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Desenvolvimento físico e cognitivo na adolescência Desenvolvimento físico • As mudanças que anunciam a puberdade começam normalmente aos 8 anos nas meninas e aos 9 anos nos meninos. O processo puberal leva normalmente de 3 a 4 anos para ambos os sexos. Desenvolvimento físico • A puberdade resulta da produção de vários hormônios, nas meninas, os níveis aumentados de FSH levam ao início da menstruação, nos meninos, o LH inicia a secreção de testosterona. • A puberdade é marcada por dois estágios: (1) a ativação das glândulas adrenais e (2) o amadurecimento dos órgãos sexuais alguns anos mais tarde. Desenvolvimento físico • Os caracteres sexuais primários são os órgãos necessários para a reprodução. • Nas mulheres, os órgãos sexuais incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero, o clitóris e vagina. Nos homens, eles incluem os testículos, o pênis, o saco escrotal, as vesículas seminais e a próstata. • Durante a puberdade, esses órgãos aumentam de tamanho e amadurecem. Desenvolvimento físico • Os caracteres sexuais secundários são sinais fisiológicos do amadurecimento sexual que não envolvem diretamente os órgãos sexuais: por exemplo, os seios das meninas e os ombros largos dos meninos. • Outros caracteres sexuais secundários são as alterações na voz e na textura da pele, o desenvolvimento muscular e o crescimento de pelos púbicos, faciais, axilares e corporais. Desenvolvimento físico • O estirão de crescimento das meninas ocorre geralmente dois anos antes que o dos meninos, as meninas entre as idades de 11 e 13 anos. • As meninas normalmente atingem sua altura total aos 15 anos e os meninos aos 17 anos. Desenvolvimento físico O cérebro do adolescente ainda é uma obra em andamento. Mudanças dramáticas nas estruturas cerebrais envolvidas nas emoções, no julgamento, organização do comportamento e autocontrole ocorrem entre a puberdade e o início da vida adulta. Os adolescentes processam informação emocional com a amígdala, enquanto os adultos usam o lobo frontal. Assim, eles tendem a fazer julgamentos menos precisos e menos racionais. Desenvolvimento físico • Os benefícios do exercício regular incluem maior força e resistência, ossos e músculos mais saudáveis, controle do peso, ansiedade e estresse reduzidos, bem como um aumento na autoestima. • Os adolescentes necessitam dormir tanto ou mais do que quando eram menores. • A preocupação com a imagem corporal, principalmente entre as meninas, pode resultar em transtornos da alimentação. Desenvolvimento físico • Maconha, álcool e tabaco são as drogas mais populares entre os adolescentes. Todas envolvem sérios riscos. O uso não médico de medicamentos prescritos ou vendidos sem receita é um problema que está crescendo. • A prevalência de depressão aumenta na adolescência, principalmente entre as meninas. • As causas principais de morte entre adolescentes incluem acidentes de veículo motor, uso de arma de fogo e suicídio. Aspectos do amadurecimento cognitivo • A adolescência diz respeito às transformações psicossociais que acompanham o processo biológico. • No entanto, o início da adolescência pode coincidir ou não com a puberdade. Há casos em que a puberdade antecede a adolescência, quando, por exemplo, um indivíduo tem o corpo completamente desenvolvido, mas ainda pensa e age como criança; ou o contrário, há casos em que a adolescência antecede a puberdade, quando, por exemplo, uma garota sofre intensamente porque já pensa como uma adolescente e se comporta como adolescente, mas seu corpo é de menina. Aspectos do amadurecimento cognitivo • O desenvolvimento cognitivo se caracteriza pelas seguintes mudanças: de esquemas conceituais e operações mentais referentes a objetos e situações concretas para formação de esquemas conceituais abstratos (amor, fantasia, justiça, etc.), realizando com eles operações mentais formais (abstrato, sem necessidade do concreto). Aspectos do amadurecimento cognitivo • Piaget chamou de nível mais alto de desenvolvimento cognitivo o operatório-formal, quando desenvolvem a capacidade de pensar em termos abstratos. • Os adolescentes que alcançam o estágio operatório-formal de Piaget podem utilizar o raciocínio hipotético-dedutivo. Elas podem pensar em termos de possibilidades, lidar com problemas de modo flexível e testar hipóteses. Aspectos do amadurecimento cognitivo • O vocabulário e outros aspectos do desenvolvimento da linguagem, sobretudo aqueles relacionados ao pensamento abstrato, como perspectiva social, são aprimorados na adolescência. Os adolescentes gostam de jogos de palavra e criam seu próprio dialeto. • Também se tornam mais habilidosos em assumir uma perspectiva social, a capacidade de adaptar sua conversa ao nível de conhecimento e ao ponto de vista da outra pessoa. Essa capacidade é essencial para a persuasão e mesmo para conversação educada. