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AUSENCIA DE CECOTROFIA EM COELHOS (PRONTO)

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UNIVEL – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CASCAVEL
LARISSA DE SANTANA PRUDENCIO
A AUSÊNCIA DE CECOTROFIA EM LAGOMORFOS
CASCAVEL - PR
2019
LARISSA DE SANTANA PRUDENCIO
A AUSENCIA DE CECOTROFIA EM LAGOMORFOS
Projeto de pesquisa apresentado para conclusão da matéria de Metodologia da Pesquisa do Centro Universitário Univel.
Orientador: Kátia Salomão
CASCAVEL - PR
2019
SUMÁRIO
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1 INTRODUÇÃO
3
2 OBJETIVOS .............................................................................................................3
3 JUSTIFICATIVAS ...................... .............................................................................4
4 DESENVOLVIMENTO.
4
4.1 Características da espécie
4
4.2 Processo de digestão
4
4.3 Sistema digestivos dos coelhos e a formação de cecotrofos.................................5
4.4 Consumo dos cecotrofos........................................................................................6
4.5 Prevenção da ausência da cecotrofia e consequências da mesma..........................................................................................................................6
5 CONCLUSÃO
7
6 REFERÊNCIAS
8
AUSENCIA DE CECOTROFIA EM LAGOMORFOS
Introdução
Nos últimos anos têm se tornado mais frequente a presença de animais de companhia mais diversos, isto é, além de cachorros e gatos que são os mais comuns. Nesse sentido, inclui-se cada vez mais os lagomorfos e os roedores. 
Lagomorfos constituem uma ordem de herbívoros mamíferos pequenos como as lebres, ocotenídeos e coelhos. Estes são mais ativos ao anoitecer, horário onde é mais visível atos característicos desses animais como a cecotrofia.
Cecotrofia é um comportamento característico dentro da fisiologia dos lagomorfos. Geralmente, em coelhos domésticos, passa-se despercebido ou sob julgamento anormal pois se trata da ingestão de fezes, muito conhecida como coprofagia quando praticada por outros animais. Porém, no caso dos lagomorfos, mais especificamente os coelhos, é um exercício saudável e com influência decisiva tanto em suas características nutricionais como nos processos patológicos que se relacionam com o mesmo, pois trata-se, também, de um procedimento responsável pela reposição de vitaminas e nutrientes essenciais para a saúde do animal. 
Este trabalho procurou resgatar em estudos de casos algumas das informações mais importantes sobre os fenômenos digestivos e nutricionais de coelhos, enfatizando as necessidades da cecotrofia e as estratégias nutricionais dessa conduta, considerando neste contexto o desconhecimento de tal procedimento pelos tutores destes animais aumentando enfermidades causadas pela ausência de tal prática. 
2. Objetivos
Apresentar atos característicos de alguns animais domésticos afim de tornar este conhecimento comum para ajudar a identificar e evitar problemas que possam afetar o bem-estar animal 
3. Justificativas
A obesidade e problemas digestivos é um problema grave nos novos animais de companhia. Para evitar doenças e prezar pela saúde dos animais, o regime alimentar deve ser visto como parte da prioridade de atenção dos tutores o que consequentemente traz à tona a presença do médico veterinário para auxiliar numa vida saudável. 
4. Desenvolvimento
4.1 Características da espécie.
Os coelhos apresentam o ato de roer, e possuem dentes incisivos que crescem continuamente, assim como os roedores. Mas, ao contrário do que o senso comum pensa, os coelhos não fazem parte da ordem Rodentia, pertencem sim à ordem Lagomorpha (reino: Animalia, Filo: Chordata, Classe: Mammalia, Ordem: Lagomorpha, Família: Leporidae) (ANDRADE, 2002). 
Há, além disso, outras distinções que evidenciam este fato como, por exemplo, coelhos apresentam 4 dentes incisivos, enquanto roedor apresentam apenas 2; o escroto do macho está a frente do pênis; o pênis não tem ossos como nos roedores. Outro aspecto desses animais, é que eles são mamíferos herbívoros, portanto, sua dieta é composta apenas de produtos de origem vegetal.
Produtos de origem vegetal são aqueles obtidos a partir de partes vegetais como folhas, raízes, caules e frutos. Isto posto, deve-se lembrar como acontece a ingestão desses alimentos. (MAGALHÃES, 2018)
4.2 Processo de digestão.
No processo de digestão, o alimento vai para o estômago após ser mastigado e engolido. Após isso, este passa pelo piloro que é uma pequena abertura muscular, e deste vai para o intestino delgado e posteriormente para o intestino grosso e vai para o ceco.
As células vegetais tem parede celular que cerca toda a célula e é formada basicamente de celulose. As moléculas que formam a celulose têm ligações que necessitam de enzimas específicas para rompê-las, porém, nenhuma enzima produzida naturalmente pelos animais consegue. Mas, existem certas bactérias e protozoários que têm enzimas que carregam essa função.
Estas bactérias e protozoários processam a celulose através de processos simbióticos com microrganismos e também por peculiaridades anatomofisiológica do aparelho digestivo, como câmaras fermentativas. Estes sítios de fermentação são decisivos em determinar maior ou menor aproveitamento do alimento rico em fibras, sendo que os mais eficientes neste processo são os que possuem sítios fermentativos localizados pre-gástricamente (ruminantes). Outros herbívoros possuem câmaras de fermentação após os sítios de maior absorção de nutrientes, limitando o aproveitamento do material fermentado.
