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MATÉRIA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL - MATHEUS DUTINE

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II – 16/03/2020 | 19/03/2020 | 23/03/2020 | 26/03/2020 | 30/03/2020 | 02/04/2020 | 06/04/2020 | 13/04/2020 | 16/04/2020 | 04/05/2020
PROVA TESTEMUNHAL
· Procedimento comum ordinário 8 testemunhas;
· Procedimento comum sumário e sumaríssimo 5 testemunhas.
· Momento do arrolamento:
· As testemunhas da parte autora deverão ser arroladas na denúncia ou na queixa crime;
· As testemunhas da parte ré deverão ser arroladas na resposta à acusação.
· 30 ou 60 dias antes da audiência, para que as partes verifiquem se há razões de impedimento ou suspeição das testemunhas, para fazer contradita.
CONTRADITA
· Serve para alertar o juiz que a testemunha sofre uma mácula que a impede de depor ou que estabeleça suspeita de forma que o juiz possa ouvi-la, mas sem prestar compromisso. Assim, tem diminuída sua credibilidade;
· Antes de começar o depoimento, o acusador ou a defesa apresentam ao juiz o problema da testemunha (apresenta ao magistrado a contradita à testemunha) p. ex.: tem relacionamento amoroso com o réu, é mãe do réu etc.;
· O juiz delibera se irá ou não ouvir e em quais circunstâncias;
· A contradita serve para alertar o juiz sobre existência de uma mácula de testemunha;
· Pode ser descoberta no meio do depoimento testemunha relata relação de intimidade com o réu. Como são relações pessoais, é difícil saber antes do depoimento, pois isso se descobre na hora e a contradita é feita naquele momento ao juiz da seguinte maneira:
“Com licença, Excelência, existe aqui motivo para não tomar mais o depoimento com compromisso, devendo-se ouvir sem compromisso ou não ouvir).
· Contradita deve ser sempre registrada no termo de audiência. Assim, desembargadores e todos tem ciência do que aconteceu;
· Toda testemunha que presta compromisso pode responder por falso testemunho.
ACAREAÇÃO
· É o ato de colocar uma pessoa de frente à outra, para que reitere ou refala, infirme, mantenha ou deixe de dizer o que disse antes;
· Pode ser entre duas testemunhas, réu e testemunhas etc.;
· Depoimento de crianças: geralmente atrelado a crimes sexuais em família, cometidos sem a presença de outras pessoas. Juiz determina que psicólogos façam estudo da família (ou assistentes sociais).
Trata-se de um depoimento complicado e perigoso, porque pode ser induzido, pode-se criar falsas memórias.
A jurisprudência supervaloriza o depoimento da criança. É crível quando amparado por outro elemento de prova (geralmente estudo psiquiátrico, social etc.), porque crianças podem se confundir.
A doutrina se posiciona no sentido de que em havendo somente depoimento infantil, o melhor é a absolvição. Há verificações que podem ser feitas para evitar a absolvição neste último caso, por exemplo: repetição, concatenação etc. Mas ainda não é garantida nenhuma.
Situação perigosa, litigiosa, pode haver perigos dos dois lados – condenar uma pessoa inocente ou deixar um estuprador solto. Não há solução para este problema. Para doutrina, só o depoimento não basta. Insolúvel ainda.
· Depoimento de policiais e apreensão de drogas: todo policial é interessado em potencializar a credibilidade de seu trabalho. Nenhuma pessoa civil vai querer depor em um processo contra um traficante. Geralmente esse tipo de prisão é feita por uma guarnição policial (02 pessoas em viatura pequena e 04 na grande).
Risco grande de se ter concussão (ex. flagrante preparado por vingança etc.).
Problema de defesa social nenhuma pessoa não militar vai querer ser testemunha porque tem medo de represálias.
É um problema mundial. Nos EUA se colocou câmeras nos corpos dos policiais, dentro e fora das viaturas, para resolver. A PM de SP está implantando este sistema. Atualmente a jurisprudência aceita só depoimento de policiais, mas futuramente irá mudar.
A doutrina diz que há zona de perigo e vai contra.
Inexorável que somente depoimento de policiais não seja mais valorado para a condenação de qualquer pessoa.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS ART. 266, CPP
	Procedimento pouco utilizado.
1. Faz a descrição ao juiz ou delegado;
2. Vai até uma sala com pessoas parecidas;
3. Aponta quem é;
4. Lavrado termo.
· Criticável induz o ofendido a reconhecer a pessoa quando se aponta somente uma. Jurisprudência do STJ diz que é mera irregularidade e não contamina o ato.
Ato é irreto, inexato, nulo, porque se induz uma pessoa ao reconhecimento de outra.
A doutrina entende que colocar pessoa defronte à outra antes de pedir descrição é ato nulo. Jurisprudência diz que é mera irregularidade.
Descrição do 226 do CPP não é mero capricho, é a maneira mais garantista, pois garante a eficácia do ato. Não é burocracia.
Podem ocorrer erros se não forem adotados os atos do 266. Coloca em risco liberdade da pessoa. Possibilidade remoa de anulação.
Reconhecimento fotográfico é válido, mas precisa formalizar através do reconhecimento pessoal. Somente fotográfico não é válido.
Não impede a recorribilidade e chegar ao STF.
