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bens parte 1

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UNIDADE 09 
DOS BENS 
 
9.1 – Os bens na relação jurídica: 
 
 Por vezes os direitos subjetivos estabelecem relações entre pessoas, noutras vezes, 
entre pessoas e seus bens que terão no patrimônio de cada pessoa a sua 
repercussão, daí a pertinência do seu estudo no direito civil. 
 
9.2 – Classificação dos bens - utilidade prática: 
 
 Os bens classificam-se em: 
 
o Bens considerados em si mesmos, compreendendo os bens: móveis e 
semoventes, imóveis, fungíveis, infungíveis, consumíveis, inconsumíveis, 
divisíveis, indivisíveis, singulares, coletivos ou universalidade de bens. 
 
o Bens reciprocamente considerados, compreendendo os bens: principais e 
acessórios (neles os frutos, os produtos, os rendimentos, pertenças, 
benfeitorias, partes integrantes). 
 
o Bens considerados em relação às pessoas de seus titulares, neles 
compreendendo os bens: particulares e públicos. 
 
9.3 – Os bens considerados em si mesmos: 
 
 Bens imóveis – são os que não podem ser transportados de um lugar para outro sem 
alteração de sua substância (ex.: um terreno). 
 
o Quais são os bens imóveis? 
 O solo e tudo o que se lhe incorporar natural1-2 ou artificialmente3 (CC, Art. 
79). 
 Compreende o subsolo quanto a raízes de vegetais e fundações de 
edificações e o espaço aéreo utilizado pelo titular (CC, art. 1.229). 
 
 
1 Árvores, plantas, etc. 
2 São considerados, porém, bens móveis por antecipação as árvores não abatidas e assim adquiridas para destino empresarial. 
3 Prédios, pontes, viadutos, etc. 
 Riquezas do subsolo4 não compõem a propriedade do solo (CF, art. 
176). 
 
 Edificações que, mesmo separadas do solo e removidas para outro local, 
conservam a sua unidade5 (CC, art. 81, I). 
 Materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem6 (CC, art. 81, II). 
 
o São equiparados a bens imóveis ou bens móveis por definição legal (CC, art. 80): 
 
 Direitos reais7 sobre imóveis e as ações inerentes8 (inciso I). 
 Direito à sucessão aberta9 (inciso II). 
 
 Bens móveis – são os passíveis de movimentação sem perda de substância ou 
destinação: 
 
o São bens móveis: 
 
 Os que sem alteração da sua substância ou destinação socioeconômica 
possuem deslocamento próprio (semoventes como os animais em geral) 
(CC, art. 82, prima facie). 
 
 Os que sem alteração da sua substância ou destinação socioeconômica 
possuem deslocamento por força alheia (como bicicletas, computadores, 
aparelhos de som, etc.) (CC, art. 82, secundum). 
 
 OBS.: antes do “CC/02” havia divergência quanto a classificação de 
embarcações10, como navios, lanchas, etc., e aeronaves11, já que 
estes bens possuem registro equivalente ao de imóveis, sendo, 
 
4 Tais como pedras preciosas, materiais radioativos, petróleo, etc. 
5 Tais como casas “pré-fabricadas”. 
6 Materiais reaproveitados nas reformas, como portas, janelas, pisos, etc. O que importa aqui é finalidade de uso desses materiais – 
onde serão alocados. 
7 Ex.: propriedade, superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, direito do promitente comprador, hipoteca, anticrese, etc. 
8 Ex.: ação reivindicatória de propriedade, ação para assegurar direito de superfície, etc. Ação aqui tem sentido lato, também 
considerando a possibilidade de defesa. 
9 Ou seja, sucessão instaurada por evento morte do sucedido, já que os direitos sucessórios são considerados bens imóveis. 
10 A Lei 7.652/88, que disciplina o registro de embarcações, não indica em momento algum a sua natureza jurídca, porém, os seus 
arts. 12 e ss., cuidam do gravame de ônus reais sobre tais bens, dentre eles, o de hipoteca (art. 13), que é exclusivo de bens imóveis. 
11 A propósito, o “Código Brasileiro de Aeronáutica” (Lei 7.565/86), em seu art. 106, p. ún., assim classifica a aeronave: “A 
aeronave é bem móvel registrável para o efeito da nacionalidade, matrícula, aeronavegabilidade (arts. 72, I, 109 e 114), 
transferência por ato entre vivos (arts. 72, II e 115, IV), constituição de hipoteca (arts. 72, II e 138), publicidade (arts. 72, III e 117) 
e cadastramento geral (art. 72, V).” 
inclusive, suscetíveis de gravame de hipoteca (que é exclusivamente 
de imóveis), assim: 
 
o 1.ª corrente – entendia que esses bens eram imóveis. 
o 2.ª corrente – entendia que esses bens eram móveis. 
 De qualquer forma, o “CC” atual os considera móveis. 
 