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • Uma preocupação central durante a adolescência é a busca da identidade, que tem componentes ocupacionais, sexuais e de valores. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • É uma fase na qual se enfrenta a crise de identidade (consciência que o indivíduo tem de si mesmo). • Construir a identidade implica em formar uma auto imagem e integrar as ideias que se tem sobre si mesmo e os feedbacks que os outros emitem a seu respeito. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • Na busca da construção de sua identidade o adolescente faz uma série de experimentações tentando identificar, quem ele é... • Frequentemente, o adolescente quer experimentar uma série de esportes ou cursos, para depois conseguir definir os mais compatíveis com ele. A escolha vocacional é um dos grandes dilemas do adolescente, pois implica em analisar e inter- relacionar uma série de fatores e, entre inúmeras opções, escolher apenas uma. Este não é um processo fácil e gera muita ansiedade. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • Para Erikson a adolescência é um período de moratória no qual a pessoa necessita de tempo e energia para representar papéis diferentes e viver com auto imagens também diferentes. • O dilema desta fase é identidade versus confusão de papéis. A resolução dessa crise contribui para que o indivíduo desenvolva um senso de auto identidade, de coerência interna. • Por outro lado, aqueles que não conseguem atingir uma identidade coesa, apresentarão uma confusão de papéis. São pessoas que no geral, não sabem quem são, ou o que querem para as próprias vidas. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • A orientação sexual é influenciada por uma interação de fatores biológicos e ambientais. • Devido à falta de aceitação social, o curso da identidade homossexual e do desenvolvimento dos relacionamentos pode variar. • A atividade sexual do adolescente envolve riscos de gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis. Programas de educação sexual abrangentes retardam a iniciação sexual e estimulam o uso de contraceptivos. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • Embora os relacionamentos entre os adolescentes e seus pais nem sempre sejam fáceis, a rebeldia adolescente em ampla escala é incomum. O conflito com os pais tende a ser maior durante o início da adolescência. • Para a maioria dos jovens, a adolescência é uma transição razoavelmente tranquila. Para a minoria que parece ser mais profundamente problemática, pode-se prever uma vida adulta difícil. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • A influência do grupo de pares é mais forte no início da adolescência. A estrutura do grupo de amigos torna-se mais elaborada, envolvendo panelinhas e turmas. • As amizades, especialmente entre as meninas, ficam mais íntimas, estáveis e solidárias na adolescência. • Os relacionamentos amorosos satisfazem a uma série de necessidades e se desenvolvem com a idade e aexperiência. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • A delinquência crônica geralmente origina-se de comportamentos antissociais de início precoce. Ela está associada com a interação de múltiplos fatores de risco, incluindo educação familiar ineficaz, fracasso escolar, influência dos pares e da vizinhança, e nível socioeconômico baixo. • Programas que atacam os fatores de risco desde os primeiros anos de vida têm obtido êxito. Desenvolvimento Psicossocial na Adolescência • A adolescência deve preencher as seguintes condições: ✓estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade de estabelecer relações afetivas estáveis; ✓capacidade de assumir compromissos profissionais e manter-se (independência