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FATORES QUE INFLUENCIAM NA CONSTRUÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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FATORES QUE INFLUENCIAM NA CONSTRUÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
GUIMARÃES, Jennifer Teixeira[footnoteRef:1] [1: Aluna do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.] 
MICALISKI, Emerson Liomar[footnoteRef:2] [2: Professor do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.] 
RESUMO
As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil reconhecem a potencialidade do lúdico na aprendizagem, além disso, oferecem orientações pedagógicas capazes de auxiliar CMEIS e pré-escolas na elaboração de atividades educacionais. Desta forma, por meio de uma pesquisa de caráter bibliográfica, este trabalho teve por objetivo identificar de que maneira as atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, podem contribuir para o desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil, e analisar os fatores de aprendizagem que influenciam no lúdico na educação infantil. Para isso, o texto abordou duas temáticas, a primeira sobre a contribuição dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança e a segunda, sobre o lúdico no processo de aprendizagem na educação infantil. Diante dos dados obtidos no referido artigo, foi possível considerar que o lúdico consiste e uma ferramenta pedagógica que atua na formação da criança contribuindo para a construção do desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos físicos, motores e sociais.
Palavras-chave: Lúdico. Educação Infantil. Desenvolvimento. 
1 INTRODUÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 (LDBEN), de 20 de dezembro de 1996, determina em seu Art. 29 que a educação infantil “[...] tem como finalidade o desenvolvimento integral das crianças até 5 anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade [...]”. Nessa perceptiva a criança na educação infantil deve ser considerada como um ser total e todos os seus aspectos devem ser considerados, sendo assim, cabe aos centros de pré-escolas e CMEIS oportunizar atividades que envolvam ações concretas capazes de contribuir para o desenvolvimento e a formação da criança.
Para que se possa construir o desenvolvimento integral na Educação Infantil, é necessário que o educador crie novas oportunidades que proporcione a criança o desenvolvimento de sua autonomia, expressão do seu pensamento e emoção, as noções sobre si própria, seu relacionamento e sua interação em diferentes tempos e espaços. Neste sentido, consideramos que os jogos e brincadeiras fazem parte deste contexto, pois possibilitam condições lúdicas favoráveis para o desenvolvimento infantil.
Diante disso, o presente trabalho está organizado em duas temáticas objetivas, a primeira aborda sobre a contribuição dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança e a segunda apresenta sobre o lúdico no processo de aprendizagem na educação infantil. Refletindo sobre a maneira que as atividades lúdicas como jogos e brincadeiras podem contribuir para o desenvolvimento e aprendizagem da criança durante a educação infantil, e uma análise dos fatores de aprendizagem que influenciam no lúdico na educação infantil.
A realização deste estudo se iniciou por meio de critérios científicos, tendo como fonte de conhecimento a pesquisa bibliográfica de caráter explicativa, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente, foi feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam práticas pedagógicas que contribuam para a construção do lúdico na educação infantil.
	
 2. OS JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
	
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 (LDBEN), de 20 de dezembro de 1996, determina em seu Art. 29 que a educação infantil, ‘’[...] tem como finalidade o desenvolvimento integral das crianças até 5 anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade [...]”. Nessa perceptiva a criança na educação infantil deve ser visualizada como um ser total e todos os seus aspectos devem ser considerados, sendo assim cabe aos centros de pré-escolas e CMEIS oportunizar atividades que envolvam ações concretas capazes de contribuir para o desenvolvimento e a formação da criança.
 Para que se possa construir o desenvolvimento integral na Educação Infantil, é necessário que o educador promova práticas educativas que possibilite a criança a explorar sua autonomia, a expressão do seu pensamento e emoções, as noções sobre si própria, seu relacionamento e sua interação em diferentes tempos e espaços. Neste sentido os jogos e brincadeiras fazem parte deste contexto, pois possibilitam condições favoráveis para o desenvolvimento infantil.
 De acordo com Santos (2000, p. 161) “[...] o jogo com a brincadeira representa recursos auxiliares para promover o desenvolvimento físico, mental e sócio emocional da criança”. Diante dessa afirmação, podemos destacar uma criança praticando uma dinâmica sobre mímica, percebendo que ela estará ampliando sua coordenação motora, a criatividade e desenvolvendo a percepção da realidade. Ou seja, podemos analisar diversas situações em diferentes experiências relacionadas ao brincar.
