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AULA CONTRATOS UNIVERSO 5ºP

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24/03/2020 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
DIREITO CONTRATUAL 
PROFESSORA MICHELE PENHA 
 
Aulas no formato de ensino à distância em 
razão da pandemia do novo coronavírus 
(Sars-Cov-2). 
 
Campus Niterói 
24/03/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/
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Apresentação 
O principal objetivo do nosso Estudo Dirigido é dar continuidade ao 
conteúdo da disciplina, na modalidade de ensino à distância, devido 
a suspensão das aulas presenciais em razão das medidas de 
prevenção do Coronavírus. Nas primeiras aulas de 2020 
trabalhávamos a Teoria Geral dos Contratos e já estávamos no final 
dessa jornada, então para finalizar vou apresentar no módulo III os 
últimos temas desse assunto e complementar o conteúdo já 
ministrado. A metodologia consistirá na exposição dos assuntos 
através de tópicos com explicações, sala de aula invertida (flipped 
classroom), disponibilização de apostila e indicação de textos 
relacionados e de bibliografia de apoio. Conforme a possibilidade 
será disponibilizada videoaulas e, por último, a proposta de 
atividades para avaliação no retorno às aulas. 
Campus Niterói 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
 
 
I – Teoria Geral dos Contratos 
 
 
 
1.1. Conceito. 
 1.2. Evolução da Teoria Geral do Contratos. 
1.3. Principiologia Contratual. 
1.4. Formas de Contrato. 
1.5. Requisitos de Validade dos Contratos. 
1.6. Interpretação dos Contratos. 
1.7. Formação dos Contratos: Fases pré e pós contratuais 
1.8. Classificação dos Contratos. 
24/03/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha 
Campus Niterói 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
 
 
II – Aprofundamento dos temas 
abordados em Teoria Geral dos 
Contratos 
 2.1 A evolução dos princípios afetos ao Direito 
Contratual a partir do Século XIX ao XXI: 
Voluntarismo; Pacta sunt servanda e 
Relatividade Dirigismo contratual; 
Proteção ao contratante vulnerável 
Boa-fé e função social do contrato, Boa-fé 
(Supressio, surrectio, tu quoque e venire) 
2.2. Função social do contrato: correntes 
interpretativas e preservação do contrato. 
 
24/03/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha 
Campus Niterói 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
 
INTRODUÇÃO HISTÓRICA 
 
Não é possível precisar a data ou momento exato do 
surgimento do contrato, mas a sua primeira função foi a 
de conciliar interesses contrapostos. 
 
No momento que a sociedade começou a evoluir 
percebendo que, ao invés de declarar guerra, era mais 
vantajoso propor trocas, surgiu o contrato. 
CONCEITO: 
 
“Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes 
declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da 
boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que 
pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias 
vontades.” PABLO STOLZE 
 
“Manifestação de vontade, emitida em obediência aos seus 
pressupostos de existência, validade e eficácia, como o 
propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento 
jurídico, pretendidos pelo agente.” REQUISITOS DE VALIDADE 
DO CONTRATO que veremos adiante. 
 
 
 
O contrato é, na verdade, um instrumento de conciliação 
entre as partes daí a necessidade de se observar a sua 
função social. 
 
Contudo não podemos esquecer que o contrato é uma 
espécie do gênero negócio jurídico – toda ação humana 
com o objetivo de criar, extinguir ou modificar uma 
situação jurídica. 
 
 
Vale ressaltar que no início do Século XX a teoria do 
contrato se baseava primordialmente na autonomia 
privada, ou seja, sem a interferência do Estado, porém, 
como avanço da sociedade capitalista e 
consequentemente com a diferença entre as partes 
contratantes, foi necessária a interferência do Estado 
com o objetivo de coibir o abuso do poder econômico e 
estabelecer a igualdade de condições. 
 
O maior exemplo é o próprio contrato de adesão! 
 
Na teoria Constitucional do contrato temos o contrato como um 
negócio jurídico por meio do qual as partes, segundo a sua 
autonomia privada, convergem as suas vontades, visando atingir 
determinados interesses, em observância aos princípios da função 
social e da boa-fé objetiva.” PABLO STOLZE 
 
Portanto, a teoria clássica foi reformulada já que a autonomia 
privada absoluta não comportava mais o modelo social, sendo 
transformada em autonomia privada limitada a valores 
constitucionais – função social e a boa-fé objetiva. 
 
Importante destacar que a autonomia privada não é 
absolutamente limitada, porém apenas limitada por parâmetros 
constitucionais. 
 
 
 
ATENÇÃO: O reconhecimento deste princípio não nega a 
autonomia privada mas apenas a reeduca. 
 
“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e 
nos limites da função social do contrato.” 
 
JORNADA 23 que interpreta o ART. 421 CC 
 
“A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo 
Código Civil, não elimina o princípio da autonomia 
contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio 
quando presentes interesses metaindividuais ou interesse 
individual relativo à dignidade da pessoa humana.” 
 
 
 PRINCIPIOLOGIA CONTRATUAL 
 
1 - PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE OU DO 
CONSENSUALISMO 
 
Conceito: Incialmente defendida pela escola jusnaturalística, 
traduzia a ideia de que cada homem pode dispor livremente 
de suas ações. 
 
E hoje traduz a liberdade contratual, porém, como já 
abordado, condicionada a princípios da função social e da 
boa-fé objetiva. Chamado Princípio do voluntarismo e seu 
fundamento está na livre vontade das partes. 
Esse princípio contempla a liberdade na escolha da 
forma, do conteúdo e com quem contratar, coisa que 
pouco vivenciamos nos contratos de adesão. 
 
VEJAMOS UM EXEMPLO NO CÓDIGO: 
 
“Art. 1.899 do CC - Quando a cláusula testamentária for 
suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a 
que melhor assegure a observância da vontade do 
testador.” 
 
 
2 - Princípio da Força Obrigatória do Contrato 
 
O contrato é de observância obrigatória pelas partes, uma 
vez assinado torna-se lei, pois do contrário, seria apenas um 
protocolo de intenções. Princípio da intangibilidade dos 
contratos (uma vez formado, não pode ser alterado 
unilateralmente). 
 
Contudo, como já abordado acima, com o crescimento da 
sociedade capitalista e consequentemente a desigualdade e 
o aumento dos contratos de adesão, este princípio fora 
mitigado pela chamada teoria da Imprevisão. 
 
