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CAPÍTULO 5 1. INTEGRAL DEFINIDA O problema da área Dada uma função f contínua e não negativa em um intervalo [a, b], encontre a área da região gerada entre o gráfico de f e o intervalo [a, b] no eixo x. Método dos retângulos Uma abordagem ao problema da área, utilizando a ideia da exasutão de Arquimedes é a utilização de retângulos na determinação da região abaixo da função f. Considere as seguintes ações: • Divida o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais e em cada um deles construir um retângulo que se estende desde o eixo x até algum ponto de y = f(x) acima do subintervalo. • Para cada n, a área total dos retângulos pode ser vista como um aproximação da área exata sob a curva acima do intervalo [a, b]. É facilmente percebido que à medida qua n cresce as aproximações ficam cada vez melhores. Portanto, se A é a área exata sob a curva e An é a aproximação da área usando n retângulos, então n n A limA +→ = . Se subdividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais, então temos que a medida da base de cada retângulo será b a x n − = . Construindo os retângulos de tal modo que 1( )f c seja a altura do retângulo no 1º subintervalo, 2( )f c seja a altura do retângulo no 2º subintervalo, e assim por diante, até que ( )nf c seja a altura do retângulo no n-ésimo subintervalo, então temos os retângulos com áreas equivalentes a 1( )f c x , 2( )f c x , ..., ( )nf c x . A união dos n retângulos forma uma região Rn que pode ser considerada como uma aproximação da área A da região R, ou seja: 1 2( ) ( ) ( )nA f c x f c x f c x= + + . Tal notação pode ser representada mais adequadamente por um somatório, a saber: 1 ( ) n i i A f c x = = . É possível que não seja conveniente subdividir a região abaixo da curva que desejamos calcular a área em retângulos de mesmo comprimento. Consideremos que, nesse caso, uma das partições seja maior ou igual a outra, como sugere a figura abaixo: A soma das áreas dos n retângulos, que representamos por Sn, é dada por: An = f(c1)x1 + f(c2)x2 + ... + f(cn)xn = 1 ( ) n i i i f c x = . Esta soma é chamada soma de Riemann da função f(x). Podemos observar que a medida que n cresce muito e cada xi , i = 1, 2, ..., n, torna- se muito pequeno, a soma das áreas retangulares aproxima-se do que intuitivamente entendemos como área de A. Portanto, se y = f(x) é uma função contínua, não-negativa em [a,b], a área sob a curva y = f(x), de a até b, é definida por 0 1 lim ( ) i n i i máx x i A f c x → = = onde para cada i = 1, 2, ..., n, ci é um ponto arbitrário do intervalo [xi –1, xi]. Integral Definida A integral definida está associada ao limite da definição acima. Ela nasceu com a formalização matemática dos problemas de áreas. Se f está definida em um intervalo fechado [a,b] e o limite de uma soma de Riemann de f existe, dizemos que f é integrável em [a,b] e denotamos o limite por 0 1 lim ( ) ( ) i bn i i máx x i a A f c x f x dx → = = = . O limite é a integral definida de f de a até b. O número a é o limite inferior de integração e b é o limite superior. É importante observar que integrais definidas e integrais indefinidas são coisas diferentes. Uma integral definida é um número, enquanto uma integral indefinida é uma função ou uma família de funções. Uma condição suficiente para que f seja integrável em [a,b] é dada no teorema abaixo. Teorema: Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a,b], então f é integrável em [a,b]. Propriedades da Integral Definida • Se f é integrável nos três intervalos determinados por a, b e c , então: ( ) ( ) ( ) b c b a a c f x dx f x dx f x dx= + . • Se f e g são integráveis em [a,b] e k é uma constante, então as seguintes propriedades são verdadeiras: (a) ( ) ( ) b b a a kf x dx k f x dx= (b) ( ) ( ) ( ) ( ) b b b a a a f x g x dx f x dx g x dx = . • Se f e g são contínuas no intervalo [a,b] e 0 ( ) ( )f x g x para bxa , então as seguintes propriedades são verdadeiras: (a) 0 ( ) b a f x dx (b) ( ) ( ) b b a a f x dx g x dx . Teorema Fundamental do Cálculo Seja f uma função contínua e não negativa em um intervalo [a, b]. Nesse caso, a área A sob o gráfico de f e acima do intervalo [a, b] é representada por: ( ) b a A f x dx= . Sabemos que: • '( ) ( )A x f x= • ( ) 0A a = A área sob a curva de a até a é a área acima de um único ponto e, portanto, é zero. • ( )A b A= A área sob a curva de a até b é A. Teorema: Se f for contínua em [a, b] e F for uma antiderivada de f em [a, b], então: ( ) ( ) ( ) b a f x dx F b F a= − . Temos agora uma maneira de calcular a integral definida desde que possamos encontrar uma antiderivada de f. Ao aplicar este teorema, a notação ( ) ( ) ( ) ( ) b b a a f x dx F x F b F a= = − é bastante útil. Finalmente, observamos que a constante de integração C pode ser retirada da antiderivada, já que ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) b b a a f x dx F x C F b C F a C F b F a= + = + − + = − . Exemplos: 1) Determine a área da região abaixo através do conceito de integral definida. Após, compare com o valor da área obtida através das fórmulas de geometria. 2) Calcule 2 0 ( 1)x dx− e 1 0 ( 1)x dx− . 3) Determine 2 4 1 dx x − − 4) Calcular a área da região limitada pelas curvas 2 , 0, 2, 0y x x x y= − = = = . 5) Calcule a área da região compreendida entre as curvas 2y x= e 2y x= − . 6) Calcule 1 2 0 (3 5 ) dx x− . 7) Determine a área total entre a curva 21y x= − e o eixo x sobre o intervalo [0, 2]. EXERCÍCIOS: Lista 6: Integral definida Esboce a região cuja área com sinal é representada pela integral definida e calcule a integral usando uma fórmula apropriada de Geometria onde for necessário. 1) (a) 4 1 xdx − = (b) 5 0 2dx = (c) 0 cos ( )x dx = (d) 2 1 |2 3|x dx − − = 2) Em cada parte, calcule a integral, sabendo que | 2 | , se 0 ( ) 2 , se 0 x x f x x − = . (a) 0 2 ( )f x dx − = (b) 2 2 ( )f x dx − = (c) 6 0 ( )f x dx = (d) 6 4 ( )f x dx − = 3) Obtenha 2 1 [ ( ) 2g( )]f x x dx − + se 2 1 ( ) 5f x dx − = e 2 1 g( ) 3x dx − = − . 4) Determine: (a) 3 1 (4 5 ) dx x − − = (b) ( ) 1 2 0 2 1x x dx+ − = 5) Calcule as integrais definidas: (a) 1 2 2 ( 6 12)x x dx − − + = (b) 4 2 1 4 dx x = (c) 9 4 2x xdx = (d) / 2 / 2 sen( )d − = (e) / 4 / 4 cos( )d − = (f) 3 ln 2 5 xe dx = (g) 1/ 2 2 0 1- dx x = (h) 2 2 2 1 dx x x = − (i) 4 1 1 3 t dt t − = (j) / 2 2 / 6 2 sen ( ) x dx x + = 6) Encontre a área abaixo da curva 2 1y x= + e acima do intervalo [0, 3]. Faça um esboço da região. 7) Encontre a área abaixo da curva 3 ( )y sen x= e acima do intervalo [0, 2/3]. Faça um esboço da região. 8) Esboce a curva e encontre a área total entre a curva e o intervalo dado do eixo x. (a) 2y x x= − [0, 2] (b) 1 xy e= − [-1, 1] Respostas: 1. (a) (b) (c) (d) 2. (a) 4 (b) 6 (c) 10 (d) 18 3. 2 1 [ ( ) 2g( )]f x x dx − + = -14. (a) -4 (b) 1 2 + 5. (a) 48 (b) 3 (c) 5 844 (d) 0 (e) 2 (f) 35 10e − (g) 4 (h) 12 (i) -12 (j) 2 2 3 9 + 6. 7. 8. (a) (b)
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