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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO DE PROJETOS Resenha Crítica de Caso Marco Aurélio Laudelino Junior Trabalho da Disciplina Gerenciamento de Prazos Tutor: Prof. Sueli Moreira Marquet Silva Jaraguá do Sul - SC 2019 2 BAE AUTHOMATED SYSTEM (A): SISTEMA DE MANEJO DE BAGAGEM DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE DENVER REFERÊNCIA: APPLEGATE. Lynda M, MONTEALEGRE. Ramiro, NELSON. H. James, KNOOP. Carin Isabel. C Harvard Business School. 311-P01, nov. 1996. Em 1970, o Aeroporto de Stapleton, mesmo com recursos de pista ruins, conseguia atender passageiros e voos regionais. Mas, nos anos 80, com a ascensão da exploração de petróleo, turismo e o crescimento do setor imobiliário, o aeroporto de Stapleton de Denver começou a crescer muito em suas operações. Em função deste crescimento foi percebido que havia a necessidade da construção de um novo aeroporto. Por conta das pistas de pouso e decolagem serem paralelas, sem separação lateral suficiente e pista pequena para taxiamento de aeronaves, com o aumento do fluxo, muito voos começaram a atrasar, prejudicando negócios e diversas operações, inclusive de companhias aéreas que utilizavam o aeroporto de Dever para realizar operações de hubbing. Na metade do ano de 1970, o condado de Denver já havia decidido que seu aeroporto necessitava muito de obras de expansão, crescimento ou até mesmo a construção de um novo. Através de um estudo realizado pelo Denver Regional Council of Governments, em julho do ano de 1979 e finalizado em 1983, concluíram que o aeroporto realmente precisava de obras de expansão. Depois do período eleitoral para prefeitura da cidade, em 1983, foi firmado um acordo com o condado de Adams para permitir que fosse utilizado uma parte de seu território para a construção do novo aeroporto. A construção do DIA (Aeroporto Internacional de Denver) foi realmente iniciada em novembro de 1989 e com previsão de término em 31/10/1993. Sua localização era de aproximadamente 40 km do centro de Denver. Desde a inauguração do aeroporto Dallas-Fort Worth no ano de 1974, não se havia construído um aeroporto daquele porte no EUA. Duas das maiores companhias, que juntas representavam 70% do trafego, a United e Continental, não se comprometeram inicialmente com o projeto. Só em 1990 a Continental se comprometeu e 1 ano depois a United. Devido a entrada tardia no projeto, algumas mudanças tiveram que ser feitas para acomoda-las, inclusive em algumas instalações que já haviam sido construídas. Mesmo com esses contratempos, a prefeitura assegurava a mesma data de inauguração. A administradora do projeto não considerou um sistema de manuseio de bagagens no escopo do projeto, pois esperava que, assim como na maioria dos aeroportos no EUA, as próprias companhias se encarregassem da construção. No final de 1991, a companhia aérea United contratou a BAE Automatic 3 Systems, referência mundial no seguimento, para desenvolver seu sistema de manuseio de bagagens automatizado. Para tal, seria utilizado a asa B do aeroporto. O prazo de término era de 2 anos e meio, custando aos cofres da empresa, um valor de US$20.000.000,00. Após a empresa contratada pela United Airlines ter iniciado o projeto, a equipe responsável pela gestão (PMT) se deu conta dos benefícios que o sistema de bagagens traria ao aeroporto. No entanto, nenhuma outra companhia havia demonstrado interesse em desenvolver seu próprio sistema. Em função disso, planejadores e consultores do DIA começaram a especificar um sistema para todo o aeroporto para que fossem abertas licitações para que empresas interessadas no desenvolvimento pudessem trabalhar no projeto. Mas, de 16 apenas 3 empresas demonstraram interesse. Uma firma de consultoria alegou que nenhum dos projetos atendiam as necessidades do aeroporto. Entre as empresas que se recusaram a participar da licitação, estava a BAE. Ela alegou que o projeto era muito complexo e o tempo estipulado para a conclusão era muito curto. Após se passarem 2 anos do início da construção do aeroporto, seus gestores resolveram contratar a BAE para desenvolver o projeto necessário para o manuseio das bagagens. Então, foi apresentado um projeto no qual seria o sistema de manuseio de bagagens mais complexo já construído. O