteriores e 
estruturas contíguas. 
É importante para que se possa posicioná-la adequadamente a obtenção de uma 
moldagem funcional do sulco lingual. 
Geralmente é bem tolerada pelos pacientes. 
Bem posicionada e corretamente desenhada proporciona um máximo de rigidez. 
Está contraindicada quando o sulco lingual é raso. 
 
 
 
- SWINGLOCK 
 
É uma variação do desenho da placa lingual, incorporando uma barra vestibular 
articulada ligada ao conector maior através de uma dobradiça de um lado e de um fecho (trinco) 
do outro. 
O suporte é conseguido por meio do preparo de nichos sobre os dentes naturais 
remanescentes. A estabilidade e a reciprocidade são efetivadas pela placa lingual. A retenção é 
proporcionada pelos grampos tipo barra colocados na face vestibular dos dentes remanescentes. 
É importante ressaltar que numa PPR swinglock não há incidência de forças sobre os dentes 
quando da inserção ou remoção da prótese, situações nas quais a barra vestibular está sempre 
aberta. 
Está indicada nas seguintes situações: 
- ausência de suportes chaves; 
- contorno dental desfavorável; 
- contorno desfavorável dos tecidos moles; 
- dentes com prognóstico duvidoso. 
- Critérios para a seleção 
 
Como já foi mencionado anteriormente o conector maior mandibular, devido à própria 
diferença anatômica entre a maxila e a mandíbula, contribui muito pouco com o suporte da PPR. 
Assim, para garantir a estabilidade da prótese é extremamente importante a utilização da 
retenção indireta, sendo este o fator fundamental para a seleção do conector maior mandibular. 
Outros fatores que devem ser considerados para a escolha do conector maior mandibular são: 
estabilidade horizontal e distribuição de forças, considerações anatômicas, aparência, 
planejamento preventivo e preferência do paciente. 
 
 - Retenção indireta 
 
Quando se traça uma linha imaginária unindo os pilares mais posteriores de uma PPR 
forma-se o que chamamos de linha de fulcro, ou seja, um eixo em torno do qual a prótese, 
quando em função, pode girar, ficando instável. Isto é verificado de maneira evidente quando 
existem extremidades livres (Classe I e II de Kennedy). 
 
 - Estabilidade horizontal e distribuição de forças 
 
Quanto maior o contato entre o conector e os dentes remanescentes maior será a 
estabilidade e a distribuição de forças obtida, diminuindo a carga imposta aos dentes pilares. 
 
 - Considerações anatômicas 
 
A presença de um torus mandibular inoperável, a presença de um freio lingual com 
inserção muito alta ou a falta de espaço para a colocação de uma barra lingual podem levar à 
necessidade da alteração do desenho do conector maior. 
 
 - Estética 
 
Se existem diastemas entre os dentes anteriores é necessário que se faça a escolha de 
um conector maior que possa ser ocultado, favorecendo a estética. 
 
 - Planejamento preventivo 
 
Se existem dentes anteriores inferiores com prognóstico duvidoso a indicação de 
determinado conector maior pode facilitar a substituição deste elemento natural por outro 
artificial sem a perda da prótese. 
 
 - Preferência do paciente 
 
A preferência do paciente deve ser levada em conta naqueles casos onde se está 
substituindo uma prótese antiga. Se a prótese antiga, em relação ao conector maior estava 
satisfazendo ao paciente, é melhor não promover alterações de desenho, a menos que isto seja 
importante para o resultado do tratamento reabilitador. Se assim for decidido deve-se explicar 
previamente ao paciente os motivos da necessidade da alteração. 
 
