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REFORMA TRABALHISTA BRASILEIRA DE 2017 E O DIREITO COLETIVO D O TRABALHO: IDEIAS PARA JUSTIFICAR A PREVALÊNCIA D O NEG OCIAD O SOBRE O LEGISLAD O Brazilian labor refor m of 2017 and collective labor law: ideas to justify the prevalence of the negotiated over the legislated Revista dos Tribunais | vol. 984/2017 | p. 163 - 188 | Out / 2017 DTR\2017\6428 Alan Da Silva Esteves Mestre e m Direito Constitucional e Doutorando pela PUC-RS. Professor de Pós-Graduação da Escola da Magistratura do TRT da 19ª Região. Juiz do Trabalho Titular. alan.esteves @ trt19.jus.br Área do Direito: Trabalho Resu m o: A refor m a trabalhista no Direito do Trabalho brasileiro trouxe as m udanças profundas no Direito do Trabalho, especial m ente daquela que se constitui u m a das suas m aiores expectativas: o direito negociado prevalecerá sobre o legislado. Isso i m porá u m a m aior responsabilidade dos sindicatos e há que se ter noção de li m ites. A história do direito do trabalho é identificada co m o espaço por m aior igualdade perante a liberdade e m preendedora, por isso a criatividade é a tônica dos ajustes coletivos por m elhores condições de trabalho e de produtividade. A negociação coletiva infere variáveis que devem ser respeitadas, tais co m o: medidas de produção, de trabalho-re m uneração, de direitos acessórios conciliados por benefícios pontuais e a preservação do poder dos ganhos do que for recebido pelo trabalhador. Palavras-chave: Negociação coletiva - Refor m a trabalhista - Direito coletivo - Prevalência - Li m ites. Abstract: The labor refor m in Brazilian Labor Law has brought profound changes in Labor Law, especially one that is one of its greatest expectations: negotiated law will prevail over the legislated. This will i m pose greater responsibility on the part of the trade unions and we m ust have a sense of li m its. The history of labor law is identified with space for greater equality in relation to entrepreneurial freedo m , so creativity is the tonic of collective adjust m ents for better working conditions and productivity. Collective bargaining infers variables that m ust be respected, such as: m easures of production, labor-re m uneration, accessory rights reconciled by punctual benefits and preservation of the power of earnings of what is received by the worker. Keywords: Collective bargaining - Labor refor m - Collective rights - Prevalence - Li m its. Su m ário: 1 Introdução - 2 A negociação coletiva e a centralidade da m atéria - 3 As fronteiras jurídicas da negociação coletiva - 4 Originalidade da relação coletiva de trabalho e as m udanças na legislação trabalhista - 5. O sentido da colaboração co m o Estado pelos sindicatos - 6. Frag m entos para u m a teoria sobre a negociação coletiva e os bens negociados - 7 Conclusão - 8. Referências 1 Introdução A Refor m a Trabalhista de 2017, consolidada pela Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, estruturou a opção legislativa de valorizar ou dar i m portância ao Direito Coletivo co m o nunca antes na história do Direito do Trabalho. O objeto desta pesquisa é analisar justa m ente esse ponto, qual seja: os li m ites do artigo 611-A da Consolidação das Leis do Trabalho, consoante a referida Refor m a. Tal dispositivo definiu o lícito da preponderância da convenção coletiva e do acordo coletivo sobre a lei. Não é o fito deste trabalho dissecar parte a parte o dispositivo, m as, a partir de m etodologia hipotético-dedutiva, analisar o todo para entender as partes. Por isso, utiliza-se de interpretação siste m ática Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 1 e da teoria geral do Direito do Trabalho e Coletivo do Trabalho. Reconhece-se que há espaços de a m plitude para os atores coletivos e significa, de fato, u m a curva da história do direito trabalhista, tão m arcado no século XX até hoje, ao m enos no Brasil, pelo viés extre m a m ente individualista e m detri m ento ao coletivo. De fato, caberá, de ante m ão, u m estudo m inucioso do princípio da autono m ia da vontade que sub m eterá o objeto, que são as cláusulas coletivas m ediante negociação, ao que for deliberado pelos sujeitos, geral m ente os sindicatos das categorias envolvidas – de trabalhadores e e m pregadores. Ta m bé m tentará har m onizar u m a nova refor m ulação e m outro princípio, o qual se constitui u m dos m ais caros ao Direito do Trabalho: o princípio da proteção. E proporcionará i m pacto e m tantos outros, co m o o da estabilidade financeira, o da irredutibilidade de venci m entos, irrenunciabilidade etc. Co m efeito, deseja-se de m onstrar a visão de que o te m a é co m plexo, porque a negociação coletiva atua e m vários níveis, tais co m o: jurídico-constitucional, sociológico, político e m oral, especial m ente, ta m bé m , pois há obrigação de os parceiros coletivos respeitare m alguns parâ m etros constitucionais e legislativos m íni m os de valorização da pessoa do trabalhador e sua condição. Fir m a-se o indicativo, desde já, de que o conciliado sobre o legislado não acolha a supressão pela supressão se m balizas razoáveis de substituição. O filtro de validade de conciliado sobre o legislado, então, deve apresentar u m norte de co m pensações adequadas e evidentes, porque, do contrário, pode representar décadas de avanços do desenvolvi m ento da personalidade do trabalhador total m ente perdidos. Assi m , defende-se que a liberdade de negociar tenha li m ites, não só o que foi expresso no art. 611-B da CLT (LGL\1943\5), m as ta m bé m se levando e m conta o todo da Consolidação das Leis do Trabalho, da Constituição e da história do Direito do Trabalho. Daí que o te m a te m relevância, pois irá de m onstrar que o sentido da colaboração dos sindicatos e m defesa dos direitos está aliado ao fato de que o Estado, por natureza, te m função propositiva de di m ensionar, entender e julgar sobre a natureza da m udança nos arranjos coletivos, ou seja, se trouxera m m elhoria nos m eios de vida da classe. Para tanto, há de descobrir os li m ites do itinerário da negociação coletiva pela identificação de que bens deve m ser per m utados ou flexibilizados. 2 A negociação coletiva e a centralidade da m atéria A legislação trabalhista foi construída ao longo do século XX. A partir da CLT (LGL\1943\5) – Consolidação das Leis do Trabalho –, houve u m itinerário de luta para que os direitos fosse m respeitados. Eles fora m frutos de busca de m edidas de m aior igualdade no a m biente de trabalho-capital, a partir das necessidades dos trabalhadores, e m contraposição à liberdade do e m preendedoris m o e de prosperidade dos negócios. Muitos dos direitos fora m estabelecidos seja direta m ente do legislador, seja após lutas judiciais, incorporados na jurisprudência e depois transfor m ados e m nor m ativos. São m uitos os exe m plos: paga mento igual a que m trabalha igual, ou horas de trabalho dentro do li m ite estabelecido, horas de percurso quando local de difícil acesso e não servido por transporte público regular, a integração de verbas re m uneratórias recebidas por m uito te m po etc. Não é se m razão, portanto, que se diz que “(...) o século XX foi o século do trabalho”,1 pois este foi to m ado co m o centralidade quando passou a reger o te m po dos ho m ens, ou transfor m ar indivíduos e m trabalhadores,2 criar riquezas e estruturar os m ovi m entos dos trabalhadores, ora cooptados por ideologias de esquerda, ora de direita.3 Nesse ca m po da vida do Direito do Trabalho, infir m a-se que m uito fora conseguido em ter m os de direitos pelo diálogo e pelo consenso após as