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DEP. DAVID ANTÔNIO ABISAI PEREIRA DE ALMEIDA Governador do Estado do Amazonas ARONE DO NASCIMENTO BENTES Secretário de Estado de Educação e Qualidade do Ensino DARCÍLIA DIAS PENHA Secretária Executiva de Estado de Educação RAIMUNDO LUIZ VIDAL ALELUIA Secretário Executivo Adjunto de Gestão CARLOS ANTÔNIO MAGALHÃES GUEDELHA Secretário Executivo Adjunto da Capital ANA MARIA ARAÚJO DE FREITAS Secretária Executiva Adjunta do Interior MARCUS TÚLIO TOMÉ CATUNDA Secretário Executivo Adjunto Pedagógico AURILEX SILVA MOREIRA Diretor do Departamento de Políticas e Programas Educacionais ERIBERTO BARROSO FAÇANHA FILHO Gerente de Ensino Fundamental II – Anos Finais http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/algemiro-ferreira-lima-filho/ http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/raimundo-otaide-picanco-filho/ http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/claudio-marins-melo/ http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/maria-de-nazare-sales-vicentim/ http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/ana-maria-araujo-de-freitas/ http://www.educacao.am.gov.br/quem-e-quem/jose-augusto-de-melo-neto/ Equipe Técnica da Gerência de Ensino Fundamental II – Anos Finais ALFREDO TADEU DE OLIVEIRA COIMBRA ÉLMAR LEÃO BEZERRA FRANCISCA HERMÓGENES PINHEIRO DA FRANÇA FRANCISCO SALES BASTOS PALHETA JOSÉ DE ALCÂNTARA FILHO MAILSON RAFAEL DOS SANTOS FERREIRA NILO DA SILVA SENA FILHO OZELI MARTINS SARMENTO PRISCYLLANE DA SILVA MACEDO RAIMUNDA NONATA FREITAS DE SOUZA SIMARA BRASIL COUTO DE ABRANTES SIMONE DE SOUZA LIMA Assessor Técnico KLEITSON JOSÉ LIMA TENÓRIO SUMÁRIO PROJETO AVANÇAR FASE 3 1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................................... 07 2. SUBSTANTIVO 2.1 Classificação do substantivo ................................................................................................................. 08 3. PRONOME 3.1 Tipos de pronomes .................................................................................................................................... 13 4. OS SINAIS DE PONTUAÇÃO .................................................................................................................................. 18 5. CONJUNÇÃO 5.1 Conjunções coordenativas ......................................................................................................................... 20 5.2 conjunções subordinativas ......................................................................................................................... 22 6. SUJEITO E PREDICADO 6.1 Tipos de sujeitos. ......................................................................................................................................... 30 7. SONS E LETRAS. ...................................................................................................................................................... 33 8. DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS: C, Ç, S, SS, S .................................................................................................... 37 9. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. .............................................................................................................. 37 10. GÊNEROS TEXTUAIS 10.1 Propaganda ............................................................................................................................................... 43 10.2 Vide bula ..................................................................................................................................................... 45 10.3 História em Quadrinhos ........................................................................................................................... 46 11. Referências ............................................................................................................................................................. 51 PROJETO AVANÇAR FASE 4 Atividade 1 - Leitura e Interpretação ............................................................................................................ 53 Atividade 2 - Produção Textual ...................................................................................................................... 64 Atividade 3 - Leitura, interpretação e produção de poema concreto ........................................................... 73 Atividade 4 - recortando textos: sugestão de aula de língua portuguesa .................................................... 79 Atividade 5 - oficinas de língua portuguesa com foco em sequências didáticas .......................................... 80 Atividade 6 - sequência didática: a poesia do cotidiano ............................................................................... 96 Referências .................................................................................................................................................. 120 Gabarito ....................................................................................................................................................... 121 1. APRESENTAÇÃO O presente material foi elaborado com o intuito de estimular o envolvimento do estudante com situações dinâmicas e contextualizadas de aprendizagem. A proposta de desenvolver estas atividades é mais uma estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos leitores, capazes de explorar suas competências cognitivas e não cognitivas. As atividades propostas objetivam, também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-os a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. Ao desenvolver as suas capacidades de autoanálise, ele passa a ter maior domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para o desenvolvimento de suas potencialidades originais. A elaboração destas atividades foi conduzida pela Gerência de Ensino Fundamental II- Anos Finais, e conta com diversas atividades lúdicas, com base nos descritores, a fim de que os professores de nossa rede possam utilizá-lo como contribuição e complementação às suas aulas. A aprendizagem é efetivada na medida em que cada aluno autorregula a sua aprendizagem, tornando-se autor do saber adquirido. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma autônoma, por meio dos diversos recursos pedagógicos, que propiciarão aos alunos o desenvolvimento das habilidades e competências previstas no currículo de Língua Portuguesa. E você, professor, é peça fundamental desse processo. Gerência do Ensino Fundamental II 8 2 - SUBSTANTIVO Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo). Os substantivos podem ser classificados em: Substantivo simples: São substantivos formados por apenas um radical. amor; casa; felicidade; livro; roupa. Substantivo composto: São substantivos formados por dois ou mais radicais, podendo ocorrer composição por justaposição ou composição por aglutinação. Exemplos de composição por justaposição: arco-íris; beija-flor; malmequer; passatempo; segunda-feira. Exemplos de composição por aglutinação: aguardente; fidalgo; planalto; vinagre. Substantivo primitivo: São substantivos cuja origem reside em palavras de outras línguas (latim, árabe, grego, francês, inglês,…). Os substantivos primitivos originam os substantivos derivados. algodão (do árabe al-qutun); chuva (do latim pluvial); folha (do latim folia); pedra (do grego pétra); CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO 9 quilo (dogrego khylós). Substantivo derivado: São substantivos que derivam de substantivos primitivos existentes na língua portuguesa, podendo ocorrer derivação prefixal, derivação sufixal, derivação parassintética, derivação regressiva e derivação imprópria. açucareiro; chuvada; território; jardinagem; livraria. Substantivo comum: São substantivos que nomeiam genericamente, sem especificar, seres da mesma espécie, que partilham características comuns. mãe; uva; computador; papagaio; planeta. Substantivo próprio: São substantivos escritos com letra maiúscula que nomeiam seres individuais e específicos. Estes substantivos particularizam os seres dentro de sua espécie, distinguindo-os dos restantes. Brasil; Carnaval; Flávia; Nilo; Serra da Mantiqueira. Substantivo coletivo: São substantivos que, escritos no singular, indicam um conjunto de coisas ou de seres da mesma espécie. arquipélago (conjunto de ilhas); cardume (conjunto de peixes); constelação (conjunto de estrelas); pomar (conjunto de árvores de fruto); rebanho (conjunto de ovelhas). Substantivo concreto: São substantivos que nomeiam seres com existência própria, como objetos, pessoas, animais, vegetais, minerais, lugares, … mesa; chuva; Felipe; cachorro; 10 samambaia. Substantivo abstrato: São substantivos que nomeiam conceitos, conceptualizações abstratas e realidades imateriais, como qualidades, noções, estados, ações, sentimentos e sensações de outros seres. amor; calor; beleza; pobreza; crescimento. Substantivo comum de dois gêneros: São substantivos que apresentam uma só forma para o gênero masculino e o gênero feminino. o estudante / a estudante; o jovem / a jovem; o artista / a artista. Substantivo sobrecomum: São substantivos que nomeiam pessoas e apresentam um só gênero para o masculino e o feminino. a vítima; a pessoa; a criança; o gênio; o indivíduo. Substantivo epiceno: São substantivos que nomeiam animais e apresentam um só gênero para o masculino e o feminino. a baleia; o besouro; o crocodilo; a formiga; a mosca. Substantivo de gênero vacilante: São substantivos que apresentam oscilação de gênero. Em alguns casos, ambos os gêneros são considerados corretos. Em outros, é recomendado o uso do gênero feminino ou do gênero masculino. o personagem / a personagem; o caudal / a caudal; o sabiá / a sabiá; a dinamite; a sentinela; o apêndice; o guaraná. 11 Substantivo de dois números: São substantivos que apresentam uma só forma para o singular e para o plural. o lápis / os lápis; o tórax / os tórax; a práxis / as práxis. Atenção! Existem substantivos que mudam de significado com a mudança de gênero. Exemplos: Minha cabeça está doendo. (crânio) Tiago é o cabeça da turma. (líder) O capital financeiro da empresa está em risco. (patrimônio) Brasília é a capital do Brasil. (metrópole) 12 Na imagem acima aparecem alguns substantivos, reescreva-os agrupando em dois conjuntos: substantivos concretos e substantivos abstratos. SUBSTANTIVOS CONCRETOS SUBSTANTIVOS ABSTRATOS 2) Complete as lacunas com os substantivos do quadro abaixo: Sentada em minha __________________, fingi que estava atenta à minha ___________________, mas na verdade observava a __________________ de minha _____________ que assistia à ___________________. LEMBRAR: As palavras formadas por apenas um elemento denominam-se: substantivo simples, e substantivo composto as formadas por mais de um elemento. 3) Classifique os substantivos em simples ou composto: janela: _________________________ sapato: ________________________ couve-flor: _____________________ sorvete: _______________________ guarda-chuva: _____________________ amigo: ___________________________ boneca: __________________________ filha: _____________________________ árvore: ___________________________ amor-perfeito: _____________________ tomate: __________________________ 4) Sublinhe os substantivos comuns e contorne os substantivos próprios. a) O nome da minha mãe é Rosa Maria. b) Marcos chutou a bola para fora do campo. c) Fui de ônibus para Manaus. POLTRONA TELEVISÃO MÃE ALEGRIA LEITURA 13 d) Mimosa é uma gatinha esperta. e) Júlia ganhou o estojo, e Mariana as canetas. 5) Relacione as colunas: (1) substantivo comum ( ) tristeza, pecado, dor. (2) substantivo próprio ( ) Jussara, Brasília, Roma. (3) substantivo concreto ( ) gato, mulher, professor. (4) substantivo abstrato ( ) alcateia, manada, enxame. (5) substantivo coletivo ( ) saci, escola, bolsa. Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Existem vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. Além desta classificação principal, os pronomes também podem ser classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos. 3.1. Tipos de Pronomes Pronomes pessoais Os pronomes pessoais subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto, pronomes pessoais oblíquos e pronomes pessoais de tratamento. Pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substantivos e indicam as pessoas do discurso, assumindo maioritariamente a função de sujeito da oração. 3. PRONOMES TIPOS DE PRONOMES 14 Eu fui ao cinema. Ele gosta de futebol. Exemplos de pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Quando tônicos, são sempre precedidos de uma preposição e substituem um substantivo que tem função de objeto indireto. Quando átonos, não são precedidos de uma preposição e podem substituir um substantivo que tem função de objeto direto ou de objeto indireto. Pedro gosto de mim. Eu encontrei-o na praia. Exemplos de pronomes pessoais oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Exemplos de pronomes pessoais oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Pronomes de tratamento: são formas mais corteses e reverentes de nos dirigirmos à pessoa com quem estamos falando ou de quem estamos falando. Vossa Excelência estará presente na cerimônia de abertura? Sua Eminência estará presente no conclave? Exemplos de pronomes de tratamento: você, senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Eminência, Vossa Santidade, Vossa Reverendíssima, Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência, Vossa Paternidade, Vossa Majestade Imperial, Vossa Onipotência. Pronomes possessivos transmitem, principalmente, uma relação de posse, ou seja, indicam que alguma coisa pertence a uma das pessoas do discurso. Não sei onde pus minhas chaves. Você pode me emprestar sua caneta, por favor? Exemplos de pronomes possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. Pronomes demonstrativos: situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no discurso, em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, de quem se fala. Estes pronomes contraem-se com as preposições a, em e de. De quem é aquela mochila? Veja esta reportagem. Exemplos de pronomes demonstrativos: este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. 15 Pronomes interrogativos: referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical e são utilizados para interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto. Quem chegou? Diga-me, por favor, que horassão. Exemplos de pronomes interrogativos: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas. Pronomes relativos: relacionam-se sempre com o termo da oração que está antecedente, servindo de elo de subordinação das orações que iniciam. Eu comprei o vestido azul que estava na vitrine. A casa onde cresci era enorme. Exemplos de pronomes relativos: que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas. Pronomes indefinidos: referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical, indicando que algo ou alguém é considerado de forma indeterminada e imprecisa. Foi apresentada alguma justificativa para o atraso na entrega da mercadoria? Ninguém se quer responsabilizar por esta tarefa. Exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, algum, algumas, nenhuns, nenhuma, todo, todos, outra, outras, muito, muita, pouco, poucos, certo, certa, vários, várias, tanto, tantos, quanta, quantas, qualquer, quaisquer, bastante, bastantes. Pronomes adjetivos e pronomes substantivos Conforme acompanham ou substituem os substantivos, os pronomes são classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos. Pronomes adjetivos acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos, determinando e modificando o substantivo. Minha irmã é bióloga. Aqueles alunos são indisciplinados. Pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase. Esse é meu. Ela viu-o. 16 1. Dê a classe gramatical das palavras destacadas: a) Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? ______________________________________________________________________________________ b) Minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa. ______________________________________________________________________________________ c) Tudo está certo. ______________________________________________________________________________________ 2. Retire da imagem a seguir, todos os pronomes existentes nas falas dos personagens. Em seguida, classifique-os. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 17 ______________________________________________________________________________________ 3. Na frase abaixo, substitua o tratamento você pelo tratamento tu e vice-versa: a) Já que entre mim e você não há mais confiança, é melhor que você se prepare para viver sozinho com você mesmo. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ b) João, se tu voltares hoje, irei conversar contigo. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 4. Explique o emprego das palavras destacadas nas frases a seguir. a) Certas cidades não oferecem segurança à população. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ b) As decisões certas facilitam o trabalho no dia a dia. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ c) Qualquer mudança de horário nos diz respeito. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ d) Um acompanhante qualquer não me serviria. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 5. Marque a frase em que o pronome demonstrativo foi empregado de forma incorreta. a) As queimadas são métodos primitivos de fertilização da terra, mas esse recurso ainda é usado. b) Esta passagem que tenho em mãos será incluída no meu programa de milhagem. c) O quarto deveria ser liberado até às 12 horas; a recepcionista já nos informara isto. d) Naquele período de recessão política, muitos foram exilados do país. 18 6. Escreva nos espaços em branco as palavras adequadas, completando os provérbios com pronomes indefinidos. 1 - O que podes fazer só, não esperes por [?]. 2 - Nem [?] o que luz é ouro. 3 - Casa onde não há pão, [?] ralham e [?] tem razão. 4 - O Sol, quando nasce, é para [?]. 5 - Quem é amigo de [?], não é de [?]. 6 - [?] tem [?] que lhe baste. 7 - [?] querem chegar a velho, mas só [?] querem que lhe chamem 7) Enumere as colunas de acordo com as sentenças: (1) senhorita ( ) príncipes, princesas (2) vossa santidade ( ) reis, rainhas (3) meritíssimo ( ) mulheres solteiras (4) você ( ) papa (5) vossa alteza ( ) juízes (6) vossa majestade ( ) trato familiar (7) vossa excelência ( ) presidente, prefeito. Conhecendo os sinais de pontuação básicos: ! Ponto de Exclamação - Indica surpresa, admiração, espanto. . Ponto Final - Indica que a frase terminou. alguns Ninguém ninguém Todos todos tudo 4. OS SINAIS DE PONTUAÇÃO 19 ? Ponto de Interrogação - Indica uma pergunta. , Vírgula - Indica uma pausa na leitura. Na escrita é utilizada nas datas, endereços, sequencias. ... Reticências - Indica um pensamento que não foi completado, ou ainda um som prolongado. 1. Relacione as colunas: Qual seu nome ? ( ) 1 - Ponto Final A flor rosa é linda ! ( ) 2 - Vírgula Comi, balas, doces e bombons. ( ) 3 - Reticências O gato era muito... ( ) 4 - Ponto de Exclamação Que lindos são seus olhos ! ( ) Onde você mora ? ( ) Analise o texto para responder as questões 2 e 3: 2. O texto faz referência aos versos iniciais da “Canção do Exílio” de Antônio Gonçalves Dias. A razão pela qual as aspas foram colocadas apenas na segunda fala, explica-se por: a) ser fala do próprio sujeito. b) expressar emoções do sujeito. c) o sujeito está citando fala de outro autor. d) o sujeito estava falando de time de futebol. __ Minha terra tem Corinthians, onde canta o sabiá! __ É “minha terra tem palmeiras”! __Cada um tem o time que quiser!... 