Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Psicologia e Comportamento Organizacional Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luiz Francisco de Assis Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Reitor Sidney Zaganin Latorre Diretor de Graduação Eduardo Mazzaferro Ehlers Gerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Roland Anton Zottele Coordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas à Educação Regina Helena Ribeiro Coordenador de Operação Educação a Distância Alcir Vilela Junior Professor Autor Alexandre José Bernardo Revisor Técnico Marcio Coelho Eleni Paparounis Técnico de Desenvolvimento Elizabeth Ribeiro Coordenadoras Pedagógicas Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Educacional Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Alexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Cristina Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Elisangela Almeida de Souza Flaviana Neri Francisco Shoiti Tanaka João Francisco Correia de Souza Juliana Quitério Lopez Salvaia Kamila Harumi Sakurai Simões Karen Helena Bueno Lanfranchi Katya Martinez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mayra Bezerra de Sousa Volpato Mônica Maria Penalber de Menezes Mônica Rodrigues dos Santos Nathalia Barros de Souza Santos Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martins Navarro Coordenador Multimídia e Audiovisual Adriano Tanganeli Equipe de Design Visual Adriana Matsuda Camila Lazaresko Madrid Danilo Dos Santos Netto Estenio Azevedo Hugo Naoto Inácio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Thamires Lopes de Castro Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon William Mordoch Equipe de Design Multimídia Cláudia Antônia Guimarães Rett Cristiane Marinho de Souza Eliane Katsumi Gushiken Elina Naomi Sakurabu Emília Correa Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Michel Iuiti Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Wagner Ferri Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 01 Psicologia ou Ciências Psicológicas? Objetivos Específicos • Interpretar a psicologia como um campo de estudo amplo que possui diversas linhas de pensamento. Temas Introdução 1 O que é psicologia? Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 Introdução Sejam bem-vindos à disciplina de Psicologia e Comportamento Organizacional. Nesta disciplina você percorrerá os caminhos introdutórios da história da psicologia enquanto disciplina de formação básica. Iremos abordar desde conceitos básicos da psicologia geral como conceitos específicos das escolas de pensamento psicológico e suas formas de compreender o ser humano através de uma ótica particular. Nesta aula faremos uma apresentação da psicologia e de seus diferentes objetos de estudo. Você deverá refletir sobre a psicologia enquanto ciência única ou o que chamamos de ciências psicológicas e seus diferentes focos de estudo. Esta aula o levará a refletir e compreender esses conceitos básicos. 1 O que é psicologia? A primeira pergunta que você deve fazer é: “Alguma vez, já parei para contar a quantidade de vezes que escutamos o termo psicologia em nossa vida?” Por dia, meses e anos, escutamos as pessoas falarem de psicologia como sendo algo muito próximo e comum às suas rotinas. No entanto, com diversos significados e formas de utilização. Podemos dizer que a psicologia é vista por muitos como algo tão comum e tão simples que todo mundo entende do que se trata. Cabe aqui uma intervenção minha: “Será?”. Muitas pessoas utilizam o termo psicologia como sendo um sinônimo de outras palavras de nosso dia a dia, vejamos: As pessoas falam que um bom vendedor usa sua “psicologia” para vender bem o seu produto, ou seja, estamos pensando a psicologia como um sinônimo de poder de persuasão, ou ainda, quando nos referimos a uma jovem garota que usa seu poder de atração para conseguir algo de seus colegas homens, dizemos que ela usa bem sua “psicologia”, e por último, quando se tem uma amiga ou amigo que costuma ouvir nossos problemas com atenção e cuidado, se diz que este será um bom psicólogo pelo simples fato de ter a capacidade de ouvir. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 Estamos falando de psicologia mesmo? Será que tudo o que foi dito se refere ao que achamos ser psicologia? 1.1 Psicologia do senso comum e psicologia científica Pois bem, não estamos falando de uma mesma psicologia. Ela se divide em duas psicologias bem distintas, o que chamamos de psicologia do senso comum e psicologia científica. A psicologia do senso comum é justamente esta que tentamos exemplificar anteriormente. Trata-se de uma psicologia baseada em fatos da vida cotidiana que não possuem uma explicação científica para si. Muitas de suas explicações fazem sentido e podem até explicar alguns fenômenos. No entanto, não podemos afirmar que elas têm comprovação científica. Para atingir o status de científico, esses fatores deveriam passar por crivos muito mais rígidos que o simples fato de explicar algo com frequência ou dar certo tipo de resultado. Por psicologia científica estamos pensando em atividades que busquem compreender um fenômeno, entender seu funcionamento e suas variações, além de alterar a forma como se lida com esse fenômeno no cotidiano. Nesta aula você deverá ler o Capítulo 1, chamado “A Ciência da Psicologia”, da página 2 a 7, do livro “Introdução a Psicologia”, de Charles G. Morris. Neste trecho do livro você encontrará uma breve explanação do que de fato podemos chamar de psicologia, diferenciando-a em suas diversas áreas do pensamento. Esse texto será bastante importante para você, pois, além dessa diferenciação inicial, poderá clarear sua forma de enxergar a psicologia em constituição científica. A compreensão do que é científico pode ser visto na definição dada por Ferrara (1987) quando nos mostra a importância do ser dinâmico, no fazer científico e do rigor que se deve ter. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 Segundo aponta Ferrara (1987, p. 1): Fazer ciência não consiste em saber o que é o científico sacramentado pelo rigor de um patrimônio cultural rigorosamente definido e defendido, mas fazer ciência consiste em desenvolver uma atitude perante o objeto. Não é uma questão de saber, é antes uma questão de comportamento. Antes de adentrarmos a discussão do científico de forma mais expressiva, temos de nos ater ao que entendemos por áreas do conhecimento. Quando você encontra um tema polêmico, ou mesmo um objeto distinto, ou ainda algo que aparentemente não se explica, podemos recorrer a diferentes formas de explicar esse objeto, e para isso devemos utilizar parâmetros que chamamos de áreas de conhecimento. 1.2 As quatro principais áreas do conhecimento Temos quatro grandes principais áreas do conhecimento: Figura 1: Áreas do conhecimento Fonte: Autoria própria A filosofia busca compreender e explicar a origem do homem e seus significados. Ela tenta conhecer o homem com foco nas suas especificidades e nas relações de si consigo mesmo e de si com os outros homens. Como área de conhecimento, a filosofia traz importantes reflexões sobre o homem como objeto de si mesmo e como produto de suas interações. Os principais temas de discussão filosófica envolvem a ética, a moral, a liberdade, a dignidade e outros fatores que afetam a vida do ser humano. A arte não tem muita preocupação em explicar a origem ou o destino de algo, mas sim a sensibilidadehumana enquanto marca de sua existência, como sendo algo que traduz um conhecimento ou uma emoção que nenhuma outra área do conhecimento pode explicar ou compreender em sua ótica. Quando vamos a uma exposição de quadros ou ouvir um bom concerto de música, racionalmente nada explica o que se vê ou se ouve, mas certamente sua sensibilidade foi tocada de alguma forma, positiva ou negativamente. A religião como área do conhecimento, preocupa-se com questões relacionadas à origem do homem e suas explicações tendem a ligá-lo a entidades divinas superiores que o acompanham durante a vida e podem interferir de alguma forma para ajudar ou punir o homem. A religião, através de seus “mistérios”, busca explicar comportamentos e principalmente definir códigos de conduta moral. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 Temos como exemplos: • a Bíblia do judaísmo ou cristianismo; • o Vedas do hinduísmo. E por último, mas não menos importante, a ciência enquanto explicação do cotidiano do ser humano ou de outros animais, pode ser pensada como um conjunto de fatos da realidade que são reunidos por pesquisadores observadores e traduzidos em regras que explicam ações e resultados. Ela se caracteriza por alguns fatores determinados como: • linguagem precisa e rigorosa; • busca e obtenção de dados de forma programada, sistemática, controlada e objetiva (isenta de emoções); • possibilidade de verificação, confirmação ou refutação de dados. No meu ver, este último é de maior importância e de grande vantagem sobre os anteriores, pois a possibilidade de se ver e se rever constantemente é o que faz da ciência algo tão fascinante e interessante, pois o que hoje se acredita ser, amanhã poderá não ser mais. E algo que não se acreditava pode passar a ocupar espaço no seu escopo teórico. Seguindo essa ideia de ciência que faz nascer a psicologia, tendo como origem a filosofia e a fisiologia (filosofia x ciência), a psicologia descola-se da preocupação filosófica de compreender a origem do homem e suas relações consigo mesmo e com seus iguais, acrescentando-se a isso o olhar da fisiologia que acredita haver explicações biológicas para determinadas formas de agir. Assim, a psicologia surge com essa mescla e confusão inicial em seu objeto de estudo. Esse tipo de dúvida/confusão irá permear o dia a dia de toda a psicologia até os dias de hoje, fazendo com que muitos colegas de profissão confundam o objeto da mesma e seus campos de intersecção com outras áreas de conhecimento. Essa confusão é a grande responsável pelo que chamamos de ciências psicológicas, ou seja, diversas psicologias com seus diferentes tipos de objetos de estudo. 