 
A teoria da imprevisão é invocada quando um acontecimento 
superveniente e imprevisível torna excessivamente onerosa a 
prestação imposta a uma das partes, em face da outra. PABLO 
STOLZE 
 
Atenção: não é necessário que ocorra o enriquecimento da outra 
parte, pois em alguns casos a própria parte credora pode ser 
prejudicada pelo fato superveniente. 
 
Alguns doutrinadores, dando nova roupagem a este princípio o 
denominaram teoria da onerosidade excessiva. 
 
Alegando esta teoria a parte poderá pleitear a revisão do contrato 
ou até sua resolução. 
 
 
3 - Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato 
 
Segundo este princípio, em regra geral, o contrato só 
deve repercutir efeitos entre as partes contratantes. 
Significa dizer que se o contrato for assinado entre João 
e Maria, só estes se vinculam ao mesmo. 
 
Porém, este princípio também possui exceções, vejamos: 
 
 
4 - Princípio da Função Social do Contrato 
 
O princípio da função social tem base no artigo 1ª (dignidade 
da pessoa humana), art. 5º (direitose garantias 
fundamentais) e no art. 170, todos da Constituição Federal, 
onde consagrou uma ordem social harmônica visando a 
evitar abuso de poder econômico. 
 
Importante destacar que atender à função social não significa 
atender o interesse do Estado, pois o interesse do Estado não 
se confunde com o interesse da sociedade. Função social 
significa respeitar valores socialmente objetivados e não 
interesses do Estado. 
 
Trata de uma mudança de ideologia dos contratos, significa atuar como 
fator limitativo da autonomia privada em respeito a determinados 
valores sociais. 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites 
da função social do contrato. 
 
Constituição Federal de 1988: 
–Art. 1o, III - dignidade da pessoa humana; 
–Art. 5o, XXIII – função social da propriedade; 
–Art. 182 e 186 - função social da propriedade urbana e rural; 
–Art. 170 – princípios da ordem econômica. 
 
Precisamos primeiramente diferenciar a boa-fé objetiva da boa-fé 
subjetiva, vejamos: 
 
A boa-fé subjetiva traduz o estado psicológico de inocência ou falta de 
conhecimento, ou seja, a pessoa que realiza o contrato não tem ciência 
de um determinado vício, esta boa-fé deriva do reconhecimento da 
ignorância do agente na prática do ato. 
 
Já a boa-fé objetiva, contemplada nesta parte de princípios, consiste em 
uma regra de comportamento, de natureza ética sim, porém dotada de 
exigibilidade jurídica. 
 
“A boa-fé objetiva, cláusula geral de natureza principiológica, baseada 
no art. 422, do Código Civil, traduz uma regra de conteúdo ético e 
exigibilidade jurídica.” 
 
“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão 
do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé.” 
 
Quando falamos de boa-fé objetiva, falamos de uma cláusula geral que 
traduz uma regra de lealdade a ser observada pelas partes, contudo, 
dotada de exigibilidade jurídica, não importa que esta regra seja 
implícita ou explícita, tem que ser observada! 
 
Probidade mencionada no artigo 422 do CC se trata do aspecto objetivo 
da boa-fé!!! 
 
ATENÇÃO: A boa-fé objetiva, como princípio regulador, é um rol 
apenas enumerativo e não taxativo!!!! 
 
Funções da boa-fé objetiva: 
 
A boa-fé objetiva tem uma função interpretativa, ou seja, 
ela auxilia na interpretação do contrato; 
 
A boa-fé também tem função delimitativa da autonomia 
privada. 
 
A boa-fé tem também uma função constitutiva de deveres 
anexos ou colaterais ou deveres de proteção, deveres 
esses decorrentes da boa-fé objetiva, inerentes a qualquer 
contrato. 
 
Na doutrina clássica o contrato gerava um dever principal 
(dar, fazer ou não fazer), porém, hoje a doutrina moderna, 
contemplando a boa-fé objetiva, elenca ainda que o 
contrato não gera só o dever principal, mas deveres 
implícitos, anexos, colaterais, tão importantes quanto o 
principal. 
 
Tão importantes que hoje, além da parte entrar em juízo 
pleiteando a resolução de contrato por descumprimento 
do dever principal, também poderá pleitear resolução por 
descumprimento do dever anexo, neste caso ocorre a 
chamada violação positiva do contrato. 
 
 
OBS.: “O descumprimento desses deveres anexos 
reveste-se de tamanha gravidade que a doutrina, em 
tal caso (violação positiva do contrato) tem 
sustentado a responsabilidade civil objetiva do 
infrator (Enunciado 24, da I Jornada).” 
 
Enunciado 24 - Art. 422: em virtude do princípio da 
boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a 
violação dos deveres anexos constitui espécie de 
inadimplemento, independentemente de culpa. 
 
Exemplos de deveres anexos decorrentes da boa-fé objetiva: 
 
Dever de assistência – Eu vendo a Izabel um celular que trouxe 
dos EUA. Duas semanas depois, o celular dá defeito. O dever de 
assistência decorre da boa-fé objetiva, é dever implícito de 
conteúdo ético e exigibilidade jurídica. 
 
Dever de sigilo ou confidencialidade – Uma empresa, com a 
qual a parte tenha um contrato, divulga os dados para outra 
empresa, alegando que o contrato nada mencionava a respeito. 
Neste caso não há necessidade de se ter uma cláusula 
específica para tal, pois o dever de sigilo é um dever anexo 
decorrente da boa-fé objetiva. 
 
 
 
Dever de informação – A empresa viola a boa-fé 
objetiva ao não prestar o dever de informação. Se 
o carro vai sair de linha, a empresa tem que 
informar ao comprador. 
 
O princípio da boa-fé objetiva deve ser observado na fase 
anterior, durante e pós-contrato. A boa-fé objetiva na fase pré-
contratual é algo fundamental. Ninguém está obrigado a 
contratar, mas dependendo da situação, você pode ter criado 
no outro uma expectativa legítima de contratar gerando dano. 
Na fase pré-contratual, se você cria uma legítima expectativa e 
não contrata, isso pode acarretar prejuízo por quebra da boa-fé. 
 
Exemplo: Nenhuma pessoa está obrigada a casar, porém, 
dependendo da forma com a qual você exerça seu direito você 
pode ter criado uma expectativa legítima, geradora de dano e, 
nestes casos, existem julgados condenando por quebra de boa-
fé pré-contratual, já que o casamento é considerado um 
contrato especial. 
 
