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RESENHA AÇÃO SOB FOGO! 1T(AFN) MARCO

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CENTRO DE INSTRUÇÃO SYLVIO DE CAMARGO
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE GUERRA ANFÍBIA E EXPEDICIONÁRIA A
DISTÂNCIA
(C-Ap-GanfE-EAD)
RESENHA CRÍTICA
1º TEN (AFN) MARCO AURÉLIO PEREIRA DOS SANTOS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
		'GOULART, F. R. AÇÃO SOB FOGO! Fundamentos da Motivação para o Combate. BiBliEx. Rio de Janeiro: 2012, 336p.
CREDENCIAIS DO AUTOR
Iniciando sua carreira, como Aspirante, em 1980, ano em que ingressou na Academia Militar da Agulhas Negras (AMAN), o General de Divisão Fernando Rodrigues Goulart, após a conclusão dos cursos na carreira, tornou-se Oficial General em 2011. Além de ter feito parte do Corpo Docente das principais escolas de formação e de altos estudos da Força Terrestre, especializou-se nas atividades de Forças Especiais.
Ao longo de sua carreira, dentre as inúmeras funções estratégicas que exerceu junto à Organização das Nações unidas (ONU), podemos destacar: Observador militar da ONU em Moçambique e Nepal e como Oficial de ligação sênior do Departamento de Operações de Manutenção da Paz, no quartel-general da ONU em Nova Iorque. Hoje, o autor, o General de Divisão Fernando Rodrigues Goulart, ocupa o cargo de Vice-chefe de Assuntos Estratégicos no Ministério da Defesa (MD).
RESUMO DA OBRA E CONCLUSÃO DO AUTOR 
Pode-se inferir que a obra “Ação sob Fogo!” é uma verdadeira mostra literária sobre o combate e a influência psicológica exercida sobre o combatente. Sua leitura pode ser feita por todo o tipo de leitor, entretanto, ter algum conhecimento prévio sobre os assuntos abordados, facilita o entendimento das relações elencadas pelo autor.
Assentado numa harmoniosa ordem cronológica dividida em seus capítulos, o autor enumera fatos, relatos e pensamentos que, de maneira positivista, motiva os leitores a encarar a batalha motivado por diversas passagens históricas. A obra abrange, inicialmente, a diferença do combate com o passar do tempo, e faz uma comparação sucinta das doutrinas, meios e forma de manobras empregadas naquela época. 
Abrange, também, nos capítulos posteriores, os fatores psicofísicos ligados ao estresse do combate, o esgotamento físico, o medo, os conflitos internos, após matar, e o esgotamento mental são os fatores evidenciados pelo autor. A partir daí, o autor expõe a necessidade de se estimular o combatente por meio de satisfazer suas necessidades, sejam elas de quais forem as suas naturezas, elenca várias teorias que enfatizam os anseios e realizações necessárias para motivar o combatente. Motivação esta, adquirida por meio do patriotismo, da disciplina, do ódio – considerado por muitos fator de motivação dos alemães, e da autopreservação, pois em um certo momento do combate, a necessidade de sobreviver torna-se um essencial fator de motivação. 
Nos próximos três capítulos, o autor abrange conceitos mais concretos sobre o combate. Por meio da legitimidade, da força, da eficiência – baseada em vários aspectos, principalmente, nos elementos de comando e controle, disciplina, treinamento e adestramento, armamento e equipamento e doutrina. Outro fator que não pode ser negligenciado, seria a motivação causada pelas consequências ocasionadas pela derrota ou a vitória, a maioria dos homens aceitam expor-se ao risco se estiver ciente da importância do seu sacrifício.
No capítulo 8, percebe-se que o autor tenta passar aos leitores os valores da coesão e da camaradagem, que estão diretamente envolvidos ao vínculo adquirido pelos combatentes, sendo a camaradagem e amizade o alicerce para a coesão da tropa. A manutenção do vínculo nos pequenos grupos tende a estimular uma benéfica harmonia, o que contribui para que o grupo trabalhe junto e colabore para atingir um objetivo comum e enfrentem, assim, melhor as missões mais difíceis e perigosas. A liderança é a arte de lidar com a natureza humana, influenciar emoções, modificar atitudes e suscitar comportamentos, sendo os comandantes de companhia e os comandantes de fração os mais condicionados a influenciar na motivação do combatente. Muito bem frisado pelo autor que o exemplo é um dos elementos mais importantes da liderança. O dever nada mais é que, sob um a visão estrita, a obrigação de cumprir as obrigações impostas pelas leis e regulamentos a que eles se comprometeram a cumprir, em um plano mais elevado, o cumprimento do dever está associado aos conceitos de pátria e honra.
		Ao elencar fatores adicionais de motivação, o autor expõe, além dos já citados na sua obra, outros que, também, influenciam o complexo processo de motivação no campo de batalha, entre eles destacam-se: a tradição militar, o espírito de corpo, o reconhecimento e as recompensas, o processo de substituição e revezamento, a autoconfiança, os sucessos militares e a esperança de vitória.
