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Processo Civil V – Recursos – Agravos e Resp e Re e Embargos de Divergência 1 AGRAVO EM RESP E RE 1. Lei 13.256, 04.02.2016 Manteve a competência dos tribunais de segundo grau para o juízo de admissibilidade dos recursos especial e extraordinário. 2. Cabimento • Juízo de admissibilidade negativo a) Agravo interno § 2º c/c inciso I do art. 1030. b) Agravo em REsp e RE § 1º c/c inciso V do art. 1030. 3. Procedimento • Petição • Dirigida ao presidente ou vice- presidente do tribunal de origem • Independe do pagamento de custas e despesas postais • Interposto e processado nos próprios autos • Intimação do agravado Resposta – 15 dias. • Remessa ao tribunal superior • Interposição conjunta • O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. • STJ, REsp 1772514/SP • ENUNCIADO 77 – Para impugnar decisão que obsta trânsito a recurso excepcional e que contenha simultaneamente fundamento relacionado à sistemática dos recursos repetitivos ou da repercussão geral (art. 1.030, I, do CPC) e fundamento relacionado à análise dos pressupostos de admissibilidade recursais (art. 1.030, V, do CPC), a parte sucumbente deve interpor, simultaneamente, agravo interno (art. 1.021 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos recursos repetitivos ou repercussão geral e agravo em recurso especial/extraordinário (art. 1.042 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos fundamentos de inadmissão por ausência dos pressupostos recursais. (Enunciado da 1º Jornada de Direito Processual Civil da CJF). • Os operadores de direito devem se atentar às peculiaridades da decisão que inadmite o Recurso Extraordinário e/ou Especial para não interpor um recurso equivocado e incorrer em um erro que agora, com o advento do Código de Processo Civil de 2015, é inescusável e grosseiro. • Importante pontuar que os doutrinadores Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery possuem o entendimento de que, nas hipóteses previstas no CPC, é cabível agravo interno contra as decisões que negam seguimento ao RE e/ou REsp e Agravo para o STF e/ou STJ contra as decisões que, também nas hipóteses previstas no CPC, inadmitirem o recurso. NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 16. ed. ver., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 2335 e 2390. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 1. Cabimento O recurso é cabível contra decisões colegiadas em recursos extraordinários e em recursos especiais 2. Procedimento • O CPC (artigo 1.044) delega ao Regimento Interno do STJ a regulação do procedimento dos embargos de divergência que hoje é tratada nos artigos 266 e seguintes. • O recurso é cabível contra decisão de turma, em recurso especial, que divergir de decisão de outra turma, de seção ou da Corte Especial. • A intenção é de pacificar internamente divergências entre os órgãos colegiados. • Contra decisões monocráticas não cabem embargos de divergência, que tem o prazo de quinze dias. • Também não são cabíveis embargos contra decisões proferidas em agravos (nem internos), até por conta da dicção clara do artigo 1.043 do CPC. • O STJ, na linha da novel legislação, exige a comprovação da divergência pela juntada de certidão ou cópia autenticada do aresto paradigma (que servirá para demonstrar a divergência), ou mediante citação do repositório autorizado, com a transcrição dos trechos que mostrem o dissídio e feito o cotejo analítico. Recente atualização do RI autoriza, inclusive, a indicação de fonte da internet (§ 4º, artigo 266). • A citação do repositório autorizado só se faz necessária quando não é juntada cópia da decisão paradigma da qual divergiu a decisão a ser embargada. Ademais, se citada a fonte oficial (Diário da Justiça ou Diário Oficial do Estado) e o cotejo for com a ementa da decisão (que é o que é publicado no Diário), desnecessário cogitar da citação de repositório autorizado. • O cotejo analítico é o que mais tem preocupado os que interpõem embargos de divergência. Isso porque o STJ é rígido no exame da argumentação de quem recorre considerando a justificativa da existência de uma divergência. • Nesse sentido, o Regimento Interno, na linha da nova legislação Processo Civil V – Recursos – Agravos e Resp e Re e Embargos de Divergência 2 processual, é claro ao exigir o cotejo analítico. Não basta, assim, referir a decisão da qual divergiu a embargada. É necessária a explicitação do porquê de uma