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A Teoria Histórica da Arte

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A Teoria Histórica da Arte
Defendida por Jerrold Levinson, a teoria histórica é uma das mais influentes nos últimos anos. Para ele a essência da arte não está nas características visíveis das obras, mas no carater histórico ou retrospetivo. A teoria tem como ponto de partida a critica à teoria institucional da arte. Tal como a teoria institucional, a teoria histórica procura definir arte apelando a propriedades extrínsecas e relacionais/contextuais. Apesar disto, Levinson procurou desenvolver uma teoria que possibilitasse a existência de arte solitária, fora do contexto institucional.
A definição apresentada por Levinson foi a seguinte:
Algo é uma obra de arte se, e só se, alguém com direitos de propriedade sobre isso tem a intenção séria de que seja encarado da mesma forma como foram corretamente encarados outros objetos abrangidos pelo conceito de “obra de arte”.
Para Levinson, para algo ser considerado arte é preciso ter em conta a história da arte. O artista não tem de ter consciência de que a sua intenção tem bons precedentes na história da arte, basta que eles existam, ou seja, ele pode nem sequer ter noção do que aquilo que produziu é uma obra de arte. Ele apenas tem de criar obras que sejam vistas como obras no passado o foram, quer conheça, ou não, a história da arte. Atender à cor e aos detalhes, ou olhar para a arte como algo que nos provoca prazer, são algumas das formas de olhar para as obras de arte, segundo este filósofo. É preciso ter em atenção que algumas obras de arte podem ter sido encaradas de uma forma errada, e deviam antes ter sido analisadas de outra maneira. Por isso, para que um objeto seja uma obra de arte não é suficiente que este seja encarado como certas obras de arte o foram no passado, mas sim como algumas obras de arte foram corretamente examinadas anteriormente.
Mas isto não é uma condição suficiente, além disto é preciso ter uma intenção. Neste caso, é, ter um propósito ou uma finalidade em mente, e desenvolver uma ação para o atingir. A intenção tem de ser séria e duradoura, ou seja, não pode ser momentânea, passageira ou meramente ilustrativa. Para criar arte o artista tem de ter propósitos firmes e duradouros em relação aos objetos que faz, concebe ou dos quais se apropria, impede-se assim que a arte sejam impulsos passageiros ou de ímpetos momentâneos. O artista tem de pretender que a sua criação seja vista como uma obra de arte, mais especificamente, vista tal como obras anteriores foram. 
Por fim, o artista não pode transformar em arte objetos que não lhe pertençam ou que não esteja autorizado a agir pelos seus proprietários. Esta condição afasta a teoria Histórica tanto da proposta Institucional como de todas as outras que afirmam que tudo pode ser arte, pois, não se pode transformar em arte paisagens,
pessoas ou acontecimentos sob os quais não tenha qualquer direito de propriedade.
Objeções à teoria histórica da arte
Porque razão a primeira obra de arte é considerada arte
A teoria de Levinson não explica a razão pela qual a primeira obra de arte ser considerada arte, pois o que faz com que algo seja uma obra de arte é a sua relação com anteriores. A primeira obra não tem bons precedentes aos quais podemos recorrer e, por isso, esta revela-se incapaz de explicar por que razão a primeira obra de arte é considerada arte.
Demasiado inclusiva
Outra objeção é por ser demasiado inclusiva. Esta teoria não prevê que certas formas de encarar a arte no passado expirem. Por outras palavras, a forma como se considerava correta de encarar as obras de arte, pode ter deixado de fazer sentido por algum motivo, e por isso, nem todos os objetos que tenham uma intenção séria de que sejam encarados como alguma obra corretamente encarada anteriormente, podem ser considerados obras de arte.
Demasiado exclusiva
Para outros, esta teoria é demasiado exclusiva. Deve se ao facto de algumas obras não serem consideradas arte, pois as intenções dos artistas não são reconhecidas como formas de encarar corretamente as obras de arte precedentes. Mesmo assim, há objetos considerados arte, independentemente, das intenções dos criadores. 
Há quem olhe também para a condição dos direitos de propriedade como um fator de exclusão excessiva. Esta teoria exclui arbitrariamente do conceito de arte algumas obras simplesmente porque o artista não é proprietário dos meios de produção. A questão levantada: é caso um pintor tivesse roubado as tintas, o seu quadro deixaria de ser arte?
Acham necessário??
A teoria de Levinson tem algumas vantagens sobre as precedentes, pois esta possibilita a existência de arte solidária, mostra por que razão na arte vale tudo, mesmo que nem tudo resulte. Além disto explica também o motivo de não existirem limites definidos para o que as pessoas pretendem, seriamente, encarar como obra de arte, e o porquê de nem tudo resultar, pois, atualmente, para que algo seja considerado obra de arte é preciso ter em conta a história da arte.

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