econômica); ✓aquisição de um sistema de valores pessoais; ✓relação de reciprocidade com a geração precedente (sobretudo com os pais). Desenvolvimento Físico e Cognitivo no Início da Vida Adulta e no Adulto Jovem Desenvolvimento do adulto jovem (de 20 a 40 anos) • Três critérios definem a idade adulta: 1. Aceitar a responsabilidade por si mesma; 2. Tomar decisões independentes; 3. Tornar-se financeiramente independente. Temas centrais da vida de um indivíduo dessa fase são: amor, trabalho e a ética. Desenvolvimento do adulto jovem • Antes da metade do século XX, um homem jovem mal saído do ensino médio normalmente procurava um emprego estável, casava e iniciava uma família. Para uma mulher jovem, o caminho usual para a vida adulta era o casamento. • Hoje, o caminho para a vida adulta é marcado por múltiplas etapas – ingressar na universidade, sair da casa dos pais, casar-se e ter filhos, a ordem e o momento dessas transições variam. Desenvolvimento do adulto jovem • O início da vida adulta é um momento na vida em que os adultos jovens podem descobrir quem são e podem ter uma oportunidade de tentar formas de vida novas e diferentes. • É um período de tempo durante o qual os jovens não são mais adolescentes, mas ainda não se firmaram nos papéis adultos. Desenvolvimento do adulto jovem • Por volta dos 25 anos, há uma diminuição das mudanças fisiológicas, pois as funções do corpo já estão todas desenvolvidas, ou seja, as funções corporais se encontram plenas, a força muscular está no seu ponto máximo, bem como a agudeza sensorial. Desenvolvimento do adulto jovem • O adulto jovem faz parte do grupo mais saudável da população. Por outro lado, as maiores causas de morte nesse período são principalmente acidentes e atos de violência, como homicídios ou suicídios. Desenvolvimento cognitivo do adulto jovem • A maioria dos adultos jovens tem a necessidade de impor-se, expandir-se, com vistas ao êxito, à ascensão social. Portanto, essa fase se caracteriza por um pensamento de natureza mais complexa, em que são feitas as escolhas profissionais e vocacionais. Desenvolvimento cognitivo do adulto jovem • Piaget apresenta o estágio operatório formal (manipulações intelectuais abstratas) descritas como o ápice da realização cognitiva. • Sinnott propõe que nessa fase o indivíduo desenvolve o pensamento pós-formal, como: a capacidade de lidar com incertezas, inconsistências, contradição, imperfeição e o compromisso. Trata-se de um pensamento mais flexível e adaptativo, ou seja, baseia na experiência subjetiva, na intuição e na lógica. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • De acordo com Erikson, no sexto estágio psicossocial, as pessoas vivem o dilema intimidade versus isolamento. Durante esse período o indivíduo estabelece a sua independência e começa a atuar como adulto, assumindo um trabalho produtivo e estabelecendo relacionamentos íntimos e uniões sexuais. • A intimidade pressupõe que o indivíduo possa expressar suas emoções abertamente, sem medo de “se perder no outro”, isto é, sem medo de perder o senso de auto identidade. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • Intimidade diz respeito a capacidade de “entregar a afiliações e associações concretas e de desenvolver força ética necessária para cumprir esses compromissos, mesmo quando eles podem exigir sacrifícios significativos”. • Isolamento não é sinônimo de estar só ou ser solteiro, diz respeito à capacidade de entrega em uma relação. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • Outro eixo central na vida do adulto jovem é o trabalho. Preocupação típica é estabelecer-se profissionalmente, buscar por uma estabilidade profissional, o que também é reforçado pela expectativa social. • O indivíduo nessa fase tende a trabalhar muito, muitas vezes renuncia ao lazer e aos relacionamentos sociais a fim de se dedicar ao trabalho e/ou à carreira. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • O terceiro eixo central é a ética, que acompanha os outros dois. O adulto jovem assume um compromisso com a própria vida e a repercussão de suas ações sobre a vida dos demais, tanto no âmbito do trabalho quanto no afetivo. • Para Erikson, a intimidade é a capacidade de entregar- se a afiliações e associações concretas e de desenvolver a força ética necessária para cumprir esses compromissos, mesmo quando eles podem exigir sacrifícios significativos. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • O percurso da vida adulta é atrelado a uma série de marcadores socioculturais e familiares (casamento, divórcio, nascimento, busca de emprego etc.), que demandam constantes adaptações. • Tais marcadores constroem expectativas em relação ao desenvolvimento, quando a vida adulta não acompanha essa expectativa geralmente há sofrimento por parte do indivíduo. Desenvolvimento psicossocial do adulto jovem • No final dos 30 anos início dos 40 anos há o fenômeno que Levinson denominou “destribalização”, processo em que os adultos, depois de terem aprendido os papéis principais, começam a se libertar dos elementos limitadores, tem-se noção de como atender a vários compromissos e ainda manifestar a própria individualidade. Desenvolvimento físico na meia-idade (de 40 a 65 anos) • Fase que contempla alguns paradoxos, poderá haver uma grande satisfação conjugal e profissional, mas, por outro lado, o declínio físico começa a ficar evidente. • Normalmente, as pessoas na meia-idade apresentam boa forma física, cognitiva e emocional. A forma física e as condições de saúde dependerão da história pregressa do indivíduo. Nessa fase, quanto mais o indivíduo se cuidar do ponto de vista físico, mais se beneficiará. Desenvolvimento físico na meia-idade (de 40 a 65 anos) • Essa fase se caracteriza por uma lenta deterioração das capacidades sensoriais, da saúde, vitalidade e força física. Porém, é preciso destacar que são grandes as diferenças individuais. • O relógio social indica a sensação de maior conhecimento e experiência, maior sensação de controle e escolha, há mais tempo e energia para outros papéis (esposo, esposa, avô, avó), para a aposentadoria. Desenvolvimento físico na meia-idade (de 40 a 65 anos) • A acuidade visual tende a diminuir de forma gradual e ininterrupta; há uma perda gradual de audição (55 anos); diminui a sensibilidade ao gosto e ao cheiro. • A força e a coordenação diminuem gradualmente; há perda de massa muscular, que é substituída por gordura; diminuição de habilidades motoras, respostas e decisões, mas que não resultam necessariamente em pior desempenho porque o conhecimento baseado na experiência pode compensar as mudanças físicas. Desenvolvimento físico na meia-idade (de 40 a 65 anos) • A atividade sexual pode diminuir um pouco entre 40 e 50 anos, devido à monotonia num relacionamento, preocupação com negócios, fadiga, entre outro. • Em função das alterações hormonais, ocorre um lento declínio da excitação sexual. A menopausa aparece como um evento marcante no desenvolvimento físico na meia-idade. Ocorre tipicamente entre 45 e 55 anos. Desenvolvimento físico na meia-idade (de 40 a65 anos) • O climatério masculino tende a iniciar 10 anos mais tarde que do nas mulheres. Cerca de 5% dos homens sentem depressão, fadiga, menor impulso sexual, disfunções eréteis ocasionais e queixas físicas. Temores dos homens na fase intermediária é o câncer de próstata. • As causas desses sintomas podem estar associadas a mudanças hormonais; causas psicológicas e atitudes culturais em relação ao envelhecimento. Desenvolvimento cognitivo na meia-idade (de 40 a 65 anos) • A cognição supera a rigidez em direção à flexibilidade, ou seja, as questões podem ter uma causalidade múltipla e mais que uma solução. Filtram pela sua experiência de vida e aprendizagem prévia. Assim, tendem a ser bons para solucionarem os problemas. • Inteligência cristalizada capacidade de lembrar e usar informações adquiridas durante uma vida inteira. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • Para muitos um período do auge da competência, produtividade e controle. É um momento no qual o indivíduo desenvolveu um grande senso de autoconfiança e autoestima. • Em síntese capacidade mental na fase adulta média pode atingir um nível excelente. Principalmente, as habilidades relativas à área de especialização e à solução de problemas práticos se encontram muito desenvolvidas. • No aspecto neurológico é frequente o início da deterioração das respostas motoras complexas. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • Segundo Erikson, essa é a fase da maturidade, na qual os adultos precisam estar ativamente envolvidos no ensino e na orientação da próxima geração, é a necessidade de sentir-se útil, especialmente em relação às pessoas mais jovens. • Essa necessidade de “sentir-se útil”, que Erikson denominou de generatividade, trata-se de uma preocupação ampla pelos outros, um compromisso para além de si mesmo, com a família, o trabalho, a sociedade e as gerações futuras. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • Quando fracassam na capacidade generativa, elas são tomadas pela estagnação, pelo tédio e pelo empobrecimento interpessoal. Sensação que “ficaram paradas na vida” e, então, passam a buscar compulsivamente uma pseudointimidade, mas ainda assim, permanecem com o sentimento de “vazio”. • Erikson nomeia de sétima crise psicossocial, generatividade versus estagnação. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • A crise da meia-idade é caracterizada por um “balanço de vida”, que é balizado em função da finitude da vida. • Esse é o primeiro momento do ciclo vital em que o indivíduo se depara com a morte enquanto uma possibilidade real. • Alguns amigos da mesma geração morrem; os sinais de envelhecimento são encarados de uma forma realista; algumas metas traçadas no projeto de vida não foram alcançadas e o indivíduo percebe que está na metade da sua vida. É possível mudar, retomar metas, mas existe um tempo e um limite. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • É comum o indivíduo adotar uma postura mais introspectiva a fim de se auto avaliar. O questionamento do sistema de valores que regeu sua existência, os objetivos de trabalho, sociais e econômicos, o uso que fez do seu tempo livre, dedicação à família e amizades, entre outros. • A partir dessa análise, muitos indivíduos reconduzem suas vidas. Por exemplo, é o momento em que algumas pessoas optam por uma segunda carreira, ou voltam a estudar; mudam hábitos de saúde e autocuidado, há muitos casais que se separam, entre outras ações. Desenvolvimento psicossocial na meia-idade (de 40 a 65 anos) • No final desse período, pode ocorrer uma transformação na dinâmica familiar, conhecida como “ninho vazio”, o momento no qual os filhos saem da casa de seus pais e estes têm que se reorganizar frente à nova realidade. • Alguns casais vivem essa fase como uma segunda lua de mel, outros entram em crise pessoal e/ou conjugal, na maioria das vezes, porque o casal não se reconhece na conjugalidade, mantinham-se juntos apenas enquanto um casal parental, quando essa função é esvaziada, não há outro ponto de intersecção. Desenvolvimento na velhice • Há indivíduos com 70 anos que mantêm as questões de meia- idade e outros que aos 60 anos apresentam as características de velhice. • Após 65 anos, se inicia um declínio mais intenso da reserva orgânica, do sistema imunológico e da força muscular. Isto pode desencadear uma grande suscetibilidade às doenças crônicas, agudas, bem como ao câncer e problemas cardíacos. Desenvolvimento na velhice • Classificação da velhice mais significativa é pela idade funcional: • Envelhecimento primário: processo gradual e inevitável de deteriorização corporal que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos. • Envelhecimento secundário: é constituído pela consequência de doença, de abuso e de ausência de uso de medidas preventivas; alimentando-se bem e mantendo-se fisicamente em forma, é possível evitar os efeitos secundários do envelhecimento. Desenvolvimento na velhice • Necessidade de sono tende a diminuir, bem como podem aparecer disfunções sexuais e, por outro lado, as habilidades linguísticas tendem a aumentar até a idade muito avançada. • O sistema nervoso tende a ficar mais lento, devido à perda de substância cerebral, como também há um aumento no tempo de processamento e de reação. Desenvolvimento na velhice • Na velhice a memória mais afetada pela perda é a memória secundária, aquela que recupera um dado vários minutos ou horas depois de ser apresentado às pessoas, e não a memória primária, a qual permite recordar um dado pouco depois de ter sido informado. • Já a memória terciária é completamente preservada, que é a que conserva a informação do acontecido muitos anos antes. Por essa razão, o idoso é capaz de contar histórias do seu passado ricas em detalhes e não é capaz de responder se tomou o seu remédio pela manhã. Desenvolvimento na velhice A