20 3. O uso do travessão no início da frase, caracteriza o texto como: a) uma poesia b) um diálogo c) uma citação d) uma história em quadrinhos 4. Na frase: [ Chegou__ abraçou-a e disse__ temos a seguinte ordem de pontuação: __Você está lembrada de mim__ ] a) Vírgula, ponto, exclamação e vírgula. b) Exclamação, dois pontos, travessão e vírgula. c) Vírgula, dois pontos, travessão e interrogação. d) travessão, dois pontos, vírgula e interrogação. 5. Na frase: Ninguém pelas ruas... Silêncio completo... Só sua respiração ofegante... Os usos das reticênciasindicam: a) dor, emoção b) pergunta diálogo c) ironia, explicação d) Interrupção na frase, continuidade. 5. CONJUNÇAO Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. As conjunções classificam-se em: Coordenativas e Subordinativas. 5.1. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS Dividem-se em: - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. http://www.infoescola.com/portugues/conjuncao-coordenativa/ 21 Observe os exemplos: - Ela foi ao cinema e ao teatro. - Minha amiga é dona-de-casa e professora. - Eu reuni a família e preparei uma surpresa. - Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também. - ADVERSATIVAS Expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos: - Tentei chegar na hora, porém me atrasei. - Ela trabalha muito mas ganha pouco. - Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim. - Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto. ALTERNATIVAS Expressam ideia de alternância. - Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. - Minha cachorra ora late ora dorme. - Vou ao cinema quer faça sol quer chova. Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já. CONCLUSIVAS Servem para dar conclusões às orações. Exemplos: - Estudei muito por isso mereço passar. - Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa. - Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão. Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. EXPLICATIVAS Explicam, dão um motivo ou razão: - É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. - Não demore, que o seu programa favorito vai começar. Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. 22 5.2. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS CAUSAIS Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos: - Não pude comprar o CD porque estava em falta. - Ele não fez o trabalho porque não tem livro. - Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio. COMPARATIVAS Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que. - Ela fala mais que um papagaio. CONCESSIVAS Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que. Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. - Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada) - Apesar de ter chovido fui ao cinema. CONFORMATIVAS Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante - Cada um colhe conforme semeia. - Segundo me disseram a casa é esta. Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. CONSECUTIVAS Expressam uma ideia de consequência. Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”). - Falou tanto que ficou rouco. - Estava tão feliz que desmaiou. FINAIS Expressam ideia de finalidade, objetivo. - Todos trabalham para que possam sobreviver. - Viemos aqui para que vocês ficassem felizes. Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que), http://www.infoescola.com/portugues/conjuncao-coordenativa/ 23 PROPORCIONAIS Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que. - À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. - Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam. TEMPORAIS Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que. - Quando eu sair, vou passar na locadora. - Chegamos em casa assim que começou a chover. - Mal chegamos e a chuva desabou. Observações: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que". O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva. Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que. Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e consequência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las. Observe os exemplos: - Correram tanto, que ficaram cansados. “Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma consequência. Ficaram cansados porque correram muito. “Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa. 1) Enumere as orações abaixo, de acordo com as seguintes opções: (1) Oração Coordenada Assindética (2) Coordenada sindética aditiva (3) Coordenada sindética adversativa (4) Coordenada sindética alternativa (5) Coordenada sindética explicativa (6) Coordenada sindética conclusiva a) ( ) Foi à festa, mas não falou com ninguém. b) ( ) Sua amiga perdeu o marido; deve, portanto, tentar confortá-la neste momento. http://www.infoescola.com/portugues/locucao-conjuntiva/ 24 c) ( ) Irei à São Paulo e farei muitas compras. d) ( ) Você escolhe: ou assume o filho, ou irá para cadeia. e) ( ) Estou comprando um protetor solar, pois irei à praia. f) ( ) Não fomos à festa, mandamos um presente. 2) Classifique as orações abaixo: a) Seus pais financiam seus estudos; portanto, seja-lhes grato. b) Venha até minha sala, pois quero falar com você. c) Os pássaros cantavam, as palmeiras balançavam, as ondas do mar marulhavam. d) Não fomos á festa, mas mandamos um presente. e) Ele não levou a lista, então não fará as compras. f) Volte logo que quero falar com você. g) As mulheres modernas trabalham; portanto não dependem mais dos maridos. h) O ladrão roubou a casa, mas não fez o mínimo barulho. i) O bebê já andava, falava, comia sozinho. j) Ora ela cantava grave, ora cantava agudo. 3) Leia o texto a seguir para responder as questões. MEIO AMBIENTE Apareceu pelas colinas da Índia um sapo bem esquisitão. Para começar, ele é roxo (“creeedo!”). Tem sete centímetros e um focinho pontudo. A cabeça é meio pequena para o corpo, e, por isso, o bicho parece mais uma bolha gosmenta roxa (creeedo!) do que um ser vivo. E mais estranho que isso só o nome dele: Nasikabatrachus sahyadrensis (mas esse nome-palavrão na verdade quer dizer uma coisa bem simples – “sapo da montanha Sahyadri”). O sapo pode até ser feioso, mas, para os seus descobridores, ele é o bicho mais bonito do mundo. É que o sapo da montanha é um fóssil vivo, de 130 milhões de anos atrás. Os antepassados dele viveram na época dos dinossauros, e, por isso, o sapão roxo é muito importante para entender como os anfíbios da família dele evoluíram. Logo.... O Nasika é lindo! Disponível em:<http://www.canalkids.com.br/central/arquivos//meio_sapofossil.htm 25 INTERPRETAÇÃO DO TEXTO 1) No texto, a apalavra “esquisitão” significa que o sapo é: a) anfíbio b) diferente c) evoluído d) fóssil 2) Para os descobridores o sapo é o bicho mais bonito do mundo porque ele é a) o primeiro ser vivo da montanha. b) uma descoberta importante. c) uma descoberta dispensável. d) o anfíbio que mais evoluiu. 3) O texto tem como objetivo a) descrever o habitat dos anfíbios. b) informar sobre uma descoberta. c) explicar ao leitor sobre os tipos de sapo. d) conscientizar sobre a importância do sapo. 4) No trecho “o sapo da montanha é um fóssil vivo” , a expressão destacada exprime ideia de a) lugar b) tempo c) finalidade d) intensidade 5) No trecho “O sapo pode até ser feioso, mas, para os seus descobridores, ele é o bicho mais bonito do mundo.” a palavra destacada exprime ideia de a) adição b) oposição c) conclusão d) explicação 6) No trecho Nasikabatrachus sahyadrensis (mas esse nome-palavrão na verdade quer dizer uma coisa bem simples – “sapoda montanha Sahyadri”), o parêntese foi usado para indicar a a) caracterização do sapo. b) explicação do nome sapo. c) Informação sobre descoberta do sapo. d) descrição do lugar onde vive o sapo. 7) No trecho , “Logo... O Nasika é lindo!” as reticências sugerem a) continuação. b) hesitação. c) omissão. d) suspensão. 26 4) Estruturação de Frases Reelabore as ideias abaixo num só período, conforme as indicações: A: Muitos animais não podem dormir em sono profundo. B: Os humanos podem dormir em sono profundo. Comando: B comparação A. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ A: Muitos animais não podem dormir em sono profundo. B: Muitos animais seriam presas fáceis para os predadores. Comando: B causa de A. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ A: A girafa se sente segura. B. Ela se deita no chão. C: Ela descansa. Comando: A tempo de B e C finalidade de B. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 5) Converta as orações coordenadas em subordinadas adjetivas: QUEM QUAL ONDE QUE CUJO QUANTO Pensamos naquele soninho. Aquele soninho fazemos diariamente. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 27 Muitos animais possuem vários mecanismos para permanecerem vigilantes. Muitos animais não podem dormir em sono profundo. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 6) Analise os símbolos e descubra qual é a frase transcrita no Código Secreto abaixo: 1. A Ã E I O U B C Ç D G H L M N P Q R S T V X Ω @ ⌂ Ɵ $ € & Ø Ŧ # > ¥ + £ ¤ Δ Σ Ю Ѡ ₪ ∂ ! £ € Ɵ ₪ $ Ѡ Ω ¤ Ɵ £ Ω Ɵ Ѡ ¤ @ $ Δ $ # ⌂ £ # $ Ю £ Ɵ Ю Ø $ £ $ $ Ѡ ¥ € £ Ω ¤ $ Ѡ 2. 7) Construa frases com o tópico abaixo, seguindo apenas a ordem proposta, cortando o que for desnecessário. Se for preciso, use palavras de ligação. A. Muitos animais não podem dormir em sono profundo. B. possuem vários mecanismos para permanecerem vigilantes. C. seriam presas fáceis para os predadores. D. Os humanos podem dormir em sono profundo. 1º período: Tópico ADCB. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 28 ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 8) No texto que segue, pode se verificar que os diferentes operadores relacionam as ideias, dando sentido aos enunciados. Numere os parênteses de acordo com o código, indicando a relação estabelecida: (1) oposição (6) finalidade (2) adição (7) comparação (3) alternância (8) conformidade (4) explicação, causa, consequência (9) conclusão (5) temporalidade (10) condição O homem e o pedaço de pano Em algum lugar do Oriente, onde o clima é ameno e não são necessárias muitas roupas. Havia um homem que resolveu desistir de todas as questões materiais e retirou-se para a floresta, onde construiu uma choça para morar. Sua única roupa era um pedaço de pano, que enrolava à cintura. Mas (......), para seu azar, a floresta era infestada de ratos, e (......) ele logo arranjou um gato. O gato exigia leite para viver e (......), assim, (......), ele trouxe uma vaca. Como (......) a vaca requeria cuidados, ele teve que empregar um vaqueiro. Esse rapaz precisava ter onde morar, e (......) por isso (......) foi construída uma casa para ele. Para (......) tomar conta da casa, acabou contratando uma empregada. Para que (......) a empregada tivesse companhia, outras casas foram construídas e (......) convidadas pessoas para (......) morar nelas. Desse modo (......), brotou ali uma pequena aldeia. O homem disse: - Quanto mais tentamos fugir do mundo e de suas exigências, mais elas se multiplicam! RAJU, P. V. Ramaswani. O homem e o pedaço de pano. In. BENNETT, William J. O livro das virtudes II: o compasso moral. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996, p. 179) 9) Responda as perguntas com base no texto “O homem e o pedaço de pano”: a) Qual o referente do vocábulo “onde”? ______________________________________________ b) O vocábulo “onde” tem o mesmo referente do anterior. Justifique. _________________________________________________________________________________ c) Porque o autor emprega “esse rapaz” e não “este rapaz”? _________________________________________________________________________________ 29 Tendo como base o texto anterior substitua seus operadores por outros do mesmo sentido, escrevendo- os abaixo: a) mas (linha 04): __________________________________________________ b) como (linha 06): _________________________________________________ c) por isso (linha 08): _______________________________________________ d) para que (linha 09): ______________________________________________ e) e (linha 10): ____________________________________________________ f) para (linha 11): __________________________________________________ g) desse modo (linha 11): ____________________________________________ Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado. Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo. Por Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Sujeito Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Por Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Predicado Posição do Sujeito na Oração Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar: Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado. Por Exemplo: As crianças brincavam despreocupadas. Sujeito Predicado 6. SUJEITO E PREDICADO 30 Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado. Brincavam despreocupadas as crianças. Predicado Sujeito Sujeito no Meio do Predicado: Despreocupadas, as crianças brincavam. Predicado Sujeito Predicado A função sintática que denominamos sujeito, é um termo essencial da frase e pode se comportar de várias maneiras, dependendo da intenção da mesma: agente, paciente, etc. O sujeito tem a característica de concordar com o verbo, salvo raríssimas exceções. Vejamos agora quais os tipos de sujeito existentes e como eles são caracterizados para que possamos identificá-los. Sujeito Simples: possui apenas um núcleo e este vem exposto. Exemplos: - Deus é perfeito! - A cegueira lhe torturava os últimos dias de vida. - Pastavam vacas brancas. Sujeito Composto: possui dois ou mais núcleos que também vêm expressos na oração. Exemplos: - As vacas brancas e os touros pretos pastavam. - A cegueira e a pobreza lhe torturavam os últimos dias de vida. - Fome e desidratação são agravantes das doenças daquele povo. Sujeito elíptico, subentendido ou desinencial: é determinado pela desinência verbal e não aparece explícito na frase. Dá-se por isso o nome de sujeito implícito. Antigamente era chamado de sujeito oculto. Exemplos: Estamos sempre alertas para com os aumentos abusivos depreços. (sujeito: nós) Quero que meus pais cheguem de viagem o mais rápido possível. (sujeito: eu) 6.1. TIPOS DE SUJEITOS http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-simples/ http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-composto/ http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-eliptico/ http://www.infoescola.com/portugues/desinencias-verbais-e-nominais/ 31 Os pais terminaram a reunião. Foram embora logo em seguida. (sujeito: os pais - oculto apenas na segunda frase) Sujeito Indeterminado: Este tipo de sujeito não aparece explícito na oração por ser impossível determiná- lo, apesar disso, sabe-se que existe um agente da ação verbal. Exemplos: 1- verbo na 3ª pessoa do plural Dizem que a família está falindo. (alguém diz, mas não se sabe quem) Disseram que morreu do coração. 2- verbo na 3ª pessoa do singular + se, índice de indeterminação do sujeito Precisa-se de mão de obra especializada. (não se pode determinar quem precisa) Sujeito inexistente: também chamado de oração sem sujeito, é designado por verbos que não correspondem a uma ação, como fenômenos da natureza, entre outros. Exemplos: 1- Verbos indicando Fenômeno da Natureza Choveu na Argentina e fez sol no Brasil. 2- verbo haver no sentido de existir ou ocorrer Houve um grave acidente na avenida principal. Há pessoas que não valorizam a vida. 3- verbo fazer indicando tempo ou clima Faz meses que não a vejo. Faz sempre frio nessa região do estado. 1) Classifique o sujeito em simples, composto, oculto, indeterminado ou oração sem sujeito: (2pts) a) Destruíram as reservas indígenas. ______________________________________________________________________________________ b) O amor e o ódio caminham juntos. ______________________________________________________________________________________ http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-indeterminado/ http://www.infoescola.com/portugues/se-particula-apassivadora-ou-indice-de-indeterminacao-do-sujeito/ http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-inexistente/ http://www.infoescola.com/portugues/oracao-sem-sujeito/ 32 c) São dezesseis horas. ______________________________________________________________________________________ d) A modelo é elegante. ______________________________________________________________________________________ e) Acredita-se na existência de extraterrestres. ______________________________________________________________________________________ f) A juventude é a melhor fase da vida. ______________________________________________________________________________________ g) Cheguei atrasada à reunião. ______________________________________________________________________________________ h) Havia muitas pessoas desabrigadas por causa do forte terremoto. ______________________________________________________________________________________ i) Mulheres e homens possuem direitos iguais. ______________________________________________________________________________________ J) Ficamos muito surpresos com a notícia. ______________________________________________________________________________________ 2) Marque a única alternativa correta: Em: A população brasileira é a mistura de brancos, negros e índios, temos: a) sujeito simples b) sujeito composto c) sujeito oculto d) n.d.a. Em: Furtaram um carro de placa XWN.2616 do estacionamento do DB, temos: a) sujeito oculto b) oração sem sujeito c) sujeito indeterminado d) n.d.a. Em: É tarde demais, temos: a) sujeito simples b) sujeito indeterminado c) oração sem sujeito d) n.d.a. 33 Fonema e Letra representam respetivamente sons (fala) e sinais gráficos (escrita). Os fonemas são as unidades sonoras que compõem o discurso ou a fala e são representados entre barras oblíquas. As letras, por sua vez, são os sinais gráficos que tornam possível a escrita. Juntas de forma ordenada, as letras constituem o alfabeto. Exemplos: coçar = 5 letras /k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas máximo = 6 letras /m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas acesso = 6 letras /a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas chute = 5 letras /x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas Classificação dos Fonemas Os fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais. Vogais São sons que são emitidos sem obstáculos, quer somente pela boca (a, e, i , o, u), quer pela boca e pelas fossas nasais (ã, ẽ, ĩ, õ, ũ). Exemplos: pia, ando, cesto, quero, lente, li, lindo, sonho, avó, som, susto, untar. Consoantes As consoantes encontram obstáculos na sua passagem pela boca, por isso, precisam sempre do acompanhamento das vogais. Exemplos: base, deduzir, falar, pedaço, redigir, sintetizar. Semivogais As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que aparecem juntos com uma vogal formando uma sílaba. É importante dizer que enquanto as vogais são essenciais na formação de sílabas, as semivogais não. Exemplos: cárie, mau, rei, quatro, seita, venceu. Saiba mais! Leia Vogal, Semivogal e Consoante. Diferença entre Fonema e Letra Muito embora o número de fonemas e letras coincidam em muitas palavras, nem sempre essa equivalência existe. 