No entanto, consideramos que em idade pré-escolar o egocentrismo faz parte do cotidiano escolar, e assim, ao proporcionar o primeiro contato com o jogo o mesmo pode manifestar atitudes e sentimentos egocêntricos, isso porque a criança acredita que o mundo e os demais objetos que acercam estão em função do “eu”, e tudo que está ao seu redor existe somente para satisfazê-la, prevalecendo seus desejos e vontades, dessa forma não consegue perceber a importância e a necessidade do outro.
 Nesse mesmo sentido, Almeida (2000, p. 25), enfatiza que “os jogos se tornam mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar coisas, o que exige uma adaptação mais completa”. Essa adaptação, que é realizada na infância, equivale numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação, o que leva ao desenvolvimento intelectual infantil. 
Percebemos então, que as atividades lúdicas como jogos e brincadeiras proporcionam experiências favoráveis no processo de desenvolvimento infantil, uma vez que sua prática pode possibilitar a construção de diversas habilidades essenciais para a formação humana. 
Friedmann (1996), em estudo realizado sobre Jean Piaget, destaca que o autor passou a significar o jogo infantil após observar a evolução do jogo em seus próprios filhos, a partir dessas observações Piaget divide a estrutura do jogo em três categorias sendo: o jogo de exercício sensório-motor, o jogo simbólico e o jogo de regras. Por meio dessas três categorias, veremos a seguir quais as diversas habilidades que podem ser desenvolvidas na educação infantil por meios dos jogos e brincadeiras. 
 O jogo de exercício sensório- motor ocorre logo nos primeiros meses de vida do bebê, através de gestos e movimentos repetitivos, durante essa fase a criança passa a brincar com o seu próprio corpo, praticando ações como: esticar e encolher as pernas, sugar os dedos do pé e manipular pequenos objetos, ao exercitar inúmeras vezes os mesmos movimentos, a criança passa a aprimorá-los, dessa forma, o bebê passa a se expressar corporalmente por meio de gestos para reproduzir seus sentimentos, essas ações podem favorecer o desenvolvimento e o domínio da motricidade.
Segundo Almeida (2000, p. 42):
Nesta fase a criança desenvolve seus sentimentos, seus movimentos, seus músculos, sua percepção e seu cérebro. Olhando, pegando, ouvindo, apalpando, mexendo em tudo que encontra ao seu redor, ela se diverte e conquista novas realidades. Em sua origem sensória motora, o jogo para ela é pura assimilação do real com o “eu” e caracteriza as manifestações de seu desenvolvimento. O bebê brinca com o corpo, executa movimentos como estender e recolher os braços, as pernas, os dedos, os músculos.
Nessa fase, é preciso estimular o desenvolvimento da criança na Educação Infantil paraque se tenha a vivência de novas descobertas. É relevante apresentar as crianças várias experiências possíveis, para que elas possam aguçar todos os sentimentos em diferentes atividades e oportunidades propostas a elas. Portanto, cabe ao educador enriquecer o universo da criança para que através das brincadeiras sensórias, elas possam explorar sons, texturas, cheiros e objetos diversos. Podemos ter como exemplo a utilização de caixas de papelão em diferentes formas e tamanhos, sua manipulação em ambiente escolar pode despertar a curiosidade e a satisfação da criança em manipular o objeto, além de possibilitar o incremento de habilidades motoras como empilhar, bater e empurrar.
Para Araújo (2014, p.17), “os jogos simbólicos conhecidos também como jogos de representação ou brincadeira de faz-de-conta surgem com o aparecimento da linguagem e da representação mental, do segundo ao sexto ano de vida”. A partir dessa nova fase a brincadeira do faz de conta passa ser atividade principal do mundo infantil, pois por meio das ações imaginativas a criança tende a se satisfazer, visto que quando a criança brinca de representar além de exercitar seus movimentos motores como pular, correr, saltar e caminhar encontra a possibilidade de criar e recriar tudo aquilo que não lhe é permitido no mundo real, como por exemplo, a criança não pode dirigir um carro, mas por meio de sua representação expressa satisfação ao fazer de conta que dirige.