O que se discute não é a prova em si, mas a validade da formatura da prova.
PROVA DOCUMENTAL
	Há provas documentais que são produzidas em juízo, como a acareação, o depoimento, o reconhecimento etc. Sendo assim, o contraditório é fundamental para a prova.
	O documento simplesmente entra no processo e pode ser apresentado a qualquer momento do processo (exceção: tribunal do júri o documento só pode ser apresentado 3 dias antes da audiência).
	OBS: O documento tem o contraditório diferido por que o contraditório é transferido depois, visto que primeiro a parte apresenta o documento e somente após isso o adversário alega algo sobre (prazo de 15 dias). Se a parte contrária não se manifestar, o documento juntado é considerado válido, e se houverem alegações de falsidade (principalmente material) irá ocorrer instauração do incidente de falsidade (procedimento acessório que irá transitar paralelamente ao processo principal).
· A prova documental pode ser:
· Materialmente falsa: o substrato é falso (RG falso impresso em papel incorreto);
· Ideologicamente falsa: É verdadeira, mas o conteúdo em si é falso (certidão de nascimento na qual consta nome inverídico quanto a paternidade);
· Pública: Feita por funcionário público, no exercício de suas funções segundo os ditames legais;
· Privada: É aquele feito por qualquer pessoa, ou até funcionário público que não está no exercício e suas funções.
· Quem pode determinar a entrada do documento no processo?
Qualquer uma das partes pode juntar prova documental ao processo, e até mesmo o juiz pode requerê-la ex officio (quebra de sigilo fiscal).
OBS: O documento eletrônico pode ser público ou particular, desde que esteja chancelado, não se admitindo cópias.
THEMA PROBANDUM (ART. 239, CPC)
	É o tema de prova, o que deve ser provado. Constitui o núcleo necessário para comprovar a prática de um delito. É o centro do processo (P. ex.: no caso de um homicídio, o corpo de delito, a final, ninguém se suicida com 3 tiros na cabeça).
· Prova: é o elemento que tem ligação ao fato principal, comprova diretamente a materialidade do delito;
· Indício: é o fato conhecido que leva ao fato desconhecido que pertence ao thema probandum. É um fato provado que leva a um fato não provado. O fato indicante – fato provado que não pertence ao fato principal + Fato indicado, que é o fato não provado, centro do probandum. (p. ex.: achar uma faca cheia de sangue em frente à casa do réu).
OBS: O indício é menos que prova? Não. Vários indícios podem levar a condenação, a forma de indício/prova não define a sua credibilidade, o que define são as circunstâncias que envolvem os indícios ou as provas. Não existe, aqui, hierarquia probatória.
· Formas de pensamento:
· Indução: sair e um fato particular e chegar a uma regra geral (é preciso ter cuidado, pois pode ser a origem de um preconceito). P. ex.: João bateu no carro de Antonio, porque João seguia muito perto do carro do Antonio. Na mesma semana, Marco bateu no carro de Matheus. A indução nos levaria a pensar que Marco também bateu porque estava seguindo muito próximo ao carro de Matheus.
· Dedução:sair de uma regra geral para uma regra específica (p. ex.: lei da gravidade atrai as coisas para o chão, logo, se Matheus tropeçar, possivelmente irá cair, pois a gravidade o puxa para o chão.)
	OBS: No processo penal não se pode ter presunção negativa contra o réu, tendo em vista que a CF traz o preceito de que ninguém será culpado até que se prove o contrário, cabendo à acusação provar o dolo, não se presumindo jamais o dolo – independentemente do tipo de conduta.
BUSCA E APREENSÃO (ART. 240 e seguintes, CPP).
· Espécies de busca (art. 250, CPP)
Vale lembrar que se trata de restrição a direitos constitucionais (Art. 5º, XI, CF), que determina a casa como asilo inviolável e local de proteção. Podem acessar a casa as pessoas capazes de dia ou de noite, se houve flagrante, desastre ou para prestar socorro; ou mediante mandado de busca (somente de dia).
· Domiciliar: realiza no local de habitação ou trabalho;
· Pessoal (art. 5º, X, CF): realizada no corpo da pessoa
· Prisão em flagrante;
· Busca de coisas ilícitas: drogas, armas etc.;
· Independe de mandado, bastando a suspeita;
· Pode ser realizada a qualquer horário;
· Em regra, homens fazem busca pessoal em homens e mulheres em mulheres, mas pode haver exceções quando não tiver uma policial mulher no local e se haver mais de 01 policial homem presente no local, para que este sirva como testemunha e vigia do colega;
· Pessoas transexuais: na dúvida, policiais mulheres devem realizar;
· Policiais que podem realizar a busca pessoal (art. 144, CF): policiais federais, militares e civis, polícia rodoviária federal e ferroviária, bombeiros militares etc. Guarda municipal não pode realizar busca pessoal.
· Apreensão: um ato de recolhimento, de submeter algo a guarda do Estado. Pode haver busca e apreensão de forma autônoma, isto é, busca sem apreensão e apreensão sem busca.
· Natureza jurídica: Trata-se de meios de obtenção e provas, pois faz-se busca e apreensão para conseguir alguma prova ou fonte de prova.
· Quem solicita a busca e apreensão?
