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Curso de Português para TST 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Décio Terror ʹ Aula 02 
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Aula 02: Sintaxe da oração. Pontuação. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. O que é sintaxe? 1 
2. Pontuação com adjunto adverbial “solto” 9 
3. Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal 28 
4. O comentário do autor: orações intercaladas 35 
5. Palavras denotativas 40 
6. Questões cumulativas de revisão 44 
7. O que devo tomar nota como mais importante? 46 
8. Lista das questões apresentadas 46 
9. Gabarito 58 
 
Olá, pessoal! 
Vamos falar da sintaxe da oração! 
O que é sintaxe? 
A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. 
Basicamente uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se 
flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com o 
predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade. 
Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na 
estrutura SVO (sujeitoĺverboĺcomplemento). 
1. O candidato realizou a prova. 
 2. duvidou do gabarito. 
 3. enviou recursos à banca examinadora. 
 4. tem certeza de sua aprovação. 
 5. viajou. 
 6. estava tranquilo. 
 
 
 
Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no 
verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer 
aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a 
Fundação Carlos Chagas tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova. 
Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular. 
Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “O 
candidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Já 
sujeito predicado 
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Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois 
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo 
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige, 
é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo nas gramáticas que 
trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), 
a qual veremos nas próximas aulas. Mas agora cabe apenas entender a 
estrutura abaixo. Veja: 
 
 
1. O candidato realizou a prova. 
 VTD + OD 
 2. duvidou do gabarito. 
 VTI + OI 
 3. enviou recursos à banca examinadora. 
 VTDI + OD + OI 
 
 
 
Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter 
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, 
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para 
terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a 
alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é 
fiel a algo ou a alguém. 
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual 
é chamado de complemento nominal (CN). 
Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito 
na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, 
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser 
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por 
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o 
complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Falamos que o 
nome exige complemento, mas tudo depende do contexto. 
Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do 
verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência 
Nominal. 
 
Veja a frase 4: 
 
 
 4. O candidato tem certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
 
 
 
Regência Verbal 
sujeito predicado 
sujeito predicado 
Regência Nominal 
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Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A 
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o 
nome “certeza”: certeza de sua aprovação. 
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para 
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal. 
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 
(VTD + OD + CN). 
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum 
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura 
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas 
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o 
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como 
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o 
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas 
há mais e veremos adiante. Então veja como ficaria: 
 
O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. 
 
 
 
 
O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode 
aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos 
inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o 
adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”. 
 
Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e 
sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais, 
dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, 
assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura: 
Predicado verbal = VTD + OD 
 VTI + OI 
 VTDI + OD + OI 
 VI 
 
Esse é o esquema básico, e nada impede de haver adjunto adverbial e 
complemento nominal em todos eles. 
 
Falta apenas um tipo de verbo: o de ligação. 
Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo. 
O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se 
flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta 
característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo 
que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo. 
sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv 
tempo 
Adj Adv 
modo 
Adj Adv 
causa 
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(D) adjunto adverbial. 
(E) adjunto adnominal. 
Comentário: O termo “colchas, toalhas bordadas e outros adereços” é o 
sujeito, o verbo “pendiam” é intransitivo e a expressão “das varandas” é o 
adjunto adverbial de lugar. 
Gabarito: A 
 
Questão 3: TRT 3ªR 2015 Técnico Judiciário (banca FCC) 
A frase em que ambos os elementos sublinhados exercem a função de 
núcleo do sujeito é: 
(A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os 
tomou. 
(B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres. 
(C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna. 
(D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado. 
(E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus. 
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a locução verbal “deviam ser 
considerados” refere-se ao núcleo do sujeito “bens”. O pronome indefinido 
“quem” (Isto mesmo, pronome indefinido! Veremos isso na aula de pronomes, 
ok?!) é o sujeito do verbo transitivo direto “tomou”, e o pronome “os” é o 
objeto direto (alguém tomou os bens). 
 A alternativa (B) está errada, pois “parisienses” é o núcleo do sujeito em 
relação ao verbo “arrebentaram”. Noteque tal verbo é transitivo direto e o 
objeto direto é o termo “as casas dos nobres”, cujo núcleo é “casas” e os 
termos “as” e “dos nobres” são apenas adjuntos adnominais. 
 A alternativa (C) está errada, pois “museus” é o núcleo do sujeito, e 
“invenção” é o núcleo do predicativo. Note o verbo de ligação “são”. 
 A alternativa (D) está errada, pois “justo” é um adjetivo que cumpre a 
função sintática de predicativo. Sabe quem é o seu sujeito? Veremos, na aula 
de sintaxe do período composto, que “apagar os vestígios do passado” é 
chamado de sujeito oracional, isto é, uma oração subordinada substantiva 
subjetiva. Veja que há o verbo de ligação “é”. Assim, confirmamos que “justo” 
é, sim, apenas um predicativo do sujeito. Já “vestígios” é o núcleo do objeto 
direto. 
 A alternativa (E) está errada, pois “museus” é o núcleo do sujeito, o 
verbo “nasceram”, neste contexto, é transitivo indireto e “Dessa escolha da 
Assembleia Nacional” é o objeto indireto. Assim, fica fácil perceber que as 
duas palavras grifadas possuem funções diferentes. 
Gabarito: A 
 
Questão 4: ManausPrev 2015 Analista (banca FCC) 
Considere: 
Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a 
harmonização... 
O segmento sublinhado que exerce, no contexto, a mesma função sintática 
que a do sublinhado acima está em: 
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(A) Podemos também revelar muitos outros segredos ainda bem guardados... 
(B) ... porque cada organismo seu, entre trilhões, é uma maravilha de 
miniaturização e automação. 
(C) ... podemos agregar inteligência à ocupação... 
(D) Dentro das folhas ainda existem condições semelhantes 
(E) ... determinando e regulando fluxos de substâncias e energias. 
Comentário: O verbo “mostram” encontra-se flexionado no plural, para 
concordar com o sujeito “Análises abrangentes”. Veja que “numerosas 
oportunidades” é o objeto direto. 
 Sabemos que o sujeito é o termo a quem o verbo se refere. Tal termo 
tem base num substantivo ou palavra de valor substantivo, não pode ser 
preposicionado e não pode ficar separado por vírgula. Assim, já excluímos as 
alternativas (A) e (B), pois, na alternativa (A), “guardados” é um adjetivo na 
função de adjunto adnominal, o qual caracteriza o núcleo “segredos”. Na 
alternativa (B), “entre trilhões” é um adjunto adverbial intercalado por 
vírgulas. 
 A alternativa (C) está errada, pois o sujeito da locução verbal “podemos 
agregar” é oculto e subentende o pronome “nós”. O termo “inteligência” é o 
objeto direto. 
 A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “existem” é intransitivo e 
“condições semelhantes” só pode ser sujeito. 
 Na alternativa (E), os verbos “determinando” e “regulando” é transitivo 
direto e o termo “fluxos de substâncias e energias” é o objeto direto. 
Gabarito: D 
 
Cabe agora aprofundarmos um pouco mais na relação dos termos para 
entendermos melhor a pontuação. Para isso, vamos ver a aplicação do verbo 
intransitivo. 
Intransitivo: Verbo que não exige complemento verbal. Veja: 
 Adoeci. 
 Fui à praia. 
verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar 
predicado verbal 
 
Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos. 
O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que 
complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval 
ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo 
de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido 
necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir 
mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa 
do mau tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu 
aqui.”. 
Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que 
produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum 
lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de 
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onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a 
transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que 
completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente 
circunstâncias de lugar ou modo. Veja: 
Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem. 
O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite 
valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados 
nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se 
há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”, 
respectivamente. Assim, é importante notarmos os valores dos adjuntos 
adverbiais, que são demonstrados em sua maioria no uso das preposições, as 
quais serão enfatizadas a seguir. Didaticamente, podemos dividir o adjunto 
adverbial em dois tipos: 
Adjunto adverbial solto: não há exigência do verbo, apenas foi inserido 
para ampliar o sentido. Veja: 
O problema ocorreu, naquela tarde de sábado. 
Adjunto adverbial preso: o verbo intransitivo o exige. Veja: 
 Eu estou bem. 
 Eu estou em São Paulo. 
 Eu vim de São Paulo. 
Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é 
cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a 
pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos 
adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial 
solto, é natural podermos inserir a vírgula. 
Pontuação com adjunto adverbial “solto” 
É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois 
este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da 
oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são 
exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso 
é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios 
que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções 
adverbiais: 
O custo de vida é bem alto em Brasília. 
Em Brasília, o custo de vida é bem alto. 
O custo de vida, em Brasília, é bem alto. 
O custo de vida é bem alto, em Brasília. 
 