1.3 Escolas de pensamento psicológico Nesta disciplina optamos por trabalhar com cinco escolas diferentes de pensamento psicológico que possuem seus objetos de estudo distintos entre si. São elas: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 7 Tabela 1: Escolas de pensamento psicológico e seus objetos de estudo Escola de Pensamento Objeto de Estudo Behaviorismo Comportamento Humano Psicanálise Inconsciente Psicologia Cognitiva Cognição Gestalt Percepção Psicologia Analítica Inconsciente Junguiano Fonte: Autoria própria Como você pôde perceber com a explicação anterior, cada escola de pensamento psicológico possui um objeto de estudo bastante específico e diferente do outro. Essa diferenciação de objetos de estudo irá desencadear o surgimento de teorias bastante diferentes entre si que buscam explicar e entender coisas bastante distintas. Talvez, a falta de compreensão dessa diferenciação faça com que estudiosos e curiosos da psicologia confundam, por exemplo, a psicanálise freudiana com a psicologia junguiana, ou mesmo não sejam capazes de compreender que a diferenciação de objetos faz com que o interesse de estudo de cada área se concentre em focos distintos. O que é a psicologia, então? Após pensarmos em tantos objetos e tantas variações, surge esse questionamento bastante pertinente na mente do aluno. Morris (2004) irá explorar um conceito bastante claro do que vem a ser essa psicologia, além de apresentar um pouco da história sobre seu surgimento. Também iremos estudar as diferentes áreas propostas de psicologia pela American Psychological Association (APA). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 8 1.4 Áreas da psicologia Morris (2004) faz breves explicações relativas a algumas das principais áreas da psicologia como: Figura 2: Áreas da psicologia Fonte: Autoria própria Esta última nos interessa bastante, pois é o ramo da psicologia que conduziu inúmeros estudos da administração, enquanto ciência do trabalho e das relações trabalhistas. Esses estudos da psicologia organizacional trazem como base questões importantíssimas na compreensão da relação com o trabalhador e o dia a dia na organização. Por fim, uma discussão importante acerca de questões-chave na compreensão da relação homem-homem são apresentadas para a reflexão, como a causação do comportamento humano. Você, em algum momento da vida, parou para refletir sobre o que causa o comportamento humano? Por que as pessoas fazem o que fazem e da forma que fazem? Será que de fato temos a tão sonhada liberdade ou somos simples objetos da vontade de outros? Ainda, a respeito do ser humano, será que nossas qualidades e defeitos, habilidades e deficiências são frutos genéticos ou aprendemos a ser o que somos e como somos? Quanto ao desenvolvimento, qual fase de nossa vida é a mais importante? O que acontece em nossa infância é determinante para o resto da vida? Ou superamos os traumas de infância? Para apimentar essa discussão, será que esses traumas existem? Muitos autores irão afirmar que sim, outros que não. Pretendemos que você consiga refletir e ter sua própria opinião consubstanciada sobre o tema. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 9 Outro ponto importante que encontraremos em nosso texto segue a velha discussão sobre a relação mente-corpo. Cabe aqui um questionamento crucial na compreensão dessa questão. Ela se refere à existência da mente e sua localização, pois algumas escolas de pensamento psicológico abominam a ideia de mente, enquanto outras acreditam que a mente é o órgão psicológico (mesmo imaterial) que rege e determina o comportamento do indivíduo. Embora ainda estejamos iniciando o estudo da psicologia, é impossível não abordarmos a diferença entre psicologia e autoajuda, pois muitos leigos acreditam que ambas se refiram a mesma coisa, e, no entanto, na parte introdutória de nossa aula, você já pode observar que se trata de coisas bastante distintas. Ainda assim, cabe uma breve discussão sobre esta e outras questões polêmicas no estudo da psicologia, como: Super dotação ou atração pelo semelhante, ou seria pelo oposto? Considerações finais A psicologia enquanto ciência psicológica se preocupa com questões bastante pontuais, como você deve ter percebido. Ela busca conhecer, compreender e elucidar temas relativos ao comportamento humano e suas especificidades. Seja através do olhar psicanalítico, que acredita haver sempre uma instância reguladora (o inconsciente) ou do olhar behaviorista, buscando estabelecer relações causais e funcionais do comportamento humano, a psicologia se apresenta como uma ciência bastante peculiar e com grande importância no processo de compreensão da relação homem-trabalho. Certamente, será de grande valia para o aluno o entendimento de alguns processos básicos e formas de explicar esse ser tão complicado e fascinante, o ser humano. Por que será que a psicologia ainda tem grande dificuldade em ser aceita pelas outras áreas de conhecimento e por outras ciências parceiras? Referências FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. A ciência do olhar atento. Trans/Form/Ação. 1987. Vol. 9-10, p. 01-07. MORRIS,Charles G. Introdução a psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 02 Psicologia: Escolas de Pensamento: Gestalt Objetivos Específicos • Descrever os principais conceitos da Gestalt e seus principais autores. Temas Introdução 1 Um pouco de história Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Nesta aula você poderá compreender um pouco mais da psicologia enquanto ciência e de uma de suas escolas de pensamento mais importantes, a Gestalt. Esse termo Gestalt vem do alemão e não tem um correspondente literal no português, a tradução que se poderia fazer é com o termo “configuração” ou “forma”, mas que de fato não corresponde a uma tradução bem feita e, por isso, não é utilizada. Você irá conhecer os principais termos e conceitos da Gestalt e poderá passear pelas ilusões de ótica que serão trabalhadas na aula em vídeo. Observe com bastante atenção para que sua percepção não lhe engane e bons estudos. 1 Um pouco de história Para esta aula sugerimos que você leia o capítulo 3, chamado “Sensação e Percepção”, das páginas 104 a 110, do livro “Introdução à Psicologia”, de Charles G. Morris e Albert A. Maistro. Você encontrará uma discussão mais aprofundada sobre o processo perceptivo, sua organização, constância e características da mesma. Na história da psicologia encontramos inúmeras escolas de pensamento que surgem a partir de algumas ideias iniciais sobre um determinado fenômeno e como este pode interferir na compreensão do homem. A Psicologia da Gestalt também segue essa mesma linha em seu nascimento, no entanto podemos dizer que dentre todas as áreas de abordagens da psicologia, ela é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas. Seus articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica. O ponto de partida da Gestalt estava na psicofísica. Seus principais antecessores eram Ernst Mack (1838- 1916), físico, e Christian Von Ehrenfels (1859-1932), filósofo e psicólogo. Esses pensadores desenvolveram um estudo baseado na psicofísica, onde o ponto de partida e interesse eram os estudos sobre as sensações, que ficou conhecido como “dado psicológico”. A relação entre espaço x forma e tempo x forma, foi denominado “dado físico”. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 Os principais teóricos ou pesquisadores da Gestalt são: • Max Wertheimer (1880-1943); • Wolfgang Köhler (1887-1967); • Kurt Koffka (1886- 1941). O ponto de partida da Gestalt está na percepção e sensação do movimento, isto é, eles se preocuparam em analisar os processos psicológicos básicos relacionados ao fenômeno conhecido como “ilusão de ótica”, ou seja, buscavam compreender por que indivíduos percebem de forma diferente da realidade alguns estímulos físicos. Exemplo: O cinema é um excelente exemplo desta distorção, pois percebemos uma sequência de fotos inanimadas como uma sequência de movimentos. Explicação: Quem já viu uma fita cinematográfica sabe que ela é composta de fotogramas estáticos. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pela pós-imagem retiniana (a imagem demora um pouco para se “apagar” em nossa retina). Como a ótica causada pelas imagens vão se sobrepondo em nossa retina, temos a sensação de movimento. Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática, retiniana. (BOCK, 2002, p. 34). 1.1 A percepção Como já estudamos anteriormente, a percepção é o ponto de partida e um tema central da teoria da Gestalt. Os experimentos iniciais sobre percepção causaram uma estranheza e um questionamento sobre princípios de uma teoria que estudaremos mais adiante, o Behaviorismo. Para você entender um pouco mais, o Behaviorismo acredita que todo estímulo produz uma resposta no indivíduo, no entanto, para a Gestalt essa relação de causa e efeito é questionável, pois se acontecem distorções entre o que vemos e o que percebemos, eles acreditam que haja algo presente no processo e que seja responsável pela distorção. Para os estudiosos da Gestalt, entre o estímulo dado pelo meio e a resposta que surge no indivíduo, há um processo intermediário denominado “Percepção” que afetará todo encadeamento da relação. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 Figura 1 - Comparação entre a forma de estudar o comportamento proposto pelo Behaviorismo e a Gestalt Fonte: Autoria própria. A oposição de ideias entre a Gestalt e o Behaviorismo pode ser explicada pela percepção de que para a Gestalt, o filtro do processo de responder passa pelo crivo do que eles chamam de “percepção”, enquanto que no Behaviorismo essa percepção não é levada em conta e não faz parte do objeto de estudo da teoria. A base da distorção na percepção para a Gestalt pode ser explicada pela Teoria do isomorfismo. Para esta teoria há uma suposição de uma unidade no universo, onde cada parte está sempre correlacionada ao todo, isto é, quando alguém vê uma parte de um objeto, imediatamente ocorre uma tendência à busca de uma forma ideal, que garanta a compreensão do estímulo e de fato do todo. 1.2 A forma ideal A partir dos fenômenos perceptivos, a Gestalt busca condições para a compreensão do comportamento humano. Seus teóricos acreditam que a maneira como cada um de nós percebe um estímulo irá interferir de forma decisiva em nosso comportamento. Algumas vezes, os comportamentos de um indivíduo estabelecem uma relação íntima com os estímulos físicos, e em outras situações, eles são completamente diferentes do esperado porque compreendemos e percebemos o ambiente de uma forma diferente da realidade. Vamos pensar em nosso dia a dia: quantas vezes você já cumprimentou alguém de longe e, quando se aproximou do mesmo, seu “conhecido” não era quem você esperava e se tratava de um total desconhecido? Essa distorção de percepção o conduziu a um comportamento de saudar o desconhecido. Para a Gestalt, de fato, você estava cumprimentado seu amigo, e aquele desconhecido apresentou elementos que enganaram sua percepção. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 1.3 A relação entre figura e fundo Outro elemento que interfere na percepção do indivíduo é a relação entre figura e fundo, pois quanto mais nítida estiver a figura, mais fácil será a separação entre ela e o seu fundo. Do contrário, fica complicado a distinção entre ambos e isso pode gerar uma confusão de percepção ainda maior. Figura 2 - Exemplo de figura ambígua Fonte: Adaptado de UFRGS (2013). Em nosso exemplo de figura ambígua, em que a relação entre fundo e figura se misturam e se confundem, podemos encontrar duas faces na cor preta, utilizando o branco como fundo ou ainda, podemos encontrar um cálice branco utilizando a cor preta como fundo, isso dependerá da percepção de cada um. Considerações finais Nesta aula você pôde compreender um pouco mais sobre a Gestalt como escola de pensamento psicológico, e principalmente ampliar o seu olhar sobre o objeto de estudo da mesma, a percepção. Essa é essencial para a compreensão dos fenômenos relacionados ao comportamento organizacional e a vida do colaborador dentro da empresa. A maior contribuição da Gestalt para esse estudo reside no fato de que a percepção é individual e interfere na resposta de cada um. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 Referências BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. MORRIS, C. G.; MAISTRO, A. A. Introdução à psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. UFRGS. Figuras sobre psicologia da Gestalt. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psicoeduc/ gestalt/figuras-sobre-psicologia-da-gestalt>.Acesso em: 16 jun. 2013. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 03 Teorias Psicodinâmicas: de Freud a Horney Objetivos Específicos • Reconhecer os principais conceitos da Psicanálise e seus principais autores. Temas Introdução 1 O surgimento da psicanálise 2 As teorias freudianas Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Esta aula tem como objetivo principal apresentar os principais conceitos de outra escola do pensamento psicológico que também é de grande importância no conhecimento sobre o homem: trata-se da psicanálise, mais especificamente das teorias psicodinâmicas que nascem a partir do surgimento da mesma. Trataremos dos principais conceitos e de uma breve evolução histórica. Você também será encaminhado para a leitura de um texto que complementará a discussão inicialmente apresentada. Mas lembre-se que tudo que se aplicava a Gestalt, objeto de estudo da disciplina anterior, não se aplica às teorias psicodinâmicas. Bons estudos! 1 O surgimento da psicanálise As teorias psicodinâmicas nasceram a partir do viés de análise da psicanálise, cujo maior representante foi Sigmund Freud (1856-1939). Sua forma peculiar de estudar o ser humano foi evoluindo com novos autores e pensadores, que buscavam retomar os pontos principais de partida deixados pela psicanálise e acrescentando novas concepções divergentes daquelas com as quais discordavam. Ao contrário do que se pensa, Freud não é o pai da psicologia e muito menos uma unanimidade na área. Temos outras abordagens que desacreditam em toda a teoria freudiana e não o reconhecem com a importância que os leigos o atribuem. Freud criou uma teoria dentro da psicologia chamada psicanálise. Essa teoria tem suas bases, seus conceitos-chaves e principalmente seu objeto de estudo distinto de todas as outras abordagens. Freud era médico e tinha todo o rigor da pesquisa científica e acadêmica. No entanto, sua teoria foi se desenvolvendo ao longo da história e hoje a maior crítica que a mesma recebe é a falta de uma cientificidade ou de uma comprovação empírica. A sua sustentação se dá com base nos resultados que a mesma produz. Ao contrário do que se pensa, a psicanálise não é simplesmente uma teoria. Quando ela foi pensada e organizada, Freud pretendia criar uma teoria com todos os seus conhecimentos sistematizados e organizados e que explicassem o funcionamento da vida mental humana, mas também pretendia criar um método de investigação baseado na interpretação e na busca de significados ocultos. Segundo Freud, tudo que é manifestado por ações, palavras, ou processos imaginários (sonhos, atos falhos, fantasias) tem um significado de ser e um motivo para ter acontecido da forma como aconteceu. Assim, a psicanálise se propunha a ser este método pelo qual é possível descobrir o que acontece dentro desta caixa preta. A partir disso, a psicanálise acabou se consolidando também como uma prática profissional e, hoje, conhecemos inúmeras pessoas que passam pelos processos de análise, em consultórios psicológicos com seus divãs. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 1.1 O caminho percorrido Sigmund Freud era um médico com especialização em psiquiatria, ou seja, embora sua intenção não fosse criar uma teoria psicológica, os fenômenos relacionados ao comportamento humano e às patologias mentais despertavam um olhar mais atento no mesmo. Ainda pensando na sua formação, ele trabalhou em um laboratório de fisiologia, ministrou aulas de neuropatologia e começou a clinicar atendendo pacientes com “problemas mentais” que na época eram conhecidos como pacientes com “problemas de nervos”. Após essa experiência inicial, Freud foi a Paris trabalhar com o famoso hipnólogo Jean Charcot. Lá aprendeu os fundamentos da hipnose e pôde observar de bem perto os resultados que o método produzia em certos tipos de pacientes. Quando retornou para Viena, levou consigo o know-how necessário para implementar a hipnose em sua prática profissional. Por isso, ainda hoje você vê vários filmes ou novelas que não conhecem nada sobre psicologia apresentar cenas onde o terapeuta usa de hipnose para “tratar” de seus pacientes. A hipnose foi utilizada por Freud durante um tempo razoável. Com o tempo, a hipnose acabou cedendo lugar ao método catártico1, proposto por Josef Breuer. Neste método, “Breuer propunha que o paciente conseguisse atingir o nível de liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável”. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). 2 As teorias freudianas Agora que você já conheceu um pouco da história de Freud e de sua teoria, que tal ler um pouco sobre os outros teóricos psicodinâmicos? No livro Introdução à Psicologia de Charles G. Morris e Albert A. Maistro, você deverá ler das páginas 348 a 354 do capítulo 10, “Personalidade”. Lá você encontrará uma descrição a respeito dos principais elementos teóricos de Carl G. Jung, Alfred Adler, Karen Horney, Erik Erikcson e Jaylene Smith. Tenho certeza que lhe será de grande valia. 1 Método Catártico: o método catártico é considerado a primeira declaração de uma utilidade psicanalítica com vistas a uma compreensão científica da mente humana. Através dele a palavra passou a oferecer uma possibilidade de ab-reagir aos afetos, entretanto, naquele momento, a tentativa dos autores em explicar essa experiência terapêutica foi em termos de “catarses” e “ab-reações”. Pode-se dizer que os aspectos mais relevantes desse método terapêutico referente à pré-história da psicanálise envolvem a introdução inaugural de uma perspectiva analítica do tratamento da histeria, de modificações fundamentais na relação médico-paciente, a descoberta de que os sintomas tinham um sentido e estavam relacionados com experiências passadas traumáticas e a preocupação dominante em buscar estes materiais localizados fora dos processos conscientes, caracterizados por seus vazios amnésicos. (WOLMAN, 1976). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 Freud desenvolveu duas teorias (ou tópicas, como ficou conhecido na psicologia) freudianas. Estas teorias retratavam o objeto de estudo da psicanálise de forma bastante diferente e com um olhar muito próprio. 2.1 A primeira tópica freudiana Em meados de 1900, Sigmund Freud lançou seu livro A interpretação dos sonhos, que talvez seja um dos livros mais plagiados e mal-interpretados da história da humanidade recente. Hoje, em cada banca de revista conseguimos encontrar um livro “de interpretação dos sonhos” que propõe relações bastante inusitadas (veja quadro Para pensar). Seguem alguns exemplos singulares de interpretações de sonhos: Babuíno Sorte. Se é solteiro, não tardará a fazer um casamento feliz. Se não é, pode melhorar de status. Se sua maior preocupação são os negócios, terá sorte em tudo o que fizer. Bacia Se a bacia estava cheia, espere brigas de família e decepções amorosas. Se estava vazia ou estragada, êxito. Bagagem Bagagem pesada: perda de dinheiro. Leve: receberá dinheiro atrasado. Perder a bagagem: brigas em família. Parentes com bagagem: cautela comercial. Madrasta Conhecerá pessoa poderosa e influente. Sorte: vaca. Mãe Sorridente: desejos atendidos. Irritada ou chorando: desgosto, sinal de que está fazendo algo errado. Vê-Ia morrer ou morta: recuperação de saúde. Sonhar muito com a mãe: insegurança. Pouco: boas relações com ela. Sorte: borboleta. Fonte: Portal Angels Essas interpretações são, no mínimo, um escárnio com o leigo que acredita que pode haver uma relação entre os eventos. Freud, quando propôs seu livro, buscava dizer que elementos dos seus sonhos podem ter relação com o que você está vivendo naquele momento e não Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologiae Comportamento Organizacional 5 que um elemento sozinho tenha a mesma interpretação para todos. Por isso dizemos que foi um dos livros mais distorcidos que já existiu. Neste livro, Freud propôs a existência de três instâncias psicológicas que operam interligadas: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente. Ou seja, não existe subconsciente. Voltando às três instâncias, o Inconsciente é o conjunto dos conteúdos ausentes da consciência. Isso não quer dizer que eles não existam, apenas não se encontram presentes naquele momento. São constituídos de conteúdos que foram reprimidos ao longo da vida. Trata-se de um sistema do aparelho psíquico que funciona atemporalmente, ou seja, não tem uma lógica do tempo. Por isso, quando você sonha, pode estar num lugar em um tempo e dois segundos depois estar vinte anos à frente ou atrás na escala do tempo. Tudo parece confuso demais. A segunda instância é o Pré-consciente. Trata-se de um sistema onde permanecem os conteúdos acessíveis à consciência. Não está acessível agora, mas pode ficar. Basta um simples estímulo como uma pergunta que todo o conteúdo pode vir à tona e fazer parte do conteúdo agora consciente. A terceira instância, o Consciente, é onde o sistema faz trocas com o meio, seja de oferecimento de informações ou de recebimento de informações. 2.2 A segunda teoria Após algum tempo, mais especificamente entre 1920 e 1923, Freud propôs uma nova teoria e afirmou que a anterior não condizia mais com sua forma de enxergar seu objeto de estudo. Ele propunha três novas instâncias que iriam refletir na forma de compreender o ser humano e suas ações. Ele sugeriu que existiam: • O Id que funcionava como um reservatório da energia psíquica. Essa instância era regida pelo princípio do prazer e tinha o papel de influenciar o comportamento do indivíduo na busca da obtenção do prazer. Segundo ele, esta instância seria a responsável por fazer com que a pessoa cedesse aos seus desejos mais ocultos, aos impulsos mais irracionais. Numa metáfora seria um diabinho que tenta influenciar o comportamento do Ego para sempre buscar prazer. • O Ego seria o sistema regulador, que tenta estabelecer o equilíbrio entre as exigências do Id e do Superego. Essa instância é regida pelo princípio da realidade e tenta alternar suas decisões de forma que não favoreça especialmente nenhuma outra instância. Na metáfora, o Ego equivaleria ao Eu (ou você), que tem de tomar as decisões, precisa ouvir o Id (diabinho) e o Superego (anjinho) e argumentar com ambos para tomar as decisões. • O Superego é a terceira instância e, segundo Freud, é responsável pela internalização de regras, proibições, limites e autoridades. Está diretamente ligado ao viver em sociedade e de acordo com essa sociedade. Ainda segundo Freud, essa instância é Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 responsável pelo surgimento do sentimento de culpa (seja por algo que fez errado ou por algo que não fez e queria ter feito). Na metáfora, equivaleria ao anjinho que apresentará os argumentos centrados e legais de uma tomada de decisão, é quem faz o contraponto com o Id. Considerações finais As teorias psicodinâmicas são muito importantes no desenvolvimento da psicologia como teoria e na compreensão do ser humano como objeto de estudo. Com elas você poderá compreender um pouco melhor seu colaborador, suas crises e suas formas de se apresentar. Embora o objetivo não seja formar um psicólogo, pretende-se com esta disciplina ampliar seu leque conceitual e seu campo de visão/ análise. Esperamos ter contribuído um pouco para esse objetivo. Referências BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. MORRIS, C. G.; MAISTRO, A. A. Introdução à psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Portal Angels . Sonhos . Disponível em: <http://www.portalangels.com/sonhos/>. Acesso em: 16 jun. 2013. WOLMAN, B. (Org.). Técnicas psicanalíticas: a técnica freudiana. Rio de Janeiro: Imago, 1976. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 04 Psicologia: Escolas de Pensamento - Behaviorismo Objetivos Específicos • Reconhecer os principais conceitos do Behaviorismo e seus principais autores. Temas Introdução 1 Um breve histórico 2 Condicionamento respondente 3 Behaviorismo radical Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Nesta aula vamos estudar outra escola de pensamento psicológico e a lógica de compreensão é a mesma, o objeto de estudo é específico e diferente das demais, assim como a compreensão de homem e de mundo. Trata-se do Behaviorismo, uma das escolas mais importantes da psicologia. Principalmente no estudo da psicologia organizacional, certamente o Behaviorismo é a escola que mais interfere na forma de gerenciar pessoas e produzir efeitos em seus comportamentos. Seu maior ícone foi Bhurrus Frederick Skinner e sua maior contribuição para a psicologia como um todo foi a proposição de que a psicologia deveria ocupar-se de fenômenos cientificamente mensuráveis e observáveis. Vamos estudar? 1 Um breve histórico Para essa disciplina, você deverá ler o capítulo 5, “Aprendizagem”, das páginas 161 a 168 do livro “Introdução à Psicologia”, de Charles G. Morris e Albert A. Maistro. O Behaviorismo deve seu nome a John B. Watson, em 1913. Ele foi o primeiro a cunhar o termo e utilizá-lo para se referir a estudos psicológicos sobre a forma como o ser humano se comporta. Essa teoria também é conhecida por outros nomes sinônimos e equivalentes como comportamentalismo, teoria comportamental, análise do comportamento e Behavior Analysis. O grande diferencial que encontraremos no estudo do Behaviorismo é que desde seu início, o próprio Watson mudava o foco da psicologia vigente, passando a adotar como verdadeiro e legítimo objeto de estudo o comportamento. Ele acreditava que somente desta forma a psicologia poderia ser reconhecida como ciência, pois abandonava os “processos mentais” pensados por outros teóricos e até mesmo renegando o conceito de “mente” como conhecemos. Com o novo olhar, a preocupação se concentrava naquilo que era mensurável e observável, que podia ser verificado em laboratório através de pesquisas científicas. Isso dava um novo status para a psicologia, que tanto buscava sua cientificidade. Watson estava propondo uma psicologia nova, sem alma e sem mente, que pudesse ser prevista e controlada. Para Watson (1913) “(...) o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Certos estímulos levam os organismos a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus meios (...)”. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 Após Watson, muitos outros behavioristas surgiram e atualmente não se concebe mais a ideia de que o comportamento seja uma ação isolada, algo pontual, mas sim um conjunto de ações interligadas que interferem na ação do outro e sofrem influência dessa ação produzida pelo outro. Vamos deixar essa explicação um pouco mais para frente quando estudarmos as proposições de Skinner. 