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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA XX ª VARA DO TRABALHO DE TRIUNFO – RS
JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, data de nascimento, nome da mãe, portador do RG n.° XXX SSP/RS, CPF n.° XXX, CTPS nº XXX, residente à Rua XXX, CEP: XXX, por intermédio de seu advogado que esta subscreve procuração anexa aos autos, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, PROPOR a presente RECLAMATÓRIA TRABALHISTA PELO RITO SUMARÍSSIMO, com fundamento nos artigos 840 e 852-A da Consolidação das Leis Trabalhistas e no artigo 282, combinando com o art. 319, ambos do Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT
Em desfavor de Tintas & Tintas Indústria e Comércio Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° XXX, situada à Rua XXX, CEP: XXX, pelas razões de fatos e fundamentos de direito abaixo relacionados.
I-GRATUIDADE DA JUSTIÇA
 
Inicialmente, requer, com fulcro no §3º, do art. 790, da CLT, bem como o Novo Código de Processo Civil, a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, uma vez que o Reclamante não possui condições financeiras de arcar com o pagamento de custas processuais sem prejuízo do sustento próprio, na medida em que se encontra desempregadO, conforme comprova a sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
II – DOS FATOS
O Reclamante foi contratado em 02.03.2018 na cidade Porto Alegre – RS para exercer a função de auxiliar de operador de carga e descarga em sua filial na planta empresarial de Triunfo (RS). Na data da contratação da Reclamante ficou acordado que os serviços deviam ser prestados nos horários compreendidos entre 22h00 e 06h30 horas, de segunda a sexta-feira, sempre com intervalo de 30 minutos para refeição e descanso, mediante o pagamento de R$ 1200,00 por mês, acrescidos da insalubridade. 
Posteriormente, em xxxx, o salário da Reclamante foi alterado para R$ xxxx (xxxxxxx), mantido até o rompimento do contrato estabelecido.
Ocorre que, até o presente momento, não houve nenhuma anotação da CTPS da Reclamante. E, em xxxxx de dezembro de xxx, sem justo motivo, a Reclamada demitiu a Reclamante.
Destaca-se que, até o presente momento, não houve a quitação das verbas trabalhistas em favor da Reclamante.
Não bastasse isso, frisa-se que a Reclamante buscou todos os meios possíveis para que solução amigável da lide, mas não alcançou êxito. Não restando, portanto, outra solução senão a tutela jurisdicional.
III – DOS FUNDAMENTOS
III.1 – DO CONTRATO
 De início, se destaca que, na forma do artigo 3º, da CLT, o vínculo empregatício se origina, quando o Empregado se trata de pessoa física, presta serviços não eventuais, sob dependência e mediante salário.
 Acerca da subordinação, conforme leciona o Ilustríssimo doutrinador Sergio Pinto Martins (2009, p.15), em sua obra Comentário à CLT, “subordinação é a obrigação que o empregado tem de cumprir as ordens determinadas pelo empregador em decorrência do contrato de trabalho”.
Portanto, demonstrados o preenchimento dos requisitos do vínculo empregatício: não eventualidade, subordinação e mediante pagamento, deve ser reconhecido o vínculo empregatício entre a Reclamante e a Reclamada.
III. 2 – DA REMUNERAÇÃO
De acordo com o já salientado nos autos, a Reclamante recebia, a título de salário, o valor mensal de R$ xxxxxxxx (xxxxxxxxxxxxxx).
Ocorre, todavia, que, segundo define a Constituição Federal, em seu artigo 7º, IV, é direito dos trabalhadores receber ao menos um salário mínimo. Vejamos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
IV - Salário-mínimo mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
É importante salientar que a pretensão legislativa em definir que o trabalho receba ao menos um salário mínimo visa lhe garantir pelo menos condições mínimas de sobrevivência e dignidade.
 Nesse sentido, ressalta-se que o salário a menor ao salário mínimo, pode, inclusive, configurar condições análogas à escravidão, isso porque o salário inferior ao mínimo não lhe dá suporte necessário para o custeio de moradia, transporte, saúde, educação e, tampouco, previdência social.
 Nesses termos, é imperioso ressaltar que, atualmente, o salário mínimo corresponde a R$ xxxx (xxxxxxxxxxxxxx). Consequentemente, entende ser devido o pagamento da diferença em favor da Reclamante.