4.3 Sistema digestivo dos coelhos e formação de cecotrofos.
Os coelhos se encontram no caso de extensa fermentação posterior ao intestino delgado, mais especificamente, no ceco, que é uma área do intestino grosso. A fibra insolúvel é separada e separa-se o grande do menor, assim como carboidratos e proteínas no ceco e cólon proximal. Deste modo, a grande fibra insolúvel passa através do cólon e sai pelo ânus do coelho (fezes duras), entretanto as fibras pequenas e solúveis são misturadas com um líquido e encaminhadas para o ceco.
Esta área, especificamente nos coelhos, é bastante desenvolvida e volumosa. Possui mucosa bem vascularizada e rica em células mucosecretoras e absortivas, ganhando assim, acesso aos nutrientes necessários, e subsequente digestão e absorção. Após processar a celulose, essas bactérias e protozoários liberam os chamados ácidos graxos voláteis, que podem ser consideradas como gorduras volatilizadas, ou seja, transformadas em gás para serem absorvidas e usadas como fonte de energia que, aliás, é a principal fonte de energia nestes animais, ao invés da glicose. 
O produto dessa fermentação é chamado de cecotrofo, são produzidos depois que o conteúdo cecal foi submetido por algumas horas à ação bacteriana e é um material rico de aminoácidos, vitaminas do complexo B, vitamina K, entre outros nutrientes. Porém, o intestino grosso possui pouca capacidade de absorver esses nutrientes, dessa forma, esses animais precisam ingerir novamente esse material para ser completamente absorvido no intestino delgado (ação denominada cecotrofia). 
Antes de sua eliminação, as fezes moles são cobertas por uma camada de muco. A eliminação das fezes moles (cecotrofos) ocorre posteriormente à eliminação total das fezes duras. Os dois tipos de fezes têm a sua origem no conteúdo do ceco, embora apresentem uma composição química muito diferente, além de diferenças de tamanho, forma, consistência e odor. A quantidade de cecotrofos produzida está relacionada com o indivíduo, com a idade, com a quantidade e componentes nutricionais do alimento.
4.4 Consumo dos cecotrofos.
O consumo do conteúdo cecal na forma de cecotrofos, juntamente com os corpos bacterianos e seus produtos metabólicos (denominado cecotrofia) acontece a cada intervalo de tempo transcorrido do consumo de alimento, ocorre uma contração cecal, expelindo seu conteúdo através do cólon e reto, geralmente sendo consumindo diretamente da região anal, são deglutidos íntegros, sem ocorrência de mastigação. 
Estes não se misturam ao conteúdo estomacal e permanecem no estômago até que a camada de muco se desintegre.Durante este período as bactérias continuam fermentando os carboidratos. Após a desintegração da camada de muco seguem-se os processos de digestão normais. 
A composição, tanto das fezes duras, quanto dos cecotrofos, é influenciada pela dieta. Em dietas com baixo teor de fibra a cecotrofia é reduzida, em função de uma baixa motilidade intestinal e um maior tempo de retenção cecal. Estes aspectos estão muito relacionados a distúrbios como diarreia e impactação cecal.
4.5 Prevenção da ausência da cecotrofia e consequências da mesma.
Problemas como o desiquilíbrio na dieta, obesidade, dor, patologias dentárias, entre outros, pode ocasionar a falta do comportamento de cecotrofia. Consequentemente, intercorre problemas digestivos. Isto, porque a ingestão dos cecotrofos permite o melhor aproveitamento de alguns nutrientes, proteínas e vitaminas, que não foram aproveitados pelo organismo do coelho, substancias essas indispensáveis para a saúde do animal.
A dieta ideal junto da cecotrofia evitam problemas digestivos como diarreias, desidratação, enterotoxemia, enterites, enterites mucoides, além da proliferação de bactérias. Há desordens intestinais tão frequentes como graves, por conseguinte, a carência da cecotrofia deve tornar as visitas ao veterinário uma regra. 
5. CONCLUSÃO
A cecotrofia é uma mecanismo fisiológico típico do coelho, faz parte do processo digestivo onde se efetua uma segunda ingestão fundamental para a saúde do animal. A incompreensão dos tutores sobre esta prática é fato que gera desconhecimento quando há a ausência da mesma. Promovendo assim, a multiplicação de animais com enfermidades no organismo. Portanto, faz-se imperativo o papel do médico veterinário neste meio, além da importância da propagação das informações contidas neste trabalho.
6. REFERENCIAS
BORGES, Ana Paula Silva. Suprimento arterial da glândula tireoide em coelhos da raça Nova Zelândia. Uberlândia. 2017.
FRANDSON,R.D., WILKE,W.L., FAILS,A.D.Anatomy and Physiology of Farm Animals.
KLEIN, B.G.Cunningham: Tratado de fisiologia.
LEBAS, F. Alimentación de los conejos: Alimentación de los animales monogástricos.
MENEZES, Lorena Tannús. Morfologia das papilas linguais de coelhos Oryctolagus cuniculus (Lagomorpha: Leporidae).
MOTTA, Walter; MARIA, Flávia; APOCALYPSE, Renata - Fundamentos da nutrição de coelhos.
RODRIGUES, A.M. (2012) - Particularidades na alimentação de animais de companhia (Lagomorfos e Roedores).
SWENSON, M. J. Dukes: fisiologia dos animais.
MUSSOI, Marco. (2009) - Cunicultura Mussoi: Cecotrofia.

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