· Juiz ex officio: os poderes instrutórios do juiz garantem a ele essa prerrogativa (outros exemplos de poderes instrutórios do juiz são o de solicitar um documento, ouvir alguém não indicado e emitir o mandado de busca. É necessária cautela, pois podem causar violação ao princípio da imparcialidade;
· Acusação: normalmente MP;
· Defesa: pois tem direito a diligências defensivas;
· Polícia.
	O mandado deve ser expedido para coisa certa e determinada
	Quando se pode emitir um mandado? (art. 240, §1º, CPP)
· Apreensão de criminosos;
· Apreensão de coisas obtidas por meios criminosos;
· Instrumentos usados para falsificação e os objetos falsificados;
· Fontes de provas;
· Colhimento de qualquer meio comprobatório (pessoa).
	O que é casa? (art. 250, CPP)
	Diz o §4º que é qualquer compartimento habitável, não aberto ao público, onde exerce seu trabalho.
	OBS: carro pode ser submetido a busca domiciliar quando a pessoa mora no carro ou quando for só meio de transporte com a busca pessoal.
	Art. 243, §2º, CPP; art. 5º, XI, CF; e art. 7º, Estatuto da OAB – pode ter de buscar e apreensão no escritório de advocacia?
· O advogado tem dever de sigilo e, caso quebre esse dever, responderá;
· O elemento do corpo de delito pode ser feito em qualquer lugar 9art. 6º, CPP), assim, o advogado não poderá esconder nenhum elemento do corpo de delito;
· Pelo art. 7º, §6º, do E. OAB., em regra, não poderá haver, mas poderá ter a busca se haver suspeita/indícios sérios de um crime realizado pelo advogado e durante a realização dessa busca é necessário estar presente um representante da OAB. A polícia nunca pode apreender elementos de comunicação entre o advogado e seu cliente, somente elementos do delito alegado.
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (ART. 5º, XII, CF + LEI 9.296/96)
	A CF diz que as comunicações por telegrama e cartas são invioláveis, para ter acesso a esses meios de comunicação é necessário pedir um mandado de busca e apreensão. Agora, sobre dados e das comunicações telefônicas, essas são reguladas pela supra mencionada.
	Quanto a interceptação ambiental, essa é prevista na lei nº 12.850/2013.
	OBS: As gravações sempre serão submetidas às regras principais, como por exemplo a regra do sigilo estabelecida aos padres, advogados, médicos etc.
· Formas de acompanhamento de comunicação de outras pessoas:
· Telefone
· Interceptação telefônica: as pessoas do diálogo não sabem que estão sendo ouvidas por terceiro;
· Escuta telefônica: uma das pessoas do diálogo sabe do acompanhamento da ligação por um terceiro;
· Gravação telefônica clandestina: uma das pessoas do diálogo grava a ligação sem a anuência do outro.
	Qualquer uma das 3 formas poderá ou não ser lícita, a depender de atender aos requisitos que possibilitam sua admissibilidade.
· Conversa pessoal
· Gravação ambiental: um dos interlocutores está gravando a conversa;
· Interceptação ambiental: as partes do diálogo não sabem que estão sendo gravadas por terceiro;
	A lei nº 9.296/96 estabelece um meio de investigação, meio de produção da prova. Importante saber diferenciar meio de prova de meio de obtenção de prova.
· Quem investiga?
· Juiz, através dos poderes instrutórios, pode determinar a interceptação ex officio, no IP ou na ação penal;
· MP (promotores e procuradores) pode pedir a interceptação telefônica, no IP ou na ação penal;
· Delegado de polícia também poderá pedir a interceptação, entretanto, somente no IP.
· E se o juiz negar o pedido e interceptação?
· O MP poderá recorrer através da apelação;
· O delegado de polícia não pode recorrer, devendo solicitar ao MP que o faça por ele.
· Quando o juiz deverá conceder a interceptação? (art. 2º, Lei 9296/96)
· Em crimes apenados com reclusão;
· Em casos em que haja prova mínima ou indícios de que a pessoa interceptada é autora do crime;
· Em casos em que seja essa a única forma possível de investigação.
	O magistrado tem 24 horas para conceder ou não a interceptação, não podendo nunca os diálogos interceptados serem divulgados ao público.
· Como pedir a interceptação? (art. 4º, Lei 9296/96)
Em regra, deverá o pedido ser escrito, podendo ser oral em casos urgentes, devendo serem provados os requisitos de concessão do art. 2º.
· Para onde se direciona o pedido?
· Em qual comarca foi feito o crime?
· É crime federal ou estadual?
· Se for no IP, devido ao juiz de garantia do pacote anticrime, será o juiz de garantia (quando passar a ser válida a lei), se for na ação, será o juiz da causa.
	OBS: Toda interceptação precisa ser gravada (não importa onde) em qualquer tipo de substrato, pois sempre que tiver a escuta pode surgir a necessidade de ter uma perícia posteriormente. A perícia incidirá sobre o diálogo ou sobre a voz. Precisa ser mantida a gravação até o trânsito em julgado da ação, mas por via das dúvidas, é aconselhável mantê-la perpetuamente, para caso de porventura haja revisão processual.
· Como se realiza a interceptação? (caso de deferimento do pedido)
	Caso conceda, deverá o juiz informar o MP ou o Delegado que requereu para que possa realizá-la. Após finalizada a interceptação, é preciso fazer uma descrição da interceptação para informar o que é importante e o que não é útil para o processo.