III.3 – DA RESCISÃO CONTRATUAL
Em concordância aos fatos relacionados, a Reclamada realizou, mesmo que arbitrariamente, a rescisão do contrato de trabalho da Reclamante. Consequentemente, é indispensável o reconhecimento da demissão sem justa causa, bem como a anotação de sua CTPS. Além disso, é imprescindível o reconhecimento do direto da Reclamante às férias vencidas e proporcionais, 13º salário e proporcional e aviso prévio, a multa fundiária, sem exclusão do seguro desemprego e do FGTS.
Portanto, deve a Reclamada ser condenada em proceder a anotação na CTPS da Reclamante constando a data de admissão em xx de janeiro de xxxxx e término em xxx de dezembro de xxxx.
III.6 –DO AVISO PRÉVIO REMUNERADO
A Reclamante, à luz do Art. 487, §1º, da CLT, deve ser indenizada em 30 (sessenta) dias, referente ao aviso prévio, observado que laborou em favor da Reclamante por xx anos.
III.7 – DAS FÉRIAS VINCENDAS E FÉRIAS PROPORCIONAIS
Conforme narrado outrora, a Reclamante foi admitida em xxx de setembro de xxx. Contudo, nunca gozou do seu direito de férias remuneradas.
Dessa maneira, não restam dúvidas de que a Reclamante faz jus ao recebimento de suas férias com pagamento em dobro referente aos anos de xxxx a setembro/xxxxxx, observado os limites prescricionais.
 
Além disso, a Reclamante faz jus ao recebimento de férias proporcionais referentes aos meses de xxx de setembro a xxx de novembro de xxx.
III.9 – DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
A Lei n.º 4.090 de 1962, que institui a gratificação natalina, também conhecida como 13º salário, estabelece que anualmente o trabalhador receberá um salário, correspondente ao valor da remuneração de dezembro do respectivo ano, quando laborado o ano inteiro, confira-se:
Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independente da remuneração que fizer jus.
Desse modo, é importante avultar que o contrato foi cessado, motivo pelo qual deve receber o proporcional pelos meses laborados e indenizados. 
Portanto, deve a Reclamada ser condenada ao pagamento do proporcional de 7/12, referente ao ano de xxx, e de 11/12, referente ao ano de xxxx, levando em consideração as indenização, aviso prévio e férias.
III.10 – DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO
Em se tratando do pedido de rescisão contratual indireta em razão do não cumprimento do contrato pactuado entre as partes, é induvidoso que o Reclamante faz jus aos valores referentes aos depósitos do FGTS, bem como o pagamento fundiário previsto por lei.
Nesse sentido, transcreve-se o que expõe o §1º, art. 18 da Lei nº 8.036/90:
“Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997).
Ocorre, todavia, que a Reclamada não realizou o reconhecimento de nenhum valor referente ao FGTS.
Portanto, deve ser condenada em realizar o pagamento do FGTS, acrescido de multa de 40% (quarenta por cento), conforme determina a legislação pátria.
III.13 - MULTA DO ART. 477, §8º DA CLT
Diante do atraso no pagamento das verbas rescisórias, verifica-se aplicação da multa do art.477, §8º para a Reclamada no valor de R$880 (oitocentos e oitenta reais), pelas razões acima expostas.
III.14 – MULTA DO ART. 467 DA CLT
Na hipótese da Reclamada não quitar as verbas incontroversas na primeira oportunidade, que seja cominada a multa do art. 467 da CLT, cujo valor corresponde ao montante de 50% (cinquenta por cento) sobre a parte incontroversa das parcelas rescisórias a serem deferidas por este Juízo.
III.15 - DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA
A Reclamante faz jus ao pagamento de todas as verbas supracitadas com a devida incidência de correção monetária e juros de mora, nos termos do art. 883 da CLT, art. 39, §1º da Lei 8.177/91 e Súmulas 200 e 381 do TST.
III. 16 – DO SEGURO DESEMPREGO
É importante salientar que a Reclamante preenche todos os requisitos necessários para a concessão do benefício do seguro desemprego. Isso porque, a Reclamante se encontra desempregada, não possui renda própria para o seu sustento e de sua família e manteve vínculo empregatício por mais de 06 (seis) meses consecutivos nos últimos 36 (trinta e seis) meses, faz jus ao recebimento de
Ademais, destaca-se que a Reclamante não recebe benefício de prestação continuada da Previdência Social.