No que tange ao pós-eficácia objetiva da obrigação, 
trata-se de reconhecimento de que mesmo após a 
consumação da obrigação, efeitos podem persistir, 
ou seja, mesmo após o contrato, ela deve ser 
observada sob pena de responsabilidade civil. 
 
Exemplo: O empregado que foi despedido não pode 
usar informações colhidas quando trabalhava na 
empresa. É quebra de boa-fé objetiva, da mesma 
forma o sócio que sai da sociedade não pode 
divulgar segredos da empresa que trabalhava. 
 
DESDOBRAMENTOS DA BOA-FÉ OU FUNÇÕES REATIVAS 
DA BOA-FÉ OBJETIVA 
 
1ª Figura: Venire contra factum proprium 
 
Significa vedação do comportamento contraditório! É um 
desdobramento da boa-fé e também é conhecida como 
teoria dos atos próprios e tem raízes na Idade Média. 
 
Significa, literalmente vir contra fato que lhe é próprio, ou 
seja, não se pode, na linha do tempo, adotar 
comportamentos contraditórios entre si. Exemplo clássico 
é o art. 330 do CC, vejamos: 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local 
faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto 
no contrato. 
 
Se o credor permitiu que o pagamento fosse feito em 
Niterói e o contrato previa o pagamento em Rio Bonito, 
não pode esse credor, depois, adotar comportamento 
contraditório e exigir que o pagamento seja feito em Rio 
Bonito. 
 
OBS.: “O STJ tem adotado em mais de uma oportunidade 
esta doutrina (REsp 95539/SP e REsp 605687/AM)” 
 
 REsp 95539/SP (14/10/96): PROMESSA DE COMPRA E 
VENDA. CONSENTIMENTO DA MULHER. ATOS 
POSTERIORES. "VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM ". 
BOA-FE. PREPARO. FERIAS. “A mulher que deixa de assinar 
o contrato de promessa de compra e venda juntamente 
com o marido, mas depois disso, em juízo, expressamente 
admite a existência e validade do contrato, fundamento 
para a denunciação de outra lide, e nada impugna contra a 
execução do contrato durante mais de 17 anos, tempo em 
que os promissários compradores exerceram pacificamente 
a posse sobre o imóvel, não pode depois se opor ao pedido 
de fornecimento de escritura definitiva. Doutrina dos atos 
próprios. art. 132 do cc.” 
Se ela adotou um comportamento aceitando, não pode 
depois, negá-lo. Se minha esposa afirma que o ato que eu 
pratico é válido, não pode depois dizer que é inválido, 
exceto se houver uma justificativa legal para isso. 
 
REsp 605687/AM (20/06/96): Parte que autoriza a 
juntada, pela parte contrária, de documento contendo 
informações pessoais suas, não pode depois ingressar com 
ação pedindo indenização, alegando violação do direito à 
privacidade pelo fato da juntada do documento. Doutrina 
dos atos próprios. 
2ª Figura: Tu quoque 
 
Outro desdobramento da boa-fé objetiva vem de 
uma parte da expressão do imperador Júlio César, ao 
ser apunhalado, “até tu Brutus?”. Sua aplicação visaevitar que uma das partes da relação negocial 
surpreenda a outra, causando-lhe prejuízo. 
 
Na prática significa que uma das partes não pode, 
jamais, adotar um comportamento marcado pelo 
ineditismo, ou seja, um comportamento que 
surpreenda a outra parte, causando-lhe prejuízo. 
 
Exemplo de aplicação do tu quoque é a exceptio non adimpleti 
contractus (exceção de contrato não cumprido). 
 
A exceção de contrato não cumprido, prevista nos arts. 476 e 
477, do Código Civil, permite que a parte, colhida de surpresa, 
possa se opor à exigência obrigacional da outra parte, que 
ainda não cumpriu sua prestação. 
 
Ex: Contrato de empreitada - a obra deve ser entregue no dia 
30/06. A empreiteira não concluiu a obra porque o outro 
contratante não entregou o material a tempo. Ao ser 
demandada em juízo, a empreiteira alega, em defesa, exceção 
de contrato não cumprido: não tem como cumprir a prestação 
se a outra parte não cumpriu previamente a dela. 
 
Questão interessante: é possível num contrato haver uma 
cláusula que afasta a possibilidade de a parte alegar em 
defesa a exceção de contrato não cumprido? Como no 
exemplo acima, seria possível no contrato de empreitada, 
constar uma cláusula estipulando que, ainda que o 
empreiteiro não receba o material, ele deverá fazer às 
suas próprias custas e depois cobrar o material gasto na 
obra? Sim! 
 
Essa cláusula que exclui a aplicação de contrato não 
cumprido é a chamada cláusula solve et repete, de 
aplicação especial nos contratos administrativos e 
excepcionalmente aceita nos contratos civis. 
 
3ª Figura: Exceptio doli 
 
Figura pela qual tem como objetivo sancionar a parte que age 
com o intuito de molestar a parte contrária, pleiteando aquilo 
que não lhe é devido, ou até procrastinando o cumprimento de 
uma decisão judicial (assédio processual). Um exemplo clássico 
está no art. 940 do CC, vejamos: 
 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou 
em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do 
que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro 
caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o 
equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
 REQUISITOS DE VALIDADE DOS CONTRATOS 
 
Partes capazes - capacidade genérica (art. 3º e 4º) e a capacidade 
específica ou legitimação. 
 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável - a licitude é 
ampla, não se restringindo à ideia de legalidade. 
 
Conteúdo do contrato (aos direitos e obrigações objeto de 
regulamentação pelas partes) e objeto do contrato (bens e prestações). 
 
Forma 
 
Consentimento recíproco ou acordo de vontades. 
 
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
Nem sempre o contrato traduz exatamente a 
vontade entre as partes, justamente por este motivo 
faz-se necessária a atuação do advogado em sua 
elaboração. 
 
Interpretar o contrato significa apurar a vontade real 
das partes e, normalmente quando as partes não 
chegam a um consenso, o mesmo deverá ser levado 
ao Judiciário para que o Juiz faça a interpretação, 
portanto temos: 
 
A interpretação declaratória – A interpretação 
declaratória tem como objetivo descobrir a intenção 
comum dos contratantes no momento da 
celebração; 
 
A interpretação construtiva ou integrativa – Esta 
interpretação tem como objetivo buscar o 
aprimoramento do contrato suprindo suas lacunas. 
 
