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REFORMAS URBANAS DE BELÉM - PA SÉCULOS XIX - XX: Antônio Lemos EQUIPE: CIBELLY BASILIO, Maria do Carmo e Stefani Moura. COMPONENTE CURRICULAR: Teoria e historia da arquitetura e urbanismo IV 2020.01 5º PERIODO TURMA A – MANHÃ A cidade de Belém foi fundada em 1916 e o desenvolvimento da economia do látex na Amazônia ocorreu no período de 1870-1910. Belém do Pará assumiu o papel de principal porto de escoamento da produção do látex, aumentando bastante a economia e o fluxo de pessoas que entraram na cidade, surgindo então a necessidade de modernizar a capital paraense e realizar uma melhor distribuição do espaço urbano. Belém tornava-se, sob certos aspectos, uma capital agitada e pretensamente mais europeia do que brasileira, dominado por um francesismo, principalmente no aspecto intelectual, que ressaltou a ligação da cidade com as principais capitais europeias. A cidade também tornou-se um verdadeiro centro de consumo e ficou conhecida no Ciclo da Borracha como Paris N'América. Belém teve em alguns “obstáculos naturais” (cursos d'água e áreas de várzea e igapós) empecilhos momentâneos para desenvolver-se com plenitude. Superados os obstáculos, a cidade de Belém expandiu-se tendo em sua área central expressões de mudanças e permanências. Logo, torna-se interessante identificar e analisar as alterações histórico-geográficas na área central de Belém para entender o processo de refuncionalização ocorrente nesta área e suas novas funcionalidades refletidas no espaço urbano. Belém inicialmente Santa Maria de Belém do Pará, está situado na região Norte do país é uma cidade histórica e portuária, localizada ao extremo nordeste da floresta Amazônica. Salientando a influência francesa no Maranhão próximo a Belém, existia a “França equinocial”, uma das colônias francesas que foram fundadas visando extrair recursos do norte e da Amazônia. Existiram muitas revoltas e dificuldades nessa época que não são esclarecidas nos quadros encomendado por Antônio Lemos. O Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, popularmente referido como Forte do Castelo, Constitui-se num dos mais procurados pontos turísticos da cidade, por sua localização privilegiada e seu sentido histórico. . Fundação Existiram três períodos significativos no urbanismo de Belém: o As reformas no período Pombalino, momento de expressão de uma modernidade urbana e arquitetônica; no terceiro quarto do séc. XVIII o O momento de ascensão da economia regional a partir do ciclo da borracha, produzindo reformas urbanísticas higienistas, final do século XIX e a primeira década do século XX o Por fim o período entre 1940 e 1970, que marcou uma série de propostas de planejamento com viés técnico-burocrático na produção do espaço. Destinado para conter eventuais agressões dos indígenas e ataques dos corsários in estrangeiros na região. A expedição foi um teste de resistência, com tempestades e rios estreitos.. Na época da fundação a baía era um grande mangue, e o que chamava a atenção era a elevação do terreno, perfeita para a construção de uma base que protegesse a entrada da Amazônia. Na expedição militar de Alexandre de Moura líder do exército português, Castelo Branco em 1615, sai em missão a expulsar os franceses e com sucesso funda a cidade de Belém como um “porto seguro” considerando sua localização estratégica. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%ADgena A Era Pombalina é o período de ascensão do Marquês de Pombal ao cargo de Primeiro-Ministro de Portugal, que representava a ascensão de ideias e orientações iluministas. Além das reformas econômicas e sociais de produção, houve uma significativa transformação do espaço urbano de Belém, implantação de novos objetos importantes para o empreendimento pombalino e uma mudança na fisiografia e forma de ocupação da cidade até então, o novo ideário da administração portuguesa associava um pensamento visionário sobre a cidade, tendo como base ideais da razão e da ciência próprios do Iluminismo. Belém apresentava na segunda metade do século XVIII, características associadas ao período de fundação: caráter da ocupação político- militar com o forte como foco da cidade No aspecto da estrutura urbana, o maior problema continuava sendo a superação dos obstáculos naturais para expansão da cidade. Nesse caso específico o constrangimento provocado pelo Alagado do Piri que obstaculizava o crescimento da cidade, conforme pode ser visualizado na imagem, dividindo as duas áreas de ocupação de Belém, o bairro da “Cidade” e o da “Campina”. A superação desses obstáculos passa a ser prioritário para expansão da cidade, na concepção do projeto urbano a ênfase na natureza como “inimigo” a ser vencido para a efetiva conquista territorial. Os