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CONHECIMENTOS BANCARIOS E ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

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Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
Aula 00 - Estrutura do Sistema 
Financeiro Nacional. CMN. Bacen. 
 
Conhecimentos Bancários & Atualidades do 
Mercado Financeiro para o Banco do Brasil 
 
Prof. Felipe Pacheco 
Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
Sumário 
SUMÁRIO 2 
APRESENTAÇÃO 3 
METODOLOGIA UTILIZADA 4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 4 
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 6 
O que é o Sistema Financeiro Nacional? 6 
A Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 9 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL 13 
OBJETIVOS 13 
COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS 15 
Lei nº 4.595/1964 15 
Lei nº 6.385/1976 20 
Lei nº 9.069/1995 21 
Decreto nº 3.088/1999 25 
BANCO CENTRAL DO BRASIL 28 
BANCO EMISSOR 29 
EXECUTOR DA POLÍTICA MONETÁRIA 30 
Instrumentos Clássicos de Política Monetária 31 
EXECUTOR DA POLÍTICA CAMBIAL 34 
BANQUEIRO DO GOVERNO 35 
SUPERVISOR DO SISTEMA FINANCEIRO 35 
OUTRAS ATRIBUIÇÕES 37 
QUESTÕES COMENTADAS 40 
LISTA DAS QUESTÕES 53 
GABARITO 61 
RESUMO DIRECIONADO 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
Apresentação 
Olá amigo(a)! Tudo certo? Seja bem-vindo(a) ao nosso curso de Conhecimentos Bancários & Atualidades 
do Mercado Financeiro para o Banco do Brasil! 
O concurso para o cargo de escriturário do Banco do Brasil é uma oportunidade única. Um cargo de nível 
médio, bem remunerado, com carga horária reduzida e diversos benefícios. 
É uma chance excelente, tanto para aqueles que pretendem construir uma carreira no banco, quanto para os 
que enxergam nesse concurso uma chance de conseguir emprego e remuneração estáveis, o que certamente lhe 
permitirá alçar novos voos. 
Gosto de ressaltar isso, pois o concurso do Banco do Brasil pode ser adequado para aqueles que estão 
iniciando no mundo dos concursos e, também, pode ser a salvação para os que já estão na luta há algum tempo e 
ainda não conseguiram a aprovação no cargo desejado. O BB pode representar aquele alívio, aquela segurança 
necessária para ir em frente! 
Afinal, é um cargo com um salário respeitável na nossa conjuntura social e econômica, de apenas 30 horas 
semanais de trabalho, e com direito a participação nos lucros, auxílios alimentação e refeição bem generosos, um 
excelente plano de saúde e previdência privada. 
Então, anime-se! Juntos, conheceremos os conceitos, as características e o funcionamento do Sistema 
Financeiro Nacional. Entraremos em contato com um mundo superinteressante e que, mesmo sem você perceber, 
já faz parte da vida sua vida o tempo todo! 
Bem, antes de iniciar, vou me apresentar. Meu nome é Luís Felipe 
Pacheco. Sou formado em Administração pela Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (UFRJ) e Especialista em Políticas Públicas e Gestão 
Governamental pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). 
Atualmente sou graduando em Ciências Jurídicas pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
Sou Auditor do Estado na SEFAZ-RS desde 2014. Iniciei minha vida 
profissional no mercado financeiro, e me tornei servidor público em 1998. 
Ocupei os cargos de Analista do Banco Central, Analista de Mercado de 
Capitais da Comissão de Valores Mobiliários - CVM e Especialista em 
Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG, no Ministério do Planejamento. 
Além desses, fui aprovado em diversos outros concursos (AFFC/STN, Especialista em Regulação/Ancine, 
Administrador/Petrobras, Controlador Municipal/Cuiabá etc.). 
Ou seja, sou um concurseiro convicto, e com muito orgulho! E vou te dizer: a jornada é árdua, mas vale cada 
segundo de esforço, de dedicação, de sacrifício. A sua luta é pela aprovação. Mas essa é uma luta em que você já 
entra sendo um vencedor. 
Sabe por quê? Porque não há maior patrimônio do que o conhecimento. E cada minuto seu assistindo uma 
aula ou debruçado sobre o PDF estará te enriquecendo. Esse patrimônio ninguém nunca irá te tirar. E, ao final, 
você verá, nada se compara a sensação de ser aprovado, de ver seu nome na lista, de conquistar sua vaga! Ela vale 
cada sacrifício superado ao longo do caminho. Estaremos juntos nessa, do início até a vitória! 
Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
Bem, e como faremos isso? 
Metodologia utilizada 
Esse curso está baseado no conteúdo programático cobrado no último edital para o cargo de escriturário do 
Banco do Brasil, organizado pela Fundação Cesgranrio em 2018. 
Você terá um curso completo, que abrangerá todo o conteúdo de Conhecimentos Bancários e de Atualidades 
do Mercado Financeiro exigido naquele edital. 
Quando o conhecimento de alguma legislação for recomendável, reproduzirei no texto da aula aquilo que 
você precisará saber. A ideia, portanto, é que esse seja seu único material de leitura para o estudo de 
Conhecimentos Bancários. E há um motivo para isso. O sistema financeiro possui uma infinidade de leis e 
normativos que o regulam. Alterações ocorrem o tempo todo. Além disso, muitas vezes uma legislação 
superveniente (editada posteriormente) altera ou revoga tacitamente (implicitamente) alguma disposição 
anterior, que nem sempre tem seu texto atualizado. Por isso, evite estudar pela “lei seca”. 
Enfim, trarei aqui, para você, tudo aquilo que é necessário para a sua aprovação, sempre privilegiando uma 
linguagem fácil e acessível, que facilite o seu aprendizado. 
A cada aula, você terá sempre contato com a teoria e, na sequência, com muitas, muitas questões. 
Trabalharemos exclusivamente com questões elaboradas pela Cesgranrio, que vem sendo a banca organizadora 
dos concursos do BB nos últimos anos. 
Atenção: é fundamental que você resolva as questões trazidas em cada uma das aulas. Para utilizar uma frase 
usual no mercado financeiro, não existe almoço grátis! É a resolução das questões que te permitirá esclarecer 
dúvidas e aprimorar seu aprendizado. A prática é o que te levará a aprovação! 
Ah! Você também me encontra no Instagram, onde estou sempre colocando dicas para a sua preparação. 
Pode me procurar por lá! 
@prof.felipepacheco 
Bem, vamos conhecer nosso conteúdo programático? 
Conteúdo Programático 
Com base no conteúdo cobrado pelo Edital nº 01 – 2018/001 BB, de 06 de março de 2018, abordaremos os 
seguintes tópicos: 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; 
COPOM – Comitê de Política Monetária. Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários. Produtos 
Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de 
poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros. Noções de Mercado de capitais. Noções de 
Mercado Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas. Garantias do Sistema Financeiro 
Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias. Crime de lavagem de 
dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas 
alterações, Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen 3.542/12. Autorregulação Bancária. 
Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO: Sistema Financeiro Nacional. Dinâmica do mercado. Mercado 
bancário. 
Nós dividiremos o estudo desse conteúdo da seguinte forma: 
Aula Título da Aula Conteúdo 
00 Estrutura do Sistema 
Financeiro Nacional. CMN. 
Bacen. 
Estrutura do Sistema Financeiro 
Nacional: Conselho MonetárioNacional. 
Banco Central do Brasil. 
01 COPOM & CVM Estrutura do Sistema Financeiro 
Nacional: COPOM – Comitê de Política 
Monetária. Comissão de Valores 
Mobiliários. 
02 Produtos bancários Produtos Bancários: noções de 
cartões de crédito e débito, crédito direto 
ao consumidor, crédito rural, caderneta 
de poupança 
03 Investimentos Produtos Bancários: investimentos. 
04 Capitalização, 
previdência e seguros 
Produtos Bancários: capitalização, 
previdência e seguros. 
05 Mercado de capitais Noções de mercado de capitais. 
06 Mercado de câmbio Noções de mercado de câmbio: 
instituições autorizadas a operar e 
operações básicas. 
07 Garantias Garantias do Sistema Financeiro 
Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; 
alienação fiduciária; hipoteca; fianças 
bancárias. 
08 Prevenção e combate ao 
crime de lavagem de dinheiro 
Crime de lavagem de dinheiro: 
conceito e etapas. Prevenção e combate 
ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 
9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen 
3.461/2009 e suas alterações e Carta-
Circular Bacen 3.542/12. 
09 Autorregulação Bancária Autorregulação Bancária. 
Prof. Felipe Pacheco 
 Aula 00 
 