 
Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. 
A Brasília prefeitos de várias cidades foram. 
Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. 
 
Naturalmente, você já percebeu o problema. 
Sim, eu sei. 
Esta locução adverbial de 
lugar não é exigida pelo 
verbo, por isso se considera 
um termo solto, o qual pode 
receber vírgula. Compare 
com a seguinte. 
Esta locução adverbial de 
lugar é exigida pelo verbo, 
por isso não se considera 
termo solto, ela pode se 
mover na oração, mas não 
recebe vírgula. 
Esses advérbios referem-
se a toda a oração. 
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 b) Pode ocorrer elipse da preposição antes de adjuntos adverbiais de 
tempo e modo: 
Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite) 
Domingo ela estará aqui. (No domingo) 
Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos) 
Principais valores das locuções adverbiais, a depender da preposição e 
das locuções prepositivas nocionais: 
 
1. assunto: 
sobre: conversar sobre política; falar sobre futebol. 
quanto a: Não nos expressamos quanto à fatalidade do acidente. 
2. causa: 
a: morrer à fome; acordar aos gritos das crianças; voltar a pedido 
dos amigos. 
ante: Ante os protestos, recuou da decisão. (Perceba que não há preposição 
“a” após “ante”. Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.) 
com: assustar-se com o trovão; ficar pobre com a inflação. 
de: morrer de fome; tremer de medo; chorar desaudade. 
devido a: Encontrou seu futuro, devido a muito esforço. 
diante de: Diante de tais ofertas, não pude deixar de comprar. 
em consequência de: Em consequência de seu estudo eficaz, passou 
em primeiro lugar. 
em virtude de: Em virtude de muitas vaias, o show foi interrompido. 
em face de: O que o salvou, em face do perigo, foi sua habitual calma. 
(em virtude de) 
graças a: Graças ao estudo, passou no concurso. 
por: encontrar alguém por uma coincidência; foi preso por vadiagem 
Esta preposição também pode ser entendida como em favor de: morrer pela 
pátria; lutar pela liberdade; falar pelo réu. Assim, não deixa de possuir 
valor causal. 
3. companhia: 
com: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos. 
4. concessão (contraste, oposição) 
apesar de: Foi à praia apesar do temporal. 
Obs.: Ocorre quando há uma oposição em relação ao verbo. Não se vai, 
normalmente, à praia em dia de temporal. 
com: Com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro. 
malgrado: Malgrado a chuva, fomos ao passeio. 
5. condição: 
Sem: Sem o empréstimo, não construiremos a casa. 
6. conformidade: 
a: puxar ao pai; escrever ao modo clássico; sair à mãe. 
conforme: Agiu conforme a situação. 
por: tocar pela partitura; copiar pelo original. 
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7. lugar: 
a: (destino - em correlação com a preposição de): de Santos a 
Guarujá; daqui a Salvador. 
Obs.: Usa-se indiferentemente à/na página. Ex.: A notícia está à/na 
página 28 do jornal. Usa-se ainda a páginas, mas não as páginas ou às 
páginas. Ex.: A notícia está a páginas 28 do jornal. 
ante: A verdade está ante nossos olhos; 
até: indica o limite, o término de movimento, e, acompanhando 
substantivo com artigo (definido ou indefinido), pode vir ou não seguida da 
preposição a: 
Caminharam até a entrada do estacionamento. ou 
Caminharam até à entrada do estacionamento. 
de: (relação de origem): vir de Madri. 
desde: dormir desde lá até cá. 
em: (estático): ficar em casa; o jantar está na mesa. 
Observação: 
O uso da preposição “em” com verbos ou expressões de 
movimento caracteriza coloquialidade (o que deve ser evitado na norma 
culta): chegar em casa, ir no supermercado, voltar na escola, levar as 
crianças na praia, dar um pulo na farmácia, etc. O correto é: chegar a 
casa; ir ao supermercado; voltar à escola; levar as crianças à praia; ir à 
farmácia. 
defronte: Ela mora defronte à igreja. 
em frente a: Em frente à escola estava ele. 
entre: os Pireneus estão entre a França e a Espanha; ficar entre os 
aprovados. 
para: ir para Madri; apontar o dedo para o céu. 
perante: (posição em frente); perante o juiz, negou o crime. [Não use 
preposição “a” após “perante”: “perante a Deus”, “perante à juíza”. O correto é “perante 
Deus”, “perante a juíza”, “perante a menina”(a=artigo)] 
por: ir por Bauru, morar por aqui. 
sob: (posição inferior): ficar sob o viaduto. 
sobre: (posição superior): o avião caiu sobre uma lavoura de arroz; 
flutuar sobre as ondas; (direção): ir sobre o adversário. 
trás: no português atual, a preposição trás não é usada isoladamente; 
atua, sempre, como parte de outras expressões: nas locuções adverbiais “para 
trás” e “por trás” (ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva 
“por trás de” (ficar por trás do muro). 
8. modo: 
a: bife à milanesa; jogar à Telê Santana. 
com: andar com cuidado; tratar com carinho. 
de: olhar alguém de frente, ficar de pé. 
em: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês. 
por: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por 
alto o que aconteceu. 
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sem: indica a relação de ausência ou desacompanhamento: estar sem 
dinheiro; 
sob: sair sob pretexto não convincente. 
9. tempo: 
com: (simultaneidade): o povo canta, com os soldados, o Hino 
Nacional; com o tempo os frutos amadurecem. 
de: dormir de dia, estudar de tarde, perambular de noite; de 
pequenino é que se torce o pepino. 
desde: desde ontem estou assim. 
em: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiu o edifício em 
minutos, no ano 2000. 
entre: ela virá entre dez e onze horas. 
para: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá 
para o final de dezembro viajaremos. 
por: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela 
manhã. 
sob: houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II. 
 
 Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por 
outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis 
alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em 
frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto 
a/com/de. 
Questão 5: TRT 14ª 2016 Técnico Judiciário (banca FCC) 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
O termo sublinhado pode estar entre vírgulas sem prejuízo para a correção 
gramatical do trecho: Rondon contribuiu também para o reconhecimento e 
mapeamento de grandes áreas ainda inóspitas no interior do país. 
Comentário: O vocábulo “também” é um advérbio, o qual se encontra 
intercalado. Assim, pode ficar entre duas vírgulas, como afirma a questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 6: TRT 14ª 2016 Técnico Judiciário (banca FCC) 
Um segmento que expressa ideia de causa, com relação ao trecho que o 
antecede imediatamente, está sublinhado em: 
(A) No chão é ente insuficiente o quati. 
(B) Agora, se alcança árvore, quati arma banzé. 
(C) Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca. 
(D) Monta episódio. E até xinga cachorro. 
(E) O rabo desequilibra de tanto rente na terra. 
Comentário: Note que podemos substituir a forma “de tanto” por “devido a 
estar”, “tendo em vista estar”. Assim, a expressão “de tanto rente na terra” é 
o adjunto adverbial de causa e a alternativa (E) é a correta. 
Gabarito: E 
 
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Questão 7: TJ RJ 2012 Analista Judiciário (banca FCC) 
A despeito do sucesso, o ganha-pão do escritor seria obtido a partir da 
atividade como jornalista, articulista e cronista. 
O elemento grifado acima pode ser corretamente substituído, sem alteração 
do sentido original, por 
(A) Em razão do (B) Conquanto o (C) Em que pese o 
(D) Em vista do (E) A partir do 
Comentário: A locução prepositiva “A despeito do” tem valor adverbial 
concessivo, é o mesmo que “apesar de”. Assim, a expressão “A despeito do 
sucesso” é o adjunto adverbial de concessão. 
 Os conectivos “Em razão do” e “Em vista do” têm valor adverbial causal; 
“Conquanto” é uma conjunção subordinativa adverbial concessiva e só pode 
iniciar uma oração, e não apenas um adjunto adverbial. 
 A locução prepositiva “A partir do” normalmente tem valor adverbial 
temporal, mas neste contexto tem valor adverbial causal, marcando a origem. 
 Assim, resta como correta a alternativa (C), pois o conectivo “Em que 
pese o” tem valor adverbial concessivo e inicia o adjunto adverbial. 
Gabarito: C 
 
Aprofundamos um pouco no verbo intransitivo e percebemos os valores 
dos adjuntos adverbiais. Agora, vamos aprofundar um pouquinho mais nos 
complementos verbais (OD e OI), mais precisamente, em algumas formas 
como aparecem na oração. 
Objeto direto 
1) Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, 
antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos 
através de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome 
de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, 
como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a suapostura diante do fato: 
- O que você acha desta roupa? 
- Essa roupa, ninguém a quer. 
 
