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Maria Helena dos Santos/ Estágio II PERIODONTIA Aumento de Coroa Clínica Limite Cervical dos Preparos: • Limite SUPRA-gengival; • Limite GENGIVAL; Fazer sempre que possível!! • Limite SULCULAR; Somente aceitável se for na face vestibular de anteriores, onde a estética é importante e a visibilidade do limite seria prejudicial; • Limite SUB-gengival; Nunca fazer!!! Indicações da cirurgia de aumento de coroa clínica Quando há presença de cárie subgengival Quando o preparo é subgengival Quando não há retenção suficiente Quando o contorno gengival não é harmônico Em combinação com hemissecção ou amputação radicular Em casos de perfurações endodônticas Fraturas a nível cervical Reabsorções ao nível do terço cervical Margens sub-gengivais pré-existentes onde inflamação não pode ser controlada Dentições com desgaste acentuado Tipos de Cirurgias Periodontais • Cirurgias Ressectivas • Cirurgias Regenerativas • Cirurgias Mucogengivais / estéticas • Cirurgias Pré-Protéticas - Cirurgias Ressectivas: Estes procedimentos têm como objetivo genérico de eliminar a bolsa periodontal; Regras de Cirurgia Periodontal 1) Tire a cárie da melhor maneira possível! 2) Faça um bom preparo; 3) Fazer um provisório para o dente a ser operado! 4) Só então parte-se para a cirurgia de aumento de coroa; Maria Helena dos Santos/ Estágio II Distância entre a crista óssea e a borda do preparo = tem que ser 4mm!! Se não tirar osso por baixo dos retalhos, não conseguiremos fazer a retração gengival proposital, pois a crista iria ganhar altura de novo depois de cicatrizar!! Materiais - Bisturi: 15 ou 15c, na crista gengival, em direção à crista óssea; - Descolador: entrar com ele pela linha de incisão, para descolar o periósteo; Materiais para osso usadas para aumento de coroa: - Limas de Schlugger; - Brocas de acabamento para trabalhar no dente/raiz; - Sonda milimetrada; - Brocas para trabalhar em osso; - Cinzéis para osso; Gengivectomia x Gengivoplastia - A gengivoplastia e a gengivectomia são intervenções cirúrgicas que se efetuam ao nível das gengivas, visando corrigir ou alterar o contorno ou proporção da gengiva, principalmente junto dos dentes. Todavia, ainda que tenham propósitos semelhantes, existe alguma diferença entre estes dois tipos de cirurgia. - O termo gengivoplastia é aplicado essencialmente quando se pretende alterar, normalmente por razões estéticas, o contorno gengival que circunda os dentes, enquanto que o termo gengivectomia refere-se sobretudo a situações relacionadas com a hipertrofia gengival (excesso ou gengiva aumentada). Estas situações de hipertrofia ou hiperplasia gengival são, por norma, decorrentes de algum estímulo, nomeadamente as que se verificam no caso da gengivite, por reação medicamentosa, alterações hormonais ou em casos de pericoronarite, por exemplo, implicando portanto a redução de gengiva por via cirúrgica, caso não se verifique uma regressão da gengiva excedente, naturalmente ou induzida com medicação específica. - As gengivoplastias são cirurgias que pretendem, como referimos anteriormente, corrigir defeitos gengivais e de tecidos moles em regiões que apresentam algum tipo de comprometimento estético. A principal razão que leva o paciente a procurar ajuda é portanto a componente estética, principalmente nos casos de retração gengival e quando apresenta um “sorriso gengival”, situações essas que passamos seguidamente a descrever. - Por sua vez quando nos referimos à gengivectomia, normalmente estamos a considerar casos onde se pretende reduzir a hiperplasia ou aumento da gengiva decorrente de algum estímulo, e que não conseguem por si só regredir, na diminuição de bolsas periodontais e muitas vezes nos casos de pericoronarite, nomeadamente relacionadas com a erupção do dente de siso. Assim, muitas vezes torna-se mesmo necessário remover todo o capuz pericoronário que o cobre, por forma a diminuir a sintomatologia inerente e facilitar a sua erupção, isto caso o siso não fique impactado ou semi-incluso, senão a gengiva pode voltar a crescer e o problema tenderá a persistir até se proceder à extração