decisão haver divergido da outra, analiticamente. E a divergência deve, ainda, abranger todos os fundamentos do acórdão recorrido. • E os embargos não cabem se a decisão recorrida estiver em conformidade com a jurisprudência já pacificada do tribunal, justamente porque a função do recurso é a de pacificar a divergência entre os órgãos fracionários, impondo o respeito à decisão dos órgãos internos superiores (Seções ou Corte Especial). Já existindo jurisprudência pacífica, inócuos seriam os embargos de divergência. • Os embargos são cabíveis para a Seção correspondente ao qual se vinculam as Turmas se a decisão embargada divergir de decisão da outra Turma vinculada à mesma Seção (exemplo: 1ª e 2ª turmas – competência da 1ª seção). E, também, se a decisão de uma Turma divergir de decisão de Seção à qual se vincula a turma. • Se a decisão embargada divergir de decisão de turma vinculada a outra seção ou de decisão de outra Seção ou da Corte Especial, a competência para os embargos será da Corte Especial. • Com prazo de quinze dias e dependente de preparo, o recurso deve ser dirigido ao Presidente da Seção ou da Corte Especial (dependendo da competência). Distribuído a um relator, os autos irão conclusos para o exercício do juízo de admissibilidade. • O novo CPC acabou com o duplo juízo de admissibilidade na apelação, mas manteve expressamente para os recursos extraordinário e especial. Não tratou, por outro lado, do duplo juízo nos embargos. Como delega a regulação do procedimento ao Regimento Interno do tribunal, todavia, o juízo de admissibilidade dos embargos continua sendo duplo – feito pelo relator (que pode admiti-los ou não) e pelo colegiado (que pode conhecer ou não do recurso – reputando existente ou não a divergência). • Admitidos os embargos, os autos serão encaminhados para que a secretaria abra vista ao embargado para impugnação. • Na admissibilidade dos embargos, o relator observará os requisitos extrínsecos (regularidade formal, preparo e prazo) e os intrínsecos (quanto ao cabimento, à realização do cotejo analítico e à ocorrência de divergência atual). • Após a impugnação, os autos deverão ser levados a julgamento no colegiado, dependendo da designação de pauta, nos termos do artigo 267, parágrafo único do CPC. • O colegiado, então, reexaminará novamente os requisitos de admissibilidade – extrínsecos e intrínsecos – não ficando vinculado ao exercício primeiro feito pelo relator. Pode, então, o colegiado, conhecer ou não do recurso. Se conhecer, reconhecendo a existência de divergência atual, dará ou não provimento ao recurso (fazendo valer a tese da decisão embargada ou da paradigma). • Se os embargos não forem admitidos pelo relator (quando intempestivos, contrariarem súmula do tribunal ou não comprovada a divergência jurisprudencial), cabível agravo regimental para o colegiado, que independe de pauta (pode ser levado em mesa a qualquer tempo). Ao julgar o agravo, não sendo caso de desprovimento, o colegiado poderá desde logo julgar o recurso principal (embargos indeferidos pelo relator) ou apenas mandar processar os embargos para melhor julgamento. • Pode ocorrer de ser necessária a dupla interposição de recurso de uma decisão de Turma – embargos de divergência e recurso extraordinário. Se a decisão turmária incorrer em violação a dispositivo constitucionale, simultaneamente, divergir de outra decisão de outra turma, seção ou Corte Especial, o recurso extraordinário deve ser veiculado simultaneamente com os embargos de divergência (já que a violação surgiu na decisão da turma). O extraordinário ficará, então, sobrestado aguardando a decisão sobre os embargos. • Se os embargos forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, aproveita-se o recurso extraordinário já interposto (não sendo necessária sua ratificação), pois não houve alteração do julgado anterior (tornando sem objeto o primeiro recurso extraordinário interposto). Por outro lado, se houver a reforma da decisão primeira (objeto dos embargos), o recurso extraordinário interposto perde o objeto e outro deve ser interposto. 3. Efeitos Processo Civil V – Recursos – Agravos e Resp e Re e Embargos de Divergência 3 Não há efeito suspensivo nos embargos de divergência, o que pode ser obtido por petição dirigida ao relator. O efeito dos embargos, além do natural de obstar a formação da coisa julgada, é o devolutivo (no limite do seu cabimento).
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