Almeida (2000, p.47) afirma que:
[...] os jogos que as crianças mais gostam são aqueles em que seu corpo está em movimento; elas ficam contentes quando podem movimentar-se, e é essa movimentação do corpo que torna seu crescimento físico natural e saudável. [...] é a fase em que a criança imita tudo e tudo quer saber.
 Piaget (1971, apud Kishimoto, 2008, p.59), destaca que durante esse estágio “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”. Por isso é comum, por exemplo, a criança transformar um cabo de vassoura em um cavalo e ela por sua vez assumir o papel de cavaleiro.
 Durante essa fase, exige que o educador observe a maneira que as crianças brincam, pois é a partir das brincadeiras de faz de conta que elas passam a dramatizar papéis sociais que estão presentes em seu dia a dia. Podemos compreender melhor, refletindo sobre a seguinte ação: ao brincar de casinha, a criança representa o papel de mãe da boneca, nisso, ela demonstra zelo, carinho e afeto com sua filha, provavelmente pelas ações assumidas pela brincadeira do faz de conta, ela esteja expressando simbolicamente o seu cotidiano. Assim, através do ato de brincar, a criança revela seus sentimentos e pensamentos internos, essas ações tornam-se significativas para o desenvolvimento da criança.
Segundo Oliveira (2000, p.19), “dramatizar o vivido, representando-o, ajuda a criança a afirmar-se como pessoa e a externalizar sentimentos e pensamentos, inclusive os de hospitalidade com os outros”. Nesse sentido, a brincadeira contribui não somente para o desenvolvimento individual da criança, mas também para o desenvolvimento social e afetivo. 
Nesse contexto, percebe-se a necessidade em planejar atividades motoras lúdicas de caráter simbólico, pois de acordo com Oliveira (2007, p. 163) o jogo “abre o caminho para a autonomia, a criatividade, a exploração de significados e sentidos. Atua também, sobre a capacidade da criança de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expressão”. Por isso, é relevante o educador incentivar as atividades lúdicas que possibilite o ato imaginativo da criança presentes nos jogos e brincadeiras de faz de conta.
Conforme as crianças crescem, suas condições de pensamentos se desenvolvem e seu processo de socialização é intensificado (GONZAGA, 2009). Os Jogos de faz de conta vão cedendo espaço para os jogos de regras, assim, Friedmann (1996, p. 56), esclarece que o jogo de regras “começam a se manifestar entre os quatro e sete anos”, o que caracteriza neste jogo é cumprimento de regras, a construção da ideia de limite por parte da criança, a interação uma com as outras e seu contexto socioeducativo. 
 Nesse caso, o fato de ganhar ou perder toma proporções bem definidas, por isso é fundamental despertar nas crianças o espírito de cooperação para que elas possam competir de forma sadia estabelecendo o respeito um para com o outro. Ainda segundo os estudos de Friedmann (1996), é nesta fase que a criança deixa de lado o egocentrismo e passa adquirir um espírito de relações de cooperação entre os jogadores.
Almeida (2000, p.51), enfatiza que “nesta idade a criança começa a pensar inteligentemente, com certa lógica. Começa a entender o mundo mais objetivamente e a ter consciência de suas ações, discernindo o certo do errado”. Na educação infantil é relevante o educador oferecer e proporcionar momentos que envolvam as atividades lúdicas relacionadas aos jogos de regras, pois além da diversão, o jogo possui a intenção de contribuir para a construção de um cidadão que saiba interpretar seu papel junto a uma sociedade formada por regras, direitos e deveres.
Além de contribuir para a formação da criança como cidadão, Rau (2012, p.155), nos mostra que “estudos e pesquisas realizados na última década no Brasil têm mostrado a importância desse tipo de jogo no desenvolvimento dos processos cognitivos, afetivos e sociais dos educandos, além do desenvolvimento motor”. Pode-se considerar que o jogo de regras pode ser classificado em: jogos de controle, jogos de rapidez e reflexos, jogos de ataque e defesa e jogos de expressão. Dentre esses jogos é possível desenvolver inúmeras habilidades que estimulam a criança a controlar sua agressividade, estimular a concentração e a vencer a timidez.
Desta forma notamos que, por meio dos jogos a criança se expressa, constrói sua realidade, resolve conflitos e problemas do seu cotidiano e aprende pelo ato de brincar a conviver socialmente, respeitando as regras e refletindo sobre seu papel social.