	Todo diálogo interessante para interceptação deverá ser degravado, isto é, precisará ser reduzido a termo.
	Aqueles que não importantes para a investigação podem ser destruídos (qualquer pessoa tem legitimidade para destruição de gravação para garantir a sua intimidade mediante uma petição simples).
· Duração da interceptação
	Até 15 dias, prorrogável por igual período sem limite máximo de renovações.
	OBS: A prova tem que ser feita respeitando o contraditório e ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo – o que faz a defesa dizer que seu cliente não participou dos diálogos, MP então pede a perícia, e a defesa fala que o réu não irá fornecer sua voz para realizar a perícia sob o argumento de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si.
D2+D3
SENTENÇA
	Sentença é a manifestação jurisdicional quepõe fim ao processo.
	A sentença é uma das peças mais importantes do processo, juntamente com a denúncia e a resposta à acusação.
	Ela deverá ser curta, objetiva, concisa, trazendo à baila os elementos fundamentais. Trata-se de manifestação jurisdicional.
	Há vários tipos de manifestações jurisdicionais, como os despachos, as decisões interlocutórias etc.
· Elementos da sentença
· Relatório: é a descrição das partes principais do processo, descrição dos fatos que ocorreram, com as informações objeto da denúncia, recebimento da denúncia constando as respectivas datas etc. É uma breve síntese do processo, onde expõe de forma concisa as teses da defesa e da acusação.
O objetivo é proteger a sociedade da possível parcialidade do juiz.
· Fundamentação: o juiz irá descrever o que decide com base nos fatos concluídos conjuntamente com as questões de direito. É a manifestação da atividade intelectual do juiz. A CF diz que toda sentença deverá ser fundamentada.
O objetivo é fazer com que o magistrado demonstre os motivos que o levaram a condenar ou absolver alguém.
· Dispositivo: o juiz irá dispor sua conclusão, condenando (ou absolvendo), dizendo qual a pena base e o motivo de ter determinado tal pena, quais são as causas atenuantes e, por último, as causas de aumento ou diminuição daquela pena. Precisa estabelecer o regime de cumprimento da pena, seguindo o art. 33 do CPP, além de estabelecer, se o caso, a pena de multa com o cálculo dos dias multa e o seu valor.
· O que o juiz precisa estabelecer na sentença condenatória?
· Pena base – momento trifásico (art. 59, 61, 68, CPP);
· Regime inicial de cumprimento de pena (art. 33, CPP);
· Pena de multa – momento bifásico (quantidade de dias multa e valor dos dias multa);
· Indenização civil mínima.
· O juiz ainda pode estabelecer na sentença condenatória:
· Poderá substituir a pena privativa de liberdade pelas penas previstas no art. 44, CPP;
· Verificará se pode aplicar a suspensão condicional da pena (sursis), previstas no art. 76, CP).
	OBS: Momento de prisão
	Prisão preventiva | Prisão pena.
	Quando determinados os dias de prisão, deve-se abater dessa os dias que o condenado ficou em prisão preventiva.
· Sentença absolutória:
· Própria: absolver o réu sem nenhuma condição;
· Imprópria: é quando o juiz se depara com o injusto, o juiz estabelece alguma condição, uma medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial) para o réu)
	Direito a informação (art. 392, CPP): É o direito de saber da sentença.
	No processo penal o réu tem capacidade postulatória, em regra, na sentença tanto réu como o advogado deverão ser intimados (defesa pessoal e defesa técnica). Em caso de réu inimputável, tem que se intimar da sentença seu representante legal, além do MP – diferentemente do processo civil, onde o réu não tem capacidade postulatória. Aqui, o réu poderá recorrer sem o advogado, tendo ele autonomia para recorrer autonomamente.
· Efeitos da sentença absolutória: cancela todas as medidas cautelares em curso.
· Trânsito em julgado: é o momento do processo que não cabe mais recurso, como a preclusão da sentença.
O fato de haver trânsito em julgado não significa que há coisa julgada material, podendo ter coisa julgada formal somente, que é quando não se julgou o mérito e a ação acabou sendo extinta sem resolução do mérito.
· Efeitos do trânsito em julgado:
· No bis in idem – ninguém será julgado duas vezes pelo mesmo delito;
· Coisa julgada material uma vez julgada, nunca mais poderá ser mérito de outra ação.
EMENDATIO LIBELI E MUTATIO LIBELI (ART. 383, 384, CPP)
Iuria novit curia o juiz conhece o direito
Narra mihi factum o juiz narra os fatos, ele quem tem a atribuição para tanto
· Subsunção: é o ato de um fato se encaixar perfeitamente em um tipo penal. Quem tem o poder de realizar a subsunção é o juiz, só ele pode dizer se o fato se encaixa, pertencendo a ele a última palavra. Ou seja, ele quem dá a qualificação final dos fatos.
OBS: a inicial é a moldura da lide, sendo o objeto da denúncia o delimitador dela.
Emendatio libeli (art. 383, CPC) é a correção da acusação, emenda à acusação. Aquele que acusa descreve os fatos novamente corretamente (pequena crise no processo)
	OBS: A denúncia tem 3 capítulos:
1. Fato histórico: informa o fato e sua tipificação;
2. Descrição do fato histórico: conta detalhadamente os aspectos subjetivos e os objetivos do crime, com todas as circunstâncias;
3. Faz a acusação propriamente dita.
· O que é a Emendatio libeli?
