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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM CÓDIGO DA DISCIPLINA: CEL0241 Prática como Componente Curricular (PCC) OBSERVAÇÃO DE CRIANÇA(S), ADOLESCENTE(S) E/OU JOVENS NO ESPAÇO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA (EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I E II OU MÉDIO ) PARA COMPREENDER CARACTERÍSTICAS QUE RESSALTAM O DESENVOLVIMENTO FÍSICO- MOTOR, AFETIVO-EMOCIONAL, INTELECTUAL, MORAL OU SOCIAL DESSES SUJEITOS. CURSO FORMAÇÃO PEDAGÓGICA LETRAS COM INGLÊS SIMONE DOS SANTOS COSTA CARMO 202003511153 10/04/2020 Camaçari- BA OBJETIVOS Identificar as características do desenvolvimento físico-motor, afetivo-emocional, intelectual, moral ou social nos sujeitos determinados acima. Desenvolver um relatório sobre a observação realizada para entender como essas características influenciam o desenvolvimento da aprendizagem nesses sujeitos. Relacionar teoria e prática para entender os fenômenos observados e para a escrita do relatório. INTRODUÇÃO TEÓRICA Através da influência de Piaget, as ideias e concepções que dizem respeito às teorias do desenvolvimento e aprendizagem tomaram novos rumos. Ele acreditava que os seres humanos estão sempre em evolução, de formas e graus tão variáveis que jamais poderíamos supor. Em seus estudos, Piaget dispôs-se a observar crianças e a entrevistá-las, interessando-se assim pelas relações existentes entre o sujeito que conhece o mundo e o que tenta conhecer. Para ele, o desenvolvimento do conhecimento era algo espontâneo, que o ser humano vivenciava ao longo da sua trajetória. Já a aprendizagem seria o oposto do desenvolvimento, seria fruto de situações provocadas por um outro ser. A partir das ideias de Piaget, diversos estudiosos passaram a observar o desenvolvimento humano de forma diferenciada, gerando novas teorias sobre o assunto. Para Papalia, Olds e Feldman (2008), a Psicologia do Desenvolvimento é a área que estuda as constâncias e as variações pelas quais o sujeito passa no decorrer do tempo. Ela estuda o desenvolvimento das diversas funções psíquicas que integram a mente do indivíduo, como a cognição (capacidade de conhecimento, processamento de informações, ligadas à inteligência e à percepção), as emoções, as relações com os pais, família, grupos e outras pessoas. Entretanto, é importante compreender o desenvolvimento físico, como um corpo que cresce e amadurece com o tempo, já que uma pessoa é uma totalidade integrada entre corpo e mente, sendo impossível definir um aspecto separado do outro, o que resultaria em um reducionismo e em uma simplificação grosseira. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Como ferramentas para o desenvolvimento deste relatório foram utilizados métodos de observação, pesquisa em meio virtual e em meio físico e entrevista com familiares da criança. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO Sujeito: criança do sexo masculino, 12 anos Período de observação: de 01 a 03/04/2020 Escolaridade: 8° ano do Ensino Fundamental II Dia 1 de observação: Foi observado que a criança em questão possuía boa saúde e desenvolvimento físico adequado para a idade. Foi observado também que possuía apetite superior aos demais membros da família. Sofria de doença respiratória crônica, Rinite alérgica, que o acometia pelo menos uma vez ao ano, havendo necessidade de auxílio médico. Durante o período de observação a criança demonstrou-se saudável e ativa. Não foi observado necessidade de óculos ou qualquer tipo de acessório para a melhora da visão. A criança praticava atividades físicas regulares e demonstrou predileção por alimentos ricos em carboidratos e gorduras. Peso: 52,300kg Altura : 1,50m Dia 2 de Observação: Foi observado que a criança em questão possuía grande aptidão na área de exatas. Demonstrou excelente raciocínio lógico e habilidade com números. Foi notado interesse por jogos e quebra-cabeças. A criança observada não demonstrou apreço por outros tipos de brinquedos como carrinhos e afins. Observou-se também boa habilidade de comunicação e interesse em ajudar outros a compreenderem temas que para ela se fazia bastante claro. Notou-se pouco interesse em ouvir opiniões e acatá-las e nenhum interesse em socializar-se com indivíduos mais jovens. A criança possuía uma rotina religiosa praticada