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O teste do degrau

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O teste do degrau (TD) é um procedimento simplificado de avaliação da capacidade funcional de pacientes empregado no meio clínico. O TD é utilizado na avaliação do grau de aptidão e de alterações cardiovasculares em grandes populações de adultos. 
Na maioria dos testes, a duração é variável (90s-10 min), mas a altura do degrau (23,0-50,8 cm) e o ritmo (22,5-35,0 degraus/min) permanecem constantes durante todo o teste. 
O ato de subir degraus envolve um trabalho contra a gravidade e o uso de grupamentos musculares não utilizados com frequência nas atividades cotidianas, o que o torna um teste com respostas fisiológicas distintas do teste de caminhada, além das demandas metabólicas e ventilatórias mais intensas para o mesmo. 
A altura do degrau e ritmos fixos exigidos durante todos os testes passou a ser visto como uma desvantagem, pois a altura fixa e o ritmo constante para indivíduos em diferentes níveis de aptidão física poderiam resultar em intensidade de trabalho inadequada e carga acima ou abaixo da capacidade individual, não tendo um resultado preciso sobre a capacidade física do pacient . Atualmente, existem protocolos autocadenciados e cadenciados externamente. No entanto os testes do degrau auto cadenciados utilizados em indivíduos saudáveis e doentes apresentam desvantagens sobre o seu uso, visto como o desempenho pode variar de acordo com o grau de motivação do individuo, são limitados pelo tempo e apresenta critérios subjetivos para a interrupção dos testes8 . Apesar das vantagens apresentadas pelos testes do degrau, conforme descrito previamente, existe uma grande diversidade de protocolos, dentre eles: o teste de dois degraus de Master, o teste do degrau de Harvard, o teste do degrau de Astrand-Ryhming, testes do degrau gradativo e o teste do degrau da Queen’s College. 
1 O que o teste se propõe medir 
As variáveis principais obtidas no TD dependem da natureza básica do teste. Desta forma, se o ritmo for determinado pelo paciente (self-paced), o número total de degraus subidos pode ser um indicador do “trabalho” total desenvolvido no teste. Por outro lado, se o ritmo for determinado por um metrônomo ou contador externo (paced), o número de degraus será constante (caso o paciente consiga terminar o teste) e o mesmo não fornecerá uma estimativa da capacidade de trabalho. Entretanto, em qualquer um destes modelos, algumas respostas fisiológicas básicas podem ser obtidas: 
• frequência cardíaca (sem, ou preferencialmente, com registro eletrocardiográfico), 
• pressão arterial sistêmica, 
• escores de dispnéia,
 • saturação da oxiemoglobina por oximetria de pulso (SpO2, %) e/ou 
• gasometria arterial. 
Como realizar o TD
 O “ergômetro” a ser utilizado pode se constituir de apenas 1 degrau de 20 cm de altura, com plataforma emborrachada e apoios laterais. Caso o número de degraus subidos não for uma variável relevante, o teste requer apenas 1 examinador. Caso o teste envolva a contagem de degraus, 2 examinadores devem estar presentes. 
Fase pré-teste- 
O paciente deve ser testado na fase estável da doença, utilizando o esquema terapêutico habitual. O mesmo deve vestir roupas e calçados confortáveis. Não é necessário a realização de aquecimento antes do TD. Alimentos leves são permitidos desde que consumidos 2 horas antes do teste, assim como deve-se evitar atividades físicas mais intensas neste período. Antes do teste, com o paciente sentado numa cadeira por cerca de 10 minutos deve-se anotar: 
• se o paciente está ou não utilizando oxigênio suplementar, a fonte de oxigênio e o fluxo a ser empregado no teste; 
• pressão arterial, freqüência cardíaca e saturação da oxiemoglobina por oximetria de pulso (SpO2, %) e 
• escores de dispnéia e fadiga geral pela escala categórica modificada de Borga (escores de 0-10). 
• O paciente deve ser cuidadosamente informado dos seguintes aspectos: o o objetivo do teste, ressaltando que o mesmo envolve o registro do número de degraus subidos em 4 (TD4) ou 6 minutos (TD6); o explicar e demonstrar para o paciente como subir e descer o degrau: realizar a subida inicial com a perna direita, seguida da perna esquerda. Após a subida com as duas pernas, a descida deve ser Temas em revisão. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. sbpt.org.br realizada na ordem da subida: primeiro a perna direita e depois a esquerda, iniciando-se então uma nova subida. o que, caso ele se sinta cansado ou com falta de ar, poderá diminuir o ritmo ou parar e descansar (na cadeira que lhe será oferecida), reassumindo o teste assim que possível. Fase de teste
 - Os seguintes aspectos técnicos devem ser padronizados: 
• dê estímulos padronizados a cada minuto, informando o tempo ainda restante: utilize frases simples e diretas pronunciadas com tom de voz constante (por exemplo, “o sr. está indo muito bem, faltam X minutos”); 
• não super-estimule o paciente, utilizando outros comandos, sentenças longas ou linguagem corporal; 
• mantenha-se atento ao paciente e ao cronômetro, evitando conversas paralelas;
 • quando estiver faltando 15 segundos para a finalização do teste, avise o paciente, dando uma mensagem clara (”pare !”) no sexto (TD6) ou quarto (TD4) minuto; 
• caso o paciente interrompa o teste, anote o tempo mas não pare o cronômetro: relembre que ele pode descansar apoiado no suporte lateral ou, caso queira, na cadeira lhe será oferecida, lembrando-lhe, ainda, que ele poderá recomeçar o teste assim que se sentir melhor; • se o paciente não conseguir reassumir o teste, considere o tempo e o número de degraus subidos, além das razões que o fizeram interromper o teste. 
Fase pós-teste - Assim que o paciente interromper o teste, obtenha os mesmos sinais vitais e a SpO2 registrados na fase pré-teste, além dos escores de sintomas. Inquira especificamente acerca de qualquer outro sintoma concomitante, que tenha ou não contribuído para uma eventual interrupção precoce do teste. Registre o número de degraus subidos com as duas pernas: caso apenas uma das pernas tenha subido no momento da interrupção, conte como ½ degrau subido.

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