2 Condicionamento respondente O Behaviorismo passou por algumas fases em seu desenvolvimento que foram cruciais para a noção de comportamento que temos hoje e para explicarmos diversas relações existentes entre os indivíduos. Em 1906, um fisiólogo russo chamado Ivan Petrovich Pavlov publicou alguns achados importantes para o estudo do comportamento, era o surgimento da noção de reflexo de condicionado. Esses achados se tornaram o que viemos a conhecer como condicionamento respondente, condicionamento clássico ou pavloviano, base de inúmeros estudos experimentais. Pavlov, como fisiólogo, não tinha nenhuma preocupação com a construção de teorias psicológicas, no entanto,acabou observando algumas alterações em suas pesquisas que o interessaram muito. Ele realizava estudo com cães e certa vez observou que quando os tratadores dos seus animais se aproximavam dos mesmos com suas vasilhas de alimento, o cão passava a salivar uma quantidade maior que o normal. Pronto, para um pesquisador surge a pergunta, surge a curiosidade, temos de investigar. Então ele começa a desenhar sua teoria com alguns conceitos-chave: reflexos (incondicionados e condicionados), estímulos (incondicionados e condicionados), pareamentos de estímulos, respostas (incondicionadas e condicionadas). Vamos esclarecer de uma forma mais sucinta: • Reflexo incondicionado: é um reflexo inato e biologicamente estabelecido. Ele é eliciado a partir de um estímulo incondicionado (US – Unconditioned Stimulus). • Reflexo condicionado: enquanto o anterior era inato, este reflexo se caracteriza pela necessidade de uma história de pareamento de um estímulo neutro com um estímulo incondicionado. Ou seja, para que este reflexo aconteça, teremos de emparelhar (parear) um estímulo que não provoque nenhuma resposta (estímulo Neutro – Neutro Stimulus) com outro estímulo que provoque uma resposta (estímulo incondicionado – US). Assim, o estímulo neutro, após repetidos emparelhamentos, passará a eliciar a mesma resposta que até então só era eliciada pelo estímulo incondicionado. • Estímulo incondicionado (US): é um estímulo que naturalmente provoca uma resposta incondicionada (UR – Unconditioned Response) no indivíduo que não precisou ser aprendida. Exemplo: a comida funciona como estímulo incondicionado, pois provoca salivação sem a necessidade de qualquer processo de aprendizagem. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 • Estímulo condicionado (CS – Conditioned Stimulus): trata-se do estímulo que antes era neutro e a partir dos diversos emparelhamentos com o estímulo incondicionado passa a eliciar a mesma resposta que era emitida apenas na apresentação do estímulo incondicionado. • Eliciar: provocar uma resposta seja ela automática ou condicionada. • Pareamento ou emparelhamento de estímulos: é um processo de associação entre estímulos. Quando eu apresento dois estímulos simultaneamente, esse processo eu chamo de “pareamento”, ele visa estabelecer um mesmo padrão de resposta para estímulos diferentes. Esse processo é muito comum nas propagandas de TV, por exemplo, quando vemos propagandas de cigarro com pessoas bonitas, bem sucedidas e com um sorriso belíssimo no rosto, a ideia é fazer com que cada vez que você pense ou resolva fumar, esta sensação que você tem ao ver aquele tipo de gente surja em você e isso acabe aumentando sua vontade de fumar. • Estímulo neutro: evento que não provoca nenhuma espécie de resposta no indivíduo. Apresentado tudo isso, podemos finalmente chegar à ideia do condicionamento pavloviano. Tabela 1: Condicionamento respondente US → UR US → UR NS CS → CR Um estímulo incondicionado gera uma resposta incondicionada. Ao emparelharmos um estímulo neutro com o estímulo incondicionado (que gera uma resposta incondicionada). Esse estímulo neutro passa a funcionar como um estímulo condicionado que gera uma resposta condicionada. Fonte: Autoria própria. A seguir você encontrará uma lista de estímulos incondicionados e as respostas incondicionadas geradas pelo mesmo, que também são respostas incondicionadas, ou seja, não precisaram ser aprendidas, são inatas. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 Tabela 2: US → UR US UR Alimento Salivação Alimento impróprio Vômito Estimulação genital Ereção/ lubrificação Calor Suor Irritação nasal Espirro Luz forte Contração pupilar Choque Afastamento Barulho forte Sobressalto Fonte: Autoria própria. 3 Behaviorismo radical B. F. Skinner (1904 – 1990) foi considerado por muitos estudiosos como o principal nome da psicologia moderna. Sua teoria conhecida como Behaviorismo radical sofreu inúmeras críticas de seus oponentes, em parte por desconhecimento da teoria e de sua importância para toda a psicologia. O Behaviorismo radical - radical não por seu radicalismo, como muitos críticos afirmavam, mas radical por pensar a psicologia e seus problemas em sua raiz (latim: radicula) -, tentando identificar e propor soluções básicas para a área. A principal mudança que Skinner introduziu no estudo da psicologia foi o conceito de Comportamento operante. Esse comportamento “inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre o mundo ao redor ou si mesmo. O comportamento operante opera sobre o mundo”. (KELLER; SCHOENFELD, 1973). Outra crítica que se costuma fazer ao behaviorismo é que se trata de uma teoria exclusivamente Stimulus-Response (S-R), o que na verdade correspondia à noção de condicionamento clássico e não ao condicionamento operante. No comportamento operante, o sujeito opera o mundo à sua forma, sendo reforçado ou punido de acordo com as contingências que ali se apresentam. Vamos conhecer mais a fundo os conceitos? 3.1 Comportamento operante De acordo com a proposição de Skinner, o sujeito interage com o seu mundo de diferentes formas e é através dessa interação que ele consegue aprender como lidar com esse mundo. Ele afirma que tudo aquilo que não sou “eu” pode ser considerado como “meio”, e esse meio irá modelar seu comportamento através das consequências de suas ações. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 Paradigma: A:R→C (Toda resposta tem um antecedente e uma consequência que irão interferir no padrão de ação de cada pessoa). As consequências podem ser de diferentes tipos: • Positivo: tipo de reforço que aumenta a probabilidade de ocorrência da resposta à qual foi seguida por ele; • Negativo: tipo de reforço que aumenta a probabilidade de ocorrência da resposta ao ser removido à qual foi seguida por ele. Quando um trabalhador, que se ausentou duas vezes do trabalho por motivos diversos, deixa de ganhar a cesta básica que é liberada no fim de cada mês para todos que não se ausentaram, é uma aplicação simples e direta da teoria de Skinner: uma boa forma de dizer ao colaborador: “Não falte mais ao serviço!”. Outro tipo de consequência é a punição, processo no qual há uma influência de uma resposta: • Positiva: aplicação de consequências aversivas a determinada resposta; • Negativa: remoção de consequências reforçadoras presentes. Há ainda a extinção, que se refere ao processo no qual uma resposta deixa de ser reforçada. Este tipo de procedimento produz um efeito muito mais duradouro que a punição. O que acha de fazermos um estudo mais aprofundado do condicionamento operante? Atualmente, dentro dos estudos relacionados ao behaviorismo nas organizações, você encontrará bastante material relacionado ao que chamamos de OBM (Organizational Behavior Management) ou PM (Performance Management) que é o estudo aplicado dos princípios comportamentais à realidade da organização. Para mais informações, indicamos as leituras abaixo: BERNARDO, A. J. Identificação de contingências e princípios comportamentais da Performance Management através de relatos verbais de gestores de recursos humanos e colaboradores de empresas da cidade de São Paulo. Mestrado. Programa de Psicologia Experimental, Análise do Comportamento, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2011. MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 7 Considerações finais Nesta aula você pôde compreender um pouco mais do comportamento humano e de suas variáveis. Das escolas abordadas até aqui, essa será a de maior importância em seu dia a dia, pois irá acabar utilizando e aplicando princípios comportamentaisem sua empresa, e seria muito interessante que o fizesse da forma correta e com os conceitos adequados. Bons estudos! Referências BERNARDO, A. J. Identificação de contingências e princípios comportamentais da Performance Management através de relatos verbais de gestores de recursos humanos e colaboradores de empresas da cidade de São Paulo. Mestrado. Programa de Psicologia Experimental, Análise do Comportamento, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2011. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. KELLER, F. S.; SCHOENFELD,W.N. Princípios de Psicologia. 1ª ed. São Paulo: E.P.U., 1973. MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. MORRIS, C. G.; MAISTRO, A. A. Introdução à psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. WATSON,. J. B. Psychology as the Behaviorist Views It. Psychological Review, 1913. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 05 As Diversas Áreas de Atuação da Psicologia: Foco na Psicologia Organizacional Objetivos Específicos • Interpretar a psicologia como ciência composta de diferentes escolas de pensamento e com áreas distintas de atuação. Temas Introdução 1 Áreas de atuação na psicologia 2 A psicologia organizacional e do trabalho Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Para essa aula você deverá ler o capítulo 9, “Gerenciamento de Pessoas: conceito, evolução e perspectivas atuais, das páginas 123 a 131 do livro Introdução à Psicologia de Charles G. Morris e Albert A. Maisto. Neste trecho do livro você encontrará uma breve explanação da evolução histórica e conceitual relacionada à área de gestão de pessoas. A leitura certamente o levará a refletir sobre a prática de uma forma diferente. Boa leitura. Após um passeio pelas diversas teorias da psicologia e as principais abordagens e escolas de pensamento, podemos começar a entender como essas escolas irão se relacionar com nosso objeto de estudo secundário, o comportamento organizacional. Antes, porém, é fundamental fazermos uma diferenciação em termos de áreas de abordagem. A psicologia também apresenta uma subdivisão em termos de áreas de atuação. Nesta aula você aprenderá a entender um pouco mais de cada área de atuação de uma forma sucinta e iniciaremos uma investigação mais aprofundada de uma destas áreas, tema de nossa aula, a psicologia organizacional e do trabalho. 