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TAREFA 2.2
DISCURSIVO
Há possibilidade de indenização no ato de tombamento? Explique as correntes doutrinárias e posicione-se quanto ao assunto fundamentando seu ponto de vista.
O Tombamento é uma das formas de intervenção do Estado sobre a propriedade privada, objetivando a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. O decreto lei nº 25 datado de 30.11.37, artigo 1º revela: “o conjunto de bens móveis e imóveis, existentes no país cuja a conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
  
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro “O tombamento pode ser definido como o procedimento administrativo pelo qual o poder público sujeita à restrições parciais os bens de qualquer natureza cuja conservação seja de interesse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da história ou por seu excepcional valor arqueológico ou etnológico, bibliográfico ou artístico”. (2013, p. 146)[footnoteRef:1]. [1: PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Método, 21º edição, 2013.] 
Portanto o tombamento visa preservar referencias, marcas e marcos da vida de uma sociedade. O tombamento não altera a propriedade de um bem, apenas proíbe que ele venha a ser destruído ou descaracterizado. Assim um bem tombado não necessita ser desapropriado, mas deve manter as características que possuía na data do tombamento.
A Constituição Federal conforme dispõe o artigo 216, preocupou-se com o futuro do patrimônio cultural brasileiro.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Assim existem dois posicionamento quanto a indenização por tombamento de um bem particular. Uma parte da doutrina entende que a indenização somente ocorre se o tombamento for individual, recaindo somente sobre um proprietário e sendo o tombamento de forma geral, onde vários proprietários são atingidos pelo tombamento, em função de um mesmo bem a ser protegido, estes não terão direito a indenização.
Outra parte da doutrina entende que de maneira geral não há indenização pelo tombamento, com a exceção que bem particular tombado tenha sofrido algum tipo de dano em decorrência do ato de tombamento ou se houver esvaziamento econômico do bem tombado. Sendo necessário que o proprietário comprove a ocorrência de um destes fatos para que possa ser indenizado, sendo que nesta situação pode inclusive ocorrer a desapropriação do bem em alguns casos.
Assim entendemos que como o tombamento não é considerado uma desapropriação, não existe a possibilidade de indenização, pelo simples ato do tombamento, somente se ficar devidamente comprovado que o bem sofreu alguma desvalorização ou dano em decorrência do tombamento, sendo esta a única exceção. Posicionamento doutrinário majoritário, sendo o inclusive o posicionamento deste estudo.
O tombamento na visão de José dos Santos Carvalho Filho, não cabe indenização, conforme ensina, e seu posicionamento é acompanhado por Diógenes Gasparini e Maria Sylvia Zanella Di Pietro. (2009, p. 768) [footnoteRef:2] [2: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21ª ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
] 
Assim vejamos a opinião de José dos Santos Carvalho Filho:
Cabe tecer breve comentário sobre o aspecto da indenizabilidade. O tombamento, por significar uma restrição administrativa que apenas obriga o proprietário a manter o bem tombado dentro de suas características para a proteção do patrimônio cultural, não gera qualquer dever indenizatório para o Poder Público, e isso porque nenhum prejuízo patrimonial é causado ao dono do bem. Somente se o proprietário comprovar que o ato de tombamento lhe causou prejuízo, o que não é a regra, é que fará jus à indenização.
Em conformidade com este posicionamento podemos citar a Professora por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2013, p. 146)[footnoteRef:3]: [3: PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Método, 21º edição, 2013.] 
O tombamento é sempre uma restrição parcial, não impedindo ao particular o exercício dos direitos inerentes ao domínio; por isso mesmo, não dá, em regra, direito a indenização; para fazer jus a uma compensação pecuniária, o proprietário deverá demonstrar que realmente sofreu algum prejuízo em decorrência do tombamento.
Desta forma entendemos que o tombamento não gera obrigação ao Poder Público de indenizar o proprietário pelo bem tombado. Pois trata-se apenas de uma restrição administrativa, não afetando em nada ao particular em seu direito de propriedade e o exercício dos direitos inerentes ao domínio.

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