reivindicações operárias. Trata-se de algo ad m irável e m ter m os de originar u m a socialidade nessa área de Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 2 interesses grupais tão distintos. Assi m , a negociação coletiva foi e continua sendo u m a das fór m ulasencontradas para apaziguar os conflitos das categorias e definir o be m -estar econô m ico dos trabalhadores m ediante concessões. Desse m odo, nessa específica área, diz Russo m ano que as relações coletivas podem ir alé m das fronteiras das ideias da Teoria Geral do Direito, diante da criação de regras por m eio de negociações e ta m bé m porque elas abrange m pessoas indeter m inadas.4 É de se perguntar: quais os li m ites? Evidente, aqui, é dizer que se o padrão da teoria geral do direito, e m ter m os gerais, i m põe escalas ou proporções que precisa m ser respeitadas no que se refere à lei e à sua interpretação, o m es m o raciocínio tende a se aplicar co m o m arco do processo negocial de produção de nor m a coletiva. Isso acontece, no â m bito da negociação, e m razão de que os objetivos conciliatórios coletivos fica m entre as necessidades econô m icas dos e m pregadores e a observância dos direitos, segundo as épocas, as circunstâncias e as condições de trabalho.5 Portanto, a ideia do que é constitucional, jurídica e, agora, econo m ica m ente adequado não deve ser abandonada. Rodrigues Pinto prefere expor que a negociação coletiva trata-se de u m co m plexo de entendi m entos e possui dois itinerários: u m para os trabalhadores, e se constitui no fato da e m ancipação deles; outro, para a sociedade e m geral, de que não se pode ad m itir u m a separação co m pleta da vontade dos contratantes ao estabelecido pela força do Estado.6 No entanto, nessa balança da questão social existe m os direitos dos trabalhadores de u m lado e as necessidades econô m icas dos e m pregadores de outro. Por isso, Estanque ad m ite que a e m ancipação se constitua e m u m discurso de pro m essa que te m dificuldade de objetivação diante da outra fala, que é a da i m possibilidade; por conseguinte, segundo tal jurista, o m undo reconhece que os sindicatos operários estão fragilizados e fora m cooptados pela lógica do m ercado e sua dinâ m ica regulatória.7 Por outro norte, a negociação coletiva ta m bé m se identifica co m a flexibilidade no â m bito do Direito do Trabalho. Esta foi definida pelo jurista uruguaio Uriarte co m o seguinte entendi m ento: “(...) co m o eli m inação, di m inuição, afrouxa m ento ou adaptação da proteção trabalhista clássica, co m a finalidade – real ou pretensa – de au m entar o investi m ento, o e m prego ou a co m petitividade”.8 Dessa for m a, a Refor m a Trabalhista inferiu no seu art. 611-A da CLT (LGL\1943\5) a aludida prevalência do negociado sobre o legislado e m relação aos seguintes direitos: jornadas de trabalho; banco de horas; intervalo intrajornada co m respeito ao m íni m o de 30 m inutos; adesão ao progra m a seguro-e m prego; plano de cargos, salários e funções; representante dos trabalhadores no local de trabalho; teletrabalho, regi m e de sobreaviso e trabalho inter m itente; re m uneração por produtividade; m odalidade de registro de jornada; prê m ios; participação nos lucros. Cabe expressar que os parágrafos do art. 611-A da CLT (LGL\1943\5) faze m expressas referências de que a Justiça do Trabalho deve ter interferência m íni m a na autono m ia da vontade e analisará apenas os ele m entos essenciais do negócio jurídico; dize m que se não houver contrapartidas expressas no texto coletivo isso não enseja nulidade por não ser vício do negócio jurídico; be m co m o, na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula ou acordo coletivo, se houver cláusula co m pensatória, esta ta m bém é anulada e os sindicatos deverão participar co m o litisconsortes necessários, e m ação individual ou coletiva, e m dem andas co m objeto de anulação de cláusulas coletivas acordadas. Por outro lado, o art. 611-B da CLT (LGL\1943\5) e seus parágrafos consigna m que são objetos ilícitos e m convenção ou acordo coletivo os nor m ativos que supri m a m direitos sobre: nor m as de identificação profissional; seguro-dese m prego e m caso de dese m prego involuntário; FGTS; salário m íni m o; valor no m inal do 13º salário; re m uneração do Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 3 trabalho noturno superior à do diurno; proteção do salário; salário-fa m ília; re m uneração de serviço extraordinário superior, no m íni m o, e m 50 % do nor m al; nú m ero de dias de férias devidas ao e m pregado; licença- m aternidade co m duração m íni m a de 120 dias; licença-paternidade na for m a da lei; proteção do m ercado de trabalho da m ulher; aviso-prévio proporcional ao te m po de serviço, co m no m íni m o 30 dias, nos ter m os da lei; nor m as de saúde, higiene e segurança do trabalho; adicional de re m uneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; aposentadoria; seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do e m pregador; prazo prescricional quanto aos créditos trabalhistas; proibição de discri m inação; proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a m enores de 18 anos e de qualquer trabalho a m enor de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; proteção de crianças e adolescentes; igualdade de direitos; liberdade de associação profissional ou sindical; direito de greve; definição legal sobre os serviços ou as atividades essenciais e disposições legais; tributos e outros créditos de terceiros; dispositivos expressos sobre o trabalho da m ulher. O parágrafo único do art. 611-B da CLT (LGL\1943\5) inferiu que: “Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas co m o nor m as de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo”. Perante o exposto, diante do quadro teórico e nor m ativo indicado, do negociado sobre o legislado, cabe inferir que a centralidade da m atéria é olhar os dispositivos da Refor m a anterior m ente considerados e fazer u m a relação co m a Carta Magna de 1988 e todo o seu siste m a de valorização social do trabalho e da livre-iniciativa, alé m de outros dispositivos da própria Consolidação das Leis do Trabalho. Isso para saber de suas fronteiras. 3 As fronteiras jurídicas da negociação coletiva A barganha coletiva te m que passar por três testes jurídicos clássicos e m ter m os de fronteiras do Direito Constitucional e do Trabalho. O pri m eiro é se a ocorrência da negociação, de fato, valorizou social m ente o trabalho e a livre-iniciativa nos ter m os dos princípios do art. 170 da Constituição Federal. Trata-se de entender que é u m avanço da própria civilização ocidental de considerar e de ter a pessoa hu m ana no m ais alto grau de respeito ao desenvolvi m ento de sua personalidade. A segunda prova funda m ental para saber se o negociado pode prevalecer sobre o legislado de for m a a m pla é relacioná-lo aos preceitos constitucionais, especial m ente ao art. 7º, caput. Esse dispositivo prevê o seguinte: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alé m de outros que vise m à m elhoria de sua condição social: [...]”9. Ora, os direitos constitucionais estão lá, m as nada i m pede que apareça m outros que apri m ore m a condição social do trabalhador, ou que aqueles existentes seja m reajustados, segundo algu m as condições de aperfeiçoa m ento. Portanto, a negociação coletiva é u m a porta aberta de orige m de direitos que tenha essa função de proteção. Nesse sentido, co m o o próprio no m e indica, negociar significa, essencial m ente, troca, barganha, transação; por conseguinte, é preciso perguntar: se e m todos esses anos de consolidação dos direitos do trabalhador, forjados ao longo do século XX, proporcionara m benefícios, que outros podem proporcionar a m elhoria de sua condição? Explica-se tal linguage m de “ m elhora” e de “piora” pela observação da história operária e da sua ideologia. Hobsbaw m diz que ela fora escrita nu m a perspectiva política e isso envolve m aior ou m enor co m pro m isso e m ocional, ora para dizer de restrições, ora de a m pliações de aspectos da situação dos trabalhadores.10 Assi m , por esse viés sentim ental, há se m pre dois lados, daqueles que considera m a possibilidade de evolução e de outros que prega m a precariedade. Na Refor m a Trabalhista, há ta m bé m esses discursos. No fundo, todos os direitos do trabalhador fora m postos e sub m etidos à regra da legalidade dentro da for m a de m ocrática. Muitos outros ainda virão. Eles fora m Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 4 decorrentes de lutas, especial m ente por pressões internacionais e internas, que resultara m e m consensos jurídicos e sociais. A de m ocracia incluiu parte deles no corpo da Constituição e outros m uitos fora m consolidados nas leis, nos textos coletivos e na discussão jurisprudencial. Tudo resultante, dito no resu m o gigantesco da linha histórica, de u m a vontade de que a igualdade ganhasse m aior território diante da liberdade. Aconteceu, ta m bém , que os m ovi m entos operários, co m o disse Hobsbaw m , fora m i m portantes para o progresso e aperfeiçoa m ento dos direitos do trabalhador, m as os docu m entos legais que os introduzira m deixara m a m arca do individualis m o.11 Fica m , desse m odo, explicadas, e m parte, as ocorrências de avanços e de retrocessos nessa seara, pois os poderes públicos que se sucedera m , ora liberais, ora sociais, interpretara m e propusera m os textos legais i m pregnados de tal caráter: sentido forte m ente individual e m detri m ento do coletivo. Assi m , tal discussão entre individualis m o versus coletivis m o deve passar pelo terceiro teste da negociação coletiva, o qual é o do art. 9º da CLT (LGL\1943\5) – Consolidação das Leis do Trabalho, quando consigna: “Serão nulos de pleno direito os atos praticados co m o objetivo de desvirtuar, i m pedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”.12 Tal dispositivo acrescenta u m a fortaleza se m precedentes, o qual, co m binado co m o art. 7º e co m os princípios da orde m econô m ica do art. 170, estes da Constituição Federal, estrutura o sentido de aperfeiçoa m ento, de m elhoria, que se constitue m os li m ites gerais dos atores coletivos. O preceito da legislação trabalhista, art. 9º anterior m ente citado, te m potencial para invalidar as cláusulas coletivas quando estas desvirtue m , i m peça m ou fraudem a aplicação dos preceitos nela contidos, m es m o que alguns dos dispositivos do art. 611-A e art. 611-B diga m o contrário. Desse m odo, as fronteiras do direito coletivo não são assi m tão ili m itadas, pois o direito estatal propõe que seja avaliado no conjunto do que já existe. Portanto, qualquer cláusula convencional que venha a inferir o suposto trata m ento de direitos trabalhistas e que provoque dúvidas a respeito, perante a citação daquele artigo anterior, deve ser explicada, razoável, proporcional e adequada, sob pena de tornar-se inválida. Há, ainda, u m a necessidade de clareza do que fora negociado sobre o legislado, a fi m de que os órgãos de fiscalização e, até m es m o, o Poder Judiciário venha m a fazer u m a análise de validade se as nor m as coletivas excludentes de direitos acontecera m se m u m favoreci m ento de contrapartidas específicas. Certo que o § 3º do artigo 611-A da CLT (LGL\1943\5), a qual re m ete ao art. 8º, § 3º da CLT (LGL\1943\5), deseja li m itar a atuação do Poder Judiciário de que so m ente deva analisar os ele m entos essenciais do negócio jurídico e segundo o princípio da intervenção m íni m a. A tese é de que não há nenhu m proble m a, nada de m ais, os juízes trabalhistas seguire m u m itinerário de verificação de m anifestação da vontade, a finalidade negocial e a idoneidade do objeto, m as ta m bé m não há i m pedi m ento de que, caso concreto, observe m se há erro, dolo, fraude e si m ulação. Tudo no â m bito do desvirtua m ento, do i m pedi m ento, da fraude aos preceitos celetistas. Tudo no contexto de valorização social do trabalhador e da livre-iniciativa. Co m efeito, o ponto que i m porta é o princípio da co m pensação adequada e evidente que i m põe que, a partir da ideia de o negociado prevalecer sobre o legislado, haja ofereci m ento de benefícios co m pensatórios por equidade, ne m que seja o m íni m o para u m a existência digna. Isso, ta m bé m , defende-se, não pode ser efetivado de for m a genérica, m as específica e justificada. Clareza é palavra. A realidade atual ve m m ostrando que tal princípio não é observado. Marins ponderou, ao analisar algu m as decisões do TST – Tribunal Superior do Trabalho. O caso é sobre os rodoviários e o acordo coletivo dos intervalos fracionados e m cada parada, e m que alguns julgados ad m ite m a flexibilização de for m a a m pla, outros não. Contudo, naquela pri m eira hipótese, de o negociado prevalecer sobre o legislado, observou-se, segundo aquele jurista, que não houve u m a barganha efetiva, e si m troca de alguns direitos flexibilizados por outros já consolidados no plano estatal.13 Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 5 Sobre tal m atéria, a tendência prevalecente é dizer da aceitação a m pla da flexibilização e m ter m os de negociação coletiva, segundo a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Ela tende a parecer prejudicial e m alguns m o m entos, m as, na verdade, é justificada porque atende a certas peculiaridades do contrato, do local e das circunstâncias, especial m ente a vontade coletiva. Quer dizer: há u m a forte tendência, na jurisprudência trabalhista construída ao longo das décadas, de atribuir a m aior das i m portâncias à barganha coletiva. Foi o que aconteceu, por exe m plo, no Recurso de Revista 772.961/2001, 4ª Tur m a. Esta validou acordo coletivo da e m presa Vale do Rio Doce que negociou a flexibilização do adicional de periculosidade e acertou percentuais m enores do que o previsto na legislação, que é o padrão de 30 % , tudo confor m e os setores de trabalho.14 Diante do exposto, as fronteiras do negociado sobre o legislado estão be m evidentes, porque há pesos e contrapesos constitucionais e legais que deve m ser testados para validar a transação coletiva. Não so m ente u m a análise restrita e aplicação dos preceitos do Código Civil (LGL\2002\400) – “ele m entos essenciais do negócio jurídico” –, ou da aplicação isolada dos preceitos do art. 611-A e art. 611-B da CLT (LGL\1943\5). Por isso que fique m anifesto: supri m ir algo legislado, acolhido pelo princípio de m ocrático e referenciado pela jurisprudência ao longo de décadas deve ser trocado, m ediante negociação coletiva, por benefícios específicos e não genéricos. I m por algo inespecífico, co m o m elhoria de algo, e m substituição a u m direito estatal, significa que a nor m a pode padecer de u m vício de desvirtua m ento da legislação trabalhista e poderá acarretar a sua nulidade. 