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Engenharia Eletrônica Prof. Ana Paula S S de Almeida apssalmeida@unifei.edu.br ▪ Conjunto de operadores, procedimentos, dispositivos, softwares, entre outros componentes, envolvidos na coleta de dados de produtos e processos. ▪ É comum pensar no sistema de medição como sendo o instrumento de medição. Porém tudo que está envolvido na coleta dos dados faz parte do sistema de medição: os procedimentos, os operadores que realizam a coleta, os instrumentos utilizados e até as fichas de coleta de dados. ▪ Nem todo sistema de medição irá incluir todos estes aspectos, mas sempre conterá algum deles. 3 ▪ Instrumento de medida ou medidores são aparelhos, normalmente compostos de vários elementos, que são capazes de nos indicar a quantidade de uma grandeza existente. ▪ Esta grandeza escalar ou vetorial, é medida em um meio e em um instante específico, utilizando uma unidade apropriada, e sempre com uma determinada incerteza de medição. 5 ▪ As aplicações que precisam de medidores são: ▪ Monitoramento de Processos e Operações ▪ Experimentos em geral ▪ Controle de Processos e Operações Algumas aplicações de instrumentos de medida podem ser caracterizadas como sendo de simples monitoramento de grandezas, exemplos: ▪ Medição de pressão atmosférica - barômetro ▪ Medição de temperatura - termômetro ▪ Medição de velocidade do ar - anemômetro As atividades de pesquisa e desenvolvimento estão normalmente associadas à sistemas de medição, em diversos níveis de complexidade. ▪ Bancadas e experimentos podem ser montados com objetivos diversos, tais como: ▪ Validação experimental de modelos teóricos ▪ Formulação de relações empíricas ▪ A automação depende de instrumentos de medida para modificar as variáveis do processo. 10 ▪ Vários fatores contribuem para a de precisão de um instrumento de medida ▪ Qualidade da fabricação do instrumento ▪ Modo correto de uso ▪ Tecnologias utilizadas na medida COMO MEDIR O DIÂMETRO DE UM CONECTOR DE TORNEIRA? ▪ Considerando uma tolerância de +/- 0,5mm 13 Equipamento de medição: ▪ Paquímetro digital de resolução 0,01mm; ▪ Observe que o equipamento de medição (paquímetro) apresenta uma resolução adequada para a característica que vamos medir, pois temos uma tolerância de +/- 0,5 mm, o que corresponde a uma faixa de 1 mm. ▪ Ao dividirmos a tolerância por 10, obtemos que a exatidão mínima requerida é de 0,1 mm. ▪ Como o paquímetro digital tem resolução de 0,01 mm, concluímos que este é adequado para realizar tal medição. Método de medição: ▪ Posicionar o paquímetro no centro do conector; ▪ Executar a medida 14 ▪ Toda medição tem imperfeições que dão origem a erros no resultado da medição. Tradicionalmente, um erro é visto como tendo dois componentes, a saber, um componente aleatório e um componente sistemático. 15 ▪ A incerteza de medição é um termo utilizado internacionalmente para descrever a qualidade de uma medida. ▪ A incerteza de medição é um valor associado ao resultado da medição que descreve uma faixa no qual esperamos conter o valor verdadeiro da medida, com um determinado nível de confiança. ▪ Pode-se considerar como sendo o desvio padrão das medições ou um múltiplo dele, dentro da faixa de confiança que se desejar. 16 PRECISÃO E EXATIDÃO 17 ▪ EXATIDÃO ▪ Indica a proximidade entre os valores medidos do valor verdadeiro. Ou seja, se a medida é exata ela se encontra próxima do valor verdadeiro. Se relaciona ao erro absoluto da medida. ▪ PRECISÃO ▪ Traduz a concordância entre os vários valores medidos para a mesma grandeza, nas mesmas condições, ou seja, repetibilidade da medida. Quanto maior a dispersão dos valores, menor é a precisão. Um sistema com ótima precisão repete bem, com pequena dispersão. Um sistema com excelente exatidão não apresenta erros absolutos. CASO EXEMPLO ▪ Medição de um objeto que tem o valor de massa de (12,0000,001) kg. 19 ▪ ERRO GROSSEIRO: ▪ O erro grosseiro é, geralmente, decorrente de mau uso ou mau funcionamento do Sistema de Medição. ▪ Pode, por exemplo, correr em função de leitura errônea, operação indevida ou dano do sistema de medição. ▪ Seu valor é totalmente imprevisível, porém geralmente sua existência é facilmente detectável. ▪ Sua aparição pode ser resumida a casos muito esporádicos, desde que o trabalho de medição seja feito com consciência. ▪ Seu valor deverá ser considerado nulo, devendo ser desprezado nas análises estatísticas. 