 2.1 O LUDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Na educação infantil as atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, não são as únicas formas de transmitir os conteúdos escolares, existem inúmeros recursos capazes de contribuir para a aprendizagem, entre eles podemos destacar as cantigas de roda, as aulas-passeio, os filmes e as histórias. No entanto, é possível observar que os jogos e as brincadeiras são as atividades mais apreciadas pelas crianças, pois ao mesmo tempo em que estudam, elas brincam e se divertem, e na maioria das vezes aprendem sem perceber nenhum tipo de barreira ou dificuldade. Ao analisar o período clássico da Grécia Antiga, percebemos que alguns educadores já compreendiam o valor pedagógico do lúdico, Almeida (2000), relata que na antiguidade, Platão colocava o lúdico em igualdade de importância com a instrução formal na transmissão de valores educativos e morais.
Nesse sentido, diversos autores realizam estudos sobre o lúdico por meio dos jogos e brincadeiras. Maluf (2003, p.21) afirma que, “através do brincar prepara-se para aprender”, sendo assim podemos observar que o lúdico não é apenas uma atividade que proporciona somente a diversão, é na verdade um recurso facilitador do ensino que merece toda a atenção dos educadores, pois sua prática estimula a construção da aprendizagem com enriquecimento de experiências possibilitando um trabalho interdisciplinar em que se desenvolvem habilidades de reflexão, cooperação, valores e conhecimentos.
De forma semelhante, Santos (1997, p. 12) enfatiza que:
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. 
Quandopercebemos os benefícios do lúdico e aplicamos como recurso em sala de aula, tornamos os conteúdos escolares mais acessíveis, fazendo uma ponte entre o saber e o fazer, o abstrato e o concreto. Para Kishimoto (2002, p.146), “[...] por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer”. 
Não é difícil compreender que o lúdico é um recurso facilitador da aprendizagem, principalmente se vincularmos com a linguagem matemática, a utilização de jogos neste caso funciona como estratégia metodológica, pois considera que a aprendizagem por meio desse recurso acontece de forma mais favorável.
Tratando dos referenciais ou diretrizes curriculares, podemos destacar a Constituição Federal de 1988, na qual estabelece o atendimento em creche e pré-escola como um dever do Estado e um direito da criança de 0 a 6 anos de idade. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) reconhece a Educação Infantil como um segmento que promove a aprendizagem e parte integrante da Educação Básica. 
Já o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998), ao ser lançado representou um grande avanço no âmbito educacional ao reconhecer a potencialidade do lúdico na aprendizagem e com as orientações capazes de auxiliar creches e pré-escolas nas atividades educativas. O documento foi apresentado como eixo norteador para a primeira etapa da educação infantil, embora não tenha caráter obrigatório sua proposta buscou orientar educadores e professores na elaboração das propostas pedagógicas que atendam às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da educação infantil (Lei 9.394/96).
Anos depois, em 2009, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), reforça a importância de o aluno ter acesso ao conhecimento cultural, colocando o foco nas interações e na brincadeira como eixos estruturantes do currículo, além de considerar os princípios éticos, políticos e estéticos que deveriam nortear a produção do conhecimento nas escolas infantis (DCNEI, 2009). 
Atualmente, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) lançada em 2017, considera os direitos de aprendizagem e desenvolvimento estabelecendo cincos campos de experiências, por meio de interações e brincadeiras. Diante disso, destaca-se que:
[...] a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc. (BNCC, 2017, p. 38).
 
Dessa forma podemos inserir uma rica variedade de jogos e brincadeiras que auxiliam no processo da aprendizagem matemática, como por exemplo, as brincadeiras de construção com peças de encaixe, possibilitam a criança a representar o espaço numa nova dimensão, os jogos de tabuleiros numéricos possibilitam a criança fazer correspondências, contar de um em um, de dois em dois e assim por diante. 
Observa-se que o lúdico na educação infantil oferta diversas atividades que podem proporcionar o aprender brincando tornando-se um rico instrumento para a prática pedagógica. Entretanto para oportunizar uma aprendizagem significativa e prazerosa por meio do lúdico é preciso que o educador desempenhe seu papel como mediador de aprendizagem e reflita sobre suas práticas e metodologias utilizadas em sala de aula, quando falamos de educação infantil notamos que de um modo geral os educadores reconhecem a importância do lúdico no desenvolvimento da criança, percebendo seu papel na construção da personalidade e nas relações sociais. 