7. SONS E LETRAS https://www.todamateria.com.br/vogal-semivogal-e-consoante/ 34 Letra G (fonemas /g/ e /j/). Exemplos: gole = 4 letras /g/ /o/ /l/ /e/ = 4 fonemas singelo = 7 letras /s/ /ĩ/ /j/ /e/ /l/ /o/ = 6 fonemas Letra H. No início de palavras, a letra H não é fonema. Exemplos: harpa = 5 letras /a/ /r/ /p/ /a/ = 4 fonemas hoje = 4 letras /o/ /j/ /e/ = 3 fonemas Letras M e N Quando tem função de nasalização, as letras M e N não são fonemas. Exemplos: campo = 5 letras /k/ /ã/ /p/ /o/ = 4 fonemas atento = 6 letras /a/ /t/ /ẽ/ /t/ /o/ = 5 fonemas navio = 5 letras /n/ /a/ /v/ /i/ /o/ = 5 fonemas Letra X (fonemas /s/, /z/, /ks/). Exemplos: sexto = 5 letras /s/ /e/ s/ /t/ /o/ = 5 fonemas exalar = 6 letras /e/ /z/ /a/ /l/ /a/ /r/ = 6 fonemas fixo = 4 letras /f/ /i/ /k/ /s/ /o/ = 5 fonemas Dígrafos Além das letras acima, há ainda os dígrafos, por exemplo: ch chuva /x/ /u/ /v/ /a/ nh arranhar /a/ /rr/ /a/ /nh/ /a/ /r/ qu quindim /k/ /ĩ/ /d/ /ĩ/ rr aborrecer /a/ /b/ /o/ /rr/ /e/ /c/ /e/ /r/ sc nascer /n/ /a/ /c/ /e/ /r/ https://www.todamateria.com.br/digrafo/ 35 1) Em qual das palavras abaixo há mais letras do que fonemas? a) achado b) táxi c) cadeira d) surpresa e) redigir 2) Indique as letras e os fonemas das palavras abaixo: a) habilidoso b) andar c) nascimento d) gabar e) exílio f) hipótese g) mundo h) osso 3) Coloque V se a informação for verdadeira e F se for falsa. _______ o fonema está diretamente ligado ao som da fala _______ as letras são representações gráficas dos fonemas _______ a palavra tosse possui cinco fonemas e quatro letras _______ uma única letra pode representar fonemas diferentes _______ a letra “h” sempre representa um fonema 4) Assinale a alternativa em que apenas uma das opções não possuem dígrafo: a) folha, ficha, fecho b) lento, bomba, algum c) águia, queijo, quero d) serra, vosso, arrepio 5) Forme novas palavras modificando a posição dos fonemas e alterando-os, se necessário. a) Vaso:__________________________ 36 b) Roupa:_________________________ c) Remo: _________________________ d) Lave: __________________________ e) Corpo:_________________________ f) Mala:__________________________ g) Cedo:__________________________ h) Tela:___________________________ 6) Marque a alternativa correta: A palavra Fixo tem: a) 4 letras e 4 fonemas b) 3 letras e 5 fonemas c) 5 letras e 6 fonemas d) 4 letras e 5 fonemas 7) Preencha os espaços em branco da cruzadinha, com as palavras correspondentes. 37 Leia as palavras da 1ª coluna e relacione-as aos seus respectivos significados, contidos na 2ª coluna.(1) caçar (2) cassar (3) empoçar (4) empossar (5) acender (6) ascender (7) cozer (8) coser ( ) costurar ( ) cozinhar, preparar alimentos levando-os ao fogo ( ) pôr fogo a; fazer arder, atear fogo ( ) subir, elevar-se ( ) anular (licenças concedidas), tornar sem efeito ( ) perseguir ou apanhar (animais) a tiro, a laço, a rede... ( ) dar posse a, tomar posse ( ) formar poça, represar 1) Na situação comunicativa retratada na tirinha, quais as duas interpretações diferentes dos personagens para o mesmo texto? ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 2) justifique por que ocorreu o mal-entendido? ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS: C, Ç, S, SS, SC, Z. 38 O herói “- Papai, o que é um herói? Eu pergunto porque tenho grande vontade de ser herói também... Será que posso ser herói sem entrar numa guerra? Será que posso ser herói sem odiar os homens? E sem matar alguém? ” O homem que já sofrera as mais fundas angustias e as mais feias misérias trabalhando a aridez de uma terra infecunda para que não faltasse o pão no pequenino lar; O homem que as mais humildes ilusões perdera no seu cotidiano e ingrato trabalho; Aquele homem ao ouvir a pergunta do filho: “papai o que é um herói?” nada soube dizer, nada soube explicar... Tomou de uma peneira e saiu outra vez a semear. Judas Isgorogota Análise do texto 1) O texto apresenta personagens da cidade ou do campo? Justifique sua resposta com fragmentos do texto. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 2)O pai não respondeu a pergunta do filho: “papai, o que é um herói?”. Na sua opinião, o que é um herói? ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 3) Na frase: Saiu outra vez a semear, podemos entender que: a) nunca tinha semeado b) já tinha semeado antes c) saiu novamente para colher d) foi comprar sementes 39 4) (SAERJ 2008). Leia o texto abaixo. Texto 1 Amor à distância pode dar certo? Nem sempre o dia-a-dia torna um relacionamento melhor. Sou pela qualidade do tempo junto. Moro em São Paulo, namoro um carioca e nos vemos a cada quinze dias. E é sempre ótimo. Muita gente fala que ele deve sair bastante no Rio, paquerar, mas não penso nisso. Se quiser ficar com outra, vai ficar de qualquer jeito. Bia, 26 anos, estudante. Texto 2 Amor à distância pode dar certo? Romance promissor exige investimento diário, que só se consegue com a convivência. Não dá para criar um projeto de vida em comum sem contato olho-no-olho, e falo por experiência própria. Sílvio, 35 anos, jornalista. www.terra.com.br/forum Nos dois depoimentos, temos duas opiniões A) iguais. B) erradas. C) semelhantes. D) incomuns. E) opostas. ATIVIDADES PRÁTICAS ATIVIDADE 1: Loteria – Reflexão sobre o Texto AFIRMAÇÕES 1 X 2 AFIRMAÇÕES 1. Bia afirma que o namorado tem outra. 1. Bia afirma que se ele quiser ter outra, terá. 40 2. Sílvio preza pelo investimento diário. 2. Sílvio preza pela qualidade do relacionamento. 3. Bia preza pelo romance promissor. 3. Bia preza pela qualidade do relacionamento. 4. Bia defende seu ponto de vista, a partir de sua própria experiência. 4. Sílvio defende seu ponto de vista, a partir de sua própria experiência. 5. A opinião expressa por Bia é permeada de orações coordenadas. 5. A opinião expressa por Sílvio é permeada de orações coordenadas. ATIVIDADE 2: Estruturação de Frases Reelabore as ideias abaixo num só período, conforme as indicações: A: Ele vai ficar de qualquer jeito. B: Ele quer ficar com outra. Comando: B condição de A. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ A: Bia preza pela qualidade do tempo junto. B: Nem sempre o dia-a-dia torna um relacionamento melhor. Comando: B causa de A ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Mediante o depoimento de Bia, é possível identificar causa e consequência. Para isto, propomos a você que, no quadro abaixo, acrescente ao enunciado identificado causa, a devida consequência. BIA CAUSA CONSEQUÊNCIA Qualidade do tempo junto 41 Reelabore as ideias abaixo num só período, conforme as indicações: A: Bia preza pela qualidade do tempo junto. B: Bia tem um relacionamento melhor. Comando: B consequência de A. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Mediante o depoimento de Sílvio, é possível identificar causa e consequência. Para isto, propomos a você que, no quadro abaixo, acrescente ao enunciado identificado causa, a devida consequência. SÍLVIO CAUSA CONSEQUÊNCIA Investimento diário de convivência Reelabore as ideias abaixo num só período, conforme as indicações: A: Sílvio preza o investimento diário de convivência. B: Sílvio tem um romance promissor. Comando: B consequência de A. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ATIVIDADE 3: Escrita – Proposta de Esquema Amor à distância pode dar certo? Para Bia, depende ________________________________________________________________ porque exige _____________________________________________________________ 42 porque nem sempre _______________________________________________________ envolve _________________________________________________________________ para que ________________________________________________________________ é necessário _____________________________________________________________ Amor à distância pode dar certo? Para Sílvio, depende ________________________________________________________________ porque exige _____________________________________________________________ porque não é ____________________________________________________________ sem que haja ____________________________________________________________ para que ocorra ___________________________________________________________ 4310.1. PROPAGANDA A propaganda é um meio de comunicação com objetivo de fornecer informações a um determinado público, provocando atitudes e ações positivas em relação ao produto, serviço ou marca. É um preparo para a venda. Sua função é informar sobre o produto e/ou serviço, persuadir a comprar, lembrar a respeito do produto e reforçar a venda, ou seja, convencer o cliente de que fez a escolha certa. Imagem 1 1. A finalidade dessa propaganda é: a) ( ) anunciar um show. b) ( ) divulgar alguns cursos. c) ( ) mostrar umas promoções. d) ( ) oferecer um emprego. 2. O título deste cartaz está escrito em letras grandes para: a) ( ) enfeitar a propaganda. b) ( ) atrair a atenção do leitor. c) ( ) apresentar o Serginho Groisman. d) ( ) mostrar que tem uma frase logo abaixo. 10. GÊNEROS TEXTUAIS http://artedelecionar.blogspot.com.br/2010/08/propaganda.html 44 3. Por que um dos textos localizados a direita do cartaz está entre aspas? ______________________________________________________________________________________ 4. Essa propaganda foi feita para: a) ( ) crianças. b) ( ) idosos. c) ( ) mulheres. d) ( ) jovens. Imagem 2 Após análise do cartaz, explicar aos alunos que se trata de uma propaganda, para vender algo. Mediar os estudantes a distinguirem o que é exatamente o produto da venda e o que é brinde. 1. Onde você poderia encontrar essa propaganda? a) ( ) No hospital. b) ( ) No supermercado. c) ( ) No mural da escola. d) ( ) Na farmácia. 2. Escreva dois verbos (ações) que aparecem na propaganda. ______________________________________________________________________________________ 45 3. A palavra “COLORIR” é sinônimo de: a) ( ) desenhar. b) ( ) pintar. c) ( ) apagar. d) ( ) borrar 4. As palavras COMPRE e GANHE estão escritas em letras maiores para: a) ( ) enfeitar a propaganda. b) ( ) mostrar que todo produto vem com dois brindes. c) ( ) atrair a atenção do leitor. d) ( ) mostrar que há duas frases na propaganda. 5. Essa propaganda da marca PERDIGÃO tem o objetivo de: a) ( ) ensinar as crianças a pintar. b) ( ) vender gibis. c) ( ) distribuir giz de cera gratuitamente. d) ( ) vender produtos da Turma da Mônica Perdigão. 10.2. VIDE BULA INFORMAÇÕES AO PACIENTE - A roupa VIDE BULA é criada e produzida dentro das mais avançadas técnicas, proporcionando conforto e qualidade. Em prolongadas ou curtas viagens, é perfeitamente portátil, adequando-se a sua bagagem. Em caso de dúvida VIDE BULA. APRESENTAÇÃO – Peças extraordinárias, em vários estilos, com os melhores revendedores autorizados. COMPOSIÇÃO – As peças VIDE BULA contém: Cores...................................................... com variações temporárias Formas e estilo..................................... várias tendências Qualidade.............................................. 100% Propriedades Técnicas......................... melhores recursos Desenvolvimento ................................ 100% INDICAÇÕES - Seu uso é de comprovada eficácia. Durante estudos, foi descoberta redução de irritabilidade e desânimo. Sua correta administração tem como propriedade moderar excessos de depressões, nostalgias crônicas ou congênitas. Seu uso prolongado envolve, criando situações de extremo prazer, transformando distintos hábitos arraigados. Analisado e pesquisado o produto, foi constatada a indicação excessiva bastante benéfica, agindo como estimulante e revitalizante do corpo e da mente. CONTRA INDICAÇÕES – Pessoas que não gostam de sentir bem em roupas confortáveis, bonitas e arrojadas. REAÇÕES ADVERSAS - Indicações inevitáveis ao fazer uso do produto: a perda do produto age diretamente no sistema imunológico, causando irritabilidade, secura na boca e descarga de adrenalina. O uso mais prolongado reduz visivelmente a idade cronológica do paciente, mantendo a perfeita e tão desejável sintonia: espírito, corpo e mente. Não desaparecendo o sintoma, consulte o revendedor mais próximo. LABORATÓRIO - VIDE BULA Comércio e Indústria de Moda Ltda. 46 1. Esse tipo de texto NORMALMENTE serve para: a) ( ) instruir e divulgar algo. b) ( ) instruir e divertir. c) ( ) instruir e partilhar um sentimento. d) ( ) instruir e informar. 2. No caso acima, esse texto também tem como finalidade: a) ( ) contar a história da marca VIDE BULA. b) ( ) fazer uma propaganda da marca VIDE BULA. c) ( ) ensinar como usar as roupas da marca VIDE BULA. d) ( ) informar um acontecimento da marca VIDE BULA. 3. No texto, a palavra COMPOSIÇÃO indica: a) ( ) os elementos contra indicados nas roupas. b) ( ) os componentes que fazem falta nas roupas. c) ( ) os elementos que formam as roupas. d) ( ) os itens que causam as reações adversas. 4. Segundo o texto, quem pode usar as roupas VIDE BULA? a) ( ) Pessoas que não gostam de sentir bem em roupas confortáveis, bonitas e arrojadas. b) ( ) Pessoas em dúvida sobre o que vestir. c) ( ) Os revendedores autorizados. d) ( ) Todas as pessoas que gostam de conforto, qualidade e de se sentir bem. O QUE CARACTERIZA UMA HQ? QUADRO OU REQUADRO: conjunto de linhas que delimitam o espaço de cada cena e que constituem o quadrinho. Tais linhas podem ganhar formatos diferentes, chegam a ser circulares, trêmulas… Um formato mais anguloso ajuda na narrativa visual e deixa a leitura mais dinâmica, por exemplo. Até existem casos nas quais as linhas não existem efetivamente, o autor deixa ao leitor a tarefa de imaginá-las. 10.3. HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 47 BALÕES: figura que simboliza o ato da fala dos personagens, abrigando o texto da conversa. Os balões também podem ser desenhados de forma diferente, acumulando funções na HQ: linhas mais quadradas podem significar voz eletrônica, mais rabiscadas indicam de grito ou voz alta, aquelas que lembram nuvenzinhas constituem balões de pensamento e por aí vai… ONOMATOPÉIAS: representação de um som ambiente, que for importante para o desenrolar da história. Como não tem o rabicho, é desenhada bem próxima ao emissor do som. Assim, “TOC, TOC” indica o som de duas batidas na madeira, “CABRUM” uma explosão, “PLOFT” uma coisa caindo no chão e por aí vai. Produção Textual: 48 Escreva dentro do balão o que o personagem disse. Depois, escreva o que está acontecendo nesta história. ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 49 Trabalhando com onomatopeias 1. Observe, com atenção, as expressões TÓIM NHÓIM POU que aparecem nos quadrinhos 3 e 4. Para você, o que representam essas expressões? ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 2. Se em lugar de TÓIM, o desenhista tivesse usado PLOFT o sentido seria o mesmo? Por quê? ______________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 3. Que diferença existe entre as linhas que formam o desenho do quadrinho 3 e o do quadrinho 4? Por que você acha que esses quadrinhos são diferentes? 50 ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ 2. Trabalhando os balões da história em quadrinhos O que significa cada balão? 51 REFERÊNCIAS REVISTA PEDAGÓGICA SADEAM. Disponível em: <http://www.sadeam.caedufjf.net/wp- content/uploads/2012/06/BOLETIM_SADEAM_LP_7EF_VOL-3.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2017. SEQUÊNCIA DIDÁTICA. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br>. Acesso em: 03 fev. 2017. DINÂMICAS DE LEITURA. Disponível em: <http://jacirapagani.blogspot.com.br/2011/10/dinamicas-para- incentivar-leitura.html>. Acesso em: 08 fev. 2017. <http://recantodasletras.uou.br/trabalhosescolares/634746 >. Acesso em: 08 fev. 2017 ATIVIDADES COM HQs. Disponível em: <http://aprenderpelaexperiencia.blogspot.com.br>. Acesso em: 10 fev. 2017. BRASIL. Leitura e Produção de textos: Histórias em quadrinhos, textos jornalísticos e textos publicitários. GESTAR I. MEC: 2007. GUEDELHA, C. A. M. Como Ensinar Português Brincando – Oficina Prática. 2014. GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 17ª Edição. FGV. 2010. KOCHE, V. S.; MARINELLO, A. F.; BOFF, O. M. B. Leitura e Produção Textual: Gêneros Textuais do Argumentar e Expor. 5ª Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. KOCHE, V. S.; PAVANI, C. F.; BOFF, O. M. B. Prática Textual: Atividades de Leitura e Escrita. 6ª Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. http://www.sadeam.caedufjf.net/wp-content/uploads/2012/06/BOLETIM_SADEAM_LP_7EF_VOL-3.pdf http://www.sadeam.caedufjf.net/wp-content/uploads/2012/06/BOLETIM_SADEAM_LP_7EF_VOL-3.pdf http://aprenderpelaexperiencia.blogspot.com.br/ 52 53 ATIVIDADE 1 - LEITURA E INTERPRETAÇÃO OBJETIVO: Compreender as propriedades formais de três gêneros específicos do universo dos quadrinhos – a tira, a tira cômica e a tira seriada – observando as diferenças e as semelhanças de cada um deles, seus meios de circulação e os recursos verbais e não verbais que os constituem. Você certamente conhece as Histórias em Quadrinhos, também chamadas de HQs. Mas e tirinha? Você sabe o que é? E o que a caracteriza? E, quando você compra um gibi, você corre para a última página, para ler aquela história pequeninha que aparece no final da revista, normalmente bem engraçadas? Bem, essas são as tirinhas: pequenas histórias em quadrinhos, com as quais nos deparamos frequentemente em nosso dia a dia! 54 1- Observe a imagem abaixo: Observando os elementos verbais e não verbais, podemos imaginar que o menino perguntou a sua mãe: A - ( ) “Mãe, onde eu nasci?” B - ( ) “Mãe, eu fui baixado pela internet?” C - ( ) “Mãe, qual é o nome do meu pai?” D - ( ) “Mãe, eu sou adotado?” 55 2 – Observe a imagem a seguir: Pelas imagens e pela fala do menino, podemos afirmar que sua intenção era A - ( ) fazer uma surpresa para sua mãe, enquanto ela estava dormindo. B - ( ) aprontar para irritar sua mãe, enquanto ela estava dormindo. C - ( ) ajudar a pintar a casa, enquanto seus pais estavam dormindo. D - ( ) fazer uma surpresa para seus pais, enquanto eles estavam dormindo. 3 - Leia a fala do menino, no segundo balão, e compare com a imagem da mãe. A resposta mais adequada a essa situação é: A – ( ) “O menino compreendeu a reação da mãe, pois ela adorou a surpresa e por isso se emocionou”. B – ( ) “O menino não compreendeu a reação da mãe, pois ela adorou a surpresa e por isso se emocionou”. C – ( ) “O menino compreendeu a reação da mãe, já que ela se assustou com a surpresa e chorou de tristeza”. D – ( ) “O menino não compreendeu a reação da mãe, já que ela se assustou com a surpresa e chorou de tristeza”. 56 Como você já deve ter percebido, os quadrinhos são um gênero misto, que muitas vezes mistura linguagem verbal (as falas) e não verbal (as imagens). Observe: Mas você sabe por que eles têm esse nome? O nome “quadrinhos” se deve ao formato no qual essas histórias são apresentadas. Os quadrinhos são uma sequência de quadros que expressam uma história, informação, ação etc. As tiras são um tipo específico de história em quadrinhos. A diferença entre elas está na quantidade de quadrinhos. Geralmente as tirinhas são compostas de três ou quatro quadros, e as histórias em quadrinhos apresentam acima de cinco quadros. Nas tiras, os quadrinhos apresentam um formato retangular ficando o quadro lado a lado, na horizontal, ou, às vezes, na vertical. Por isso, temos o nome “tira”. 57 4 – Leia a tira abaixo: Analisando texto, podemos perceber que Calvin não está satisfeito com a sua vida e gostaria que ela fosse como uma série de humor. São elementos do texto que comprovam essa afirmação A – ( ) apenas as imagens do texto. B – ( ) as falas e os gestos de insatisfação de Calvin. C – ( ) as falas e os gestos de insatisfação de Haroldo. D – ( ) a pergunta que Haroldo faz a Calvin no último quadrinho. 5 - Observando os elementos verbais e não verbais do texto, assinale a opção correta. A – ( ) No segundo quadrinho, o pronome “eu” refere-se ao que está passando na televisão. B – ( ) No terceiro quadrinho, os pronomes “minhas” e “meus” referem-se aos pais do Calvin. C – ( ) No quarto quadrinho, o pronome “você” refere-se a alguém que não está presente na cena. D – ( ) No quarto quadrinho, o pronome “você” refere-se ao personagem Calvin. 58 6 - Observe a tirinha do gato Garfield a seguir: Sobre ela, podemos afirmar que: A – ( ) dizer que “o tempo voa” (1º quadrinho) é o mesmo que dizer que o tempo passa muito rápido. B – ( ) pela expressão de Garfield, podemos notar que ele está animado. C – ( ) a fala de Garfield no último quadrinho revela que ele está se divertindo. D – ( ) a expressão “o tempo voa” é errada, porque o tempo não pode voar. 59 7– Leia a o texto. A respeito das palavras “CRASH”, “BOOM”, “PAF”, “PUM” e “CLANG” podem-se fazer todas as afirmativas abaixo, EXCETO: A – ( ) não têm sentido claro, como é comum nas pichações. B - ( ) tentam reproduzir ou imitar diversos tipos de ruídos. C - ( ) opõem-se à ordem expressa na placa “SILÊNCIO HOSPITAL”. D - ( )estão em letras grandes atendendo às intenções do pichador. 