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www.acasadoconcurseiro.com.br
PORTUGUÊS
Compreensão e Interpretação de 
Textos de Gêneros Variados
Profª Maria Tereza
TCE
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Português
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS
O leitor competente é ativo na construção de sentidos. Há quatro estratégias para 
compreenderem-se textos:
 • formular previsões,
 • formular perguntas sobre o texto,
 • esclarecer dúvidas e
 • resumi-los.
O objetivo principal de várias questões de concursos não é medir o seu conhecimento a respeito 
de um conteúdo, mas a sua capacidade de, ao ler o enunciado, extrair as informações capazes 
de indicar a solução correta.
EXEMPLIFICANDO
  Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que 
é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua 
peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer 
que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando 
querem empreender suas viagens.
J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do Medo 
no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
1. Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um 
sentimento de
a) gosto pela aventura.
b) fascínio pelo fantástico.
c) temor do desconhecido.
d) interesse pela natureza.
e) purgação dos pecados.
Todas as alternativas podem ser consideradas corretas quando associadas apenas “ao 
imaginário das viagens marítimas da época moderna”. Contudo, o texto tem como foco 
o medo que essas viagens causavam em certos indivíduos, visto terem como “destino” 
o desconhecido, que podia guardar perigos.
 
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PROCEDIMENTOS
Compreensão do Texto
1. Observação da fonte bibliográfica, do autor e do título;
2. Identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos, 
etc.);
3. Leitura do enunciado.
EXEMPLIFICANDO
  Na Inglaterra dos períodos Tudor e Stuart, a visão tradicional era a de que o mundo fora 
criado para o bem do homem e as outras espécies deviam se subordinar a seus desejos e 
necessidades. Tal pressuposto fundamenta as ações dessa ampla maioria de homens que nunca 
pararam um instante para refletir sobre a questão. Entretanto, os teólogos e intelectuais que 
sentissem a necessidade de justificá-lo podiam apelar prontamente para os filósofos clássicos 
e a Bíblia. 
  A natureza não fez nada em vão, disse Aristóteles, e tudo teve um propósito. As plantas 
foram criadas para o bem dos animais e esses para o bem dos homens. Os animais domésticos 
existiam para labutar, os selvagens para serem caça dos. Os estoicos tinham ensinado a mesma 
coisa: a natureza existia unicamente para servir aos interesses humanos. 
  Foi nesse espírito que os comentadores Tudor interpretaram o relato bíblico da criação. [...] 
É difícil, hoje em dia, ter noção do empolgante espírito antropocêntrico com que os pregadores 
das dinastias Tudor e Stuart interpretavam a história bíblica. 
(Thomas Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais 
(1500-1800). Trad. João Roberto Martins Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 21-22)
Trata-se de um ENSAIO (linguagem predominantemente formal): texto que expõe 
ideias, críticas e reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema de caráter 
universal. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de 
um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, 
social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em 
formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de cunho científico. 
Observe, no enunciado, a expressão “autor concebe” – remete a um texto de opinião. 
1. Trata-se de um ensaio; o autor – Thomas Keith – é um historiador britânico do século XX.
2. O TÍTULO pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por meio dele, certas vezes, 
identifica-se a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar afirmações feitas em 
determinadas alternativas. No excerto em questão, o título do livro – O homem e o mundo 
natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500-1800). –, somado 
Compreensão e Interpretacão de Textos de Gêneros Variados – Profª Maria Tereza
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ao que se afirma no terceiro parágrafo, remete imediatamente o leitor ao gênero do texto 
que lerá: um breve ensaio baseado em fato histórico acerca da mentalidade do homem dos 
séculos XVI-XIX.
3. No ENUNCIADO, observa-se a presença da expressão “No excerto” (totalidade), o que 
norteia a estratégia de apreensão das ideias. 
4. Destaque das palavras-chave das alternativas (expressões substantivas e verbais).
5. Identificação das palavras-chave no texto.
6. Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.