· O juiz não concorda com a tipificação, qualificação feita pelo MP, mas os fatos estão descritos corretamente, o réu se defende dos fatos narrados, então na sentença o juiz pode sim o condenar por crime diferente do que foi denunciado, porque o réu teve a oportunidade de se defender dos fatos outrora lhe imputados. O juiz corrige a tipificação dita na denúncia.
· Se a mudança de tipificação altera a competência, o juiz prevento deve encaminhar os autos para o juiz competente.
· O juiz pode corrigir tanto no recebimento da denúncia como na sentença, podendo ser feita a Emendatio a qualquer tempo.
· Não precisa de manifestação das partes.
Mutatio libelli (art. 384, CPP) é uma super crise no processo. Vale lembrar que a descrição dos fatos é o que a defesa usa para elaborar a defesa, mas pode ocorrer que no curso da ação penal apareça no processo um fato que não estava descrito na denúncia, não apresentado no IP.
· O que é a mutatio libelli?
· O juiz e o MP devem trabalhar com essa novidade no meio da ação;
· Se o juiz percebe que surgiu um novo ponto no meio da ação, deve dar a oportunidade ao promotor se manifestar sobre a novidade;
· Se o MP notar novo elemento e receber a oportunidade dada pelo juiz, deverá ele aditar a inicial, no prazo de 5 dias (prazo impróprio), e poderá arrolar até 3 testemunhas;
· Alteração na descrição dos fatos, porque o MP errou ou deverá acrescentar fato ao processo. Aí é necessário fazer o aditamento para que o réu se defenda desses fatos.
· Erro na descrição dos fatos;
· Após feito o aditamento da denúncia, o juiz tem que dar vista para a defesa, e ela, no prazo de 5 dias, deverá oferecer resposta, podendo arrolar até 3 testemunhas;
· O aditamento tem que ser aceito pelo juiz, pois é uma nova denúncia
Ministério Público
	Na França será chamado de Parquet – porque o promotor ficava em pé ao lado do juiz, ele era o advogado do rei.
	É o titular da ação penal – dominus litis
	Hoje em dia o MP não é mais o advogado do Estado, cabendo este papel ao procurador.
	O MP possui independência profissional, apesar haver o procurador geral, não há hierarquia funcional.
	Quando ocorrer a hipótese da mutatio (384) e o MP não concordar acerca de surgimento de fato novo, ele poderá recusar-se a aditar a denúncia.
· O juiz irá mandar os autos para o Procurador Geral de Justiça, e ele adita a denúncia ou não, e se o procurador não aditar, o juiz tem que aceitar isso. Se o Procurador Geral de Justiça adita, os autos voltam normalmente para o juiz e seguem a ação penal abrindo o prazo para a defesa;
· Na ação penal privada o juiz abrirá vista para o advogado, e, caso o advogado se recuse a aditar ou perca o prazo, só restará ao juiz continuar o processo do jeito que está ou absolver o réu.
· Primeiro grau de jurisdição: Juiz, Promotor, defensor ou advogado e sentença
· Segundo grau de jurisdição: Desembargador Federal ou Estadual, Procurador de Justiça (Estadual) ou da República (Federal) e acórdão.
Caso o desembargador acredite que haja mutatio na segunda instancia, não poderá ele pedir o aditamento da denúncia, pois o 384 não se aplica na segunda instância, pois haveria supressão da primeira instância, podendo no máximo aplicar o 383.
NULIDADES
1. Princípio da tipicidade
	Estabelece formas para todas as coisas (formas para a sentença, para a denúncia, para o recurso).
	Isso garante a instrumentalidade do processo e seu desenvolvimento de forma hábil e correta.
2. Instrumentalidade das formas
	O processo vale não pela forma, mas sim pela boa prestação jurisdicional. A priori,você deve seguir a forma, mas se você não a seguiu e atingiu o fim perquerido, não há que se falar em nulidade.
	Aqui, saímos da radicalização da tipicidade, ao dizer que essa deverá ser temperada pela instrumentalidade das formas.
3. Princípio da inexistência de nulidade sem prejuízo
	Não havendo prejuízo, tendo sido o objetivo atingido, não há que ser refeito o ato. Havendo prejuízo, não tendo sido atingido o objetivo, deverá ser refeito o ato.
· NULIDADE É A NÃO ADOÇÃO DO MODELO PREVISTO EM LEI
· NULIDADES RELATIVAS Aqui reside o princípio do prejuízo (para que a nulidade relativa possa ser reconhecida eu tenho que demonstrar um efetivo prejuízo a parte contrária a que causou a nulidade. Basicamente, não há nulidade relativa sem prejuízo.
Para ser admitida, deve ser apontada pela parte que sofreu prejuízo no primeiro momento oportuno para alegá-la, ou haverá a convalidação.
· Convalida;
· Apenas a parte pode apontar, e deverá fazer isso no primeiro momento oportuno, sob consequência de convalidação da nulidade;
· O juiz não pode apontar essas nulidades;
· Não podem ser reconhecidas no segundo grau de jurisdição, pois ou são reconhecidas no primeiro grau ou estão convalidadas.