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Conhecimentos Bancários & Atualidades do Mercado Financeiro para o BB 
Aula Título da Aula Conteúdo 
10 Atualidades do Mercado 
Financeiro 
Sistema Financeiro Nacional. 
Dinâmica do mercado. Mercado bancário. 
 
Então, vamos dar início à nossa boa luta! Daqui para frente é foco, disciplina e determinação! 
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
A estrutura base do Sistema Financeiro Nacional – SFN está prevista na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 
1964. Foi essa lei que, ao apagar das luzes de 1964, criou o Conselho Monetário Nacional – CMN, e o Banco Central 
do Brasil – BC, BCB ou Bacen, como preferirem. 
Veja, portanto, que a atual estrutura de nosso sistema financeiro é relativamente jovem, tem apenas 54 
aninhos. A moeda comemorativa dos 50 anos do BC, de R$ 1,00, foi lançada em 2015, e ainda circula por aí, você 
já deve ter visto! 
Logicamente que, apesar do curto período de tempo, muita coisa mudou de lá para cá. A tecnologia, a 
estabilização da moeda, o surgimento de novos produtos, a alteração no relacionamento entre as instituições 
financeiras e o consumidor bancário... enfim, diversos fatores alteraram profundamente a forma de atuar do 
sistema financeiro, e isso gerou impactos diversos na normatização de suas operações e na forma de atuar de suas 
instituições. 
Essas alterações quase sempre ocorreram e ainda ocorrem de forma paulatina e espaçada, dificultando o 
estudo diretamente pela chamada “lei seca”, que muitas vezes não está devidamente “atualizada” em relação a 
alterações feitas em outras legislações. Por isso, como já disse, vamos concentrar o estudo de Conhecimentos 
Bancários apenas nesse material, em que trarei sempre a versão mais atualizada do conteúdo programático. 
O que é o Sistema Financeiro Nacional? 
É o conjunto de entidades e instituições que tem por função principal promover a intermediação 
financeira, utilizando-se de diferentes instrumentos financeiros para possibilitar a transferência de recursos 
entre agentes econômicos (pessoas, empresas e governo) superavitários (os credores, investidores, poupadores) 
e deficitários (os tomadores de recursos, de crédito). 
Para compreender melhor, é importante que você tenha clareza sobre a diferença entre as operações ativas 
e as operações passivas de uma instituição financeira. 
Operações ativas são aquelas em que as instituições financeiras emprestam recursos aos agentes 
econômicos deficitários, os tomadores de recursos. 
São chamadas de operações ativas pois representam ativos da instituição, um crédito a receber. 
Faz todo sentido, porque se o banco me empresta dinheiro, eu, que sou o tomador de recursos, passo a ter 
uma dívida, um passivo, uma obrigação com o banco. Eu sou o devedor. 
Já ele, banco, passa a ter um direito, um crédito a receber de mim, portanto um ativo para ele, que é o credor. 
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OPERAÇÕES ATIVAS (Aplicação de Recursos) 
 
 
 TOMADOR DE RECURSOS 
 Agente Econômico Deficitário 
 
Já nas operações passivas ocorre o contrário. Nelas, as instituições financeiras captam recursos dos agentes 
econômicos superavitários, os doadores de recursos. 
São chamadas de operações passivas pois representam passivos da instituição, uma obrigação. 
Nesse caso, como eu apliquei meu dinheiro no banco, eu sou o doador dos recursos, e passo a ter um crédito, 
um ativo, um direito perante o banco. Eu sou o credor. 
OPERAÇÕES PASSIVAS (Captação de Recursos) 
 
 
 
 DOADOR DE RECURSOS 
 Agente Econômico Superavitário 
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Ao juntarmos as duas operações em uma só figura, teremos então a visão do papel institucional das 
instituições financeiras, que atuam na promoção da intermediação financeira. 
 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
 
 
 
 DOADOR DE RECURSOS TOMADOR DE RECURSOS 
Agente Econômico Superavitário Agente Econômico Deficitário 
 
Essa explicação é importante para que você possa, daqui por diante, identificar quando um produto ou 
serviço de uma instituição financeira representa uma operação ativa ou uma operação passiva. 
Dito isto, vamos adiante. 
A intermediação financeira é a função principal do SFN, mas não é a única. É lógico que os bancos e demais 
operadores do sistema exercem inúmeras outras funções hoje - muito por conta de todo o avanço e das facilidades 
surgidas nos últimos tempos. 
A Constituição Federal de 1988 trouxe o artigo 192, em que define que o Sistema Financeiro Nacional será 
estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, 
em todas as partes que o compõem. 
CAPÍTULO IV 
 
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado 
do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as 
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a 
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. 
‘’ 
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A CF trouxe, portanto, uma função social ao SFN - promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir 
aos interesses da coletividade - que está diretamente ligada a uma adequada intermediação financeira, que 
certamente propicia desenvolvimento, geração de emprego e de renda. 
Mas como ocorre, na prática, a tal “intermediação financeira”? 
Vamos simplificar: quando você exagera nas compras de Natal e falta grana para pagar as contas em janeiro, 
ou quando resolve que mesmo sem grana não vai ficar em casa no carnaval nem que a vaca tussa, o que você faz? 
Não vem me dizer que pede dinheiro emprestado para o cunhado ou para sogra que aí não vale... normalmente, 
vai no banco e pega um empréstimo né? 
Todos nós, pessoas físicas, empresas, governos, somos agentes econômicos. Nessa situação acima, você era 
um agente econômico deficitário ou tomador de recursos. E você recorreu ao SFN para obter recursos que outro 
agente econômico entregou aos cuidados de alguma instituição financeira, em troca de uma remuneração oriunda 
da aplicação de uma taxa de juros sobre o capital entregue. Esse era o agente econômico superavitárioou doador 
de recursos. 
Ou seja, o que o sistema financeiro faz é possibilitar que aqueles que precisam de recursos consigam 
acesso aos recursos daqueles que os tem em excesso. Isso é a intermediação financeira. 
Só que essa intermediação não pode ser feita assim, de qualquer jeito, por qualquer um. Afinal, estamos 
lidando com dinheiro, e sabemos como isso complica as coisas... então, há a necessidade de que exista uma 
estrutura bem definida, normatizada e regulada para tocar essa engrenagem, para fazer essa roda girar. 
Essa estrutura é a própria estrutura do Sistema Financeiro Nacional, que você conhecerá a seguir. 
A Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
Nós podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional em três níveis de atuação. No primeiro nível, temos os 
órgãos normativos. São eles que definem o regramento geral a ser seguido pelo mercado. Porém, importante 
entender que não se tratam de órgãos executores, não possuem uma estrutura física nem servidores de quadro 
próprio. Eles apenas ditam as regras. 
Veremos que, na realidade, todos esses órgãos normativos são Conselhos, colegiados compostos por 
diferentes autoridades ligadas ao setor de mercado que se pretende normatizar e regular, e que se reúnem 
periodicamente. 
No segundo nível, temos as entidades supervisoras. São autarquias federais que cumprem e fazem cumprir 
aquele regramento estabelecido pelos órgãos normativos. 
Por fim, tempos os operadores. São as instituições financeiras, públicas e privadas, que atuam nos diversos 
ramos do SFN promovendo a intermediação financeira e oferecendo produtos e serviços aos seus consumidores. 
Vamos fazer um paralelo para tentar simplificar o entendimento. Pense em uma empresa qualquer, um 
comércio por exemplo, ok? Aquela loja em que você vai comprar a roupa para arrasar no primeiro dia de trabalho, 
por exemplo. 
 