2. No excerto, o autor concebe a visão tradicional como 
a) uma interpretação que entende o homem como uma dentre várias espécies, o que implica 
isonomia entre elas.
b) uma concepção característica do espírito e cultura dos ingleses, sem nenhuma restrição 
temporal.
c) um ponto de vista circunstancial necessário, que permitiu ao homem provar sua 
superioridade sobre os animais.
d) uma percepção equivocada, pois pensadores que tentaram entendê-la não achavam 
suporte nas culturas que lhes eram contemporâneas.
e) uma suposição tomada como verdadeira e não submetida à análise crítica por aqueles que 
nela alicerçavam sua prática.
Identificação da ideia central
PROCEDIMENTOS
 • Identificação do “tópico frasal”: intenção textual percebida, geralmente, no 1º e 2º períodos 
do texto (IDEIA CENTRAL).
 • Destaque das palavras-chave dos períodos (expressões substantivas e verbais).
 • Identificação das palavras-chave nas alternativas.
 • Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.
EXEMPLIFICANDO
Preconceitos
  Preconceitos são juízos firmados por antecipação; são rótulos prontos e aceitos para 
serem colados no que mal conhecemos. São valores que se adiantam e qualificam pessoas, 
gestos, ideias antes de bem distinguir o que sejam. São, nessa medida, profundamente injustos, 
podendo acarretar consequências dolorosas para suas vítimas. São pré-juízos. Ainda assim, é 
forçoso reconhecer: dificilmente vivemos sem alimentar e externar algum preconceito.
  São em geral formulados com um alcance genérico: “o povo tal não presta”, “quem nasce 
ali é assim”, “música clássica é sempre chata”, “cuidado com quem lê muito” etc. Dispensam-nos 
de pensar, de reconhecer particularidades, de identificar a personalidade própria de cada um. 
 
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“Detesto filmes franceses”, me disse um amigo. “Todos eles?” − perguntei, provocador. “Quem 
viu um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma preconceituosa de julgar. 
  Não confundir preconceito com gosto pessoal. É verdade que nosso gosto é sempre 
seletivo, mas ele escolhe por um critério mais íntimo, difícil de explicar. “Gosto porque gosto”, 
dizemos às vezes. Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas: ele se dissemina pelas 
pessoas, se estabelece sem apelação, e quando damos por nós estamos repetindo algo que
sequer investigamos. Uma das funções da justiça institucionalizada é evitar os preconceitos, 
e o faz julgando com critério e objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição racista, por 
exemplo, não é mais apenas preconceito: é crime. Isso significa que passamos, felizmente, a 
considerar a gravidade extrema das práticas preconceituosas.
(Bolívar Lacombe)
3. Atente para as seguintes afirmações.
I – No 1º parágrafo, o autor define o que seja preconceito e avalia a extensão dos prejuízos que 
sua prática acarreta, considerando ainda a dificuldade de se os evitar plenamente.
II – No 2º parágrafo, o autor reconhece na prática algumas formulações preconceituosas, 
reforçandoa ideia de que os preconceitos impedem uma identificação adequada das coisas e 
das pessoas.
III – No 3º parágrafo, o autor estabelece um paralelo entre o juízo preconceituoso, passível de 
penalização, e o juízo decorrente do gosto pessoal, que se rege por critérios interiorizados e 
difíceis de definir.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II, apenas. 
ERROS COMUNS
EXTRAPOLAÇÃO 
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, 
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.
REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de 
que o texto é um conjunto de ideias.
CONTRAPOSIÇÃO
Consiste em entender como correto o oposto do que se afirma no texto.
Compreensão e Interpretacão de Textos de Gêneros Variados – Profª Maria Tereza
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EXEMPLIFICANDO
Vista Cansada
  Acho que foi Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela 
última vez. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de 
quem não crê que a vida continua, não admira que Hemingway tenha acabado como acabou. 
Fugiu enquanto pôde do desespero que o roía − e daquele tiro brutal que acabou dando em si 
mesmo. 
  Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: 
um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. 
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O 
que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina 
é como um vazio. 
  Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que 
você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que 
passou trinta e dois anos a fio pelo mesmo hall do prédio de seu escritório. Lá estava sempre, 
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou 
uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua 
cara? Sua voz? Não fazia a mínima ideia. Em trinta e dois anos, nunca o viu. Para ser notado, o 
porteiro teve que morrer. 
  O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, 
bichos. E vemos? Não, não vemos. Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos 
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão 
visto, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, 
isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no 
coração o monstro da indiferença. 
(Otto Lara Resende, Bom dia para nascer.)
Trata-se de uma crônica: a palavra crônica deriva do Latim chronica, que significava, 
no início do Cristianismo, o relato de acontecimentos em sua ordem temporal 
(cronológica). Era, portanto, um registro cronológico de eventos. É, primordialmente, 
um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, o que lhe determina vida 
curta. Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim 
como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a 
base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro, visto 
que este inclui em seu texto ficção, fantasia e criticismo. Pode-se dizer, pois, que tal 
gênero situa-se entre o jornalismo e a literatura – o cronista pode ser considerado 
o poeta dos acontecimentos do dia a dia. Na maioria dos casos, é um texto curto 
narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. 
Apresentam, comumente, linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem 
oral e a literária.
 
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4. Deve-se entender o título do texto − Vista cansada − como uma alusão do autor ao fato de que 
a) os pessimistas, como Hemingway, acreditam que nosso olhar para as coisas implica sempre 
uma visão de despedida da vida. 
b) os poetas, ao contrário de Hemingway, pensam ver tudo como se estivessem sempre se 
revelando um mundo inteiramente original. 
c) nós tendemos a deixar de ver as coisas porque mecanizamos nosso olhar, não distinguindo 
o que lhes é característico. 
d) nós tendemos a reparar tão somente nos detalhes das coisas, perdendo o sentido da visão 
do conjunto a que se integram. 
e) nós tendemos, com o tempo, a enfraquecer nossa visão das coisas pelo excesso de atenção 
que nos esforçamos para lhes dedicar.
Comentário:
a) EXTRAPOLAÇÃO: os pessimistas > Hemingway. 
b) EXTRAPOLAÇÃO: os poetas > o poeta.
d) REDUÇÃO: detalhes das coisas < um vazio.
e) CONTRAPOSIÇÃO: excesso de atenção.
ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS
1. COMPREENSÃO DE PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARÁFRASES, CAMPO SEMÂNTICO e 
ETIMOLOGIA.
Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo 
mais fácil ao entendimento.
Campo Semântico = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.
Exemplo: escola – aluno, professor, livro, quadro de giz... 
Etimologia (do grego antigo) é a parte da gramática que trata da história ou da origem das 
palavras e da explicação do significado de palavras por meio da análise dos elementos que as 
constituem (morfemas). Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das 
regras de sua evolução histórica. 
EXEMPLIFICANDO
  Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia da América Central tinha 
um método sustentável de gerenciamento da água. Esse sistema hidráulico, aperfeiçoado por 
mais de mil anos, foi pesquisado por uma equipe norte-americana. 
  As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações. O caso do sistema de 
coleta e armazenamento de água dos maias é um exemplo disso. Para chegar a esta conclusão, 
Compreensão e Interpretacão de Textos de Gêneros Variados – Profª Maria Tereza
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os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, 
na Guatemala. Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade de 
Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista científica PNAS, foram descobertas a maior represa 
antiga da área maia, a construção de uma barragem ensecadeira para fazer a dragagem do 
maior reservatório de água em Tikal, a presença de uma antiga nascente ligada ao início da 
colonização da região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para limpar a água 
dos reservatórios. [...]
  No final do século IX, a área foi abandonada, e os motivos que levaram ao seu colapso 
ainda são questionados e de batidos pelos pesquisadores. Para Scarborough, é muito difícil 
dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão pessoal é que o colapso envolveu diferentes fatores 
que convergiram de tal modo nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram como 
uma ‘perfeita tempestade’. Nenhum fator isolado nessa coleção poderia tê-los derrubado tão 
severamente”, disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. 
  Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade, uma vez que 
eles dependiam muito dos reservatórios que eram preenchidos pela chuva. É provável que a 
população tenha crescido muito além da capacidade do ambiente, levando em consideração as 
limitações tecnológicas da civilização. “É importante lembrar que os maias não estão mortos. A 
população agrícola que permitiu à civilização florescer ainda é muito viva na América Central”, 
lembra o pesquisador. 
(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho de 2013, 
www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)
Trata-se de uma notícia: conteúdo de uma comunicação antes desconhecida. Em outras 
palavras, consiste em dar a conhecer ou transmitir uma noção. É do foro jornalístico 
e constitui um extrato da realidade quemerece ser informado pela sua relevância 
social. O conteúdo de uma notícia deve responder às perguntas seguintes: “quem?”, “o 
quê?”, “quando?”, “onde?”, “por quê?”, “para quê?” e “como?”. Entre suas principais 
características, destacam-se a veracidade, a objetividade (o jornalista não deve dar a 
sua opinião nem emitir juízos de valor ao apresentar a notícia), a clareza, a brevidade, 
a generalidade (a notícia deve ser do interesse social, e não particular) e a atualidade.
5. Considerado o contexto, o segmento cujo sentido está adequadamente expresso em outras 
palavras é
a) permitiu à civilização florescer (último parágrafo) = possibilitou a refutação da barbárie 
b) para fazer a dragagem do maior reservatório (2º parágrafo) = para empreender a drenagem 
da eclusa mais funda 
c) os motivos que levaram ao seu colapso (3º parágrafo) = as razões que conduziram à sua 
derrocada 
d) os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica (2º parágrafo) = os diletantes 
realizaram um experimento geomorfológico 
e) método sustentável de gerenciamento da água (1º parágrafo) = procedimento ambiental 
de dissipação hídrica 
 
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Hermético e postiço, jargão incentiva ‘espírito de corpo’
  Na maioria dos textos produzidos no universo corporativo, vê-se um registro muito 
particular da língua, nem sempre compreensível aos “não iniciados”. É o que se pode chamar 
de “jargão corporativo”, uma linguagem hoje dominada por grande quantidade de decalques 
do inglês − ou ingênuas traduções literais. 
  O termo “jargão”, que em sua origem quer dizer “fala ininteligível”, guarda certa marca 
pejorativa, fruto de sua antiga associação ao pedantismo, ao uso da linguagem empolada. 
Embora os jargões sejam coisa muito antiga, foi nos séculos 19 e 20 que proliferaram na Europa, 
fruto de uma maior divisão do trabalho nas sociedades industriais. Na época, já figuravam 
entre as suas características o uso de termos de línguas estrangeiras como sinal de prestígio e o 
emprego de metáforas e eufemismos, exatamente como vemos hoje. 
  Os jargões são alvo constante da crítica não só por abrigarem muitas expressões de outras 
línguas, o que lhes confere um ar postiço e hermético, como por seu viés pretensioso. A crítica 
a esse tipo de linguagem tem fundamento na preocupação com a “pureza” do idioma e com a 
perda de identidade cultural, opinião que, para outros, revela traços de xenofobia. 
  Essa é uma discussão que não deve chegar ao fim tão cedo, mas é fato que os jargões têm 
claras funções simbólicas: por um lado, visam a incentivar o “espírito de corpo”, o que deve 
justificar o empenho das empresas em cultivá-los (até para camuflar as relações entre patrão e 
empregado), e, por outro, promovem a inclusão de uns e a exclusão de outros, além, é claro, de 
impressionar os neófitos. 
(Adaptado de: CAMARGO, Thaís Nicoleti de. Caderno “Negócios e carreiras”, do jornal Folha de 
S. Paulo. São Paulo, 24 de março de 2013. p. 7) 
Trata-se de um artigo: texto jornalístico que expressa a opinião de alguém sobre um 
assunto que desperta o interesse da opinião pública. Geralmente, quem esse tipo de 
gênero textual é um indivíduo notável nas artes, na política ou em outras áreas. Seu 
objetivo é, via de regra, influenciar o ponto de vista do leitor. Entre suas características 
estilísticas se destaca a linguagem formal, objetiva simples. Sua principal diferença em 
relação ao editorial é o fato de ser assinado.