Contudo, na interpretação dos contratos devemos 
observar dois princípios: 
 
Princípio da boa-fé (art. 113 do CC) – As partes 
contratantes possuem o dever de lealdade, portanto, 
o intérprete deve presumir que todas as partes 
procederam de boa-fé na celebração. 
 
Princípio da conservação ou aproveitamento do 
contrato – Havendo duas ou mais cláusulas 
conflitantes, prevalecerá a que produzir algum efeito, 
pois não é plausível que se tenha uma clausula no 
contrato que não produza efeito algum, vejamos 
alguns Enunciados sobre o tema: 
 
Enunciado 176 da III Jornada de Direito Civil – “Em 
atenção ao princípio da conservação dos negócios 
jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá 
conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos 
contratos e não à resolução contratual.” 
 
Enunciado 367 da IV Jornada de Direito Civil – “Em 
observância ao princípio da conservação do contrato, nas 
ações que tenham por objeto a resolução do pacto por 
excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo 
eqüitativamente, desde que ouvida a parte autora, 
respeitada sua vontade e observado o contraditório.” 
 
DEMAIS REGRAS INTERPRETATIVAS: 
 
•Art. 423 e 424 do CC – Se no contrato de adesão houver 
cláusulas ambíguas ou, até mesmo, contraditórias, sempre se 
adotará a interpretação mais favorável ao aderente e que são 
nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante do negócio.; 
•Art. 843 do CC – A transação se interpreta restritivamente; 
 
•Art. 819 do CC – A fiança não poderá ser interpretada de 
forma extensiva; 
 
•Art. 1.899 do CC – Aproveitamento da vontade do testador na 
interpretação do testamento. 
 
PACTOS SUCESSÓRIOS – Art. 426 do CC 
 
Em nosso ordenamento jurídico só se admite duas 
formas de sucessão – a legítima e a testamentária, 
sendo proibido a sucessão contratual, admitindo 
porém, uma única exceção, a saber: 
 
Art. 2.018 CC – permite a partilha entre vivos, do pai 
para os filhos, vejamos: 
 
“É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última 
vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.” 
 
FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
Entendendo o contrato como um negócio jurídico bilateral 
formado pela convergência de duas vontades contrapostas, 
este passa por algumas fases, a saber: 
 
FASE DAS NEGOCIAÇÕES – FASE DE PUNTUAÇÃO; 
 
FASE DA PROPOSTA – OFERTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO e; 
 
FASE DA ACEITAÇÃO – CONCLUSÃO DO NEGÓCIO, que pode 
ser celebrado mediante contrato preliminar ou definitivo. 
Temos ainda na formação do contrato: 
 
• A Oferta – vinculação e possibilidade de retratação (art. 428); 
 
• A Aceitação - formação contratual, possibilidade de retratação 
e o silêncio; 
 
• A Norma aplicável, foro competente e capacidade; 
 
• Lugar - onde a proposta é feita (domicílio do policitante ou, no 
CDC é o do domicílio do consumidor); 
 
• Tempo - o da expedição da aceitação, como regra, ou da 
recepção da aceitação, como exceção. 
 
FASE DAS NEGOCIAÇÕES – FASE DE PUNTUAÇÃO - FASE PRÉ-
CONTRATUAL OU DAS TRATATIVAS PRELIMINARES 
 
No processo de formação do contrato, em um primeiro 
momento, temos a fase das tratativas preliminares, e se 
caracteriza por sondagens, conversações e debates – 
FASE DE PUNTUAÇÃO. 
 
Nesta fase preliminar não há obrigatoriedade, pois 
realizar negociações é um direito concedido pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Contudo, ao dar início as negociações é necessário 
observar as nuances do caso concreto pois o princípio da 
boa-fé objetiva (já estudada) também se aplica a esta 
fase pré-contratual, observados os deveres de lealdade e 
confiança, evitando assim que gere uma expectativa de 
contratar. 
 
Portanto, mencionar que a pessoa não é obrigada a 
contratar não exime a responsabilidade dos danos 
decorridos por esta expectativa. 
 
Outra informação importante é que a proposta se transmite 
aos herdeiros, não se aplicando no caso de obrigação 
personalíssima. 
 
A proposta deve conter: 
 
TODOS OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO PROPOSTO 
– preço, quantidade, prazo de entrega, forma de pagamento 
etc; 
 
DEVE SER CLARA, COMPLETA E INEQUÍVOCA – deve ser 
formulada em linguagem simples e compreensível. 
 
EXEMPLO: Faço a oferta ao comprador e este fica 
pensando, após alguns dias eu entro em contato com a 
parte questionando se ela vai comprar ou não o que eu 
ofereci pois estamos negociando há dias. Neste 
momento a pessoa faz a proposta de pagar R$ 300,00 - 
No momento em que o proponente ou policitante faz a 
proposta de pagar R$ 300,00 (proposta esta chamadade 
policitação), exige da outra parte a manifestação de sua 
aceitação, esta parte que aceita é chamada de aceitante 
ou oblato. 
No momento que a proposta toca a aceitação, nasce o 
zigoto, que é o núcleo do contrato que é o chamado 
consentimento. O consentimento nasce da convergência 
entre proposta e aceitação. 
 
O Código Civil entende que a proposta obriga o 
proponente (princípio da vinculação), mas existem 
exceções, que não se aplicam nas relações de consumo. 
 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, 
se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza 
do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
Percebemos que a regra aparece no início do artigo e, 
após as exceções, portanto o legislador reconhece a 
perda da eficácia da oferta nos seguintes casos, vejamos: 
 
1) SE O CONTRÁRIO NÃO RESULTAR DOS TERMOS DELA 
MESMA – No caso de conter na própria oferta cláusula 
expressa “esta proposta não é definitiva e se reserva o 
direito de retirá-la ou proposta sujeita a confirmação” , 
neste caso, o proponente reserva o direito de retratar-se 
ou arrepender-se de concluir o negócio; 
 
2) EM RAZÃO DA NATUREZA DO NEGÓCIO – São as 
chamadas propostas abertas ao público que se 
consideram limitadas ao estoque existente, reguladas no 
art. 429 do CC; 
 
3) EM RAZÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO – 
Circunstâncias mencionadas no art. 428 do CC, que 
estabelece situações em que a proposta também deixa 
de ser obrigatória, porém, para tanto devemos 
diferenciar contrato entre presentes e entre ausentes, 
vejamos: 
•Presentes – são partes que se relacionam diretamente, 
ou seja, mantém contato direto e pessoal, quase que 
simultâneo (telefone, whatsapp, chat de conversa, 
skype); 
 
•Ausentes – são partes que não mantém contato direito 
(carta, e-mail etc.), neste caso não há a simultaneidade 
de relacionamento. O DOUTRINADOR TARTUCE tem um 
pensamento divergente, pois defende que a contratação 
via e-mail, estando a parte online ocorre a 
simultaneidade. 
 