· NULIDADES ABSOLUTAS podem ser definidas como as que atingem os pressupostos de existência e validade do processo OU normas constitucionais (processo penal perante vara trabalhista, por exemplo). Diz respeito a nulidades na jurisdição, citação, denúncia, sentença etc.
· Pode ser sempre alegada, tanto pela acusação quanto pela defesa, inclusive poderá ser declarada de ofício;
· Não existe convalidação;
· O juiz deve determinar o encadeamento de atos atingidos pela nulidade (indicar os atos contaminados e determinar que estes sejam refeitos);
· Podem ser reconhecidas no segundo grau de jurisdição pelo desembargador.
MEDIDAS CAUTELARES
	São medidas que se destinam a garantir e proteger o processo ou a eficácia do processo.
· Princípios que se aplicam às medidas cautelares:
1. Instrumentalidade hipotética Toda medida cautelar é um instrumento do processo (é hipotética porque eu ainda não sei se a pessoa será condenada ou absolvida, sendo uma hipótese da condenação, por exemplo, da pessoa).
2. Acessoriedade Toda medida cautelar seguirá o fim do processo (se o processo termina em absolvição, todas as medidas caem. Se termina em condenação, as medidas são convertidas ou mantidas).
3. Preventividade Toda medida cautelar é decretada para prevenir algo, como um remédio que antecede o mal (evitar que o réu fuja, sequestro de bens para evitar que a pessoa destrua os bens etc.).
4. Provisoriedade Toda medida cautelar é provisória, ela existe durante a existência do processo (prisão preventiva vira prisão definitiva, por exemplo).
5. Cognição sumária Cognição significa conhecimento, isto é, equivale a conhecimento limitado, raso, mínimo. A medida cautelar é decretada sem saber se de fato o crime foi praticado, não há conhecimento total dos verdadeiros fatos processuais.
6. Referibilidade Toda cognição sumária deve ser referível a um processo, a um determinado fato que está sendo investigado (Não se pode decretar uma cautelar com cognição sumária tendo como referência os antecedentes do réu, por exemplo, deve haver um fato processual de referência).
7. Proporcionalidade Toda medida cautelar deverá ser proporcional ao crime investigado, proporcional à acusação, não podendo ser maior que o próprio fato, mais intensa que o fato (acusado de estelionato porque passou cheque sem fundo de R$ 15.000,00, não posso decretar sequestro do seu carro que custa R$ 140.000,00, pois é totalmente desproporcional).
· As medidas cautelares possuem duas espécies:
· Pessoais (que atingem a própria pessoa entrega de passaporte, proibição de sair da comarca);
· Reais (que atingem a res, o patrimônio sequestro de bens, venda antecipada de bens etc.)
· Poder geral de cautela o juiz pode criar cautelas no curso do processo, não podendo apenas criar espécie de prisão, sendo que para esse instituto é necessário lei (entendimento da doutrina).
· Uma posição entende que pode Marcelo Polatri Lima.
· Uma que não pode Gustavo Badaró Faggioni entende a mais adequada, devido a lei de abuso de autoridade.
· Prisão em flagrante Não é medida cautelar, não precisa ser decretada por juiz, logo não se submete ao princípio da judicialidade. É uma medida administrativa ou precautelar
· Prisão preventiva;
· Prisão temporária;
· Medidas substitutivas do art. 319.
Artigos importantes 282, 319, 301 e seguintes, CPP.
· Características das medidas cautelares pessoais
· Necessidade;
· Adequação;
· Proporcionalidade;
· Contraditório (prévio ou diferido);
· Cumulatividade;
· Excepcionalidade 282, § 6º.
· Prisão em flagrante (NÃO É MEDIDA CAUTELAR)
· Delegado deve comunicar em 24h família ou alguém por ele indicado, a magistratura, o MP, a defensoria pública;
· Só pode durar 24h essa prisão, pois o juiz deverá em no máximo 24h, realizar audiência de custódia, na presença do advogado do réu/defensor público e um membro do MP, na qual será determinado se:
· Prisão legal ou ilegal;
· Conversão em prisão preventiva;
· Conversão para medidas substitutivas do art. 319, de acordo com a gravidade do crime.
Espécies:
· Flagrante próprio/real/perfeito art. 302, I, II, CPP. aquilo que acontece no agora;
· Flagrante impróprio/imperfeito/quase flagrante art. 302, III, CPP praticou o ato e está em fuga, tendo saído o terceiro em busca dela (não há prazo previsto na lei para essa perseguição, desde que seja ininterrupta);
· Flagrante presumido art. 302, IV, CPP
Distrito policial encarregado da lavratura do flagrante:
· É o mais próximo da captura do sujeito atribuição para lavrar o auto do indivíduo que foi capturado em santos, será em santos (regra geral).
· Existem situação em que haverá flagrante, mas o auto não será lavrado:
· Sempre que a pessoa estiver em situação de excludente de ilicitude (legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito) não é feito auto de prisão em flagrante, mas é simplesmente feita a portaria pelo delegado;
· Quando motorista responsável pelo acidente prestar socorro Art. 301, CTB será instaurado IP através de portaria também;
· Sempre que se tratar de crime de menor potencial ofensivo e o autor do fato se comprometer a comparecer em juízo, o delegado não fará o auto de flagrante delito.
