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GABRIEL FREITAS SITEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV PROBLEMA 2: É COISA DE PELE _ REVISAR O EIXO HIPOTÁLAMO HIPOFISÁRIO E SEU FUNCIONAMENTO. _ COMPREENDER A RELAÇÃO ENTRE A BAIXA DO CORTISOL E A SÍNDROME DE ADDISON. _ PESQUISAR A FISIOPATOLOGIA, CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME DE ADDISON. EIXO HIPOTÁLAMO HIPOFISÁRIO Quase toda a secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos, vindos do hipotálamo. A secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo e terminam na região hipofisária posterior. Enquanto a secreção da região anterior da hipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios liberadores e hormônios hipotalâmicos inibidores, secretados pelo próprio hipotálamo e então levados, para a região anterior da hipófise por minúsculos vasos sanguíneos chamados vasos portais hipotalâmicohipofisários. Na hipófise anterior, esses hormônios liberadores e inibidores agem nas células glandulares, de modo a controlar sua secreção. Sistema portal hipotalâmico-hipofisário. Por ser altamente vascularizada, quase todo sangue que entra na hipófise anterior pelos sinunóides, passa anteriormente por outro leito capilar na porção inferior do hipotálamo. O sangue então flui pelos pequenos vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários para os sinusoides da região anterior da hipófise. Pequenas artérias penetram a eminência mediana, e, então, pequenos vasos adicionais retornam para sua superfície, unindo-se para formar os vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários. Esses vasos seguem para baixo, ao longo do pedúnculo hipofisário, para acabar desembocando nos sinusoides da hipófise anterior. HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS Neurônios especiais no hipotálamo sintetizam e secretam os hormônios liberadores e os hormônios inibidores que controlam a secreção dos hormônios da hipófise anterior. Esses neurônios têm origem em diversas áreas do hipotálamo e enviam suas fibras nervosas para a eminência mediana. As terminações dessas fibras consistem na secreção de hormônios liberadores ou inibidores hipotalâmicos, nos líquidos teciduais. Esses hormônios são, imediatamente, captados pelo sistema portal hipotalâmico-hipofisário e levados, diretamente, para os sinusoides da hipófise anterior. SÍNDROME DE ADDISON GABRIEL FREITAS SITEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV A doença de Addison, ou insuficiência adrenocortical crônica, é um distúrbio incomum que resulta da destruição progressiva do córtex da adrenal. Em geral, as manifestações clínicas da insuficiência cortical não aparecem até pelo menos 90% do córtex adrenal estar comprometido, ou seja, é uma doença altamente silenciosa e que se manifesta em quadros graves. Ela pode ser causada por doenças autoimunes como adrenalite autoimune, infecções como blastomicoses e tuberculose, doenças granulomatosas, HIV ou metástases. Entretanto, a principal causa de insuficiência adrenal é a forma secundária (ATH baixo), decorrente do uso crônico de glicocorticoides exógenos. PATOGÊNESE Embora a maior parte dos pacientes com atrofia autoimune (Adrenalite) possua anticorpos circulantes, a destruição da glândula se dá pela ação dos linfócitos citotóxicos. Em alguns casos raros observam-se a presença de anticorpos contra receptores do ACTH que bloqueiam a ação deste hormônio hipofisário sobre o córtex da suprarrenal. Essas glândulas são frequentemente acometidas em pacientes SOROPOSTIVOS com ou sem envolvimento de infecções oportunistas e lesões metastáticas. CAUSAS Atrofia Adrenal Idiopática Adrenalite autoimune associada ou não à síndrome poliglandular. Infecções TB, Hanseníase, Micoses e Infecções virais. Doenças infiltrativo- neoplásicas Metástases e Linfomas. Doenças infiltrativo- metabólicas Amiloidose e Hemocromatose. Hemorragia Adrenal Traumas, cirurgias, uso de anticoagulantes, síndrome antifosfolipídio primária, sepse, metástases, etc. Hiperplasia suprarrenal congênita X Inibidores Enzimáticos Metirapona, Cetoconazol, Aminoglutimida, etomidato. Agentes citotóxicos X Mudações no GENE do Receptor ACTH X Anticorpos antireceptores do ACTH X Causas genéticas Síndrome de Sheehan, tumores hipofisários e hipotalâmicos, apoplexia hipofisária, hipofisite infecciosa. Drogas que inibem a esteroidogênese adrenal (cetoconazol, metirapona e aminoglutemida) ou aumentem a clearence metabólico dos esteroides adrenais (rifampicina) usualmente só causam insuficiência adrenal se administradas em altas doses ou na presença de uma patologia adrenal de base que limite a reserva secretória da glândula. Na hiperplasia adrenal congênita, observa-se deficiência de enzimas importantes nas vias biossintéticas, o que gera um hipocortisolismo. MORFOLOGIA As alterações