VEJAMOS O ART. 428 CC 
“I – Se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi 
imediatamente aceita” - caso em que estando as partes 
presentes, de corpo ou das formas acima citadas, não fora 
aceita, pois entre presentes a aceitação deverá ser imediata, 
por conta da simultaneidade de relacionamento. 
 
“II – Se, feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido 
tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento 
do proponente” – Trata-se do caso da proposta ter sido 
enviada, sem referência a prazo, porém decorre o tempo 
necessário para a sua chegada (conceito aberto e vago do 
legislador e, neste caso será aplicado os costumes utilizados 
na região – PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 
“III – Se, feita à pessoa ausente, não tiver sido expedida 
a resposta dentro do prazo dado” – Trata-se de proposta 
enviada com prazo para aceitação e, após o prazo, a 
parte não se manifesta perdendo assim a sua 
obrigatoriedade. 
 
“IV – Se, antes dela (a proposta), ou simltâneamente, 
chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente” – Trata-se do caso de recebimento antes ou 
simultaneamente o arrependimento ou a retratação da 
proposta. 
FASE DA ACEITAÇÃO – CONCLUSÃO DO NEGÓCIO 
 
Aceitação é a concordância com a proposta e, para 
concluir o negócio deverá ser realizada de forma pura e 
simples, ou seja, de forma mais clara para as partes 
contratantes e realizada dentro do prazo, envolvendo a 
adesão integral aos termos da proposta. 
 
Contraproposta – Se a aceitação for realizada fora do 
prazo, será interpretada como uma contraproposta (art. 
431 CC). 
A aceitação pode se ser: 
 
Expressa – manifestação do aceitante; 
 
Tácita – prática de conduta que induz ao aceite, conforme o 
art. 432 CC que menciona duas formas: 
 
2.1 – Quando “o negócio for daqueles em que não seja de 
costume a aceitação expressa” – Exemplo de fornecedor que 
sempre envia determinada quantidade de produtos 
independentemente de pedido anterior e, no caso de vontade 
de interromper este fornecimento, deverá comunicar 
expressamente e de forma antecipada; 
 
2.2 – Quando o proponente tiver dispensado; 
FORMAÇÃO DO CONTRATO ENTRE AUSENTES 
 
 
Vejamos um caso interessante: O proponente José redige 
uma proposta a João e envia via correio, o carteiro vai 
até a residência de João e entrega a proposta e este, ao 
lê-la a aceita, redigindo imediatamente uma resposta 
informando de sua aceitação e a envia via correio 
também. Contudo, quem recebe a carta é o porteiro do 
prédio do proponente, que a entrega a José que 
imediatamente abre a resposta. Quando se deu a 
formação do contrato? 
Quando João redigiu a aceitação? 
 
Quando postou a carta? 
 
Quando o proponente recebeu a carta? 
 
Quando o proponente tomou conhecimento da aceitação? 
 
Em que momento se forma o contrato entre ausentes? 
 
Existem duas teorias explicativas fundamentais? 
PORTANTO, no caso acima citado, se João mandou a 
resposta e se arrependeu e esta informação chegar ao 
proponente antes da resposta ou ao mesmo tempo que 
a resposta, significa que o contrato não existe, pois na 
verdade, o contrato não se forma quando a resposta é 
expedida, mas quando o proponente recebe a resposta 
sem arrependimento porque se o aceitante se 
arrepender, ele ainda tem tempo de redigir um 
arrependimento e enviar ao proponente. 
 
Conclui-se que, o contrato não se forma quando a 
resposta é expedida, mas sim recebida pelo proponente 
sem arrependimento. 
Interpretando, 
 
OBS.: O enunciado 173, da III Jornada, reforça essa 
teoria. 
 
Enunciado 173 – Art. 434: A formação dos contratos 
realizados entre pessoas ausentes, por meio eletrônico, 
completa-se com a recepção da aceitação pelo 
proponente. 
A OFERTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
O CDC em seu artigo 30 contempla que as propostas 
feitas ao consumidor serão informadas pelo princípio da 
vinculação, ou seja, terá uma carga de obrigatoriedade 
mais elevada do que nos demais contratos. 
 
 Art. 30. Toda informação ou publicidade, 
suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma 
ou meio de comunicação com relação a produtos e 
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o 
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e 
integra o contrato que vier a ser celebrado. 
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar 
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o 
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da 
oferta, apresentação ou publicidade; 
 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço 
equivalente; 
 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia 
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a 
perdas e danos. 
LUGAR DA CELEBRAÇÃO 
 
 
Art. 435 do CC – “Reputar-se-à celebrado o contrato no 
lugar em que foi proposto.” 
 
 
III– Continuação dos temas da Teoria 
Geral dos Contratos 
 
 3.1. Vícios Redibitórios. 
3.2. Evicção. 
3.3. Extinção do contrato, onerosidade 
excessiva e teoria da imprevisão. 
24/03/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha 
Campus Niterói 
Campus Niterói - Professora Michele Penha 
VÍCIO REDIBITÓRIO 
 
Conceito: São defeitos ocultos que diminuem o valor 
do bem ou prejudicam a sua utilização, recebida por 
força de um contrato comutativo. 
 
LEMBRANDO: Quanto a vantagem patrimonial os 
contratos podem ser: .... ONEROSOS, COMUTATIVOS 
– São aqueles que possuem prestações certas e 
determinadas e, consequentemente não possuem 
risco; 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato 
comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, 
ou lhe diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às 
doações onerosas. 
 