8 - Leia o texto abaixo. Um Remédio Chamado Carinho Você sabia que a desnutrição, às vezes, não é causada apenas pela má alimentação? Falta de carinho também pode dificultar o desenvolvimento de uma criança. Hoje, 1% a 5% das crianças brasileiras sofrem de desnutrição. 60 Para tentar amenizar o problema, um hospital de São Paulo, o Pérola Byington, está ensinando as mães de crianças com desnutrição a cantar para seus filhos e até brincar de roda. O “tratamento” está dando certo, ou seja, algumas doses extras de carinho não fazem mala ninguém. Um remédio chamado carinho. ZÁ, Coral Ed. n. 30, 1999. Para diminuir o problema da desnutrição, um Hospital de São Paulo está A – ( ) compensando a falta de comida com remédios. B – ( ) dando às crianças doses extras de alimentação. C - ( ) ensinando as mães a cantar e a brincar com os filhos. D - ( ) oferecendo música e recreação para as crianças. 9 - Leia o texto abaixo. Disponível em: <http://www.burigotto.com.br/site/manuais/burigotto/tucanor.pdf>. Acesso em 09/10/08. Em “1. Puxe pelo cabo para abrir a armação”, a forma verbal puxe indica A - ( ) um convite. B - ( ) uma ordem . C – ( ) uma opinião. D - ( ) uma resposta. 61 10 – Leia o texto abaixo. 60% dos americanos estão acima do peso saudável. Os americanos consome, em média 200 calorias a mais por dia hoje do que uma década atrás - o suficiente para acrescentar 9 quilos à silhueta a cada ano. Uma criança que come em casa ingere, em média, 130 calorias a menos por refeição do que nos dias em que almoça num restaurante fast-food. Um refrigerante super size* contém o equivalente a 48 colheres de chá de açúcar. Seria preciso andar 7 horas seguidas para queimar uma refeição super size com refrigerante, fritas e Big Mac* 1 Big Mac americano contém 600 calorias e fornece 51% da quantidade de gordura recomendada para ingestão diária. Nas filiais brasileiras, essa relação é um pouco melhor: O Big Mac contém 490 calorias e fornece 31% da gordura que um adulto deve ingerir em um dia. O lanche mais pecaminoso do McDonald's americano vem na caixa de dez unidades de tiras de 62 peito de frango empanadas: são 1250 calorias, 570 delas na forma de gordura. VEJA, 18 agosto 2004, p. 116. Em relação às principais idéias do Texto 1, o Texto 2 somente NÃO realiza uma: A _ ( ) confirmação B – ( ) complementação C – ( ) oposição D – ( ) argumentação ROLETA INTERATIVA OBJETIVO: Mobilizar as habilidades de leitura desenvolvidas no estudo dos textos trabalhados. ORIENTAÇÕES: O professor projetará a imagem de uma roleta, na parede, como também, poderá fixar um cartaz com uma roleta. A equipe escolherá um número da roleta correspondente a uma questão a ser respondida. Se ela responder corretamente, ganhará ponto. Caso erre, passará a vez para a outra equipe, esta, além de ter a oportunidade de responder a questão da equipe oposta, ainda poderá escolher outro número da roleta e responder a questão. 63 11 - No trecho “O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor”, a conjunção em destaque expressa ideia de: A – ( ) causa. B – ( ) comparação. C – ( ) consequência. D – ( ) conclusão. 12 - Em “se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!”, o termo sublinhado estabelece, nesse trecho, relação de A – ( ) causa. B – ( ) condição C – ( ) concessão. D – ( ) tempo. 13 - MICO DE SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS OBJETIVO: Associar sinônimos e antônimos, enriquecer o vocabulário. ORIENTAÇÕES: Para este jogo, serão necessárias peças recortadas em papel cartão formando pares de sinônimos ou antônimos e uma peça representando o mico. O professor deverá formar número par de jogadores, até seis. Cada jogador forma o par utilizando duas cartas ex: alegre/feliz para sinônimos; Depois dos pares formados, as cartas restantes ficam na mão dos jogadores, estes tem direito de comprar um do outro, na tentativa de formar novos pares. O MICO é a única carta que não terá par. O jogo acaba quando todos os pares forem formados. Vence o jogo que formar a maior quantidade de pares e não permanecer com o MICO. 64 ATIVIDADE 2 - PRODUÇÃO TEXTUAL OBJETIVOS: Explorar o efeito de sentido gerado pela repetição de sons e palavras. Estruturar o poema em versos e estrofes. Utilizar sinônimos e antônimos como recursos de coesão e de construção do texto poético. Elaborar textos dos gêneros estudados. Aula 1: Se esta rua fosse minha .. Caro aluno (a), nesta aula, iremos conhecer o gênero textual Poema. Quem nunca se deliciou ouvindo um poema? Quem nunca escreveu alguns versos? O poema se caracteriza pelo trabalho criativo com a palavra e é escrito em versos. Esse gênero textual utiliza de diversos efeitos sonoros que conferem ao texto ritmo, aproximando-o um pouco da música. 65 Há poemas de tamanhos variados. A organização do poema em versos é o que mais claramente distingue a poesia da prosa, escrita em linhas contínuas. Cada verso ocupa uma linha e possui seu ritmo específico. Estrofe é o nome que se dá ao conjunto de versos. O poeta José Paulo Paes, em “Convite” define bem o que é poesia. Vamos ler o poema? . CONVITE Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? Fonte:http://vendavaldasletras.wordpress.com/2011/12/03/jose-paulo-paes-poemas-para-brincar/ Agora, vamos às atividades! O poeta José Paulo Paes escreveu muitos poemas lindos! O texto, a seguir, foi inspirado numa famosa cantiga de roda. Leia-o com atenção. 66 PARAÍSO Se esta rua fosse minha, eu mandava ladrilhar, não para automóvel matar gente, mas para criança brincar. Se esta mata fosse minha, eu não deixava derrubar. Se cortarem todas as árvores, onde é que os pássaros vão morar? Se este rio fosse meu, eu não deixava poluir. Joguem esgotos noutra parte, que os peixes moram aqui. Se este mundo fosse meu, eu fazia tantas mudanças que ele seria um paraíso de bichos, plantas e crianças. PAES. José Paulo. In: Vera Aguiar, coord. Poesia fora da estante, Porto Alegre: projeto, 1995. p. 153. 1. A respeito do poema: a) Quantos versos e estrofes o poema possui? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ b) Denomina-se rima a repetição de sons no fim das palavras. Transcreva as rimas da 1ª e 2ª estrofes. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 67 2. Em que cantiga o poeta se inspirou para escrever o poema? Escreva um trecho dessa canção. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3. Qual é o tema, isto é, o assunto principal do poema? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 4. Se a rua do poema“Paraíso” fosse sua, o que você faria de especial? Faça mais uma estrofe para o poema. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 5. Agora é sua vez de produzir um poema. Um tema muito atual (e necessário) é a preservação do meio ambiente. Pense a respeito e escreva seu texto. Pode ter rimas ou não. Estruture-o em versos e estrofes. Você é capaz! A seguir, faça uma ilustração para o seu poema. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 68 Aula 2: Poesia x Poema Nesta aula, vamos conhecer a diferença entre poesia e poema. Muitos pensam se tratar da mesma coisa, de sinônimos, entretanto há diferença. A poesia não se limita ao texto. Ela está presente em canções, quadros e até em situações. Define-se poesia como um estado de alma, uma expressão de sentimento. Leia a tirinha a seguir: 69 Poesia em Quadrinhos Fonte: http://www.teoeominimundo.com.br/search/label/Croniquinhas Percebe-se a poesia presente na tirinha como um abraço ou uma carta repleta de sentimentos como amor ou saudade. Já o poema é uma composição poética, ou seja, uma unidade da poesia que se efetiva por meio de versos, os quais, uma vez reunidos, compõem o que chamamos de estrofe. 70 ABRAÇO Dourival José De repente deu vontade de um abraço... Uma vontade de entrelaço, de proximidade, de amizade... sei lá... Talvez um aconchego que enfatize a vida e amenize as dores... Que fale sobre os amores, que seja teimoso e, ao mesmo tempo, forte. Deu vontade de poder rever, saudade de um abraço. Um abraço que eternize o tempo e preencha todo espaço mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarzinho da magia da união dos corpos, das auras... sei lá... Lembrar do calor das mãos, acariciando as costas, a dizer: "estou aqui." Lembrar do trançar dos braços envolventes e seguros afirmando: "estou com você"... Lembrar da transfusão de forças com a suavidade do momento... sei lá...abraço...abraço...abraço... abraço... abraço...abraço... abraço..abraço...abraço... O que importa é a magia deste abraço! A fusão de energia que harmoniza, integra tudo, e que se traduz no cosmo, no tempo e no espaço. 71 Só sei que agora deu vontade desse abraço Que afaste toda e qualquer angústia. Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração Que traduza a amizade, o amor e a emoção... E, para um abraço assim, só pude pensar em você... nessa sua energia, nessa sua sensibilidade, que sabe entender o porquê... dessa vontade desse abraço... Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk1Mzcw/ Agora, vamos às atividades! 1. Já vimos que a poesia está presente em tudo. Leia a tirinha a seguir e transforme-a em um poema. A primeira estrofe pode ser retirada dos próprios quadrinhos. Escreva, no mínimo, mais uma estrofe. Capriche! TIRINHA – POEMA Fonte: http://www.teoeominimundo.com.br/search/label/Croniquinhas __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ http://www.teoeominimundo.com.br/search/label/Croniquinhas 72 __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 2. A linguagem dos poemas é figurada, simbólica. Qual o sentido da palavra “primavera” na Tirinha-poema? _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Vamos ler mais um poema: TEM TUDO A VER Elias José A poesia tem tudo a ve r com tua dor e alegrias, com as cores, as formas, os cheiros, os sabores e a música do mundo. A poesia tem tudo a ver com o sorriso da criança, o diálogo dos namorados, as lágrimas diante da morte, os olhos pedindo pão. A poesia tem tudo a ver 73 com a plumagem, o vôo e o canto, a veloz acrobacia dos peixes, as cores todas do arco-íris, o ritmo dos rios e cachoeiras, o brilho da lua, do sol e das estrelas, a explosão em verde, em flores e frutos. A poesia - é só abrir os olhos e ver – tem tudo a ver com tudo. Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_infantil/elias_jose.html 3. O poema “Tem tudo a ver” de Elias José reforça o que vimos nesse caderno. Para ver a poesia basta estarmos com os olhos atentos em tudo que está à nossa volta. Faça mais uma estrofe mostrando que a poesia tem tudo a ver com tudo. Você é capaz! ______________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ ATIVIDADE 3 – LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇAO DE POEMA CONCRETO Caro aluno, nesta aula, vamos conhecer uma maneira muito criativa de escrever poemas. Você já ouvir falar em poema concreto? Já leu um poema cuja forma lembrava o objeto descrito? O poema concreto preocupa-se em reproduzir as ideias através do visual. Para isso, ele elimina o verso tradicional e aproveita o espaço em branco para a disponibilização criativa das palavras. Além disso, são explorados aspectos relacionados à imagem, ao som e ao sentido das palavras, de forma a possibilitar múltiplas leituras. Esse tipo de poema também é chamado de poema- objeto. Vamos conhecer alguns poemas concretos?! 74 Texto 1 Fonte: http://gianinny16.blogspot.com.br/2013/05/poemas-concretos.htmlTexto 2 Fonte: http://revistapercurso.uol.com.br/index.php?apg=artigo_view&ida=296&ori=edicao&id_edicao=35 Texto 3 Fonte:http://laustria.deviantart.com/art/poema-concretFono-75833253 http://revistapercurso.uol.com.br/index.php?apg=artigo_view&ida=296&ori=edicao&id_edicao=35 75 Texto 4 Fonte: http://poetasoffline.blogspot.com.br/2011/09/poesia-concreta-o-violao.html Texto 5 Paulo Leminski Fonte: http://catracalivre.com.br/geral/livro/indicacao/a-poesia-concreta-de-arnaldo-antunes/ Texto 6 Fonte: http://etristeviverdehumor.blogspot.com.br/2013/01/poesia-concreta.html http://catracalivre.com.br/geral/livro/indicacao/a-poesia-concreta-de-arnaldo-antunes/ 76 Texto 7 A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda Manuel Bandeira Fonte: http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/poesias/manuelbandeira_aonda.htm Agora, vamos às atividades! 1. Releia os poemas concretos e reconheça a que os fonemas (sons) e a disposição das palavras se referem: Texto 1 : ____________________________________________________________ Texto 2 : ____________________________________________________________ Texto 3 : ____________________________________________________________ Texto 4 : ____________________________________________________________ 3. A partir do texto 4, em que um poema toma a forma de um violão, pense um pouco e produza o seu próprio poema concreto. Texto 5 : ____________________________________________________________ Texto 6 : ____________________________________________________________ Texto 7 : ____________________________________________________________ 2. Em que eles diferem do poema tradicional? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. A partir do texto 4, em que um poema toma a forma de um violão, pense um pouco e produza o seu próprio poema concreto. 77 4. O poema “A onda”, de Manuel Bandeira, usa um recurso chamado de assonância – repetição de uma mesma vogal e aliteração – repetição de um mesmo fonema consonantal. Esses recursos conferem aos poemas maior ritmo. Leia outro poema que utiliza a aliteração. Bolhas Olha a bolha d'água no galho! Olha o orvalho! Olha a bolha de vinho na rolha! Olha a bolha! Olha a bolha na mão que trabalha! Olha a bolha de sabão na ponta da palha: brilha, espalha 78 e se espalha. Olha a bolha! Olha a bolha que molha a mão do menino: a bolha da chuva da calha! Cecília Meireles Fonte: http://bazardapoesia.blogspot.com.br/ Agora, produza um poema em que a repetição da mesma consoante conceda ao texto maior ritmo. Pode, por exemplo, repetir o fonema /v/ para sugerir o som do vento, ou o fonema /t/ para lembrar o som do trem, /r/ para imitar o som do motor ou /ch/ para imitar o som da chuva. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ATIVIDADE 4 - RECORTANDO TEXTOS: SUGESTÃO DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA 79 Estratégias de Ensino Com uma divertida sugestão de aula de língua portuguesa, os alunos poderão entender melhor os mecanismos de coerência e coesão necessários para a construção textual. Professor, trabalhar com atividades diversificadas é um instrumento muito importante para o ensino da língua portuguesa, mesmo porque é preciso, ainda que eventualmente, sair da mesmice das aulas programadas no quadro negro e no livro didático. Para ajudar na implantação de atividades lúdicas e extremamente enriquecedoras para o aprendizado de seus alunos, elaboramos uma sugestão de aula de língua portuguesa que fará toda a diferença na abordagem das técnicas de redação. Escrever uma redação pode ser uma grande dor de cabeça para a maioria dos alunos. Mas quando o professor compreende a origem de alguns tabus que atingem o processo de escrita, fica mais fácil ensinar e, consequentemente, aprender. Boa parte dos alunos não compreende a importância da coerência e da coesão na construção de um texto. Dessa forma, escrever um parágrafo que faça sentido transforma-se em uma missão quase impossível. Para ajudar a turma a entender os mecanismos textuais, entre eles o uso correto dos elementos conectivos e das ferramentas que garantem inteligibilidade ao texto, propomos uma aula sobre recorte de textos. A ideia é simples, a execução também. Se você gosta de alunos enfileirados e silenciosos, não aplique a proposta, pois a intenção é fazê-los interagir com o conteúdo e com os colegas. Atenção às etapas do processo que, preferencialmente, deverá ser desenvolvido em pelo menos duas aulas: Tema: Recortando textos Etapas da aula: 1. Para facilitar a execução da proposta de aula de redação, divida os alunos em trios, pois assim eles poderão trocar ideias com os demais colegas; 2. Distribua recortes de textos de revistas ou jornais (trabalho que deverá ser feito previamente por você para que o tempo seja aproveitado ao máximo) para os alunos; 3. Peça para cada trio analisar os recortes que recebeu. Os alunos deverão estabelecer possíveis conexões entre os textos e deles extrair um tema; 4. É hora de escrever. Peça que os trios construam uma redação a partir de frases extraídas da coletânea de textos. Esse exercício deverá ser feito no caderno; 5. Ressalte a importância da correção ortográfica. Posteriormente, cada texto deverá sofrer uma revisão mais minuciosa, contemplando assim seus aspectos estruturais; 6. Prepare-se para ouvir construções engraçadas e absurdas: Peça que os trios façam a leitura dos textos em voz alta para a turma, que será responsável por julgar se o texto é coerente ou não. A ideia principal da atividade é fazê-los perceber que, se não faz sentido, não é coerente. Se não estabelece relações sintáticas com outros elementos da redação ou se não faz uso adequado de conectivos, não é coeso. Depois que os alunos perceberem os problemas 80 relacionados à estruturação do texto, sejam eles relativos à coerência ou à coesão, sugira algumas alterações e solicite que a turma corrija os textos produzidos. As atividades diversificadas no ensino de língua portuguesa são muito importantes para que os alunos participem do processo dialógico no qual toda relação ensino/aprendizado deve estar fundamentada.Contudo, é preciso avaliar com antecedência sua aplicabilidade e pertinência ao conteúdo, pois jogos e brincadeiras não devem ser feitos sem antes ponderarmos sobre sua eficácia e seus resultados efetivos. Lembre-se: as atividades lúdicas devem ser contextualizadas e, assim como o ensino tradicional, requerem reflexão e método. Por Luana Castro Graduada em Letras http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/recortando-textos-sugestao-aula- lingua-portuguesa.htm ATIVIDADE 5 OFICINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA COM FOCO EM SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS Gramática com textos: Relações causais e explicativas no discurso argumentativo. Objetivo(s) • Analisar as relações causais e explicativas no discurso argumentativo • Analisar os efeitos de sentido dos usos dos conectivos no discurso argumentativo Conteúdo(s) • Relações causais no discurso argumentativo. • Uso dos conectivos "pois" e "porque". Tempo estimado Seis aulas Desenvolvimento 1ª etapa Introdução Esta é a penúltima de uma série de 16 sequências didáticas que fazem parte de um programa de estudo de gramática para 6º a 9º ano do Ensino Fundamental. Confira ao lado todas as aulas da série. Há várias formas de organizar as ideias quando queremos expressá-las por meio de um texto, seja ele escrito ou falado. Uma delas é a argumentação. O que caracteriza essa opção é o encadeamento de proposições com o intuito de defender um ponto de vista. Essa articulação pode se dar por meio das chamadas conjunções lógicas, como o "pois" e o "porque". O efeito de 81 causalidade característico de um texto argumentativo revela a relação entre duas ideias: uma é a causa, outra, a consequência. Conhecer as relações estabelecidas por essas conjunções é um requisito importante para o aluno ampliar sua capacidade de compreender e de produzir textos cada vez melhores. Neste bloco de aulas, não está em jogo a distinção - difícil até para os gramáticos - entre as orações coordenadas explicativas e as subordinadas adverbiais causais. O interesse aqui incide nas relações causais e explicativas construídas no interior de pequenos trechos. Peça que os alunos leiam o seguinte texto de Walnice Nogueira Galvão. O fragmento encontra- se no livro Guimarães Rosa, no qual a autora analisa o romance Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956. Nele, diferentemente dos romances voltados para o Nordeste, o sertão remete aos campos mineiros, ricos em pequenos riachos - as veredas -, em gado solto por pastos a perder de vista e na ética dos jagunços. No trecho, a autora analisa o papel da criação extensiva do gado na economia brasileira. TEXTO PARA LEITURA A presença difusa e constante do bovino, em Grande Sertão: Veredas, recria o universo da pecuária extensiva, onde o gado é criado solto e não estabulado. A origem dessa maneira de criar gado remonta aos tempos coloniais, quando a atividade econômica prioritária se resumia às plantações às quais se reservavam as terras mais férteis e mais próximas do litoral, para minimizar os custos do envio da mercadoria para a metrópole. Espécie de parente pobre da economia colonial, a criação de gado dispensava investimentos e se contentava com um mínimo de mão-de-obra. Era, todavia, indispensável, pois alimentava todos aqueles envolvidos na agroindústria, primeiro da cana-de-açúcar e mais tarde de café. Socialmente, era uma atividade atraente, pois reservava-se aos homens livres, porque os distinguia do trabalho manual dos escravos. GALVÃO, W. N. Guimarães Rosa. São Paulo: Publifolha, 2010 (Adaptado). Depois da leitura, peça que os alunos identifiquem no texto as informações sobre a pecuária extensiva. É provável que o primeiro empecilho da atividade seja o teor do texto. Muitos alunos podem reclamar que o fragmento mais parece indicado à disciplina de História. Caso isso ocorra, discuta com eles o caráter interdisciplinar do conhecimento. Walnice Galvão, no pequeno livro Guimarães Rosa, parte das referências constantes ao gado em Grande Sertão para analisar a presença da pecuária extensiva no Brasil. 