6. No título e no último parágrafo, a autora aproxima intencionalmente, de modo criativo, as 
palavras “espírito” e “corpo”. No texto, a expressão “espírito de corpo” assume um sentido 
mais diretamente relacionado a agrupamentos que se constituem no universo 
a) da religião. 
b) do trabalho. 
c) da geografia. 
d) da medicina. 
e) do esporte. 
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Adeus, caligrafia
  O anúncio do fim dos exercícios para aprimoramento da letra cursiva – as velhas práticas 
de caligrafia – ocorreu recentemente em Indiana, nos Estados Unidos. Dezenas de escolas 
já adotaram o currículo que desobriga os estudantes de ter uma “boa letra” – já dada como 
anacronismo. 
7. Caso desconhecesse o significado da palavra “anacronismo”, a fim de apreendê-lo sem o uso do 
dicionário, o leitor poderia valer-se
I – sua função sintática.
II – paráfrase existente no 1º período.
III – significado dos morfemas que a compõem.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
2. BUSCA DE PALAVRAS “FECHADAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser 
incorreta):
 → advérbios;
 → expressões totalizantes;
 → expressões enfáticas;
 → expressões restritivas.
3. BUSCA DE PALAVRAS “ABERTAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser a 
correta):
 → Possibilidades;
 → hipóteses (provavelmente, é possível, uso do futuro do pretérito do indicativo (-ria) , modo 
subjuntivo...).
EXEMPLIFICANDO
Filosofia de borracharia
  O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum 
problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado 
murcho.
  – Camminando si sgonfia* – explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes 
e enorme simpatia.
  O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é 
especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se 
 
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esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado 
muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber 
se está na Áustria, na Suíça ou na Itália.
  Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro 
dar nova carga a um pneu sgonfiato. Dali saímos − éramos dois jovens casais num distante verão 
europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul 
– para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode 
a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, 
julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar 
zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.
  Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também 
nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo 
delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir 
de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento 
para o corpo, quem sabe para a alma.
* Camminando si sgonfia = andando se esvazia.
(Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86)
8. A expressão em italiano, dirigida aos dois jovens casais pelo borracheiro,
a) deu oportunidade a que todos reconhecessem na frase do borracheiro a filosofia que ele 
havia incutido nela para orientar os jovens.
b) foi tomada em sentido puramente metafórico, já que parecia não se aplicar ao problema 
que os fez parar na borracharia.
c) confundiu ainda mais aqueles aventureiros, que já se sentiam um tanto perdidos no 
emaranhado de estradas fronteiriças.
d) deu aos turistas a certeza de que se encontravam na Itália, embora eles não atinassem com 
o sentido daquelas palavras.
e) acabou propiciando uma interpretação mais abrangente, que resultou numa teoria 
posteriormente levantada numa refeição.
Inferência
INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do 
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.
Observe as seguintes frases:
a) Viajei nas férias, mas voltei cansadíssimo.
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:a) que ele viajou nas férias;
b) que ele retornou cansado.
Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, a 
quebra de uma expectativa: durante as férias, descansa-se.
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b) Os alunos ainda não chegaram ao local da prova.
Pressuposto: Os alunos já deviam ter chegado ou os alunos chegarão mais tarde.
c) Sua paixão tornou-se pública.
Pressuposto: A paixão não era pública antes.
EXEMPLIFICANDO
  “Na minha nova pátria eu tentaria não escrever mais sobre o que por estas bandas tem 
me angustiado ou ameaça transformar-se num tristíssimo tédio: sempre os mesmos assuntos? 
Mandaria só questionamentos sobre o que faz a vida valer a pena: as coisas humanas, como 
família, educação, transformações, relacionamentos e separação, responsabilidades e escolhas, 
alegria, vida e morte, incomunicabilidade e o mistério de tudo – até a dor (mas que seja uma 
dor decente).”