reflexos do Período Pombalino na forma urbana de Belém provocaram uma redefinição da fisionomia da cidade, a partir desse momento dada pela construção de prédios de caráter laico, sob significativa influência do arquiteto italiano Antônio Landi . Período pombalino: Dentre as principais obras do período das reformas pombalinas em Belém, destacam-se duas: o palácio do governo, símbolo do estabelecimento do poder do Estado português na região e da monumentalidade do empreendimento pombalino e a Catedral da Sé, ambas obras de concepção de Antônio Landi. Além disso, destaca-se a importância do Palácio do ponto de vista simbólico para o período, posto que pela primeira vez a arquitetura laica se sobrepõe a arquitetura religiosa, demonstrando a hegemonia do poder de Estado sob o poder da Igreja. Palácio do Governo A Catedral da Sé A cidade havia crescido com a criação novos bairros, ruas foram calçadas. Existia luz elétrica e a água encanada. O calçamento de ruas e os canos para o esgoto propiciam a higiene. NOVOS BAIRROS DE BELÉM MAPA DE BELÉM - 1920 Ciclo da borracha e Uma nova reformulação econômica: Intervenções urbanas foram comuns no final do século XIX no mundo todo, todas tinham como modelo de cidade a Paris Hausmaniana. As ruas estreitas da Cidade Velha e da Campina mantiveram o estilo colonial português, mas foi necessário construir avenidas largas. Com isso, a construção do Boulevard da República próximo ao cais do porto facilitaria o escoamento e a transação comercial da borracha, simbolizando também o gosto europeu. Antônio Lemos remodelou o espaço urbanizado, alargando, calçando, multiplicando e arborizando ruas, construindo e reformando parques e praças e regulamentando as construções. Construiu coretos, quiosques, criou um serviço de transportes públicos. Os reflexos dessas mudanças trouxe uma série de projetos de embelezamento urbano e a instalação de redes de serviços públicos na cidade, que tinha como ideal urbanístico inspirador a Paris remodelada por Haussmann, o espaço urbano “embelezado” e higienizado. Esse projeto vinha atender ao novo gosto da elite e aos investidores estrangeiros que Belém era segura e salubre. A nova elite transformar o a capital em centro financeiro, de consumo, luxo e divertimentos; para isso foi aumentado impostos, financiamentos e acordos com o governo nos planos de saneamento e embelezamento da cidade. A maior parte da população não possuía dinheiro, enquanto alguns tentavam adotar hábitos europeus O centro comercial, onde se encontravam as casas aviadoras, bancos e lojas chics, tornou-se um centro de consumo de tecidos conforme a última moda de Paris e Londres (loja Paris n’ América) e alimentos importados. . O dinheiro gerado da comercialização da borracha foi importante para a reestruturação de Belém, especialmente no governo de Antônio Lemos (1897-1911) que promove renovação estética e higienista na cidade e porto, sendo denominada belle époque paraense. Boulevard Castilho França HOSPITAL DA CARIDADE Estética higienista: Contudo para imprimir os ideais de moral, limpeza e higiene o poder público implementou a cidade uma disciplinarização do espaço regulando o cotidiano da cidade proibindo banhos nas praças echafarizes, ir à janela ou ficar em casa de trajes “indecentes” ou completa nudez, a demolição de todos os cortiços, como ocorreu em outras cidades como o Rio de Janeiro numa concepção de progresso com bases em saneamento e higienização, pois m considerados locais “focos” de epidemias e desordem. Lemos obrigou que os moradores construíssem suas casas de acordo com as plantas aprovadas pela intendência, mas essas regras eram muitas vezes burladas. Para resolver problemas como o local de abate e comercialização de carne e pontos de venda de alimentos ao público, construiu-se um matadouro público e um mercado no boulevard da República o Ver-o-Peso. Eram proibidas barraquinhas de café e outros tipos de comida, sendo consideradas sujas e pontos de ajuntamento de “desocupados”. Iniciou a construção de uma rede de esgotos e forno crematório. Outro problema era o abastecimento de água, Lemos encomendou dos Estados Unidos aparelhos para estabelecer poços artesianos na cidade; e iniciou campanha de vacinação, visitas domiciliares e recolhimento de lixo. O discurso civilizador impunha “limpeza social” combatendo a mendicância, principalmente às proximidades da Basílica de Nazaré (Asilo de Mendicidade) e a busca de disciplinar o trabalho de vendedores ambulantes e empregadas domésticas em sua maioria imigrantes. Tal ponto é importante para compreender o ideário de projetar urbano a partir da noção de higienização e como este ideário impactava nas intervenções físicas do espaço. Dentre as principais obras públicas financiadas pela