grande maioria também tem boa saúde mental. A depressão e muitos problemas, inclusive alguns tipos de demência, podem ser revertidos com tratamento adequado; outras, aquelas ocasionadas pelo mal de Alzheimer, mal de Parkinson ou derrames múltiplos, são irreversíveis. Desenvolvimento cognitivo na velhice • Erikson descreve a velhice com o último estágio psicossocial, o indivíduo se depara com uma opção entre a integridade do ego e o desespero ou a desesperança e a partir dela avaliará a própria vida. Desenvolvimento cognitivo na velhice • Nesta etapa da vida a maioria das pessoas examina, reflita e faça um último “balanço” sobre a própria vida. • Se diante dessa análise, o indivíduo sentir-se satisfeito com a vida que viveu, apresentar um sentimento de realização e satisfação, achando que lidou de maneira adequada com os acertos e erros da vida, pode-se dizer que ele tem a integridade do ego e conquistou a virtude da sabedoria, aceitando o seu lugar e o seu passado. Desenvolvimento cognitivo na velhice • Por outro lado, se o indivíduo se depara com um sentimento de frustração, aborrecido porque perdeu oportunidades e arrependido de erros que não pode corrigir, não há mais tempo para corrigi-los, então há a desesperança. Os indivíduos ficam desgostosos consigo mesmos, ranzinzas, ficam amargos em relação ao que poderiam ter sido, criticam e são intolerantes com as novas gerações. Desenvolvimento cognitivo na velhice • Segundo Erikson, as pessoas idosas precisam fazer mais do que refletir sobre o passado. Elas precisam continuar ativas, participantes vitais, buscando desafios e estímulos no seu ambiente. • É importante que se envolvam com as tarefas concernentes a avós, voltem a estudar e desenvolvam novas habilidades e interesses. O apoio da família é fundamental nesse sentido para que o idoso se sinta útil, feliz e amado. Desenvolvimento cognitivo na velhice • Muitos idosos param de se preocupar com uma série de convençõessociais, com as repercussões do que “pensa, fala, sente e faz” e muitos afirmam que isso é algo permitido nesta idade. • Os relacionamentos sociais são muito importantes para os idosos, embora a frequência do contato social decline na velhice. Em muitos casos, a rede social do idoso fica esgarçada, já que ocorrem muitas perdas e rupturas. “Quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode até ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno voo”. Rubem Alves Morte • Ao nascer, já se morre um pouco quando, por exemplo, a mãe se afasta, é a morte como ausência, perda, separação. • Outras formas de lidar com a morte podem ser os mecanismos de defesa: negação, deslocamento, racionalização. E há pessoas que já estão mortas estando vivas, é a chamada morte em vida. MORTE • Para a criança, definir a morte é algo complexo, porque ao mesmo tempo em que ela percebe o não-movimento, a possibilidade de reversão está presente. • Tal fantasia, também está no imaginário dos jovens e/ou adolescentes que tentam o suicídio, acreditando poder morrer só um pouco. MORTE • Entre 5 e 7 anos a criança entende que a morte é irreversível, que uma pessoa, animal ou flor não voltarão a viver. Morte • À medida que a criança cresce, seus animais, alguns parentes e mesmo os amigos morrem. Na televisão a violência, o sangue e a morte são evidenciados e passa-se a conviver com a ideia de que a morte só ocorre com o outro. • Outro fator presente na infância é o sentimento de culpa pela morte do outro, ao vincular seus desejos à morte de fato. Morte • Para muitos adultos, isso também acontece; mais no plano emocional do que no racional. • Os adolescentes se sentem fortes e distantes da morte. Para eles, a morte dos amigos em acidentes, o uso indevido de drogas, entre outros, representam o fracasso, a fraqueza e a imperícia. No entanto, se nessa fase ela parece estar tão distante, eles a desafiam constantemente. Morte • Na fase adulta, alguns motivos de morte são os ataques cardíacos fulminantes e, na fase seguinte, no balanço de ganhos e perdas, emerge a possibilidade de “minha morte”, que neste momento pode engendrar a ressignificação da vida. • Na terceira idade, a morte surge com as perdas corporais, financeiras e separações. Morte • Se por um lado, a morte se associa com sentimentos como dor, tristeza, medo, perda, ruptura e