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FACULDADE ESTÁCIO DE TERESINA PRÁTICA SIMULADA IV RESENHA CRÍTICA: PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Francisca das chagas Alves da silva 06 de Maio de 2020 Teresina-PI RESENHA CRÍTICA: PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS As ações possessórias têm o objetivo de tutelar a posse. São três as ações possessórias. 1- Ação de Reintegração de Posse: cabível nas hipóteses de esbulho da posse, ou seja, na perda da posse do bem em razão de ação ilícita de terceiro. 2- Ação de Manutenção na Posse: cabível nas hipóteses de turbação , quando se tem a sua posse abalada, atrapalhada por terceiros. 3- Ação de Interdito Proibitório: cabível na hipótese de ameaça à posse. Neste caso, a posse sofre ameaça de turbação ou esbulho. É ação destinada à proteção preventiva da posse que se acha na iminência, ou sob ameaça, de ser molestada. O nosso ordenamento jurídico por se tratar de direito possessório atribuiu a importância para essas ações o princípio da fungibilidade , pois é comum acontecer mudanças de turbação para esbulho. Esse princípio dá ao magistrado a liberdade para a proteção possessória necessária ao autor de acordo com o momento. Trago exemplo da importância desse princípio ao direito possessório , imaginamos que o autor da ação se chama João e esse tem um sonho de ser um servidor público, e para que isso aconteça, ele viaja o Brasil fazendo provas para alcançar a tão sonhada aprovação. Na sua última viagem precisou se ausentar da sua casa por 5 dias e nesse intervalo recebeu uma ligação de seu vizinho, o qual informou que sua residência está sendo ameaçada de invasão por um casal de vizinhos que moram de aluguel. Então João contata seu advogado para que o ajude a proteger sua posse enquanto retorna de viagem. O advogado dá entrada na ação de Interdito proibitório devido a ameaça feita pelo casal que já organiza a invasão, na petição o advogado abre um tópico para falar do art 544, caput do CPC e pedir que o juiz adote o princípio da fungibilidade no processo. Após retornar e encontrar sua casa ocupada, João liga para seu advogado e o atualiza da perda da posse, o advogado lhe explica acerca do princípio da fungibilidade e dá não necessidade de pedir desistência do processo anterior, pois o juiz está autorizado a conceder a proteção possessória necessária ainda que diferente daquela pleiteada na petição inicial. O princípio da Fungibilidade é de extrema importância para garantir a eficiência da proteção possessória e para a celeridade processual. Se o advogado pedisse desistência do processo para depois entrar com a ação de reintegração de posse, iria demorar e o requerente poderia ter mais prejuízos, mas vale lembrar que para tanto é preciso que se demonstre, no curso do processo, a necessidade da tutela possessória diversa. Assim, o juiz será facultado conhecer e decidir, em matéria de ações possessórias, de pedido diverso daquele formulado pelo autor na inicial. Percebe- se o benefício do princípio, o advogado peticionou sobre a ameaça e logo após se concretizou a perda da posse, o que poderia tornar a ação anterior inadequada para o caso e inválida para o caso em questão, mas o código de processo civil trouxe a garantia da adequação da ação, conforme o caput do artigo abaixo. “Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.” Fica claro que a proteção será para ação possessória peticionada que deveria ser outra, mas que tal motivo não impede que o juiz conheça. No mesmo sentido, Vicente Greco Filho ensina que “a fungibilidade das ações autorizadas pelo art. 920 do CPC é apenas para ações possessórias, e não para as demais. A ação de imissão de posse, sabidamente, não é ação possessória destinada à proteção da posse, mas sim ação petitória a favor de quem vai em busca da posse. Configura julgamento extra petita a decisão de lide não proposta, diferente daquela que resultou da pretensão formulada em juízo”. Nota- se a existência de limitação ao princípio, somente caberá aplicação nas ações possessórias, uma vez que, neste caso, as ações são destinadas para proteção da posse e não para requer uma posse, que seria o caso das petitórias. Diante do exposto, é possível concluir que é faculdade do Juiz, ao receber uma ação de reintegração de posse, convertê-la em uma ação de manutenção de posse, como também proceder no sentido contrário. http://br.docsity.com/pt-docs/Apostilas_sobre_o_Processo_de_Conhecimento_Parte3 Referências: MACHADO, Costa. Código de Processo Civil interpretado e anotado. 2ª Ed. Manole, 2008. P. 1485 https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/fungibilidade-nas-acoes-posse ssorias/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/fungibilidade-nas-acoes-possessorias/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/fungibilidade-nas-acoes-possessorias/
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