Nota-se que para alguns educadores esse reconhecimento não faz parte da sua prática educacional, para Rau (2012, p. 176) isso ocorre porque “o brincar ainda é visto como um passa tempo, uma atividade para ocupar as crianças nos momentos em que o professor corrige seus cadernos, escreve na agenda, sendo assim, desvinculado da aprendizagem”. Podemos ainda salientar que existem outras situações que colaboram para essa realidade, ainda sobre os estudos de RAU (2012), a autora menciona que os educadores encontram certa resistência na prática pedagógica lúdica, por parte das famílias das crianças, isso ocorre porque muitos ainda acreditam que o ensino acontece somente por atividades escritas.
Outro problema decorrente a falta da estratégia lúdica em sala de aula pode estar relacionada a formação do educador, pois até mesmo dentro das próprias universidades em que preparam os profissionais para os cursos de Licenciatura em Pedagogia a prática docente ao tratar sobre a disciplina lúdica aborda somente uma série de conteúdos teóricos não utilizando a prática do lúdico como incentivo de aprendizagem.
Nesse sentido, Santos (1997, p.12) aponta que “a falta de clareza do perfil profissional se reflete nos currículos, tornando os currículos fragmentados e distantes da prática pedagógica desenvolvida nas escolas”. Nota-se que decorrentes a esses motivos existam educadores que insistam em levar para as salas de aula práticas evasivas que colaboram para a falta de desinteresse e atenção da criança em sala de aula.
 Atualmente, o ensino- aprendizagem necessita cada vez mais da atenção dos educadores, não podemos mais presenciar essa realidade nos centros de educação infantil, o educador precisa estar comprometido com a formação da criança, buscando sempre novos cursos de capacitação que oferte novas metodologias de trabalho capazes de estimular sua criatividade em sala a fim de despertar o interesse e a atenção dos seus alunos.
Ao educador cabe a tarefa de valorizar o lúdico no ambiente escolar, proporcionando tempo e diferentes espaços para as atividades lúdicas direcionadas e espontâneas possibilitando o ensino prazeroso e atrativo para a criança. 
De acordo com Friedmann (1996, p.76):
O professor é mais do que um orientador: ele deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo, como uma forma de avançar nos seus propósitos de promover o desenvolvimento ou para fixar aprendizagem. Esse é o grande papel do professor enquanto educador lúdico.
O educador não precisa ser uma peça fixa em sala de aula, preocupado apenas com a transposição de conteúdos, ele pode e deve proporcionar as atividades lúdicas e se preciso participar junto com seus alunos, demonstrando ser um educador eficaz, criativo e espontâneo no seu fazer educacional, fazendo a diferença no ensino.
Para Santos (1997, p.14) “quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa”. Quando o educador se aventura no universo dos jogos e brincadeiras e leva esses recursos para a sala de aula, como aliado da aprendizagem traz na bagagem uma série de benefícios para as crianças, pois estes contribuem para a vida tornando o conhecimento mais significativo e amplo.
É preciso que o educador leve em consideração que o brincar na escola não deve ser exatamente ao brincar em outros locais, por isso ao utilizar o lúdico como mediador da aprendizagem deve-se planejar considerando o espaço a ser trabalhado levando em considerações a realidade local, o material adequado e a forma de organização que se iniciara a brincadeira.
Já as autoras Queiroz e Palau (2012, p. 7), enfatizam que por sua vez:
[...] a vivência do lúdico no processo de aprendizagem fomenta o diagnóstico das relações sociais que o aluno estabelece enquanto se diverte, porque é na interação com os outros que se fortalece o processo de socialização. Quando se encaixa o lúdico nas aulas, a aprendizagem cognitiva é concebida como algo prazeroso e agradável, como recriação ativa do saber e nunca como simples memorização de conhecimentos, ideias abstratas, prontase acabadas, configurando-se assim, como uma proposta educativa que atende às necessidades da criança.
 
Aprender com prazer em sala de aula possibilita que a criança trabalhe com a sua criatividade, ajuda na convivência com os colegas e testa suas habilidades, destrezas, inteligências e linguagem. Dessa forma percebemos que o brincar na escola deve ter a intencionalidade pedagógica, principalmente na educação infantil, que tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em todos os aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, de acordo com as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação infantil (Lei 9.394/ 96).