projeto apresentava uma solução que seria capaz de transportar todo tipo de bagagem por um túnel até uma asa remota, deixando-as no portão. O projeto seria muito mais caro que o normal, mas devido a sua automatização, o valor compensaria pela redução no tempo e mão de obra necessária envolvida no processo. A BAE impôs algumas condições para que aceitasse realizar o trabalho, dentre elas estão, o projeto de design não deveria ser alterado até uma data combinada, o término de construção de determinadas áreas deveria estar dentro do prazo, fornecimento de energia e salas para computadores. A BAE realmente querendo cumprir o prazo de entrega. Quanto ao aceite das condições, os gestores do aeroporto de Denver, aceitaram. Mas, além disso, eles ofereceram acesso irrestrito para todas as áreas do aeroporto, desta forma eles teriam prioridade nas instalações de seus equipamentos. Então, em abril de 1992, o contrato para o desenvolvimento e instalação do sistema foi assinado. Eles chegaram ao valor de US$ 175.600.000,00. Após a assinatura do contrato algumas mudanças estruturarias tiveram que feitas, inclusive de aéreas que já haviam sido construídas. O intuito era acomodar adequadamente o novo sistema, foi preciso de mais espaço e em alguns locais, reforçar a estrutura. Em maio de 1992 o chefe geral do aeroporto pediu demissão. Em seguida, mais precisamente em outubro, DIA teve mais uma perda significativa, mas desta por falecimento, Sliger, engenheiro chefe. Ele era muito importante, pois esteve presente desde as negociações. Depois de sua morte, os gestores se deram conta que a inauguração não aconteceria na data prevista, pois o que havia sido acordado com Sliger, já não 4 estava mais sendo cumprindo. As concessões de acessos não estavam sendo respeitadas, por exemplo. Desta forma, favorecendo para o atraso, pois a equipe da BAE era barrada em determinadas áreas. Os problemas não pararam por aí, algumas companhias aéreas solicitaram revisões no projeto do sistema de bagagens, desenvolvido pela BAE. A rede de fornecimento de energia de Denver era bastante limitada, quando o sistema de bagagens funcionava ocorriam picos de energia na rede, o que gerou a queima de diversos motores. A solução seria colocar filtros, mas um funcionário, sem querer, acabou cancelando o contrato de fornecimento. Em setembro de 1993, por alguns desacordos contratuais, aproximadamente 500 funcionários entraram em greve, mecânicos e eletricistas. Em função destas instabilidades, a data de inauguração foi adiada diversas vezes. As coisas começaram a esquentar, ninguém queria assumir a responsabilidade pelo atraso. As empresas começaram a trocar acusações, tanto a DIA quanto a BAE. Em abril de 1994, o prefeito de Denver organizou uma cerimônia, sem o conhecimento da BAE, para testar o sistema de bagagens, convidou a mídia local e pessoas importantes. Mas, o teste foi um fracasso total, o sistema não funcionou. Então, mais uma vez a inauguração do aeroporto foi adiada. Já sob pressão dos empresários, Webb, contratou os serviços de uma empresa alemã para avaliar o sistema, a Logplan. Por diversos problemas e tempo, não foi possível analisar adequadamente todo o sistema, por tanto, ela indicou a construção de um sistema de backup. As adaptações elétricas e modificações estruturais, a Logplan indicou uma outra firma, a Rapistan Demag, o que teve um custo de US$ 50.000.000,00. Webb, enviou uma carta de notificação para BAE, pedindopara que fosse pago uma multa de US$12.000/dia em razão do não cumprimento do prazo de entrega, que seria em 29 de outubro de 1993. Além da multa diária, solicitou que assumisse os custos da reforma. Foi possível observar diversas falhas na execução do projeto, tais como, identificação de riscos, a dificuldade técnica, pois era um projeto muito complexo, alterações frequentes de escopo, integração e comprometimento dos stakeholders, mudanças de gestores em funções estratégicas, falta de feedback, controle de projeto. Enfim, diversos fatores contribuíram para o atraso na entrega do projeto. LOCAL: Biblioteca da disciplina REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: APPLEGATE. Lynda M, MONTEALEGRE. Ramiro, NELSON. H. James, KNOOP. Carin Isabel. C Harvard Business School. 311-P01, nov. 1996.
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