82 Após a realização dos exercícios pelos alunos, inicie junto com eles a análise do texto de Walnice. Leia o texto novamente. Diga aos alunos que ele tem o intuito de expor uma idéia e de analisá-la. Dessa forma, a clareza, a ausência de ambiguidades é um dos seus objetivos. Inicie a análise, mostrando aos alunos que, mesmo quem não sabia o significado de pecuária extensiva não ficou perdido, pois o seu significado é explicitado no texto - é onde o gado é criado solto e não estabulado. Diga também a eles que o significado de "estabulado" pode ser inferido com base em nossos conhecimentos prévios: "estábulo" indica o lugar onde se prendem os bois, "não estabulado" significa não preso em estábulos. No segundo período, há novas caracterizações da atividade: são dadas circunstâncias temporais de seu início entre nós - o período colonial - e se insinua a localização e a relação com outras atividades - a pecuária se deu fortemente no interior do país. Os três períodos subsequentes trazem afirmações a respeito da pecuária extensiva e as explicam em seguida. A primeira diz que ela era uma prima pobre das outras atividades econômicas coloniais - dispensava investimentos e requisitava pouca mão-de-obra. Essa explicação, ao contrário dos dois próximos períodos, não possui um conectivo explícito. Continue a análise e assinale a presença da conjunção "pois". As duas ocorrências marcam relações explicativas - a pecuária era indispensável, pois alimentava os envolvidos na atividade da agroindústria; ela era socialmente interessante, pois reservava-se aos homens livres e os distinguia dos escravos. Para finalizar a análise, você pode dizer aos alunos que o texto não revela, mas insinua ideias a respeito da nossa formação socioeconômica. Uma é a relevância atribuída à exportação dos produtos agrícolas, outra é a valorização do trabalho livre. Como tarefa para casa, solicite aos alunos que pesquisem os usos do conectivo "pois". Sugira que busquem em dicionários exemplos desses usos e os copiem no caderno. 2ª etapa Se você tiver acesso ao livro de Guimarães Rosa, você pode iniciar a aula, mostrando o exemplar aos alunos. Não se trata de indicar a leitura, nesse estágio escolar, mas de permitir a eles o contato inicial com uma referência importante da nossa literatura. A apresentação sucinta do enredo, a leitura de um pequeno trecho e uma informação perspicaz sobre o autor certamente deixarão marcas que poderão incentivar a leitura do romance no futuro. 83 Corrija a tarefa proposta. Reforce com os alunos o uso do "pois" como elemento conclusivo e como elemento explicativo. Alguns exemplos: Ele chegou atrasado, não conseguiu, pois, entrar. Eu não encontrei a chave, ela não estava, pois, em seu lugar. Ele não chegou, pois não há ruído na casa. Ele gostou da exposição, pois a indicou a todos os seus amigos. Proponha aos alunos que escrevam um pequeno parágrafo, analisando o texto de Walnice Galvão. Nessa produção, eles devem usar a conjunção "pois" com o sentido de explicação. Ouça e comente a produção dos alunos. 3ª etapa Leia para os alunos o editorial abaixo, dedicado à água, publicado na Revista da USP, em junho/julho e agosto de 2006. EDITORIAL Com este número damos início à trilogia dos quatro elementos (água, terra, ar e fogo). Começamos com "Água" por razões quase óbvias. Se o corpo humano é quase 70% água, talvez essa seja uma ótima razão. Mas não sendo redundante, e não deixando de sê-lo, seria muito bom afirmar o velho bordão de que sem água não há vida. Vamos nos centrar no caso das grandes cidades. Como se daria a convivência de vários milhões de pessoas sem a utilização da água? Os romanos, já no seu tempo, tinham uma noção muito exata disso. E, aqui, cabe uma história divertidaenvolvendo o poeta Carlos Drummond de Andrade. Lá pelas tantas, vivendo no Rio de Janeiro, o bairro do poeta ficou sem água. O cidadão Drummond, indignado, escreveu uma carta aos jornais denunciando a falta do produto. Algumas pessoas, desavisadas, andaram recriminando publicamente tal fato. Afinal, por que um poeta do seu calibre iria descer do pedestal para reclamar de coisa tão banal? A resposta de Drummond foi de uma ironia que engolia a própria obviedade: "Sem água não posso tomar banho". Com muita propriedade, portanto, podemos dizer que sem água não temos comida na mesa, roupa lavada etc. Acontece ainda que a questão da água hoje se impõe dado o ritmo alucinante de expansão de algumas cidades. Cansamos de ouvir, ver e ler que estamos com problemas graves de esgoto a céu aberto, de lixo (dos mais variados) contaminando rios e nascentes. Na cidade de São Paulo, por exemplo, convivemos há anos com esta moléstia: a poluição dos rios Tietê e Tamanduateí, que cortam a cidade - isso, para ficarmos apenas nos dois que são os mais visíveis, que ainda não foram enjaulados pela canalização e não deixaram de ser observados por uma população que nem sequer pressente sua presença. 84 Água é vida. Passamos por um momento em que a questão da água se coloca como problema a ser solucionado a médio prazo. Se isso não for feito, dizem muitos ambientalistas, será o colapso. Assim, convidamos o leitor atento a procurar neste dossiê um texto que lhe agrade, da filosofia à arquitetura - água doce ou salgada. É uma ótima ocasião de se entrar em contato com uma das grandes questões do nosso tempo. Francisco Costa Texto disponível neste link Acessado em 16 de novembro de 2010. Após a leitura, pergunte aos alunos qual o objetivo do texto. Ouça-os e reitere o caráter de apresentação do tema analisado no dossiê e das razões que levaram a essa escolha. Em seguida, peça aos alunos que releiam o texto e identifiquem o uso de uma palavra com valor conclusivo que possa ser substituída pela conjunção "pois", com esse valor. Veja se identificaram a conjunção conclusiva "portanto" no trecho Com muita propriedade, portanto, podemos dizer que sem água não temos comida na mesa, roupa lavada etc. Assinale aos alunos que a conjunção "pois" insere-se entre duas vírgulas quando possui valor de conclusão. Já quando possui valor explicativo, a vírgula a antecede. Proponha aos alunos que escrevam um parágrafo apresentando, segundo as ideias do editorial, as razões que levaram à escolha do tema da revista. Nesse parágrafo, eles devem usar a conjunção "porque" com o valor de causa. 4ª etapa Escreva no quadro o seguinte texto e leia-o em voz alta para os alunos. TEXTO PARA LEITURA Como os jovens delinquentes receberam muito mais trocas agressivas com o mundo exterior (família) do que amorosas, aprendem a conseguir a realização de suas necessidades mediante a violência ou força. Na medida em que crescem, cada vez que desejam algo, buscam obter o que sentiam como necessidade por meio dos furtos, roubos, estupros, homicídios, uso de tóxicos etc., o que, por sua vez, evidencia sua indiferenciação entre o eu e o não-eu e uma defesa compulsiva contra o profundo sentimento de privação. Ao enfrentar a crise da adolescência, onde tanto os impulsos agressivos como os libidinais estão exacerbados, estes menores não encontram um ambiente capaz de abarcar seus desequilíbrios momentâneos, o que favorece, mais uma vez, o aparecimento de atuações criminosas, muitas vezes, irreversíveis. Disponível neste link. Acessado em 16 de novembro de 2010. 85 Solicite que, em duplas, os alunos reflitam sobre o texto e expliquem, por meio de um pequeno texto, os mecanismos utilizados em sua construção. Discuta as respostas dos alunos. Nesse momento, mostre como o texto acima parte de uma afirmação tomada como verdade e causa da violência - os jovens delinqüentes receberam muito mais trocas agressivas com o mundo exterior (família) do que amorosas. Ou seja, devido a essa causa eles aprendem a conseguir a realização de suas necessidades mediante a violência ou força. Essa consequência atua como causa de outra cadeia, gerando outra consequência, pois esses jovens, quando crescem, cada vez que desejam algo, buscam obter o que sentiam como necessidade por meio dos furtos, roubos, estupros, homicídios, uso de tóxicos etc. Solicite aos alunos que reescrevam o primeiro período do texto, invertendo a ordem causa- consequência e utilizando a conjunção "porque". Uma possibilidade de reescrita é: Os jovens delinquentes aprenderam a realizar suas necessidades por meio da violência porque receberam mais trocas agressivas com o mundo exterior que amorosas. Discuta com os alunos a diferença de sentido das duas construções. A anteposição da causa, como ocorre no texto original, sugere um fato conhecido e aceito pelo interlocutor. A anteposição da consequência atenua o caráter persuasivo da construção causal. Após a correção da atividade, proponha a eles que, em dupla, busquem conjunções ou locuções conjuntivas que estabeleçam relações de causa e consequência e reescrevam o trecho acima utilizando uma dessas formas. A tarefa deve ser iniciada em classe e concluída em casa. 5ª etapa Realize a correção da tarefa proposta na aula passada. Entre as possibilidades de conjunções encontramos: pois, já que, uma vez que, dado que, visto que. Em seguida, apresente à turma o texto Brinquedos, de Roland Barthes. O texto foi escrito pelo crítico francês nos anos 1950; portanto, há quase sessenta anos. Nele, Barthes analisa os brinquedos franceses do período e os toma como uma reprodução do mundo adulto. O texto pode oferecer alguma dificuldade para os estudantes, mas deixe a eles - a atividade deve ser realizada em duplas - a tarefa de procurar entendê-lo. Em seguida, informe os alunos que, na próxima aula, eles deverão escrever um texto argumentativo analisando o papel dos brinquedos nos dias atuais, concordando ou não com as ideias de Barthes. Para ajudá-los nessa tarefa, proponha que, em casa, eles releiam e discutam o texto do filósofo com pais, irmãos mais velhos, tios ou outras pessoas da comunidade. BRINQUEDOS O adulto francês considera a criança como um outro eu; nada o prova melhor do que o brinquedo francês. Os brinquedos vulgares são assim, essencialmente, um microcosmo adulto; 86 são reproduções em miniatura de objetos humanos, como se, para o público, a criança fosse apenas um homem pequeno, um homúnculo a quem só se pode dar objetos proporcionais ao seu tamanho. As formas inventadas são muito raras; apenas algumas construções, baseadas na habilidade manual, propõem formas dinâmicas. Quanto ao restante, o brinquedo francês significa sempre alguma coisa, e essa alguma coisa é sempre inteiramente socializada, constituída pelos mitos ou pelas técnicas da vida moderna adulta: o exército, a rádio, o correio, a medicina (estojo miniatura de instrumentos médicos, sala de operação para bonecas), a escola, o penteado artístico (secadores, bobes), a aviação (paraquedistas), os transportes (trens, citroens, lambretas, vespas, postos de gasolina), a ciência (brinquedos marcianos). O fato de os brinquedos franceses prefigurarem literalmente o universo das funções adultas só pode evidentemente preparar a criança a aceitá-las todas, construindo para ela, antes mesmo que possa refletir o álibi de uma natureza que, desde que o mundo é mundo, criou soldados, empregados do correio e vespas. O brinquedo fornece-nos assim o catálogo de tudo aquilo que não espanta o adulto: a guerra, a burocracia, a fealdade, os marcianos etc. Aliás, na realidade, não é tanto a imitação que constituí o signo da abdicação, mas sim a literalidade dessa imitação: o brinquedo francês é, em suma, uma cabeça mirrada de índios jivaro - onde se reencontram numa cabeça com proporções de umamaçã, as rugas e os cabelos do adulto. Existem, por exemplo, bonecas que urinam: possuem um esôfago, e se lhes dá mamadeira, molham as fraldas; sem dúvida, brevemente, o leite transformar-se-á em água, em seus ventres. Pode-se, desta forma, preparar a menininha para a causalidade doméstica, "condicioná-la" para a sua futura função de mãe. Simplesmente, perante este universo de objetos fiéis e complicados, a criança só pode assumir o papel de proprietário, do utente, e nunca o do criador; ela não inventa o mundo, utiliza-o: os adultos preparam-lhe gestos sem aventura, sem espanto e sem alegria. Transformam-na num pequeno proprietário aburguesado que nem sequer tem de inventar os mecanismos de causalidade adulta, pois já lhes são fornecidos prontos: ela só tem de utilizá-los, nunca há nenhum caminho a percorrer. Qualquer jogo de construção, se não for demasiado sofisticado, implica um aprendizado de um mundo bem diferente: com ele a criança não cria nunca objetos significativos; pouco lhes importa se eles têm um nome adulto: o que ele exerce não é uma utilização, é uma demiurgia: cria formas que andam, que rodam, cria uma vida e não uma propriedade; os objetos conduzem a si próprios, já não são uma matéria inerte e complicada na concha da mão. Mas trata-se de um caso raro: o brinquedo francês, de um modo geral, é um brinquedo de imitação, pretende formar crianças-utentes e não crianças criadoras. 87 O aburguesamento do brinquedo não se reconhece só pelas suas formas, sempre funcionais, mas também pela sua substância. Os brinquedos vulgares são feitos de uma matéria ingrata, produtos de uma química, e não de uma natureza. Atualmente muitos são moldados em massas complicadas: a matéria plástica tem assim uma aparência simultaneamente grosseira e higiênica, ela mata o prazer, a suavidade, a humanidade do tato. Um signo espantoso é o desaparecimento progressivo da madeira, matéria um tanto ideal pela sua firmeza e brandura, pelo calor do seu contato; a madeira elimina, qualquer que seja a forma que sustente, o golpe de ângulos demasiado vivos, e o frio químico do metal: quando a criança manipula ou bate com ela onde quer que seja a madeira não vibra e não range, produz um som simultaneamente surdo e nítido; é uma substância familiar e poética que deixa a criança permanecer numa continuidade de tato com a árvore, a mesa, o soalho. A madeira não magoa, não se estraga também; não se parte, se gasta, pode durar muito tempo, viver com a criança, modificar pouco a pouco as relações entre o objeto e a mão; se morre, é diminuindo, e não inchando com esses brinquedos mecânicos que desaparecem sob a hérnia de uma mola quebrada. A madeira faz objetos essenciais, objetos de sempre. Ora, já praticamente não existem brinquedos de madeira só possível, é certo, numa época de artesanato. O brinquedo é doravante químico, de substância e de cor; a própria matéria- prima de que é construído leva a uma cenestesia da utilização e não do prazer. Estes brinquedos morrem, aliás, rapidamente, e, uma vez mortos, não têm para a criança nenhuma vida póstuma. BARTHES, Roland. "Brinquedos" . In: Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999, pp. 40- 42 (com cortes) Avaliação Nesta aula final, as duplas deverão redigir o texto argumentativo anunciado na aula anterior. Eles devem usar pelo menos três conjunções indicativas de relações de causa e consequência. Analise os trabalhos, faça seus comentários para cada dupla e, com base neles, peça a reescrita dos textos. O conjunto da obra pode ser transformado em uma publicação da turma ou ser exposto em murais na escola para acesso dos demais alunos. Sequência Didática para trabalhar com o celular em sala de aula. 2 de abril de 2014 -Robélia Aragão 88 Justificativa: As escolas estão tendo dificuldades de desenvolver um trabalho pedagógico com o uso do celular, uma vez que a tecnologia ainda está distante da proposta pedagógica defendida pela mesma. A maioria dos professores não tem propriedade para explorar as várias vertentes tecnológicos e os alunos não conseguem se desvincular do uso da tecnologia. O celular é o principal recurso tecnológico usado em sala de aula por alunos, os quais usam deliberadamente, sem limites, chegando a interferir em suas capacidades de concentração. Como não podemos desconsiderar o poder do celular, pensei em propor esta sequência didática como uma forma de mostrar possibilidades do uso do mesmo em favor dos momentos de aprendizagem escolar funcional. Disciplinas: Das áreas de Linguagens. Série/Ano: Adaptável. Objetivos: Promover a comunicação entre os pares; Utilizar a tecnologia a favor da aprendizagem; Explorar conteúdos das disciplinas por meio da tecnologia; Otimizar o tempo em sala de aula. Sequência Didática: 1. Peçam aos alunos que levem o celular para a sala de aula; 2. Coletem o número do celular de cada um; 3. Elejam um tema/assunto para os alunos tratarem considerando o conteúdo explorado ; 4. Registrem em uma folha os números dos celulares com os respectivos nomes dos proprietários. Façam um sorteio dos números de celulares entre os participantes da turma; 5. Peçam que os alunos digitem uma mensagem – SMS, sobre a importância das relações humanas, para o colega contendo: vocativo, texto/mensagem, despedida e assinatura; 6. Peçam ao colega que recebeu a mensagem que der retorno; 7. Depois, formem grupos com no mínimo 04 (quatro)alunos; 8. Os grupos deverão pesquisar a história do aparelho de celular , respeitando os parâmetros do processo de comunicação; 9. Agora, cabem aos professores dividir tarefas entre os grupos: Grupo 1: Montar uma linha do tempo com informações e imagens sobre o aparelho de celular, associando aos contextos sociais e históricos. 89 Grupo 2: Pesquisar sobre o uso de celular e a internet e apresentar em forma de seminário, considerando a temática; Grupo 3: Usar o celular para fotografar imagens associadas ao tema eleito e fazer uma exposição; Grupo 4: Usar o celular para fazer um vídeo informativo e criativo sobre a temática. Em seguida, exibir o vídeo em data show. Grupo 05: Fazer um teste/questionário com questões abertas e fechadas em dupla, sendo que sentarão um distante do outro, para que fale ao celular as questões e o outro responda, vice- versa. 