4 Originalidade da relação coletiva de trabalho e as m udanças na legislação trabalhista A negociação coletiva per m ite aos atores coletivos o itinerário de originalidades para solução de conflitos. Estes que causa m tensões localizadas co m repercussões, m uitas vezes, na própria sociedade, por conseguinte, as partes estão provocadas a u m a solução rápida e à m ini m ização de prejuízos. Por isso, diz-se que seu objeto é sui generis, especial m ente quando per m ite estabelecer obrigações contratadas; ou seja, os sindicatos assu m e m deter m inadas obrigações de dar, fazer, ou não fazer, por m eio de conteúdos de nor m as de trabalho ou não, e, assi m , estão obrigados ao cu m pri m ento.15 Delgado escreve sobre isso e talha na pedra da teoria do Direito do Trabalho a existência do princípio da criatividade jurídica na negociação coletiva. Tal jurista justifica que elas, as cláusulas coletivas, são verdadeiras nor m as jurídicas e, às vezes, co m u m a m aior densidade do que estas.16 De fato, o plano nor m ativo tradicional fazia aparecer essa orde m : a lei, as convençõescoletivas, as nor m as coletivas que nasce m destas e as cláusulas do contrato individual do trabalho que se subordina m à lei e à Convenção Coletiva.17. Co m a Refor m a Trabalhista, isso m udará. E m pri m eiro lugar, ve m a Constituição Federal; e m seguida, as convenções e acordos coletivos; e m terceiro, as cláusulas do contrato individual que se subordina m à Constituição e à Convenção Coletiva e à lei; e m quarto, ve m a lei trabalhista co m u m . O quadro m udou em for m a e substância e te m i m plicações teóricas, práticas, subjetivas, objetivas, positivas e negativas. Co m efeito, de certo for m ato, tais considerações são m uito atraentes quando se fala de u m poder de criação nor m ativa efetivada pelos entes coletivos. Poré m , convém salientar: não existe a concepção de originar algo a partir do nada. De fato, até Deus não criou Adão do nada cós m ico, m as do pó da terra e do sopro do fôlego da vida.18 De for m a equivalente, são equívocos os seguintes entendi m entos quando se fala e m criatividade da negociação coletiva, quais seja m : que os parceiros coletivos pense m em criar as regras a partir de u m “vazio” nor m ativo e que eles considere m trocas boas por prejudiciais. A hipótese sobre a possibilidade de barganhare m para lesar u m ao outro, ou à sociedade, se constitui e m contradição e m si que põe e m xeque a própria necessidade Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 6 do acordo coletivo. Ao contrário, se a lei é o piso m íni m o, o que for estabelecido na convenção coletiva não pode oferecer m enos, m as utilizar a lei para fazer algu m a m edida de adequação jurídica e econô m ica. Porque, no fundo, é presu m ível a boa-fé, e não a m á-fé. Te m -se o entendi m ento prévio de que as partes coletivas deseje m estabelecer as equilibradas condições de trabalho e de m elhorias. Do contrário, não faz qualquer sentido a existência delas, ne m o exercício de suas funções.19 De todo m odo, explica-se o cuidado dos juristas e m justificar o intervencionis m o estatal na legislação trabalhista. Ele aconteceu por razões histórico-geográficas do Brasil. Especial m ente, porque o espírito sindical se m pre foi pulverizado e alta m ente concentrado e m algu m as regiões e m detri m ento de outras.20 No plano m acro, Coutinho diz sobre a fase de ouro do capitalis m o m undial, entre 1945 a 1960, e se reporta que u m dos m otivos foi à existência de regulação pública e m várias atividades, inclusive a relação de trabalho, alé m do acolhi m ento de u m itinerário social. 21 Por outro lado, já a partir da década de 1970, confor m e Andrade, o m undo vive a fase de instabilidades, desde a redução da e m pregabilidade, ocorrência de terceirizações e subcontratações.22 Isso, segundo esse jurista, teve i m pacto no m undo sindical, co m o: baixa filiação; intensa flexibilização; preponderância do setor de serviços; deslocalização de grandes corporações; au m ento de ocorrências de outros trabalhos e rendas, especial m ente na infor m alidade; burocratização dos sindicatos etc.23 Tais aconteci m entos desde a década de 1970 fizera m os sindicatos trabalhare m a reestruturação do princípio da originalidade, principal m ente para estabelecer a reinvenção do conceito do que é bo m para a categoria dos trabalhadores. Essa for m a de per m uta, por conseguinte, te m o itinerário de ir alé m dos estritos objetos de interesses coletivos gerais e abstratos entre pessoas indeter m inadas. Por isso, há de se reconhecer essa di m ensão dinâ m ica de sindicatos. Isso porque o objetivo m aior foi e se constitui a busca da paz quando instaurado o conflito; inclusive co m bater o conhecido fenô m eno cha m ado de “crise de contratação”, a qual alguns juristas dize m existir pelo engessa m ento for m al da lei trabalhista consolidada e m razão do caráter individualista dela.24 Süssekind discorda dos benefícios de u m a a m pla flexibilização co m o acontece nos Estados Unidos. Tal jurista diz que nesse país há u m vazio legal, ao contrário do Brasil. Justifica ta m bé m que é questionável culpar a legislação do trabalho pela falta de e m prego, pois este decorre da positividade na econo m ia.25 Aliás, co m a Refor m a Trabalhista, tal fenô m eno cha m ado de “crise de contratação” deve ser colocado e m prova per m anente. Se houver au m ento de e m pregos co m a referida m udança e o cresci m ento da econo m ia, desde que não haja a precarização da relação laboral, a hipótese de que a CLT (LGL\1943\5) – Consolidação das Leis do Trabalho, antes da Refor m a, engessava a contratação é verdadeira. Se não houver au m ento de e m pregos e m plena vigência de negociado suplantar o legislado, m es m o co m o cresci m ento da econo m ia, então a hipótese é falsa. A história do Direito do Trabalho dirá. Por outro lado, entende-se co m o Süssekind, e m bora e m parte. Ad m ite-se que a legislação trabalhista não é prejudicial à econo m ia e aos e m pregos, m as ela necessita de adequações per m anentes. A negociação coletiva se propõe a fazer tal papel. Explica-se: nor m ativo trabalhista foi m uito avançado para a época e ainda hoje o é, pois provoca debates intensos sobre alguns dos seus preceitos. Entretanto, ad m ite-se que ela não teve u m a adaptação eficiente pela sociedade quando se i m agina que o Judiciário brasileiro te m 100 m ilhões de causas e que cresce m a cada ano. Há infor m ação de que 14,9 % dessas de m andas pertence m à Justiça do Trabalho, segundo dados da Justiça e m Nú m eros de 2016 efetivados pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça, citados por Galli no site do Conjur.26 Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 7 Para se ter u m a ideia, nos seus 74 anos de existência, segundo o jurista Fabiano Zavanella, citado por Lopes,27 e m reportage m no site de Econo m ia do Provedor UOL, a Consolidação das Leis do Trabalho teve m ais de 500 alterações, “(...) desde pequenos ajustes até m udanças estruturais”. Há de se perguntar, então: será que há algo errado co m a legislação do trabalho tradicional e m razão do quadro de litigiosidade? Ou que justifique tais m udanças constantes? Por outro lado, indaga-se: flexibilizar de for m a a m pla a legislação do trabalho pela negociação coletiva é a solução para au m entar o e m prego? Ou di m inuir a judicialização? Tal concepção deve ser enfrentada pela Ciência do Direito do Trabalho. O jurista Uriarte (2002) pensa que não e apresenta exe m plos de vários países co m os indicativos que tivera m u m a m aior ação flexibilizadora. Este analisou dados da Espanha, da Argentina, do Chile, da Colô m bia, da OIT e do relatório da OCDE de 1999 sobre refor m as para au m entar o e m prego e baseadas no escopo de adequações da legislação do trabalho. Na verdade, os dados gerais da realidade m ostra m o contrário: desregula m entar não contribui para au m ento de e m prego, m as, ao