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Vamos imaginar a loja tenha a seguinte estrutura organizacional: 
 
 
Vários comércios possuem uma estrutura parecida, não é? Há um dono (o “patrão”), que diz como as coisas 
devem funcionar; um gerente, que cuida para que as coisas saiam como o patrão quer; e os demais funcionários, 
que executam o trabalho propriamente dito. 
Pois é, guarde isso na sua memória. Isso vai te ajudar a entender os papéis de cada um dos órgãos e 
instituições do SFN, e vai te auxiliar na resolução de questões na sua prova. 
Como assim professor? Pense da seguinte forma: Os órgãos normativos são os donos, os “patrões” do SFN. 
Eles ditam as regras, dizem como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode ser feito. Como 
já foi dito, não são entidades, pois não possuem uma estrutura e quadro próprio de servidores. São Conselhos, 
órgãos formados por diferentes autoridades que se reúnem periodicamente para elaborar o regramento de suas 
áreas de competência. Como não são órgãos executivos, não costumam executar tarefas, apenas dizem como elas 
devem ser feitas. São como os patrões, só dão ordens! 
Já os supervisores – o segundo nível - são os “gerentões”. Eles trabalham zelando para que os operadores 
cumpram o que foi determinado pelos órgãos normativos, tomam conta de sua atuação. São órgãos executivos e 
fiscalizadores. Como os gerentes, eles ficam de olho no que os operadores fazem! 
E os operadores são os vendedores, os que estão na frente da loja! Eles querem vender seus produtos e 
serviços, querem faturar atendendo as demandas de seus clientes. 
É isso. Parece simples, e é mesmo! Se você guardar isso, vai ver que sua compreensão vai ficar bem mais fácil 
e, por consequência, as questões da prova também. Se dá para facilitar, não vamos complicar! O importante é 
entender o conteúdo e mandar bem na prova. 
Agora, veja como o próprio Banco Central, em seu site, define a organização e a estrutura do SFN: 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem 
a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema 
financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas 
dívidas e realizam seus investimentos. 
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos 
determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham 
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para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os 
operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários. 
Tranquilo não? Então vamos adiante. Vamos ver como os diversos segmentos do SFN estão organizados. A 
figura a seguir é a forma pela qual o Banco Central demonstra a organização do SFN. 
 
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM. 
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme 
diretrizes estabelecidas pelo CMN. 
 
Perceba que, no primeiro nível, temos 3 órgãos normativos: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 
Cada um desses conselhos determina as regras gerais (diretrizes) dos mercados sob sua responsabilidade. Vamos 
a eles: 
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Conselho Monetário Nacional - O CMN define as regras para os mercados monetário, de crédito, de câmbio 
e de capitais. É responsável por fixar as diretrizes e normas das políticas monetária, creditícia e cambial. 
Conselho Nacional de Seguros Privados - O CNSP fixa as diretrizes e normas para os mercado de seguros 
privados, que abrange os setores de seguros, resseguros, capitalização e previdência complementar aberta. 
Conselho Nacional de Previdência Complementar - O CNPC é órgão normativo que regula regimes de 
previdência complementar operados por entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos 
de pensão. 
Fique atento: órgãos normativos são sempre Conselhos! 
No segundo nível, abaixo dos órgãos normativos, estão os supervisores, também chamados de entidades 
supervisoras. São as entidades que atuam de forma preventiva e reativa para o cumprimento das regras emitidas 
pelos órgãos normativos. São elas: o Banco Central do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a 
Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(Previc). 
No último e terceiro nível vemos os operadores do SFN. Essas são as instituições - públicas e privadas - que 
executam a intermediação financeira, atuando diretamente com o público. São bancos comerciais, a Caixa 
Econômica, bancos de investimento, sociedades de arrendamento mercantil, corretoras e distribuidoras de títulos 
e valores mobiliários etc. 
 
(CESPE/CAIXA/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Na atual estrutura do Sistema Financeiro Nacional, considera-
se como órgão normativo (ADAPTADA) 
a) o BACEN. 
b) a CVM. 
c) a Superintendência de Seguros Privados. 
d) a Superintendência Nacional de Previdência Complementar. 
e) CMN. 
 