· Posso estar em flagrante delito, mas não ser contra mim lavrado o auto de flagrante delito.
· Há duas formas de se instaurar o Inquérito Policial:
· Portaria peça inicial do IP em que não há flagrante delito;
· Auto de prisão em flagrante delito
· A prisão em flagrante se divide em 4 atos:
· Captura física do suspeito;
· Condução coercitiva levar de onde o prendi para o distrito policial mais próximo ao local da captura;
· Lavratura do auto de prisão em flagrante ou portaria, nas hipóteses acima descritas;
· Recolhimento à prisão.
· Oitivas na lavratura do auto da prisão em flagrante (art. 304, CPP)
· Condutor;
· 2 testemunhas;
· Indiciado/Conduzido
	Serão ouvidos nessa respectiva ordem
	Antigamente todas as pessoas que precisavam ser ouvidas não poderiam ser dispensadas até o fim da oitiva de todas, mas agora poderão, salvo o indiciado, que será recolhido
	O que fazer quando não haver 2 testemunhas para o auto de prisão? Qualquer pessoa que testemunhe a apresentação do indiciado na delegacia será válida.
	OBS: É necessário a leitura de todo o ato de prisão em flagrante para o indiciado.
	Quando o indiciado não souber ler/escrever, são necessárias duas testemunhas que comprovem que o réu se recusou a assinar ou que ele não sabe escrever, mas fica registrado que houve a leitura do ato de prisão em flagrante para ele.
· Garantia do preso (art. 5º, LXI, CF)
· Judicialidade da prisão: só pode ser preso em flagrante ou por determinação judicial (no caso de PM o superior pode determinar sua prisão);
· Toda pessoa presa não precisa fazer prova contra si mesma (LXVIII);
· Uso dealgema é uma exceção (art. 234, §1º, CPPM): Só se tiver risco a quem realiza a prisão, à sociedade, à vida do preso ou receio de fuga (é proibido o uso de algema em plenário do júri, salvo se ele colocar em risco a vida de outrem ou a si mesmo, e caso seja usada sem justificativa o plenário será nulo – art. 474, §3º, CPP) – Súmula Vinculante 11 STF;
· Se uma pessoa foi detida: deve o delegado comunicar as autoridades competentes e a família dentro de 24h;
· Laudo de exame de corpo de delito: deve ser realizado sempre que o detento sair do estabelecimento prisional e sempre que retornar.
PRISÃO PREVENTIVA
	É uma medida cautelar pessoal que atinge a pessoa do indiciado e é decretada por um juiz.
· Pressupostos (art. 311, CPP)
· Prova da materialidade: é uma prova cabal, clara, pode ser qualquer meio de prova legal;
· Indícios de autoria: não quer dizer prova cabal, é só um indicador que aquela pessoa pode ser a autora
	O juiz pode decretar a prisão sem o pedido das partes? antigamente, durante o IP o juiz poderia decretar a pedido do MP ou do delegado de polícia (representação da autoridade policial), mas durante a ação penal o juiz podia atuar de ofício.
	Com o pacote anticrime, após dezembro de 2019, o juiz só poderá decretar a prisão preventiva se tiver pedido de uma das partes (MP, Delegado, Defensoria Pública, Advogado) tanto no IP, quanto na ação penal – Nucci.
	Para uma visão minoritária, se o juiz perder esse poder de decretar a prisão, suas ações ficam limitadas, pois seria uma forma dele manter o controle da audiência e da ação penal.
· Regra geral para decretação: a pena máxima tem que ser maior que 04 anos e o crime precisa ser doloso (art. 313, CPP) pacote anticrime alterou o art. 311.
· Exceção: circunstâncias em que pode ser decretada a prisão preventiva sem a pena máxima ser superior a 04 anos:
· Aplicação da Lei Maria da Penha;
· O indiciado não forneceu dados de identificação ou a polícia tem dúvidas sobre elas.
	Antes de 88 toda pessoa presa precisava dizer o nome e fornecer a digital para ver se era compatível, ficou conhecido como “tocar piano”, e os policiais usavam isso de forma abusiva, por isso a CF/88 proibiu.
	Após 88, toda pessoa que apresentar um documento (RG, não precisará mais fornecer a digital, mas caso os documentos sejam roubados/perdidos ou caso haja dúvida acerca da veracidade, o CPP previu que poderá ser requisitada a apresentação da digital (art. 313, §1º, CPP).
	Crime doloso + pena máxima superior a 04 anos + 02 pressupostos alternativos (professor fez uma tabela sobre).
LEI 7960/89 – PRISÃO TEMPORÁRIA
· É um instrumento a serviço das autoridades que investigam (delegado, MP, autoridades militares etc.).
· Ela só serve para garantir o desenvolvimento de investigações, sendo normalmente no curso do IP (não pode haver prisão temporária no curso do processo penal).
· Serve para quando preciso tomar medidas mas não há provas de indícios de autoria tão fortes, como é necessário na prisão preventiva. Ela é decretada baseada em elementos mais tênues, dessa forma.