1 Áreas de atuação na psicologia A psicologia possui várias escolas de pensamento que sustentam os estudos da mesma sobre os diferentes objetos que ela traz. Como estudamos na aula anterior, o behaviorismo, a psicanálise, a Gestalt ou mesmo a psicologia cognitivo-comportamental se interessam por objetos diferentes e que muitas vezes não convergem e nem pretendem convergir. Seja através do comportamento do behaviorismo ou do inconsciente da psicanálise, o foco de estudo e compreensão do homem perpassam pela forma como cada escola aborda esse ser humano. Além da subdivisão em escolas do pensamento, a psicologia também apresenta dentro de si outra subdivisão relacionada à sua área de intervenção. Temos algumas áreas clássicas dentro desta subdivisão: a psicologia clínica, a psicologia hospitalar, a psicologia escolar, a psicologia jurídica, a psicologia do esporte, a psicologia social e a psicologia organizacional e do trabalho. Essas abordagens exploradas na aula anterior estão mais diretamente ligadas às intervenções dentro da área que chamamos de “Área Clínica”, ou seja, o que conhecemos pela psicologia propriamente dita, a psicologia de consultório. Nesta área de intervenção temos um acirramento das escolas de pensamento em termos de proposta de atuação e de intervenção, e cada escola acaba determinando diretamente a forma de seu profissional atuar. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 Outra área bastante comum e quase tão conhecida como a psicologia clínica é a psicologia hospitalar, pois carrega consigo, assim como o modelo clínico, uma aproximação muito grande com os modelos de saúde e a representação dos mesmos. Na psicologia hospitalar, o profissional trabalha com abordagens breves, pois o atendimento e o acompanhamento do paciente se dá apenas durante o período em que o mesmo se encontra sob internação hospitalar. Ainda dentro da psicologia como área de atuação, temos a psicologia escolar. Essa seria a terceira força dentro das possibilidades de atuação do profissional da psicologia e com grande demanda e consolidação no mercado. Também temos a psicologia jurídica, que vem crescendo bastante no Brasil nos últimos anos, e a psicologia do esporte, que graças ao boom gerado pela escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede das Olímpiadas e do Brasil para sediar a Copa do Mundo de futebol de 2014, vem ocupando um espaço relativamente grande na preocupação do psicólogo e despertando interesse maior. 2 A psicologia organizacional e do trabalho Nesta disciplina, a área de atuação de maior importância é a psicologia organizacional e do trabalho. A psicologia organizacional busca compreender e intervir nas relações e nos fenômenos relativos ao mundo do trabalho e das organizações. Ela irá explorar, analisar, compreender e interagir com as várias dimensões que caracterizam as pessoas, os grupos e as organizações. No desenvolvimento da psicologia organizacional e do trabalho como área, tivemos a psicologia industrial como um dos pilares de sustentação da área. Este pilar trata os assuntos relacionados aos recursos humanos e é considerado o campo de atuação mais antigo dentre as subáreas desta psicologia. Seu propósito inicial estava relacionado ao gerenciamento da eficiência organizacional pelo próprio setor de Recursos Humanos e a esse dar base para as tomadas de decisões. Também foi caracterizado pela existência de projetos de seleção, treinamentos e avaliações de desempenho. Outro pilar de sustentação desta subárea é a psicologia organizacional. O olhar era diferenciado com relação à psicologia industrial porque aqui existia uma preocupação com o indivíduo enquanto pessoa e no que isso poderia afetar na esfera do trabalho. Centrava-se na preocupação em compreender o comportamento individual e gerar um bem-estar do mesmo dentro da organização. 2.1 Áreas de atuação na psicologia organizacional Atualmente o termo psicologia organizacional e psicologia industrial acabaram fundindo-se no que chamamos de psicologia organizacional e do trabalho. Temos dentro desta área alguns nichos de mercados comuns. Abaixo você encontrará os principais locais de atuação, sendo eles: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 • Empresas de consultoria: 32%; • Companhias privadas: 15%; • Universidades: 38%; • Governo: 7%; • Outros: 8%. A atuação dentro da psicologia organizacional e do trabalho é demarcada por uma gama de atividades diferentes e com repercussões diversas dentro do âmbito da administração. Podemos encontrar profissionais que trabalham em atividades de análise e desenvolvimento organizacional, sempre com foco na interação entre colaboradores, horizontal ou verticalmente. O incentivo e o desenvolvimento de equipes também aparecem dentro das expectativas de atividades relacionadas a esta área. Na atividade de consultoria organizacional, o grande foco de inserção do profissional está relacionado ao recrutamento e à seleção de pessoas, acompanhamento, treinamento e desenvolvimento de colaboradores. Essas áreas são historicamente relacionadas à atividade da psicologia no âmbito do trabalho. Nas décadas de 60/ 70 percebemos um crescimento de atividades que até então não faziam parte do escopo de atuação na psicologia organizacional e do trabalho, como o estudoe planejamento de condições de trabalho, estudos e intervenções relacionadas à saúde do trabalhador (desenvolvimento, análise, diagnóstico e orientação em alguns casos específicos dentro da área de saúde do trabalhador, sempre com o olhar voltado para prevenção, reabilitação e promoção de saúde). A psicologia organizacional e do trabalho também pode fornecer dados e subsídios relacionados a aspectos psicossociais que visem promover melhores condições de trabalho. E aproveitando o gancho do social, não podemos nos esquecer do desenvolvimento de processos e projetos ligados à intervenção psicossocial, desenvolvendo ações voltadas para o aprimoramento das relações de trabalho, visando obter uma maior produtividade, sem esquecer os fatores pessoais relacionados à satisfação do colaborador, bem-estar e qualidade de vida no trabalho. Outra forma de atuação dentro da psicologia organizacional e do trabalho que podem nutrir o administrador de dados é a participação da mesma em entrevistas de desligamento ou processos demissionais, pois é de fato quando o funcionário não se encontra mais ligado às amarras institucionais que poderá externalizar informações extremamente importantes para o funcionamento da organização. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 Pare um pouco sua leitura, vá até a locadora e alugue o filme Amor sem escalas (distribuidora Paramount Pictures, 2009). É uma excelente dica para que você entenda um pouco o funcionamento dos processos demissionais e observe algumas variáveis que estão ligadas a este processo. Lembre-se que em todo filme há espaço para a licença poética, não seja muito crítico. Boa sessão. Considerações finais Nesta aula você pôde entender um pouco mais sobre o desenvolvimento da psicologia como área de atuação e principalmente sobre a psicologia organizacional e do trabalho, base de sustentação para diversas práticas do administrador em seu dia a dia. Pôde perceber uma evolução histórica das áreas da psicologia de uma forma geral e da psicologia organizacional e do trabalho. Esperamos que tenha sido um bom passeio, com ótimos insights. Referências MORRIS, C. G.; MAISTO, A. A. Introdução à psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. ROBBINS, S.; JUDGE, T.A.; SOBRAL, F. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson/ Prentice Hall, 2010. SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson/ Prentice Hall, 2008. ZANELLI, J. C.; ANDRADE, J. E. B.; BASTOS, A V. B. (Org.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 06 Comportamento Organizacional Objetivos Específicos • Diferenciar o comportamento individual e o comportamento organizacional com suas especificidades. Temas Introdução 1 Definições de comportamento organizacional 2 O comportamento grupal na organização Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Agora que já estudamos as escolas de pensamento da psicologia e sua subdivisão em áreas de atuação, chegamos a um ponto de nosso curso que já podemos enveredar pela aproximação destas mesmas questões com o dia a dia da organização e do comportamento humano. Iremos explorar nesta aula o comportamento organizacional como subproduto da interação homem-homem, homem-organização e organização-homem. Esperamos que você se interesse pelo tema e participe de excelentes debates com seus colegas. 