COMENTÁRIO 
Como acabamos de ver, são 3 os órgãos normativos do SFN -os “patrões”, os “donos” do pedaço, aqueles que 
ditam as regras, que dizem como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode ser feito: O CMN, 
o CNSP e o CNPC. 
Bacen, CVM, Susep e Previc são supervisores, são os “gerentões” do SFN, cada qual atuando nos mercados que 
estão sob sua responsabilidade. 
Lembre-se: órgãos normativos são sempreConselhos. Só com essa lembrança você já mataria a questão. 
Dentre as opções, portanto, só a letra e atende ao comando da questão. 
GABARITO: E 
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Bem, dentre os órgãos normativos, nosso conteúdo abrange apenas o Conselho Monetário Nacional – CMN. 
Então, vamos a ele!!! 
Conselho Monetário Nacional 
O Conselho Monetário Nacional – CMN é o principal órgão normativo do SFN, e tem, conforme previsto no 
artigo 2º da Lei nº 4.595/1964, a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o 
progresso econômico e social do País. 
É responsável pelas diretrizes e normas das políticas monetária, creditícia e cambial. 
É o CMN, portanto, que coordena a política macroeconômica do governo. 
Objetivos 
A seguir, vamos analisar cada um dos objetivos do CMN, conforme dispostos no artigo 3º da Lei nº 
4.595/1964: 
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu processo 
de desenvolvimento; 
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou 
deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de 
fenômenos conjunturais; 
De forma simplificada, podemos dizer que meios de pagamento são os recursos financeiros – o dinheiro em 
espécie na sua carteira e o saldo da sua conta-corrente - que estão à disposição do setor não-bancário (pessoas 
físicas, empresas, órgãos governamentais). Essa é, na verdade, a definição do M1, o agregado monetário 
representado pelo somatório do papel moeda em poder do público + depósitos à vista. 
Cabe ao CMN fazer com que o volume de recursos financeiros disponíveis ao público esteja adequado às 
necessidades da economia: nem tanto dinheiro em circulação, que faça com que a moeda perca valor e cause 
inflação; e nem tão pouco, que faça com que a moeda se valorize demais, diminuindo o consumo e causando 
recessão, por exemplo. Dessa forma, ele poderá regular o valor interno da moeda. 
E como CMN faz isso? Formulando, disciplinando e coordenando a política monetária, que será executada 
pelo Banco Central. 
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a 
melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; 
Quando se fala em valor externo da moeda, estamos nos referindo à taxa de câmbio, ou seja, ao valor do real 
frente às demais moedas. Esse valor impacta diretamente na nossa capacidade de comprar produtos fabricados 
em outros países (importar) e de vendar os nossos produtos para outras nações (exportar). 
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Caso o real esteja “barato” (desvalorizado), conseguimos exportar nossos produtos com mais facilidade, mas 
enfrentamos dificuldades para importar. Com o real “caro” (valorizado), ocorre o inverso. 
O ideal então é a busca pelo equilíbrio que melhor beneficie nossa economia. Novamente, o papel do CMN 
será formular, disciplinar e coordenar a política cambial, que será executada pelo Banco Central. 
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em 
vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da 
economia nacional; 
O CMN define regras gerais de atuação para os diversos tipos de instituições financeiras, estabelecendo os 
segmentos em que podem atuar. Pode ainda diferenciar certas regras conforme as regiões do País, buscando 
diminuir desigualdades regionais. 
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior 
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; 
O CMN deve buscar também o aperfeiçoamento das instituições financeiras e de seus produtos s serviços, 
objetivando facilitar e fortalecer a intermediação financeira. 
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 
A liquidez e a solvência das instituições financeiras impactam na segurança e no grau de confiabilidade do 
Sistema Financeiro Nacional. Trata-se, portanto, de permanente preocupação do CMN. 
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e 
externa. 
O CMN é, portanto, o grande coordenador das políticas econômicas do País. 
Lembre-se: O CMN é um órgão apenas normativo, não é um órgão executivo. Formular a política da moeda e do crédito, 
objetivando o progresso econômico e social do País, é sua principal atribuição. Então, tudo que a ele se referir, se relacionará 
a emissão de normas, a definição de regras. 
Fique sempre atento ao verbo utilizado na questão. Verbos de ação – fazer, executar, efetuar, realizar, fiscalizar – geralmente 
não se enquadram nas atividades do CMN, que não possui atividades executivas. 
Ele é o patrão, e como tal, não trabalha, dá ordens! 
 
(CESPE/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO/2008) O Conselho Monetário Nacional (CMN), instituído pela Lei n.º 
4.595/1964, é um órgão normativo, responsável pelas políticas e diretrizes monetárias para a economia do país. 
Acerca do CMN, julgue o item que se segue. 
Entre as funções do CMN, estão a de adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da 
economia e a de regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos. 
 
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COMENTÁRIO 
Os objetivos previstos no artigo 3º da Lei nº 4.595/1964 são recorrentemente cobrados em prova. Vamos lista-los 
novamente? 
I Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; 
II Regular o valor interno da moeda; 
III Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento; 
IV Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; 
V Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; 
VI Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e 
VII Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. 
O item está de acordo com os incisos I, II e III. 
GABARITO: CERTO 
 
Competências e Características 
Agora que sabemos quais são os objetivos do CMN, vamos conhecer algumas de suas competências e 
características que merecem nossa atenção, e que estão definidas em diferentes legislações. 
Lei nº 4.595/1964 
O art. 4º da Lei nº 4.595/1964 traz as competências do CMN previstas naquela Lei. Ele é um tanto quanto 
extenso, mas você precisa conhecê-lo (o que é diferente de decorá-lo, ok?). 
Essa leitura te ajudará a formar o conceito sobre o que é o CMN e qual a sua função. Sempre que for 
necessário trarei informações adicionais logo abaixo do texto legal. 
Depois de lido o texto da Lei, farei os destaques dos principais pontos. 
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da 
República: 
I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na prévia dependência de autorização legislativa 
quando se destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, das operações de 
crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta Lei. 
O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central da República do Brasil a emitir, 
anualmente, até o limite de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro do 
ano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País, 
devendo, porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República,para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite. 
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Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o determinarem, pode o 
Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitando imediatamente, 
através de Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder Legislativo para as emissões assim 
realizadas; 
Nesse momento, vamos destacar dois pontos importantes, para os quais também é necessário atentar ao 
texto constitucional: 
a) A Constituição Federal de 1988, no § 1º de seu art. 164, vedou ao Banco Central conceder, direta ou 
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição 
financeira. 
Posteriormente, no mesmo sentido, o inciso I do art. 39 da Lei de Responsabilidade Fiscal, veda ao Banco 
Central adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, exceto para refinanciar a dívida mobiliária 
federal que estiver vencendo na sua carteira. 
Logo, não cabe ao Banco Central financiar, direta ou indiretamente, o déficit fiscal do Tesouro Nacional. 
b) A Constituição também definiu, em seu art. 48 inciso XIV, que cabe ao Congresso Nacional dispor moeda 
e seus limites de emissão. 
Regra geral, as bancas costumam cobrar sobre quem autoriza a emissão (CMN) e quem emite (Banco Central). Mas é 
sempre bom ficar atento! 
II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso 
forçado, nos termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio circulante; 
III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos 
quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; 
IV - Determinar as características gerais das cédulas e das moedas; 
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer 
operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; 
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, 
inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras; 
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal; 
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a esta 
lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; 
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de 
remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da 
República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover: 
- recuperação e fertilização do solo; 
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- reflorestamento; 
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; 
- eletrificação rural; 
- mecanização; 
- irrigação; 
- investimento indispensáveis às atividades agropecuárias; 
Esse inciso dá competência ao CMN para autorizar taxas de juros diferenciadas para operações 
direcionadas ao crédito agrícola em geral. É um benefício que a lei traz para o setor do agronegócio e da 
agricultura familiar. 
X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um 
mesmo cliente ou grupo de empresas; 
XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações patrimoniais a 
serem observadas pelas instituições financeiras; 
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; 
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras 
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; 
XIV - REVOGADO 
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de 
direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias e sociedades 
de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior; 
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês subsequente, relatório e mapas 
demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios, 
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, 
efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; 
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer 
grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação; 
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas transações 
com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado; 
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XX - Autorizar o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar 
a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de 
economia mista e empresas do Estado; 
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; 
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e 
adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; 
XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os 
excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República do Brasil 
ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer; 
XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta (30) 
dias; 
XXV - REVOGADO 
XXVI - REVOGADO 
XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento e 
sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus resultados 
para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. 
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições 
equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que 
nelas desejem estabelecer - se; 
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Constituição Federal; 
XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. 
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e 
outras condições. 
XXXII - Regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar 
pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas. 
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições previstas no inciso VIII deste artigo, poderá 
determinar que o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento de novas 
instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral. 
§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar a execução dos orçamentosmonetários 
e relatar a matéria ao Conselho Monetário Nacional, apresentando as sugestões que considerar convenientes. 
§ 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra recolhimento de igual montante em cédulas. 
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§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades, pessoas ou entidades para prestar 
esclarecimentos considerados necessários. 
§ 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar 
homologação à emissão extraordinária efetuada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas nos 
termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950. 
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano, 
relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual descreverá, 
minudentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei, 
justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido feitas para 
atendimento das atividades produtivas. 
§ 7º O Banco Nacional da Habitação A Caixa Econômica Federal* é o principal instrumento de execução da 
política habitacional do Governo Federal e integra o sistema financeiro nacional, juntamente com as 
sociedades de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, coordenação e fiscalização do Conselho 
Monetário Nacional e do Banco Central da República do Brasil, quanto à execução, nos termos desta lei, 
revogadas as disposições especiais em contrário. 
* Observação – O BNH foi extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal - que o sucedeu em todos 
os seus direitos e obrigações - pelo Decreto-Lei nº 2.291/1986 
 
Bem, sobre as competências do CMN previstas no art. 4º da Lei nº 4.595/1964, o importante é que você 
observe que: 
1- As competências listadas estão relacionadas a: 
a) Política monetária (moeda); 
b) Política creditícia (crédito e juros); 
c) Política cambial; ou 
d) Aperfeiçoamento das instituições e instrumentos financeiros e solidez do SFN. 
 