7. Por fim, promovam um grande debate sobre O uso do celular no ambiente educativo: limites e possibilidades. Este deverá ser conduzido pelo professor. Robélia Aragão Professora/Coordenadora Pedagógica Leitura e escrita de textos do gênero memórias literárias Objetivo(s) • Ampliar a competência comunicativa, lendo e escrevendo textos socialmente relevantes sobre o trabalho com o gênero textual memórias literárias. • Ler, ouvir, compreender e comentar textos com base no gênero memórias literárias. • Identificar as características formais e discursivas do gênero memórias literárias. • Planejar, produzir, reescrever, revisar e publicar memórias literárias. • Realizar análise linguística sobre os textos produzidos. Conteúdo(s) • Gênero textual Memórias Literárias. • Leitura e compreensão. • Produção textual. • Procedimentos de produção, reescrita e revisão de textos. • Análise linguística - coesão, coerência, plural, tempos verbais, transposição da fala para a escrita, uso da letra maiúscula, pronomes, pontuação, vocabulário. Obs.: dependendo das dificuldades da turma, outros conteúdos linguísticos podem ser acrescentados ao projeto. Ano(s) 6º,7º,8º Tempo estimado - 8 meses 90 Material necessário • Filme "Adorável Professor" (Stephen Herek, 440 min, Buena Vista Filmes do Brasil, tel. 11/5503-9900) • Coletânea "Meu Professor Inesquecível" (Fanny Abramovich/org., 160 págs., Ed. Gente, tel. 11/3670-2500, 31,90 reais) • Conto "Galinha ao Molho Pardo", de Fernando Sabino(1923-2004), presente no livro "O Menino no Espelho" (176 págs., Ed. Record, tel. 21/2585-2407, 34,90 reais). • Biblioteca, acervo de livros ou textos do gênero Memórias Literárias. • Laboratório de informática com acesso a internet (facultativo). Desenvolvimento 1ª etapa Como atividade introdutória, forme um círculo e distribua ao centro várias gravuras que remetam ao campo semântico da Educação. Sugira que cada aluno escolha uma imagem relacionada às suas vivências educacionais e fale sobre fatos e professores que foram importantes. Explique à turma que, nessa aula e nas seguintes, vocês vão falar sobre docentes inesquecíveis. Escolha um texto da coletânea Meu Professor Inesquecível, divida-o de acordo com os parágrafos e peça que cada estudante leia um em voz alta. Promova uma discussão sobre o texto. Proponha uma produção escrita baseada no seguinte enunciado: “É hora de recordar sua vida estudantil. Relembre os melhores momentos, os professores, os acontecimentos inesquecíveis e produza um texto utilizando suas memórias”. Durante as três atividades, inicie o mapeamento da turma com base na análise dos textos produzidos, focando o que cada um já sabe e o que necessita aprender. 2ª etapa Pergunte à classe quais as qualidades de um bom professor. Liste as respostas no quadro. Em seguida, informe que todos assistirão ao filme Meu Adorável Professor. Ao terminar, proponha uma roda de conversa com base nas seguintes questões: • Como se sentiram ao assistir ao filme? • Já tinham ouvido lembranças semelhantes? • A história lembra alguma situação que já vivenciaram? • O que já aconteceu na vida estudantil de vocês que mereça ficar registrado? Os alunos devem falar sobre os temas propostos e registrar as considerações nos cadernos. Divida os alunos em duplas e proponha que façam uma lista com o nome dos bons professores que conheceram, os fatos mais importantes que vivenciaram juntos e o que chamou mais a atenção durante as aulas. Com base nisso, discuta o uso da letra maiúscula. Incentive as duplas 91 a sistematizar as regras de uso. Para finalizar, trabalhe a distinção entre memória e memórias por meio de consultas a dicionários e de uma discussão coletiva. 3ª etapa Lance para a turma uma tempestade de ideias sobre o título da coletânea Meu Professor Inesquecível. Levante os seguintes questionamentos: • Quem é seu professor inesquecível? • O que ele fez de especial? Apresente à classe o escritor Marcos Rey (1925-1999), um dos autores que participam da coletânea. Leia o texto dele em voz alta. Peça que os alunos formem duplas e conversem sobre a maneira como o professor inesquecível do autor é apresentado no texto. Todos devem listar suas considerações. Discuta-as coletivamente e vá preparando, no quadro, um panorama das características do gênero memórias literárias. Peça que os estudantes registrem as informações no caderno. 4ª etapa Distribua vários textos de memórias de diferentes autores para que os alunos realizem uma leitura silenciosa. Divida a turma em duplas e proponha que comentem sobre o que leram, escolham o texto que mais chamou a atenção e apresentem-no oralmente aos colegas. Convide um funcionário da biblioteca escolar (ou outro professor, caso a escola não possua biblioteca) para uma entrevista coletiva. A classe deverá fazer perguntas sobre as memórias estudantis dele. Proponha que cada dupla escreva um texto sobre as memórias que ouviu, prestando atenção nas alterações que ocorrem ao transpor a linguagem oral para a escrita. O trabalho deve ser realizado da seguinte maneira: um aluno é escolhido para ser o escriba e o outro narra as memórias como se fossem dele. O escriba registra tudo no caderno e o colega ajuda a melhorar a produção. Ao surgirem dúvidas, as duplas podem recorrer aos colegas e ao professor. A ideia é que a turma vá aprimorando os textos ao longo da aula. No fim, todos devem registrar no caderno as produções coletivas. Tomando como parâmetro essas produções, selecione alguns trechos dos textos que a turma produziu no começo do projeto. Sem especificar de quem é cada texto, analise coletivamente questões concernentes a coesão, coerência e vocabulário, fazendo as alterações necessárias e promovendo a reescrita coletiva. Chame a atenção também para aspectos relativos ao uso dos tempos verbais e dos pronomes, além de enfatizar a importância dos sinais de pontuação. 92 5ª etapa Realize uma visita à biblioteca da escola. Convide um estudante a escolher um livro na seção de Memórias Literárias e realizar a leitura em voz alta para a turma. Sugira que todos escolham um texto de memórias para realizar a leitura silenciosa na biblioteca e um livro para ler em casa. Incentive os alunos a visitar a biblioteca constantemente e auxilie-os a criar esse hábito. Se a escola possuir laboratório de informática, complemente a atividade pedindo que a turma pesquise na internet informações sobre os autores lidos. Retornando à sala de aula, proponha que os alunos socializem as informações encontradas. Com base nelas, montem coletivamente uma lista com a vida e a obra de cada autor. Escolha um estudante para digitar a lista. Faça cópias dela e entregue à classe. Para finalizar a etapa, com base nelas, elabore um plano global para a produção final do tema meu professor inesquecível. Explique à classe que o texto deve ter as seguintes características: ser construído com base na vivência, ter foco narrativo e pronomes em primeira pessoa, utilizar narrador-personagem, ser uma produção com início, meio e fim e utilizar tempo e espaço apropriados ao gênero. Peça que todos registrem o plano no caderno. Lance a proposta para que cada um prepare um roteiro provisório. 6ª etapa Inicie o trabalho com o texto Galinha ao Molho Pardo. A primeira leitura pode ser feita em voz alta pelo professor e acompanhada pelos alunos, que devem ter uma cópia em mãos. Realize uma análise coletiva dos usos dos sinais de pontuação, que pode resultar na construção de um quadro temático. Relembre todas as atividades realizadas e, de posse do material produzido pelos estudantes ao longo das aulas e do roteiro, peça que cada um comece a produção do texto final. O título deve ser Meu Professor Inesquecível. Explique que as produções vão compor uma coletânea que será apresentada à escola. 7ª etapa Com base na produção da etapa anterior, realize um processo de revisão coletiva e outro individual. Para começar, liste no quadro problemas que permeiam a maioria dos textos, discuta- os e apresente as explicações mais gerais. Em seguida, devolva os textos e proponha que os alunos formem duplas para melhorarem suas produções. Recolha os textos, leia-os minuciosamente e anote sugestões para aprimorá-los. Entregue as produções com observações específicas para que cada um realize a reescrita individual. Leia novamente os textos e sugira os últimos aprimoramentos e as questões ortográficas que precisam ser ajustadas. Estabeleça um prazo para a entrega da versão final. Para finalizar, peça que os alunos produzam uma capa 93 para a coletânea. Organize o livro e prepare a cerimônia de lançamento. Faça uma lista de professores, funcionários e membros da comunidade que serão convidados. Produto final Livro com as memórias literárias da turma. Avaliação Os avanços na aprendizagem precisam ser avaliados por meio da análise comparativa das produções, registro processual dos textos e dificuldades da turma e das intervenções realizadas pelo professor. Tudo deve ser registrado e organizado em um portfólio. Análise dos personagens na narrativa Objetivo(s) • Aumentar o repertório literário. • Ler textos pré-selecionados e analisar os personagens, identificando as características e a importância de cada um para a narrativa. • Apresentar um seminário sobre os personagensdas histórias lidas. Conteúdo(s) • Leitura. Ano(s) 6º, 7º,8º,9º. Tempo estimado 12 aulas. Material necessário • Textos: Felicidade Clandestina (Clarice Lispector, 60 págs., Ed. Rocco), O Doido da Garrafa (Adriana Falcão, 132 págs, Ed. Planeta do Brasil), Suflê de Chuchu (publicado em Comédias Para se Ler na Escola, Luis Fernando Veríssimo, 148 págs, Ed. Objetiva), Rosa Regada (publicado em Boa Companhia - Contos, Amilcar Bettega Barbosa, 128 págs. Ed. Companhia das Letras). Desenvolvimento 1ª etapa Retome com os jovens a estrutura básica de uma narrativa (espaço, narrador, tempo, enredo, personagem, tipo de discurso) e explique que vocês vão aprofundar o estudo sobre o personagem. Mostre a diferença entre as funções que podem ser desempenhada por ele: protagonista, antagonista ou secundário. Relembre também a classificação quanto à evolução 94 na narrativa: personagem plano (ou linear), que mantém o comportamento, e personagem redondo (ou esférico), que surpreende no desenrolar da trama. 2ª etapa Apresente os títulos dos quatro textos a serem estudados: Felicidade Clandestina, O Doido da Garrafa, Suflê de Chuchu e Rosa Regada e apresente os autores. Incentive a turma a realizar inferências sobre os textos somente com base nos títulos. Por exemplo, em que consistiria uma felicidade clandestina? O que seria um doido da garrafa? E que garrafa seria essa? O que terá acontecido com o suflê? Será que há relação com o fato do chuchu ser considerado insosso? A rosa do título seria uma mulher com esse nome ou se acaso se referiria à flor? Discuta essas e outras questões e monte um quadro com as opiniões. 3ª etapa Distribua cópias de todos os textos para os alunos e solicite que leiam o material individualmente. Considere realizar o momento da leitura em outro ambiente que não a sala de aula, como o pátio ou o jardim da escola e recomende algumas leituras para serem realizadas como tarefa de casa. Combine um prazo com a garotada. 4ª etapa Encerradas as leituras, peça que estudantes comentem os textos lidos e retome as questões sobre os títulos, que foram registradas no quadro anteriormente: quais inferências se confirmaram? 5ª etapa Divida a classe em três grupos - cada um será responsável por analisar mais a fundo uma histórias já lidas e também os personagens que fazem parte delas. Os jovens poderão escolher de qual grupo querem participar. Para começar a análise dos personagens, eleja um dos textos - por exemplo, Suflê de Chuchu - e organize um trabalho coletivo, em que você faça o papel de mediador. Assim, os alunos terão um modelo a seguir quando estiverem analisando o texto eleito por eles. Além de chamar atenção para as descrições feitas pelo autor, ressalte outros aspectos que podem ter muito a revelar sobre os personagens. Dentre eles, o jeito de falar e o vocabulário usado por eles e o comportamento de cada um. Com Suflê de Chuchu, instigue os alunos a inferir como era a vida da personagem Duda no Brasil antes da viagem, principalmente no que se refere às tarefas domésticas. Sugira que façam um contraponto com a realidade dela na França. Peça também que caracterizem os pais da personagem (protetores, modernos, tradicionais...). O fragmento do 1º parágrafo pode servir de ponto de partida para a análise: "(...) O primeiro telefonema desde que ela embarcara, mochila nas costas (a Duda, que em casa não levantava nem a sua roupa do chão!), na Varig, contra a vontade do pai e da mãe.". 95 6ª etapa Explique para a turma que a tarefa agora é cada grupo analisar os personagens da narrativa escolhida e preparar um seminário a respeito. Ressalte a importância de todos os grupos contarem com um material para apoiar as falas (como cartazes ou slides) durante a apresentação. Esclareça também a validade de prepararem uma explanação breve sobre a vida do autor da história. Quanto às análises das personagens, deixe claro para os alunos que elas devem ir além das classificações estudadas anteriormente (personagem plano ou esférico, protagonista, antagonista ou secundário). Esclareça que é importante que eles busquem no texto informações - explícitas ou não - para apresentar os personagens. Instrua-os a buscarem pistas no modo de falar e no vocabulário deles, na forma com que se vestem, no temperamento, nas relações com os outros personagens... 7ª etapa Agende reuniões com cada grupo para que os jovens apresentem a você o que analisaram até então. Ajude-os a aperfeiçoar o trabalho, apresentando questões desafiadoras. Por exemplo: • "No conto Felicidade Clandestina há uma descrição minuciosa da filha do dono da livraria, porque será que isso acontece?", "Com base no que o autor escreveu, como provavelmente é a narradora?". Sugira para a turma listar os dados que revelam informações sobre os personagens e analisá-los, lembrando que a narradora-personagem deste texto é descrita física e psicologicamente (como aparece nos trechos "Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres" ou "Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe."). • Em O Doido da Garrafa chame a atenção dos alunos para o parágrafo inicial do texto. "O que faz o personagem ser considerado doido pelas outras pessoas?" e "Quais atitudes ou gestos do personagem estão realmente fora do que a sociedade considera ¿normal¿ e quais são ¿comuns¿"? Instigue-os a perceber as características apresentadas sobre os outros personagens do texto. Chame a atenção ainda para as descrições metafóricas usadas para caracterizar o modo de vida do "doido da garrafa", como aparece no trecho: "Sentia uma paixão azul dentro do peito, desde criança, sempre que olhava o mar e orgulhava-se muito disso". • No texto Rosa Regada chame a atenção para a descrição feita sobre Rosa no primeiro parágrafo. Qual possivelmente é a idade dela? É possível saber como ela é física e psicologicamente usando o texto como base? Como interpretar a afirmativa, contida no texto: "Rosa era quase um verão"? Sobre seus pais, chame a atenção sobre a relação entre eles e seus afazeres (o pai duro e silencioso de formão em punho e a mãe, em um canto da choupana, 96 tecendo uma colcha para um inverno distante). Peça que os jovens analisem também a relação da personagem com a natureza e a importância disso para o desenrolar da narrativa. Avaliação Analise se cada aluno foi capaz de ler com atenção e autonomia os textos selecionados, identificar e analisar os personagens, além de participar ativamente das discussões. No que se refere à apresentação do seminário, avalie a participação em todo o processo de pesquisa, montagem do material de apoio e na apresentação. É importante verificar também a qualidade das inferências feitas pelos estudantes e o quanto eles se prendem a características explícitas. Para aperfeiçoar eventuais fragilidades de leitura, é interessante selecionar um novo texto para que a turma realize mais uma análise, desta vez, individualmente. ATIVIDADE 6 - SEQUÊNCIA DIDÁTICA: A POESIA DO COTIDIANO Objetivo(s) • Relacionar o gênero poema à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente. • Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios dos alunos. • Inferir, dos elementos presentes no próprio poema, o significado de palavras e expressões de sentido figurado. • Valorizar a leitura literária como experiência estética. • Compartilhar impressões sobre as obras. • Identificar elementos do estilo do autor. Conteúdos • Leitura. • Comunicação oral. Anos - 7º e 8º. Tempo estimado - Sete aulas. Material necessário Pôster com poemas de Mario Quintana e livros Esconderijos do Tempo (88 págs., Ed. Alfaguara, tel. 21/2199-7824, 29,90 reais), O Aprendiz deFeiticeiro Seguido de Espelho Mágico (184 págs., Ed. Alfaguara, 32,90 reais), Preparativos de Viagem (96 págs., Ed. Alfaguara, 29,90 reais) e Baú de Espantos (148 págs., Ed. Globo Livros, tel. 11/3767-7402, edição esgotada), todos de 97 Quintana. Caso não possua exemplares em quantidade suficiente, providencie cópias dos poemas a ser trabalhados durante a sequência. Desenvolvimento 1ª etapa Explique aos alunos que eles farão a leitura de vários textos de um dos maiores poetas brasileiros e que, no fim, organizarão um sarau. Escolha um poema de Mario Quintana que você aprecie, leia para todos e explicite os motivos pelos quais o selecionou. Converse sobre o que os jovens pensam do ofício de ser poeta. Pergunte: "Como esses escritores se inspiram?", "Que poetas vocês conhecem?" e "De que poemas lembram?". Nas respostas, todos poderão compartilhar seu repertório desse gênero. Promova uma leitura compartilhada de O Velho Poeta, do livro Preparativos de Viagem, incluído no pôster que acompanha esta sequência. Ali, o autor revela que tem as mesmas dúvidas de todo ser humano. No entanto, nada o apavora mais do que o próximo texto. Discuta essas percepções. A ideia não é que todos cheguem a uma interpretação única, mas que possam trocar impressões. Na aula seguinte, divida a turma em grupos de até quatro alunos e distribua um poema para cada equipe. Informe que todos farão a leitura e conversarão sobre outros textos do autor que abordam o trabalho do poeta. É fundamental que você selecione e leia os textos anteriormente para planejar como apresentá- los. A seleção pode contemplar Os Grilos e O Poeta, de Preparativos de Viagem, e Se o Poeta Falar num Gato, O Poeta Canta a Si Mesmo e O Poeta É Belo, de Esconderijos do Tempo, este último presente no pôster. Deixe que os adolescentes compartilhem nos grupos seus comentários acerca do que leram. Enquanto conversam, observe os aspectos notados e, caso julgue necessário, apresente sua opinião. Confira se conseguem perceber os efeitos criados por algumas figuras de linguagem utilizadas pelo autor. Por fim, convide cada grupo a apresentar o poema lido e deixe que os demais comentem. 2ª etapa Nos próximos encontros, o tema será o poema. O objetivo é mostrar que para o autor a linguagem poética está mais próxima do que imaginamos: em animais feridos e em pedras escondidas em abismos, por exemplo. Mas, para que o leitor possa ver a poesia da vida, é preciso que os poetas traduzam-na em palavras. Escolha os textos de que você mais gostou ligados a esse tema para apreciar com os alunos e indique outros para que leiam em casa. Algumas opções são: Os Poemas e Eu Fiz um Poema, ambos do livro Esconderijos do Tempo, o último incluído no pôster; O Poema, de O Aprendiz de Feiticeiro Seguido de Espelho Mágico; Poesia, Sempre Que Chove e O Verso, de Preparativos de Viagem; e O Pobre Poema, A Missa 98 dos Inocentes, Poema Desenhado, Poema Ouvindo o Noticiário e Data e Dedicatória, de Baú de Espantos. Chame a atenção para as metáforas (presentes em "O verso é um doido cantando sozinho", de O Verso) e comparações ("Eu fiz um poema belo / e alto / como um girassol de Van Gogh / como um copo de chope sobre o mármore", de Eu Fiz um Poema). 