ATENÇÃO: A diferença entre vício redibitório e erro está no 
fato de que o erro interfere na vontade, compro uma 
estátua de osso de marfime na verdade era osso de 
cachorro, este erro invalida o negócio jurídico!!! Já no vício 
redibitório não está na vontade do agente e sim na coisa e 
gera a dissolução do contrato. 
Requisitos: 
 
Que a coisa tenha sido recebida em virtude de 
contrato comutativo; 
Que os defeitos sejam ocultos; 
Que existam no momento da celebração do contrato 
e perdurem até a ocasião da reclamação; 
Que sejam desconhecidos pelo adquirente; 
Que sejam graves a ponto de prejudicar o uso. 
 
Os defeitos supervenientes presumem-se 
resultantes do mau uso da coisa pelo adquirente ! 
 
A ignorância por parte do alienante não o exime da 
responsabilidade, devendo restituir o valor recebido 
mais as despesas com o contrato – art. 443 CC 
(princípio da boa-fé) contudo, se o vício era de 
ciência do alienante, este responderá ainda por 
perdas e danos. 
 
 
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da 
coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; 
se o não conhecia, tão-somente restituirá. 
ESPÉCIES DE AÇÕES PARA O CASO – AÇÕES 
EDILÍCIAS 
 
Existem dois tipos de ações edilícias, vejamos: 
 
Ação REDIBITÓRIA – Ação que visa rejeitar a coisa, 
rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do 
valor pago; 
 
Ação QUANTI MINORIS (OU ESTIMATÓRIA) – Ação 
que visa conservar a coisa apesar do defeito, 
reclamando apenas o abatimento no preço. 
Se a relação civil, ou seja, que não haja uma 
relação de consumo, o prazo para ajuizar a ação 
edilícia está elencada nos termos do art. 445: 
 
 Art. 445. O adquirente decai do direito de 
obter a redibição ou abatimento no preço no 
prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um 
ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se 
já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, 
reduzido à metade. 
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO DAS AÇÕES 
EDILÍCIAS 
 
1 – Coisas vendidas conjuntamente – art. 503 CC – 
Somente a coisa defeituosa deverá ser restituída, 
salvo se formarem um todo inseparável, como no 
caso do par de sapatos. 
 
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o 
defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de 
todas. 
 
2 – Entrega de coisa diversa da contratada – 
neste caso não se caracteriza um vício e sim no 
inadimplemento contratual. 
 
3 – Erro quanto as qualidades essenciais do 
objeto – O erro não se confunde com o vício!!!! 
EVICÃO 
 
Conceito de evicção: “Ocorre a evicção quando o 
adquirente do bem perde a posse e a propriedade da 
coisa por ato judicial ou administrativo, em virtude 
do reconhecimento do direito anterior de outrem.” 
Pablo Stolze 
 
Ex : A é parado na Blitz onde se constatou que o 
carro era roubado e pertencia, na verdade, a um 
terceiro. Neste caso A perde o carro por evicção. 
Na evicção temos três personagens: 
 
1 – O alienante – aquele que aliena; 
2 – O evicto – aquele que adquire e é vencido na 
ação movida por terceiro; 
3 – O evictor - é o terceiro reivindicante e vencedor 
da ação. 
 
A responsabilidade neste caso decorre da lei, não 
importando se o contrato é omisso em relação e 
evicção, conforme interpretação do art. 447 e 448, 
ambos do CC, vejamos: 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde 
pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição 
se tenha realizado em hasta pública. 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, 
diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. 
 
Para que a responsabilidade se manifeste é necessário 
três requisitos, a saber: 
1 – aquisição do bem; 
2 – perda da posse ou da propriedade; 
3 – prolação da sentença judicial ou execução de ato 
administrativo. 
EXCLUSÃO, DIMINUIÇÃO OU AUMENTO DA GARANTIA 
DECORRENTE DA EVICÇÃO 
 
O art. 448 do CC prevê a hipótese das partes acordarem excluir, 
aumentar ou diminuir a responsabilidade pela evicção, mas é 
claro que esse acordo tem que estar expresso, não cabendo 
interpretação implícita no contrato. 
 
No caso previsto no artigo acima, as partes podem aumentar a 
garantia prevendo uma multa no caso de perda da coisa, 
podem diminuir prevendo abater a garantia de indenização 
pelos eventuais frutos restituídos ou até mesmo excluindo 
totalmente a responsabilidade, este somente no caso do art. 
457 se o adquirente sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, 
se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
 
Porém, ainda que haja uma cláusula de exclusão 
convencional da garantia, se a evicção se operar, o evicto 
terá direito de receber, pelo menos, o preço que pagou 
pela coisa evicta, salvo se sabia dos riscos da evicção ou 
dele informados os assumiu, coisa difícil de se provar. 
 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia 
contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a 
receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube 
do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. 
EXTINÇÃO DO CONTRATO 
 
 
A extinção ocorre em regra pela execução do contrato, 
art. 320 do CC. 
 
Porém, em alguns casos, o contrato se extingue sem o 
cumprimento de suas obrigações, vejamos o quadro a 
seguir do CARLOS ROBERTO GONÇALVES: 
Extinção do contrato 
sem cumprimento 
Causas anteriores ou 
contemporâneas 
Nulidade absoluta e relativa 
Cláusula resolutiva 
Direito de arrependimento 
Causas 
supervenientes 
Resilição 
Morte de um dos 
contratantes 
Rescisão 
Inexecução 
voluntária 
Inexecução 
involuntária 
Onerosidade 
excessiva 
Bilateral 
Unilateral 
AS CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À 
FORMAÇÃO DO CONTRATO SÃO: 
 
Defeitos – estudados no segundo período estes podem gerar 
a nulidade ou anulabilidade, vejamos: 
 
Nulidade – Ocorre quando há ausência de elemento 
essencial do ato com a transgressão de um preceito de 
ordem pública que impede o contrato de produzir efeitos – 
ex tunc (retroage); 
 
Anulabilidade – Ocorre da imperfeição da vontade, pode ser 
por incapacidade relativa ou por conter um vício do 
consentimento (erro, dolo, coação etc.) e tem efeitos ex nunc 
(não retroage). 
Cláusula resolutiva – é uma das formas de extinção do 
contrato, onde as partes estipulam no contrato o término 
pela inexecução por uma das partes. 
 
Em outras palavras, durante o contrato, cada parte tem o 
direito de pleitear a resolução se o outro não tiver cumprido 
as obrigações pactuadas e esta vontade pode resultar de: 
 
Convenção: quando houver cláusula resolutiva expressa; 
 
Presunção legal: quando houver cláusula resolutiva tácita ou 
implícita. 
Dispõe o art. 475 do CC que o contratante pontual tem o 
direito de pleitear, diante do inadimplemento da outra 
parte: 
 
Resolver o contrato ou; 
 
Exigir o cumprimento mediante execução específica – 
art. 497 CPC. 
 