		Com relação à duração e a intensidade do combate, abordadas no capítulo 12, o aspecto de maior relevância, citado, afirma que os fatores de motivação de base cognitiva, como a legitimidade e a eficiência da força, costumam a perder a importância com o passar do tempo. Por outro lado, fatores de cunho efetivo, como a liderança e a coesão tendem a avultar como grandes motivadores, à medida que a guerra avança e os combatentes recrudescem. Dessa forma, a coesão do grupo e a liderança transformam-se no suporte mais eficaz do combatente.
	Visualizando de forma ampla, o poder de combate, bem abordado no capítulo 13, pode ser dissecado em três componentes básicos, o componente físico -os meios, o componente moral, ou seja, a capacidade de influenciar os combatentes, e o componente conceitual, que é o cabedal de conhecimento e ideias que permitem o uso adequado da força combativa dos militares.
	Com isso, ao final, o autor tenta, de forma bem abrangente, elencar formas que possam preparar, condicionar ou manutenir o condicionamento físico, técnico e psicológico dos combatentes em tempo de paz. Embora, por melhor que seja, o treinamento não tem condições de reproduzir todos os estressores do combate, mesmo provocando exaustão física, desconforto, tensão e estresse, a prática militar em tempo de paz não pode gerar o mesmo nível de medo que acomete o homem na guerra, pois no treinamento os riscos são mitigados e ainda mais importante, não há a ameaça da morte.
QUADRO DE REFERÊNCIA DA AUTORIDADE
O autor, por meio do conhecimento adquirido ao longo da sua carreira, aborda de forma abrangente os fatores motivacionais que influenciam o combate. Sua obra, de forma clara e concisa, toma como referência inúmeros autores e publicações que sustentam a sua tese e reforçam a necessidade de se preparar para o combate a todo o tempo. Por toda sua obra podemos perceber sua preocupação com a motivação do combatente. Elenca, ainda, os motivos pelos quais, efetivamente, levam o soldado a lutar e as referências utilizadas expões casos reais de motivação causando, dessa forma, uma consciência combativa ao leitor.
APRECIAÇÃO
		Sua obra abrange, de forma clara, o combate e seus aspectos psicológicos, fortemente apoiado na história militar e outras ciências. O autor investiga amplamente a motivação para o combate, ou seja, sobre tudo aquilo capaz de levar o soldado a combater e a persistir no combate. Enfrentar a morte de forma deliberada não é comum, por isso a guerra requer atitudes psicológicas extremas, como, por exemplo, sufocar o próprio medo e agir contrariando os mais básicos instintos humanos. A tentativa de o autor explicar algumas indagações sobre o combate, constitui o fulcro da presente obra.
		Utilizando um estilo discreto e objetivo, o trabalho é resultado de singular processo de pesquisa no qual, com competência, o autor soube avaliar, selecionar, interpretar e integrar ponderável quantidade de informações, ideias, teorias, percepções e exemplos. Com isso, temos um texto que representa os pensamentos de estudiosos, grandes líderes militares e teóricos como Abraham Harold Maslow, David Clarence McClelland e Frederick Herzberg, bem como o do próprio autor, retratados em um estudo abrangente, aprofundado e metódico.
		A leitura da presente obra permitea assimilação de conhecimentos de extrema utilidade para o profissional militar e os pesquisadores de temas militares. A inclusão de casos históricos e a atenção especial dada aos aspectos atinentes à motivação do soldado para o combate em tempo de paz, quando ele precisa estar preparado para lidar com as tensões de conflitos armados de diversas naturezas, são itens que dão intenso valor ao trabalho. Como ressalta o autor, é imprescindível que o Estado brasileiro mantenha o componente militar de seu poder nacional capacitado a dissuadir ameaças e atuar em defesa dos interesses nacionais relevantes. Como salienta ainda, a posse de tecnologias avançadas e de equipamentos militares modernos contribui para conformar essa capacidade, mas isso, por si só, não é suficiente. A existência de tropas de qualidade e motivadas representará sempre um trunfo de inestimável valor.
		 AÇÃO SOB FOGO! é uma leitura na qual os leitores se beneficiarão do amplo e profundo campo de ação que se abre diante de líderes e liderados por meio da constatação de que existem inúmeros fatores à espera de serem ativados e modelados para a criação da cultura da motivação para o combate. Como é muito bem sinalizado pelo General Fernando, o clima favorável à motivação, o amadurecimento do processo motivacional e a obtenção dos resultados antes da guerra eventual requerem o uso adequado do tempo durante a paz; uma época em que o combate não é vislumbrado no horizonte nem é desejado. Isso potencializa o desafio de motivar combatentes desejosos de manter a paz para não ter de guerrear para reconquistá-la. Pode-se afirmar, sem perspectiva de erro, que além do público militar, qualquer leitor, que desejar, poderá imergir no conteúdo da publicação e entender, um pouco, sobre os fatores que influenciam o combate. Em suma, esta obra busca, além de auxiliar os profissionais da guerra a entender com mais clareza os aspectos do combate, mostra àqueles que estão iniciando os seus conhecimentos sobre a guerra, compreender e refletir sobre a necessidade de a sociedade defender seus legítimos interesses, e não as imposições do Estado, que mais vai refletir na determinação de suas Forças Armadas para empunharem as armas. E a vontade dos soldados de cruzar a linha além da qual a morte é quase certa será, sempre, a condição mais importante para a obtenção da vitória.

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