Esses “rabiscos”, foi o genial pintor que os pintou e vale muito. 
Note a vírgula separando esses objetos diretos. Apesar de ser 
obrigatória, alguns autores renomados usam esta estrutura sem vírgula. 
2) Objeto direto preposicionado: Aquele cuja preposição não é exigência do 
verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, por necessidade do 
próprio complemento e para se evitar ambiguidade. 
 
Amo a Deus. (ênfase) 
Cumpri com a minha palavra. (ênfase) 
Ele puxou da espada. (ênfase) 
Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) 
Ninguém entende a mim. (é o pronome “mim” que exige a preposição “a”) 
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 Perceba que os verbos amar, caçar, puxar e entender não exigem 
preposição: são transitivos diretos. 
 Perceba, também, que, se a expressão “Aos mais desfavorecidos” não 
tivesse a preposição, não haveria erro gramatical, mas ficaríamos na dúvida 
sobre quem seria o sujeito, pois as expressões estão no plural e o verbo 
também. Assim, o leitor ficaria na dúvida: foram as medidas que atingiram os 
desfavorecidos ou foram os desfavorecidos que atingiram as medidas? O 
objeto direto preposicionado retira esta dúvida. 
 
3) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são “me, 
te, se, o, a, nos, vos, os, as”: 
Quando encontrar seu material, traga-o até mim. 
Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã. 
Atente muito às questões a seguir, pois são típicas da FCC e certas de 
caírem na sua prova!!!! 
 
Questão 8: SEGEP MA 2016 Analista Ambiental (banca FCC) 
Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet... 
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de complemento que o da frase 
acima está empregado em: 
a) ... a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos 
b) ... para que a independência econômica acompanhe a independência física 
na aposentadoria 
c) ... a expectativa de vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 
1840... 
d) A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de 
vida. 
e) ... será a mudança de hábitos. 
Comentário: O verbo “publicaram” é transitivo direto e o termo “um estudo” 
é o objeto direto. 
 Na alternativa (A), o verbo “passaria” é transitivo indireto e o termo “de 
85 anos” é o objeto indireto. 
 A alternativa (B) é a correta, pois “acompanhe” é verbo transitivo direto 
e “a independência física” é o objeto direto. 
 Na alternativa (C), o verbo “sobe” é intransitivo, o termo “linearmente” 
é o adjunto adverbial de modo e “desde 1840” é o adjunto adverbial de 
tempo. 
 Nas alternativas (D) e (E), os verbos “era” e “será” são de ligação. 
Gabarito: B 
 
Questão 9: TRF 3ª Região 2016 Analista Judiciário (banca FCC) 
... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon 
expressavam à perfeição a dualidade... 
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da 
frase acima está empregado em: 
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a) Os Beatles eram um mecanismo de criação. 
b) Fizeram coisas boas. 
c) ... a mais nobre forma de arte que jamais existiu. 
d) ... criavam obcecados com a presença (ou ausência)... 
e) ... que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez. 
Comentário: O verbo “expressavam” é transitivo direto e o termo “a 
dualidade” é o objeto direto. A expressão “à perfeição” é apenas o adjunto 
adverbial de modo e não é complemento verbal. 
 Na alternativa (A), o verbo “eram” é de ligação e “um mecanismo de 
criação” é o predicativo. 
 A alternativa (B) é a correta, pois “Fizeram” é verbo transitivo direto e 
“coisas boas” é o objeto direto. 
 Na alternativa (C), o verbo “existiu” é intransitivo. 
 Na alternativa (D), o verbo “criavam” normalmente é transitivo direto, 
mas neste contexto é intransitivo, pois “com a presença (ou ausência)” é 
adjunto adverbial e “obcecados” é o predicativo do sujeito, dentro de um 
predicado verbo-nominal. 
 Na alternativa (E), o verbo “brilhou” é intransitivo e “pela última vez” é 
adjunto adverbial. 
Gabarito: B 
 
Questão 10: TRT 23ª R 2016 Analista Judiciário (banca FCC) 
E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador. 
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado 
acima está em: 
(A) Por isso, a cidade é o lugar da educação... 
(B) ... nas quais a opressão viceja. 
(C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio. 
(D) ... há uma evidente arbitrariedade... 
(E) ... fracassam todas as soluções possíveis. 
Comentário: O verbo “despedaça” é transitivo direto e o termo “o narrador” 
é o objeto direto. 
 Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, o mesmo tipo de 
complemento. 
 Na alternativa (A), o verbo “é” é de ligação e “o lugar de educação” é o 
predicativo. 
 Na alternativa (B), o verbo “viceja”, neste contexto, é intransitivo, a 
expressão “a opressão” é o sujeito e “nas quais” é o adjunto adverbial de 
lugar. 
 Na alternativa (C), o verbo “anseia” é transitivo indireto e a expressão 
“pelo silêncio” é o objeto indireto. 
 A alternativa (D) é a correta, pois veremos na aula de concordância que 
o verbo “haver”, no sentido de existir, é transitivo direto e não tem sujeito. 
Assim, o termo “uma evidente arbitrariedade” é o objeto direto. 
 Na alternativa (E), o verbo “fracassam” é intransitivo e o termo “todas 
as soluções possíveis” é o sujeito. 
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Gabarito: D 
 
Questão 11: TRE RR 2015 Técnico Judiciário (banca FCC) 
O jogador busca o sucesso pessoal ... 
A mesma relação sintática entre verbo e complemento, sublinhados acima, 
está em: 
(A) É indiscutível que no mundo contemporâneo... 
(B) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ... 
(C) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano. 
(D) A solução para muitos é a reconversão em técnico ... 
(E) ... que depende das qualidades pessoais de seus membros. 
Comentário: O verbo “busca” é transitivo direto e “o sucesso pessoal” é o 
objeto direto. 
 Na alternativa (A), o verbo “É” é de ligação e “indiscutível” é o 
predicativo do sujeito. 
 A alternativa (B) é a correta, pois o verbo “tem” é transitivo direto. O 
sujeito é o termo “o futebol” e o objeto direto é “implicações e significações 
psicológicas coletivas”. 
 Na alternativa (C), o verbo “funciona” é intransitivo e “como escape para 
as pressões do cotidiano” é um adjunto adverbial de modo. 
 Na alternativa (D), o verbo “é” é de ligação e o termo “a reconversão 
em técnico” é o predicativo. 
 Na alternativa (E), o verbo “depende” é transitivo indireto e “das 
qualidades pessoais de seus membros” é o objeto indireto. 
Gabarito: B 
 
Questão 12: ManausPrev 2015 Técnico (banca FCC) 
Encontra-se o mesmo tipo de complemento que o sublinhado no segmento 
Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da 
Amazônia... em: 
(A) Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturas em 
preto e vermelho. 
(B) ... que dispunha de diversas peças... 
(C) ... ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia... 
(D) João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. 
(E) ...a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente”... 
Comentário: O verbo “vasculharam” é transitivo direto, seu sujeito é o termo 
“Arqueólogos americanos” e resta ao termo “áreas arqueológicas da 
Amazônia” a função de objeto direto. 
 A alternativa (A) é a correta, pois o verbo “apresentava” é transitivodireto e o termo “curiosas decorações e pinturas em preto e vermelho” é o 
objeto direto. 
 Na alternativa (B), o verbo “dispunha” é transitivo indireto e “de 
diversas peças” é o objeto indireto. 
 Na alternativa (C), o verbo “existem” é intransitivo e “regiões ocultas” é 
o sujeito. 
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 Na alternativa (D), o verbo “faleceu” é intransitivo e “em 1909” é o 
adjunto adverbial de tempo. 
 Na alternativa (E), o verbo “continua” liga o predicativo “inexistente” ao 
sujeito “a cultura miracanguera”. Assim, tal verbo é de ligação. 
Gabarito: A 
 