Diante disso, pode-se ressaltar que, por mais simples que as atividades lúdicas sejam, colaboram para a aprendizagem da criança, principalmente porque não demonstram nenhuma obrigação imposta para o aluno, sendo assim todo educador que esteja comprometido com o desenvolvimento integral da criança deve aplicá-lo como mediador do conhecimento.
3. METODOLOGIA
A realização deste estudo se iniciou por meio de critérios científicos, tendo como fonte de conhecimento a pesquisa bibliográfica de caráter explicativa, visando alcançar os objetivos propostos. Conforme Gil 2002, citado por (SANTOS, MOLINA e DIAS, 2007, p. 123), “esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”. Inicialmente, foi feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam práticas pedagógicas que contribuam para a construção do lúdico na educação infantil.
A revisão bibliográfica foi realizada através de leitura sistemática, de modo a ressaltar os pontos pertinentes ao assunto em pesquisa abordados pelos principais autores que são: PIAGET, KISHIMOTO, SANTOS, e outros que possuem um amplo domínio das atividades lúdicas na educação infantil. O estudo foi realizado através de livros, textos da internet, (periódicos), entre outros no período de março de 2016 à novembro de 2018.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como finalidade refletir sobre as contribuições que os jogos e as brincadeiras possibilitam para o desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil, a partir dos dados abordados, pode-se considerar a relevância dos jogos e brincadeiras como estratégia pedagógica para o desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Visando as ações positivas nota-se que os jogos e as brincadeiras podem inserir a criança em diversas situações positivas, pois sua prática em ambiente escolar permite desenvolver diversas habilidades e potencialidades que ultrapassam o desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social. Pois, a partir das ações vivenciadas no jogo e na brincadeira ela desenvolve sua autonomia, aprimora sua imaginação e sua criatividade, aprende a lidar com regras e situações de conflitos. Outro fator pertinente sobre a atuação lúdica na educação infantil, refere-se à colaboração que este recurso proporciona a aprendizagem, pois o lúdico como ferramenta pedagógica transforma os conteúdos escolares em algo prazeroso. Nesse sentido, a criança adquire gosto pelo conhecimento, e assim, a aquisição do pensamento crítico e criativo passa a ser estimulado, o que colabora para a construção da aprendizagem significativa.
Embora sejam atribuídas todas as significações educativas aos jogos e brincadeiras ao desenvolvimento integral da criança, observa-se a relevância do papel do educador neste contexto, pois a ação do educador deve ser, antes de tudo planejada e, uma vez executada, deve-se ser avaliada para perceber se os objetivos propostos pelo educador foram alcançados.
A partir do estudo realizado no referido artigo, consideram-se que o lúdico consiste em uma ferramenta pedagógica que atua na formação da criança contribuindo para a construção do desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos físicos, motores e sociais.
REFERÊNCIAS
_____. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998b. 3V
_________. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
____________. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. 2º Ed.Curitiba: Ibepex, 2012.
ALMEIDA, P. N. de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 10. Ed. São Paulo: Loyola, 2000.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez.1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em 21 maio. 2017.
CURITIBA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Educação. Diretrizes curriculares para a educação municipal de Curitiba. V.2. Curitiba, 2006.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: Crescer e aprender – o resgate do jogo infantil. SÃO Paulo: Moderna, 1996.
GONZAGA, Rúbia Renata das Neves. A importância da formação lúdica para professores de educação infantil. Revista Maringá Ensina nº 10 – fevereiro/abril 2009. (p. 36-39). 
KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação, 11º Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MALUF; Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
OLIVEIRA, V. B. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000.
OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
QUEIROZ, Maria Cristina Trajano. PALAU, Francisco. “Percepção dos professores da escola de educação básica da universidade federal da paraíba sobre a importância de relacionar do lúdico no processo de ensino-aprendizagem das crianças, no ano 2012’’. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 04, pp. 144-260 Set/2018.
RAU, M. C. T. D. Educação infantil: práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem. Curitiba: Inter Saberes, 2012.
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VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação: Concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 15ª Ed., São Paulo, SP. Libertad,2005.	
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