IV – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
É imperioso ressaltar que a Reclamante exercia suas atividades em um mercado com grande circulação de clientes, em que uma de suas funções era a coleta de lixo e higienização nas instalações sanitárias SEM USO ADEQUADO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPIs, em que tinha contato com agentes nocivos sem proteção.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS. MANUSEIO DE MATERIAIS DE LIMPEZA. CONTATO COM ÁLCALIS CÁUSTICO E UMIDADE EXCESSIVA. Caracterizada possível contrariedade do que recomenda a Súmula nº 448 deste Tribunal Superior, antiga OJ nº 04 da SDI-1, provê-se o agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS. MANUSEIO DE MATERIAIS DE LIMPEZA. CONTATO COM ALCALIS CAUSTICO E UMIDADE EXCESSIVA. O Tribunal Regional, soberano na análise dos fatos e provas, concluiu, mantendo a sentença que se alicerçou no parecer técnico e deferiu o adicional de insalubridade em grau médio, que a reclamante laborou exposta a condições caracterizadas como insalubres pelo contato com álcalis cáusticos e umidade excessiva, sem o uso adequado de EPI's, não havendo como se admitir a contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 4 do TST, atual item I da Súmula 448 do TST, quando não é possível inferir que o álcalis cáustico estaria em concentração menor. Para se chegar à conclusão diversa seria necessário reexaminar o conjunto fático-probatório, procedimento vedado nesta instância recursal, nos termos da Súmula 126 do TST. Assim, torna-se inviável a aferição do cabimento do recurso de revista por violação de lei ou por divergência jurisprudencial. Recurso de revista não conhecido.
É oportuno salientar que o afastamento do adicional de insalubridade ora pleiteado viola diretamente o artigo 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas. Observe:
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. 
Além disso, contraria diretamente a Súmula n. 448, II, do Colendo Tribunal Superior do Trabalho abaixo transcrita:
ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do item II) - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.
(...)II - A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do TEM nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano."
Além do mais, segundo o Anexo 14 da Norma Regulamentadora n. 15, considera-se insalubre, em grau máximo, a atividade laboral exercida com contato direto com agentes biológicos com lixo urbano. Observe:
ANEXO N.º 14 (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novembro de 1979)
AGENTES BIOLÓGICOS
Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.
Insalubridade de grau máximo:
Trabalho ou operações, em contato permanente com:
- pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados;
- carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
- esgotos (galerias e tanques); e
- lixo urbano (coleta e industrialização).
Dessa maneira, entende ser devido o reconhecimento e o pagamento do adicional de insalubridade com seus reflexos em favor da Reclamante.
 Aliás, insta destacar que o presente pedido de reconhecimento do direito ao adicional de insalubridade encontra respaldo, inclusive, na jurisprudência do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. Vejamos:
 
 RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. COLETA DE LIXO. CONDOMÍNIO RESIDENCIAL. GRAU MÁXIMO. EXPOSIÇÃO A AGENTES BIOLÓGICOS. A jurisprudência deste Tribunal Superior pacificou que "a higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR 15 da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano." (Súmula 448/TST - conversão da OJ nº 4 da SBDI-I/TST, com nova redação do item II). No caso concreto, o Tribunal Regional, diante dos elementos fáticos colhidos - especialmente a prova pericial produzida nos autos -, concluiu que a atividade desempenhada pelo Autor (coleta diária de lixo de um condomínio composto por 35 apartamentos, por aproximadamente 30 minutos, sem a utilização de EPI' s) configura atividade insalubre em grau máximo ante o contato com agentes nocivos sem proteção. Assim, diante do contexto fático delineado pelo Órgão a quo, deve ser mantido o pagamento do adicional no grau máximo pretendido pelo Reclamante, ante os riscos e malefícios do ambiente laborativo (art. 7º, XXII, da CF), nos termos da Súmula 448, item II, do TST. Recurso de revista não conhecido ( ARR - 950-66.2012.5.04.0029 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 22/11/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/11/2016)
IV – DO DANO MORAL
Ora Vossa Excelência, diante do exposto, é induvidoso que a Reclamante sofreu sérios prejuízos financeiros e, inclusive, intelectuais, pois a Reclamada o impediu de dar continuidade aos trabalhos, trazendo as incertezas de sua remuneração.
Além disso, o Representante da Reclamada chegou a afirmar publicamente que “a vida da família seria infeliz, caso ingressasse com qualquer medida judicial”, “Que a Reclamante era ingrata, uma vez que, quando precisou a acolheu, mas, agora, ameaça em ingressar com ação judicial”
Logo, se depreende se tratar da hipótese de cabimento da imposição do pagamento de indenização por danos, como prevê o nosso ordenamento jurídico, especialmente, no art. 5º, V e X, da Magna Carta:
Art. 5°. (...):
V – é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem da pessoa, assegurado o direito a indenizaçãopelo dano material ou moral decorrente da sua violação (grifo nosso).