3ª etapa Organize os alunos em duplas, trios ou quartetos e peça que preparem a leitura de um poema de Quintana para uma apresentação para a classe. Não é obrigatório que decorem, mas, se isso for possível, vai engrandecer a experiência. Indique que ensaiem e atentem para as pausas, o ritmo e a sonoridade dos textos. Para ajudá-los, promova a audição de gravações em que poetas e atores leem poemas. Neste site, há vários exemplos em áudio e vídeo. Outras opções são os vídeos encontrados em bit.ly/abujamra1 e bit.ly/paulojose, com leituras feitas pelos atores Antônio Abujamra e Paulo José, respectivamente. Ao ouvir as declamações ou assistir a elas, ajude a classe a observar a entonação utilizada e as palavras destacadas. Experimente, junto com os alunos, fazer a leitura de alguns dos textos que ouviram ressaltando outros termos. Ao se preparar para o sarau, eles deverão planejar quais palavras irão ressaltar e como. No dia da apresentação, afaste as mesas e distribua as cadeiras em semicírculo para que todos possam ver e ouvir com atenção os colegas. 4ª etapa Organize uma visita à biblioteca da escola ou selecione alguns sites para que todos possam conhecer outras obras de Quintana. Disponibilize folhas pautadas avulsas para que copiem os poemas de que mais gostarem. De volta à sala, exponha os poemas compilados em um varal e fixe na parede o pôster desta edição. Explique que o material ficará exposto para que os alunos voltem a consultá-lo livremente. Avaliação Acompanhe as aprendizagens obtidas pela turma nessa sequência observando se cada um: • participa das conversas e valida suas impressões com base em trechos dos poemas; • estabelece relações entre as leituras propostas outros textos conhecidos; • identifica características do estilo do autor ao escrever sobre o ofício do poeta e o poema. Consultoria: Denise Guilherme Assessora pedagógica e formadora de professores 99 Por Camila Camilo "A Festa de Babette": aproxime a garotada dos contos de Clarice Lispector Publicado por Objetivo(s) Comparar as linguagens cinematográfica e literária. Conteúdo(s) A linguagem cinematográfica e a literária. Ano(s) 7º, 8º Material necessário Filme "A Festa de Babette". Trechos selecionados A sequência em que o jantar de aniversário é servido (1h04m20s a 1h41m06s), que será usada como base para a atividade. Desenvolvimento 1ª etapa Introdução Na Dinamarca do século 19, duas irmãs vivem numa aldeia isolada com o pai, que é o pastor de uma pequena igreja protestante. Alguns anos depois, uma francesa refugiada chamada Babette implora por ajuda e passa a trabalhar como governanta da casa. Após a morte do pai, as duas decidem realizar um jantar para comemorar o 100º aniversário de seu nascimento. "A Festa de Babette pode ser trabalhada para comparar a linguagem cinematográfica e a literária, já que o texto lembra bastante um conto de Clarice Lispector (1920-1977)", comenta o professor Claúdio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo. Mostre à turma a cena de A Festa de Babette, que tem uma forte semelhança com o conto A Repartição dos Pães, da escritora Clarice Lispector, do livro Laços de Família (Rocco, 1998, 126 págs., 24 reais, tel. 21/ 3525-2000). Proponha a leitura individual do texto. Se for a primeira obra da autora lida pela turma, fale um pouco sobre ela e sobre sua produção. Após a leitura, esclareça possíveis dúvidas e, em seguida, peça que escrevam individualmente sobre as analogias que encontraram entre o conto e o filme. Organize uma discussão coletiva sobre como o mesmo tema foi tratado de forma diversa por meio da linguagem literária e cinematográfica. Avaliação 100 Analise os textos produzidos observando se o tema sugerido por você foi contemplado. Avalie também a participação dos estudantes no debate, verificando se o conteúdo tratado foi compreendido por todos. Literatura na escola - 9º ano: Poemas de Baudelaire Objetivo(s) • Estimular o gosto pela leitura; • desenvolver a competência leitora; • desenvolver a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade e o senso crítico; • estabelecer relações entre o lido/vivido ou conhecido (conhecimento de mundo); • reconhecer a diferença entre sentido literal e figurado; • aprofundar-se na particularidade da palavra poética; • conhecer algumas características da poética de Baudelaire. Conteúdo(s) • Eu lírico ou Eu poético; • Modernidade; • Sentido literal e figurado; • Paráfrase, hipótese, análise e interpretação. Ano(s) 9º Tempo estimado 6 aulas Material necessário • LivroAs Flores do Mal, Charles Baudelaire. 660 págs, Editora Nova Fronteira, tel (21) 2131 1183, preço 72 reais Desenvolvimento 1ª etapa Introdução Esta é a décima quarta de uma série de 16 sequências didáticas que formam um programa de leitura literária para o Ensino Fundamental II. Clique aqui para acessar o conteúdo completo. Em aula expositiva dialogada, apresente aos alunos um pouco da biografia de Charles Baudelaire 101 Charles Baudelaire Paris, França 1821- 1867 Órfão de pai aos seis anos, Charles-Pierre Baudelaire viria a odiar o segundo marido da mãe, o general Jacques Aupick. Após anos de desavenças com o padrasto, Baudelaire interrompeu os estudos em Lyon, na França, para fazer uma viagem à Índia. Na volta, participou da Revolução de 1848. Após esse período conturbado, passou a frequentar a elite aristocrática. Envolveu-se com a atriz Marie Daubrun, a cortesã Apollonie Sabatier e a também atriz Jeanne Duval, uma mestiça por quem se apaixonou e a quem dedicou o ciclo de poemas "Vênus Negra". Em 1847, lançou "La Fanfarlo", seu único romance (trata-se, mais propriamente, de uma novela autobiográfica). Dez anos depois, quando se publicaram "As Flores do Mal" ("Les Fleurs du Mal"), todos os envolvidos com o livro foram processados por obscenidade e blasfêmia. Além de pagarem multa, viram-se obrigados a retirar seis poemas do volume original - só publicado na integra em edições póstumas. Tanto "As Flores do Mal" como "Pequenos Poemas em Prosa" (póstumos, 1869) introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo opostos existenciais como o sublime e o grotesco. Entre seus ensaios, destaca-se "O Princípio Poético" (1876), em que fixa as bases de seu trabalho. Nos diários (também publicados postumamente), revela-se profético e radical contestador da civilização moderna. De 1852 a 1865, Baudelaire traduziu os textos do poeta e contista norte-americano Edgar Allan Poe por quem se entusiasmara já no final da década de 1840. Outro Baudelaire, o sifilítico e usuário de drogas, surge em "Os Paraísos Artificiais, Ópio e Haxixe" (1860), uma especulação sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirada pelas "Confissões de um Comedor de Ópio" (1821), do escritor inglês Thomas de Quincey. Há também obras de cunho intimista e confessional, como "Meu Coração Desnudo". Dissipou seus bens na boemia e na jogatina parisienses. Mergulhado em dívidas, teve de resignar-se a medidas judiciárias tomadas pelos familiares, e um tutor foi nomeado para controlar-lhe os gastos. Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de tribulações, Baudelaire morreu com apenas 46 anos, nos braços da mãe. Seu talento e seu intelecto só seriam totalmente reconhecidos depois. No século 20, tornou-se um ícone, influenciando direta e indiretamente toda a moderna poesia ocidental. 102 http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u312.jhtm 2ª etapa Leia com os alunos o poema "O albatroz" e garanta a compreensão do vocabulário. O Albatroz Às vezes, por prazer, os homens de equipagem Pegam um albatroz, enorme ave marinha, Que segue, companheiro indolente de viagem, O navio que sobre os abismos caminha. Mal o põem no convés por sobre as pranchas rasas, Esse senhor do azul, sem jeito e envergonhado, Deixa doridamente as grandes e alvas asas Como remos cair e arrastar-se a seu lado. Que sem graça é o viajor alado sem seu nimbo! Ave tão bela, como está cômica e feia! Um o irrita chegando ao seu bico em cachimbo, Outro põe-se a imitar o enfermo que coxeia! O poeta é semelhante ao príncipe da altura Que busca a tempestade e ri da flecha no ar; Exilado no chão, em meio à corja impura, As asas de gigante impedem-no de andar. Em seguida, peça aos alunos que formulem por escrito, em grupos de quatro, uma paráfrase e uma hipótese interpretativa sobre o poema. Para isso, entregue aos grupos as seguintes questões: 1. O que fala cada um dos poemas? Faça uma "paráfrase" de cada poema, ou seja, explicite seu conteúdo no nível mais literal possível. 2. Do que falam os poemas? Arrisque uma hipótese interpretativa do sentido figurado do poema. Depois que os grupos terminarem, socialize os resultados. 103 Paráfrase A paráfrase é a primeira parte da análise. A ela corresponde à resposta da questão "o que fala o poema?". É uma espécie de explicitação do sentido literal do texto, por mais evidente ou estranho que isso possa parecer. Exemplo: O poema fala sobre um albatroz capturado por marinheiros de um navio. Impedida de voar, a ave, imponente nos céus, reduz-se a uma figura desengonçada, cômica e feia, arrastando pelo chão suas enormes asas. O Eu lírico compara o albatroz ao poeta, que se sobressai no terreno do elevado, mas move-se mal ao rés-do-chão. Hipótese interpretativa Existe uma espécie de paradoxo entre análise e interpretação. Se por um lado a interpretação é uma consequência do que foi investigado na análise, por outro é a própria interpretação que norteia a análise toda. Quando começamos a analisar um poema, estamos buscando elementos para atingir o seu sentido mais profundo. Ao mesmo tempo, desde o início temos em mente uma possibilidade de leitura, uma hipótese interpretativa. O que vamos fazer aqui é torná-la consciente. Exemplo: A comparação entre o poeta e o albatroz refere-se aos temas da poesia. O poeta seria capaz de produzir versos belos quando figura temas elevados, como o amor, a vida ou a natureza. No entanto, posto ao nível da vida cotidiana, ele seria incapaz de fazer bons versos. Como pode-se notar, há uma distância entre o sentido literal e o figurado desse poema. Para verificar se nossa hipótese tem fundamento, é preciso partir para a análise. 3ª etapa Mostre à classe como a compreensão do sentido literal do poema se distancia da compreensão do sentido figurado. Em seguida, tente tornar claro para a turma as operações mentais que fazemos para passar de um nível ao outro. Esse é o momento da análise. Oralmente, pergunte: 104 a) Em que aspectos poeta e albatroz podem ser comparados? b) Para o poeta, o que seria buscar as alturas? c) Por que, uma vez no chão, ele estaria "exilado" Análise Analisar é "desmontar" o poema, é verificar de que forma as palavras deixam a sua acepção corrente e ganham a dimensão de imagem. É investigar a organização do discurso poético: quais são as partes que o compõem e como elas se articulam. Cada poema tem inúmeros elementos que, articulados, geram diferentes significações. A ideia não é investigar todos esses elementos de forma mecânica, mas somente aqueles que sirvam para verificar a sua hipótese interpretativa. A análise constrói argumentos que sustentam a interpretação. É ela que vai conduzir o leitor através do seu raciocínio. É como se, lendo a sua hipótese interpretativa, o leitor dissesse "não entendi" ou "não concordo". Sua análise é o caminho para convencê-lo. Se durante o processo de análise perceber que sua hipótese não é central para a compreensão do "sentido profundo" do poema, demonstre, sempre de forma argumentativa, a não centralidade da sua tese anterior (hipótese interpretativa) e formule sua nova hipótese. Com ela formulada, continue a convencer o leitor dos novos rumos da sua análise. Não há problema nenhum em trocar de hipótese. Ao contrário, muitas vezes isso é indício de uma leitura rigorosa. Não podemos esquecer também que, em arte, forma é conteúdo. Por isso, é preciso ressaltar a contribuição que alguns aspectos formais possam vir a ter na economia do poema. "Aspectos formais" são elementos que se referem menos diretamente ao que foi escrito e mais ao como foi escrito: as rimas, a divisão em versos, repetições de palavras, refrões, aliterações, assonâncias, as diferentesfiguras de linguagem etc. O que, na forma do poema "o albatroz", chama mais atenção? Exemplo resumido: O poema "O albatroz" possui uma estrutura simples: todo ele se organiza em torno da comparação entre a ave e o poeta. A primeira estrofe narra o passatempo dos marinheiros de capturar um albatroz para seguir viagem no navio. A segunda, descreve o quanto a ave é desajeitada quando em solo firme. Na terceira estrofe o Eu lírico se dirige ao albatroz e manifesta seu espanto diante da feiúra do bicho quando este anda ao invés de voar. 105 Na última estrofe o Eu lírico, ao comparar o "príncipe da altura" ao poeta, abre para o sentido figurado a leitura das três estrofes anteriores: o poeta, ao rés-do-chão, é cômico e feio, e aquilo que o eleva aos céus o impede de andar "em meio à corja impura". Para compreender "O albatroz" e alguns elementos essenciais da poética de Baudelaire, é preciso conhecer sua importância para a poesia moderna e seu lugar na história da literatura ocidental. Por isso, a análise agora dará lugar ao comentário. 4ª etapa Em alguns poemas, a análise solicita informações externas à obra para elucidar seu sentido mais profundo. "A partir de agora, [o poema] será concebido não como um todo autônomo, mas parcela de um todo maior. Assim como as partes do poema são elementos de um conjunto próprio, o poema por sua vez é parte de um conjunto formado pelas circunstâncias de sua composição, o momento histórico, a vida do autor, o gênero literário, as tendências estéticas de seu tempo, etc. Só encarando-o assim teremos elementos para avaliar o significado da maneira mais completa possível (que é sempre incompleta, apesar de tudo)", diz Antonio Candido no livro Na sala de aula: caderno de análise literária. E, em aula expositiva, explique à turma um pouco sobre a importância de Baudelaire para a poesia moderna. Comentário Exemplo resumido: Charles Baudelaire é considerado o precursor da poesia moderna. Ele percebeu como ninguém a mudança de sensibilidade inerente à vida agitada das grandes cidades da era industrial. No mundo moderno, não há mais lugar para a comoção lírica e o poeta precisa se adaptar aos novos tempos. Para Baudelaire, o poeta moderno deve abandonar o belo sublimado da poesia romântica e descer ao rés-do-chão para falar com um leitor cuja sensibilidade está habituada a vivências de choque. Os leitores dessa nova realidade têm os sentidos hiperexcitados pelo mundo das mercadorias e estão pouco afeitos a efusões líricas. Têm a sensibilidade embotada e a imaginação reduzida. Por isso, mundo moderno exige uma nova poesia, que encontre beleza no feio, na lama, na miséria. Baudelaire reivindicou a todos os aspectos da realidade, inclusive os mais horrendos e grotescos, o direito de serem figurados na linguagem poética. 5ª etapa 106 Organize a turma em grupos de quatro e peça que respondam novamente às questões da terceira aula, mudando o que acharem necessário. Acrescente a seguinte questão: Há uma crítica ao poeta figurado no poema? Qual seria ela? Interpretação Interpretar significa escolher uma leitura entre outras possíveis. A interpretação corresponde à resposta da questão "do que fala o poema". Ela é a exposição de seu sentido profundo. É ele que estamos buscando desde o início. É também agora que vamos refazer de forma sintética o caminho da primeira hipótese, a "hipótese interpretativa", até a formulação final que fizemos durante o processo de análise e concluir o trabalho. Exemplo resumido: Dissemos na hipótese interpretativa que a comparação entre o poeta e o albatroz referia-se aos temas da poesia. Após a análise ter lançado mão do comentário, podemos ampliar nossa primeira hipótese: Ao comparar o poeta ao albatroz, Baudelaire clama uma adaptação dos poetas a realidade do mundo moderno. É preciso que o poeta abandone os vôos altos da sublimação romântica e aprenda a andar com os pés no chão, escolhendo como tema de poesia tudo o que a vida oferecer, incluindo o que choca por ser feio, fétido, desagradável ou grotesco. 6ª etapa Leia com a turma os poemas transcritos abaixo para mostrar como Baudelaire usou todo tipo de tema como matéria para seus versos. A mendiga ruiva Ruiva e branca a aparecer, Cuja roupa deixar ver Por seus rasgões a pobreza Como a beleza, A mim, poeta sofredor, Teu corpo de um mal sem cura Todo manchas de rubor, Só tem doçura. E calças (muito mais bela Que a Rainha da Novela Com os seus coturnos brancos) 107 Os teus tamancos. Em vez de molambos, mal Não te iria a roupa real, Chegando as ondulações Até os talões; Em vez de meia de crivos, Para os olhos dos lascivos Um punhal na perna linda Brilhasse ainda; E laços mal apertados Mostrem aos nossos pecados Os teus seios a brilhar Como um olhar; Para seres desnudada Tu te faças de rogada. Possam expulsar teus braços Dedos devassos; Pérolas formosas, ou Poemas do mestre Belleau Que os galantes na prisão Sempre te dão, A chusma dos rimadores Dedicando-te primores, Contemplando-te o escarpim No varandim, Muito pagem a sonhar E muito senhor Ronsard Olhariam com sigilo Teu fresco asilo! No leito dos teus delírios Terás mais beijos que lírios Tua lei dominará Mais de um Valois! - Porém segue a tua lida, 108 Só por sobras de comida Jogadas por distanciadas Encruzilhadas; E só quer teu sonho louco Joias que valem bem pouco Que eu nem posso, ó Deus clemente, Dar de presente. Nada te orna neste instante, Perfume, rubim, diamante, Só tua nua magreza! Minha beleza! A uma passante A rua em torno era um frenético alarido. Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa, Uma mulher passou, com sua mão suntuosa Erguendo e sacudindo a barra do vestido. Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina. Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia No olhar, céu lívido onde aflora a ventania, A doçura que envolve e o prazer que assassina. Que luz... e a noite após! - Efêmera beldade Cujos olhos me fazem nascer outra vez, Não mais hei de te ver senão na eternidade? Longe daqui! tarde demais! nunca talvez! Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste, Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste! Uma carniça Lembra-te, meu amor, do objeto que encontramos Numa bela manhã radiante: Na curva de um atalho, entre calhaus e ramos, 109 Uma carniça repugnante. As pernas para cima, qual mulher lasciva, A transpirar miasmas e humores, Eis que as abria desleixada e repulsiva, O ventre prenhe de livores. Ardia o sol naquela pútrida torpeza, Como a cozê-la em rubra pira E para ao cêntuplo volver à Natureza Tudo o que ali ela reunira. E o céu olhava do alto a esplêndida carcaça Como uma flor a se entreabrir. O fedor era tal que sobre a relva escassa Chegaste quase a sucumbir. Zumbiam moscas sobre o ventre e, em alvoroço, Dali saíam negros bandos De larvas, a escorrer como um líquido grosso Por entre esses trapos nefandos. E tudo isso ia e vinha, ao modo de uma vaga, Ou esguichava a borbulhar, Como se o corpo, a estremecer de forma vaga, Vivesse a se multiplicar. E esse mundo emitia uma bulha esquisita, Como vento ou água corrente, Ou grãos que em rítmica cadência alguém agita E à joeira deita novamente. As formas fluíam como um sonho além da vista, Um frouxo esboço em agonia, Sobre a tela esquecida, e que conclui o artista Apenas de memória um dia. Por trás das rochas, irrequieta, uma cadela Em nós fixava o olho zangado, Aguardando o momento de reaver àquela Náusea carniça o seu bocado. - Pois hás de ser como essa infâmia apodrecida, 110 Essa medonha corrupção, Estrela de meus olhos, sol de minha vida, Tu, meu anjo e minha paixão! Sim! tal serás um dia, ó deusa da beleza, Após a bençãoderradeira, Quando, sob a erva e as florações da natureza, Tornares afinal à poeira. Então, querida, dize à carne que se arruína, Ao verme que te beija o rosto, Que eu preservei a forma e a substância divina De meu amor já decomposto! Avaliação Divida a classe em grupos de quatro e peça que cada grupo escolha um poema de As Flores do Mal. Diante do poema escolhido, os grupos devem responder por escrito às seguintes questões: 1. O que fala cada um dos poemas? Faça uma "paráfrase" de cada poema, ou seja, explicite seu conteúdo no nível mais literal possível. 