anatômicas nas glândulas adrenais dependem de uma doença subjacente. A adrenalite autoimune primária é caracterizada por glândulas irregularmente contraídas, de difícil identificação no tecido adiposo suprarrenal. Histologicamente, o córtex contém apenas células corticais residuais em uma rede colapsada de tecido conjuntivo. Observamos um infiltrado linfocitário variável presente no córtex, que pode estender-se até a medula adjacente, embora a medula esteja preservada. GABRIEL FREITAS SITEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV Nos casos de doença tuberculosa e fúngica, a arquitetura da adrenal é destruída por uma reação inflamatória granulomatosa idêntica àquela encontrada em outros locais de infecção. Quando o hipoadrenalismo é causado por carcinoma metastático, as adrenais estão aumentadas e a arquitetura normal é obscurecida pela neoplasia infiltrante. CURSO CLÍNICO A doença de Addison começa insidiosamente e não chama a atenção até que os níveis de glicocorticoides e mineralocorticoides circulantes estejam significativamente diminuídos. Alguns sinais e sintomas são: Fraqueza progressiva e cansaço fácil; Anorexia, vômitos, perda de peso e diarreia; Hiperpigmentação da pele em áreas expostas ao sol e pontos de pressão como cotovelos, joelhos, articulações; A hiperpigmentação não é observada em pessoas com insuficiência adrenocortical causada por doença hipofisária primária ou hipotalâmica; Retenção de potássio e perda de sódio com hipercalemia, hiponatremia e depleção do volume + hipotensão; Hipoglicemia; Redução da libido e rarefação dos pelos; Morte caso não inicie terapia com corticoide; DIAGNÓSTICO - Eletrólitos anormais com Sódio (Na+) abaixo de 135mq/L e potássio (K+) alto e acima de 5mEq/L; -HCO3 baixo de 15 à 20mEq/L e ureia elevada; - Cortisol sérico normal ou reduzido; -ACTH sérico e Renina* Aumentados; - Teste de estímulo com ACTH; EXAMES COMPLEMENTARES Dosagem de sódio e potássio - Hiponarremia, hiperpotassemia. Hemograma - Anemia normocítica, normocrômica e eosinofilia, na maioria dos pacientes, e macrocítrica quando associada a anemia perniciosa na síndrome poliglandular autoimune. Dosagem de cálcio - Hipercalcemia leve a moderada. Glicemia - Hipoglicemia de jejum. Rx do tórax - Redução da área cardíaca. TC e RM - Adrenais pequenas nas afecçóes autoimunes e aumentadas na tuberculose, doenças granulomatosas e infiltrativas. Calcificações em 50% dos casos de tuberculose. Dosagem do cortisol plasmático às 8 horas- Níveisiguais ou inferiores a 3 micro g/ dl são indicativos de insuficiência adrenal; valores iguais ou superiores a 18 micro g/ dl praticamente afastam esse diagnóstico. Dosagem do cortisol plasmático, ao acaso, em pacientes criticamente enfermos - Igual ou inferior a 5 micro g/ dl é forte evidência de insuficiência suprarrenal. Dosagem do ACTH plasmático às 8 horas - Acima de 100 pg/ml em pacientes com cortisol sérico baixo, praticamente define o diagnóstico de doença de Addison. GABRIEL FREITAS SITEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV Teste de estimulação das suprarrenais com AGH (realizado somente em laboratórios especializados). Dosagem de autoanticorpos anti-21 alfa·hidroxilase (P450c21) - Diagnóstico de processo adrenal autoimune. TRATAMENTO - Tratamento com corticoides (Hidrocortisona ou Prednisona); - Dosagem de ACTH pode ser um parâmetro para monitoração da terapia com glicocorticoide objetivando valores Inferiores a 80 pg/ml; - Fludrortisona que repões mineralocorticoide; - Aumento de dosagem na presença de outras doenças; - Reposição de desidropiandrosterona; PONTOS CHAVE A insuficiência adrenocortical primária pode ser aguda (Síndrome de Waterhouse- Friderichsen) ou crônica (Doença de Addison). A insuficiência adrenal crônica, no mundo desenvolvido, na maioria das vezes é secundária à adrenalite autoimune, que ocorre no contexto de uma das duas síndromes autoimunes poliendocrinas: APS1 (causada por mutações no gene AIRE) ou APS2. AAPS1 é caracterizada por agressão autoimune contra vários órgãos endócrinos e autoanticorpos contra a IL-17. A tuberculose e as infecções causadas por patógenos oportunistas, associadas ao vírus da imunodeficiência humana e a tumores metastáticos para as adrenais, são as outras causas importantes de hipoadrenalismo crônico. Em geral, os pacientes apresentam fadiga, fraqueza e distúrbios gastrointestinais. A insuficiência adrenocortical primária também é caracterizada por níveis elevados de ACTH associados à pigmentação da pele. SÍNDROME DE WATERHOUSE- FRIDERICHSEN É uma Insuficiência suprarrenal aguda que ocorre como complicação de sepse por Neisseria meningitidis. Clinicamente, se apresenta com sufusões hemorrágicas generalizadas e choque, sendo mais frequente em crianças menores de 10 anos.
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