 
- CONECTORES MENORES 
 
São componentes rígidos que unem o conector maior às demais partes da estrutura 
metálica da PPR (apoios, grampos, bases), Fig.70. Para que possam ser rígidos devem ter 
espessura suficiente sem, no entanto, ter volume que seja desconfortável. Além dessa função 
básica de ligação com o conector maior desempenham uma função extremamente importante: 
- transferência de forças funcionais aos dentes e ao restante da estrutura da 
PPR: todas as forças aplicadas à prótese devem ser distribuídas ao máximo para que cada 
estrutura seja exigida ao mínimo possível. Assim, a força primariamente aplicada aos 
dentes artificiais da PPR é dirigida ao dentes pilar mais próximo do local de incidência 
através do apoio oclusal. Em seguida, através do conector menor que une o apoio ao 
conector maior, é distribuída ao demais elementos que sustentam a prótese (demais pilares 
e/ou rebordo alveolar). 
 Da mesma maneira que para os conectores maiores existem regras de desenho que 
devem ser seguidas para os conectores menores: 
• não devem ser posicionados contra superfícies convexas dos dentes e sim estar 
localizados na região de ameias, onde ficarão menos perceptíveis à língua; 
• devem ter sua região mais larga próximo da união com o conector maior, afilando-se 
em direção ao contato dental; 
• quando posicionados entre dois dentes adjacentes devem ser desenhados de 
maneira que não causam um efeito de cunha ( há a necessidade de um alívio em cera 
na região mais profunda da ameia ); 
• entre dois conectores menores adjacentes deve existir um espaço mínimo de 5 mm, 
prevenindo a impacção alimentar; 
• devem sempre contactar a superfície dos planos guia auxiliando na individualização 
da trajetória de inserção da PPR e, pelo atrito com estas paredes axiais dos dentes, 
melhorar a retenção. Dada a característica de rigidez que apresentam contribuem de 
maneira inequívoca para a estabilidade da prótese; 
• devem cruzar os tecidos gengivais sempre em ângulo reto, possibilitando o menor 
recobrimento possível. 
 Como já foi dito anteriormente, também as redes de retenção das bases da PPR são 
conectores menores e ficarão totalmente envolvidos pela resina que constituirá a sela. 
Quando do preparo do modelo para o enceramento da estrutura metálica da PPR, na 
região correspondente a estas redes, é feito um alívio de cera que, depois, permitirá a 
prensagem da resina acrílica da sela. Nas PPR de extremidade livre, na área 
imediatamente posterior ao alívio para a colocação da rede de retenção é confeccionado o 
que se denomina top tissular. Este top é que vai garantir a posição da rede quando da 
prensagem da sela, garantindo seu total envolvimento pelo acrílico. 
 Nas regiões em que a sela de acrílico se une ao conector maior devem ser 
preparadas as chamadas linhas de término que permitirão um acabamento bem definido 
entre metal e resina, mantendo o volume adequado de resina. 
 
 
onde: 
 
1, 2 e 3- conectores menores para apoios; 
4- conector menor para a resina da sela; 
5- top tissular; e, 
- linha de término. 
 
 
 
 
 
 
 O planejamento da utilização de próteses parciais removíveis (PPRs) para a 
reabilitação oral de um paciente determina, por princípio, a necessidade de que o dispositivo 
protético seja inserido e removido de sua posição sobre o sistema de suporte, sem que sofra 
ou cause a esse sistema prejuízos de qualquer ordem. Também, que quando solicitado em 
função, possa ser mantido em posição e estável, garantindo o sucesso funcional da 
reabilitação, além de oferecer boa estética. 
 Para chegar a esse resultado satisfatório algumas questões básicas precisam ser 
compreendidas: 
 - o que é delineamento? Segundo vários autores é o conjunto de procedimentos de 
diagnóstico que visa obter informações a respeito do padrão, da forma e do contorno dos 
dentes pilares e tecidos adjacentes. Como procedimento de diagnóstico e fundamental para a 
PPR é de responsabilidade do cirurgião-dentista, pois constitui uma das etapas do exame do 
paciente (análise dos modelos de estudo); 
 - por que delinear? Há enorme variação das possíveis combinações de 
desdentamento parcial. Tal variação acarreta a ocorrência, por várias razões, de dentes 
remanescentes assimétricos e desiguais, além de rebordos alveolares residuais de anatomia 
também bastante diversa. Se o objetivo da reabilitação com PPR é devolver ao paciente 
função e estética, preservando as estruturas remanescentes como condição inquestionável, é 
fundamental que tais estruturas, dentais ou não, sejam estudadas para possibilitar o melhor 
desenho à futura prótese; 
 - com que delinear? Para o processo de delineamento é utilizado um instrumento 
denominado delineador, paralelômetro, tangenciômetro, paralelímetro ou paralelígrafo, 
responsável pela identificação do paralelismo relativo entre duas ou mais superfícies, dentais 
ou de estruturas adjacentes. Na construção de uma PPR é utilizado desde as fases mais 
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iniciais (exame e diagnóstico), precedendo o planejamento da prótese, até as fases mais 
posteriores e complexas, como nos procedimentos de fresagem, posicionamento de encaixes, 
etc. Sua importância para a PPR pode ser comparada à do articulador semi-ajustável para a 
Prótese Fixa. O delineador tem sua concepção baseada no princípio geométrico de que todas 
as perpendiculares a um mesmo plano são paralelas entre si. 
 
