Buscar

CASO CONCRETO 06 PENAL III CCJ0241 ESTÁCIO

Prévia do material em texto

CASO CONCRETO 06 – PENAL III CCJ0241– ESTÁCIO 
Kethlen e Michael, de forma livre e consciente, com inequívoco ânimo de apossamento 
definitivo de coisa alheia móvel, subtraíram para ambos, dez unidades de creme de hidratação, 
marca NIVEA, no valor total de R$ R$ 174,94 (cento e setenta e quatro reais e noventa e 
quatro centavos) do interior de uma loja da rede Lojas Americanas, no Shopping Park Europeu, 
na cidade de Blumenau. Ao tentar sair da loja foram abordados por Charles, funcionário do 
estabelecimento que assistira a toda a conduta através do sistema interno de filmagens, 
argumentando no sentido do conhecimento do que haviam feito e necessidade de devolução 
dos itens subtraídos. Em seguida policiais militares foram acionados acerca dos fatos e ambos 
foram presos em flagrante delito. 
 Diante da situação hipotética responda às questões formuladas. 
1. Qual a correta tipificação da conduta de Kethlen e Michael? 
A tipificação correta para o caso concreto é o art . 155 - Subtrair, para si ou para 
outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
2. Kethlen e Michael apresentaram sucessivamente duas teses defensivas, a saber: (i) 
reconhecimento da incidência do princípio da insignificância para fins de exclusão da tipicidade 
material da conduta e (ii) que o crime fora impossível, uma vez que a conduta dos agentes foi 
monitorada pelas câmeras de segurança, o que tornou impossível a consumação do delito. 
Responda, de forma objetiva e fundamentada, se os argumentos defensivos devem prosperar. 
I – No caso em tela o princípio da insignificância bagatela pode ser aplicado, por hora na 
observância que o valor do bem jurídico tutelado não é de grande relevância, entretanto 
deverá os agentes preencher alguns requisitos para tal aplicação: (a) a mínima ofensividade da 
conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de 
reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada, 
exemplo do caso em tela. 
II – A defesa versada no crime impossível não há de prosperar, visto que existe a possibilidade 
de falha em tais sistemas de segurança. Estes sistemas de vigilância (ou a própria presença de 
seguranças no estabelecimento) não são infalíveis, de maneira que não se pode afirmar, 
categoricamente, que o furto JAMAIS poderia se consumar. Se havia possibilidade, ainda que 
mínima, de ocorrer a consumação do furto, pela subtração da coisa (res furtiva), temos que o 
meio não é absolutamente ineficaz e, portanto, não há que se falar em crime impossível, nos 
termos do que dispõe o art. 17 do CP. Corroborando com o entendimento a Súmula 567 do STJ. 
Não obstante o art. 155 em seu § 2º - salienta que se o criminoso é primário , e é de pequeno 
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Uma outra saída em caso de recusa do 
princípio da insignificância e caso os agentes sejam réus primários. 
 
QUESTÃO OBJETIVA. 
 Com relação ao delito de furto, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: 
I. O agente que tenta adentrar em estabelecimento ainda que com o intuito de subtrair coisa 
alheia móvel, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, não efetiva a empreitada 
criminosa, comete o crime de dano. 
II. Para se caracterize o furto de uso é necessário que o bem seja infungível, a ausência de 
especial fim de agir de assenhoreamento definitivo para si ou para outrem e que haja 
restituição imediata e integral ao sujeito passivo. 
III. Em relação à consumação do delito de furto, adota-se a teoria da amotio, segundo a qual o 
crime se consuma quando o agente desloca ou remove a res furtiva da esfera de vigilância da 
vítima, sendo prescindível a posse mansa e pacífica da mesma. 
 IV. Conforme entendimento sedimentado do Superior Tribunal de Justiça, aplicam-se às 
qualificadoras objetivas e subjetivas do furto a causa de aumento de pena do repouso noturno 
e a forma privilegiada. 
V. A ligação direta realizada para efeito de subtração de veículo é considerada a qualificadora 
do inciso III, § 4º, art. 155, CP, consistente em chave falsa. Estão corretas as assertivas: 
 a) I, II e III. 
b) II, III e IV 
c) I, II e III. 
d) Somente as assertivas II e IIII. (CORRETA) 
e) Somente as assertivas II e V.

Continue navegando