ATENÇÃO: em qualquer das hipóteses a parte terá 
direito a indenização por perdas e danos!!! 
 
ATENÇÃO 2: A cláusula resolutiva que estiver expressa 
no contrato possui eficácia plena e a implícita depende 
de interpelação judicial – art. 474 CC. Isso não quer dizer 
que a expressa não necessite de pronunciamento 
judicial, ambas necessitam, contudo a expressa a 
sentença tem efeito declaratório e ex tunc, pois a 
resolução ocorre automaticamente no momento do 
inadimplemento da outra parte, na implícita a sentença 
tem efeito desconstitutivo. 
 
Direito ao arrependimento – Autoriza a outra parte 
rescindir o contrato mediante declaração unilateral, 
sujeitando-se à perda do sinal ou devolução em dobro, 
sem contudo pagar indenização suplementar, são as 
arras penitenciais. 
 
O direito ao arrependimento deve ser exercido no prazo 
convencionado entre as partes, ou antes, da execução do 
contrato. 
CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO 
CONTRATO 
 
Contudo, o objeto do nosso estudo é a dissolução de um 
contrato válido, ou seja, com causas supervenientes à 
formação do contrato. Essa dissolução pode se dar de 
três maneiras diferentes, são elas: 
 
Resolução 
Rescisão 
Resilição 
Morte de um dos contratantes 
Resolução – Trata-seda dissolução do contrato por: 
 
Inadimplemento voluntário; 
 
Inadimplemento involuntário ou; 
 
Por onerosidade excessiva. 
 
Segundo Orlando Gomes “é um remédio concedido à 
parte para romper o vínculo obrigacional mediante ação 
judicial.” (arts. 474 e 475 CC)”. 
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA – Ocorre 
diante do comportamento culposo de um dos 
contratantes, prejudicando a outra parte e possui efeitos 
ex tunc, porém se o contrato for de trato sucessivo 
(locação de imóvel) não ocorrerá a restituição das 
prestações já cumpridas, gerando portanto, o efeito ex 
nunc. 
 
Sempre que a obrigação do contrato foi descumprida 
utilizamos a nomenclatura resolver o contrato através da 
ação resolução de contrato. 
Não é obrigatório que em todo contrato haja uma 
cláusula prevendo a resolução em caso de 
descumprimento da obrigação, contudo, a vantagem de 
o contrato já conter uma cláusula assim, é que, em caso 
de descumprimento, o contrato é automaticamente 
resolvido. Não precisa o credor interpelar o devedor para 
comunicar a ele que o contrato se resolveu. 
 
 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno 
direito; a tácita depende de interpelação judicial. 
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA – Ocorre 
diante de fato não imputável às partes, pode ser por ação de 
terceiro ou de acontecimentos inevitáveis – caso fortuito ou 
força maior, impossibilitando o cumprimento da obrigação. 
 
Requisitos: 
 
Objetiva – Não participação das partes; 
Impossibilidade total; 
Definitiva, pois no caso de impossibilidade temporária 
ocorrerá a suspensão, exceto no caso do cumprimento fora 
do tempo acarretar na falta de interesse das partes. 
 
 
ATENÇÃO: O inadimplente não fica responsável pelo 
pagamento de perdas e danos, salvo no caso de ter 
assumido expressamente esta responsabilidade. Gera 
efeito retroativo a diferença está no pagamento de 
perdas e danos. 
 
RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA – Ocorre 
diante de acontecimento superveniente e imprevisível 
que permite a revisão ou resolução do contrato. 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
 
A raiz histórica da teoria da imprevisão está na lei 48, do 
Código de Hamurabi: 
 
 
Lei 48 do Código de Hamurabi . Se alguém tiver um 
débito de empréstimo e uma tempestade prostrar os 
grãos ou a colheita for ruim ou os grãos não crescerem 
por falta d'água, naquele ano a pessoa não precisa dar 
ao seu credor dinheiro algum, ele devendo lavar sua 
tábua de débito na água e não pagar aluguel naquele 
ano. 
 
Conceito: “A teoria da imprevisão é a doutrina que 
justifica a revisão ou a resolução do contrato, caso 
acontecimento superveniente e imprevisível desequilibre 
a base econômica do negócio, impondo a uma das partes 
obrigação excessivamente onerosa.” PABLO STOLZE 
 
ATENÇÃO: A teoria da imprevisão só tem aplicação nos 
contratos de execução de médio ou longo prazo, pois os 
de execução imediata, não há o que se invocar a teoria 
da imprevisão. 
LESÃO X TEORIA DA IMPREVISÃO 
 
Existe uma semelhança entre a teoria da imprevisão e a 
lesão? 
Sim, em ambos existe desequilíbrio entre as prestações, 
porém, a lesão é um vício invalidante do negócio jurídico 
que nasce com o próprio contrato, contudo, a teoria da 
imprevisão pressupõe um contrato válido que se 
desiquilibra posteriormente por um fato superveniente e 
que não invalida o negócio jurídico, apenas permite sua 
revisão ou resolução. 
 
ATENÇÃO: A lesão, um dos vícios do negócio jurídico já 
estudado no segundo semestre, se caracteriza quando o 
negócio é celebrado de forma que uma das partes é 
vítima de abuso ou da sua necessidade ou da sua 
inexperiência assumindo obrigação excessivamente 
onerosa. 
 