interrupção, por outro lado, permite que a pessoa entre em contato como a sua potência, capacidade de amar, de se vincular e estar vivo. • A Morte do Outro representa a possibilidade de evasão, liberação, fuga, mas também a ruptura insuportável e a separação. Morte A morte pode aparecer também, quando surge diminuição das funções, dificuldade para a realização de atividades ou interrupção de carreira. A morte social pode ser vivida a partir do afastamento dos amigos que por não saberem conviver com uma determinada limitação, se afastam. A hospitalização, por si só, pode ser sentida como uma morte ligada ao afastamento da casa, da família, e sentida como uma invasão de privacidade e solidão. • A vida é permeada por muitas mortes, a morte de um ente, outras mortes em vida, como separações, doenças, situações limite, transição das diferentes fases do ciclo vital e eventos específicos, como viagens, casamento, nascimento de filho, mudança de emprego, entre outros. • Se por um lado a morte se associa com sentimentos como dor, tristeza, medo, perda, ruptura, por outro permite que a pessoa entre em contato com a sua potência, capacidade de amar, de se vincular e estar vivo... LUTO • O Luto é entendido como um processo que congrega uma série de reações diante de uma perda. • Segundo Bowlby o processo de luto contempla quatro fases. Na primeira fase, o enlutado vive uma sensação de entorpecimento diante da notícia da perda, que pode ser acompanhado de tensão, raiva ou pânico. Chama-se fase de choque. LUTO Em seguida, pode ocorrer ao enlutado que tudo é uma ilusão ou um pesadelo. O enlutado fica à procura da figura perdida. A pessoa tem a “sensação” de que o morto pode voltar, ou de que “tudo não passou de um sonho”, porque há um anseio por reencontrar a pessoa morta, é a fase de saudade e busca da figura perdida. LUTO • Na fase de desorganização e desespero, o enlutado se depara, ou constata com a perda como definitiva, emerge o desespero de sobreviver sem a pessoa perdida. LUTO • A última fase de “alguma organização”, o enlutado aceita a perda e se conscientiza da necessidade de reconstrução e continuidade de sua vida. Geralmente, há uma diminuição da depressão e da desesperança, um investimento afetivo na vida, e muitas vezes as pessoas precisam fazer adaptações, como, por exemplo, aprender ou desenvolver novas habilidades que antes eram exercidas pela pessoa que morreu. LUTO • Segundo Kovács, durante o período de elaboração do luto podem ocorrer distúrbios alimentares ou de sono. Um número grande de enlutados apresenta quadros somáticos e doenças graves depois do luto. O tempo de luto é variável e em alguns casos podem durar anos, em outros, nunca termina. • De acordo com Bowlby, um luto torna-se patológico quando há dificuldade de expressar abertamente todos os sentimentos envolvidos na situação de perda e quando a pessoa manifesta as características do enlutamento de forma prolongada e severa. LUTO • De acordo com Kovács a criança sofre influências do processo de luto dos adultos e também do nível de informação que a criança recebe. • Informações sonegadas e confusas, atrapalham o processo de luto. Respostas que camuflam a morte, dificulta a elaboração da perda, porque a criança vai esperar a volta do morto. LUTO • A criança passa pelas mesmas fases do luto que o adulto, isto é possível, desde que ela esteja de posse dos esclarecimentos de que necessita e que devem ser fornecidos levando-se em conta o seu nível cognitivo e sua capacidade de compreensão. • A continência e apoio são extremamente importantes. LUTO • Na separação dos casais, uma das maiores dificuldades é elaborar o divórcio emocional, ou seja, é preciso matar o outro dentro de si e aceitar que se morreu dentro do outro. Envolve vários sentimentos ambivalentes como, amor e ódio. Nesses casos, há também uma série de outras mortes presentes e lutos a serem elaborados, como: alteração no padrão social e econômico, eventuais mudanças de residência, alterações nas redes sociais e de identidade, entre outros. Pense mais!!! • http://www.4estacoes.com • http://www.lemipusp.com.br • https://www.prestarcuidados.com.br • https://www.paliar.com.br http://www.4estacoes.com/ http://www.lemipusp.com.br/ https://www.prestarcuidados.com.br/
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