2- Os verbos utilizados sempre estão relacionados com o fato do CMN ser um órgão normativo, e não executivo. Veja, 
os incisos sempre começam com autorizar, estabelecer, aprovar, determinar, fixar, disciplinar, coordenar, regular, 
estipular etc. 
 
Compreendendo e fixando essas características, você irá matar qualquer questão que aborde as 
competências do CMN na sua prova! 
 
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Lei nº 6.385/1976 
A Lei nº 6.385/1976 é o diploma legal que instituiu a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, entidade 
supervisora responsável por fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no 
Brasil. 
Ela também traz alguns dispositivos que definem competências e atribuições ao CMN. 
Art . 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional: 
I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários; 
II - regular a utilização do crédito nesse mercado; 
III - fixar, a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de suas 
atribuições; 
IV - definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação com o 
Banco Central do Brasil. 
V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a 
retribuição do presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores. (Inciso Incluído 
Pela Lei nº 6.422, de 8.6.1977) 
VI - estabelecer, para fins da política monetária e cambial, condições específicas para negociação de contratos 
derivativos, independentemente da natureza do investidor, podendo, inclusive: (Incluído pela Lei nº 12.543, de 
2011) 
 a) determinar depósitos sobre os valores nocionais dos contratos; e (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011) 
 b) fixar limites, prazos e outras condições sobre as negociações dos contratos derivativos. (Incluído pela Lei 
nº 12.543, de 2011) 
§ 1º Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do mercado financeiro e de capitais continuará a ser 
exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011) 
§ 2º As condições específicas de que trata o inciso VI do caput deste artigo não poderão ser exigidas para as 
operações em aberto na data de publicação do ato que as estabelecer. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011) 
Art . 4º O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as atribuições previstas 
na lei para o fim de: 
I - estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários; 
II - promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as aplicações 
permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; 
III - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; 
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IV - proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: 
 a) emissões irregulares de valores mobiliários; 
 b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de 
administradores de carteira de valores mobiliários. 
 c) o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários. (Alínea incluída pela 
Lei nº 10.303, de 31.10.2001) 
V - evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, 
oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado; 
VI - assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que 
os tenham emitido; 
VII - assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; 
VIII - assegurar a observância no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho 
Monetário Nacional. 
 
A Lei nº 6.385/1976 traz, portanto, competências e atribuições do CMN relacionadas ao mercado de capitais. 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo responsável por definir as regras para os mercados monetário, 
de crédito, de câmbio e de capitais. 
Subordinadas ao CMN temos duas entidades supervisoras: O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
O Banco Central é o supervisor dos mercados monetário, de crédito e de câmbio. Já a CVM é o órgão supervisor do mercado 
de capitais. 
 
Lei nº 9.069/1995 
A Lei nº 9.069/1995 foi a Lei que instituiu o Plano Real. 
Ela alterou a composição do CMN e a lista das Comissões que atuam junto ao Conselho (anteriormente 
previstas nos arts. 6º e 7º da Lei nº 4.595/1964, que não estão mais em vigor), e foi recentemente modificada pela 
Lei nº 13.844/2019, em função da nova organização ministerial estabelecida pelo governo. 
Além disso, traz outros pontos importantes sobre o CMN, frequentemente abordados em concursos. 
Vamos a ela: 
Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a ser 
integrado pelos seguintes membros: 
I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá; 
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II - Presidente do Banco Central do Brasil; e 
III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. 
§ 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa 
de deliberar,nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais membros. 
§ 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao colegiado na primeira 
reunião que se seguir àquela deliberação. 
§ 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros de Estado, bem como representantes de entidades 
públicas ou privadas, para participar das reuniões, não lhes sendo permitido o direito de voto. 
§ 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que for 
convocado por seu Presidente. 
§ 5º O Banco Central do Brasil funcionará como secretaria-executiva do Conselho. 
§ 6º O regimento interno do Conselho Monetário Nacional será aprovado por decreto do Presidente da 
República, no prazo máximo de trinta dias, contados da publicação desta Lei. 
§ 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os mandatos de membros do Conselho Monetário Nacional 
nomeados até aquela data. 
Art. 9º É criada junto ao Conselho Monetário Nacional a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, composta 
dos seguintes membros: 
I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil; 
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; 
III - Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro Nacional e de Política Econômica do Ministério da 
Economia; 
§ 1º A Comissão será coordenada pelo Presidente do Banco Central do Brasil. 
§ 2º O regimento interno da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito será aprovado por decreto do Presidente 
da República. 
Art. 10. Compete à Comissão Técnica da Moeda e do Crédito: 
I - propor a regulamentação das matérias tratadas na presente Lei, de competência do Conselho Monetário 
Nacional; 
II - manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias de 
competência do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595, de 31 de 
dezembro de 1964; 
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III - outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho Monetário Nacional. 
Art. 11. Funcionarão, também, junto ao Conselho Monetário Nacional, as seguintes Comissões Consultivas: 
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; 
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; 
III - de Crédito Rural; 
IV - de Crédito Industrial; 
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana; 
VI - de Endividamento Público; 
VII - de Política Monetária e Cambial. 
§ 1º A organização, a composição e o funcionamento das Comissões Consultivas serão objeto de regimento 
interno, a ser aprovado por Decreto do Presidente da República. 
 
Agora, vou destacar os pontos principais, que você precisa saber para cravar o X no lugar correto na prova! 
 
1) O CMN é composto da seguinte forma: 
I - Ministro de Estado da Economia, que é o seu presidente; 
II - Presidente do Banco Central do Brasil; e 
III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. 
 
2) O Conselho Monetário Nacional delibera mediante Resoluções, por maioria de votos. 
Resoluções, portanto, são normativos emitidos pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central não 
emite Resoluções! 
Após a aprovação, essas Resoluções são publicadas no Diário Oficial da União (DOU) e divulgadas no site 
do Banco Central. 
Também são publicados no DOU extratos das atas de todas as reuniões do CMN. 
 
3) Nos casos de urgência e relevante interesse o Presidente do CMN pode deliberar ad referendum do 
Conselho, submetendo a decisão ao colegiado na primeira reunião que se seguir àquela deliberação. 
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Isso significa que, havendo urgência e relevante interesse, o Presidente do CMN – o Ministro da Economia – 
pode deliberar sobre determinado assunto, e submeter sua decisão aos demais membros na próxima reunião do 
Conselho. 
 
4) O Conselho reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que for 
convocado por seu Presidente. 
 