intendência, fica marcados o matadouro municipal, a repartição sanitária municipal, o hospital da caridade, o asilo da mendicidade. PRAÇA DA REPÚBLICA MATADOURO MUNICIPAL Boulevard da República HOSPITAL DA CARIDADE BOULEVARD DA REPÚBLICA A paisagem de Belém foi modificada, além do que já foi abordado em relações a mudanças do período a belle époque também engloba outros pontos como a construção de prédios foi um dos legados deixados na cidade de Belém e que perduram até o atual momento, representados por autênticas rugosidades espaciais. Dentre esses impactos, o patrimônio erguido foi o mais marcante, ainda que não tenha sido o único. As maioria das obras na Belle Époque se desenvolveram na área central da cidade. Essa é a área da cidade também reconhecida por concentrar boa parte do setor de comércio e serviços demarcando o maior fluxo de pessoas e mercadorias da cidade. Belle époque: O desenvolvimento da época possibilitou que viessem ao Pará importantes companhias teatrais e musicais, os jornais comentavam o desempenho dos artistas e os ricos comerciantes. No período da “belle-époque”, ir ao teatro era sinal de elegância e distinção social. O número de peças foi tão grande que Lemos passou a defender a construção de outro teatro além do Teatro da Paz ( inspirado no teatro Scalla de Milão) . Essas apresentações de gênero lírico tem forte influência até hoje na cidade. - Questões culturais: Cine Olympia, considerado o cinema mais antigo do Brasil em funcionamento. Foi inaugurado em 1912, fundado por Antônio Martins e Carlos Augusto Teixeira em pleno período da Belle Époque. Simbolizava o glamour da elite e se tornou uma das principais referências de lazer da cidade e da região. Sua arquitetura respondia pelo contexto da época, caracterizada, principalmente por conter traços do Ecletismo, estilo arquitetônico. Localiza-se perto da Praça da República no bairro da campina. - Importantes Avenidas: Das Avenidas principais, Avenida Presidente Vargas também se torna um ponto chave é um dos espaços de passagem do Círio de Nazaré, a principal atividade religiosa do Norte do país. Até meados da década de 1990, foi considerada o principal corredor do comércio e serviços da capital paraense. Avenida Bulevar Castilhos França, via esta que dá acesso à área central de Belém, onde se encontram importantes espaços da reprodução da atividade turística, comercial, e a presença dos edifícios mais antigas de Belém, constituintes, um cinturão patrimonial. A rua Santo Antônio é uma das principais vias onde a comercialização de produtos importados luxuosos se deu durante a Belle Époque, foz ligação entre o bairro da Cidade e o da Campina. Uma das lojas icônicas é a loja Paris n’América que vendia artigos de luxo, símbolo da época, sua fachada de estilo eclético é de pedra importada da Europa. Em seu interior, predomina o estilo Art Noveau, dentro do prédio há preciosidades. Ainda sobre as transformações nessa rua, destaca o sistema de viação pública por meio de bondinhos que volta a circular pelas ruas do Centro de Belém, num trecho de 1.985 metros de trilho, onde seria possível apreciar os prédios históricos. Surge em razão a necessidade de articulação do mercado mundial e necessidade básica de uma cidade que se ampliava, os veículos também refletiam o projeto político elitista de Lemos, diferenciando-se em : os bondes de luxo e os bondes de passageiros e carga. Além disso a Vila Bolonha, onde se destaca o Palacete Bolonha localiza-se, no centro da cidade. o palacete é representativo do movimento eclético, reúne estilo: neoclássico, barroco, art-noveau e rococó, representando a modernidade na , ao lado do palacete, possui um conjunto de casas residenciais, a Vila Bolonha. Pensadas para abrigar os operários e empregados do palacete é um importante edifício d cidade que reflete a belle époque. - Questões de arborização: Preocupado com a paisagem urbana, Lemos procurou adotar áreas verdes, reaparelhando o Horto Municipal, embelezando as praças, reestruturando o Bosque do Marco da Légua (depois Bosque Rodrigues Alves) e estabelecendo os rigores da lei para quem cortasse árvores ou apedreja-las, pisar e andar sobre a grama, atirar pedras e estragar flores. Havia também os quiosques (Bar do Parque) que vendiam produtos diversos, Antônio Lemos os considerava elegantes na paisagem urbana, enquanto no Rio de Janeiro eles foram duramente proibidos porque “enodavam a paisagem”. O Bosque Rodrigues Alves, também conhecido como Jardim Zoobotânico da Amazônia, ganhou status de Jardim Botânico em julho de 2002. Localizado no bairro Marco, na Zona Leste de Belém, o espaço inaugurado em 1883 abriga mais de 80 mil espécies da flora e da fauna amazônicas, sendo uma referencia na cidade. Além da praça da república ( Atenção a