· Caberá a prisão temporária:
· quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
· quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
· quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
· homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
· sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
· roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
· extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
· extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°)
· estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único) 
· atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
· rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único) 
· epidemia com resultado de morte;
· envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
· quadrilha ou bando, todos do Código Penal;
· genocídio, em qualquer de suas formas típicas;
· tráfico de drogas
· crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
· crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
	Haviam 3 teorias sobre a aplicação dos incisos da referida lei, visto que ela não era clara sobre se eram cumulativos ou alternativos:
1. Necessário os 3 Tornava mais convencional que se buscasse a prisão preventiva, tornava impossível obter a temporária, por isso não vingou
2. Necessário sempre o terceiro + segundo ou primeiro prescinde da necessidade das investigações policiais, por isso não vingou
3. Necessário o primeiro + segundo ou terceiro adotada
	Se submete a reserva de jurisdição, isto é, só o juiz pode decretar a prisão temporária, assim como ocorre na preventiva.
	Tratam-se dos poderes cautelares do juiz.
· Representação da autoridade policial ou pedido do MP juiz não tem poder autônomo de cautela
· O juiz deverá prolatar sua decisão dentro de 24 horas após o recebimento da representação, devendo tanto a decisão quanto a representação serem fundamentadas.
· Tempo da prisão temporária:
· Prazo de 05 dias, podendo ser renovada por uma só vez, por igual período.
· Como é decretada a prisão temporária?
· É expedido um mandado de prisão para que as autoridades o cumpram, devendo a pessoa detida sempre ser submetida a um laudo de exame de corpo de delito (comprovação de não submissão a tortura ou agressão). o art. 2º, §4º, da Lei 8072/90 (lei que possibilita prisão temporária para todos os crimes hediondos) alargou o prazo para 30 dias, prorrogável por mais 30 dias. Assim, o juiz poderá decretar de 1 a 30 dias de prisão temporária, bem como na prorrogação decidir entre 1 a 30 dias.
· Não é necessária expedição de mandado de soltura, devendo a autoridade liberar o preso assim q atingido o prazo, caso não tenha solicitado prorrogação, sob pena de abuso de autoridade.
· TODA PRISÃO DECRETADA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO JUDICIAL CONDENATÓRIA DEVERÁ SER CAUTELAR (PREVENTIVA E TEMPORÁRIA) OU PRÉ-CAUTELAR (FLAGRANTE, POIS NÃO SE SUBMETE A RESERVA DE JURISDIÇÃO).
MEDIDAS CAUTELARES PATRIMONIAIS
	A medida cautelar também tem a finalidade de evitar que a pessoa punida obtenha lucro pelo e aquisição de patrimônio através do cometimento do crime (enriquecimento através de crimes deve ser reprimido pela lei).
	Para se evitar que a pessoa obtenha lucro, deverá ser então ser estabelecido regra de indenização a vítima, segundo negando a possibilidade de o criminoso ficar com o patrimônio derivado do crime.
	Assim, as medidas cautelares patrimoniais têm por objetivo negar a possibilidade de obter proveito pelo ilícito e garantir a indenização da vítima.
SEQUESTRO
	Conceito: Tutela de natureza cautelar destinada a impedir que a pessoa autora de um crime obtenha vantagem com essa realização
	pode ocorrer durante toda a instrução, durante o processo e durante toda a persecução penal. (é uma medida, não uma ação autônoma).
	Quando decretado durante o IP, a parte que solicitou o sequestro terá 60 dias para promover a ação penal, sob pena de, terminando os 60 dias, o sequestro perde seus efeitos (levantamento do sequestro)
	Espécies de sequestro: duas no CPP e uma no CP (art. 91, II) quando houver suspeita de que o bem foi obtido com o proveito (o que eu obtenho me aproveitando do ilícito – p. ex: vender o celular roubado e comprar um tablet, o qual será proveito de ilícito) ou produto (o que eu obtenho diretamente – p. ex: celular roubado) da prática do ilícito
· Sequestro de bens imóveis (CPP)
· Sequestro de bens móveis (CPP) posso registrar o sequestro no órgão fiscalizador (caso do iate e do carro) ou apreender.
	Os sequestros do CPP (art. 125 e seguintes) são idênticos, divergindo apenas no tocante a natureza do bem tratado, isto é, se móvel ou imóvel.· Legitimados para o pedido de sequestro:
Juiz não pode decretar ex offício no IP, mas pode durante a ação penal.
· Delegado (postular);
· Promotor (representar);
· Ofendido (requerer).
· Fim do sequestro:
· Absolvição;
· Extinção da punibilidade do réu (morte – aqui será tratado na esfera cível);
· Não propositura da ação penal dentro de 60 dias quando decretado dentro do IP;
· Sentença penal transitada em julgado (sequestro se transforma em penhora – apreensão, levando-se o bem à hasta pública, devendo-se usar esse dinheiro para pagar as despesas do processo, pagar indenização para a vítima e o que sobrar irá para o fundo penitenciário nacional.)
	Sequestro do Código Penal (tanto bem móvel quanto imóvel) o que o caracteriza é que ele pode recair sobre bens de origem lícita do réu.
	Bens inacessíveis (ausência de localização – dinheiro enterrado ou impossibilidade jurídica de seu acesso – dinheiro em Cuba
	DEVIDO À ISSO É QUE O SEQUESTRO DO CÓDIGO PENAL PODE RECAIR SOBRE OS BENS DE ORIGEM LÍCITA DO RÉU.
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