Questão 13: TRT 4ªR 2015 Técnico Judiciário (banca FCC) 
E havia uma gramática... 
O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima 
está empregado em: 
(A) As pessoas atrapalham. 
(B) João só será definitivo... 
(C) Estão em toda parte. 
(D) E não exigem nada. 
(E) Eu sonho com um poema ... 
Comentário: Veremos na aula de concordância que o verbo haver, no sentido 
de existir, é transitivo direto e não possui sujeito. Assim, o termo “uma 
gramática” é o objeto direto. Agora, devemos encontrar, dentre as 
alternativas, qual possui objeto direto e seu verbo transitivo direto. 
 Na alternativa (A), o verbo “atrapalham” é intransitivo. Veja que o 
termo “As pessoas” é o sujeito. 
 Na alternativa (B), há o sujeito “João”, o verbo de ligação “será” e o 
predicativo “definitivo”. 
 Na alternativa (C), o sujeito não está explícito, o verbo “estão” é 
intransitivo e “em toda parte” é o adjunto adverbial de lugar. 
 A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “exigem” faz referência a um 
sujeito que não está explícito. Tal verbo é transitivo direto e o termo “nada” é 
o objeto direto. 
 Na alternativa (E), há o sujeito “Eu”, o verbo transitivo indireto “sonho” 
e o objeto indireto “com um poema”. 
Gabarito: D 
 
Questão 14: SEFAZ PE 2014 Auditor Fiscal (banca FCC) 
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. 
O elemento que desempenha a mesma função sintática desempenhada pelo 
segmento grifado na frase acima está grifado em: 
(A) Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de 
um tabético. 
(B) Chaplin eliminou imediatamente a variante. 
(C) ... uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de 
tentativas erradas. 
(D) ... o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito 
raras, interessam e agradam a toda a gente. 
(E) Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. 
Comentário: O verbo “começa”, neste contexto, é intransitivo e o termo 
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sublinhado é o sujeito. Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, 
aquele termo sublinhado na função de sujeito. 
 A alternativa (A) está errada, pois “certa vez” é o adjunto adverbial de 
tempo. 
 A alternativa (B) está errada, pois “Chaplin” é o sujeito, “eliminou” é 
verbo transitivo direto e “a variante” é o objeto direto. 
 A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “procedeu” é transitivo 
indireto e se refere ao sujeito “o artista”. É relevante notar que normalmente 
o verbo “procedeu” rege a preposição “a”, mas neste contexto o objeto 
indireto está precedido da preposição “por”. 
 A alternativa (D) está errada, pois o verbo “agradam” é transitivo 
indireto e o termo “a toda gente” é o objeto indireto. 
 A alternativa (E) está errada, pois “Carlito” é o sujeito, o verbo “é” é de 
ligação e “popular” é o predicativo. 
Gabarito: C 
 
Questão 15: TCE GO 2014 Analista de Controle Externo (banca FCC) 
Fragmento do texto: Há estudos que enfatizam o caráter alienante das 
consciências imposto pela lógica capitalista no âmbito da cultura, a difundir 
padrões culturais hegemônicos. 
... que enfatizam o caráter alienante das consciências... 
O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do 
sublinhado acima está empregado em: 
(A) ... haveria tipos diferentes de produtos de massa... 
(B) Surgiria uma cultura de massas... 
(C) Poucos hoje discordariam de que... 
(D) Não que a cultura de massa fosse necessariamente igual... 
(E) ... o mundo todo passa pelo "filtro da indústria cultural"... 
Comentário: O verbo “enfatizam” está flexionado no plural por fazer 
referência ao termo “estudos”. Tal verbo é transitivo direto e o termo “o 
caráter alienante das consciências” é o objeto direto, isto é, o seu 
complemento verbal. Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, um 
verbo com a mesma transitividade e seu objeto direto. 
 A alternativa (A) é a correta. Veremos na aula de concordância que o 
verbo haver, no sentido de existir, é transitivo direto e não tem sujeito. O 
termo “tipos diferentes de produtos de massa” é o objeto direto. 
 A alternativa (B) está errada, pois o verbo “surgiria” é intransitivo e o 
termo “uma cultura de massas” é o sujeito. 
 A alternativa (C) está errada, pois o verbo “discordariam” é transitivo 
indireto e o termo seguinte inicia o objeto indireto. 
 A alternativa (D) está errada, pois o verbo “fosse” é de ligação e “igual” 
é o predicativo do sujeito. 
 A alternativa (E) está errada, pois o verbo “passa”, neste contexto, é 
intransitivo e o termo seguinte é o adjunto adverbial de lugar. 
Gabarito: A 
 
 
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Questão 16: TRT 19ªR 2014 Analista Judiciário (banca FCC) 
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam 
por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então 
percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e 
além. 
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de complemento que o da frase 
acima está em: 
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... 
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. 
(C) ... viajavam por cordilheiras... 
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás. 
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. 
Comentário: O verbo “acompanham” é transitivo direto (alguém acompanha 
o quê?). Então, o termo “as fronteiras ocidentais chinesas” é o objeto direto. 
Agora, basta achar, numa das alternativas, o mesmo tipo de complemento. 
 A alternativa (A) está errada, pois o verbo “foi” é de ligação e “uma rota 
única” é o predicativo do sujeito. 
 A alternativa (B) está errada, pois “floresceram” é verbo intransitivo 
(algo floresce). O termo “durante os primórdios da Idade Média” é apenas o 
adjunto adverbial de tempo. 
 A alternativa (C) está errada, pois o verbo “viajavam” é intransitivo e o 
termo “por cordilheiras” é o adjunto adverbial de lugar (viajavam por onde?). 
 A alternativa (D) está errada, pois “cair” é verbo transitivo indireto e 
“em desuso” é o objeto indireto (cair em quê?). 
 A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “empurra” é transitivo direto 
(alguém empurra o quê?). Então, o termo “a manopla do acelerador” é o 
objeto direto. 
Gabarito: E 
 
Questão 17: TRT 19ªR 2014 Técnico Judiciário (banca FCC) 
A Amazônia tem também a maior bacia fluvial do mundo... 
Nas frases transcritas abaixo, o verbo que exige o mesmo tipo de 
complemento do grifado acima está em: 
(A) ... a perda de ambientes naturais é maior numa região... 
(B) ... a maior parte está no Brasil... 
(C) ... as florestas de várzea sofrem mais com a ocupação humana. 
(D) ... que levam direta ou indiretamente à perda de hábitats... 
(E) ... que detém 69% da área coberta pela floresta. 
Comentário: O verbo “tem” é transitivo direto (alguém tem o quê?). Então, 
o termo “a maior bacia fluvial do mundo” é o objeto direto. Agora, basta 
achar, numa das alternativas, o mesmo tipo de complemento.A alternativa (A) está errada, pois o verbo “é” é de ligação e “maior” é o 
predicativo do sujeito. 
 A alternativa (B) está errada, pois “está” é verbo intransitivo (algo está 
onde?). O termo “no Brasil” é apenas o adjunto adverbial de lugar. 
 A alternativa (C) está errada, pois “sofrem” é verbo transitivo indireto e 
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“com a ocupação humana” é o objeto indireto (sofrem com quê?). 
 A alternativa (D) está errada, pois “levam” é verbo transitivo indireto e 
“à perda de hábitats” é o objeto indireto (levam a quê?). 
 A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “detém” é transitivo direto 
(alguém detém o quê?). Então, o termo “69% da área coberta pela floresta” 
é o objeto direto. 
Gabarito: E 
 