ou exodontia do mesmo. Maria Helena dos Santos/ Estágio II Retalho reposicionado apicalmente - É um pouco parecido com o de WIDMAN. Indicação: bolsas periodontais profundas, redução das bolsas e nivelamento ósseo. Assim como os retalhos anteriores, esse também não é muito utilizado porque ele expõe muito a raiz do dente. Tem colarinho gengival, remoção de 1- 2 mm de gengiva quetatinizada. É feita uma incisão intra-sulcular (sindesmotomia com a lâmina); Incisões relaxantes paralelas; Remoção do colarinho (curetas de Goldman-Fox/ bisturi de Orban); Descolamento total do retalho (descolador de Molt); Osteotomia, se necessário; Raspagem e alisamento radicular; Remoção de tecido de granulação; Reposicionamento apical do retalho; Suturas interproximais. Retalho de Widman • Ranfjord e Nissle (1974) descreveram a técnica do retalho de Widman modificado, que é também conhecida como técnica de raspagem a céu aberto. • A técnica do retalho original de Widman incluía tanto o deslocamento apical do retalho como a restauração do contorno ósseo (eliminação dos defeitos ósseos) para a eliminação de bolsas, já a técnica modificada objetiva a correção da bolsa. 1- A incisão é feita de 0,5 a 1 mm da margem gengival e paralela ao longo eixo dos dentes. Se as bolsas na área vestibular forem menores que 2 mm ou se considerações estéticas forem importantes, é realizada uma incisão intra-sulcular. (fonte: Lindhe, 2010). 2- Após o cuidadoso afastamento do retalho é realizada uma segunda incisão intra-sulcular até a crista óssea alveolar para separar o colar tecidual da superfície radicular. 3- A terceira incisão é feita perpendicular a superfície radicular e o mais próximo possível da crista óssea, separando desse modo, o colar de tecido do osso alveolar; Maria Helena dos Santos/ Estágio II 4- O epitélio da bolsa e o tecido de granulação são removidos com curetas. As raízes expostas são cuidadosamente raspadas e aplainadas, os defeitos ósseos angulares são cuidadosamente curetados. Os retalhos são cuidadosamente ajustados para proteger o osso alveolar e é realizada a sutura. Avaliação estética e análise do risco estético Risco estético: previsibilidade e limitações Menos previsível Mais previsível • Paciente doente; • Expectativa alta; • Paciente não-colaborador; • Fumante; • Doença periodontal; • PS com perda de inserção interproximal; • Perda de inserção generalizada; • Dente vestibularizado; • Defeito alveolar extenso; • Perda de altura alveolar; • Biótipo periodontal fino e delicado; • Paciente sadio; • Expectativa baixa; • Paciente colaborador; • Não-fumante; • Periodonto sadio; • Sem perda de inserção periodontal; • Perda de inserção localizada; • Dente dentro do envelope ósseo; • Defeito alveolar localizado; • Perda de espessura alveolar; • Biótipo periodontal espesso; Diagnóstico e plano de tratamento • Plano de tratamento periodontal: - Exame clínico e avaliação; - Diagnóstico e plano; - Procedimentos básicos; - Reavaliação; - Complementação cirúrgica; - Complementação protética; - Revisão do tratamento; - Controle e manutenção; Tipos de CirurgiaI) Cirurgia de aumento de coroa clínica; II) Cirurgia de despigmentação melânica e aumento de coroa clínica; III) Recobrimento radicular de retrações gengivais múltiplas; IV) Recobrimento radicular de retrações gengivais múltiplas: correção do corredor bucal; V) Reconstrução alveolar para a colocação de implantes; VI) Enxerto conjuntivo: reconstrução papilar; Engenharia dos Tecidos na Regeneração Periodontal Introdução • Injúria: - Proposital: incisão ou excisão cirúrgica; - Acidental: sequela de traumatismos (calor, químico, mecânico, microbiano...); Maria Helena dos Santos/ Estágio II As fibras de Sharpey são uma matriz de tecido conjuntivo, consistindo de feixes de fibras de colágeno fortes - predominantemente do tipo I - conectando o periósteo ao osso. Fazem parte da camada fibrosa externa do periósteo, entrando nas lamelas circunferenciais e intersticiais externas do tecido ósseo. Nos dentes, as fibras de Sharpey são as extremidades terminais das fibras principais (do ligamento periodontal) que se inserem no cemento