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Resenha sobre Captação de Água

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RESENHA CRÍTICA
Nome: Amanda Kelly Alves Soares
Curso: Engenharia Civil 		Data: 22/04/2020 
Disciplina: SANEAMENTO BÁSICO
Profª Dra. Aline Silva 
1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
COSTA, Adriana Guimarães. Curso de Especialização a Distância em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos: Sistemas de abastecimento de água. 2015. 156 f. Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional das Águas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Fortaleza, 2015.
2 RESUMO DA OBRA 
Processo de Captação de Água Subterrânea
· Não há um censo rigoroso do uso da água subterrânea no Brasil. Estima-se que 47% dos municípios brasileiros utilizam exclusivamente como fonte de abastecimento mananciais superficiais, 39% utilizam águas subterrâneas e 14% têm o abastecimento misto.
· Águas superficiais são renovadas em períodos relativamente curtos por causa da influência de fatores climáticos. Já as águas subterrâneas têm processos naturais mais lentos e encontram-se, geralmente, em situação de equilíbrio.
· Um exemplo de ligação entre os mananciais superficiais e subterrâneos é a permeabilidade do leito do rio e a diferença de carga potenciométrica entre o aquífero (formação geológica que permite o armazenamento e/ou transmissão de água) e o leito do rio, dependendo das condições, a água pode fluir entre os dois mananciais.
· O ciclo da água subterrânea começa com a precipitação. Parte da água precipitada infiltra o solo e parte escoa pela superfície (há influência da cobertura vegetal, da inclinação do terreno e do tipo de chuva). A água que infiltra no solo pode ficar localizada na Zona Não Saturada (a água fica “presa” por adsorção nos grãos do solo e pode ser reaproveitada pelas raízes das plantas). Há também a Franja de Capilaridade, que apresenta maior teor de umidade que a zona saturada, nela a água sofre a força da capilaridade que a faz ir “contra” a gravidade. E por último, a Zona Saturada, onde todos os poros e fraturas estão preenchidas por água.
· Os aquíferos podem ser porosos (rochas sedimentares); fraturados (rochas ígneas e metamórficas) e; cársticos (rochas carbonáticas, podem atingir grandes aberturas - cavernas - em virtude da dissolução do carbonato pela água).
· De acordo com a pressão da água há as separações: aquífero livre (base impermeável e equilíbrio com a pressão atmosférica); confinado (entre duas camadas impermeáveis e a pressão da água é maior que a pressão atmosférica) e; semi-confinado (limitado na base, no topo ou em ambos).
· Propriedades físicas da água: temperatura, cor, odor e sabor, turbidez e sólidos em suspensão.
· Propriedades iônicas da água: condutividade elétrica, dureza, alcalinidade, pH, resíduos secos, demanda química de oxigênio e demanda bioquímica de oxigênio;
Projeto e Construção de Poços Tubulares
· Métodos de perfuração para poços tubulares: percussão (elevação e queda de pesos), rotativo (movimento giratório de uma broca) e rotopneumático (combina percussão de alta frequência com rotação).
· Projeto: objetivos - maior descarga e menor custo possível, boa qualidade da água, vida útil; informação necessária: demanda, sequência litológica e espessuras, valores dos parâmetros hidrodinâmicos do aquífero, análises granulométricas e qualidade da água a ser bombeada.
· Poço Amazonas, Cisterna ou Cacimba: poços escavados manualmente e revestido com tijolos ou manilhas. Diâmetro de um metro ou mais e profundidade de até 20 metros.
Captação de Águas Superficiais
· Fatores considerados na definição das obras de captação: dados hidrológicos da bacia; nível de água nos períodos de estiagem e enchente; qualidade da água; monitoramento da bacia; distância entre os pontos de captação, tratamento e distribuição; desapropriações; necessidade de elevatórias; fonte de energia; facilidade de acesso.
· Composição do sistema: barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para regularização da vazão; dispositivos para impedir a entrada de materiais flutuantes (barragem de nível, grades, caixa de areias); dispositivos para controlar a entrada de água; canais ou tubulações de interligações e órgão acessórios; poços de sucção e casa de bombas, quando necessários.
· Soluções para tomadas de água: barragem de nível (eleva o nível da água); direta com proteção (poço de tomada, canal de derivação - desvio parcial das águas -, torre de tomada - utiliza comportas - e água flutuante - quando a ETA está próxima ao manancial, assim só é necessário um recalque).
Barragens: importantes para o acúmulo de água.