Objeto indireto 
 O objeto indireto pode também ser pleonástico: repetição, por meio de 
um pronome oblíquo, do objeto indireto. 
 Ao amigo, não lhe peça tal coisa. 
 Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são 
“me, te, lhe, nos, vos, lhes”: 
Eu obedeci ao meu pai. Eu lhe obedeci. 
Questão 18: TCE GO 2014 Analista de Controle Externo (banca FCC) 
Já o sequestro do carbono contribui para diminuir a emissão... 
O elemento que, no contexto, exerce a mesma função sintática que o grifado 
acima está também grifado em: 
(A) Ao viajar pelo estado... 
(B) O cerrado, vegetação seca que cobre o estado de Goiás... 
(C) ... quando se vê em um pasto imenso, lá no meio, a coloração viva do ipê. 
(D) ... essa vegetação vem sofrendo com o avanço das monoculturas. 
(E) Para o professor, a monocultura é a maior vilã da terra. 
Comentário: O verbo “contribui” refere-se ao sujeito “o sequestro do 
carbono”. Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, o sujeito. Como 
sabemos que o sujeito é um termo não precedido de preposição, já podemos 
eliminar as alternativas com termo sublinhado preposicionado, como (A), (D) 
e (E). 
 A alternativa (B) possui o verbo transitivo direto “cobre” e o objeto 
direto “o estado de Goiás”. 
 Veremos na aula de concordância que, quando o verbo transitivo direto 
é seguido ou precedido do pronome “se”, este pode ser um pronome 
apassivador, fazendo com que o termo sem preposição seja o seu sujeito 
paciente. Por enquanto só guarde que esta é a alternativa correta, pois, na 
aula de concordância, falaremos muito sobre o pronome apassivador, ok! 
 Para não ficarmos com dúvida, o termo “pelo estado”, na alternativa 
(A), é o adjunto adverbial de lugar. Na alternativa (D), a locução verbal “vem 
sofrendo” é transitiva indireta e o termo “com o avanço das monoculturas” é o 
objeto indireto. Na alternativa (E), o termo “Para o professor” é chamado de 
dativo de opinião, isto é, na opinião do professor. Tal expressão de opinião 
será vista na aula de pronomes. 
Gabarito: C 
 
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Questão 19: SEFAZ PE 2014 Auditor Fiscal (banca FCC) 
... toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da 
personagem de Carlito... 
O verbo empregado com o mesmo tipo de complemento do verbo grifado 
acima está em: 
(A) Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. 
(B) ... mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. 
(C) ... ela destruía a unidade física do tipo. 
(D) ... artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público. 
(E) A sua originalidade extremou-se. 
Comentário: O verbo “colaborou”, neste contexto, é transitivo indireto 
(colaborar para alguma coisa) e o termo “para a realização” é o objeto 
indireto, isto é, o seu complemento verbal. Assim, devemos encontrar, dentre 
as alternativas, um verbo com a mesma transitividade e seu objeto indireto. 
 A alternativa (A) está errada, pois “é” é verbo de ligação e “popular” é o 
predicativo. 
 A alternativa (B) está errada, pois “ganhou” refere-se a um sujeito que 
não aparece na oração. Tal verbo é transitivo direto e “maior força de emoção 
e de poesia” é o objeto direto. 
 A alternativa (C) está errada, pois “destruía” é verbo transitivo direto e 
se refere ao sujeito “ela”. O termo “a unidade física do tipo” é o objeto direto. 
 A alternativa (D) é a correta, pois “condescendem” é verbo transitivo 
indireto e “com o fácil gosto do público” é o objeto indireto. 
 A alternativa (E) está errada, pois o verbo “extremou” é transitivo 
direto. Veremos na aula de concordância que o pronome “se” é apassivador e 
o termo “a sua originalidade” é o sujeito paciente. 
Gabarito: D 
 
Questão 20: TCE AP 2012 Técnico de Controle Externo (banca FCC) 
Preços mais altos proporcionam aos agricultores incentivos... 
A regência verbal assinalada acima está reproduzida em: 
(A) ... mudanças relativamente pequenas nos mercados de alimentos 
desencadearam fortes altas nos preços. 
(B) ... esses gigantes não importam muitos alimentos. 
(C) ... o que torna mais fácil a tarefa ... 
(D) Mas eles também impõem custos aos consumidores ... 
(E) ... quase dobrar os preços mundiais dos alimentos duas vezes em quatro 
anos ... 
Comentário: O verbo “proporcionam” é transitivo direto e indireto 
(proporcionam a alguém alguma coisa). Então, a expressão “aos agricultores” 
é o objeto indireto e “incentivos” é o objeto direto. 
 Assim, há regência verbal direta e indireta, sendo que o objeto indireto 
é iniciado pela preposição “a”. O mesmo tipo de regência é encontrado na 
alternativa (D), pois o verbo “impõem” é transitivo direto e indireto (impõem 
alguma coisa a alguém), e exige o objeto direto “custos” e o objeto indireto 
“aos consumidores”, iniciado pela preposição “a”. 
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 Na alternativa (A), o verbo “desencadearam” é também transitivo direto 
e indireto, sendo o termo “fortes altas” o objeto direto e “nos preços” o objeto 
indireto. Porém, veja que o verbo do pedido da questão exige preposição “a”, 
e este exige preposição “em”. Isso confirma a alternativa (D) como correta. 
 Uma outra observação: o termo “nos preços” não pode ser confundido 
como adjunto adverbial de lugar, pois “preço” não é lugar, concorda? 
 Na alternativa (B), o verbo “importam” é transitivo direto (importam o 
quê?). Assim, o termo “muitos alimentos” é o objeto direto. 
 Na alternativa (C), o verbo “tornar” é transitivo direto, o termo “a 
tarefa” é o objeto direto e “mais fácil” é o predicativo do objeto direto. Temos 
aí um predicado verbo-nominal (que será visto a seguir). 
 Na alternativa (E), o verbo “dobrar” é transitivo direto (dobrar o quê?). 
Assim, “os preços mundiais dos alimentos” é o objeto direto. Note que a 
expressão “duas vezes em quatro anos” é o adjunto adverbial de tempo. 
Gabarito: D 
 
Adjunto adnominal 
Vimos no início da aula que o termo sintático da oração necessita de um 
núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse 
núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado por um 
termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por: 
1) um artigo: O carro parou. 
2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio. 
3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela. 
4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 
5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra. 
 
As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. 
artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo 
adjuntos adnominais núcleo adj adnominal 
sujeito predicado 
 
Predicativo 
Também vimos no início da aula o termo predicativo. Esse termo se liga 
ao sujeito ou ao objeto, atribuindo-lhes uma qualidade ou estado. É 
representado por diferentes classesgramaticais, como adjetivo, substantivo, 
numeral e pronome. 
A seguir, perceba os pares com predicação nominal e predicação verbal, 
respectivamente. Nestes exemplos, note que o grupo à esquerda é 
constituído de verbos de ligação mais os predicativos. É fácil perceber o 
predicativo, pois basta o sujeito flexionar-se no plural, para que o predicativo 
também se flexione, pois este caracteriza aquele. Já no grupo da direita, há 
predicação verbal. Os vocábulos que vêm após os verbos não se flexionam 
por causa do sujeito, pois são complementos verbais ou adjuntos adverbiais: 
 
 
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Sabendo-se que o adjunto adnominal é o termo adjetivo de valor 
restritivo que está junto ao núcleo, note que a vírgula foi necessária nos dois 
primeiros exemplos para não se confundir predicativo com adjunto adnominal, 
pois o adjetivo “temerosa” está próximo ao núcleo do sujeito “ela”. No último 
exemplo, a vírgula não foi usada justamente porque não se confunde o 
predicativo do sujeito com o adjunto adnominal, haja vista que o adjetivo 
“temerosa” está distante do núcleo do sujeito. 
 
II - Predicativo do objeto direto (só pode ocorrer no predicado verbo-
nominal) 
Carlos deixou Ana zangada. 
sujeito VTD OD predicativo do OD 
 predicado verbo-nominal 
Da mesma forma, a característica “zangada” ocorre após o ato de deixar. 
Por isso é transitória. 
 