Nesse sentido, enfatiza-se que é imprescindível a imposição da indenização por danos morais, tendo em vista os transtornos e abalos emocionais provocados pela Reclamante.
Destaca-se, ainda, que, segundo o Des. Pinheiro Lago "não se pode perder de vista que o ressarcimento por dano moral não objetiva somente compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo comportamento do outro, mas também, sobre outra ótica, punir o infrator, através da imposição de sanção de natureza econômica, em benefício da vítima, pela ofensa á ordem jurídica alheia".
Observa-se, também, o entendimento do ilustre Sílvio de Salvo Venosa:
"Os danos projetados nos consumidores, decorrente da atividade do fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi adotado a responsabilidade objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não existe limitação tarifada". (Direito Civil, Responsabilidade Civil, São Paulo, ED. Atlas, 2004, p. 206).
A constatação da existência de um patrimônio moral e a necessidade de sua reparação, na hipótese de dano, constituem marco importante no processo evolutivo das civilizações.
Nesta perspectiva, resta indagar: que facetas assume o dano moral?
(...) “a consagração, que tende a universalizar-se, do ressarcimento por dano moral, vem completar, em definitivo, a tutela privada dos Direitos da Personalidade”, assim os enumera e classifica: “I) Direito à integridade física: 1) direito à vida e aos alimentos; 2) direito sobre o próprio corpo, vivo; 3) direito sobre o próprio corpo, morto; 4) direito sobre o corpo alheio, vivo; 5) direito sobre o corpo alheio, morto; 6) direito sobre partes separadas do corpo, vivo; 7) direito sobre partes separadas do corpo, morto. II) Direito à integridade intelectual [...] III) Direito à integridade moral: 1) direito à liberdade civil, política e religiosa; 2) direito à honra; 3) direito à honorificência; 4) direito ao recato; 5) direito ao segredo pessoal, doméstico e profissional; 6) direito à imagem; 7) direito à identidade pessoal, familiar e social”.
O mestre Yussef Said Cahali[1] conceitua dano moral como sendo aquela dor, angústia ou tristeza profunda, sofrida pela vítima, ou até mesmo o descrédito à reputação, a humilhação pública, entre outros, veja-se:
Na realidade, multifacetário o ser anímico, tudo aquilo que molesta gravemente a alma humana, ferindo-lhe gravemente os valores fundamentais inerentes à sua personalidade ou reconhecidos pela sociedade em que está integrado, qualifica-se, em linha de princípio, como dano moral; não há como enumerá-los exaustivamente, evidenciando-se na dor, na angústia, no sofrimento, na tristeza pela ausência de um ente querido falecido; no desprestígio, na desconsideração social, no descrédito à reputação, na humilhação pública, no devassamento da privacidade; no desequilíbrio da normalidade psíquica, nos traumatismos emocionais, na depressão ou no desgaste psicológico, nas situações de constrangimento moral.
Assim, todo mal infligido ao estado ideal das pessoas, resultando mal-estar, desgostos, aflições, atingindo o equilíbrio psíquico e a paz de espírito, constitui causa suficiente para a obrigação de reparar o dano moral.
Outrossim, a Reclamante não visa o enriquecimento ilícito, pois está pedindo somente a reparação contra o ato ilícito cometido pela Reclamada, que descumpriu com sua obrigação, frustrando a aquisição da casa própria, não sendo um mero contratempo do dia-a-dia.
Salienta-se que o valor pleiteado é ínfimo se comparado ao patrimônio da Reclamada, além de não agregar de forma substancial aos bens do menor aprendiz, se vier a ser deferido.
Ademais, a Empresa Reclamada deve ser punida para que não atue da mesma forma arbitrária com outrem, vez que, como defende a maioria da doutrina e jurisprudência, uma das funções do dano moral é o caráter punitivo-pedagógico.
Cavalieri Filho, citando o mestre Caio Mário, levanta a questão do dano moral punitivo[2]:
A lição do mestre Caio Mário, extraída da sua obra Responsabilidade civil, p. 315-316, pode nos servir de norte nessa penosa tarefa de arbitrar o dano moral. Diz o preclaro Mestre: "Como tenho sustentado em minhas Instituições de Direito Civil (v. II, nº 176), na reparação por dano moral estão conjugados dois motivos, ou duas concausas: I - punição ao infrator pelo fato de haver ofendido um bem jurídico da vítima, posto que imaterial; II - pôr nas mãos do ofendido uma soma que não é o pretiumdoloris, porém o meio de lhe oferecer oportunidade de conseguir uma satisfação de qualquer espécie, seja de ordem intelectual ou moral, seja mesmo cunho material, o que pode ser obtido 'no fato' de saber que esta soma em dinheiro pode amenizar a amargura da ofensa e de qualquer maneira o desejo de vingança”.