2. Do que falam os poemas? Arrisque uma hipótese interpretativa do sentido figurado do poema. 3. Como cada poema fala? Descreva como as palavras se organizam em cada um dos poemas para produzir os sentidos que você intuiu na questão 2. Se for possível, analise posteriormente em classe os poemas trabalhados pelos grupos. Quer saber mais? Poemas de Baudelaire na internet: - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-baudelaire/o-albatroz.php -http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-baudelaire/a-mendiga-ruiva.php - http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pidp/pidp010748.htm -http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-baudelaire/as-litanias-de-sata.php - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-baudelaire/uma-carnica.php Literatura na escola - 9º ano: Contos de Julio Cortázarr Objetivo(s) Estimular o gosto pela leitura; Desenvolver a competência leitora; 111 Desenvolver a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade e o senso crítico; Estabelecer relações entre o lido/vivido ou conhecido (conhecimento de mundo); Conhecer as características do gênero Conto; Conhecer as características da narrativa fantástica. Ano(s) 6º,7º,8º,9º Tempo estimado - Seis aulas Material necessário - Livro Todos os fogos o fogo. Julio Cortázar. Ed. Civilização Brasileira, 2009 Desenvolvimento 1ª etapa Introdução Esta é a décima terceira de uma série de 16 sequências didáticas que formam um programa de leitura literária para o Ensino Fundamental II Antecipação/Motivação/Sensibilização Lance a pergunta à classe: - Você já ouviu falar do escritor Julio Cortázar? Conhece alguma obra que ele escreveu? Apresente o autor aos alunos. Julio Cortázar Filho de pai diplomata, Julio Cortázar nasceu por acaso em Bruxelas, no ano de 1914. Com quatro anos de idade foi para a Argentina. Com a separação de seus pais, o escritor foi criado pela mãe, uma tia e uma avó. Adquiriu o título de professor normal em Letras e iniciou seus estudos na Faculdade de Filosofia e Letras - tendo que abandoná-la em seguida, por problemas financeiros. Para poder viver, deu aulas em diversos colégios do interior do país. Por não concordar com a ditadura vigente na Argentina, mudou-se para Paris em 1951. Autor de contos considerados como os mais perfeitos no gênero, podemos citar entre suas obras mais reconhecidas "Bestiário" (1951), "Las armas secretas" (1959), "Rayuela" (1963), "Todos los fuegos el fuego" (1966), "Ultimo round" (1969), "Octaedro" (1974), "Pameos y Meopas" (1971), "Queremos tanto a Glenda (1980) e "Salvo el crepúsculo" - póstumo (1984). O escritor morreu em Paris, de leucemia, em 1984. 112 http://www.releituras.com/jcortazar_menu.asp 2ª etapa Leia com os alunos o conto "A Autoestrada do Sul", de Julio Cortázar, publicado no livro Todos os fogos o fogo, conversando, ao final da leitura, sobre as possíveis dúvidas e a compreensão do enredo. 3ª etapa Peça aos alunos que se reúnam em grupos de quatro e, com base no conto lido na aula anterior (e em todos os outros do repertório de sua turma), tentem chegar a uma definição de conto. Em seguida, discuta coletivamente as hipóteses da turma. Tente chegar a uma definição coletiva. Julio Cortázar, além de grande contista, teorizou sobre o gênero conto. No livro Valise de cronópio (ed. Perspectiva, São Paulo, 2006.), Cortázar fala sobre o gênero em dois momentos: "Alguns aspectos do conto" (p. 135 a 146) e "Do conto breve e seus arredores" (p. 227 a 238). É interessante que o professor leia tais ensaios para discutir o conto enquanto gênero com seus alunos. A seguir, alguns apontamentos de Julio Cortázar: ("Alguns aspectos do conto") Quase todos os contos que escrevi pertencem ao gênero chamado fantástico por falta de nome melhor, e se opõem a esse falso realismo que consiste em crer que todas as coisas podem ser descritas e explicadas... (p.148) ... o conto parte da noção de limite, e, em primeiro lugar, de limite físico, de tal modo que, na França, quando um conto ultrapassa vinte páginas, toma já o nome de nouvelle... (p. 151) ...o Romance e o conto se deixam comparar analogicamente com o cinema e a fotografia, na medida em que um filme é em princípio uma "ordem aberta", romanesca, enquanto que uma fotografia bem realizada pressupõe uma justa limitação prévia, imposta em parte pelo reduzido campo que a câmara abrange e pela forma com que o fotógrafo utiliza esteticamente essa limitação. ...o fotógrafo ou o contista sentem necessidade de escolher e limitar uma imagem ou um acontecimento que sejam significativos, que não só valham por si mesmos, mas também sejam capazes de atuar no espectador ou no leitor como uma espécie de abertura, de fermento que projete a inteligência e a sensibilidade em direção a algo que vai muito além do argumento visual ou literário contido na foto ou no conto. (p.. 151-152) 113 ...o romance ganha sempre por pontos, enquanto que o conto deve ganhar por knock-out. (p. 152) Um conto é ruim quando é escrito sem essa tensão que se deve manifestar desde as primeiras palavras ou desde as primeiras cenas. (p. 152) Um conto é significativo quando quebra seus próprios limites com essa explosão de energia espiritual que ilumina bruscamente algo que vai muito além da pequena e às vezes miserável história que conta. (p. 153) ...a ideia de significação não pode ter sentido se não a relacionarmos com as de intensidade e de tensão, que já não se referem apenas ao tema, mas ao tratamento literário desse tema. (p. 153) 4ª etapa Em aulas expositivas dialogadas, analise o primeiro conto de Todos os fogos o fogo, obedecendo aos procedimentos de análise literária organizados abaixo: 1) Paráfrase: A paráfrase é a primeira parte da análise. Ela corresponde à questão "o que fala o texto?". É um resumo do enredo, um "contar história com as suas próprias palavras", por isso deve ser curta e objetiva, deve resumir-se apenas ao essencial. Exemplo: Em um domingo à tarde, motoristas que tentavam chegar a Paris pela Autoestrada do Sul são surpreendidos por um grande engarrafamento. Ninguém sabe a causa do incrível congestionamento que dura horas, dias, meses. Durante esse período, os motoristas dos veículos são obrigados a se organizar como um grupo para conseguir comida, água, agasalhos, cuidar dos doentes e até mesmo decidir o que fazer com os mortos. Ao final, o engarrafamento se desfaz como se fez: sem maiores explicações. 2) Questão norteadora e hipótese interpretativa: Quando vamos analisar um texto de ficção, temos como objetivo construir uma interpretação dele ao final da análise. Acontece que, se por um lado a interpretação é uma consequência do que foi investigado na análise, por outro é a própria interpretação que norteia a análise toda. Como assim? 114 Ao analisarmos um conto, estamos buscando elementos para atingir o seu sentido mais profundo ou, em outras palavras, para interpretá-lo. Ao mesmo tempo, desde o início temos em mente uma ideia do que o conto significa, uma hipótese interpretativa ou um elemento que nos deixou intrigados - algo que parece que a história não responde por si mesma. Por exemplo, sabemos que não encontraremoso motivo que levou ao incrível congestionamento, mas por que o engenheiro do Peugeot 404 fica nostálgico da vida engarrafada quando finalmente o trânsito se põe a andar? Em uma obra literária de qualidade, há sempre algo a ser respondido pelo leitor. A interpretação se constrói por um trabalho de leitura do qual participam ativamente tanto o escritor quanto aquele que o lê. O autor deixa pontos obscuros, "fios soltos", e cabe ao leitor "desatar os nós", ou seja, formular as perguntas e criar as respostas. Para responder a essas questões menos evidentes na leitura do conto, chamadas aqui de "questões norteadoras", precisamos criar as nossas hipóteses de leitura, nossas hipóteses interpretativas. Exemplo de questão norteadora: Por que o engenheiro do Peugeot 404, quando finalmente se livra do congestionamento, sente falta da vida na Autoestrada do Sul? Exemplo de hipótese interpretativa: Talvez isso se explique pelo fato de ele ter se apaixonado, namorado e engravidado a moça do Dauphine. 3) Análise: Analisar é "desmontar" o texto, é verificar quais são as partes que o compõe e como elas se articulam. Cada obra literária tem inúmeros elementos que, articulados, a constituem. A ideia não é investigar todos - nem seria possível - mas apenas alguns. Quais? A análise deve construir argumentos que sustentem a interpretação. É ela que vai conduzir o leitor através do seu raciocínio. Não podemos esquecer que, em arte, forma é conteúdo. Por isso, é preciso ressaltar a contribuição que alguns aspectos formais possam vir a ter na economia do conto. O que são aspectos formais? São elementos que se referem menos diretamente a o que está sendo dito e mais ao como está sendo dito, ao tratamento literário do tema. O tipo de narrador, a caracterização de algum personagem, o tempo, o espaço e o tipo de discurso são alguns dos elementos formais que podem ser fundamentais para desvendar mistérios. Se você observar bem o conto escolhido, não será difícil perceber algo que, em sua forma, lhe chame a atenção. 115 Por exemplo, o fato de o narrador, apesar de ser em terceira pessoa, saber do engarrafamento tanto quanto os personagens: apenas um sem número de boatos sobre suas causas. Existem inúmeros elementos passíveis de análise em uma boa obra literária. Se conseguirmos ter uma boa questão (que se refere mais ao conteúdo) e ainda um olhar atento no que se refere à forma, então já será possível traçar um caminho seguro pelo qual nossa análise pode seguir. Retomemos isso depois. Exemplo resumido de análise: O conto se inicia já em situação: todos estão parados em um grande congestionamento na Autoestrada do Sul. Aos, poucos, vamos conhecendo os personagens envolvidos: a "moça do Dauphine", o "engenheiro do Peugeot 404"... Nenhum personagem é chamado por seu nome. Temos deles apenas as primeiras impressões que se pode ter em um congestionamento: "duas freiras do 2HP", um homem pálido que dirige um Caravelle etc. As causas do engarrafamento não são reveladas: o narrador, mesmo em terceira pessoa, tem dos acontecimentos uma visão tão parcial quanto a de qualquer um dos personagens envolvidos. É como se o olhar fosse de um personagem qualquer, constituindo uma narrativa em terceira pessoa com "cara" de primeira. Para o professor Veja o que diz Cortázar sobre seu uso peculiar da 3ª pessoa narrativa no ensaio "Do conto breve e seus arredores": ...quando escrevo um conto busco instintivamente que ele seja de algum modo alheio a mim enquanto demiurgo, que se ponha a viver com uma vida independente, e que o leitor tenha ou possa ter a sensação de que de certo modo está lendo algo que nasceu por si mesmo... Talvez por isso, nas minhas narrativas em terceira pessoa, procurei quase sempre não sair de uma narração stricto sensu, sem essas tomadas de distância que equivalem a um juízo sobre o que está acontecendo. Parece-me uma vaidade querer intervir num conto com algo mais que o conto em si. (pp. 229-230) O tempo do congestionamento, inicialmente contado pela moça do Dauphine em minutos e horas, passa a ser contado em dias pelo narrador e personagens. Depois, as únicas referências tornam-se o calor, o frio e umas árvores à direita que nunca ficam para trás. 116 Aos poucos, os motoristas são obrigados a travar contato para trocar água, comida, cobertores, cuidar dos doentes e entreter as crianças. O tempo se põe a passar de forma quase estática: todos permanecem parados, preocupados muito mais com a subsistência do que com as causas do incrível acontecimento. Por conta disso, os grupos de engarrafados se organizam em uma espécie de comunidade, repartindo os alimentos e cuidando dos doentes. Ainda assim, continuam a ser chamados pelo nome de seus veículos. A vida vai entrando em outra lógica, aceita tacitamente pelo narrador e por todos os personagens. É como se fosse dado que, de agora em diante, suas vidas fossem se dar ali, na Autoestrada do Sul. Com naturalidade, acatam o suicídio do homem pálido do Caravelle, o tráfico de mantimentos realizado por um Ford Mercury e um Porsche, o romance entre o engenheiro do Peugeot 404 e a moça do Dauphine, a gravidez da moça, a morte da velha do ID, a sucessão do calor pelo frio e novamente pelo calor. Sem explicação, depois de um tempo indefinido, a trânsito volta a andar e o grupo se desfaz. O engenheiro fica atordoado com a nova ordem que se impõe. 5) Interpretação: A interpretação corresponde à questão "do que fala o texto?". Ela busca o sentido profundo da obra literária. Quando analisamos, queremos saber o que está dito através dos silêncios, nas entrelinhas; o que se origina da relação íntima entre forma e conteúdo. Se na análise desmontamos o texto em partes, na interpretação temos de reorganizá-lo como um todo, um todo de sentido capaz de reunir forma e conteúdo. Por isso, é essa a hora de dar resposta às questões pendentes. Exemplo resumido de interpretação: Temos duas questões a responder, separadas, sempre artificialmente, entre uma questão sobre o conteúdo da narrativa (Por que o engenheiro do Peugeot 404, quando finalmente se livra do congestionamento, sente falta da vida na Autoestrada do Sul?) e uma questão de forma literária (Por que o narrador, apesar de ser em terceira pessoa, mantém dos acontecimentos uma visão tão parcial quanto seus personagens?). O engenheiro do Peugeot 404 parece realmente ter se apegado a suas novas circunstâncias de vida na Autoestrada do Sul: 117 Nada mais se podia fazer a não ser entregar-se à marcha, adaptar-se mecanicamente à velocidade dos automóveis em redor, não pensar. (...) Absurdamente, aferrou-se à ideia de que às nove e meia seriam distribuídos os alimentos, teria que visitar os doentes, examinar a situação com o Taunus e o camponês do Ariane; depois viria a noite, seria Dauphine subindo sigilosamente em seu automóvel, as estrelas ou as nuvens, a vida. Sim, não era possível que isso tivesse acabado para sempre. (...) ...se corria a oitenta quilômetros por hora em direção às luzes que cresciam pouco a pouco, sem que já se soubesse bem para que tanta pressa, por que essa correria na noite entre automóveis desconhecidos onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam fixamente para a frente, exclusivamente para a frente. O regresso ao movimento na estrada não significava para ele apenas o retorno ao lar. Marchando em alta velocidade e olhando exclusivamente para frente, os personagens do conto regressam a uma ordem na qual, diferentemente da vida na Autoestrada, já não se olha para quem está ao lado, não se sabe nada das pessoas, e todos correm alucinadamente atrás de algo que não se sabe o que é. Uma ordem tão absurda ou mais do que a precária comunidade sem tempo e sem pressa que se estabelecera na Autoestrada do Sul. Para o professor Veja o que diz Cortázarsobre a narrativa fantástica no ensaio "Do sentimento do fantástico" (in: Valise de cronópio. São Paulo, Perspectiva, 2006.): ...A extrema familiaridade com o fantástico vai ainda mais longe; de algum modo já recebemos isso que ainda não chegou, a porta deixa entrar um visitante que virá depois de amanhã ou veio ontem. A ordem será sempre aberta, não tenderá jamais a uma conclusão porque nada conclui nem nada começa num sistema do qual somente se possuem coordenadas imediatas. (pp. 177- 178) ...o verdadeiramente fantástico não reside tanto nas estreitas circunstâncias narradas. Mas na sua ressonância de pulsação, de palpitar surpreendente de um coração alheio ao nosso, de uma ordem que nos pode usar a qualquer momento para um de seus mosaicos, arrancando-nos da rotina... (p. 179) Vimos na análise do conto que não cabe indagar pelas razões do incrível congestionamento. O ponto de vista narrativo, estritamente vinculado ao olhar dos personagens, reverbera ignorância à maneira kafkiana: nem o engenheiro do Peugeot 404, nem o narrador, nem muito menos o leitor conhecem ou conhecerão as causas do fantástico acontecimento. Dessa forma, Julio Cortázar lança o leitor no terreno da narrativa fantástica, onde subitamente e sem maiores 118 explicações uma ordem de funcionamento das coisas é substituída por outra, aceita tacitamente como a ordem do real. Cortázar nos lembra que a ordem "natural" do funcionamento da vida e da sociedade é apenas uma ordem entre outras e, sendo assim, muitas outras ordens seriam possíveis. A narrativa fantástica aponta para o horizonte da utopia: o mundo, tal como existe, é mais produto de uma circunstância do que de uma fatalidade; o que nos lembra sempre de que outros mundos, quiçá melhores e mais justos, podem vir a substituir esse que conhecemos. Avaliação Peça aos alunos que respondam por escrito a duas questões sobre "A Autoestrada do Sul": 1) Observe que nunca sabemos os nomes dos personagens do conto: todos são chamados essencialmente pelo nome de seus veículos. Arrisque uma hipótese interpretativa que explique tal escolha formal. 2) Compare o tempo da vida nas grandes cidades com o tempo experimentado pelos habitantes da Autoestrada do Sul durante o congestionamento Para tanto, releia os fragmentos a seguir: a) Mas o frio começou a ceder, e depois de um período de chuvas e ventos que exasperaram os ânimos e aumentaram as dificuldades de abastecimento, seguiram-se dias frescos e ensolarados em que já era possível sair dos automóveis, fazer visitas, reatar relações com os grupos vizinhos. b) Os automóveis corriam em terceira, adiantando-se ou perdendo terreno de acordo com o ritmo de sua fila, e do lado da Autoestrada viam-se as árvores fugindo, algumas casas entre a massa de névoa e o anoitecer. (...) De quando em quando soavam buzinas, os ponteiros dos velocímetros subiam cada vez mais, algumas filas avançavam a setenta quilômetros, outras a sessenta e cinco, algumas a sessenta. O 404 havia esperado ainda que o avanço e o recuo das filas lhe permitissem chegar novamente até o Dauphine, mas cada minuto o persuadia de que era inútil, de que o grupo se dissolvera irrevogavelmente... 119 REFERÊNCIAS http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html - Acesso em: 10 fev. 2017 https://www.google.com.br/search?q=blog+professor+warles+portugues&oq=blogprofessorwe&a qs=chrome. 4.69i57j0l5.17479j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8 - Acesso em: 10 fev. 2017 http://novaescolaclube.org.br/home - Acesso em: 10 fev. 2017 https://novaescola.org.br/tag/88/leitura - Acesso em: 10 fev. 2017 http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u312. jhtm - Acesso em: 10 março 2017 120 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=60087 http://conexaoescola.rj.gov.br/site/arq/arte-regular-aluno-autorregulada-9a-1b.pdf - Acesso em: 10 fev. 2017 https://profwarles.blogspot.com.br/ - Acesso em: 04 abril 2017 ATIVIDADES COM HQs. Disponível em: <http://aprenderpelaexperiencia.blogspot.com.br>. Acesso em: 10 fev. 2017 REVISTA PEDAGÓGICA SADEAM. Disponível em: <http://www.sadeam.caedufjf.net/wp- content/uploads/2012/06/BOLETIM_SADEAM_LP_7EF_VOL-3.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2017. GABARITO QUESTÃO 01: B QUESTÃO 02: A QUESTÃO 03: D QUESTÃO 04: B QUESTÃO 05: D QUESTÃO 06: A 121 QUESTÃO 07: A QUESTÃO 08: C QUESTÃO 09: C QUESTÃO 10: C QUESTÃO11: B QUESTÃO12: B