INADIMPLEMENTO FORTUITO X TEORIA DA 
IMPREVISÃO 
 
Existe ainda semelhanças entre o inadimplemento 
fortuito (caso fortuito ou força maior) da teoria da 
imprevisão, pois ambos possuem o fato estranho à 
vontade das partes, inevitável e imprevisível, contudo, a 
diferença reside no fato de que “na teoria da imprevisão 
ocorre apenas um desiquilíbrio econômico, que não 
impede a execução do contrato; e na força maior, 
verifica-se a impossibilidade absoluta de dar 
prosseguimento ao contrato.” MARIA SYLVIA DI PIETRO 
ELEMENTOS PARA APLICABILIDADE DA TEORIA DA 
IMPREVISÃO 
 
Fundamentalmente, três são os elementos da Teoria da 
Imprevisão: 
 
Superveniência de acontecimento imprevisível; 
 
Alteração da base econômica do negócio; 
 
Onerosidade excessiva experimentada por uma das 
partes 
 
 
ATENÇÃO: Para aplicação da teoria da imprevisão é 
necessário que uma das partes sofra uma onerosidade 
excessiva, porém não significa que obrigatoriamente a 
outra parte experimente uma vantagem exagerada. 
Vejamos o caso do apagão: 
 
Um acontecimento tipicamente superveniente e imprevisível 
que obrigou as empresas a adquirirem geradores, fazendo 
com que houvesse um enorme incremento no custo de 
produção. A peça produzida por sete, passou para dezoito!!!! 
Esse acontecimento imprevisível, que impôs a empresa 
obrigação excessivamente onerosa, que foi a contratação de 
geradores, gerou algum enriquecimento exagerado? 
Nenhum. Ou seja, o fato de você mencionar que um 
acontecimento superveniente e imprevisível, desequilibrando 
as bases do contrato, não significa que, obrigatoriamente a 
outra parte tenha experimentado vantagem exagerada. 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6º, V, ao 
tratar desta teoria, para facilitar a defesa do consumidor, 
dispensou o requisito da imprevisibilidade, por isso, 
denomina-se apenas, Teoria da Onerosidade Excessiva. 
 
O Código Civil, mantendo o requisito da imprevisibilidade 
do acontecimento, regula a matéria nos arts. 317 e 478 e 
seguintes. 
 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou 
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a 
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do 
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar 
retroagirão à data da citação. 
 
Visando aprimorar a interpretação o art. 478, o 
Enunciado 365 da IV Jornada sustenta que o requisito da 
extrema vantagem é meramente acidental, vejamos: 
 
Enunciado 365 – Art. 478. A extrema vantagem do art. 
478 deve ser interpretada como elemento acidental da 
alteração de circunstâncias, que comporta a incidência 
da resolução ou revisão do negócio por onerosidade 
excessiva, independentemente de sua demonstração 
plena. 
À luz do art. 478, a parte que sofreu onerosidade excessiva 
pode pedir a resolução, porém seria mais plausível requerer 
a revisão como no caso do pagamento da casa própria, 
vejamos o artigo seguinte: 
 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu 
a modificar eqüitativamente as condições do contrato. 
 
Um artigo extremamente criticado, pois não é justo dar essa 
opção ao réu que, em geral, é a parte credora. 
“À luz do princípio da função social do contrato, o juiz não 
está adstrito ou condicionado à vontade do réu, nos termos 
do art. 479, para efeito de revisar o contrato.” PABLO STOLZE 
Vejamos o Enunciado 367 do Conselho Federal da Justiça 
Federal 
 
“Em observância ao princípio da conservação do 
contrato, nas ações que tenham por objeto a resolução 
do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz 
modificá-lo eqüitativamente, desde que ouvida a parte 
autora, respeitada sua vontade e observado o 
contraditório.” 
Rescisão - Significa invalidação do contrato em caso de 
lesão ou estado de perigo (ambos estudados no segundo 
período). 
 
Lesão: Ocorre quando o agente, valendo-se da 
inexperiência ou da situação de necessidade do outro, 
celebra com ela negócio em que as vantagens são 
desproporcionais, ou seja, uma das partes se aproveita 
da outra, a fim de levar vantagem. 
 
Estado de perigo: O agente age em estado de 
necessidade, perigo. Uma pessoa para ser salva de um 
naufrágio,paga uma quantia absurda. 
Resilição - Significa, simplesmente, o desfazimento do 
contrato por simples manifestação de vontade da parte e 
não tem relação com inadimplemento ou invalidade do 
contrato. Pode se dar por ambas as partes – bilateral 
(através do distrato) ou por uma das partes – unilateral 
(através da denúncia, revogação/renúncia ou resgate). 
 
RESILIÇÃO BILATERAL - Distrato – “é a declaração de 
vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao 
que havia gerado o vínculo ... também chamado de 
mútuo dissenso.” Caio Mário. 
Atenção: É necessário que os efeitos ainda não tenham sido 
exauridos, pois contrato cumprido não pode ser dissolvido. 
 
Atenção 2: Seus efeitos são ex nunc. 
 
Atenção3: Apesar do art. 472 mencionar que o distrato deve 
seguir a mesma forma do contrato, sua interpretação não se 
dá de forma literal, aplicando-se apenas nos contratos que 
possuem legalmente uma forma especial, nos demais, como 
por exemplo o contrato de locação, seu distrato pode ser 
escrito tendo sido o contrato verbal, pois a lei não exige 
forma especial para os contratos de locação. 
RESILIÇÃO UNILATERAL – DENÚNCIA, REVOGAÇÃO, 
RENÚNCIA E RESGATE 
 
A extinção unilateral do contrato por mera manifestação 
de vontade admite-se somente com autorização legal 
expressa ou implícita (pela natureza do contrato) e 
SEMPRE com prévia comunicação à outra parte. 
 
Vejamos o art. 473 do CC: 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei 
expressa ou implicitamente o permita, opera mediante 
denúncia notificada à outra parte. 
 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do 
contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral 
só produzirá efeito depois de transcorrido prazo 
compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
Portanto, o ato pelo qual se opera a resilição unilateral é 
a denúncia. 
 
Algumas modalidades contratuais permitem a resilição 
unilateral, possuindo assim, nomenclatura específica, 
são elas: REVOGAÇÃO, RENÚNCIA E RESGATE. 
 
Vejamos cada uma delas: 
REVOGAÇÃO OU RENÚNCIA: Ocorrem nos contratos de 
mandato (arts. 682 a 687 CC) e de doação (arts. 555 a 
564 do CC) que serão estudados posteriormente. 
 
A principal diferença está em quem pratica, pois a 
revogação é o ato do sujeito ativo da relação 
obrigacional e a renúncia do sujeito passivo desta 
relação. 
 
RESGATE – Utilizado nos contratos de compra e venda de 
bens imóveis, no exercício da retrovenda, dando direito 
ao retorno do bem ao vendedor, arts. 505 e 506 do CC. 
Veremos posteriormente. 
 
 
MORTE DE UM DOS CONTRATANTES – Só ocorrerá a 
extinção do contrato por causa superveniente (evento 
morte) no caso de contrato personalíssimo, aqueles que 
são pactuados em virtude da pessoa que irá executar (já 
estudado nos slides anteriores).

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