· Escolha do tipo: segurança da obra (local) e custo da obra (preço e disponibilidade de material); a topografia determina as primeiras alternativas. E as condições de fundações: rocha sã e sólida e sedimentos (aluviões).
· Materiais de construção: solos (diques de terra); rocha (diques de enrocamento e proteção dos taludes); agregado (para concreto - areia, cascalho natural e pedra britada); areia (para filtros e concretos).
· Elementos de composição: coroamento ou crista (superfície superior); embasamento rochoso (base de rocha inalterada); talude (lados inclinados, mantém a estabilidade da obra, de montante e de jusante); rip rap (proteção do talude a montante); vertedouro (dispositivo de segurança para quando o volume de vazão for perigoso); tomada d’água (retirada de água do reservatório); volume morto (reserva hídrica, volume de água que não pode ser captado do reservatório); filtro de pé (estruturas de areia, bloco de rochas e pedregulhos, drenam a água percolada); maciço (corpo principal, responsável pela contenção das água).
· Elementos de construção: ensecadeira (desvia a água do leito do rio permitindo o tratamento de fundações e possibilitando a construção em seco); túneis de desvio (mesma finalidade da ensecadeiras porém construídos em vales íngremes e, quando possível, nos locais onde há curvas).
· Barragens de concreto: gravidade (mais resistente e menor custo de manutenção e, em comparação com barragens de terra ou enrocamento, possui maior custo de execução, a altura é limitada pela resistência das fundações); arcos (mais raras, comprimento menor em relação à altura).
· Barragens de terra: servem para qualquer tipo de fundação (desde a rocha compacta até materiais inconsolidados). Podem ser homogêneo (composto por uma única espécie de material impermeável) e zonado (possui o núcleo impermeável envolvido por zonas de materiais permeáveis).
· Barragens de enrocamento: utiliza-se blocos de rocha de tamanho variável e uma membrana impermeável na face de montante. É viável em locais onde o concreto é muito caro, os materiais terrosos são escassos e há excesso de rocha dura e resistente. A rocha de fundação adequada para uma barragem de enrocamento pode não ser adequada para uma barragem de concreto. A rocha que preencher a maior parte da barragem deve ser inalterada pelo intemperismo.
· Barragem subterrânea: alternativa para armazenar a água da chuva no próprio solo. É aberta uma vala no chão, cortando o caminho pelo qual a água corre em época de chuva e essa vala é forrada com um material impermeável. A umidade não passa esse material impermeável e assim mantém o terreno molhado por um grande período (possibilitando a agricultura) e é feito um poço antes da vala onde é possível retirar a água. É feita nos leitos de rios, riachos e córregos e em declives. É uma boa solução para o Semiárido.
· Microbarramentos sucessivos de pedras: série de paredes de alvenaria e/ou pedra construídas uma após a outra. Aumenta a quantidade de água acumulada, evita inundações nas terras férteis das margens, permite a criação de peixes e é de baixo custo.
3 REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE OBRA E IMPLICAÇÕES 
	Conhecer o trajeto da água na Terra é de grande importância para criar um senso crítico acerca do seu uso. Com o ciclo hidrológico, nota-se que toda a água do planeta é única, tecnicamente, ela não “nasce”, ela brota em algumas partes porém é uma água que em outro momento já esteve em outro lugar, como, no topo de uma montanha, em uma geleira, naprecipitação, em um corpo d’água, etc. O aumento da população mundial, que gera um aumento nos serviços em que se utiliza a água, interfere diretamente no ciclo natural da água pois ela não tem mais o tempo natural para renovar-se e isso cria uma problemática mundial acerca das interferências do seu uso pelos humanos.
	É necessário um trabalho interdisciplinar nas obras de captação de águas subterrâneas ou superficiais e nas obras de barragens para que não hajam prejuízos ao meio ambiente e nem à população humana e à população de outros seres vivos que se encontram nos locais de interesse. Conhecer os processos físicos, químicos e biológicos que se relacionam às obras ajuda para que um bom projeto seja concebido, evitando acidentes e riscos de perda da funcionalidade da água. Assim, é de grande importância o conhecimento da Lei 9.433/97 - Política Nacional de Recursos Hídricos, das normas NBR 12.213 - Projeto de Sistemas de Captação de Água de Superfície para Abastecimento Público - Procedimento, NBR 12.212 - Projeto de Poço para Captação de Água Subterrânea, NBR 12.244 - Construção de Poço Tubular além de outras normas, leis, portarias, publicações e estudos sobre o assunto de interesse.

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