III - Predicativo do objeto indireto (só pode ocorrer no predicado verbo-
nominal) 
Gosto de meu filho sempre limpo 
VTI OI adjunto 
adverbial 
de tempo 
predicativo 
do OI 
 predicado verbo-nominal 
Note que o predicativo pode ser introduzido por preposição: 
Chamei-o de louco. 
Questão 21: TRE-SP 2012 Técnico Judiciário (banca FCC) 
Este conceito é relativo, pois em arte não há originalidade absoluta. 
... a sua contribuição maior foi a liberdade de criação e expressão. 
Ambos os elementos acima grifados exercem nas respectivas frases a função 
de 
(A) adjunto adverbial. 
(B) objeto direto. 
(C) complemento nominal. 
(D) predicativo. 
(E) objeto indireto. 
Comentário: Os termos “Este conceito” e “a sua contribuição maior” são os 
sujeitos; “é” e “foi” são verbos de ligação; e os termos “relativo” e “a 
liberdade de criação e expressão” são os predicativos. 
Gabarito: D 
 
Questão 22: TRT 4ªR 2015 Analista Judiciário (banca FCC) 
Em nenhum momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu 
sustentar facilmente os custos exorbitantes da ópera. 
Na frase acima, a locução verbal está empregada com regência idêntica à 
presente em: 
(A) O crítico elegeu o jovem cantor o maior artista da temporada. 
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(B) Apresentou-nos currículo repleto de menções honrosas. 
(C) Sem falsa modéstia, recebeu a ovação com elegância e alegria. 
(D) Tentou cantar de modo condizente com as recomendações do maestro. 
(E) Jamais se afastou daquele velho conselho do pai. 
Comentário: A locução verbal “conseguiu sustentar” é transitiva direta. Seu 
sujeito é o termo “a sociedade” e “os custos exorbitantes da ópera” é o objeto 
direto. Assim, devemos encontrar uma regência igual, isto é, um verbo 
transitivo direto e seu objeto direto. 
 Na alternativa (A), o verbo “elegeu” é transitivo direto, e o termo “o 
jovem cantor” é o objeto direto. Note que o termo “o maior artista da 
temporada” é o predicativo do objeto direto, pois este termo qualifica o 
“cantor”. Assim, temos um predicado verbo-nominal. Em princípio, esta seria 
a alternativa correta, tendo em vista que há verbo transitivo direto, assim 
como na frase do pedido da questão. Mas devemos observar as demais 
alternativas. 
 Na alternativa (B), o verbo “Apresentou” é transitivo direto e indireto, o 
pronome “nos” é o objeto indireto e “currículo” é o núcleo do objeto direto. 
 Na alternativa (C), o verbo também é transitivo direto. Ele tem como 
objeto direto o termo “a ovação”. E agora? Qual é a alternativa correta? (A) 
ou (C)? 
 Veja que a questão pediu a mesma regência. A regência se refere tão 
somente à transitividade do verbo, mas devemos observar que, na alternativa 
(A), se o predicativo do objeto não fosse apresentado, certamente o verbo 
“elegeu” perderia o sentido. É necessária a característica eleita para a oração 
ficar coerente. Assim, devemos considerar que esse verbo transitivo direto 
não tem literalmente a mesma regência que o desta alternativa. Para reforçar, 
veja que, no pedido da questão, o verbo “sustentar” é transitivo direto, 
“facilmente” é adjunto adverbial de modo e “os custos exorbitantes da ópera” 
é o objeto direto. Nesta alternativa, ocorrem os mesmos termos: “recebeu” é 
verbo transitivo direto, “a ovação” é objeto direto e “com elegância e alegria” 
é adjunto adverbial de modo. 
 Assim, a alternativa (C) é a correta. 
 Na alternativa (D), o verbo “cantar” é intransitivo e “de modo 
condizente” é o adjunto adverbial de modo. 
 Na alternativa (E), o verbo “afastou” é transitivo indireto, o pronome 
“se” é o índice de indeterminação do sujeito e “daquele velho conselho do pai” 
é o objeto indireto. 
Gabarito: C 
 
Complemento nominal 
A transitividade não é privilégio dos verbos: há também nomes 
(substantivos, adjetivos e advérbios) transitivos. Isso significa que 
determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de 
complementos. Esses complementos são chamados complementos nominais e 
são sempre introduzidos por preposição: 
 
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1) complemento nominal de um substantivo: 
Você fez uma boa leitura do texto. 
sujeito VTD objeto direto complemento nominal 
 Predicado verbal 
 Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é 
natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. 
Observe: 
Você leu o texto. 
sujeito VTD objeto 
direto 
 Predicado verbal 
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) 
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal) 
2) complemento nominal de um adjetivo: 
 
Você precisa ser fiel aos seus ideais. 
sujeito locução verbal 
de ligação 
adjetivo na 
função de 
predicativo 
complemento nominal 
 Predicado nominal 
 
Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, 
necessita de complemento. 
 
3) Complemento nominal de advérbio: 
Você mora perto de Maria. 
sujeito verbo intransitivo advérbio na função de 
adjunto adverbial de lugar 
complemento 
nominal 
 Predicado verbal 
 
Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de 
algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma 
função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos 
complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais 
substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem 
desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como 
complemento nominal na oração seguinte: 
Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. 
 (fiel a alguém) 
 
Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com 
o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais 
diversas funções. 
A realização do projeto é necessária à população carente. 
Adj. 
Adn 
núcleo complemento 
nominal 
VL predicativo do 
sujeito 
complemento nominal 
sujeito predicado nominal 
 
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Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal 
O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser 
confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, 
pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo 
de valor restritivo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o 
complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida 
quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo: 
A leitura do livro é instigante. 
A leitura do aluno foi boa. 
 Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios: 
1º critério: 
Adjunto adnominal: Complemento nominal: 
O termo preposicionado caracteriza o 
substantivo. 
 O termo preposicionado complementa 
um substantivo, adjetivo ou advérbio. 
Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de 
você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você” 
são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e 
do advérbio “perto”, respectivamente. 
 
2º critério: 
O substantivo caracterizado pode ser 
concreto ou abstrato. 
 O substantivo complementado deve ser 
abstrato. 
 
Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de 
uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que 
o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos 
visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a 
casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, 
pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, 
respectivamente. 
 
3º critério: 
O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente. 
 
Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo 
sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se 
pacientes, serão complementos nominais. Veja: 
Adjuntos adnominais: 
O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) 
A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) 
A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu) 
Complementos nominais: 
O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) 
A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) 
A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido) 
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Questão 23: TRT 4ªR 2015 Técnico Judiciário (banca FCC) 
... ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. 
A relação estabelecida entre os termos constantes do segmento sublinhado 
acima está reproduzida no segmento, também sublinhado, em: 
(A) Os altos preços do café no mercado externo ... 
(B) Nas cidades do Sul ... 
(C) ... e a exposição de um certo verniz social ... 
(D) ... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe. 
(E) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ... 
Comentário: A relação estabelecida entre os termos sublinhados no pedido 
da questão é de regência nominal, haja vista que o substantivo abstrato 
“fornecedora” rege a preposição “de” e seu respectivo complemento nominal 
“de alimentos”. Veja que, inclusive, conseguimos perceber o valor paciente do 
termo preposicionado, conforme vimos no critério 3, sobre a diferença entre 
adjunto adnominal e complemento nominal. 
 O mesmo ocorre na alternativa (C), em que o substantivo abstrato 
“exposição” rege a preposição “de” e seu respectivo complemento nominal “de 
um certo verniz social”. Veja que também conseguimos perceber o valor 
paciente do termo preposicionado, conforme vimos no critério 3, sobre a 
diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal. 
 Na alternativa (A), “preços” é o núcleo e “do café” é o adjunto 
adnominal. Note que esse termo preposicionado não possui valor paciente, ele 
apenas caracteriza o substantivo “café”. 
 Na alternativa (B), “cidades” é o núcleo e “do Sul” é o adjunto 
adnominal. Note que esse termo preposicionado não possui valor paciente, ele 
apenas caracteriza o substantivo “cidades”. 
 Na alternativa (D), “mulheres” é o núcleo e “de uma determinada 
classe” é o adjunto adnominal. Note que esse termo preposicionado não 
possui valor paciente, ele apenas caracteriza o substantivo “mulheres”. 
 Na alternativa (E), “imagens” é o núcleo e “dos jornais” é o adjunto 
adnominal. Note que esse termo preposicionado não possui valor paciente, ele 
apenas caracteriza o substantivo “imagens”. 
Gabarito: C 
 