imagem do túnel de mangueiras no calçadão da praça da república), a praça da sereia também se destaca: Praça dos Estivadores - cujo nome homenageia os trabalhadores ligados ao ramo da estiva onde se chama atenção para o prédio construído para a Cia A praça é um dos símbolos do urbanismo moderno que Belém passou a ter no limiar do século XX. Atualmente, a praça é um autêntico espaço de passagem das pessoas, com a presença de transeuntes e moradores de rua. Periodicamente, ganha notoriedade com a homenagem que os estivadores concedem quando a imagem da Santa Nazaré passa pelo local. Na atualidade, a praça da sereia é um espaço de passagem. E não é identificada como espaço de identidade. A presença de bancas de revistas e ambulantes é expressiva, sendo esse o principal uso dessa praça. CALÇADÃO DA PRAÇA DA REPÚBLICA PRAÇA DOS ESTIVADORES PRAÇA DAS SEREIAS JARDIM BOTÂNICO JARDIM BOTÂNICOBAR DO PARQUE Propostas de planejamento técnico na produção do espaço: Nesse período, apesar da tentativa de planejamento incentivada por instituições como o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, o projetar urbano em Belém restringiu-se a ação do Conselho Permanente do Plano Diretor. Além da estrutura viária básica e da localização de equipamentos urbanos de dimensão significativa e grande importância funcional. Isso leva à segunda mudança introduzida pelo planejamento, a ênfase passa da busca pelo modelo de cidade ideal e universal para a solução de problemas práticos, concretos, buscando estabelecer mecanismos de controle dos processos urbanos ao longo do tempo. A cidadereal passa a ser o foco, ao invés da cidade ideal. A partir de 1940 irá iniciar o período do projetar urbano a partir do planejamento como técnica de intervenção na cidade. O urbanismo, campo ainda em formação, aparecia como uma novidade no trato das reformas urbanas, baseada na racionalidade técnica. Isso deu início ao Plano de Urbanização de Belém, que buscava esclarecer quais seriam suas principais prioridades. Dentre elas estavam os problemas que cercavam a cidade desde a sua fundação – as águas e os alagados –, entretanto, dessa vez seriam adotadas medidas “técnicas”, para superar a questão. . O Plano apresentava uma ideia de cidade a partir de projeções geometricamente pensadas, com diretrizes claramente propostas e levando em consideração aspectos físico-territoriais da cidade para além do higienismo e da estética Esses esforços de manutenção de um nível de capacidade de planejamento local, e o quadro político do pais, culminam na retirada da autonomia dos municípios das decisões de política urbana, em virtude da ruptura provocada pelo golpe militar de 1964. No contexto do “milagre econômico” do início da década, os reflexos na política urbana nota-se coma consolidação do Banco Nacional de Habitação sendo agente das políticas urbanas, reforçando o “clientelismo de cúpula O principal instrumento tecno-político que permitiu a intensificação do planejamento como técnica de intervenção foiA institucionalização da Região Metropolitana de Belém como uma das primeiras do Brasil, inaugurando um período que concentra as atividades em torno do planejamento e da intervenção dos espaços urbanos e metropolitanos. Belém, foi responsável por elaborar diversos planos, visando ao seu desenvolvimento. Em geral, se fundamentam em um diagnóstico abrangente da realidade intra-urbana, na qual se equacionavam os principais problemas urbanos, posicionando elementos fundamentais do espaço urbano futuro. http://g1.globo.com/pa/para/belem-400-anos/noticia/2016/01/veja-como-foi- fundacao-de-belem-em-1616-e-conheca-sua-historia.html https://www.youtube.com/watch?v=FfCwfCphp9k https://www.youtube.com/watch?v=R6q78KZ5koE https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-do-brasil/a-urbanizacao- belem-no-final-seculo-xix-1.htm https://histormundi.blogspot.com/2019/06/anuncio-antigo-63-cine-olympia-o- mais.html https://www.edmilsonpsol.com.br/belle-epoque-de-belem/ Geografias e genealogias do planejamento urbano em Belém: elementos da modernidade e produção de desigualdades1. A BELÉM DA BELLE ÉPOQUE E os ROTEIROS GEO-TURÍSTICOS COMO INSTRUMENTOS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL - Bibliografia: Artigos: http://g1.globo.com/pa/para/belem-400-anos/noticia/2016/01/veja-como-foi-fundacao-de-belem-em-1616-e-conheca-sua-historia.html https://www.youtube.com/watch?v=FfCwfCphp9k https://www.youtube.com/watch?v=R6q78KZ5koE https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-do-brasil/a-urbanizacao-belem-no-final-seculo-xix-1.htm https://histormundi.blogspot.com/2019/06/anuncio-antigo-63-cine-olympia-o-mais.html https://www.edmilsonpsol.com.br/belle-epoque-de-belem/
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