12,3 12,5 123 Erro grosseiro 12,4 ▪ ERROS ALEATÓRIOS (não controláveis): ▪ É a parcela imprevisível do erro ▪ Prejudicam a precisão ▪ Causados por flutuações aleatórias no processo de medir ▪ São eliminados fazendo tratamento estatístico de erros ▪ É a diferença do resultado da medição e a média das medições Medida 1: 12,2 Medida 2: 12,1 Medida 3: 12,3 Média das medidas: (12,2+12,1+12,3)/3 = 12,2 Erro aleatório da Medida 1: 12,2-12,2=0 Erro aleatório da Medida 2: 12,1-12,2=-0,1 Erro aleatório da Medida 3: 12,3-12,2=0,1 ▪ ERROS SISTEMÁTICOS (controláveis): ▪ É a parcela previsível do erro ▪ Prejudicam a exatidão ▪ Causados por fontes identificáveis ▪ Podem ser eliminados ou compensados uma vez identificados (calibração) ▪ É a diferença entre a média de um determinado número de medições e o valor verdadeiro convencional. 22 Valor verdadeiro: 12,0 Medidas: 12,2 12,1 12,3 Média das medidas: (12,2+12,1+12,3)/3 = 12,2 Erro sistemático: 12,2 – 12,0 = +0,2 ▪ ERRO SISTEMÁTICO, TENDÊNCIA E CORREÇÃO ▪ É possível estimar o erro sistemático de um sistema de medição. Para isso, devem ser efetuadas medições repetitivas de um mensurando cujo valor verdadeiro é bem conhecido. ▪ Quanto maior o número de medições repetitivas, melhor será a estimativa do erro sistemático. Esse é calculado por: Es I VV= − Sendo: Es: erro sistemático I: média de um número infinito de indicações VV: valor verdadeiro do mensurando ▪ TENDÊNCIA E CORREÇÃO ▪ Define-se então o parâmetro Tendência, como sendo a estimativa do erro sistemático, obtida a partir de um número finito de medições, ou seja: Td I VVC= − Sendo: Td: tendência I: média de um número finito de indicações VVC: valor verdadeiro convencional do mensurando ▪ TENDÊNCIA E CORREÇÃO ▪ A tendência, calculada a partir da diferença entre a média de um número finito de indicações obtidas de medições repetitivas de um mensurando e o seu valor verdadeiro convencional, nunca corresponde exatamente ao valor do erro sistemático. ▪ Tendência: 1015 1000 15 Td Td g = − = + N° Indicação 1 1014 2 1015 3 1017 4 1012 5 1015 6 1018 7 1014 8 1015 9 1016 10 1013 11 1016 12 1015 ▪ TENDÊNCIA E CORREÇÃO ▪ Alternativamente o parâmetro correção (C) pode ser usado para exprimir uma estimativa do erro sistemático. A correção é numericamente igual à tendência, porém seu sinal é invertido, isto é: ▪ C = - Td = VVC - I ▪ O termo “correção” lembra a sua utilização típica, quando, normalmente, é adicionado à indicação para “corrigir” os efeitos do erro sistemático. ▪ A correção é mais frequentemente utilizada em certificados de calibração. ▪ CORREÇÃO: ▪ C = - Td ▪ C = -15 g Indicação corrigida é a indicação de um sistema de medição após a compensação dos erros sistemáticos. ▪ INCERTEZA-PADRÃO E REPETITIVIDADE ▪ O erro aleatório pode ser calculado para cada indicação pela seguinte equação: i iEa I I= − Sendo: : erro aleatório da i-ésima indicação : i-ésima indicação : média das indicações iEa iI I ▪ A tabela mostra que os erros aleatórios das 12 indicações da balança. Note que não é possível prever qual seria o valor da 13° indicação se esta fosse efetuada. ▪ Porem, por observação, nota-se que o erro aleatório das doze medições anteriores está restrito a uma faixa de valores de 3 g. ▪ Seria, portanto, razoável esperar para o erro aleatório da 13° indicação um valor qualquer entre -3 e +3g. ▪ Estimativa da incerteza-padrãode uma distribuição normal associada ao erro de medição é usada para caracterizar quantitativamente a intensidade da componente aleatória do erro de medição. ▪ Denomina-se incerteza-padrão um valor relacionado ao desvio-padrão do erro aleatório de medição. ▪ Desvio-padrão do erro aleatório de medição: ( ) 2 1lim n i i n i I I n σ: desvio padrão I :i-ésima indicação I:médias das indicações n:númerode medições repetitivas efetuadas. = → − = ▪ Na prática, não se tem tempo para efetuar infinitas medições repetidas. Uma estimativa do desvio-padrão é obtida pelo desvio-padrão da amostra, calculado a partir de um número finito de medições repetidas do mesmo mensurando por: ( ) 2 1 1 n i i I I n = − = − Desvio-padrão N° Indicação Exatidão ERRO SISTEMATICO Precisão ERRO ALEATÓRIO 1 1014 14 -1 2 1015 15 0 3 1017 17 2 4 1012 12 -3 5 1015 15 0 6 1018 18 3 7 1014 14 -1 8 1015 15 0 9 1016 16 1 10 1013 13 -2 11 1016 16 1 12 1015 15 0 MÉDIA 1015 VALOR VERDADEIRO 1000 TENDÊNCIA 15 CORREÇÃO -15 DESVIO PADRÃO 1,65 Incerteza padrão (99,73%) 4,95 34 1) Para avaliar o desempenho de um voltímetro portátil, uma pilha-padrão de (1,500 0,001) V foi medida repetidamente. As indicações obtidas estão apresentadas na Tabela a seguir, todas em volts. Calcule: a) O valor dos erros individuais sistemáticos e aleatórios de cada medição; b) A tendência e a correção do voltímetro; c) O desvio padrão e incerteza padrão da medida para 99,73% de confiança. N° Indicação (V) 1 1,580 2 1,602 3 1,595 4 1,570 5 1,590 6 1,605 7 1,584 8 1,592 9 1,598 10 1,581 11 1,600 12 1,590
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