contrário, deteriora m a qualidade do e m prego restante. Funda m entou seu entendi m ento ao dizer que o proble m a não é a rigidez ou fraqueza da relação de trabalho, m as o econô m ico (URIARTE, 2002, p. 57-59). De igual sorte, segundo Martins (2009, p. 142-148), não há garantias de que o negociado sobre o legislado reduza o dese m prego e a infor m alidade, pois há outras for m as de substituição do e m pregado, a exe m plo de uso de m áquinas auto m atizadas, co m o ocorreu no setor bancário. Tal jurista ta m bé m é contra u m a negociação a m pla que venha a ter resultado e m perdas de direitos consolidados (MARTINS, 2009, p. 148). Mas, que se deixe claro: há nor m alidade nas refor m as de te m pos e m te m pos e na história da hu m anidade. Há se m pre esse discurso de busca de u m a m aior igualdade, que deve ser freado pelas dificuldades do avanço econô m ico. Basta ver as revoluções dos séculos passados e as próprias guerras m undiais doséculo XX. Há se m pre u m padrão de progressos e retrocessos. Não que, necessaria m ente, a negociação coletiva vá trazer algu m atraso. Não. Poré m vai flexibilizar alé m do que existe hoje, o princípio da proteção deve ser revisado, reconfigurado ou reinventado perante a ocorrência da inderrogabilidade de nor m as estatais e sua substituição pelas cláusulas coletivas.28 Por outro lado, há que m , por exe m plo, defenda total m ente o contrário, que a Refor m a Trabalhista pretende prejudicar, especial m ente porque i m posta de for m a rápida e se m u m debate profícuo: No caso da refor m a trabalhista, sustenta-se o projeto na finalidade precípua de enfrentar a crise econô m ica e o dese m prego, por m eio de alteração da lei ou de introdução de novos m odelos de relação de trabalho. E, preparado no afogadilho para dar u m a resposta política, o projeto de lei, parece quase tudo, m enos u m instru m ento para fo m entar a contratação de trabalhadores.29 Nessa senda, é preciso esclarecer que os encargos legais decorrentes da contratação são altos no Brasil e a Refor m a Trabalhista pretende au m entá-los co m a i m posição de m ultas,30 apesar de que u m a ou outra contratação possa reduzi-los. Acontece, por exe m plo, pela negociação coletiva que venha a excluir a parcela dada pelo e m pregador de livre vontade e paga co m habitualidade por m ais de 10 anos. É possível excluí-la? É a pro m essa da Refor m a Trabalhista, m as, de novo, é preciso oferecer contrapartidas ao trabalhador, especial m ente, no caso específico, conciliar o princípio da estabilidade financeira e o princípio da proteção. Essa larga janela para o Direito do Trabalho por m eio da negociação coletiva, diante do princípio da originalidade, te m que revitalizar e robustecer o direito individual.31 Isso é o contrário de eli m inar direitos e não colocar nada no seu lugar. Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 8 Andrade é u m dos que acredita m no processo negocial de for m ação da nor m a trabalhista ao dizer que pode conceber u m novo m odelo de sociabilidade que faça preponderar “(...) o direito à existência e ao trabalho na categoria de direito hu m ano funda m ental”.32 Aliás, o m es m o jurista prega que tal negociação coletiva te m vários níveis e classificações, vai alé m do trabalho subordinado para alcançar o clandestino, o autôno m o e outras espécies laborais, ou seja, atua de for m a a m pla.33 Desse m odo, os novos horizontes de originalidades são be m -vindos na negociação coletiva, m as é i m prescindível que se saiba trabalhar a natureza do aperfeiçoa m ento. Os direitos conquistados e consolidados pelas lutas dos m ovi m entos operários, que depois fora m incorporados à legislação e fixados em jurisprudência deve m ser “reinventados” co m prudência. 5. O sentido da colaboração co m o Estado pelos sindicatos Ao m enos no m undo ocidental, os sindicatos que vive m nos regi m es de m ocráticos são pessoas jurídicas de direito privado, poré m não há co m o negar o seu viés de caráter público. Assi m , é per m itido inferir que eles não são instru m entos do Estado De m ocrático sob qualquer pretexto, m as que colabora m co m ele nos grandes te m as nacionais.34 Não há dúvida de que o sentido da colaboração decorre de algu m a ideologia, m as, especial m ente, que os sindicatos são detentores de u m a função social. Isso acontece porque os interesses coletivos de certas categorias econô m icas e profissionais transcende m aspectos de grupos e pode m atingir a própria sociedade. Por exe m plo, há interesse público de que os sindicatos fiscalize m certos fundos, co m o o Fundo de A m paro ao Trabalhador, o qual é for m ado por parcelas de encargos do e m pregador e atende a vários interesses públicos, desde acolher que m está dese m pregado co m paga m ento de seguro-dese m prego, as ofertas de cursos de qualificação etc. É i m portante saber co m o ele está sendo gestado e co m o são aplicados os recursos nele depositados. Há, aqui, o interesse geral da co m unidade de que órgãos coletivos tenha m acesso à for m a de ad m inistração e que esta tenha sucesso nos seus e m preendi m entos pelo be m da transparência da gestão. Desse desenho, m ais do que nunca, sendo pessoas jurídicas de direito privado trabalhista, os sindicatos das categorias pode m ter u m a m aior ou m enor a m plitude de atuação, a depender do papel que lhe seja atribuído. Esse trabalho junto co m o seu público especial, ou pela atuação co m o colaborador do Estado no abarca m ento de representações individuais e coletivas, revela o rosto social, jurídico e político deles.35 E o Estado cu m priu o seu papel ao ratificar a Convenção 154 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no sentido de fo m entar a negociação coletiva tanto para estabelecer as novas condições de trabalho e e m prego quanto para ajustar relações entre os atores sociais. De igual sorte, diante da natureza social da representação, desde a sua organização, os sindicatos são sociologica m ente necessários; por conseguinte, as regras jurídicas previstas lhes dão a legiti m idade de atuar e penetrar e m diversos setores da sociedade e desenvolver o seu papel m oral, cultural, técnico e político.36 Nesse co m passo, pode-se dizer que, segundo Antunes, o sindicalis m o no século XXI te m enor m es desafios perante a m orfologia do trabalho que se renovou no século XX: desde a distinção entre trabalhadores estáveis e precários, de gênero, geracionais, de etnias, do produtivis m o versus cuidado co m o m eio a m biente, da ecologia e socialis m o. No entanto, o m aior é recuperar “(...) o novo sentido de classe, de base e de autono m ia (...)”.37 E m idêntico sentido, Andrade ad m ite que os interlocutores do m undo do trabalho deva m buscar u m a “co m unidade real de co m unicação”.38 Segundo esse jurista, isso é factível se eles tivere m condições e relações si m étricas para estabelecer as regras de convivência Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 9 que atenda m ao interesse de todos, liberte m as relações da prisão do individualis m o e faça m prevalecer as relações coletivas ou sindicais.39 Para o fi m desse propósito anterior, be m co m o di m inuir as fragilidades já m encionadas sobre a atuação do sindicalis m o, Peter W ater m an, citado por Estanque, consigna que as entidades sindicais operárias deve m adotar o ca m inho de m ocrático e plural no sentido de conciliar o m undo operário e do trabalho aos proble m as de outras estruturas sociais, m ovi m entos e co m unidades, for m ando u m a teia solidária de co m bate à exploração.40 Diante do exposto, colaborar co m o Estado envolve os passos para que os sindicatos trilhe m alé m do seu m undo particular e alcance m diversos arcabouços da sociedade, seja pela fiscalização, seja por aperfeiçoa m ento dos direitos, ou para peleja contra os equívocos políticos estatais e econô m icos que não respeite m o desenvolvi m ento social. 