1 Definições de comportamento organizacional Após este longo percurso você está preparado para ler o capítulo 1, “O que é o comportamento organizacional”, das páginas 7 a 13 do livro Comportamento Organizacional de Robbins, Judge & Sobral. Você poderá compreender de uma forma mais clara os conceitos principais relacionados ao comportamento organizacional e contrapor as informações aqui apresentadas. Bons estudos. Na história da administração, o conceito de comportamento organizacional foi tomando espaço e importância com o crescimento da mesma enquanto ciência e seu desenvolvimento teórico. Muitos autores buscavam entender o funcionamento de uma organização, mas o objeto variava de autor para autor. A partir da revolução industrial, no século XVIII e XIX, a forma de viver em sociedade começava a tomar nova forma: êxodo rural, amontoamentos de pessoas nas cidades, desemprego e outros problemas que persistem até os dias atuais. As grandes linhas de montagem surgem com suas necessidades cada vez maiores e a forma de gerenciar pessoas sofreu um grande impacto. Essas mudanças pressionaram os gestores a mudar sua forma de agir, observar, compreender e intervir nas relações de pessoas. O tempo curto para tomada de decisão passa a ser uma constante, o que requer profissionais mais capacitados e qualificados nas funções-chave. Até então, o conceito de comportamento organizacional não tinha qualquer representatividade dentro da administração e dificilmente seria encontrado na literatura ou em rodas de discussão, mesmo que acadêmicas. Seu desenvolvimento se deve às abordagens teóricas anteriores que buscavam compreender o dia a dia do trabalhador e a melhor forma de lidar com eles. As principais abordagens foram a administração científica, os princípios administrativos e a escola de relações humanas de Elton Mayo. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 Todas essas escolas de pensamento influenciaram o desenvolvimento da administração de uma forma geral e o estudo do comportamento organizacional de uma forma específica. Talvez a mais criticada tenha sido a Administração Científica de Taylor que preconizava o homem como objeto de si mesmo e dos processos burocráticos. Uma grande crítica ao modelo proposto foi realizada por Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos”. Apesar de a obra ser relativamente antiga (1936), suas colocações e apontamentos são extremamente atuais. Venha fazer parte desta viagem na história da administração e do estudo do comportamento organizacional. Vamos ver como a literatura trata deste conceito. Quadros & Trevisan definem de uma forma bem didática: “Comportamento Organizacional é um campo de estudo que ajuda a prever, explicar e compreender os comportamentos nas organizações”. (QUADROS; TREVISAN, 2002, p. 2). O comportamento organizacional como forma de estudar, prever, explicar e compreender como as pessoas agem dentro do âmbito do trabalho é uma excelente forma de pensar nas diversas teorias que sustentarão o estudo deste mesmo comportamento organizacional. Você será levado a pensar nas variáveis que afetam o modo das pessoas agirem, compreendendo um pouco da ciência, fundamental para o estudo do comportamento humano, a psicologia e, mais especificamente, o behaviorismo, também discutirá a psicologia organizacional e do trabalho como subárea da psicologia que concentra os principais estudos relacionados ao tema, ainda enveredaremos pelos caminhos da saúde mental e trabalho, coeficiente de inteligência, coeficiente emocional, motivação, liderança, estresse, adoecimento no trabalho, relação entre emoção e razão. Teremos muito que discutir e refletir nesta aula, então que tal começarmos pelas definições de comportamento e de comportamento organizacional? Vamos lá! 1.1 Comportamento humano Por comportamento então, eu me refiro simplesmente ao movimento de um organismo, ou de suas partes, num quadro de referência fornecido pelo organismo ele próprio, ou por vários objetos ou campos de força externos. É conveniente falar disto como a ação do organismo sobre o mundo externo, e é frequentemente desejável lidar com um efeito mais do que com o movimento em si mesmo (...)”. (SKINNER, 1938, p. 6). Estamos adotando como referência o behaviorismo que você já teve a oportunidade de conhecer em aula anterior.Dentre as diversas definições de comportamento, em nosso ver aquela que melhor se adequa ao estudo do comportamento organizacional é esta. A definição de comportamento apresentada por Skinner (1938) é fundamental para entendermos o conceito de comportamento organizacional, pois a partir do momento que ele afirma que comportamento pode ser um simples movimento de um organismo ou de suas partes, retirando do conceito a ideia embutida nele de intencionalidade, fica mais claro o caminho que deve ser percorrido para chegarmos no comportamento organizacional. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 Ainda na abordagem Skinneriana podemos compreender o comportamento organizacional como fruto da relação entre os colaboradores, relação dos colaboradores com seus chefes, colaboradores com seus subordinados, colaboradores com seu mundo fora da organização e dos colaboradores consigo mesmos. Essa rede de relações bastante intrincada deve ser considerada na análise de fatores relacionados ao comportamento organizacional. 1.2 Percepção no trabalho Outro fator ou variável diretamente relacionada ao comportamento organizacional é a percepção de seu ambiente de trabalho. Por percepção não estamos apresentando a ideia de algo “mágico” ou “extrassensorial”, mas sim uma boa análise das circunstâncias que envolvem seu ambiente de trabalho e suas tomadas de decisões. Nessas circunstâncias queremos que o colaborador consiga compreender de forma clara suas relações com seus colegas de trabalho e que estas relações são permeadas por diversas outras variáveis, e a principal delas se trata da empatia. O comportamento organizacional como resultado da percepção e da capacidade do colaborador em se colocar na posição do outro refletirá diretamente em sua forma de agir, e funcionará como filtro de qualidade para suas ações. Um aluno mais atento poderia questionar: “Mas a minha percepção é diferente da percepção do meu colega, como lidar com isso?”. Muito bem observado, a percepção diferenciada é o grande atrativo do ser humano, pois nosso processo perceptivo está diretamente ligado à forma como cada um exercita a mesma. Embora tenhamos um componente genético, as nossas características certamente irão ajudar ou atrapalhar nesse processo perceptivo. Indivíduos com problemas de relacionamento apresentam dificuldade em perceber os outros e o mundo à sua volta de forma acurada, sem deformações. A pessoa que, continuamente, busca uma maior consciência sobre si, sobre o outro e o mundo, tem maior probabilidade de perceber as situações e de se relacionar, diferentemente daquela que se comporta de maneira rígida, preconceituosa, em face dos valores dos outros, quando estes são diferentes dos seus. (QUADROS; TREVISAN, 2002, p. 4). 1.3 Atitude como diferencial Muitos autores, estudiosos e militantes da área de negócios costumam confundir o conceito de atitude com o conceito de comportamento/ ação. Dizem por aí que para se ter atitude é preciso agir e essa ação é vista como a atitude. Na verdade esse é um engano muito comum e muito simples de resolvermos no estudo do comportamento organizacional. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 A atitude de cada pessoa é avaliada o tempo inteiro pela sociedade de uma forma geral. Vamos aprendendo a agir em grupo conforme vivenciamos essa experiência. A escola é um grande aprendizado neste aspecto, pois oferece à criança a oportunidade de se relacionar com outras crianças e começar a vivenciar as dificuldades e as facilidades da vida em sociedade. Mas isso não resume o que define atitude e apenas ajuda a formar a base para o que estamos chamando de atitude. Aprendemos a lidar com as informações recebidas, com os afetos alheios e os nossos próprios afetos, que acabam interferindo no processo de “gostar” ou “não gostar” de alguém ou de uma situação. Essas informações acumuladas à sua carga genética, sua percepção, razão, emoção, sensibilidade e outros fatores criam o que chamamos de predisposição à ação. Essa predisposição à tal ação é a atitude. Vejamos como Robbins, Judge & Sobral (2010, p. 65) definem atitude: “Atitudes são afirmações avaliatórias – favoráveis ou desfavoráveis – com relação às pessoas, objetos ou eventos. Refletem uma predisposição individual com relação a alguma situação ou fenômeno”. Vivemos em uma sociedade moderna onde as pessoas se cobram a agir de forma ética e responsável. Você alguma vez já se questionou se sua atitude condiz com o que você espera dos outros? Pense bem. 2 O comportamento grupal na organização Agora que você já estudou bastante sobre as variáveis que afetam o comportamento de um indivíduo na organização e suas diversas relações com outras variáveis, iremos passar ao estudo do comportamento organizacional na esfera grupal, pois além do estudo das relações do indivíduo com ele mesmo e com seus pares, outro fator que afeta bastante o comportamento final está centrado no fato do que se faz em grupo. O grupo tem um poder muito grande sobre o colaborador, pois ele é capaz de escolher líderes e fazer com que estes ocupem posições privilegiadas no escopo da organização, assim como perseguir, maltratar, humilhar e gerar inúmeros outros problemas aos indivíduos que não estejam em acordo com sua forma padronizada de agir ou sua determinação. Mas, afinal, o que será grupo? Antes de prosseguirmos a discussão iremos abordar de uma forma mais acadêmica o conceito de grupo apresentado por Robbins, Judge e Sobral em sua obra Comportamento Organizacional. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 Um grupo é definido como dois ou mais indivíduos, interdependentes e interativos, que se reúnem visando a atingir determinado objetivo. Os grupos podem ser formais ou informais. Entendemos por grupos formais aqueles que são definidos pela estrutura da organização, com atribuições específicas e tarefas necessárias para a realização de um trabalho. Nesses grupos, o comportamento das pessoas é estipulado e dirigido em função das metas organizacionais. [...] Ao contrário, os grupos informais não são estruturados formalmente nem determinados por uma organização. Esses grupos são formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta às necessidades de interações sociais. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 262). Considerações finais Nesta aula você pode passear um pouco pelo estudo do comportamento organizacional e de algumas de suas variáveis mais importantes. Abordamos as diferentes definições de comportamento organizacional e como o mesmo se relaciona com o conceito de comportamento humano. Essa diferenciação é fundamental para a compreensão do por que as pessoas agem da forma que agem e do pontapé inicial para pensarmos de forma aprofundada no estudo de outras variáveis como a percepção do colaborador sobre si e sobre o seu trabalho e a análise de sua atitude frente às principais dificuldades em seu dia a dia. Também enveredamos pelo estudo inicial do comportamento grupal na organização. Referências LOOK FILMES (distribuidor). Tempos Modernos. Direção de Charles Chaplin. EUA. 1936. QUADROS, D.; TREVISAN, R. M. Comportamento Organizacional. v. 5. Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Superior. Coleção Gestão Empresarial, 2002. ROBBINS, S.; JUDGE, T.A.; SOBRAL, F. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano, 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. ______. The behavior of organisms: an experimental analysis. Cambridge, Massachussetts: B.F Skinner Foundation, 1938. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 07 Motivação no Trabalho Objetivos Específicos • Demonstrar a motivação como variável interveniente no comportamento organizacional, conhecendo as diferentes teorias motivacionais.Temas Introdução 1 Motivação Considerações finais Referências Professor Alexandre José Bernardo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 2 Introdução Nesta aula vamos estudar o conceito de motivação e algumas das principais teorias relacionadas. Iremos pensar a motivação como uma ferramenta de avaliação e gerenciamento estratégico. 1 Motivação Nesta aula você deverá ler o Capítulo 7, “Conceitos básicos de motivação”, da página 196 a 203 do livro Comportamento Organizacional, de Stephen Robbins, Tim Judge & Filipe Sobral. Você encontrará as principais teorias motivacionais e a forma como cada uma pode refletir nos processos de tomada de decisão. Aproveite a leitura. Mas afinal, o que é motivação? A origem da palavra, do latim motivus, quer dizer processo, esforço direcionado para o alcance de um objetivo. Se checarmos agora em qualquer dicionário, a definição que vamos encontrar é: – Exposição de motivos; – Conjunto de fatores que agem entre si e determinam uma conduta do indivíduo. Mas o que queremos entender é como a motivação pode ser utilizada dentro do contexto das organizações. Para isso vamos recorrer ao conceito. Para Maximiano (2002) e Chiavenato (2000), o comportamento humano é energizado, estimulado, incentivado; motivação é o esforço e a tenacidade para alcançar algo ou fazer algo; fator que contribui para o desempenho no trabalho. Ou seja, no campo organizacional, motivação é vista como forma de melhorar o desempenho profissional para que isso reflita na produção, na saúde organizacional e na satisfação dos trabalhadores. Por isso entendemos que para aumentar a motivação dos trabalhadores em uma organização é necessário mostrar aos mesmos a sua importância, buscando formas de satisfação de suas necessidades, permitindo que emitam suas opiniões e tudo o que diz respeito ao setor de produtividade. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 3 1.1 A origem da motivação: intrínseca ou extrínseca Entendemos que a motivação pode ser pensada através de duas vertentes: • Motivação intrínseca Acredita-se que a motivação pode ser algo intrínseco, quando o fator motivacional se relaciona com questões psicológicas (internas, daí intrínsecas) dos indivíduos, ou seja, quando estes são motivados pelas suas ações individuais, buscam o reconhecimento e sua valorização. • Motivação extrínseca Ao pensarmos a motivação extrínseca, os fatores motivacionais são alcançados através de alguma recompensa (salários, benefícios, promoções que são estabelecidas normalmente pela alta administração) ou algum fator externo, daí extrínseca. Essa discussão entre a origem da motivação perpassa diversas áreas de conhecimento e formas de abordar o fenômeno. Certamente você irá encontrar defensores de ambos os lados com argumentos bastante convincentes. Para entender melhor a motivação é necessário abordar suas diversas teorias, pois nelas se encontram o fator para motivar as pessoas e as respostas básicas de como os indivíduos vão ou poderão reagir a tal situação. As teorias clássicas da motivação são: • A hierarquia de necessidades humanas – Maslow; • Teoria X e Y – McGregor; • Teoria dos dois fatores; • Teoria das necessidades de McClelland. Contudo, iremos abordar neste texto contextualizador apenas as duas primeiras teorias e as outras duas você encontrará em nosso texto base. Uma leitura não exclui a outra, pois aqui faremos uma introdução ao tema e no texto base reunimos mais dados para complementar a discussão. 1.2 A hierarquia de necessidades humanas – Abraham H. Maslow A teoria das necessidades humanas de Maslow propõe que o homem é motivado por necessidades organizadas numa hierarquia de relativa importância. Isto significa que uma necessidade de ordem superior surge somente quando a de ordem inferior foi relativamente satisfeita. A teoria pode ser entendida na Figura 1: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 4 Figura 1: Pirâmide de Maslow Fonte: Autoria própria. Maslow acreditava que uma necessidade satisfeita não é motivadora de comportamento. Já as necessidades não satisfeitas, sim, influenciarão o comportamento, dirigindo-o para objetivos individuais. O que acaba fazendo bastante sentido ao pensarmos que o que motiva o indivíduo em direção a algo é justamente a necessidade desse algo. Ele avalia ainda que somente se buscará uma necessidade de maior ordem hierárquica quando se alcança satisfação em níveis mais baixos, ou seja, os níveis mais elevados de necessidade somente surgem quando os níveis mais baixos estão relativamente controlados e alcançados pelo indivíduo. Contudo, cabe ressaltar que, para Maslow, nem todos os indivíduos conseguem chegar ao nível das necessidades de autorrealização ou mesmo ao nível das necessidades de estima, sendo estas sempre uma questão de conquista individual, lembrando que o comportamento de cada indivíduo é influenciado simultaneamente por um grande número de necessidades concomitantes. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 5 1.3 Teoria X e Y de McGregor A teoria criada pelo psicólogo McGregor é marcada pela criação de duas visões opostas do profissional, seja pela sua forma de ação ou por como são avaliados por seus superiores. Ele propôs dois perfis profissionais: o profissional X e o profissional Y. Mas quais são essas diferenciações? • Profissionais X - Tentam evitar o trabalho quando possível, sendo necessário serem coagidos ou punidos por seus superiores para que possam atingir as metas da organização. São desmotivados, pois na organização só buscam segurança em questão financeira e não tem pretensão de desenvolver um plano de carreira na empresa. • Profissionais Y - Almejam atingir seus objetivos e cumprir as ordens que lhe são confiadas. Colaboram para o crescimento da organização e o seu próprio crescimento. São criativos, têm ideias inovadoras, são motivados, empenhados e têm como meta o crescimento da organização. São felizes porque fazem o que gostam. Considerações finais Nesta aula, você pode compreender a importância do conceito de motivação, ou seja, quando vemos uma pessoa altamente motivada em seu trabalho, entender o que significa e correlacionar essa motivação com um comprometimento emocional. Pessoas que estão engajadas em seu trabalho, “tornam-se física, cognitiva e emocionalmente imersas na experiência daquela atividade, na busca de seu objetivo”. (MITCHELL, 1982; JURKIEWICZ; MASSEY JR.; BROWN, 1998, p. 233; ROBBINS, 2005, p. 94-95). Conseguir perceber que a motivação não é algo simples de ser trabalhado e que há uma diversidade na forma de se pensar, aplicar e estudar a motivação é um dos objetivos desta aula. Esperamos que tenha compreendido o conceito de uma forma ampla e que o utilize em seu dia a dia no trabalho com bastante critério. Até mais! Referências CHIAVENATO, I. Iniciação à Administração Geral. São Paulo: Makron, 2000. 44 p. JURKIEWICZ, C. L.; MASSEY JR., T. K.; BROWN, R. G. Motivation in Public and Private Organizations: a comparative study. Public Productivity & Management Review. Sage Publications. v. 21, n. 3, p. 230-250, 1998. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Psicologia e Comportamento Organizacional 6 MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 3. ed. rev. e atual. 2002. 521p. MITCHELL, T. R. Motivation: new directions for theory, research, and practice. Academy of Management. The Academy of Management Review, Mississippi State, p. 80-88, 1982. ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ROBBINS, S. P.; JUDGE, T.; SOBRAL, F. Comportamento Organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson/ Prentice Hall, 2010. Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 08 Atitude e Satisfação nas Organizações
Compartilhar