Questão 24: TRT 23ª 2016 Analista Judiciário (banca FCC) 
E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador. 
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado 
acima está em: 
(A) Por isso, a cidade é o lugar da educação... 
(B) ... nas quais a opressão viceja. 
(C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio. 
(D) ... há uma evidente arbitrariedade... 
(E) ... fracassam todas as soluções possíveis. 
Comentário: O verbo “despedaça” é transitivo direto e o termo “o narrador” 
é o objeto direto. 
 Assim, devemos encontrar, dentre as alternativas, o mesmo tipo de 
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complemento. 
 Na alternativa (A), o verbo “é” é de ligação e “o lugar de educação” é o 
predicativo. 
 Na alternativa (B), o verbo “viceja”, neste contexto, é intransitivo, a 
expressão “a opressão” é o sujeito e “nas quais” é o adjunto adverbial de 
lugar. 
 Na alternativa (C), o verbo “anseia” é transitivo indireto e a expressão 
“pelo silêncio” é o objeto indireto. 
 A alternativa (D) é a correta, pois veremos na aula de concordância que 
o verbo “haver”, no sentido de existir, é transitivo direto e não tem sujeito. 
Assim, o termo “uma evidente arbitrariedade” é o objeto direto. 
 Na alternativa (E), o verbo “fracassam” é intransitivo e o termo “todas 
as soluções possíveis” é o sujeito. 
Gabarito: D 
 
Questão 25: TRE – RN 2011 – Técnico Judiciário (banca FCC) 
O clima pouco favorável ao cultivo da cana levou a atividade econômica para a 
pecuária. 
O mesmo tipo de regência nominal que se observa acima ocorre no segmento 
também grifado em: 
(A) O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas − com belas praias, 
falésias, dunas e o maior cajueiro do mundo... 
(B) Os 410 quilômetros de praias garantem um lugar especial para o turismo 
na economia estadual. 
(C) A ocupação portuguesa só se efetivou no final do século, com a fundação 
do Forte dos Reis Magos e da Vila de Natal. 
(D) Em Caicó há vários açudes e formações rochosas naturais que desafiam a 
imaginação do homem. 
(E) Em Santa Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do 
sertão potiguar ... 
Comentário: Primeiro, é bom lembrar o que é a regência nominal: é o 
substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio que exigem um complemento 
nominal. 
 Podemos normalmente fazer uma associação com a regência verbal, em 
que um verbo exige o complemento verbal. Vou inventar um exemplo!!! 
 A expressão “leitura do livro” possui o termo paciente “do livro” por ser 
complemento nominal do substantivo abstrato “leitura”. Veja: 
 ler o livro leitura do livro 
 VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente) 
 (regência verbal) (regência nominal) 
 Agora, compare com a estrutura “leitura do aluno”. 
 O termo “do aluno” é apenas o adjunto adnominal, pois é um termo 
agente. Veja: 
 O aluno lê leitura do aluno 
 sujeito + VTD nome + adjunto adnominal 
 (termo agente) (termo agente) 
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 Vale lembrar que, quando há adjetivoou advérbio, não há necessidade 
de verificação se o termo preposicionado é agente ou paciente, pois não pode 
haver adjunto adnominal dessas palavras. 
 Agora, vamos à questão: 
 No segmento “favorável ao cultivo da cana”, há dois complementos 
nominais: o adjetivo “favorável” exigiu o complemento nominal “ao cultivo”, e 
o substantivo abstrato “cultivo” exigiu o complemento nominal “da cana”. Veja 
que o substantivo abstrato é gerado do verbo “cultivar” (cultivar a cana). 
Como “a cana” é o complemento verbal de “cultivar”, na transformação desse 
verbo em substantivo abstrato, esse complemento passa a ser nominal: 
cultivo da cana. 
Veja: 
 cultivar a cana cultivo da cana 
 VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente) 
 (regência verbal) (regência nominal) 
 A alternativa (C) é a correta, pois a expressão “fundação do Forte dos 
Reis Magos e da Vila de Natal” possui o termo paciente “do Forte dos Reis 
Magos e da Vila de Natal” por ser complemento nominal do substantivo 
abstrato “fundação”. Veja: 
 fundar Forte dos Reis Magos e a Vila de Natal (regência verbal) 
 VTD + objeto direto (termo paciente) 
 
fundação Forte dos Reis Magos e a Vila de Natal (regência nominal) 
 nome + complemento nominal (termo paciente) 
 
 Na alternativa (A), o substantivo “Polo” está sendo determinado pelo 
aposto especificativo “Costa das Dunas”. Este aposto é utilizado para dar 
nome às coisas. Assim, não há regência nominal. 
 Na alternativa (B), o termo “de praias” é o adjunto adnominal do 
substantivo “quilômetros”, pois o restringe. Assim, também não há regência 
nominal. 
Na alternativa (D), o termo “do homem” é o adjunto adnominal do 
substantivo “imagem”, pois o restringe. Assim, também não há regência 
nominal. 
Na alternativa (E), o termo “do sertão potiguar” é o adjunto adnominal 
do substantivo “beleza”, pois o restringe. Assim, também não há regência 
nominal. 
Gabarito: C 
 
Questão 26: TRT 4ªR 2015 Analista Judiciário (banca FCC) 
A frase em que o segmento destacado expressa uma circunstância restritiva 
é: 
(A) Nesse sentido, é muito óbvio que ela não seja realística. [...] 
(B) Além disso, é quase sempre bastante cara de se encenar e de se assistir. 
(C) Em nenhum momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu 
sustentar facilmente os custos exorbitantes da ópera. 
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(D) Essas perguntas são mais sobre a ópera tal como ela é hoje em dia [...] 
(E) Nosso objetivo é lidar com uma forma de arte cujas obras mais populares 
e duradouras foram quase sempre escritas num distante passado 
europeu. 
Comentário: A circunstância é típica de um adjunto adverbial. Há, dentre os 
vários tipos de adjuntos adverbiais, o chamado adjunto adverbial de 
enquadramento semântico. 
 É lógico que você não precisaria saber disso para resolver a questão, 
mas foi nisso que a banca se embasou para cobrar o conteúdo da questão. 
 O enquadramento semântico transmite a ideia de uma situação 
específica, restringindo-a em relação a outras. Normalmente, usamos o 
enquadramento com as expressões “Em relação a”, “Quanto a”, tendo em 
vista que elas restringem o assunto a um campo específico. Isso se nota 
também nesta questão, por meio da expressão “nesse sentido”, isto é, houve 
uma restrição a um sentido, a um campo, a uma situação particular. Assim, a 
alternativa (A) é a correta. 
 Note que houve a restrição explicada acima por meio de um adjunto 
adverbial (“Nesse sentido”), o qual está separado por vírgula. Isso explica por 
que a questão pediu que marcássemos a circunstância (adjunto adverbial) que 
transmite restrição (enquadramento semântico). 
 A alternativa (B) está errada, pois o termo “Além disso” é entendido 
como uma expressão denotativa de adição. 
 A alternativa (C) está errada, pois o adjunto adverbial “Em nenhum 
momento da história” transmite a circunstância de tempo. 
 As alternativas (D) e (E) estão erradas, pois “Essas perguntas” e “Nosso 
objetivo” não transmitem circunstância, por serem sujeitos de suas orações. A 
circunstância é transmitida por um adjunto adverbial. 
Gabarito: A 
Agente da passiva: Este termo será explorado na aula de concordância. 
Cabe aqui apenas entender que ele é quem pratica a ação verbal quando o 
verbo está na voz passiva analítica; é introduzido pelas preposições por (e 
suas contrações) ou, mais raramente, de: 
 