5) De acordo com seu Regimento Interno (Decreto nº 1.307/1994), participam das reuniões do CMN: 
a) Os Conselheiros; 
b) Os membros da Comoc, 
c) Os Diretores do Banco Central não integrantes da Comoc, 
d) Representantes das Comissões Consultivas, quando convocados pelo Presidente do CMN. 
Ainda de acordo com o Regimento Interno, poderão assistir as reuniões do CMN: 
a) assessores credenciados individualmente pelos conselheiros; 
b) convidados do presidente do conselho; 
c) funcionários da secretaria executiva do conselho, credenciados pelo Presidente do Banco Central do Brasil. 
As decisões do CMN são tomadas por maioria simples de votos. Somente aos conselheiros é dado o direito 
de voto. 
 
6) A Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), é composta dos seguintes membros: 
I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil; 
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; 
III - Secretário-Executivo do Ministério da Economia; 
IV - Secretário do Tesouro Nacional; e 
V – Secretário de Política Econômica. 
A Comoc é coordenada pelo Presidente do Banco Central, e atua como órgão de assessoramento técnico na 
formulação da política da moeda e do crédito. A Comoc manifesta-se previamente sobre assuntos de competência 
do CMN. 
Segundo seu regimento interno, são "quatro diretores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu 
Presidente", que participarão da Comissão. Como esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, 
todos os diretores do BC tornam-se membros potenciais da Comoc. 
 
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7) O Banco Central do Brasil exerce a Secretaria-Executiva do CMN e também da Comoc. Compete ao 
Banco Central organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte durante as 
reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo histórico). 
 
8) Além da Comoc, funcionam junto ao Conselho Monetário Nacional as seguintes Comissões 
Consultivas: 
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; 
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; 
III - de Crédito Rural; 
IV - de Crédito Industrial; 
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana; 
VI - de Endividamento Público; 
VII - de Política Monetária e Cambial. 
FIQUE ATENTO! 
A Lei nº 13.844/2019 alterou a Lei nº 9.069/1995, estabelecendo que o CMN agora é composto da seguinte forma: 
I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá; 
II - Presidente do Banco Central do Brasil; e 
III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. 
 
A Lei nº 13.844/2019 também atualizou a composição do Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), 
que passou a ser composta dos seguintes membros: 
I - Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil; 
II - Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; 
III - Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro Nacional e de Política Econômica do Ministério da 
Economia. 
A Comissão é coordenada pelo Presidente do Banco Central do Brasil. 
 
As bancas sempre gostaram de perguntar sobre a composição do CMN e/ou da Comoc. Fique atento(a)! 
Decreto nº 3.088/1999 
Com o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999, o Brasil passou a adotar como um dos pilares de sua política 
monetária o regime de metas para a inflação. Trata-se de um regime monetário no qual o Banco Central se 
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compromete a atuar de forma a garantir que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, 
anunciadapublicamente. 
O Decreto trouxe, então, novas atribuições ao CMN. 
Art. 1o Fica estabelecida, como diretriz para fixação do regime de política monetária, a sistemática de "metas 
para a inflação". 
§ 1o As metas são representadas por variações anuais de índice de preços de ampla divulgação. 
§ 2o As metas e os respectivos intervalos de tolerância serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, 
mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda, ... 
Art. 2o Ao Banco Central do Brasil compete executar as políticas necessárias para cumprimento das metas 
fixadas. 
Art. 3o O índice de preços a ser adotado para os fins previstos neste Decreto será escolhido pelo CMN, 
mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda. 
Art. 4o Considera-se que a meta foi cumprida quando a variação acumulada da inflação - medida pelo índice 
de preços referido no artigo anterior, relativa ao período de janeiro a dezembro de cada ano calendário - situar-
se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância. 
 Parágrafo único. Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará 
publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de Estado da Fazenda, que 
deverá conter: 
I - descrição detalhada das causas do descumprimento; 
II - providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos; e 
III - o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito. 
Art. 5o O Banco Central do Brasil divulgará, até o último dia de cada trimestre civil, Relatório de Inflação 
abordando o desempenho do regime de "metas para a inflação", os resultados das decisões passadas de 
política monetária e a avaliação prospectiva da inflação. 
Cabe ao CMN, portanto: 
1) Fixar as metas e respectivos intervalos de tolerância para a inflação anual. 
Para esse ano de 2019, a meta está fixada em 4,25%, com intervalo de tolerância de menos 1,50% e de mais 
1,50%. 
Para 2020, a meta para a inflação é de 4,00%, com intervalo de tolerância de 1,50%, para mais ou para menos. 
Já para o ano de 2021, a meta foi fixada em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,50%. 
 
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2) Escolher, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda (atual Ministro de Estado da Economia), 
o índice de preços a ser adotado como referência para o cumprimento da meta. 
Atualmente, adota-se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). 
Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará publicamente as razões 
do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de Estado da Fazenda (atual Ministro da Economia). 
 
(CESPE/CAIXA/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) A Lei nº 4.595/1964, alterada pela Lei nº 6.045/1974, dispõe 
sobre as competências do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN 
(A) determinar as características gerais, exclusivamente, das cédulas e dos tributos. 
(B) coordenar sua própria política com a de investimentos dos governos federal, estadual e municipal. 
(C) autorizar as emissões de papel-moeda. 
(D) disciplinar o crédito em determinadas modalidades. 
(E) fixar diretrizes e normas da política internacional. 
COMENTÁRIO 
Vamos analisar as opções: 
(A) determinar as características gerais, exclusivamente, das cédulas e dos tributos. 
O CMN determina as características gerais das cédulas e das moedas, e não tem ingerência sobre tributos. 
(B) coordenar sua própria política com a de investimentos dos governos federal, estadual e municipal. 
De acordo com o inciso VII do art. 4º da Lei nº 4.595/1964, o CMN coordena sua política com a política de 
investimentos apenas do governo federal. 
(C) autorizar as emissões de papel-moeda. 
A afirmativa está de acordo com o inciso I do art. 4º da Lei nº 4.595/1964. 
(D) disciplinar o crédito em determinadas modalidades. 
De acordo com o inciso VI do art. 4º da Lei nº 4.595/1964, CMN é responsável por disciplinar o crédito em todas as 
suas modalidades. 
(E) fixar diretrizes e normas da política internacional. 
O CMN não é responsável pela política internacional. 
GABARITO: C 
 
Bem, com isso, encerramos o estudo do CMN. Agora, vamos conhecer aquele que é o assunto mais cobrado 
nas questões de Conhecimentos Bancários: o Banco Central. 
 