Lya Luft (adaptado)
9. No período até a dor (mas que seja uma dor decente) ao utilizar a palavra até, a autora
a) exclui a dor como parte que faz a vida valer a pena.
b) inclui a dor como algo valioso para a vida.
c) relega a dor a mero sintoma.
d) refuta a dor como argumento à sua posição.
e) equipara a dor à vida.
[...] Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou-me onde 
seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento.
  Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 
227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em 
frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, 
e seu Joaquim desenhou o endereço na nota.
  ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante.
  ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo.
  ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas.
Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações).
10. De acordo com as informações do texto, é correto inferir que seu Joaquim era analfabeto, uma 
vez que ele “desenhou o endereço na nota”.
( ) Certo   ( ) Errado
 
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INTERTEXTUALIDADE
Um texto remete a outro, contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro com 
o qual mantém “diálogo”. Geralmente, os textos-fonte são aqueles considerados fundamentais 
em uma determinada cultura.
 • Paródia: subversão ao texto fonte, recriando-o de maneira satírica ou crítica.
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá.
     Gonçalves Dias
 • Paráfrase: reprodução das ideias de um texto, utilizando-se, contudo, outras palavras, nova 
organização.
Ex.: resumos, atas e relatórios.
 • Citação: um texto reproduz outro texto ou parte dele. Para sinalizar que houve a reprodução 
de outro texto, são utilizados alguns marcadores, como as aspas.
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EXEMPLIFICANDO
11. A charge anterior demonstra uma forma de intertextualidade conhecida como paródia, na qual 
uma concepção textual 
a) propõe a recriação de outra de modo a inserir fielmente traços que exponham a mesma 
temática por meio de recortes temáticos. 
b) apresenta uma recriação próxima formalmente da original, mas diferenciada quanto ao 
tema a fim de promover humor ou crítica. 
c) demonstra uma cópia do tema original, de modo que a forma seja completamente 
reestruturada em seu porte. 
d) copia toda a ideia original de modo a promover críticas sociais, a partir de uma mera 
mudança na concepção artística.
e) utiliza os mesmos traços de construção estrutural de uma obra preexistente com o único 
intuito de constituir homenagem crítica. 
 
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EXTRATEXTUALIDADE
A questão formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual, exigindo do aluno 
conhecimento mais amplo de mundo. 
EXEMPLIFICANDO
12. A charge é uma releitura da famosa tela de Munch, denominada “O Grito”. O diálogo 
estabelecido por Marco Aurélio com a pintura tem por objetivo
a) por meio da figura de um homem, representar o medo da sociedade porto-alegrense, que 
se encontra presa, devido à violência que impera nas ruas da cidade.
b) por meio de uma figura feminina, representar as dores de amor sofridas pelas mulheres 
atualmente, o que se comprova por intermédio da figura do coração atingido por uma 
flecha.
c) por meio das grades, representar a necessidade da construção de mais presídios na cidade 
de Porto Alegre, devido à violência que há no local.
d) por meio do texto não verbal, evidenciar que o texto verbal é desnecessário à compreensão 
da crítica estabelecida na charge.
e) por meio de uma figura andrógina, representar momento de profunda angústia e 
desespero por que passam alguns seres humanos vítimas de sério problema social que 
afeta a comunidade porto-alegrense na atualidade.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não – que ocorreram em 
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade 
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. 
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Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado 
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal.
Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da apresentação 
de argumentos que as defendam e comprovem. 
Exposição: apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não 
faz defesa de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto 
expositivo apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto 
expositivo e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Injunção: indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos 
e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, 
empregados no modo imperativo. 
EXEMPLIFICANDO
Os dicionários de meu pai
  Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa 
preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos 
Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, 
entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. 
Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era 
como se ele, cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. 
E por um tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem 
falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, 
autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil de caráter de um homem adulto.
  Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um 
passatempo. O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar 
nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da sala Cecília 
Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas 
condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha de rosto a palavra 
anauê, escrita a caneta-tinteiro.
  Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras 
cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me 
garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei 
viciadono negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de 
exemplares, e ainda arrematei o último à venda a Amazom.com antes que algum aventureiro 
o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, 
senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João 
Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um quiçá carcomido pelas traças (brocas, 
carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros).
  A horas mortas eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia 
um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a 
fim de esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais.
  Hoje sou surpreendido pelo anúncio desta nova edição do dicionário analógico de Francisco 
Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus 
baús, espalhassem ao vento meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, 
macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia.
(Francisco Buarque de Hollanda, Revista Piauí, junho de 2010)
 
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13. O modo predominante de organização textual é
a) descritivo.
b) narrativo.
c) argumentativo.
d) dissertativo.
e) injuntivo.
A Carta de Pero Vaz de Caminha
  De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo sertão, pareceu nos 
do mar muito grande, porque a estender a vista não podíamos ver senão terra e arvoredos, 
parecendo-nos terra muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem 
prata, nem nenhuma coisa de metal, nem de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito 
boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo 
de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é 
graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem.
(In: Cronistas e viajantes. São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 12-23. Literatura Comentada. Com adaptações)
14. A respeito do trecho da Carta de Caminha e de suas características textuais, é correto afirmar que 
a) No texto, predominam características argumentativas e descritivas.
b) O principal objetivo do texto é ilustrar experiências vividas por meio de uma narrativa 
fictícia.
c) O relato das experiências vividas é feito com aspectos descritivos.
d) A intenção principal do autor é fazer oposição aos fatos mencionados.
e) O texto procura despertar a atenção do leitor para a mensagem através do uso 
predominante de uma linguagem figurada.
  A democracia participativa pressupõe várias formas de atuação do cidadão na condução 
política e administrativa do Estado. No Brasil, destacam-se as audiências públicas previstas 
constitucionalmente e em diversas normas infraconstitucionais.
  As audiências públicas constituem um importante instrumento de abertura participativa 
que proporciona legitimidade e transparência às decisões tomadas pelas diferentes esferas de 
poder. Tal instituto possui raízes no direito anglo-saxão e fundamenta-se no princípio da justiça 
natural. Esse princípio atualmente se traduz no dever de escutar-se o público antes da edição 
de normas administrativas ou legislativas de caráter geral, ou de decisões de grande impacto 
para a comunidade.
  As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados 
pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas 
emana do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo. 
É por meio dessas audiências que o responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões 
sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer os reflexos da 
deliberação se manifestarem antes de seu desfecho.
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15. O texto, predominantemente argumentativo, objetiva convencer o leitor de que decisões 
administrativas tomadas sem o recurso das audiências públicas carecem de legitimidade e 
transparência.
( ) Certo   ( ) Errado
Chutney de berinjela
1 pimentão amarelo
2 pimentões verdes
2 pimentões vermelhos
2 berinjelas
200 g de passas
Picar todos os ingredientes e misturar com as passas. Pôr tudo numa assadeira com sal, ½ copo 
de azeite, ½ copo de vinagre. Levar ao forno até a berinjela ficar bem cozida.
16. Considere as afirmações.
I – O texto insere-se em apenas uma tipologia, a saber, a injuntiva.
II – O texto insere-se predominantemente nas tipologias descritiva e injuntiva.
III – Tal gênero de texto é chamado (além de prescritivo) de instrucional.
Quais estão corretas
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
GÊNEROS TEXTUAIS
EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) não 
expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda assuntos 
bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, dirigindo-se 
(explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.
ARTIGOS: são textos autorais – assinados –, cuja opinião é da inteira responsabilidade de quem 
o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor. 
NOTÍCIAS: são autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo é tão somente o 
de informar, não o de convencer.
 
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CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista 
apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, 
baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é 
predominantemente coloquial.
BREVE ENSAIO: é autoral; trata-se de texto opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor 
expressa a sua opinião. Geralmente, aborda assuntos universais.
PEÇA PUBLICITÁRIA: modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, 
empresa, ideia ou política, visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma 
causa, posição ou atuação. A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao 
contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com 
o objetivo principal de persuadir. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente 
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa 
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação 
apresentada. Costuma ser estruturada por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando 
elementos não verbais para reforçar a mensagem.
CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual 
com uma ou mais personagens envolvidas. Mais do que um simples desenho, a charge é uma 
crítica político-social mediante o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas 
situações cotidianas por meio do humor e da sátira.
CARTUM: retrata situações sociais corriqueiras, relacionadas ao comportamento humano, mas 
não necesariamente situadas no tempo. Caracteriza-se por ser uma anedota gráfica na qual se 
visualiza a presença da linguagem verbal associada à não verbal.
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QUADRINHOS: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas 
peculiaridades.
TEXTO LITERÁRIO
EXEMPLIFICANDO
17. Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu audiência pública sobre violência e o extermínio 
de jovens no Brasil e no Maranhão; o cartaz da campanha encontra-se copiado abaixo.
Em relação ao cartaz, assinale a afirmativa incorreta.
a) Como a mão representada no cartaz aparece, no original, em cor vermelha, há nela uma 
referência a sangue.
b) A representaçãoda mão espalmada indica uma solicitação de interrupção da violência.
c) O extermínio de jovens está incluído entre crimes mais graves e não entre casos de 
violência.
d) A violência e o extermínio de jovens são os objetivos da condenação da campanha.
e) Os vários nomes de pessoas colocados no cartaz devem representar casos de violência já 
ocorridos.
Texto para a questão 18.
 
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18. O efeito de sentido de humor, nessa charge, 
a) é pouco perceptível, porque decorre de um enunciado sem nexo lógico com a realidade.
b) decorre da constatação, pelo orador, dos principais feitos da humanidade ao longo de sua 
existência.
c) independe da associação entre a fala e os signos gráficos, porque a situação em que ocorre 
a fala desmente o que o orador afirma.
d) surge a partir do equívoco que consiste em criar uma situação solene para o orador expor 
ideias desconexas.
e) é produzido pela interpretação dada à palavra humanidade, decorrente da deformação do 
sentido do ditado popular citado pelo orador.
Texto para a questão 19.
http://www1.folha. Uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios
19. No cartum, a expressão “me sinto bloqueado” significa que o cliente está 
a) numa situação de vergonha e tristeza.
b) sem vergonha de falar o que pensa.
c) sem condições de falar sobre si mesmo. 
d) com desejo de abandonar o tratamento. 
e) com vergonha de mudar de posição no divã. 
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Quadrinhos para a questão 20.
QUINO, Mafalda 10. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 20.
20. Nos quadrinhos acima, destaca-se a seguinte ideia:
a) a constatação de que existem erros de impressão num conhecido jornal forma o efeito 
humorístico da tira.
b) a notícia de jornal é compreendida de forma diferente, conforme a faixa etária e a 
perspectiva do leitor.
c) a formatação diferenciada do jornal, no terceiro quadrinho, enfatiza a falta de objetividade 
da notícia.
d) a semelhança entre a perspectiva do adulto e a das crianças fica evidente no quarto 
quadrinho.
e) a notícia de jornal não pode ser compreendida de formas diferentes.
Para responder à questão de número 21, considere o texto abaixo. 
Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens, 
Nordestes, debaixo de um sol 
ali do mais quente vinagre: 
que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, 
onde possa esconder-se a fraude. 
 
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Falo somente por quem falo: 
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol, 
pelo gavião e outras rapinas: 
e onde estão os solos inertes 
de tantas condições caatinga 
em que só cabe cultivar 
o que é sinônimo da míngua 
Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 
que é quando o sol é estridente, 
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 
(Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. 
SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), São Paulo: Global, 2013, formato ebook)
21. Considere as afirmações abaixo. 
I – Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para 
uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. 
II – É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. 
III – Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas 
da paisagem. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e III. 
b) II e III. 
c) II. 
d) III. 
e) I e II. 
Gabarito: 1. C 2. E 3. A 4. C 5. C 6. B 7. E 8. E 9. B 10. Errado 11. B 12. E 13. B 14. C 15. Errado 16. C 
17. C 18. E 19. C 20. B 21. E

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