pela família todas as manhãs, onde a qual ela lia a Bíblia junto com um guia de estudos e praticava a oração individual. Foi observado que a criança demonstrou também gestos de altruísmo e amor ao próximo. Dia 3 de Observação: Foi observado que a criança objeto deste estudo tem tarefas diárias pré-determinadas pela genitora. Observou-se também que a criança não demonstra muito apreço em realizar tais tarefas. Por outro lado, verificou-se atos de carinho em relação aos demais membros da família e desejo de agradá-los. A criança não demonstrou ser paciente, pelo contrário, mostrou-se irritadiça quando contrariada. Em um curto espaço de tempo, variava de humor algumas vezes sem razão para tal. Não pareceu gostar de falar sobre si próprio com os outros e com frequência chocava suas opiniões com a dos pais. Demonstrou gostar muito de receber elogios e ser reconhecida pelas suas habilidades. Nos dias em que foi observada, demonstrou também desejo de que suas opiniões fossem levadas a sério. Em geral, a criança demonstrou lidar melhor com adultos ou pessoas de mais idade do que com crianças da mesma idade que ela ou menores. O DESENVOLVIMENTO HUMANO O Desenvolvimento humano se divide em quatro fases: 1. O desenvolvimento físico O início da puberdade traz toda uma gama de mudanças hormonais. Papalia, Olds e Feldman (2008) colocam que em média, as crianças crescem de 2,5 cm a 7, 6 cm a cada ano e ganham 2,2 a 3,6 kg ou mais, dobrando seu peso corporal. A maioria das crianças em idade escolar tem bom apetite e come muito mais do que as crianças mais jovens, pois precisam sustentar seu constante crescimento e constante esforço. Nessa fase as crianças são mais saudáveis que nas anteriores, ficam menos doentes e demonstram ter maior apetite muitas vezes que dos adultos. São mais frequentes problemas de obesidade e acidentes. Há também melhora da coordenação motora e aumento de acnes e dores de cabeça, quanto mais se aproxima a puberdade. “A partir dos 10 anos de idade, as crianças passam a dar mais importância a um grupo de amigos que possuem gostos semelhantes. A faixa etária que vai desde o décimo ano de vida é uma época de intensas mudanças físicas e psicológicas: é a chamada pré-adolescência. ” https://www.abcdobebe.com/criancas/etapas-do-desenvolvimento/terceira-infancia-da-crianca/ 2.O desenvolvimento cognitivo A inteligência não aparece, de modo algum, num dado momento do desenvolvimento mental, como um mecanismo completamente montado e radicalmente diferente dos que o precederam. Apresenta, pelo contrário uma continuidade admirável com os processos adquiridos ou mesmo inatos respeitantes à associação habitual e ao reflexo, processos sobre os quais ela se baseia, ao mesmo tempo que os utiliza (PIAGET, 1986, p.23). Nessa fase, as crianças são capazes de pensar com lógica e são capazes de demonstrar raciocínio lógico em situações do cotidiano. Se comunicam melhor e demonstram entendimento em relação ao tempo, datas e eventos. A família deixa de ser os personagens centrais da vida das crianças, dando lugar aos amigos e professores, o que é fundamental para o seu desenvolvimento , pois elas passam a conhecer um outro mundo, aprendem com outras pessoas e desenvolvem cada dia mais características importantes para a vida. No entanto, a família ainda se faz extremamente importante nessa fase de desenvolvimento da criança. 3.o desenvolvimento emocional De acordo com Cória-Sabini (2010), nesta etapa, o processo de socialização exige que a criançaentre no mundo dos adultos, com a aprendizagem de habilidades que lhe serão úteis no futuro. Em todas as culturas, é por volta dos sete anos de idade que a criança começa a receber algum tipo de instrução sistemática. Nessa fase, a criança percebe que a aceitação ou rejeição se dá de acordo a seus feitos. A criança já consegue externalizar sentimentos e expor assuntos que lhe geram algum desconforto ou conflito. A criança assume a característica de acordo o que as pessoas pensam sobre ela. Erikson diz que o mais forte impulso, na meninice, é o desejo de sentir-se competente na aprendizagem e na realização de inúmeras habilidades. A criança busca dominar as atividades escolares, mostrar habilidade e competência. Se ela não tiver oportunidade de se desenvolver em tarefas nas quais possa sentir-se competente, virá o sentimento de inferioridade - idade da competência x inferioridade (BARROS, 2008). 