Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* Se a estrutura do aminoácido apresentar carbonos, além do carbono α, a contagem de carbonos começará no carbono α. Aminoácidos ➢ Entendendo a importância dos aminoácidos Todos os organismos vivos possuem em suas células macromoléculas chamadas proteínas. Elas possuem diferentes tamanhos, formas e uma grande variedade de funções biológicas. Todas as proteínas são construídas por um conjunto de 20 aminoácidos, que são ligados covalentemente em sequências lineares. Cada um desses aminoácidos possui uma cadeia lateral que determina as propriedades químicas das proteínas. As diferentes maneiras que os aminoácidos se juntam faz com que as proteínas possuam funções extremamente diversas. Os aminoácidos são monômeros essenciais para a formação das proteínas. ➢ Aminoácidos Proteínas são polímeros resultantes da desidratação de aminoácidos; cada resíduo de aminoácido se liga ao seu vizinho através de uma ligação covalente – a palavra “resíduo” se remete à perda de elementos químicos da água, quando um aminoácido é unido a outro. ➢ Estrutura dos aminoácidos Todos os aminoácidos presentes na estrutura das proteínas são classificados como α-aminoácidos. Cada um possui um grupamento carboxílico e um grupamento amino ligados ao mesmo átomo de carbono, denominado *carbono α. Eles se diferenciam entre si por conta da sua cadeia lateral (grupos R), que variam em estruturas, carga elétrica e tamanho. Os aminoácidos têm sido designados através das abreviações de suas 3 primeiras letras – derivadas de seus nomes na língua inglesa – ou por uma única letra, ambos são usados para abreviar a indicação da composição e da sequência de aminoácidos nas proteínas. Estrutura geral de um aminoácido Em todos os aminoácidos, exceto na glicina, o carbono α liga-se a quatro diferentes grupos: um grupo carboxila, um grupo amino, um grupo R e um átomo de hidrogênio – no caso da glicina, o grupo R é um outro átomo de hidrogênio. Portanto, o carbono α é um carbono quiral. Por conta do arranjo tetraédrico dos orbitais de ligação ao redor do carbono α dos aminoácidos, os 4 grupos diferentes podem ocupar duas disposições espaciais distintas. Essas duas formas são chamadas de enantiômeros. Todas as moléculas que possuem carbonos quirais são opticamente ativas, ou seja, podem girar a luz polarizada. Em 1981, Fisher desenvolveu uma convenção conhecida como convenção de Fischer, que resultou em uma nomenclatura especial para especificar a configuração absoluta dos 4 grupos ligados ao carbono α, sendo classificados então como D e L. É importante destacar que em todas as proteínas os aminoácidos são encontrados apenas na forma L. Os aminoácidos da forma D foram encontrados em pequenos peptídeos de células da parede bacteriana. ➢ Os aminoácidos podem ser classificados pelos seus grupos R Em cada classe de aminoácido existe uma variação de tamanho, polaridade e forma dos grupos R. A compreensão das propriedades químicas dos aminoácidos é muito importante para entender a bioquímica. Os grupos R têm propriedades como: variação de polaridade, ou tendência para interagir com a água em Ph biológico (Ph próximo a 7). A polaridade pode variar em um comportamento totalmente não-polar ou hidrofóbico (insolúvel em água) até um altamente polar ou hidrofílico (solúvel em água. ➢ Grupos R não-polares Nessa classe os aminoácidos são: glicina, alanina, valina, leucina, metionina e isoleucina. Suas volumosas cadeias, com suas formas características, são importantes na estabilização da estrutura das proteínas por conta das Relacionamento estérico entre os estereoisômeros de alanina e a configuração absoluta do L e D-gliceraldeído interações hidrofóbicas em seu interior. A glicina é o aminoácido que possui a estrutura mais simples dentre os 20 aminoácidos e, mesmo que apolar, sua cadeia lateral pequena não contribui para a ocorrência de interações hidrofóbicas. ➢ Grupos R aromáticos A fenilalanina, tirosina e triptofano possuem cadeias laterais aromáticas apolares. Todos podem participar de interações hidrofóbicas. O grupo hidroxila da tirosina pode formar pontes de hidrogênio, por essa razão atua como um importante grupo funcional na atividade de algumas enzimas. A tirosina e o triptofano são mais polares que a fenilalanina, por conta do grupo hidroxila da tirosina e do nitrogênio presente no anel indol do triptofano. ➢ Grupos R polares não carregados Aminoácidos que são mais solúveis em água, do que os aminoácidos não-polares, pois contêm grupos funcionais que formam pontes de hidrogênio com a água. Essa classe de aminoácidos inclui serina, treonina, cisteína, asparagina e glutamato. A polaridade da serina e da treonina é devida a seus respectivos grupos hidroxila, a da cisteína a seu grupo sulfidrila e a da asparagina e da glutamina a seus grupos amida. Asparagina e glutamina são amidas de dois outros aminoácidos também encontrados em proteínas, aspartato e glutamato, respectivamente, aos quais são facilmente hidrolisadas por ácidos