6. Frag mentos para u m a teoria sobre a negociação coletiva e os bens negociados Se a negociação coletiva trata-se de u m a troca, pergunta-se: que bens pode m ser per m utados? Bens de que se fala aqui são os direitos e m geral, retribuição m onetária pela energia gasta na produtividade e por co m pensações indenizatórias pela natureza do trabalho. Si m , porque, de u m lado, há o m aior dos direitos sociais, que é o próprio trabalho e m si considerado – ocupação em que algué m doa sua energia e recebe algo e m correspondência; de outro, diferentes bens, co m o o salário adequado à qualificação e às atribuições, igualdade salarial, as horas extras, 13º salário, as férias m ais 1/3 e outros. Geral m ente, quando há crises econô m icas, os ajustes coletivos dão-se entre o be m m aior – trabalho e sua preservação básica – e os bens “ m enores” – outrosdireitos. Seja notado, porque é i m portante dizer, que as crises são os m otores do capitalis m o. A explicação decorre, segundo Marx e Engels, citados por Ro m ero41, da acu m ulação de capital que so m ente pode ocorrer se houver interrupção periódica da própria acu m ulação. Isso tende a provocar reinvenção constante do m ovi m ento operário. Diz o jurista: “A co m preensão da natureza contraditória do funciona m ento do capital representa, antes de tudo, u m a alteração na perspectiva de classe, oriunda da experiência que m antivera m co m o m ovi m ento operário”.42 Aliás, tal constatação de habitualidade das crises te m enor m e i m pacto no sindicalis m o operário e patronal. A atuação te m o fito de contrabalançar o que interessa m ais a cada u m . Tal concepção envolve u m a série de ocorrências a depender do foco dos bens que estão entre os interesses disputados. São elas: todos ganha m ; todos perde m para ganhar algo; os trabalhadores perdem e os patrões ganha m ; os trabalhadores ganha m e os patrões perde m . Pontes de Miranda, co m acerto, consigna que não há racionalidade na área econô m ica, porque o fi m é o lucro e os ho m ens desse â m bito não são guiados por regras m orais, por isso há possibilidades de proble m as de m anutenção e pro m oção de m aiores desigualdades.43 E m todo caso, presente o direito, há que se ter u m a m edida jurídica, alé m da proporção do econô m ico, porque os fins devem ser precisos para u m a civilização que avança no que se quer que os indivíduos seja m valorizados. À vista disso, dadas as situações da negociação coletiva – m edida jurídica e m edida econô m ica –, a pri m eira e a últi m a ocorrências são quase i m possíveis: “todos ganha m ” e os “trabalhadores ganha m e os patrões perde m ”. Porque, pri m eiro, se há negociação algué m deve perder; segundo, quem deté m a força do e m preendi m ento é o patrão e a usa co m o quiser, podendo até acabar co m o negócio, e m bora deva ter consciência do valor social do trabalho, constitucional m ente reconhecido. Aquelas outras ocorrências inter m ediárias, “todos perde m para ganhar algo” e “trabalhadores perde m , patrões ganha m ”, são plausíveis, razoáveis e verificáveis. E m ais, identifica m -se co m toda a história do direito do trabalho e m busca de espaços de igualdade perante a liberdade e m preendedora e capitalista de procurar a qualquer custo Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 10 a realização de lucros ou acu m ulação. Por elas, as ocorrências infere m que o m aior be m foi e é o trabalho e m si considerado, isso para o sindicalis m o operário. Ele é objeto de todas as preservações diante de outros avanços jurídicos e sociais para m elhorias. Desse m odo, fala-se ta m bém que a construção da personalidade do trabalhador nesse ca m po te m u m quê de inferioridade. Esta acontece porque, na construção de m aior espaço de igualdade, a i m agem que lhe ocorre é de se m pre algué m que pede e o faz insistente m ente, segundo m ovi m entos sindicais. Co m o provar tal assertiva, senão pela história? Observe-se, por exem plo, o que aconteceu no Brasil e m ter m os de desenvolvi m ento de capitalis m o tardio, desde o início do século XX: superexploração do trabalho, extração absoluta da m ais-valia, acu m ulação intensa, revolução se m revolução do getulis m o, greves que explodira m nas décadas de 1950, 1970, 1980 e 1990.44 Buscou-se o progresso de direitos trabalhistas. Por isso, a assertiva de que “todos perde m para ganhar algo” é a m aior das possibilidades de ocorrência nu m a barganha coletiva e se deté m agora nela para dizer que sua base pode ter proble m as de operacionalização. Justa m ente pela pressão daquele senti m ento de inferioridade de quem luta por u m â m bito m aior de igualdade e que ve m da história, co m o se disse, é da classe operária. Ao contrário, não há dúvida de que os sindicatos representativos dos e m pregadores são poderosos e identificados geral m ente pela classe do m inante co m o m onopólios, oligopólios, cartéis etc. E para for m ular a teoria da negociação coletiva, esta envolve os seguintes itens da equação social: produtividade-lucro, trabalho-re m uneração, os de m ais direitos trabalhistas e o poder de co m pra do salário da classe trabalhadora. Estes são os ele m entos básicos quando se te m a barganha coletiva e eles opera m co m o se estivesse m no círculo. A hipótese é a de que se algo não for adequada m ente trabalhado, pela m édia, nas etapas, todos perdem . A pri m eira variável é a seguinte: interessa, si m , u m a negociação positiva aos sindicatos de patrões co m os sindicatos dos trabalhadores, porque eles precisa m de pessoas que m ovi m ente m a cadeia capitalista, e u m a classe vilipendiada econo m ica m ente vai frear o consu m o e afetar a própria produtividade-lucro, ite m nú m ero u m do interesse dos e m pregadores. Ou seja, há u m a perda geral diante da ideia de que, se os patrões não negociare m be m , isso afetará o seu negócio pelo estrago na produção, desde o senti m ento de baixa autoesti m a, o qual prejudica o trabalho até a perda do poder de co m pra da re m uneração. A tendência é u m prejuízo geral. Aquele círculo fica prejudicado se m essa consciência inicial. A segunda variável trata do que constitui o interesse pri m eiro dos trabalhadores: o trabalho e a sua preservação. O proble m a aqui é operacionalizar isso co m o m edo. Parte-se da ideia de que nu m a negociação coletiva de m onstre a assertiva: “é m elhor preservar o be m m aior, o trabalho e m si, do que aceitar os bens acessórios, a exe m plo de alguns ajustes salariais ‘excessivos’, de paga m ento de horas extras, de adicionais etc.”