e no periósteo do osso alveolar. As fibras de Sharpey no cemento acelular primário são totalmente mineralizadas; aqueles no cemento e no osso celulares são mineralizados apenas parcialmente em sua periferia. A, coroa do dente, coberta por esmalte. B, raiz do dente, coberta por cemento. C, osso alveolar. D, tecido conjuntivo subepitelial. E, epitélio oral. F, margem gengival livre. H, princípio fibras gengivais. I, fibras de crista alveolar do ligamento periodontal (PDL). J, fibras horizontais do PDL. K, fibras oblíquas do PDL • “Injúria” é uma ruptura de integridade do tecido; sequência de eventos que resultam na cicatrização; Cicatrização Reparação Regeneração Regeneração Periodontal Processo de reparação ou de regeneração de tecidos lesados, na qual estes não são capazes de se reconstruírem por completo, havendo deposição de tecido fibroso. Ocorre quando as estruturas de suporte encontram-se gravemente lesadas ou em tecidos que não apresentam capacidade regenerativa. Cicatrização de ferida por tecidos que não restituem completamente a arquitetura e função perdidas. Quando os tecidos são capazes de restituir os componentes lesados e retornar ao seu estado normal, reestabelecimento de arquitetura. Formação de novo cemento sobre uma superfície radicular previamente contaminada, associada a um novo ligamento periodontal e osso neoformado. Raspagem e curetagem gengival em bolsas infra-ósseas = ganho de tecido periodontal; • Preenchimento ósseo vem acompanhado de epitélio juncional, mas não vem com cemento nem com ligamento periodontal novos; Epitelização - Migração do epitélio; - O tipo de cicatrização que irá acontecer depende do tipo de célula que primeiro povoa a região afetada; Regeneração do periodonto - Células que repovoam a superfície radicular após cirurgia determinam a natureza da inserção/adesão resultante; Fibras de Sharpay - Como o tecido conjuntivo se insere no cemento? Maria Helena dos Santos/ Estágio II Regeneração Tecidual Guiada (RTG) - Quando há perda extensa de osso alveolar na doença periodontal, a única maneira de recuperar tecido ósseo é a R.T.G., ou seja, guiar a velocidade da reparação das células das estruturas periodontais. - As células do epitélio juncional são as primeiras a se fixar no dente após o tratamento periodontal, sem que apicalmente a elas haja tempo do tecido conjuntivo gengival e ligamento periodontal aderirem-se ao elemento dental raspado (reparação mais lenta do tecido conjuntivo, seguido pelas células ósseas e ligamento periodontal). - Isto provoca uma aderência dita longa do epitélio juncional, passível de lesões mais facilmente do que quando há aderência do tecido conjuntivo apicalmente ao epitélio. - Se o tecido conjuntivo repopular primeiramente a superfície radicular, haverá chances de reabsorção da raiz. Se as células ósseas o fizerem primeiro, poderá haver reabsorção radicular ou anquilose. As membranas de R.T.G. (osteocondutoras) guiam as estruturas na sua fixação ao dente, fazendo com que se restabeleça a anatomia periodontal muito próxima do normal, incluindo a recuperação óssea, pois as células do ligamento periodontal poderiam estabelecer-se inicialmente. Capacidade Regenerativa das Células Ósseas - Ligamento periodontal na região apical (remanescentes de ligamento preservados); - Porção coronária da raiz: anquilose e reabsorção radicular; - Conclusão: tecido derivado de osso não possui células com potencial de produzir nova inserção conjuntiva!!! - Células do epitélio se regeneram mais rápido do que as demais, aderindo à raiz tratada e não permitindo que células do ligamento periodontal promovam a regeneração do periodonto de inserção. Membranas absorvíveis - Membranas de Colágeno, membranas de Ácido Polilático e Poliglicólico, membranas de Monômero de Fibrina e Elastina e membranas de Vicryl (Polyglactin 910). Não-reabsorvíveis: - Membrana de Politetrafluoretileno expandido (e-PTFE) e a membrana de Celulose (filtro de Millipore). Indicações de RTG - Lesões de furca grau II – Molares inferiores; - Defeitos ósseos angulares; - Recessões gengivais
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