 
 
 Há vários tipos de delineador, dos mais simples aos mais complexos, sendo que os 
mais utilizados são semelhantes ao da Ney Co., dos Estados Unidos. 
 
 
 
São construídos da seguinte forma: 
a) delineador propriamente dito => tem uma base plana, da qual parte uma haste vertical 
fixa. Dessa haste vertical parte um braço horizontal, que pode ser fixo ou móvel, inteiriço 
ou articulado, em ângulo reto (90º) e que sustenta, na extremidade, uma outra haste 
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vertical, móvel, chamada de haste analisadora. Esta haste vertical móvel é que possibilita 
a identificação do paralelismo, sendo construída perfeitamente perpendicular à base do 
delineador e podendo ser movimentada verticalmente até assuma melhor posicionamento 
em relação às estruturas a serem analisadas. 
 
 
 
b) Na extremidade inferior desta haste há um mandril ao qual são presas as pontas 
acessórias, de uso específico: 1) pontas recortadoras de cera: em forma de facas ou 
cinzéis, são usadas para identificar a melhor trajetória de inserção e remoção da PPR e 
permitem a realização de alívios que bloquearão áreas retentivas não utilizadas na 
confecção da PPR, mantendo a trajetória de inserção e remoção definida; 2) porta grafites 
ou cera: em forma de bainha, expondo apenas um lado da ponta utilizada para marcar o 
maior contorno dos dentes e outras estruturas; 3) pontas calibradoras de retenção: usadas 
para identificar e quantificar áreas retentivas para o correto posicionamento das partes 
responsáveis pela retenção da prótese. São em número de três (03), correspondendo às 
medidas de retenção horizontal de 0,25mm (0,01”), 0,50mm (0,02”) e 0,75mm (0,03”). 
 
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c) platina ou mesa porta-modelos: na qual é posicionado o modelo a ser analisado. É 
constituída basicamente de duas partes: a base e o suporte de modelos, unidas entre si por 
uma articulação do tipo esferóide ou junta universal, que permite a inclinação do suporte, 
e conseqüentemente do modelo, para qualquer posição antero-posterior e/ou látero-lateral 
em relação à haste vertical do delineador. 
 
 
 
 Considerando PPR convencional, é sabido que o posicionamento dos braços de 
retenção dos grampos em áreas retentivas é que garante a manutenção da prótese em posição 
sobre o sistema desuporte, quando em função. Também, que conectando estes elementos de 
retenção há partes da estrutura metálica que são rígidas, não podendo, portanto, ser colocadas 
em áreas retentivas. Para permitir o correto posicionamento de cada componente da estrutura 
metálica, durante o processo de delineamento é identificado o traçado do equador protético, 
definido como a linha de maior contorno do dente pilar quando considerado proteticamente, 
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ou seja, em relação aos demais dentes remanescentes e/ou estruturas adjacentes, e que difere 
do equador anatômico, que considera cada dente individualmente. 
 O equador divide o dente em duas áreas, uma retentiva, cervical ao traçado, e outra 
não retentiva ou expulsiva, oclusal ao mesmo traçado. Este traçado do equador protético é 
obtido pelo tangenciamento das paredes axiais dos dentes pilares com a ponta de grafite ou 
cera, presas à haste vertical do delineador. Deve-se, sempre, ter o cuidado de posicionar a 
extremidade da ponta traçadora no nível da região cervical do dente pilar, permitindo o 
contato apenas de sua lateral contra o dente. 
 
 
 
 
 Para entender o traçado do equador protético pode-se usar o seguinte raciocínio: a 
inclinação acentuada de um modelo para o seu lado direito propicia a obtenção de um traçado 
bem próximo à face oclusal, na face vestibular, e bem próximo à cervical, na face 
lingual/palatina do dente pilar deste lado. Invertendo a inclinação do modelo para seu lado 
esquerdo e realizando novo traçado, verifica-se que, na face vestibular, o traçado inicialmente 
Equador 
Equador protético 
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oclusal passa a ser cervical, e que na face lingual/palatina, o traçado assume posição próxima 
à oclusal. Conclui-se, assim, que o traçado do equador protético é resultante da inclinação 
assumida pelo modelo. 
 
 
 
 
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 O mesmo exercício descrito acima, se analisado com objetivos clínicos permite 
compreender, com facilidade, que inclinações excessivas do modelo não são satisfatórias 
devido às grandes discrepâncias observadas de um lado em relação ao outro. 
 Assim, se a cada inclinação do modelo varia o traçado do equador protético obtido, 
pode-se afirmar que o equador protético somente deve ser identificado quando a trajetória de 
inserção e remoção for definitiva para o caso em questão, passando a ser, então, o objetivo 
final do processo de delineamento do modelo de estudo. Se para cada inclinação for feito um 
traçado, em pouco tempo teremos vários equadores definidos e fica mais difícil identificar o 
que está efetivamente sendo utilizado. 
 