ou bases. Os resíduos unidos por ligações dissulfeto são fortemente hidrofóbicos (apolares). As ligações dissulfeto têm um importante papel na estabilização de estruturas de muitas proteínas, em virtude da formação de ligações covalentes entre diferentes partes de uma molécula proteica ou entre duas cadeias proteicas distintas. ➢ Grupos R carregados positivamente (básicos) Os grupos R mais hidrofílicos são aqueles que são positiva ou negativamente carregados. Os aminoácidos que possuem carga líquida em Ph 7 são a lisina, a arginina e a histidina. A histidina é o único aminoácido que possui uma cadeia lateral com Pka próximo a neutralidade. ➢ Grupos R carregados negativamente (ácidos) Os dois aminoácidos, tendo grupos R com uma carga líquida negativa em Ph 7, são o aspartato e o glutamato. Cada um deles possui na molécula um segundo grupo carboxila. ➢ Os aminoácidos podem agir como ácidos e bases Quando um aminoácido é dissolvido em água, ele existe na solução como um íon dipolar, ou “zwitterion”. Um zwitterion pode pode agir tanto como um ácido (doador de prótons) quanto como uma base (receptor de prótons). As substâncias que exibem essa dupla natureza são chamadas anfóteras. Um α-aminoácido simples monocarboxílico como a alanina é na realidade um ácido diprótico, quando está totalmente protonado – apresenta dois grupos, o grupo -COOH e o grupo - NH3 +, que podem se ionizar para liberar prótons. ➢ Curva de titulação A titulação de ácido-base consiste na remoção gradual de prótons. A figura acima mostra a curva de titulação da glicina. Ela apresenta dois estágios, que correspondem a desprotonação dos dois grupos distintos na glicina. Cada um desses estágios lembra, em sua forma, a curva de titulação de um ácido monoprótico, como o ácido acético, e pode ser analisada da mesma maneira. Em Ph muito baixo, a espécie iônica predominante da glicina é H3N + – CH2 – COOH, sua forma totalmente protonada. No ponto médio do primeiro estágio da titulação, no qual o grupo -COOH da glicina perde o seu próton, estão presentes concentrações equimolares da forma doadora (H3N + – CH2 – COOH) e da forma receptora de prótons (H3N + – CH2 – COO -). No ponto médio de qualquer titulação, um ponto de inflexão é atingido, no qual o Ph é igual ao Pka do grupo protonado que está sendo titulado. Para a glicina, o Ph no ponto médio é 2,34, assim o seu grupo -COOH tem um Pka (indicado como Pk1 na figura) de 2,34. À medida que a titulação prossegue, outro ponto importante é atingido quando o Ph assume o valor 5,97. Ali há um ponto de inflexão,no qual a remoção do primeiro próton da glicina está essencialmente completa e a remoção do segundo próton apenas começou. Nesse Ph, a glicina está presente principalmente como íon dipolar H3N + – CH2 – COO -. O segundo estágio da titulação corresponde à remoção de um próton do grupo -NH3 + da glicina. O Ph no ponto médio desse estágio é 9,60, igual ao Pka (indicado como Pk2 na figura) para o grupo -NH3 +. A titulação está completa em um Ph próximo a 12, nesse ponto a forma predominante da glicina é H2N – CH2 – COO -. Uma das informações dadas pela curva de titulação da glicina, é que ela possui duas regiões de poder tamponante. Uma delas é porção relativamente plana da curva que se estende por aproximadamente uma unidade de Ph de cada lado do primeiro valor de Pka de 2,34, indicando que a glicina é um bom tampão próximo desse Ph. A outra região tamponante está centrada em torno de Ph 9,60. ➢ As curvas de titulação predizem a carga elétrica dos aminoácidos A relação existente entre a carga elétrica líquida e o Ph da solução, é uma outra informação que pode ser tirada da curva de titulação de um aminoácido. Em Ph 5,97, o ponto de inflexão entre os dois estágios de sua curva de titulação, a glicina está predominantemente presente em sua forma dipolar, totalmente ionizada, mas sem carga elétrica líquida. O Ph característico no qual a carga total é igual a zero é denominado ponto isoelétrico (PI). Para a glicina, que não possui grupos ionizáveis em sua cadeia lateral, o PI é simplesmente a média aritmética dos dois valores de Pka: PI= ( Pk1+ Pk2 2 )= ( 2,34+9,60 2 )=5,97 Como mostra a curva de titulação, a glicina tem uma carga elétrica líquida negativa em qualquer Ph acima do seu PI e em qualquer Ph abaixo do seu PI, a glicina terá uma carga elétrica líquida positiva. Quanto mais afastado o valor de Ph de uma solução de glicina do seu PI, maior será a carga elétrica líquida da população de moléculas de glicina. Por exemplo, em Ph 1, a glicina existe inteiramente na forma H3N + – CH2 – COOH, com carga líquida positiva de 1. Em Ph 2,34, onde ocorre uma mistura igual das duas formas H3N + – CH2 – COOH e H3N + – CH2 – COO -, a carga média ou líquida positiva é 0,5. ➢ Existem aminoácidos essenciais e não essenciais Aminoácidos essenciais são aqueles que o nosso organismo não produz, mas que precisam ser obtidos através da alimentação. Os aminoácidos não essenciais são aqueles que o organismo já produz. Resumo
Compartilhar