. Ora, isso é i m por a negociação coletiva pelo receio e joga a classe operária e m outros níveis de inferioridade, os quais corresponde m à di m inuição da pessoa coletiva e, por tabela, dos próprios trabalhadores individual m ente considerados. Estes estão ansiosos de negociar tanto os “bens m enores”, quanto o m aior. Trata-se de u m ajuste inadequado e m ter m os de preservar o círculo, m as é a realidade que i m põe os ter m os do que é possível. Por isso que se disse anterior m ente: o discurso de “e m ancipação” nu m a negociação coletiva é apenas discurso, pois atuação sindical operária te m proble m as de ser factível perante as possibilidades econô m icas dos e m pregadores. A terceira variável apresenta u m a disposição de ajuste que parece adequado. Pode ser utilizada pelo sindicalis m o brasileiro e até já ve m sendo feita, co m o se viu anterior m ente naquela decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que validou convenção coletiva que transacionou o adicional de periculosidade e m percentuais m enores que 30 % , Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 11 legal m ente considerado. Ela une produtividade-lucro, o trabalho-re m uneração, os direitos acessórios e a preservação do poder de co m pra do salário. Alé m disso, valoriza a classe operária. Porque todos os itens são conte m plados co m o m edidas de direito e de negociação: da produção que deve ser efetivada, do trabalho-re m uneração que deve ser preservado, dos direitos acessórios ajustados se m perda específica para outro benefício alcançado e da necessidade de abrir espaço de poder preservar os ganhos recebidos de u m a for m a m édia. Co m isso, a roda social e m onetária m ovi m enta-se e ocorre no nível de “todos perde m para algué m ganhar” u m a hipótese plausível e razoável. Tais ideias anteriores sobre os frag m entos para u m a teoria da negociação coletiva e as classes sindicais re m arca m que a classe de trabalhadores precisa ser esti m ada, especial m ente na transação, pois ela é parte dessa i m ensa engrenage m que m ovi m enta o capitalis m o, a produtividade, os lucros e estrutura a cidadaniado trabalhador. 7 Conclusão Esta pesquisa considerou o propósito da Refor m a Trabalhista no Congresso Brasileiro e a relacionou ao Direito Coletivo do Trabalho. O texto buscou trabalhar alguns aspectos da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, que introduziu a aludida refor m a. Especial m ente o art. 611-A que introduziu a prevalência do negociado sobre o legislado. Co m efeito, viu-se que para o negociado prevalecer sobre o legislado é outro no m e da flexibilização do Direito do Trabalho, a qual é m otivada, quase se m pre, por m otivos econô m icos e para dar m aior oportunidade de preservar o trabalho e m si, ou di m inuir a judicialização. Entretanto, a justificativa de flexibilizar para au m entar o nú m ero de vagas de trabalho não deu m uito certo e m países co m o a Espanha, Colô m bia, Argentina, Chile. Ao contrário, apontou para precarização do que já existe. Pensa-se ta m bé m a respeito de que o negociado sobre o legislado di m inuirá a litigiosidade de de m andas trabalhistas na seara do Judiciário, m as não há m uita certeza científica sobre tal fato, pois dependerá de avaliações futuras. Na negociação prevalecente, o princípio da autono m ia da vontade é colocado à prova, porque será confrontado co m décadas de m elhorias da condição social do trabalho, seja por previsão constitucional, seja por indicativos da legislação trabalhista – Consolidação das Leis do Trabalho, ou pela jurisprudência consolidada, ou, até m es m o, por convenções internacionais. Ora, e m certas épocas de crise aguda da econo m ia, o progresso pode significar a m anutenção do e m prego co m o be m m aior a ser preservado. Todavia, há que existir contrapesos, seja na questão de te m poralidade, seja e m outros benefícios substitutivos específicos e devida m ente explicados no corpo do instru m ento coletivo. Trata-se do princípio da co m pensação adequada e evidente na negociação coletiva que precisa ser reestruturado na prática. Para tanto, os atores coletivos atua m sob a égide de outro princípio, qual seja: da criatividade. Eles deve m adequar o conciliável e m ter m os de princípios, pois, para o Direito do Trabalho, eles são i m portantes e construíra m a sua própria razão de ser, a exe m plo do princípio da proteção, da estabilidade financeira, da irredutibilidade salarial, irrenunciabilidade. Todos estes princípios serão revisitados co m esta Refor m a Trabalhista e m curso. De fato, não há co m o ad m itir que a negociação possa tudo, ou que não tenha li m ites objetivos e subjetivos. Toda liberdade há que ter li m ites, pois, se não fosse assi m , os princípios da orde m econô m ica do art. 170 da Constituição Federal estaria m sendo violados, especial m ente a função social da propriedade, redução de desigualdades e busca do pleno e m prego. A questão funda m ental de o negociado prevalecer sobre o legislado é perguntar co m o Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 12 pode m ser reestruturadas as m elhorias na condição social do trabalhador. Ad m ite-se, desse m odo, que exista u m pata m ar m íni m o negociável e abaixo disso pode significar o trata m ento do trabalho co m o m ercadoria e sugerir a precariedade do siste m a laboral. Alé m disso, a tendência, justificada pela edificação de u m a nova socialidade, é a de que a atuação dos sindicatos seja de tal for m a a m pla e vise ao interesse da co m unidade. Ela deve abarcar as cláusulas que conte m ple m tanto o trabalho subordinado tradicional quanto qualquer outra for m a de labor. Nessa senda, co m o caracterizado no texto, se a autono m ia da vontade e m negociação coletiva te m fronteiras, ela ta m bé m está aberta a originalidades de pensar e m resolver os conflitos e m no m e da paz a partir de trocas de benefícios entre trabalhadores e patrões. Se negociar é u m a barganha, per m uta, ajuste ou troca, te m -se, por outro lado, que é contraditório ad m itir extinções ou eli m inação de direitos nos ter m os da m aior crueldade de tal palavra. É lógico e te m sentido que as adequações dos direitos existentes seja m a pre m issa funda m ental para ad m itir a justeza da refor m a trabalhista e m curso. A tendência é construir a for m a de dar estabilidade aos conflitos que possa m existir, os quais, m uitas vezes, ultrapassa m as raias do â m bito das e m presas, atinge m o público, tu m ultua m a vida e causa m instabilidades sociais. Daí que não é à toa que o sindicato, e m bora pessoa de direito privado, tenha objetivo público, seja parceiro, porque convocado a colaborar co m o Estado. A expressão de seu papel ultrapassa a m era lide localizada para penetrar e m diversos ra m os da sociedade, seja no aspecto m oral, político, jurídico, seja no sociológico. Desse m odo, especial m ente ao sindicato dos em pregados, cabe a m aior das responsabilidades a partir da Refor m a Trabalhista, porque, do contrário, é possível prever algu m a responsabilização pela atuação pontual se prejudicou a classe. De fato, co m o ator ou protagonista na sociedade, o sindicato, seja por m eio de negociação coletiva, seja por m eio de agente fiscalizador do papel do Estado, ou de instituições de interesse público, exercerá sua função de for m a a m plificada na luta pela ocorrência de que, e m teoria, prepondere a assertiva: “todos perdem para alguém ganhar algo”. Isso é be m -vindo para o cresci m ento no atendi m ento de dem andas coletivas ou grupais, be m co m o para o desenvolvi m ento das personalidades dos seus representados. Nesse sentido, a teoria da negociação coletiva sugere certo nú m ero de ocorrências, m as a de m aior plausibilidade é aquela infor m ada anterior m ente, de que “todos perdem para alguém ganhar algo”. Todos e algué m são o patrão e o trabalhador si m ultanea m ente. Reforce-se: ao m es m o te m po. Isso porque trabalhar o m edo no ajuste é u m péssi m o negócio quando, e m troca de preservar o be m m aior, o trabalho e m si, são excluídos outros direitos. Isso afeta a produtividade, a cadeia capitalista de início e fi m , pois i m possibilita o cresci m ento do co m ércio pela perda do poder de co m pra do salário e do e m preendedoris m o original. Na verdade, a oti m icidade da negociação coletiva envolverá desde a