A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva) 
O jardineiro aparou a grama. (voz ativa) 
Vocativo: O nome vocativo nos faz pensar em várias palavras ligadas à 
ideia de “chamar”, “atrair a atenção”: evocar, convocar, evocação, vocação. 
Vocativo é justamente o nome do termo sintático que serve para nomear um 
interlocutor a que se dirige a palavra. É um termo independente: não faz parte 
do sujeito nem do predicado, de valor exclamativo, muitas vezes confundido 
com o aposto, pois exige vírgulas. Pode aparecer em posições variadas na 
frase. 
Márcia, pegue o seu exemplar. 
Veja, menina, aquela árvore. 
Estamos aqui, papai. 
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 Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam 
o interlocutor a que se está dirigindo a palavra. 
 Aposto: Funciona na oração como uma ampliação, explicação, 
desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior: 
Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas 
aliando produção e sustentabilidade. 
Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito, 
pois explica o conteúdo do termo a que se refere. 
O aposto pode ser classificado em: 
I – explicativo: muito cobrado nas provas da FCC quanto à pontuação, 
pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até por 
parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de 
explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc. 
Raquel, contadora da empresa, está viajando. 
Só queria algo: apoio. 
Um trabalho – tua monografia – foi premiado. 
A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999. 
II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual 
chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É 
separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado 
por vírgula. Se houver apenas dois elementos enumerados, eles podem ser 
separados também pela conjunção “e”. Veja: 
Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa. 
As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor 
salário, melhores condições de trabalho, assistência médica 
extensiva a familiares. 
III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de 
termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido. 
“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.” 
O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome 
indefinido nada, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no 
singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo 
anterior. 
IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito 
anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação. 
O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. 
O estado é cortado pelo rio São Francisco. 
Observação: O aposto também pode se referir a uma oração: 
Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos. 
Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração. Nestes 
casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula. 
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Questão 27: TRT 16ªR 2009 Técnico (banca FCC) 
... eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a 
devastação das matas. 
O emprego dos dois-pontos assinala, no contexto, 
(A) reforço no sentido da afirmativa anterior. 
(B) introdução de comentário repetitivo. 
(C) especificação da expressão anterior a eles. 
(D) transcrição exata da fala dos especialistas. 
(E) segmento que apresenta sequência de fatos. 
Comentário: Esta é uma questão típica desta banca. Os dois-pontos estão 
sinalizando que na sequência virá um elemento explicativo (“a devastação das 
matas”), chamado aposto explicativo. Perceba que a banca não inseriu nas 
alternativas a palavra “explicação ou explicativo”. Mas basta entender que o 
elemento explicativo reforça, ratifica, corrobora, especifica um dado expresso 
anteriormente (“um dos mais atuais e globalizados temas”); por isso a 
alternativa C é a correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 28: TRT 3ªR 2009 Analista (banca FCC) 
Fragmento do texto: A consciência de pertencer a determinada comunidade 
camponesa, ou família tradicional e poderosa, ou confraria, ou cidade, ficou 
esmagada pelo conceito de cidadania que homogeneíza todos os indivíduos. 
Novos recortes surgiram –partido político, condição econômica, seita religiosa 
etc. – mas tão maleáveis e mutáveis que não substituíram todas as funções 
sociais e psicológicas do velho sentimento grupal. 
 − partido político, condição econômica, seita religiosa etc. − 
O segmento isolado pelos travessões denota, no texto, 
(A) ressalva importante, de sentido explicativo, ao desenvolvimento anterior. 
(B) transcrição exata de informações obtidas em outros autores. 
(C) redundância intencional, para valorizar a descaracterização grupal. 
(D) enumeração esclarecedora de uma expressão anterior. 
(E) realce de uma ideia central, com a pausa maior inserida no contexto. 
Comentário: Como vimos, o aposto explicativo pode ser separado por 
travessões, vírgulas e parênteses. Neste caso, ele possui mais de um núcleo, 
assim pode ser considerado também um aposto enumerativo, que tem a 
função de explicar (esclarecer) termo anterior (“recortes”). Por isso, a 
alternativa (D) é a correta. 
 A alternativa (A) está errada porque “ressalva” significa contraste, 
oposição. 
 A alternativa (B) está errada, pois não há transcrição exata de 
informações. 
 A alternativa (C) está errada, pois não há redundância (repetição viciosa 
de ideias). 
 A alternativa (E) está errada, porque não há intenção de realçar, mas de 
explicar. 
Gabarito: D 
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O termo explicativo não é expresso apenas pelo aposto explicativo. Veja 
outras possibilidades!!! 
O comentário do autor: orações intercaladas: 
 Também são estruturas explicativas as orações intercaladas. São 
inserções feitas pelo autor, com desprendimento sintático, por isso podem ser 
separadas por vírgula, travessão ou parênteses. Essa estrutura é também 
chamada de expressão parentética ou comentário do autor e transmite, além 
do valor explicativo, outros valores semânticos: 
a) abertura de citação: a expressão abre a palavra para os dizeres de 
alguém: 
Dê-me água, pediu-me o rapaz. 
Quem é ele? – interrompeu a jovem. 
As estruturas acima são apenas variações do discurso direto padrão. 
Veja: 
O rapaz me pediu: 
– Dê-me água. 
 A pontuação pode ainda sofrer mais alterações: 
Dê-me, o rapaz me pediu, água. 
Dê-me – o rapaz me pediu – água. 
b) advertência: esclarece um ponto que o falante julga necessário: 
Em 1945 – isto aconteceu no dia do meu aniversário – conheci um 
dos meus melhores amigos. 
c) opinião: o falante aproveita a ocasião para opinar: 
D. Benta (malvada que era) dizia que a sua doença impedia a 
brincadeira da garotada. 
“Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas 
doces.” (Machado de Assis) 
d) desejo: o falante aproveita a ocasião para exprimir um desejo, bom 
ou mau: 
José – Deus o conserve assim! – conquistou o primeiro lugar da classe. 
 “É bem feiozinho, benza-o Deus, o tal teu amigo!” (Aluísio Azevedo) 
e) escusa: o falante se desculpa: 
“Pouco depois retirou-se: eu fui vê-la descer as escadas, e não sei por 
que fenômenos de ventriloquismo cerebral (perdoem-me os filósofos essa 
frase bárbara) murmurei comigo...” (Machado de Assis) 
f) permissão: o falante solicita algo: 
Meu espírito (permita-me aqui uma comparação de criança), meu 
espírito era naquela ocasião uma espécie de peteca.” (Machado de Assis) 
g) ressalva: o falante faz uma limitação à generalidade de um 
enunciado: 
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“Daqui a um crime distava apenas um breve espaço e ela transpôs, ao 
que parece.” (Alexandre Herculano) 
Ele, que eu saiba, nunca veio aqui. 
“Cobiça de cátedras e borlas que, diga-se de passagem, Jesus Cristo 
repreendeu severamente aos fariseus.” (Camilo Castelo Branco) 
 Os livros, pode-se bem dizer, são o alimento do espírito. 
h) esclarecimento, síntese ou conclusão do que foi enunciado: 
“– A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a dos 
outros homens.” (Machado de Assis) 
“Não era desgosto: era cansaço e vergonha” (Cochat Osório) 
“Eu em sua igreja não mando: só assisto e apoio” (S. de Mello Breyner Andressen) 
Por estar em final de período, é antecedida de dois-pontos, mas também 
pode receber vírgula ou travessão: 
“Sua metodologia é simples – por meio de conversas frequentes com a 
família, o voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança morra 
por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do 
soro caseiro e a adoção da farinha de multimistura...” (Jornal do Commercio 2010) 
Questão 29: TCE GO 2014 Analista de Controle Externo (banca FCC) 
Fragmento do texto: Pesquisas recentes mostram que cresce 
exponencialmente o número de pessoas que acordam uma ou mais vezes 
durante a noite para verificar mensagens ou informações. Uma figura de 
linguagem recorrente e aparentemente inócua é o sleep mode [modo de 
hibernação], inspirada nas máquinas. A ideia de um aparelho em modo de 
consumo reduzido e de prontidão transforma o sentido mais amplo do sono 
em mera condição adiada ou diminuída de operacionalidade. 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
O segmento e aparentemente inócua pode ser isolado por vírgulas, sem 
prejuízo da correção. 
Comentário: No texto original, há o sujeito “Uma figura de linguagem 
recorrente e aparentemente inócua”, cujo núcleo é o substantivo “figura”, o 
qual possui o adjunto adnominal composto “recorrente” e “inócua”, ambos 
ligados pela conjunção “e”. Note que o termo “aparentemente” é um adjunto 
adverbial de modo, o qual modifica o adjetivo “inócua”. Naturalmente, 
percebemos que o adjunto adnominal não deve ser separado por vírgula, 
assim como bem ocorreu no texto original. 
 Na realidade, a banca apenas queria que o candidato percebesse a 
possibilidade de transformação da segunda parte do adjunto adnominal em 
um comentário à parte do autor, expressão parentética. Assim, poderia ser 
separada por dupla vírgula, duplo travessão ou parênteses. Compare: 
Uma figura de linguagem recorrente e aparentemente inócua é o sleep mode 
[modo de hibernação], inspirada nas máquinas. 
Uma figura de linguagem recorrente, e aparentemente inócua, é o sleep mode 
[modo de hibernação], inspirada nas máquinas. 
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Uma figura de linguagem recorrente ふ e aparentemente inócua ふ é o sleep