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Caso Concreto 05 prática

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
ADVOGADO, nacionalidade, estado civil, advogado, portador da carteira de identidade 
nº ___________, inscrito no CPF n.º ______________, com endereço profissional na 
______________________, vem impetrar 
 
HABEAS CORPUS 
 
em razão do ato praticado pelo JUIZ DE DIREITO DA 10º VARA DE FAMÍLIA DA 
COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. 
 
DOS FATOS 
 
 A paciente é domiciliada na cidade do Rio de Janeiro e está sendo executada 
por seus filhos Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, 
representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. 
 Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de 
Família da Capital, a paciente foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil 
reais), referente aos últimos cinco meses impagos dos alimentos fixados por sentença 
pelo juízo da mesma Vara de Família. 
 Ocorre que a paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação 
econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente 
no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida 
alimentar. 
 Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o 
magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias 
 
 
DOS FUNDAMENTOS 
 
 A prisão civil por alimentos teve a seu germe na Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos (aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo 27, de 25.09.1992, e 
promulgada pelo Decreto 678, de 06 de novembro de 1992), O Pacto de San José da 
Costa Rica, que em seu artigo seu artigo 7º, vedou a prisão civil do depositário infiel, 
somente permitindo-a na hipótese de dívida alimentar. A nascente Constitucional do 
dispositivo encontra-se no artigo 5º, LXVII, da Carta Maior, que será concedido habeas 
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 A execução da prestação alimentícia com a utilização do instrumento 
coercitivo da ameaça de prisão civil somente é possível nas hipóteses em que o débito 
executado compreenda o inadimplemento dos três meses anteriores ao ajuizamento 
da ação. Assim, será impossível obter-se o decreto prisional por dívida referente a 
prestação alimentícia prevista há mais de três meses. Entende-se que não se justifica 
a excepcionalidade da supressão da liberdade do executado quando se refira a 
execução a débito vencido a mais de 4 meses, pois o credor já não precisa 
urgentemente de tal valor para prover a sua subsistência, visto que decorrido prazo 
razoável. E, portanto, a execução por quantia certa contra devedor solvente será o 
procedimento eficaz para a obtenção da satisfação do crédito. 
 Não obstante tal entendimento, o STJ editou a Súmula 309 com o seguinte 
teor: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende 
as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo. 
 
 
DO PEDIDO 
 
a) seja deferida a liminar para determinar ao juízo a colocação da paciente em 
liberdade; 
b) a notificação da autoridade coatora; 
c) a procedência do pedido concedendo-se o habeas corpus. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e data 
Advogado 
OAB

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