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Banco Central do Brasil 
O Banco Central é uma autarquia federal vinculada – mas não subordinada – ao Ministério da Economia e, 
como já falamos, foi criado pela Lei nº 4.595/1964. 
É a entidade supervisora dos mercados monetário, de crédito e de câmbio. Sua missão é “assegurar a 
estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. 
Como tal, é o responsável pelo controle da inflação. Atua para regular a quantidade de moeda na 
economia, de maneira a manter a estabilidade de preços. 
Além disso, é responsável pela segurança e confiabilidade do SFN. Por isso, regula e supervisiona as 
instituições financeiras. 
Atua sempre executando as orientações do Conselho Monetário Nacional. É, portanto, órgão executivo. 
No exercício de suas atribuições, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações 
financeiras com o exterior; a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio 
circulante. 
Agora, veremos o que a Lei nº 4.595/1964, que o criou, dispõe sobre o Banco Central, em seus artigos 8º a 
16. Passo a passo, ao mesmo tempo em que você estuda a lei, irá conhecer as funções da Autoridade Monetária, 
como o BC também é chamado. 
Será como se você estivesse estudando pela Lei Comentada, mas bem melhor que isso, você verá! 
Ao final - ao mesmo tempo em que terá o conhecimento do conteúdo atualizado da lei – você saberá para 
que serve e quais são as funções desempenhadas pelo Banco Central, a principal entidade supervisora do SFN. 
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo sede e 
foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, com personalidade 
jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos na forma 
desta Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data da vigência desta lei, do disposto no 
art. 9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora é expressamente revogado. 
Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Central do Brasil, consideradas as receitas e despesas de 
todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competência e 
transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores. 
É o artigo que criou o Banco Central, sucedendo a antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC). 
Destaca-se também que o resultado obtido pelo Bacen em suas operações é transferido ao Tesouro 
Nacional, compondo o resultado primário do Governo Central. 
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são 
atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. 
Como já sabemos, o Banco Central é - enquanto entidade supervisora do SFN responsável pela 
implementação das políticas monetária, creditícia e cambial - subordinado às determinações da lei e do Conselho 
Monetário Nacional. 
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Na sequência, temos os artigos 10 e 11, que definem as competências do Banco Central. Há alguns incisos 
que estão desatualizadose outros que merecem complementação, preste atenção: 
Banco Emissor 
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: 
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário 
Nacional 
II - Executar os serviços do meio-circulante; 
A lei definiu que cabe ao CMN autorizar a emissão de moeda, e ao Banco Central emiti-la. E que ao BC 
também cabe executar os serviços do meio circulante, sendo responsável pela emissão, distribuição e controle 
do dinheiro nacional. 
Para entender isso, você primeiro vai conhecer o “ciclo do dinheiro”. Pense que o dinheiro (cédulas e notas) 
nada mais são do que produtos industrializados como outros quaisquer. Eles precisam ser produzidos. 
No Brasil, o dinheiro é produzido pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), que é uma empresa pública. O BC, 
portanto, contrata a Casa da Moeda para que fabrique o dinheiro brasileiro, e paga por isso. Você já deve ter ouvido 
a famosa frase “dinheiro custa dinheiro”. E custa mesmo! 
Só que é fundamental que você compreenda que uma coisa é a fabricação das cédulas e moedas, outra coisa 
é a emissão do dinheiro. 
O dinheiro, enquanto o Banco Central não o emite – não o contabiliza como parte do meio circulante – é 
apenas papel impresso. Ele não passa a valer automaticamente após a sua fabricação, mas somente após a sua 
emissão. E o monopólio da emissão pertence ao BC. 
Uma vez emitido, o dinheiro será distribuído aos bancos, que fazem encomendas de numerário ao Banco 
Central. 
Ao mesmo tempo, o BC se preocupa com o aspecto físico do dinheiro em circulação. A Autoridade Monetária 
recolhe e retira de circulação cédulas e moedas sem condições de uso. É o chamado “saneamento” do meio 
circulante, que compreende as atividades de recebimento, conferência, seleção e troca, pelo Bacen, de cédulas e 
moedas danificadas, que serão destruídas. 
Esses são os serviços do meio circulante. O dinheiro “novo” (cédulas e moedas), após emitido, precisa ser 
distribuído aos bancos para “circular”. Da mesma forma, o dinheiro “velho” (sujo, rasgado, rabiscado) precisa ser 
retirado de circulação. 
Essas competências retratam uma das funções clássicas do Banco Central: a de banco emissor, aquele que 
possui o monopólio da emissão. 
 
Recentemente, a Lei nº 13.416/2017 autorizou o Banco Central do Brasil a adquirir papel-moeda e moeda metálica fabricados 
fora do País por fornecedor estrangeiro. 
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A condição imposta pela norma é de que haja situação de emergência, caracterizada quando houver inviabilidade ou fundada 
incerteza quanto ao atendimento da demanda de cédulas e moedas pela Casa da Moeda. 
Fique atento! 
 
(FCC/BANRISUL/ESCRITURÁRIO/2019) O gerenciamento do meio circulante para garantir, à população, o 
fornecimento adequado de dinheiro em espécie é competência 
(A) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). 
(B) da Secretaria do Tesouro Nacional. 
(C) da Casa da Moeda do Brasil. 
(D) do Sistema de Pagamentos Brasileiro. 
(E) do Banco Central do Brasil. 
COMENTÁRIO 
Vamos analisar cada uma das alternativas. 
(A) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). 
A Febraban é uma entidade privada, representativa dos interesses dos bancos privados. 
(B) da Secretaria do Tesouro Nacional. 
A Secretaria do Tesouro Nacional é responsável pela política fiscal do País. 
(C) da Casa da Moeda do Brasil. 
Quanto à Casa da Moeda, você já sabe, ela apenas fabrica, sob demanda, as moedas metálicas e o papel moeda. 
(D) do Sistema de Pagamentos Brasileiro. 
O Sistema de Pagamentos Brasileiro é regulado e supervisionado pelo Bacen, mas nada tem a ver com o meio 
circulante. 
(E) do Banco Central do Brasil. 
Correto! Cabe ao Banco Central emitir moeda-papel e moeda metálica e executar os serviços do meio-circulante. 
É ele o responsável pela emissão, distribuição e controle do dinheiro nacional, ou seja, pelo gerenciamento do 
meio circulante. 
GABARITO: E 
 