 Os materiais a serem12 empregados em construção e os provenientes de 
demolição13 (CC, art. 84). 
 
o Equiparam-se a bens móveis ou são bens móveis para efeitos legais (CC, art. 83): 
 
 Energias14 com valor econômico (inciso I). 
 Direitos15 e ações reais16 sobre objetos móveis (inciso II). 
 Direitos pessoais17 patrimoniais e respectivas ações18 (inciso III). 
DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS 
Traduzem uma relação jurídica entre uma 
coisa ou conjunto de coisas a um ou mais 
sujeitos. 
Unem dois ou mais sujeitos. 
São exercidos sobre uma coisa, ou seja, 
sobre um objeto corpóreo. 
Tem como objeto relações humanas. 
o direito real tem como características ser 
absoluto exclusivo, exercitável erga omnes. 
Tem características relativas erga alios. 
Concede o gozo e fruição de bens, 
proporcionando aderência da coisa ao titular. 
Concede um direito a uma ou mais 
prestações, a serem cumpridas por uma ou 
mais pessoas. 
Recai sobre a propriedade. Recai sobre uma obrigação. 
Não são numerosos ou infinitos por que são 
finitos os bens disponíveis a apropriáveis 
pelo homem. 
São em números ilimitados pois os 
relacionamentos pessoais são infinitos. 
 
 Bens fungíveis – são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade (ex.: dinheiro, frutas, animais e artigos de consumo, etc.) (vide 
CC, art. 85). 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
 
12 Ou seja, os que ainda não foram, mas serão empregados na construção, tais como portas, janelas, portões, dentre outros. Após 
empregados na construção passam a fazer parte integrante do imóvel (ou seja, passam a compor o bem imóvel), mas, enquanto não o 
são, devem ser considerados em suas individualidades como bens móveis. 
13 Aqueles que readquirem a sua individualidade após retirados da demolição podem ser vendidos e reaproveitados como bens 
móveis. 
14 Ex.: elétrica, hidráulica, radioativa, etc. 
15 Assim, por ex., o penhor, a propriedade, o usufruto, etc. 
16 Ação aqui tem sentido lato, também considerando a possibilidade de defesa. 
17 Ao contrário dos direitos reais, que recaem sobre bens móveis ou imóveis, os direitos pessoais são direitos oriundos de créditos ou 
obrigações, como o constante de um cheque ou nota promissória que não honrados, geram o direito à cobrança. 
18 Ex.: ação para cobrança de quantia certa, ação para entrega de coisa certa, ação para substituir um bem por outro ou por valor 
equivalente, etc. 
 Bens infungíveis19 – ao contrário dos fungíveis, são aqueles de natureza insubstituível 
(Ex.: uma obra de arte como Abaporu de Tarsília do Amaral, A primeira edição assinada 
por Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, a joia de família, etc.). 
 
o A classificação ganha interesse no caso do CC, art. 369, onde os bens fungíveis, ao 
contrário dos infungíveis, podem ser compensados. Da mesma forma, podem eles ser 
trocados por outros equivalentes (um carro com defeito pode ser substituído por 
outro). 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas 
fungíveis. 
 
 Bens consumíveis – são os bens móveis cujo uso importa na destruição imediata da 
própria substância (ex.: um sanduíche), bem como aqueles destinados à alienação (ex.: 
os produtos à venda nas lojas) (vide CC, art. 86) – o conceito normativo é falho, pois, 
posso ter um quadro que é inconsumível e usá-lo para acender umalareira, tornando-o 
consumível. 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata 
da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à 
alienação. 
 
o Bens consumíveis podem se tornar inconsumíveis por convenção das partes – ex.: 
um animal, bem consumível, pode ser dado a um laboratório para fins de pesquisa, 
tornando-se, por conseguinte, inconsumível. 
 
 Bens inconsumíveis – são aqueles que suportam uso continuado sem perder a sua 
essência (ex.: um avião, um carro). 
 
o Obs.: no Direito do Consumidor temos o conceito de produto consumível que é bem 
diverso do conceito de bem consumível, já que produto resulta de um processo de 
elaboração, e somente será objeto da relação de consumo se tivermos de um lado o 
fornecedor e de outro o consumidor standard ou o consumidor por equiparação. 
 
 Bens divisíveis – são os que se podem repartir em porções reais e distintas, formando 
cada uma delas um todo perfeito (ex.: uma saca de café) (vide CC, art. 87). 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
 
19 O legislador civilista não os contemplou, mas, eles existem e são hauridos da interpretação contrario sensu do CC, art. 85. 
 
 Bens indivisíveis – não admitem divisão cômoda sem desvalorização ou dano – a 
indivisibilidade pode ser: 
 Por natureza (ex.: um cavalo destinado a provas desportivas). 
 
 Obs.: bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei 
ou por vontade das partes (CC, art. 88). 
 Por força de lei (ex.: inventário). 
 
 Bens divisíveis que se tornam indivisíveis por determinação legal – ex.: os bens 
do falecido antes da morte são unidades em si consideradas, sendo divisíveis, 
mas, com a morte tornam-se indivisíveis, já que a herança é unitária e todos os 
herdeiros tornam-se “condôminos” de tudo. 
 
 Por vontade das partes (ex.: a formação de um condomínio sobre unidades 
estanques). 
 
 Bens divisíveis convertidos em indivisíveis por vontade das partes – ex.: um boi 
pertencente a 2 irmãos que deixa de se destinar ao abate para servir como 
reprodutor. 
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, 
respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. 
 
§ 1º Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não 
maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 
 
§ 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo 
testador. 
 
§ 3º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode 
o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo. 
 
 
 Bens singulares – são coisas consideradas em sua individualidade, representadas por 
uma unidade autônoma e, por isso, distinta de quaisquer outras (ex.: o lápis, um livro) 
(vide CC, art. 89). 
 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
 
 Bens coletivos ou universalidades – são aqueles que, em conjunto, formam um todo 
homogêneo. 
 
o universalidade de fato – um rebanho, uma biblioteca (CC, art. 90). 
o universalidade de direito – o patrimônio, a herança, a massa falida (CC, art. 91).

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