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Caso Concreto 01

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Disciplina: Direito Penal III
Professor: Amanda
Acadêmico: Paulo Roberto Aguiar
CASO CONCRETO 01
Homem foi condenado a 27 anos de prisão; motivo do crime seria seguro de vida, segundo promotoria O filho acusado de matar e concretar a mãe em um armário, em Porto Alegre, em maio de 2015, foi condenado a 27 anos de reclusão. A condenação ocorreu na última segunda-feira, 19, durante um júri que durou quase 12 horas. A sentença proferida pela juíza Karen Luise Boanova. O Ministério Público acusou Ricardo Jardim de matar a mãe, Vilma Jardim, de 74 anos, e concretá-la em um armário feito sob medida para a ocultação do cadáver. Segundo a promotoria, o motivo do crime seria um seguro de vida deixado pelo pai em nome da mãe. Durante o júri, o filho negou o crime. Segundo ele, os dois discutiram e ela pegou uma faca na cozinha e perfurou a própria garganta e a cabeça. Antes de morrer, teria feito carinho na mão do filho para acalmá-lo, segundo o depoimento dele. A discussão teria ocorrido porque ele acusou a mãe de alterar a dosagem de remédios e causar a morte do pai. Conforme o Tribunal de Justiça, o laudo mostrou 13 golpes e o réu confessou três.
RESPOSTAS
A) Homicídio qualificado com motivo torpe sendo a vitima idosa, causa de aumento de pena (crime plurissubstente).
B) Não se aplica art 12 paragrafo 2° VI O motivo para emprestada criminosa foi uma questão econômica.
C) Sim, lei 8.072/90 crimes hediondos.
QUESTÃO OBJETIVA
 Letra D
JURISPRUDENCIA
APELAÇÃO CRIME. JÚRI. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. CONDENAÇÃO. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA. INOCORRÊNCIA. ADVOGADO COM PROBLEMA DE SAÚDE SÉRIO. INDEFERIMENTO DO ADIAMENTO DA SESSÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Caso concreto em que, na improvável hipótese de o Juízo indeferir requerimento de adiamento da sessão plenária a Defensor com saúde extremamente debilitada, inclusive negando-se a consigná-lo em ata, o advogado poderia ter abandonado o plenário e buscado atendimento médico, que certamente, se fosse o caso, atestaria sua impossibilidade de exercer a profissão naquela data. Não é suficiente anexar à apelação um documento que comprova ter, na manhã do dia da sessão plenária, comparecido a uma clínica e agendado uma consulta médica para a parte da tarde, sem constar uma única linha a respeito de seu estado de saúde, quanto menos de uma situação emergencial. DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. Tendo o réu admitido que estava junto com a sua genitora quando ela foi morta e que, depois, concretou o cadáver e o escondeu dentro do apartamento, em um móvel fabricado especialmente para isso, manifestamente contrária à prova dos autos seria uma decisão absolutória (acolhendo, no caso, sua versão de que a vítima, possuída por espírito maligno que tentava matá-lo, sacrificou-se para evitar tal desfecho, esfaqueando a si própria). ERRO OU INJUSTIÇA NO TOCANTE À APLICAÇÃO DA PENA. OCORRÊNCIA. BASILAR. ADEQUADA VALORAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, SOPESADAS EM PROPORÇÃO À SUA RELEVÂNCIA E GRAVIDADE, QUE CONDUZ A UM MONTANTE MAIS ELEVADO (TERMO MÉDIO). PENA PROVISÓRIA. INCIDÊNCIA DO ART. 61, II, E, DO CP. AUMENTO DO QUANTUM. POSSIBILIDADE. A melhor jurisprudência, de forma consolidada, recomenda o acréscimo de até 1/6 da basilar por cada circunstância agravante incidente; portanto, efetivamente irrisório o patamar de acréscimo estabelecido na sentença para a circunstância legal do art. 61, II, e (crime cometido contra ascendente), que ficou em 1/18 da pena primária, mormente se considerado que a vítima era mãe do réu. PENA DEFINITIVA. § 4º DO ART. 121 DO CP. AFASTAMENTO. NECESSIDADE. Nenhuma causa especial de aumento pode ser aplicada na pena sem, antes, passar pelo crivo do juízo competente para reconhecê-la. Assim, mesmo sendo inquestionável a condição da vítima de pessoa idosa, a circunstância do § 4º do art. 121 do CP tem de ser afastada se não foi submetida à quesitação, sob pena de violar a competência constitucionalmente assegurada ao Tribunal do Júri. APELOS PARCIALMENTE PROVIDOS. POR MAIORIA.
DOUTRINA
A morte de um pai ou uma mãe por um filho sinaliza que padrões biológicos fortes, universais e filogenéticos, desenvolvidos ao longo dos milhões de anos para a preservação da espécie humana, foram rompidos de alguma maneira. Deve-se, portanto, em primeiro momento, buscar fatos e relacionamentos ocorridos ao longo da vida desta família que poderiam ser responsáveis pela quebra de laços afetivos tão bem instalados na história da humanidade. Parricídio é definido como o homicídio, ou a tentativa de homicídio, envolvendo pais, mães, padrastos e madrastas como vítimas (Heide, 1994). O filho que mata a mãe é denominado de matricida, enquanto o que mata o pai é denominado patricida. Este tipo de homicídio é muito raro. Nos Estados Unidos, de 1976 a 2002, os dados analisados mostraram 0,9% de matricídios, 1% de patricídios e 0,5% em que a vítima era o padrasto ou madrasta. No Canadá, 3,7% de casos de parricídio foram registrados de 1991 a 1997. Na França, neste mesmo período, apareceram de 2% a 3% de casos registrados entre os homicídios (Marleau, 2002). Duzentos e vinte e seis casos de crianças e adolescentes que mataram seus pais foram analisados por Heide e Boots (2007), em vários países por meio de relatos feitos na mídia. Destes, 68% ocorreram nos Estados Unidos, 3% no Canadá, 17% na Ásia, 9% na Europa, 2% na Austrália. A análise dos relatos mostrou que 82% dos delitos foram executados por apenas um participante, 12% tinham dois participantes envolvidos e em 6% dos casos por três participantes. Com relação às 379 vítimas identificadas, 59% dos delitos envolviam apenas uma vítima, 26% duas vítimas, 8% três vítimas, 4% quatro vítimas, 3% cinco vítimas e 0,4% 10 vítimas. Foram relatados 62% de matricídios e 61% de patricídios, destes 25% representavam um duplo homicídio em que pai e mãe eram as vítimas. Os crimes envolvendo padrastos

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