Executor da Política Monetária 
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: 
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento 
de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações 
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do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, 
em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas, podendo: 
a) adotar percentagens diferentes em função: 
1. das regiões geoeconômicas; 
2. das prioridades que atribuir às aplicações; 
3. da natureza das instituições financeiras; 
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à 
agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas. 
IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à 
vista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2° do art. 19. 
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 
4º, inciso XIV, letra " b ", e no § 4º do Art. 49 desta lei; 
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos 
federais; 
Nesses incisos a lei traz funções do BC enquanto executor da política monetária, talvez a principal função 
de um banco central. 
Através da execução da política monetária o Banco Central controla os meios de pagamento, o crédito e a 
taxa de juros. 
Em situações de recessão, o Bacen adota uma política monetária expansionista, aumentando a liquidez e a oferta de moeda, 
estimulando o crédito, o consumo e o investimento. 
Já em situações de avanço inflacionário, o Banco Central adotará uma política monetária contracionista ou restritiva, 
diminuindo a liquidez e aumentando a taxa de juros. 
Os instrumentos de política monetária são objeto recorrente de questões em concursos. Então vamos nos 
deter um pouco no assunto. 
Instrumentos Clássicos de Política Monetária 
Recolhimentos ou Depósitos Compulsórios/Encaixes Obrigatórios 
Os recolhimentos compulsórios são instrumentos de política monetária que têm como objetivo principal 
influenciar o multiplicador monetário. 
Mas o que é o “multiplicador monetário”? 
Imagine que seu cunhado acerte na Megasena e, depois de pegar o prêmio na Caixa, deposite R$ 100.000,00 
na conta-corrente, em dinheiro vivo. 
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O gerente da conta do seu cunhado ficou todo feliz, porque bateu a meta de captação daquele mês. E o 
banco aproveitou aquele recurso e concedeu crédito para um outro cliente, que havia recentemente passado em 
um concurso público e - mesmo ainda não tendo sido chamado - estava determinado a trocar seu carrinho popular 
por uma SUV zero. 
O cliente concurseiro, feliz com a obtenção do crédito, correu a uma concessionária e comprou a SUV 
novinha, tinta estalando, e pagou à vista, no débito em conta, contando com os R$ 100.000,00 que o banco já havia 
liberado em sua conta. 
Foram então creditados R$ 100.000,00 na conta-corrente da loja da concessionária. 
Percebeu o que aconteceu? 
Os R$ 100.000,00 do seu cunhado se tornaram, rapidamente, R$ 300.000,00!! 
 - Seu cunhado continua tendo R$ 100.000,00 de saldo no banco; 
 - O cliente concurseiro agora deve R$ 100.000,00 ao mesmo banco; 
 - A concessionária faturou R$ 100.000,00 com a venda da SUV, que estão depositados em sua conta-corrente. 
Já imaginou? Seria fácil se fosse assim, não? Mesmo sem o Banco Central emitir moeda, os bancos teriam o 
poder de “criar moeda” infinitamente! 
Daí surge a necessidade de controlar esse “multiplicador monetário” pois, caso contrário, haveria uma 
expansão descontrolada dos meios de pagamento, que poderia causar desvalorização da moeda, alta dos preços 
etc. 
E como controlar isso? Ora, quanto maior a alíquota de recolhimento compulsório definida pelo BC, menos 
dinheiro permanece em mãos dos bancos para que eles possam emprestar a terceiros. Lembra da intermediação 
financeira? É o que os bancos fazem! Tomar de um e emprestar para o outro. 
E por que o BC faz isso? Porque é uma forma de regular o crédito e, por consequência, controlar o valor da 
moeda. 
Você não pode esquecer, estabilidade do poder de compra da moeda é uma das missões do BC! 
Cabe ao Bacen, portanto, definir o percentual dos depósitos em poder dos bancos que deve ser recolhido ao 
Banco Central, que os deposita nas contas de reservas bancárias espécies de “contas-correntes” dos bancos no 
Banco Central. 
Sim, as reservas bancárias são como contas que os bancos possuem junto ao BC, que dessa forma exerce a 
função de banco dos bancos. 
De forma mais técnica, podemos dizer que, ao conceder crédito, uma instituição financeira cria meios de 
pagamento que, ao serem utilizados pelo tomador, geram depósitos em outra instituição financeira. Essa 
instituição passa, então, a dispor daqueles recursos para gerar um novo crédito para outro cliente, e assim por 
diante. 
A repetição sucessiva desse fenômeno representa a capacidade do setor bancário de criar a moeda 
(multiplicador monetário). Por meio dos compulsórios o BCB reduz essa capacidade, determinando o 
recolhimento de parte dos recursos captados nas reservas bancárias. 
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A exigência de recolhimento compulsório, dessa forma, influencia o multiplicador monetário, e controla a 
expansão dos agregados monetários. 
De acordo com o inciso III do art. 10 da Lei nº 4.595/1964, o Bacen está autorizado a determinar o 
recolhimento compulsório de até 100% (cem por cento) do total dos depósitos à vista e de até 60% (sessenta 
por cento) de outros títulos contábeis das instituições financeiras. 
Além da influência no efeito do multiplicador monetário, os depósitos compulsórios criam demanda 
previsível por reservas bancárias, assegurando maior eficiência ao Bacen em sua atuação no mercado monetário. 
Conforme parâmetros pré-determinados, as instituições financeiras mantêm certa quantidade de recursos 
recolhida ao BC, por um determinado período de tempo. Ao final de cada período, tal montante é recalculado, o 
que pode ocasionar a necessidade de recolhimento adicional ou liberação de parte do valor recolhido. Essa 
dinâmica, ao influenciar a oferta e a demanda por reservas bancárias, agrega maior previsibilidade ao mercado. 
Por último, os depósitos compulsórios formam um “colchão de liquidez” para o sistema financeiro. Em 
momentos de liquidez restrita, o Banco Central pode reduzir o percentual dos recolhimentos compulsórios, de 
modo a liberar recursos para as instituições financeiras. Foi o que o BC fez recentemente, para diminuir os efeitos 
da crise de 2008. 
Hoje, existem no Brasil as seguintes modalidades de recolhimentos compulsórios e de encaixe 
obrigatório, incidindo sobre diversos passivos de diferentes tipos de instituições financeiras: 
a) recolhimento compulsório sobre recursos à vista; 
b) recolhimento compulsório sobre recursos de depósitos e de garantias realizadas; 
c) encaixe obrigatório sobre recursos de depósitos de poupança; 
d) recolhimento compulsório sobre recursos a prazo; 
e) exigibilidade adicional sobre depósitos. 
Redesconto 
O Banco Central também pode emprestar recursos para bancos. É o chamado redesconto, previsto no inciso 
V. 
O redesconto pode ser utilizado como instrumento de política monetária, aumentando ou diminuindo a 
liquidez do sistema financeiro conforme a taxa de juros cobrada. 
Além disso, também está relacionado a função de prestamista de última instância. Nessa função, o foco do 
BC é resolver um eventual problema de liquidez de uma instituição. 
Novamente, o Banco Central atua como o banco dos bancos. 
Entenda: Quando atua como executor da política monetária, o foco do Bacen é o controle de liquidez do 
sistema bancário, com o consequente impacto na taxa de juros. Quando atua na função de prestamista de última 
instância, seu foco é resolver problemas de liquidez de instituições específicas. 
Operações de Mercado Aberto (Open Market) 
As operações de mercado aberto ocorrem mediante a compra e venda de títulos governamentais, emitidos 
pelo Tesouro Nacional, no mercado secundário. 
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Cabe ao Banco Central operar no mercado secundário de títulos públicos federais, efetuando operações de 
compra e venda. 
O mercado secundário é o mercado em que ocorre a compra e a venda de títulos que já haviam sido 
lançados anteriormente, em uma primeira oferta pública, no chamado mercado primário. 
Todo ativo financeiro é colocado no mercado (negociado pela primeira vez) por meio do mercado primário. 
O mercado secundário, portanto, é consequência do mercado primário, pois é no secundário que ocorre a 
renegociação dos títulos emitidos e originalmente negociados no mercado primário. 
Por outro lado, os títulos públicos lançados no mercado primário dependem de um mercado secundário que 
lhes dê liquidez (facilidade de negociação, de converter o ativo em dinheiro). Só assim serão ativos financeiros 
atraentes para investidores e, consequentemente, eficientes enquanto forma de captação de recursos pelo 
Tesouro Nacional. 
Ao comprar títulos públicos de uma instituição financeira no mercado secundário, o BC entrega moeda 
(depósitos) em troca dos títulos, aumentando as reservas dos bancos e, por consequência, o crédito e a oferta 
monetária, causando aumento dos preços dos títulos e queda na taxa de juros. 
Por outro lado, quando o Banco Central vende títulos públicos, recolhe recursos do sistema bancário, 
diminuindo a liquidez na economia, o que reduz a disponibilidade de crédito, e provoca a queda dos preços dos 
títulos e o aumento dos juros. 
O Banco Central executa a política monetária de forma a controlar a variação dos meios de pagamento e o processo de criação 
de moeda e expansão do crédito. Dessa forma, controla a oferta monetária e a liquidez da economia. Para tanto faz uso dos 
instrumentos clássicos de política monetária: 
- Recolhimentos ou Depósitos Compulsórios/Encaixes Obrigatórios; 
- Redesconto; e 
- Operações de Mercado Aberto (open market). 
 
Agora que conhecemos os três instrumentos clássicos de política monetária, voltemos à Lei nº 4.595/1964. 
Executor da Política Cambial 
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: 
VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; 
Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil; 
III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de 
câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda 
estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais 
de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; 
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Toda regulação do mercado de câmbio também é efetuada pelo BC. É sua função de executor da política 
cambial.

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