produtividade crescente, preservação do trabalho-re m uneração adequada, m anutenção negociada de direitos co m trocas por outros benefícios, isso para assegurar o básico da re m uneração do poder dos ganhos já obtidos. Se algo der errado nessa equação, todos são perdedores, inclusive o próprio Estado que precisa arrecadar. Ficar contra ou favor da refor m a trabalhista é posição ideológica que denota certo senti m entalis m o. Tal entendi m ento e m ocional foi passado pela história e incorporado na legislação no for m ato do individualis m o que se m pre prevaleceu. Não é se m razão que a CLT (LGL\1943\5) – Consolidação das Leis do Trabalho, hoje na casa dos 74 anos de existência, já teve m ais de quinhentas refor m as. Entretanto, a ideia de o coletivo prevalecer sobre o legislado necessita ser explicada reiterada m ente e expressa nos textos coletivos, isso e m razão do princípio de m ocrático, o qual exige m aior clareza da Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 13 atuação dos particulares ao produzir a nor m a do processo negociado por codecisão. Os objetivos, então, desde o seu nascedouro devem ser a prevalência do coletivo sobre o individual por m eio das visões e das práticas de m ocráticas e m favor do fortaleci m ento do senti m ento de co m unidade ou coletivis m o. A refor m a trabalhista vem . Muitas outras “quinhentas” virão nos próxi m os setenta anos da legislação trabalhista. Trata-se de algo nor m al no processo de evolução social e econô m ica. Os avanços e os retrocessos no espaço de busca de igualdade existirão. A liberdade e m preendedora trabalhará outrositinerários de cresci m ento da acu m ulação, forçará interrupções e provocará crises habituais. Por isso, os degraus da evolução da questão social ainda deve m assegurar m uitos capítulos de adaptação do direito coletivo do trabalho. O certo, por conseguinte, é pensar que os ganhos jurídicos e sociais dos trabalhadores no século XXI pode m até ser flexibilizados m ediante negociação coletiva, m as que seja dentro do razoável, do proporcional e do adequado, constitucional m ente falando, a partir de u m a reco m posição evidente de m elhorias co m pensatórias. Assi m seja. 8. Referências ANDRADE, Everaldo Gaspar Lopes. Princípios de direito do trabalho: funda m entos teórico-filosóficos. São Paulo: LTr, 2008. ANDRADE, Everaldo Gaspar Lopes. Direito do trabalho e pós- m odernidade: funda m entos para u m a teoria geral. São Paulo: LTr, 2005. ANTUNES, Ricardo. O continente do labor. São Paulo: Boite m po, 2011. BÍBLIA SAGRADA. Trad. 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Niterói: I m petus, 2008. p. 1249-1250. 6 A expressão citada “... para a sociedade e m geral...” não está expressa m ente registrada pelo jurista Rodrigues Pinto, m as é concebida a partir da livre pesquisa do direito e da ideia do pesquisador (RODRIGUES PINTO, José Augusto. Tratado de direito m aterial do trabalho. São Paulo: LTr, 2007. p. 763). 7 ESTANQUE, Elísio. A reinvenção do sindicalis m o e os novos desafios e m ancipatórios: do despotis m o local à m obilização global. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Trabalhar o m undo: os ca m inhos do novo internacionalis m o operário. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 359-362. 8 URIARTE, Oscar Er m ida. A flexibilidade. São Paulo: LTr, 2002. p. 9. 9 BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1 de m aio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível e m : [w w w.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.ht m ]. Acesso e m : 02.05.2017. 10 HOBSBA W M, Eric. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a História Operária. Trad. W aldea Barcellos e Sandra Bedran. Rev. Téc. Edgar Decca e Michael Hall. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. p. 19-22. 11 HOBSBA W M, Eric. Op. cit., p. 487-512. 12 BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1 de m aio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível e m : [w w w.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.ht m ]. Acesso e m : 02.05.2017. 13 MARINS, Beni m ar Ra m os de Medeiros. Flexibilização e justiça na sociedade brasileira: os li m ites à autono m ia da vontade co m o m ecanis m o de liberdade. São Paulo: LTr, 2008. p. 102-104. 14 RO DRIGUES PINTO, José Augusto. Op. cit., p. 766. 15 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 45. 16 DELGAD O, Maurício Godinho. Princípios de direitos individual e coletivo do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 136-137. 17 RUSSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 45-46. 18 BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Al m eida. 2. ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. p. 4. 19 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 45-47. 20 SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito constitucional do trabalho. 4. ed. São Paulo: Renovar, 2010a. p. 443. 21 COUTINHO, Grijalbo Fernandes. O direito do trabalho flexibilizado por FHC e Lula. São Paulo: LTr, 2009. p. 45. 22 ANDRADE,Everaldo Gaspar Lopes. Princípios de direito do trabalho: funda m entos teórico-filosóficos. São Paulo: LTr, 2008. p. 112-113. Reforma trabalhista brasileira de 2017 e o direito coletivo do trabalho: ideias para justificar a prevalência do negociado sobre o legislado Página 16 23 Andrade, 2008, p. 113. 24 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 47-50. Ta m bé m : LIMA, Luis. Refor m a trabalhista facilita criar e m pregos, m as deixa lacuna. Época. Disponível e m : [http://epoca.globo.co m /econo m ia/noticia/2017/04/refor m a-trabalhista- m oderniza-lei-e-facilita-criar-e Acesso e m : 02.05.2017. 25 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: Renovar, 2010b. p. 606. 26 GALLI, Marcelo. Justiça e m nú m eros. Mais de 102 m ilhões de processos passara m pelo Judiciário e m 2015. Disponível e m : [w w w.conjur.co m .br/2016-out-17/102- m ilhoes-processos-passara m -judiciario-2015]. Acesso e m : 22.05.2017. 27 LOPES, Marcus. Acha a CLT (LGL\1943\5) ultrapassada? Veja quantas m udanças fora m feitas e m 74 anos. 28.05.2017. Disponível e m : [https://econo m ia.uol.co m .br/noticias/redacao/2017/05/28/acha-a-clt-ultrapassada-veja-quantas-altera Acesso e m : 14.08.2017. 28 MANRICHI, Nelson. Inderrogabilidade da nor m a trabalhista e indisponibilidade de direitos: algu m as reflexões. Revista da Academ ia Nacional do Direito do Trabalho, ano XVII, n. 17, p. 78-84, 2009. 29 JOÃO, Paulo Sérgio. Inconsistências no Projeto de Lei da Refor m a Trabalhista. Disponível e m : [w w w.conjur.co m .br/2017-fev-10/reflexoes-trabalhistas-inconsistencias-projeto-lei-refor m a-trabalhista] Acesso e m : 02.05.2017. 30 Ide m . 31 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 50. 32 ANDRADE, 2008, p. 115. 33 ANDRADE, 2008, p. 237-238. 34 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 55. 35 Ibide m , p. 60-61. 36 RUSSO MANO, Mozart Victor. Op. cit., p. 62. 37 ANTUNES, Ricardo. O continente do labor. São Paulo: Boite m po, 2011. p. 88. 38 ANDRADE, Everaldo Gaspar Lopes. Direito do trabalho e pós- m odernidade: funda m entos para u m a teoria geral. São Paulo: LTr, 2005. p. 354. 39 ANDRADE, 2005, p. 354-355. 40 ESTANQUE, Elísio. A reinvenção do sindicalis m o e os novos desafios e m ancipatórios: do despotis m o local à m obilização global. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Trabalhar o m undo: os ca m inhos do novo internacionalis m o operário. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 363. 41 RO MERO, Daniel (Org.). Introdução. 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