4.1 O desenvolvimento social Segundo Freud (1923/2006b), no período intitulado de latência, a criança tem sua curiosidade sexual diminuída consideravelmente, e passa a ter interesses direcionados às atividades escolares e à relação entre os pares. A família deixa de ser tão central em seus relacionamentos sociais, desta feita aberto aos amigos e professores. Nessa fase, a criança pode adquirir complexo de inferioridade se não conseguir acompanhar as atividades do grupo na escola, pois esta passa a ser de extrema importância no desenvolvimento das habilidades sociais do indivíduo. Nenhum ser humano que foi privado do convívio em sociedade pode ter um bom desenvolvimento social visto que precisamos uns dos outros para desenvolver tal habilidade. CONCLUSÃO Foi observado que a criança objeto de observação deste relatório apresentou as quatro fases do desenvolvimento humano no que tange a sua faixa etária. No aspecto físico a criança apresentou-se perfeitamente saudável e ativa, peso e altura compatíveis com a idade, assim também como o apetite superior aos demais membros da família. No aspecto desenvolvimento físico, a criança demonstrou estar perfeitamente compatível com a fase da infância em que se encontra. Crescimento e aspecto físico adequados. No aspecto cognitivo a criança demonstrou possuir grande inteligência, capacidade de articulação e habilidade de raciocínio lógico. Encontrou-se adiantado uma série, mostrando assim a alta capacidade de absorção de conhecimento. Maior habilidade foi observada no que diz respeito às ciências exatas, possuindo facilidade com cálculos matemáticos e de raciocínio lógico. Nesse aspecto a criança mostrou-se perfeitamente compatível com a faixa etária em que se encontrava. No aspecto emocional a criança demonstrou falta de maturidade. Não sabia lidar com seus sentimentos, com a frustração ou negação. Esperava que sua opinião prevalecesse sobre a dos demais membros da família e mostrou-se irritadiço e com mudanças de humor derivadas de situações cotidianas, as quais não justificavam tais atitudes. No que tange o aspecto emocional, a criança demonstrou não estar de acordo com a faixa etária em que se encontrava, pois portou-se muitas vezes como crianças de menor idade, utilizando como forma de chamar a atenção o choro e a irritabilidade. No aspecto social a criança mostrou-se sociável na maioria dos casos, mas, porém, com pessoas de mais idade que ela. Não demonstrou lidar bem com familiares de menos idade e por conta disso, alguns conflitos existiram entre os mesmos. No entanto, a criança mostrou dominar técnicas de conversação e habilidade para o ensino. Mostrou-se também altruísta e amável em relação ao próximo. Soube expressar afeto entre os entes queridos e mostrou valorizar os poucos amigos que possui. Evitava más companhias e entendia que as amizades deviam ser selecionadas. Nesse quesito a criança mostrou-se mais ou menos compatível com a faixa etária em que se encontra, necessitando a correção de alguns pontos para que possa desenvolver-se da melhor forma. Apresentou tantos pontos positivos quanto negativos. Mostrou interesse em fazer novas amizades, mas demonstrou também um pouco de timidez, mas uma vez estabelecida a amizade, age de forma natural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS PAPALIA, Diane. E.; OLDS, Sally W.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento humano. Tradução de Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2008. https://www.abcdobebe.com/criancas/etapas-do-desenvolvimento/terceira-infancia-da-crianca/ acessado em 10/04/2020 às 15:19 PIAGET, Jean. Epistemologia Genética. Tradução: Álvaro Cabral. 3ª ed. Martins Fontes: São Paulo, 2007. CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia do desenvolvimento. 2. ed. São Paulo: Ática, 2010. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Ática, 2008. SIGMUND, Freud. A organização genital infantil: uma interpolação na teoria da sexualidade Tradução: Augusto Macieira de Souza Eudoro. In: FREUD, S. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 2006b. v. XIX. (Original publicado em 1923). https://www.abcdobebe.com/criancas/etapas-do-desenvolvimento/terceira-infancia-da-crianca/
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