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 A trajetória de inserção da PPR é a trajetória seguida pela prótese desde o contato 
inicial da estrutura metálica com os dentes até o assentamento final sobre o sistema de 
suporte. Com mesma direção, mas em sentido contrário, tem-se a trajetória de remoção. 
 Durante o processo de delineamento a movimentação da haste vertical do delineador 
representa a trajetória de inserção/remoção dada à prótese. Desse modo, a cada inclinação do 
modelo também corresponde uma trajetória diferente. 
 Conclui-se, portanto, que o objetivo do processo de delineamento é a definição da 
trajetória de inserção/remoção para o caso analisado e, por conseqüência, a obtenção do 
traçado do equador protético. 
 Pergunta-se, então, como definir esta melhor trajetória de inserção/remoção? 
 Recordando a análise experimental citada anteriormente, na qual foram determinadas 
inclinações acentuadas do modelo de estudo, ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo, 
é possível imaginar que uma determinada inclinação intermediária poderia equalizar o 
traçado do equador protético obtido. Esta posição intermediária é a que mantém o plano 
oclusal do modelo perpendicular à haste vertical do delineador. Fica determinada, assim, uma 
trajetória de inserção perpendicular ao plano oclusal, ou de inclinação zero (em relação 
ao plano oclusal). 
 Para a determinação do plano oclusal do modelo o método mais utilizado é o de 
Roach ou dos 3 pontos. Sobre o modelo são determinados, e marcados com uma lapiseira de 
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pontas finas, 3 pontos: um anterior e dois posteriores, distribuídos de forma a determinar um 
triângulo eqüilátero ou o mais próximo disto. O ponto anterior é determinado na intersecção 
dos terços incisal e médio dos incisivos centrais superiores e na borda incisal dos incisivos 
centrais inferiores. Os pontos posteriores, preferencialmente simétricos, podem ser a ponta da 
cúspide mésio-vestibular do 2º molar, por exemplo. Caso haja a falta de dentes para a 
determinação dos pontos, esta pode ser feita com base em planos de cera, determinando 
pontos virtuais que representam o plano protético para a arcada em questão. 
 
 
 
 A orientação deste plano oclusal perpendicular à haste do delineador é obtida quando 
a ponta analisadora, numa mesma altura, toca os 3 pontos escolhidos, e é feita por tentativa e 
erro. 
 
 
 
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 Imaginando outra situação, na qual houvesse a inclinação no sentido anterior dos 
dentes remanescentes, o traçado do equador protético obtido sobre os dentes anteriores para 
uma trajetória de inserção perpendicular ao plano oclusal estaria posicionado próximo à face 
oclusal/incisal. O posicionamento de elementos retentivos em áreas de retenção 
adequadamente dosadas, portanto não tão distantes do equador protético, cria um transtorno 
estético importante. 
 
 
 
 
 
 Para contornar este problema estético fica determinado o posicionamento mais 
cervical do elemento de retenção, o que pode comprometer a função do retentor por superar 
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sua capacidade de flexão, ou mesmo por gerar grande interferência ao assentamento da 
prótese, já que o conjunto do grampo é passivo. 
 
 
 
 Desse modo, acompanhar a inclinação dos dentes, ou seja, inclinar o modelo para trás, 
determinando uma trajetória de inserção/remoção inclinada em relação ao plano oclusal, 
constitui solução mais favorável. A retenção final, determinada pelo posicionamento mais 
cervical dos retentores, seria até maior que a necessária para manter a prótese em posição. 
 
 
 
 
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Pode-se determinar, portanto, que a observação de dentes remanescentes com 
inclinações normais em relação ao plano oclusal favorece a utilização da trajetória de 
inserção/remoção perpendicular ao plano oclusal ou de inclinação zero. Se os dentes 
remanescentes tiverem outra disposição, novas trajetórias devem ser analisadas até que se 
localize a ideal. 
Outro fator, importantíssimo, a ser considerado, é a existência da chamada trajetória 
potencial de deslocamento (TPD), sempre perpendicular ao plano oclusal, qualquer que seja 
a trajetória de inserção/remoção definida para a prótese. Esta trajetória potencial de 
deslocamento é ativada exatamente no início do movimento de abertura da boca,

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