Torna-se evidente o dano moral suportado, pois o ato ilícito e o nexo causal estão explicitados, devendo, a fim de repará-lo no montante de R$ 15.000,00 (quine mil reais).
V – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Com fundamento no artigo 133 da CF/88 e no artigo 85, parágrafo 2º do CPC, requer o pagamento de honorários advocatícios de 20% sobre o total da condenação.
VI – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
a) a concessão do benefício da gratuidade de justiça nos termos do §3º, do art. 790, da CLT e do Novo Código de Processo Civil;
b) o reconhecimento do vínculo empregatício entre a Reclamante e Reclamada de xxx de setembro de xxx até xxx de novembro de xx e a consequente anotação da CTPS da Requerente;
c) Total procedência da demanda, no sentido de:
c.1) impor a Reclamada ao pagamento das diferenças salariais devidas à Reclamante, tendo como parâmetro o salário-mínimo vigente à época referente ao período de xxxx a xxxx.
c.1.2) pagar as férias vencidas referente ao período de xxx de setembro de xxx a xxx de setembro de xxx, em dobro e acrescidas de um terço, as quais não foram gozadas, nem tão pouco pagas;
c.1.3) pagar as férias proporcionais referentes ao período de xxx de setembro xxx a xx de novembro de xxx, acrescidas de um terço;
c.1.3) pagar aviso prévio indenizado, referentes a 60 (sessenta) dias, a ser apurado, bem como integração no tempo de serviço da Reclamante;
c.1.6) depósito do FGTS e da multa de 40% do FGTS na conta vinculada do FGTS, referente ao período de xx de setembro de xxx a xx de novembro xxx, a ser apurado e liberação das guias AM, pelo código 01;
c.1.7) efetuar o pagamento da gratificação natalina referente ao período de xx de setembro de xx a xxde novembro de xxxx.
c1.8) pagar a multa do art. 477, §8º da CLT no valor de R$ xxxxx;
c.1.9) quitar as verbas incontroversas na primeira audiência sob pena de cominação da multa do art. 467 da CLT, cujo valor corresponde ao montante de 50% sobre a parte incontroversa das parcelas rescisórias a serem deferidas por este Juízo;
c.1.12) a concessão do seguro desemprego, haja vista o preenchimento de todos os requisitos exigidos pela legislação, no valor de 5 parcelas salariais;
c.1.13) condenação no pagamento de multa prevista no art. 55 da CLT, tendo em vista o não registro do contrato de trabalho na CTPS;
c.1.14) pagamento de 11,2% sobre todas as verbas deferidas;
c.1.15) pagar o valor de R$ 30.000 (trinta reais) pelos danos morais sofridos pelo Reclamante;
d) que seja comunicada a DRT, Receita Estadual, Federal, Caixa Econômica Federal e ao Ministério Público do Trabalho;
e) as anotações de anotação na CTPS;
f) que seja expedido ofício para o Cartório de Protestos de Títulos, após exauridas todas as tentativas executórias, para que proceda ao protesto extrajudicial da sentença trabalhista, com a devida inscrição da Reclamada e/ou sócios, nos termos da Lei nº 9.492/1997, assim como pagamento integral das despesas e emolumentos devidos ao Tabelionato pelas reclamadas;
g) que a Reclamada seja condenada a pagar, além das verbas supracitadas, ascustas processuais, e honorários advocatícios de 20% sobre a condenação;
h) que haja incidência de juros de mora e correção monetária dos pedidos consignados na presente exordial, nos termos do art. 883 da CLT, art. 39, §1º da Lei 8.177/91 e Súmulas 200 e 381 do TST;
i) Por último, o reclamante requer a dedução de qualquer valor que, por ventura, já tenha sido pago a título de quaisquer dos pedidos acima.
Por fim, requer a notificação da Reclamada, para que conteste os itens supracitados, sob pena de serem admitidos como verdadeiros, nos termos da Súmula 74 do TST, o que, por certo, ao final restará comprovado, com a consequente declaração total da procedência do pedido.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, em especial provas documentais e testemunhais.
Dar-se à causa o valor de R$ xxx (xxx reais).
Nestes termos,
Pede o deferimento.
Brasília/DF, 28 de novembro de 2016.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
OAB/DF xxxxxxxxxxx

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